Caderno de orientações-Historias com engano

Transcrição

Caderno de orientações-Historias com engano
CADERNO
DE
ORIENTAÇÕES
HISTÓRIAS
COM ENGANO
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HISTÓRIAS
COM
ENGANO
Por que ler histórias com engano?
Os desafios na formação de bons leitores
Ver:
Caderno de
estudos
P
ara formar leitores e escritores, não basta ler histórias. Uma das grandes diferenças que a escola pode
fazer na vida futura das crianças é, desde muito cedo, oferecer a possibilidade de aproximação com o
universo da escrita. O que isso quer dizer? Que é preciso planejar as intervenções e a distribuição das atividades
de leitura de forma a ampliar as experiências e as oportunidades de aprendizagem que as crianças terão ao ler
diferentes histórias. Também é necessário pensar as situações de aprendizagem para além da simples leitura da
história, tomando o texto como aspecto central das atividades de leitura e escrita.
Quanto mais histórias as crianças conhecerem, melhor será o acesso delas ao mundo da leitura. No entanto, é
importante criar momentos para que, ao ler e ouvir histórias, as crianças também sejam convidadas a conhecer
diferentes aspectos da escrita e a pensar sobre eles. Frequentemente, a experiência oferecida às crianças está relacionada ao conteúdo das histórias. Assim, o foco do trabalho quase sempre recai sobre a compreensão da mensagem que os textos passam. Sem dúvida, essa é uma dimensão importante. No entanto, os autores lançam mão de
inúmeros recursos textuais para enfatizar e valorizar outros aspectos do texto que não só o conteúdo e prender a
atenção dos leitores como, por exemplo, organizar o texto em versos rimados, favorecer uma complementaridade
entre texto e ilustração, estruturar a narrativa em um formato repetitivo etc. Compreender e traduzir esses recursos, tornando visível para as crianças que as histórias têm estilos, que se traduzem em formas de textos que respeitam padrões, é uma das condições para torná-las leitoras qualificadas.
Para fazer a diferença nesse sentido, é preciso programar leituras e a exploração de livros a partir de objetivos
bem definidos, indo além da compreensão da história. É possível estruturar atividades que permitam explorar os
textos lidos, colocando uma “lente de aumento” em variados aspectos: podemos ler para que as crianças memorizem o texto, aprendam alguma informação específica, conheçam as características de um gênero textual ou debatam um tema. Mas o interessante é sempre convidar as crianças a “entrarem” no texto. As situações de leitura
devem favorecer que a exploração do texto também seja uma ocasião para que as crianças desenvolvam suas
capacidades de pensamento e aprendizagem quanto à escrita.
As histórias com engano
Por meio das histórias com engano, podemos estimular o entendimento de que, assim como na vida real, os personagens realizam ações com determinada intenção. Narrativas com personagens bem caracterizados favorecem o desenvolvimento da capacidade de se colocar no lugar do outro para entender suas ideias, seus propósitos, desejos e pensamentos. No caso das histórias, muitas vezes essa intenção só é percebida completamente pelo narrador, quando esse se
apresenta no texto como narrador onisciente, ou seja, aquele que tem pleno conhecimento das situações narradas, dos
sentimentos e objetivos de cada personagem. Os personagens não possuem o mesmo domínio da trama e, por isso, são
“enganados” uns pelos outros nessas histórias. O leitor, por sua vez, tem à sua frente todas as informações necessárias
para compreender a situação de engano. Ao ler esse tipo de história, as crianças interpretam que alguém está enganando
quando diz uma coisa, mas pensa outra. À medida que lerem esse tipo de texto, elas serão capazes de entender a diferença entre ação e intenção.Verificar se as crianças identificaram a situação de engano nessas histórias é uma chave para
perceber como estão compreendendo o texto, uma vez que serve para comprovar se de fato entenderam ou não um
aspecto central da narrativa. Ao colocar em evidência essas questões na trama das histórias, estamos não só desenvolvendo habilidades mentais, de conhecimento das intenções, mas também habilidades sociais e linguísticas.
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TRILHAS
Portanto, quando temos a oportunidade de trabalhar textos com essas características, vale a pena dedicar
especial atenção e – além de todas as atividades que em geral fazemos com um livro – incluir atividades que
façam as crianças pensarem sobre a relação entre os personagens, suas ações, pensamentos e intenções ao
longo da narrativa.
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HISTÓRIAS
COM
ENGANO
Sobre os livros
D
os três livros escolhidos para este Caderno de orientações, dois são coletâneas de contos clássicos nos quais
encontramos algumas histórias com engano. Em Volta ao mundo em 52 histórias, destacaremos Branca de
Neve e em Contos de Perrault, O gato de botas. O terceiro livro, Os sete cabritinhos, traz uma única história clássica
dos Irmãos Grimm, também considerada história com engano. Nos três casos, encontramos narrativas que despertam a curiosidade das crianças por meio da ação e do suspense. Nessas três histórias, os personagens têm a
intenção de enganar alguém, e suas ações fazem as crianças perceberem que, assim como em nossa própria vida,
existem diferenças entre as ações e as intenções.
Os sete cabritinhos
Adaptação de Xosé Ballesteros, ilustrado por Sofía F. Rodriguez e Ana Míguez
São Paulo: Instituto Callis, 2008.
Essa história é contada por um narrador em terceira pessoa e trata de uma família de sete cabritinhos que vive
com sua mamãe cabra e é enganada pelo lobo. Um dia, ela sai às compras e os deixa sozinhos em casa, orientando-os
a não abrir a porta para ninguém até que ela volte. O lobo, escondido atrás de uma árvore, vê a mamãe cabra se afastando e faz três tentativas de entrar na casa dos cabritinhos, enganando-os e fazendo-se passar pela mãe. Na terceira
tentativa ele consegue e come todos, exceto o mais novo que se esconde no relógio da sala e ajuda a mãe a reencontrar os irmãos e dar fim ao lobo, quando ela volta para casa.
