Como anda a Leitura no Brasil? Infância de
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Como anda a Leitura no Brasil? Infância de
O jornal dos alunos da Escola Balão Vermelho para você Julho/2012 Quatro décadas de uma escola “Viva”! Em continuação às comemorações dos 40 anos do Balão o JB publica carta de pai de alunos que descreve o Balão como uma escola que continua fazendo a diferença. Sintam-se mais uma vez convidados a fazer parte desta festa na página 03 Como anda a Leitura no Brasil? Infância de Aprendizagens Sarau à moda antiga Os repórteres do JB investigaram como as professoras do Balãozinho fazem para responder as mais incríveis perguntas dos pequenos. Leia as páginas 04 e 05 e descubra. Repórteres do Balão entrevistam Maria Turma do quarto ano descobre como era a Antonieta Cunha, Secretária Executiva do diversão na época da colonização do Brasil e PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura), que reproduz em casa com as famílias. O faz uma “radiografia” da leitura no país. resultado? Até uma fábula contando a Página 08 experiência! Está imperdível! Página 11 Editorial 02 Página A trama do Currículo Quando falamos de currículo, pensamos em um formando e se constituindo, onde cada participante por vezes de maneira incompleta e confusa, e aos poucos, programa, metas, objetivos definidos, estágios, etapas, imprime sua marca, sua maneira de ser, de aprender e de cada um elabora a sua própria lógica. padrões, níveis, conteúdos, metodologias que estão se relacionar com o outro. É nesse sentido que parafraseio organizadas e que podem ser implantadas, de modo direto a diretora Iêda Brito “sempre temos um bolo, mas os sobre os alunos, ou seja, algo que está prescrito em um ingredientes são muito variados.” documento e será cumprido. A Escola Balão Vermelho, que assume o slogan: um mundo em transformação - uma escola em movimento nos convida a entendermos o currículo como algo que vai além de um documento. Considerar o currículo dessa forma é colocar os alunos como sujeitos, protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem. E nós, professores, assumimos o papel de criar alunos arquitetos de tramas na busca do conhecimento. Incentivamos nosso aluno a projetar, a se sendo tecido, construído no cotidiano. São redes de lançar, a seguir adiante... escolar. Dessa forma, praticamos juntos e, de diferentes modos, os múltiplos espaços e tempos da escola. fato que o colega narrou, de uma observação que o professor fez, de um pai que nos contou, de um livro que Partimos da ideia de um “currículo rede”, algo que vai saberes e fazeres que envolvem toda a comunidade A teia começa a ser tecida através de uma notícia, de um chegou ou de uma história que se desenrolou... Essa é uma escola em MOVIMENTO, cheia de possibilidades e oportunidades. Teias coloridas que se entrelaçam formando o que denominamos CURRÍCULO. Algo além do que podemos ver e pegar, que atravessa o concreto e o objetivo, algo que não conseguimos Organizamos um tempo flexível para construir as apreender em sua totalidade, mas podemos sentir, propostas. Buscamos apurar a nossa escuta e o nosso reinterpretar e viver intensamente. olhar para os alunos; permitimos que eles se lancem nas Acreditamos num currículo que é tecido no dia a dia da suas curiosidades e dessa forma, alimentamos o desejo escola, de algo que é real. Não vivenciamos um currículo de se envolverem com as questões problemas que eles único, mas inúmeros currículos redes, os quais vão se próprios se colocam. Eles buscam estabelecer relações, Juliana Fenelon Coordenadora do Fundamental Ana Luiza Braga 10 anos Expediente: Diagramação e Setor Gráfico : Escola Balão Vermelho Av. Bandeirantes, 800 - Mangabeiras [email protected] www.balaovermelho.com.br Marcelo de Oliveira Tel.: (31)3194.2400 Coordenação do Jornal Editora Chefe: Fernanda Pimenta RJP: 12.400/MG Professoras responsáveis: Cláudia Siqueira e Rosvita Kolb. Iêda Maria Luz Brito Edição: Julho de 2012 Direção Pedagógica: Iêda Maria Luz Brito Maria Elena Latalisa de Sá Maria Elisabete Lobato Agradecimentos: Beatriz Leite e Bárbara Coura Tiragem: 1.000 Alunos : Ana Luisa Diniz,Ana Ribeiro,Anna Luiza Albuquerque,Bárbara Bueno,Beatriz Dean, Bernardo Gazinelli,Carolina Marques, Clara Marra, Daniel Bastos, David Myssior, Felix Potter, Francisco Ferreira, Helena Soares, Isabela Souza, João Antônio Viola, João Pedro Zarife, Júlia Pimentel, Juliana Rodrigues, Laura Parreiras, Leo Galsgaard,Letícia Albuquerque, Lucas Furtado, Luiza Azevedo, Maria Luísa Tomich,Mariana Mendes, Paula Jacob, Pedro Cipriano, Pedro Alkmim, Rachel Garzedin,Rafael Leão. 40 anos do Balão 03 Página Na primeira reunião de pais do Infantil, Leninha Latalisa falou da comemoração dos 40 anos da Escola Balão Vermelho e das “ditaduras” que vivemos. Em resposta, ela recebeu uma carta do pai de dois alunos e o JB resolveu compartilhar com os leitores. Aproveitem! Cara Leninha, Me tocaram algumas falas durante a reunião de pais da turma do Antônio e por isso resolvi escrever alguma coisa sobre isso. Penso que são assuntos importantes, pois dizem respeito à encruzilhada entre a educação das crianças e a questão da diferença entre autoridade e autoritarismo. De que maneira o Balão, na figura de seus professores e todos os demais funcionários, associados aos pais dos alunos, pode exercer sua função de modo a transmitir regras e conhecimentos, preser vando, ao mesmo tempo, a singularidade de cada criança. Leninha iniciou falando dos 40 anos da escola e do nascimento da mesma nos anos 70, durante o período da ditadura militar. Contou de como o idealismo de algumas jovens educadoras conseguiu manter e fazer crescer, de uma maneira destoante do status quo do ensino da época, um Balão com menos de duas dezenas de alunos. Nesse momento pude perceber a diferença entre o tipo de ensino que pude escolher para meus filhos e ao que tive acesso quando criança, nesse período da história do Brasil. Fui um "excelente" aluno. Lembro-me de todos em fila, cantando o hino nacional e rezando a Ave Maria. Era aplaudido por ser obediente e seguir à risca o que era ensinado. Ia muito bem nos exercícios de "siga a linha pontilhada". E assim segui, com um ensino dissociado da realidade histórica e política do país e do mundo. Não havia espaço para a conversação e construção de uma autoridade respeitada, mas apenas para a temida. Puro reflexo da época. O problema apareceu quando era chamado a responder de forma crítica e criativa às demandas do outro, ao invés de apenas repetir e copiar. Optei por alguns bons anos de psicanálise para conseguir sair um pouco da linha. Respirar! Para poder enxergar, como nos mostra Antoine de Saint-Exupery em "O Pequeno Príncipe", em vez de um chapéu, uma jiboia que engoliu um elefante. Emocionei-me ao constatar que quando eu era criança havia um Balão que conseguiu sustentar uma diferença num meio homogeneizante, o da Ditadura Militar. Manter a chama da criatividade e da singularidade acesas. Como continua a fazer até hoje. Leninha, durante a reunião, nos lembrou também que a ditadura hoje é outra, "a do ter sempre mais", a do consumo. Uma ditadura sem generais, insidiosa, acéfala, sem limites. Contemporânea da queda dos ideais, da Igreja, do Estado, do Exército, da autoridade como um todo, inclusive a dos pais. No lugar dos decaídos, um imperativo de consumo, de estar sempre bem, sem defeitos, sempre sorrindo, sem erros. Tudo pode ser "resolvido" pelo consumo: de conhecimento, de compras, de viagens, de drogas (lícitas e ilícitas), etc, etc... Ponto em comum entre as duas ditaduras: falta de dialetização, de conversação e imposição de um modo de vida homogeneizante e sem pensamento, sem reflexão. Do excesso de limites ao excesso do "sem limites". O Anna Luiza Braga Clara Marra Helena Barros 10 anos autoritarismo continua de forma mais sutil e destrutivo. E o Balão continua fazendo a diferença, oferecendo um ensino sustentado por uma autoridade que consegue associar o desejo e a lei, ou seja, transmitir regras e conhecimentos levando em conta a individualidade de cada criança, seu modo e seu tempo para aprender. E isso só é possível para uma Escola se