Na narrativa, o diálogo em discurso direto entre o lobo e os cabritinhos mantém uma regularidade. Sempre que o
lobo se aproxima, bate na porta (“Toc! Toc!”), os cabritinhos perguntam quem é, o lobo responde “sua mãe”, acrescentando à resposta alguma tentativa de engano – “eu esqueci o dinheiro”, “eu esqueci as chaves”, “estou cansada e cheia
de sacolas”. As respostas dos cabritinhos variam, de acordo com a desculpa dada pelo lobo, até que na terceira vez são
convencidos por ele e abrem a porta.
A astúcia do lobo pode ser percebida pelo uso progressivo de recursos cada vez mais elaborados para enganar os
cabritinhos: primeiro, ele apenas imita a voz da mãe e não tem sucesso; depois, ele come ovos para afinar a voz, mas
os cabritinhos o reconhecem pela cor de sua pata e, por fim, ele muda a voz e a cor da pata e consegue enganar os
filhotes. Além do lobo, outros personagens também se mostram astutos na história: o cabritinho mais novo, que
engana o lobo, escondendo-se no relógio da sala, e a mamãe cabra, que se aproveita do sono do lobo para cortar-lhe
a barriga, salvar seus filhos e armar-lhe uma cilada fatal, enchendo sua barriga de pedras. As ilustrações correspondem aos fatos narrados. São atraentes para as crianças porque são coloridas e tridimensionais. Apresentam-se sob
diferentes perspectivas, permitindo uma visualização múltipla dos acontecimentos.
O Gato de Botas
De Charles Perrault. In: Contos de Perrault. Traduzido por Fernanda Lopes de Almeida, ilustrado por Elisabeth Teixeira
São Paulo: Ediora Ática, 2006.
O livro traz nove contos clássicos de Perrault. Ao término de cada história, há um poema cuja temática é o enredo de
cada conto. A história de engano selecionada deste livro é O Gato de Botas. Nesta história, narrada em terceira pessoa,
o gato é deixado como herança ao filho mais novo de um pobre moleiro. A princípio, o rapaz desdenha do animal,
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achando-o pouco útil. O gato, no entanto, pede apenas um par de botas para provar-lhe que não é herança
desprezível e que pode ajudá-lo a enriquecer sem grande esforço. O moço providencia as tais botas para o gato
e, a partir daí, começam suas inúmeras artimanhas para enganar os mais variados personagens e obter sucesso
em sua tentativa de enriquecer o dono.
A enorme astúcia do gato se revela ao leitor por meio de suas ações estrategicamente articuladas e através dos
inúmeros diálogos em discurso direto que mantém com aqueles que deseja enganar. Algumas ações se repetem
até darem lugar a outras, mais ardilosas ainda. No início, o gato engana alguns animais que deseja caçar e dar de
presente ao rei. Depois, passa a enganar o rei, presenteando-lhe com as caças em nome de um inexistente Marquês de Carabas, nome que atribui falsamente ao seu pobre dono. Assim segue enganando ao rei, chantageando camponeses e armando até uma cilada para um ogro feiticeiro, de quem deseja roubar ocastelo. Suas armadilhas são todas bem-sucedidas e levam seu dono a casar-se com a princesa, ambos enganados pela astúcia do
gato de botas. As ilustrações, embora em pequena quantidade, são delicadas e coloridas e apresentam os principais personagens da história.
Branca de Neve
De Jacob Wilhelm Grinm In: Volta ao Mundo em 52 Histórias. Narrado por Neil Phillip, com ilustrações de Nilesh Mistry e tradução de Hildegard Fiest. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998.
Este livro contém 52 histórias clássicas, provenientes de diversos países e culturas. Foi selecionado deste livro o
conto Branca de Neve, na versão dos Irmãos Grimm. Este conhecido conto tem, nesta versão, uma vaidosa rainha
como vilã. Diariamente ela repete a mesma pergunta ao seu espelho mágico: “Espelho, espelho meu, existe mulher mais linda que eu?” Ao que ele sempre responde: “Não, majestade!” Certo dia, porém, a rainha se surpreende
com a resposta que ouve do espelho: “Existe, Majestade! É Branca de Neve”. Essa sequência de diálogo em discurso
direto repete-se ao longo do conto, definindo as ações da personagem vilã.
Sentindo-se ameaçada, tenta eliminá-la, sem sucesso. A menina consegue fugir e passa a viver na floresta com
sete anões que trabalham nas minas de prata das montanhas. Ao repetir a pergunta ao seu espelho mágico e
obter a mesma resposta, a rainha decide acabar pessoalmente com a menina, disfarçando-se de velha vendedora de fitas. A menina deixa-se enganar pelo disfarce e sofre um desmaio. É salva pelos anões e logo a rainha descobre que a menina ainda está viva. Engana-a uma segunda vez, agora se passando por uma vendedora de pentes. Branca de Neve desmaia mais uma vez e é salva novamente pelos anões. A rainha volta a
perguntar ao espelho se é a mais linda mulher e, para sua surpresa, volta a ouvir que Branca de Neve é a mais
bela. Em sua última tentativa, disfarça-se de camponesa e oferece uma maçã envenenada à menina que a aceita
e, dessa vez, cai morta. Os anões não conseguem salvá-la. Um príncipe se apaixona por ela, mesmo morta, e a
transporta ao seu palácio no caixão de vidro. Ao longo do caminho, um dos criados do príncipe tropeça, a maçã
cai da boca da menina e ela desperta. Os dois se casam e a rainha malvada é presa e castigada pelos guardas do
príncipe até morrer.
As ilustrações correspondem aos principais acontecimentos da história. Há, também, nas laterais das páginas,
ilustrações e informações referentes às outras versões desse mesmo conto.
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HISTÓRIAS
COM
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O que há em comum nos três livros?
Nas três narrativas os personagens enganam uns aos outros, e por essa razão as tramas têm de ser desvendadas
pelos leitores. Vale a pena conversar com as crianças sobre a maneira como o texto foi escrito, sobre as escolhas dos
autores, para ajudá-las a explorar o potencial de livros como esses, de modo que observem alguns dos recursos presentes nas histórias:
1. Nas três narrativas há mais de uma tentativa de engano protagonizada pelo personagem vilão. As artimanhas utilizadas vão se tornando cada vez mais eficazes: o lobo disfarça a voz e pinta a pata para, finalmente, conseguir enganar os
cabritinhos; a rainha malvada oferece uma maçã envenenada, que tira a vida de Branca de Neve, em vez de fazê-la desmaiar, e o gato de botas ousa cada vez mais nas mentiras que inventa sobre seu dono.
2. Nos três contos as sequências de diálogo em discurso direto são fundamentais para a concretização do plano de engano das personagens.
3. Em Os sete cabritinhos e Branca de Neve, as personagens enganadas encontram-se em algum estado de fragilidade : os
cabritinhos estão sozinhos em casa e Branca de Neve é órfã de mãe e vive com uma madrasta malvada.
4. Há personificação em duas das narrativas. Em O Gato de Botas, o gato age como se fosse ser humano (calça botas,
conversa, chantageia e engana), e em Os sete cabritinhos todos os personagens são animais e agem como se fossem humanos (saem às compras, conversam, enganam).
No que diz respeito às ilustrações vale observar que as imagens contam a história juntamente com o texto. Em Branca
de Neve e O Gato de Botas destacam apenas os acontecimentos principais e, no caso de Os sete cabritinhos, ilustram todos
os fatos narrados.
As atividades aqui desenvolvidas são referências para a exploração de livros com histórias com engano. O texto de Os sete
cabritinhos serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam a mesma estrutura. Este Caderno de orientações é um
convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apresentadas. É por essa razão
que já indicamos neste texto dois outros livros que compõem o acervo enviado com este material. Bom trabalho!
Lembrete
Sabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida diversas vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros leitores se dará no
equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro prazer – desfrutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conhecimentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de histórias numa atividade mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer ,de maneira independente das atividades com foco no texto. Este Caderno de
orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve ser escolarizado, mas, ao contrário, servir de
instrumento para que as crianças façam uma viagem pelo mundo da literatura e do conhecimento.
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HISTÓRIAS
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Sumário
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Atividade 1
Ler a história e conversar sobre ela
Atividade 2
Conversar sobre a estrutura da narrativa
10
Atividade 3
Conversar sobre o que pensam e falam os personagens
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Atividade 4
Ler os nomes e escrever uma lista
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Atividade 5
Escrever nomes com letras móveis
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Atividade 6
Ler partes da história
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Atividade 7
Reescrever o fim da história
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Atividade 8
Revisar coletivamente o texo produzido
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Atividade 1
Ler a história e conversar sobre ela
O
professor apresenta o livro Os sete cabritinhos às crianças e conversa
com elas sobre seu título. Antes de realizar a leitura, lança uma
pergunta para elas, favorecendo que fiquem atentas, à escuta da história.
Por fim, conversa com a turma, lembrando de outras narrativas de engano.
Roteiro de trabalho
Preparação
Ler o livro para conhecer bem a história, seus personagens e os acontecimentos.
Organização do espaço e das crianças
Organizar as crianças de forma que fiquem confortáveis para ouvir uma nova história.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar informações sobre o
título da história e
as ilustrações do
livro e antecipar os
acontecimentos
da narrativa.
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Orientações para o professor
Mostrar o livro às crianças e dizer que hoje elas conhecerão uma nova história e depois conversarão sobre ela. Você
pode dizer:“Hoje vamos conhecer uma nova história. Vou ler para vocês e depois conversamos um pouco sobre ela”.
Apresentar a capa do livro, ler os nomes do autor e do ilustrador e fazer perguntas sobre o nome do bicho escrito
no título, como, por exemplo: “Olhando a capa do livro, qual vocês imaginam que é o título dessa história? Que
bichos serão esses que estão na capa? O que será que fazem na história?”
Folhear as ilustrações do livro apontando os personagens e os cenários, estimulando as crianças a observar
quem são os personagens e o que fazem ao longo da narrativa. Ao mostrar a primeira página em que aparece o
Lobo, perguntar: “Quem será que é esse personagem? O que será que ele quer fazer?”
Apresentar a história, deixando no ar, como um suspense, o seu desfecho: “Este livro conta a história de uma
família de cabritos. Certo dia, a mãe dos cabritinhos, a Cabra, precisou sair para fazer compras e alertou os cabritinhos que não abrissem a porta para ninguém. Porém, ao ver a Cabra saindo, o Lobo rapidamente tentou enganar os
cabritinhos para entrar na casa deles e comê-los. Será que o Lobo vai conseguir enganar os cabritinhos? Vamos ler
para descobrir o final”.
Relacionar
informações
sobre a história e
pensar sobre o
seu desfecho.
Lembrar de
histórias com
situações de
engano.
Ler o livro novamente até a página em que o Lobo aparece pela primeira vez. Parar e retomar a pergunta que
fez às crianças antes de ler. Lançar outras perguntas como: “Mas como vocês acham que os cabritinhos vão escapar?” Dizer que irá terminar de ler para descobrir o que acontece.
Terminar de ler e chamar a atenção para as partes da história em que o Lobo tenta enganar os cabritinhos. Perguntar se as crianças conhecem histórias em que os personagens tentam enganar os outros. Você pode fazer
uma lista de “histórias de engano”, como, por exemplo, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Gato de botas.