esta , ao contrário do imperativo , da "ditadura atual", aceitar "não ser perfeita", e mantiver um espaço para a conversação, como a reunião de pais e outros espaços onde as diferenças podem ser escutadas e discutidas. Assim não estaremos produzindo uma massa homogênea para o "mercado", ("eh, ôô vida de gado, povo marcado, povo feliz”), mas sujeitos singulares, aptos a se posicionar frente a este mercado de forma crítica e criativa. Faço votos para que o Balão continue neste caminho. Parabéns pelos 40 anos “vivos”. Abril de 2012 Ivan Vitova Junqueira Pai da Ana Luisa Junqueira, 7º ano e do Antônio Junqueira, 2º período Infantil 04 Infantil Página As questões dos pequenos Os repórteres do JB entrevistaram todas as professoras do Infantil e descobriram como são realizados os projetos de estudo das crianças menores. “Existem pesquisas que Antônio Junqueira 6 anos fazemos em curto prazo e que são resolvidas rapidamente, que não se tornam projeto, outras levam mais tempo se caracterizando como projeto”, é o que conta a professora Renata Vidal. Ela também explica que para selecionar um projeto ou tema de estudo as professoras utilizam diversas maneiras. Uma delas é estudar sobre o interesse das crianças, ou estudar o que as professoras propõem. Ela fala também que seus alunos de seis anos gostam muito de saber e entender sobre tudo o que acontece na vida deles, sobre o que eles leem nos livros e revistas, na rua, na televisão, nas conversas em família. “Eu percebo ao longo das aulas que alguns assuntos são mais frequentes como o espaço e os dinossauros'', cita Renata. Já Cláudia Rocha, mais conhecida como Claudinha, conta que uma pesquisa feita no Infantil destacou que nos baleia. A surpresa dela foi que muitas das crianças já que ela ainda vai crescer, mas que a “mudinha” estava tão últimos anos os animais foram sempre o tema de estudo e sabiam nomear e reconheciam os animais. E a pesquisa pequena que não a enxergávamos. E assim, diante de interesse dos alunos do Balãozinho. continuou a todo vapor, ela mostrou vídeos na internet de todas as questões, visitamos a “feirinha” de hortaliças animais no fundo mar e as crianças adoraram ver aquelas realizada pelo Assentamento Pastorinhas, na frente do E na sua turma deste ano, de um e dois anos, não poderia imagens em movimento na tela. “Uma família também Balão, e o atendente nos falou que tinha que colocar ser diferente, pois estudam sobre os peixes e o fundo do enviou um aquário com um peixe de verdade para morar esterco na terra e ver o prazo de validade das sementes, mar. Claudinha explica que o projeto ou estudo acontece a na sala e nós fizemos peixes de papelão e reproduzimos o coisa que a turma não fez, e, que com muita água, as partir do interesse da meninada. E, como eles são muito fundo do mar, feito de material reciclado, como garrafas sementes morriam”, explica Ana Cristina. A professora pequenos, ela tem que observar o movimento deles. “Na pets, na porta da sala”, comemora a professora. Cláudia conta que ao analisar todas estas “dicas” de plantio, minha sala tem uma caixa de animais de brinquedo e, todo conta também que o projeto não vai parar por aí, pois organizou outra roda de conversa e enviou um informativo dia as crianças pediam para pegar o peixe e o cavalo. Daí, convidou a meninada da Nicole para montarem um para que os pais dos alunos acompanhassem o projeto. eu percebi o interesse das crianças pelos peixes, e aquário de materiais reaproveitáveis junto com sua turma. “Agora, replantamos sementes novas e, desta vez, vamos comecei a trazer imagens, depois mandei um informativo ver se nasce alguma coisa”, espera a professora. do estudo para casa e nisso a mãe da aluna Laura Cabral Nicole Peixoto, professora da turma de dois anos, fala que mandou um livro sobre o fundo do mar”, conta Claudinha. A na sua turma não é diferente, pois o estudo acontece pela Em entrevista, a diretora do Infantil, Leninha Latalisa, professora explica que a partir daí também levou imagens demanda dos alunos e a observação da professora. “ Um explica em detalhes como funciona