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HH II SS TT ÓÓ RR II AA SS CC OO M
M EE NN GG AA NN OO
O que as crianças podem aprender
Ao apresentar o livro “por fora” e “por dentro”, chamando a atenção para os personagens presentes nas ilustrações, possibilita-se que as crianças antecipem a narrativa.
Ao lançar perguntas às crianças antes de ler, retomando-as no decorrer da leitura, e no final, favorece-se que elas
compreendam melhor a narrativa e sejam mais ativas na escuta da história.
O que mais é possível fazer
Quando gostam de um livro, as crianças pedem para que ele seja lido várias vezes. Elas também gostam de observar o livro em suas próprias mãos. Ao longo da semana, você pode deixar o livro disponível para que elas possam
pegá-lo sempre que tiverem interesse, por exemplo, no intervalo entre uma atividade e outra ou quando estão
esperando para ir embora.
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Atividade 2
Conversar sobre a estrutura da narrativa
O
professor conversa com as crianças chamando sua atenção para a
estrutura da história. Faz perguntas sobre QUEM, O QUÊ, ONDE,
QUANDO, COMO e POR QUÊ, facilitando a identificação de aspectos-chave
da organização do texto.
Roteiro de trabalho
Preparação
Ler a história atentando para sua estrutura e identificando os elementos característicos da narração:
ONDE = LUGARES
QUEM = PERSONAGENS
O QUÊ = ACONTECIMENTOS
QUANDO = TEMPO
COMO = MEIOS
POR QUÊ = MOTIVAÇÃO, CAUSAS
Organização do espaço e das crianças
Essa é uma atividade coletiva. Assim, é importante que todas as crianças consigam visualizar as ilustrações do livro.
Orientações para o professor
Mostrar o livro Os sete cabritinhos para as crianças e contar que hoje vão recordar a história e conversar sobre
ela. Você pode dizer: “Vocês se lembram desta história? Vamos recordá-la e conversar sobre ela”.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Pensar sobre a
estrutura da narrativa.
Conversar com os
colegas, respeitando
as diferentes
colocações e
compreendendo os
diferentes pontos
de vista.
Compartilhar com as crianças que, para ajudá-las a retomar o enredo da história, você fará algumas perguntas conforme mostram as ilustrações do livro.
Questionar as crianças sobre ONDE, QUEM, O QUÊ, QUANDO, COMO e POR QUÊ, criando uma conversa
sobre a história e evitando uma mera situação de perguntas e respostas. Você pode perguntar: “Quem lembra
que história é essa?”; “Onde se passa essa história?”; “De quem fala essa história? Quem mais está presente nela?”; “O
que acontece quando a Cabra sai de casa e deixa os cabritinhos?”; “O que o Lobo diz para os cabritinhos?; “Como o
Lobo consegue enganar os cabritinhos?”; “Como acaba essa história?”; “Por que a Cabra consegue salvar os cabritinhos?”
Incentivar as crianças a colocarem suas ideias a cada pergunta e a levantarem diferentes pontos de vista.
Escutar e considerar as colocações das crianças.
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HHI ISSTT ÓÓ RR I I AA SS CC OO MM EE NN GG AA NN OO
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade seja muito difícil para algumas crianças, você pode ler a história parando
nas partes em que as perguntas estão relacionadas, dando assim um maior apoio para pensarem sobre as respostas.
Se o desafio proposto nessa atividade se mostrar muito fácil para algumas crianças, você pode retomar a história
sem mostrar as ilustrações do livro.
O que as crianças podem aprender
Ao lançar questões que deixam clara a estrutura da narrativa – onde, quem, o quê, quando, como e por quê,
favorece que as crianças identifiquem aspectos-chave da organização do texto.
Ao convidar as crianças a pensar sobre a organização do texto, favorece-se que elas compreendam como se dá o
desenvolvimento temporal da narrativa (como a narrativa começa, como termina).
Ao propor que as crianças conversem sobre suas opiniões em relação a história, favorece-se que aprendam a se
colocar em grupo e a respeitar as diferentes ideias dos colegas.
O que mais é possível fazer
Você pode propor conversas como esta com outras histórias conhecidas pelas crianças, favorecendo assim que
elas ganhem liberdade no universo letrado e passem a ter de fato uma participação ativa no universo dos livros.
O que é possível fazer em casa
Você pode sugerir que as crianças façam um rodízio para levar o livro para casa, para que possam contar a história
a seus familiares. Para isso, proponha que o grupo escreva com você uma carta explicando a razão pela qual o livro
vai para a casa de cada um. As crianças podem ditar esse texto enquanto você escreve.
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Atividade 3
Conversar sobre o que pensam e falam os personagens
O
professor conversa com as crianças sobre o que pensam e falam os
personagens da história Os sete cabritinhos, identificando situações
de engano presentes no texto.
Roteiro de trabalho
Preparação
Marcar as páginas que irá mostrar às crianças para que retomem os diálogos em que o Lobo usa da estratégia
de enganar os outros personagens.
Organização do espaço e das crianças
Essa é uma atividade coletiva e todas as crianças devem visualizar as ilustrações do livro.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Recuperar a narrativa
e identificar os fatos.
Orientações para o professor
Conversar com as crianças, lembrando-as de que o Lobo tenta enganar os cabritinhos. Você pode dizer: “Vocês
lembram que nessa história o Lobo tenta, em diferentes momentos, enganar os cabritinhos? Vou ler a história de
novo e vocês vão tentar perceber quando o Lobo tenta enganar os cabritinhos”.
Ler a história e perguntar qual o primeiro momento em que o Lobo tenta enganar os filhotes da Cabra.
Perguntar às crianças por que elas acham que o Lobo tentou enganar os cabritinhos. Mostrar a ilustração em
que os cabritinhos estão em casa ouvindo o Lobo e perguntar: “O que o Lobo disse para os cabritinhos?”
Relacionar os
acontecimentos
da narrativa para
compreender o
desfecho.