o processo dessa de outros bichos marinhos, como o cavalo-marinho e a aluno trouxe um jornal com a notícia de um jogador de jornada dos estudos e projetos. “O tema a ser estudado ou futebol machucado, daí cada vez que algum colega se pesquisado geralmente é escolhido pela professora machucava na sala, ele mostrava o jornal. E depois disso, levando em consideração as dúvidas e questões dos o futebol, os uniformes dos times, entre outros, virou tema meninos. Entretanto, uma questão muito importante de um de estudo”, conta. projeto é a formação do aluno, pois na medida que o Lívia Galsgaard 4 anos A professora das crianças de dois e três anos, Ana Cristina Schiavo, diz que para realizar um projeto com a sua turma, ela escuta as conversas dos alunos, as discussões e as ideias. Depois de escutar tudo isto, eles fazem uma roda de conversa para discutir sobre o assunto, como aconteceu há pouco tempo. Ao ouvir os comentários que a meninada fazia sobre as sementes na hora do lanche, eles decidiram plantá-las na horta da escola do jeito que sabiam, mas infelizmente as mudas não cresceram. Diante disso, cada criança discutiu sobre o porquê deste fenômeno acontecer. “Um aluno me disse que ele acha que choveu demais e a planta não cresceu; o outro falou projeto se desenvolve as crianças vão buscando informações, relacionando aquilo que já sabem para aprender, e as informações são trazidas pela professora e de casa.Leninha acrescenta que quando uma curiosidade das crianças não vira projeto é porque não houve a necessidade de aprofundar no assunto, mas muitas vezes isso serve para partir para outros assuntos que as crianças não tenham entendido. Clara Marra Felix Potter, Júlia Pimentel e Laura Araújo. 5º ano. Com a palavra o professor 05 Página Os projetos de estudo no Infantil A nossa intenção ao propor determinado projeto para as Nesse momento, essas crianças, tão pequenas já crianças não é simplesmente que aprendam conteúdos, conversavam sobre quais dessas fontes inspiravam mais mas que tenham a oportunidade de assumir um papel ativo segurança. E até concluíam: “A Internet nem sempre fala a na busca de respostas para suas inquietações. Os verdade”. conteúdos surgem de acordo com o interesse e são abordados de forma significativa. É importante deixar claro que a lógica do professor não é imposta. À medida que as crianças formulam perguntas e Durante uma pesquisa, as crianças têm a chance de elaboram hipóteses, nós intervimos, de forma que eles questionar, comparar informações e estabelecer relações possam avaliar suas próprias ideias. com sua própria experiência, sendo esta sempre valorizada. Os pequenos são convidados a falar sobre suas ideias e sempre têm novidade para contar! Nesse trabalho, a professora não pode decidir todos os encaminhamentos, porque os passos são definidos de forma coletiva a partir das questões apontadas pelas crianças durante o processo. Algumas vezes, o projeto muda de foco, quando o interesse dos alunos é ampliado e o tema é modificado. A professora precisa estar atenta às questões levantadas, pois são elas que darão pistas aos caminhos que devemos seguir. Durante uma pesquisa nós criamos condições para que as crianças lidem com diferentes visões sobre um mesmo Durante uma pesquisa, as crianças vivenciam ricas experiências e a professora também aprende e se envolve junto com elas! Meus alunos de 5 e 6 anos, do turno da tarde, desde o início do ano, conversaram sobre alimentos saudáveis. E à partir de uma discussão em roda, definimos o nosso tema de pesquisa: Alimentação. – “ A fruta tem vitamina, por isso é bom comer fruta”. –“ Tem coisa que não é bom de comer, porque tem muito açúcar”. Depois disso, as crianças trouxeram diferentes materiais assunto. Um exemplo disso foi quando a meninada de –“Ma s o chocolate tem açúcar e é saudável”. “ Onde você cinco anos queria saber quantos ossos existem dentro do leu isso? O chocolate não é saudável”. nosso corpo. E ao explorar, com a nossa ajuda, as diferentes fontes que elas mesmas trouxeram para a sala de aula, deparamos com informações divergentes. Nicole