Perguntar sobre a intenção do Lobo: “Por que o Lobo disse isso aos cabritinhos? Era verdade? O que o Lobo
queria realmente?”
Conversar sobre a intenção do Lobo, ajudando a compreender que ele tenta enganar os cabritinhos.
Comentar sobre as outras tentativas de engano presentes na história. Fazer as mesmas perguntas e, ao final,
comentar que as tentativas de engano se repetem.
Finalizar mostrando a ilustração em que o Lobo cai no rio e perguntar às crianças como a Cabra consegue
fazer com que o Lobo caia no rio.
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M EE NN GG AA NN OO
H I S T Ó R I A SS CC OO M
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil, propor que as crianças pensem apenas sobre as
situações de engano entre o Lobo e os cabritinhos.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, pedir que as crianças identifiquem os enganos sem o
apoio da ilustração, apenas a partir da leitura dos diálogos (na lousa ou em cartaz).
O que as crianças podem aprender
Ao conversar sobre a estratégia de “engano” possibilita-se que as crianças observem a diferença entre o que os
personagens dizem e o que eles pensam, e entre suas ações e intenções.
Ao conversar com as crianças sobre a repetição e o encadeamento das situações de engano favorece-se que elas
compreendam melhor a narrativa.
O que mais é possível fazer
Para dar continuidade ao tema “engano”, você pode ler outras histórias em que há situações de engano, favorecendo que as crianças façam uma análise semelhante sobre as falas e as ações dos personagens.
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Atividade 4
Ler os nomes e escrever uma lista
O
professor escreve na lousa o nome dos bichos que aparecem na
história Os sete cabritinhos e pede que as crianças os identifiquem.
Na sequência retoma com elas as mentiras que o Lobo conta na história,
faz uma nova lista na lousa e pede que as crianças escrevam a lista,
organizando-a na sequência correta da narrativa.
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar folha e lápis. Escrever na lousa, sempre em letra de imprensa maiúscula, fora da ordem em que aparecem na história e um embaixo do outro, os seguintes nomes:
CABRA
CABRITINHOS
LOBO
Organização do espaço e das crianças
No início dessa atividade, as crianças podem estar sentadas em semicírculo de frente para a lousa e, na sequência, sentadas às mesas.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar informações e colocar em
jogo estratégias de
antecipação e
verificação para ler.
Orientações para o professor
Mostrar o livro Os sete cabritinhos às crianças e perguntar se elas lembram quais são os personagens da história.
Contar que você escreveu na lousa o nome desses bichos e pedir que elas identifiquem onde está escrito “CABRITINHOS”. Você pode dizer: “Escrevi na lousa o nome dos personagens dessa história: ‘CABRA’, ‘LOBO’ e ‘CABRITINHOS’. Qual desses é o nome ‘CABRITINHOS’?”
Levar as crianças a identificar e eliminar “LOBO” da lista para que fiquem atentas entre somente duas palavras para conseguir ler. Apontar para a palavra “LOBO” e perguntar o que está escrito ali. Pedir que elas expliquem como conseguiram ler.
Perguntar às crianças sobre as outras duas palavras: “E como começam os outros nomes?”
Perguntar onde está escrito “CABRITINHOS” e pedir que as crianças digam como podem descobrir qual das
palavras é “CABRITINHOS”. Conversar sobre a palavra, indicando que dentro dela há parte da palavra CABRA.
Estimular que as crianças continuem lendo e observando o meio da palavra: “Vamos continuar olhando
para ‘dentro das palavras’. Como continua esta? (apontando para o ‘BRI’ de ‘CABRITINHOS’). Comparar com a
palavra CABRA que também continua de forma semelhante levando o grupo a observar as diferenças e semelhanças
nas palavras. Apontar a palavra “CABRA” e perguntar o que está escrito.
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HISTÓRIAS COM ENGANO
Recordar e
identificar
trechos do texto.
Pedir que as crianças lembrem quais foram as mentiras que o Lobo contou aos cabritinhos para que eles abrissem a porta de casa. Se precisar, você pode reler os diálogos, ou dizer: “Vocês lembram o que o Lobo disse para os
cabritinhos nas diferentes vezes em que ele tenta enganá-los? ”
Acompanhar a
escrita da
professora e
pensar sobre
como se escreve.
Escrever na lousa, fora de ordem, as palavras lembradas pelas crianças: DINHEIRO, CHAVES e SACOLAS. Conforme escreve, compartilhar com as crianças o que está escrevendo, levando-as a refletir sobre como se escreve:“Até agora
escrevi DINHEI; o que está faltando para completar?”Ou após escrever o nome todo, perguntar: “Qual palavra eu escrevi
aqui?” Ou mesmo antes de iniciar, questionar: “Para escrever SACOLA, com que letra devo começar?”
Explicar às crianças que elas vão escrever o nome dos objetos usados pelo Lobo para enganar os cabritinhos
colocando-os na ordem correta da narrativa. “Agora, vocês vão escrever uma lista com esses objetos que lembramos
que o Lobo usa para enganar os cabritinhos, mas têm de escrever na mesma ordem em que aparecem na história”.
Ajudar as crianças com dificuldades a localizar no texto as palavras que precisam escrever.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto se mostre muito difícil, você pode apenas pedir que as crianças localizem no texto onde
está escrito CABRITINHOS.
Se o desafio proposto parecer muito fácil, você pode apagar os nomes dos objetos da lousa e pedir que as crianças
lembrem os nomes de memória.
O que as crianças podem aprender
Ao propor que identifiquem um nome na lista pedindo que olhem para “dentro da palavra”, possibilita-se que as
crianças desenvolvam estratégias de leitura.
Ao propor que as crianças escrevam os objetos citados pelo Lobo para enganar os cabritinhos na sequência em
que aparecem na história, favorece-se que elas retomem o texto de memória e pensem sobre como se escreve.
O que mais é possível fazer
Você pode propor outras situações de leitura, como por exemplo: leitura de títulos de histórias como Os três porquinhos e Os três lobinhos e o porco mau.
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|| T R I L H A S
Atividade 5
Escrever nomes com letras móveis
O
professor entrega às crianças, em grupos, um conjunto de letras
móveis para que escrevam o nome dos personagens da história
Os sete cabritinhos.
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar, para cada grupo, um conjunto de letras móveis (maiúsculas) contendo todo o alfabeto, garantindo a
repetição das letras que aparecem mais de uma vez nas palavras da atividade (duas letras C, R e I e três A, O e
B). Caso as crianças não conheçam esse material, é importante apresentá-lo.
Organização do espaço e das crianças
Essa atividade deve ser realizada em pequenos grupos. É importante que a sala esteja organizada de forma que
as crianças possam colaborar entre si.
Orientações para o professor
Contar às crianças que elas irão escrever com letras móveis os nomes dos personagens que aparecem na
história Os sete cabritinhos, como por exemplo: “Hoje vocês vão escrever o nome dos personagens da história Os
sete cabritinhos, usando letras móveis”.
Retomar oralmente com as crianças os nomes dos personagens.
Dizer às crianças que elas farão a atividade em grupos e entregar um conjunto de letras móveis para cada um deles.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar as
informações que
possuem, buscando
resolver a ordem
correta das letras.
Explicar ao grupo a proposta: “Primeiro vocês vão escrever ‘LOBO’, depois ‘CABRA’ e, por fim, ‘CABRITINHO’. Vocês
precisam achar as letras que serão usadas e decidir em que ordem colocá-las para formar cada uma das palavras”.
Circular entre os grupos oferecendo ajuda. Você pode perguntar quantas letras vão precisar, questionar com
que letra começa, bater palmas para segmentar as sílabas ou ainda indicar, por exemplo, que “CABRA” começa
da mesma forma que “CAMILA”.
Ajudar as crianças que demonstram dificuldades, fazendo perguntas que as façam pensar sobre as letras que
escolhem, encontrando soluções. A melhor ajuda que você pode dar numa atividade como essa é interpretar o
que elas escrevem, auxiliando-as a entender sua produção.
Verificar as
semelhanças e as
diferenças na
ordenação das
letras.
Pedir que as crianças leiam para você, conforme os grupos forem escrevendo as palavras. Sugerir que elas
leiam “com o dedo” para ver se encontram correspondência entre as letras e os sons das palavras, orientando
que consultem o livro para comparar as escritas. Estimular que os grupos discutam sobre os resultados a
que chegaram.
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HISTÓRIAS COM ENGANO
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nesta atividade seja muito difícil, você pode sugerir que as crianças leiam os nomes dos
personagens em uma lista e, em duplas, escolham um para escrever com as letras móveis. Depois, solicite que elas
leiam o que escreveram.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, você pode sugerir que escrevam, individualmente, uma
lista com o nome dos bichos usando lápis e papel.
O que as crianças podem aprender
Ao propor que escrevam nomes com letras móveis favorece-se uma escrita ainda mais analítica, porque as crianças colocam em jogo informações e hipóteses sobre quantas letras é preciso para escrever cada palavra e sobre
quais letras e em que ordem devem ser escritas.
Ao indicar que elas consultem o livro para verificar a escrita correta oferece-se a oportunidade de aprenderem que
há uma única forma de escrever e que há fontes escritas que podem ser consultadas para conferir a escrita correta.
O que mais é possível fazer
Como continuidade para esta atividade, pode-se aumentar, gradativamente, os desafios propondo outras escritas,
como pedir que as crianças escrevam as mentiras (dinheiro, chaves e sacolas) que o Lobo conta na história para
enganar os cabritinhos, com as letras móveis.
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| TRILHAS
Atividade 6
Ler partes da história
O
professor convida as crianças a ler a história Os sete cabritinhos
com ele. Propõe que as crianças leiam as falas dos cabritinhos e
assume a leitura das partes do narrador, da Cabra e do Lobo.
Roteiro de trabalho
Preparação
Treinar a leitura em voz alta para ler com as crianças.
Organização do espaço e das crianças
Essa é uma atividade coletiva. Para realizá-las, as crianças podem estar sentadas confortavelmente em um local
agradável (pode ser na sala, no pátio, embaixo de uma árvore, na grama).
Orientações para o professor
Apresentar às crianças a proposta de leitura compartilhada da história. Você pode dizer: “Hoje vamos ler novamente essa história, mas desta vez, vocês lerão comigo. Eu vou parar de ler sempre que os cabritinhos forem falar, e
quem lerá essa parte do texto serão vocês. Para ajudá-los, vou mostrando as ilustrações conforme leio”.
Propor às crianças que, antes de ler, elas lembrem quais partes se repetem na história. Você pode retomar os
principais diálogos e lembrar as atividades que já realizaram e que as ajudaram a perceber quais as partes que
se repetem no texto: “O que sempre acontece quando o Lobo tenta enganar os cabritinhos?”
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Retomar o texto
de memória e dar
continuidade
à leitura.
Explicar que, cada vez que chegar o momento de elas lerem, você irá interromper sua leitura e avisá-las; e, se
for necessário, também dará dicas do que está escrito.
Ler o início da história até o momento em que o Lobo bate na porta da casa dos cabritinhos. Parar a leitura,
mostrar o livro apontando onde está o texto e avisar as crianças: “Agora vocês vão ler o que o cabritinho pergunta
quando escuta o Lobo bater na porta”.
Seguir a leitura dessa forma até o momento em que você achar que as crianças já não precisam de tanta ajuda ou começam a ler sem você pedir.
Deixar as crianças perceberem e darem continuidade à leitura sozinhas quando observar que não precisam
mais de sua dica.
Ajudar as crianças, caso ainda seja necessário, apenas retomando o início do diálogo.