Borrelli 5 anos Veja um pouco dessa conversa: para buscarmos respostas às questões que levantaram. Para registrar o que aprendemos, propus uma tarefa –“A gente pode estudar e descobrir um tanto de comida diferente: construir uma pirâmide alimentar de papelão e boa para a gente comer”. fazer os alimentos em dimensões maiores usando jornal. Com participação da nossa ajudante Jéssica, amassamos Ana Laura Bahia 5 anos jornal, moldamos e pintamos. No final, todos ajudaram a guardar os alimentos no lugar certo e agora podem brincar com eles! A próxima questão levantada pelo grupo, foi “ Por onde a comida passa?”. E a partir dessa investigação o projeto foi sendo ampliado e ganhou um novo nome: “Corpo Humano”. Durante toda a pesquisa, as crianças tiveram oportunidade de consultar livros, revistas, jornais, visitaram o laboratório da escola e receberam o médico Alexandre, pai da aluna Bruna, para tirar dúvidas. Também fizeram trabalhos de arte, participaram de jogos e até construíram um jogo da meninada, que ganhou o nome de “Restaurante Maluco”. Assim, elas continuaram abordando o mesmo tema, o que contribuiu para que cada criança, com suas características individuais, pudesse compreender melhor o assunto e atuar. Bárbara Coura Professora do Infantil 06 Notícia Página Reescrita no Balão Neste semestre, a turma da Virgínia Peret, do segundo ano, fez um trabalho de reescrita do clássico O Lobo e os Sete Cabritinhos. O JB entrevistou a professora Virgínia para saber como foi esse trabalho. Ela conta que escolheu um conto de fadas porque os meninos já conhecem a história e assim fica mais fácil fazer a reescrita. E explica que como eles já têm esse texto garantido, apenas se preocupam com a linguagem que vão usar para colocar a ideia no papel. “Quando vamos escrever um texto temos que pensar no que escrever e em como escrever e quais são as melhores palavras. Isso tudo junto é muito difícil para as crianças pequenas, não é mesmo?”, questiona a professora. Virgínia ainda explica que, com a ajuda dela, as crianças Eduardo Cambraia 7 anos percebem a importância de escrever um texto legível, bonito e coerente para que o leitor da história entenda e aprecie o que o autor quer dizer. A professora afirma também que escolheu três versões diferentes desta história para fazer a leitura para as crianças. O objetivo da leitura é as crianças analisarem as palavras que o autor usou e trocá-las por outras para não repetir os mesmos termos e também as melhores formas Virgínia conta que colocou cartazes na sala com essas uma versão com os alunos e em seguida pede que eles palavras que se referem ao lobo, para que as crianças as façam cenas de acordo com a história. “Outro dia assisti a utilizem na hora da escrita. “É impressionante como eles uma dessas cenas que o grupo tinha que mostrar o utilizam este material para melhorar sua escrita. E barrigão do lobo... foi muito divertido!'',comemora Virgínia. escrevem em dupla para que um possa ajudar o outro dando ideias e até na ortografia de palavras”, relata a professora. Para a professora do segundo ano o maior ganho é aprender a escrever um texto com qualidade, usando boas versões como modelo. de começar, desenvolver e terminar as histórias. “Assim o Lobo pode ser o malvado, o animal, a fera, o fracassado e Para Virgínia outra ajuda importante é a da Sandra assim por diante”, cita Virgínia. Rancanti, professora de dramatização. Sandra também lê Bernardo Gazzinelli e Daniel Moreira 5º ano Amizades Você já viu na TV aquelas explosões magníficas aonde cientistas “malucos” fazem experiências científicas, químicas, entre outras? Os repórteres do JB descobriram que aqui no Balão, as turmas do terceiro e quarto anos fazem o papel de em quatro grupos acompanhados por um adulto. “Antes de Bárbara acrescentou também que esse é um momento “cientistas” e os repórteres cobriram com exclusividade o realizarmos a experiência com a turma tomamos o cuidado muito rico para os dois grupos trocarem ideias , pois antes que aconteceu nessas experiências. de fazermos sozinhas para checar se funciona mesmo de realizar a experiência as crianças levantam hipóteses como está escrito na revista. Depois fazemos com os sobre o que pode acontecer. Depois, têm a oportunidade alunos para comprovar”, fala Kátia. de comprovar ou não, suas ideias. E com essa interação As professoras Bárbara Coura, do terceiro ano, e Kátia Mendonça, do quarto ano, revelaram mais sobre as fazem também novas amizades. experiências.