Falar sobre sua
experiência de
leitura em
voz alta.
Favorecer que as crianças conversem entre si, comentando a experiência de ler em conjunto. Você pode incentivar que contem o que foi mais difícil, o que foi mais fácil, como se sentiram lendo sozinhas etc.
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HISTÓRIAS COM ENGANO
Possíveis adaptações
Caso essa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode pedir que elas leiam apenas a primeira fala dos cabritinhos no diálogo com o Lobo.
Se o desafio proposto nessa atividade for muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que elas leiam as
partes em que os cabritinhos e o Lobo falam e você lê as partes da Cabra e do narrador.
O que as crianças podem aprender
Ao convidar as crianças a ler partes da história atentando para o apoio da ilustração e para a regularidade do
texto, favorece-se que elas leiam com autonomia.
Ao propor que as crianças conversem sobre a experiência de ler partes da história, possibilita-se que compartilhem vivências e ampliem o gosto pela leitura.
O que mais é possível fazer
São muitas as atividades que favorecem que as crianças conquistem autonomia na leitura. Você pode dar continuidade a esta proposta, variando as experiências das crianças e aumentando gradativamente o desafio. Seguem duas
sugestões:
Propor que elas leiam a história em grupos, cada criança deve ler um personagem da história, e uma ou duas
crianças devem ler as partes do narrador.
Propor que as crianças leiam a história em duplas, variando os personagens que cada criança deve ler.
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|| TT RR II LL HH AA SS
Atividade 7
Reescrever o fim da história
O
professor propõe às crianças que reescrevam a parte final da história Os sete cabritinhos. Para isso, antecipa e planeja com elas as
partes a serem reescritas. Depois solicita que as crianças ditem os trechos que serão reescritos.
Roteiro de trabalho
Preparação
Estudar a parte do conto a ser reescrita, tendo em vista os episódios principais:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
O CABRITINHO MAIS NOVO CONSEGUE SE ESCONDER
O LOBO DORME
A CABRA VOLTA PARA CASA E ENCONTRA O CABRITINHO MAIS NOVO
CABRA E CABRITINHO SAEM PARA O BOSQUE
CABRA TIRA OS CABRITINHOS DA BARRIGA DO LOBO
LOBO ACORDA E CAI NO RIO
CABRITINHOS VOLTAM PARA CASA
Organização do espaço e das crianças
Essa atividade é coletiva e todas as crianças precisam visualizar que o que ditam é o que está sendo escrito.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Recuperar o texto
de memória.
Orientações para o professor
Propor que as crianças façam a reescrita coletiva de apenas uma parte do conto. Você pode dizer: “Vamos
reescrever juntos o final da história, a partir do momento em que o Lobo consegue entrar na casa dos cabritinhos. O
que acontece mesmo? Vejam aqui nesta ilustração”.
Pedir que as crianças falem o que acontece: “Vamos primeiro contar o que acontece para lembrarmos bem. Depois vocês ditam e eu escrevo”.
Intervir caso perceba que as crianças precisam de ajuda para relembrar alguns episódios.
Ditar um texto
memorizado.
Convidar o grupo a ditar o texto, tentando se aproximar ao máximo da versão original, mas sem se preocupar
em copiar. Escrever o que as crianças estão ditando.
Aproximar-se da
linguagem utilizada
no livro.
Mostrar que existe a possibilidade de antecipar o melhor jeito de escrever. Se uma criança disser: “Aí ela encontrou o cabritinho. Aí eles foram atrás do Lobo”. Você pode dizer: “Será que no livro está contado tão rápido
assim? Vamos ver as ilustrações e relembrar do texto para depois escrever?”
Pensar nas possíveis
adequações ao
texto.
Ao finalizar a reescrita, reler o texto com as crianças, perguntando se elas acham que está bom ou se querem
fazer mais alguma alteração.
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HHI ISSTTÓÓRRI IAASS CCOOMM EENNGGAANNOO
Deixar que elas façam suas observações e mudar apenas o que as crianças solicitarem ou lembrarem.
Considerar que nesse texto podem aparecer algumas incoerências ou até mesmo faltar informações, mas que
serão retomadas na revisão (atividade seguinte).
Considerar também que as crianças não precisam ditar exatamente como está no livro, mas sim, incorporar os
principais episódios e algumas expressões ou falas de personagens que aparecem no texto.
Contar às crianças que você vai passar o texto a limpo para que depois elas revisem.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto se mostre difícil para algumas crianças, você pode sugerir que elas reescrevam a partir do
momento em que o Lobo cai no rio.
Se o desafio proposto parecer muito fácil para algumas de suas crianças, você pode indicar que elas reescrevam o
fim em pequenos grupos da seguinte forma: enquanto uma criança escreve as outras ditam.
O que as crianças podem aprender
Ao solicitar que as crianças ditem um texto, favorece-se que elas coloquem em jogo seus conhecimentos sobre
as marcas e características da linguagem escrita.
Ao participar de uma reescrita coletiva e planejar oralmente o que vão ditar para a professora, as crianças podem aprender alguns comportamentos de escritor e atentar para a estrutura da narrativa.
O que mais é possível fazer
Você pode dar continuidade a situações em que as crianças ditam um texto coletivo, variando o desafio: pode pedir que as crianças acrescentem novos episódios em que o Lobo tenta enganar os cabritinhos ditando os diálogos.
O que é possível fazer em casa
Cada criança pode levar uma cópia da reescrita coletiva para casa para ler com seus familiares.
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TTRRI ILLHHAASS
Atividade 8
Revisar coletivamente o texto produzido
O
professor convida as crianças a revisar o texto que foi produzido a
partir da história Os sete cabritinhos, com foco na ordenação das
ideias e nas possíveis lacunas ou incoerências.