“Nós usamos revistas atuais da CHC Na opinião dos alunos, essas experiências são muito (Ciência Hoje das Crianças) para escolher as boas. É o que conta Alvaro Fiuza, de nove anos. “Eu acho Mas não se preocupem, as experiências são seguras e a possibilidades de experiências”, contam. as experiências legais porque elas nos ensinam muita escola não vai explodir! física. A que eu mais gostei foi a da vela que atrai água”, Kátia explica que a ideia de fazer essas experiências com conta o aluno. as crianças surgiu porque os alunos do terceiro e quarto anos são assinantes da revista Ciência Hoje e toda edição da revista traz uma experiência. “Então, nós, professoras e as tutoras, tivemos a ideia de fazer essas experiências em sala de aula em vez de acontecer em casa, como sugere a revista, porque na sala temos mais oportunidades de discutir as experiências”, explica Kátia. Ela fala também que para a realização da atividade as professoras juntaram as turmas do terceiro e do quarto ano e dividiram Thomas Maciel 9 anos Anna Luiza Braga, Bárbara Bueno Letícia Ferreira e Helena Barros 5º ano 07 Notícia Página Um ano de desafios Os alunos do quinto ano, pela primeira vez, têm três preparação para o Colégio Mangabeiras, é como se A professora Lina trabalha as expressões aritméticas com professoras. Carolina Alvarez , mais conhecida como Lina, estivessem experimentando um pouquinho do que será o o quinto ano e diz que este trabalho ajuda muito em todas professora de matemática,Cláudia Siqueira ,professora sexto ano”, completa Iêda. as contas, e isso requer muito estudo dos fatos e atenção. de português, e Fernanda Pimenta,professora de mídia e jornalismo. De acordo com os alunos são muitas novidades em um ano só; as novas dinâmicas de aula, novos desafios e muito mais para casas. Os alunos do quinto ano dizem que agora está muito mais difícil do que antigamente, porque têm três professoras ao invés de Espionagem. Nele, as crianças têm que criar uma história desvendar o mistério. O primeiro capítulo já foi feito pela professora e os alunos continuam a história. Já Fernanda Pimenta desenvolve o Projeto “O que é organizar os deveres e mantê-los em dia. Lixo?” em parceria com a coordenadora Juliana Fenelon realmente é diferente dos outros anos. “O maior impacto para essa turma é ter três professoras, mas isso já é uma 5º ano. de suspense onde se deve deixar o leitor à procura de uma e conteúdos diferentes. Para eles, ainda é desafio De acordo com Iêda Brito, diretora da Escola, o quinto ano Beatriz Zeh Dean, Luiza Godoi, Pedro Cipriano e Rachel Garzedin Neste semestre, Cláudia Siqueira trabalha com o Projeto e as professoras de arte Rosvita Kolb e Bia Leite. Fernanda conta que esse projeto surgiu a partir das Sophia Brum 9 anos notícias sobre a Rio+20. Olhar para a Cidade O Jornal do Balão descobriu que a turma do segundo ano Porto Alegre e conheceu um projeto chamado Cartografia observem muito e com atenção. E eu acredito que desenvolve o Projeto Cidades. A professora Ana Amélia da Infância, que tem objetivo criar um portal na internet que podemos aprender a observar melhor o que nos cerca e a Turra conta que assim as crianças têm a oportunidade de mostre a cidade de Porto Alegre a partir do olhar de alunos ter um novo olhar em relação àquilo que já estamos descobrir mais sobre Belo Horizonte. de escolas públicas e privadas da cidade. acostumados a ver. E isso faz parte da arte e do ensino da O JB investigou como é feito este trabalho e onde tudo Então Ana Amélia, Rosvita e a também professora de arte, começou. No início do ano, Ana Amélia estava com Beatriz Leite juntaram suas ideias e colocaram seu projeto De acordo com Rosvita o intuito é a cidade funcionar como vontade de propor um projeto sobre Belo Horizonte para os na estrada! educadora e se tornar um ateliê aberto, assim as crianças seus alunos conhecerem melhor a cidade onde vivem. Ana Amélia explica o porquê da parceria com as Rosvita Kolb,professora de arte, conta que também já professoras de arte. “Para que as crianças conheçam tinha vontade de fazer este projeto desde quando foi a melhor a cidade em que vivem, é interessante que elas arte” relata Ana. têm oportunidade de conhecer ou até mesmo revisitar lugares da cidade onde moram. Já Beatriz, mais conhecida como Bia, explica que as três professoras fizeram um passeio pela cidade e chamaram atenção das crianças para as estátuas da Avenida Afonso Pena, para o Maria Eduarda Soares 8 anos Edifício Acaiaca, para a Praça da Estação e a do Papa. “Aproveitamos a oportunidade da saída e procuramos também as intervenções de um grupo de São Paulo, chamada “Aqui bate um coração”, cita Bia. Ela explica que o projeto paulistano propõe exatamente o que estão trabalhando no Balão, um olhar diferenciado para as estátuas e monumentos da cidade colocando esculturas de corações em miniatura nestas obras. Os alunos contaram sobre o que já aprenderam com o projeto, o que mais gostam e o que ainda querem saber. Laura Alkmim, de sete anos, falou que gosta muito das praças e das esculturas, principalmente da Praça da Liberdade. Já Igor Toledo, também de sete, disse que quer conhecer e aprender o nome das praças de Belo Horizonte. Ele acha interessante essas estátuas que ficam nas praças, e gosta muito da Praça do Papa. Ana Ribeiro Alvarenga, Ana Luísa Mechetti, Bárbara Moreira, Pedro Alkmim Rocha. 5º ano. Entrevista 08 Página Entrevista A convite do Jornal do Balão, a Secretária Executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), Maria Antonieta Cunha, conta através de entrevista sobre a importância do seu trabalho no Ministério da Cultura, o PNLL, que visa levar a leitura a milhões de brasileiros que ainda não têm acesso ao livro. Jornal do Balão: O que é PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura)? Bernardo Gazzinelli e Pedro Cipriano 10 anos Maria Antonieta Cunha: Este Plano cria uma lei em torno do livro e da leitura. E quando você cria uma lei, nem o Prefeito, ou o Governador, e nem o Presidente da República podem desmanchar essa lei. Então o que acontece, entra governo sai governo, entra prefeito, sai prefeito, a lei do livro continua a existir. Então é obrigatório que haja um recurso para comprar livro, para construir bibliotecas, que se tenha cursos para que os professores fiquem mais ligados à leitura. Dessa maneira, como agora se tem um plano geral, não é mais como era antigamente, se mudava o governo, começava tudo de novo, do zero, e cada escola, cada grupo tinha a sua própria política. Agora tudo funciona de uma maneira mais geral. E eu sou a pessoa responsável por criar uma maneira de todas as pessoas lerem no Brasil. JB: Nem sempre o livro chega a todos no Brasil. O que tem sido feito para melhorar isso? MAC: Os brasileiros geralmente não leem nem sequer um livro por trimestre, às vezes nem um livro no ano. Então o governo brasileiro achou que era importante criar formas MAC: Não é bem assim. Eu estou vindo à escola Balão uma atuação na educação e na cultura. E os dois de todo mundo ler. E essa forma de trabalhar a leitura e Vermelho porque é um caso especial para mim, é um caso Ministérios analisam nomes, o currículo das pessoas e conseguir que todo mundo leia está no Plano Nacional do de amor meu, aqui em Belo Horizonte. A função principal escolhem. E foi assim que o Ministério da Cultura e o Livro e Leitura. do Plano é falar com os Governos, Prefeituras, com Ministério da Educação me chamaram para ser a Conselhos de biblioteca, de Economia. Ou seja, com Secretária do Plano. JB: E há quanto tempo que você trabalha nele? aquelas pessoas que podem influenciar na criação desta JB: E como é o seu trabalho no PNLL? MAC: O Plano começou em 2005, e de alguma forma eu política do livro. Eventualmente você