Roteiro de trabalho
Preparação
Rever o texto escrito coletivamente e estudar as possibilidades de intervenção, tendo em vista as possíveis falhas
(considerando os detalhes que faltaram quando as crianças ditaram e a linguagem adotada). Escrever o texto na
lousa ou num cartaz.
Organização do espaço e das crianças
Essa proposta é coletiva e todas as crianças precisam estar diante do texto a ser revisado.
Orientações para o professor
Retomar o texto produzido anteriormente, relendo-o com as crianças. Você pode dizer: “Hoje vamos revisar o
texto que escrevemos: vamos ler para ver o que pode mudar e ficar melhor. Assim, poderemos colocá-lo no mural para
que outros colegas possam ler”.
Garantir que as crianças acompanhem as modificações que serão feitas.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Revisar o texto,
aproximando-o da
linguagem escrita.
Pedir, antes de iniciar a revisão, que elas vejam se todas as partes importantes do conto foram escritas e se a
ordem dos acontecimentos está correta.
Reler o texto em voz alta e selecionar um ou mais trechos em que as crianças resumiram muito uma parte da
história. Pedir que elas tentem melhorar o texto. Para isso, você pode ler para as crianças a parte a ser revisada
e dizer: “Como podemos melhorar essa parte de nosso texto?”
Ouvir o que as crianças têm a dizer e também sugerir que voltem ao texto para relê-lo e ter novas ideias.
Solicitar que elas ditem mudanças que devem ser realizadas no texto.
Identificar repetições
e marcas de oralidade
e pensar alterações.
Reler também os trechos com marcas da oralidade, como palavras repetidas que comumente são utilizadas na
fala, mas não na escrita de contos (“aí”,“então” etc.): “Vou ler essa parte do texto e quero que percebam se há palavras que se repetem, deixando a escrita com jeito de conversa”.
Solicitar sugestões de palavras para trocar todos os “aís” que se repetem, retomando algumas expressões
presentes no livro como “quando” e “então”, e pedir que as crianças os considerem para melhorar seu texto.
Ler, ao final, como ficou a versão revisada do episódio reescrito da história.
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HISTÓRIAS COM ENGANO
Explicar às crianças que você vai passar a limpo mais uma vez o texto e entregar uma cópia a cada uma delas.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto se mostre muito difícil para algumas crianças, você deve realizar a revisão de partes do
texto com um pequeno grupo de crianças enquanto o restante da sala faz outra atividade.
Se o desafio proposto parecer muito fácil para algumas crianças, você pode sugerir que elas assumam a liderança
da revisão coletiva, ajudando a localizar e até mesmo a reescrever algumas palavras.
O que as crianças podem aprender
Ao propor que as crianças ouçam o texto que elas mesmas escreveram para avaliar se falta algo, favorece-se que
elas se apropriem mais da estrutura da narrativa e da sequência de episódios da história.
Ao solicitar que participem de uma revisão, possibilita-se que as crianças aprendam um comportamento escritor: revisar o próprio texto.
Ao propor que reflitam sobre as melhores expressões e palavras ou substituam aquelas que se repetem, favorece-se que as crianças aprendam sobre a linguagem escrita dos contos.
O que mais é possível fazer
Propor que as crianças convidem parentes e colegas de outra sala para conhecer a reescrita que fizeram, assim
como todas as outras produções a partir desse conto.
O que é possível fazer em casa
Convidar os familiares e colegas da escola para conhecer e visitar o mural com todas as produções do grupo a
partir do conto Os sete cabritinhos. Nesse momento, algumas crianças do grupo podem recontar partes do conto
para alguns convidados, enquanto os outros apreciam as demais produções.
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TRILHAS
Créditos institucionais
TRILHAS
Iniciativa:
Instituto Natura
Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica
Realização:
Programa Crer para Ver, Instituto Natura
Desenvolvimento:
Comunidade Educativa Cedac
Ficha Técnica
Programa Crer para Ver, Instituto Natura
Coordenação:
Maria Lucia Guardia
Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura:
Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco,
Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão,
Marcio Picolo
Comunidade Educativa Cedac
Coordenação:
Beatriz Cardoso e Tereza Perez
Edição de texto:
Marco Antonio Araujo
Concepção do conteúdo e supervisão:
Ana Teberosky
Coordenação de produção:
Fátima Assumpção
Direção editorial:
Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz
Projeto gráfico:
SM&A Design/Samuel Ribeiro Jr.
Consultoria literária:
Maria José Nóbrega
Ilustrações:
Vicente Mendonça
Equipe de redação:
Ângela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori,
Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrícia Diaz
Revisão:
Ali Onaissi
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C122 Caderno de orientações : histórias com engano. – São Paulo, SP : Ministério da Educação, 2011.
24 p. : il. ; 28 cm. – (Trilhas ; v. 8)
ISBN 978-85-7783-070-1
1. Leitura (Educação pré-escolar). 2. Literatura infantil - Estudo e ensino (Pré-escolar). 3. Escrita Estudo e ensino (Pré-escolar). 4. Leitores - Formação. 5. Crianças - Linguagem - Aprendizagem. I. Série.
CDU 372.41
CDD 372.4
Índice para catálogo sistemático:
1. Rudimentos de leitura : Educação elementar 372.41
2. Literatura infantil : Estudo e ensino 087.5
(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)
“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU
TOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,
COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.”
D
O QUE É O PROJETO TRILHAS
esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir
para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa,
o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os
professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento
de competências e habilidades de leitura e escrita.
O Ministério da Educação (MEC), desejando implementar uma política pública, concluiu que a
metodologia e a estratégia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicações
concebidos e produzidos por esse projeto, são particularmente especiais e compatíveis com as diretrizes
do MEC.
Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à
leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se
por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria
do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.
Com o objetivo de promover a qualidade da educação nas escolas públicas do país, o MEC apoia e
distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura,
escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.
Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja
concretizada em nosso país.

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