vai à escola, você sempre trabalhei nele, porque nos cargos que tive, sempre conversa com editoras, isso varia muito. A ideia do Plano é MAC: O que eu faço não é ligado a nenhum partido trabalhava essencialmente com a leitura. Em 2011, eu que cada estado e cada município no Brasil tenha o Plano político. O que eu faço é definir uma política para o livro, ou passei a ser a Secretária Executiva do Plano, que quer do Livro e Leitura. Por quê? Porque é assim no Brasil. seja, um conjunto de ações que o governo quer implantar dizer que sou a pessoa responsável por desenvolver no Então se entrar um novo Governador, ou Prefeito, eles com relação à leitura. Quando se fala que o Plano faz a Brasil as formas de criar essa possibilidade da leitura para costumam não dar nenhuma atenção a tudo que foi política não quer dizer que o plano é de um partido ou que todo brasileiro. E agora, além desse trabalho com o PNLL, decidido pelo governador ou pelo prefeito anterior, aí depende de estar atrelado a um político. eu tenho uma outra função no Ministério da Cultura, que é começa tudo de novo, do zero. dirigir um grande departamento que se chama Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca. É essa Diretoria que executa o Plano e define ações importantes para a leitura no Brasil. JB: Vocês viajam e visitam escolas conversando com os professores, fazem cursos e aí levam livros? JB: Como surgiu o convite para você trabalhar com o PNLL? JB: O que você acha que pode ser feito para que todos tenham acesso aos livros? MAC: O PNLL se preocupa com isso. Ele o tempo todo MAC: Digamos que o Plano Nacional do Livro e Leitura é trabalha com prefeitos e com governadores para que nas um órgão ou uma instituição que junta o Ministério da cidades cada vez mais existam bibliotecas. Porque quem Educação e o Ministério da Cultura. Então para alguém não pode comprar livro pode pegar emprestado na dirigir o Plano Nacional é preciso que essa pessoa tenha biblioteca. Então há uma grande preocupação de Entrevista 09 Página multiplicar as bibliotecas no Brasil. E vocês sabem que há para crianças. Eu só escrevo para professores e sempre Rossi que é um Best Seller. Mas o Best Seller pode ser muitas escolas no Brasil, mais de 100 mil, que não têm faço pesquisa ou escrevo como eles podem desenvolver o também um livro muito bom. O que a gente tem que fazer é biblioteca. Vocês acreditam? Pois há. No Brasil, que é gosto da leitura nos seus alunos. É uma tentativa de o ler o Best Seller, se quiser, mas ler também os livros que considerado um país muito rico, que tem uma economia próprio professor ser melhor leitor. Esse é o meu assunto não chegam a essa lista de mais vendidos, e normalmente muito forte, não se pode imaginar uma escola sem preferido. Eu tenho certeza que não tenho talento para os melhores livros não chegam à categoria de Best Seller. biblioteca! Então nós trabalhamos no sentido de haver escrever literatura. Porque é preciso ser artista da palavra mais bibliotecas públicas e mais bibliotecas dentro das e eu não sou. Eu acho que eu consigo falar bem com escolas. Mas também nós temos um plano de baratear o professores e escrever para eles. E dar essa contribuição MAC: Eu prefiro que a gente não fale em ensinar literatura, preço do livro. Porque se você fizer uma média, o livro é de ajudar o professor a ser um melhor leitor. O talento para porque antes de mais nada, o que o Balão faz é criar a caro se você pensar no quanto ganha um trabalhador escrever literatura foi todo para o filho! oportunidade para o seus alunos entrarem em contato brasileiro. Ele ganha bem pouco, por volta de 650 reais, um salário mínimo. Com 650 reais de salário não sobra para comprar um livro. Então a gente está criando uma porção de projetos de barateamento de livro. E o livro vai custar JB: No Balão os alunos leem desde muito pequenos. Mas também leem muitos Best Sellers. O que você pensa disso? JB: O que acha do jeito do Balão ensinar literatura? com muita literatura, com muito autor e com muitas formas importantes de trabalhar com a literatura. O que o Balão faz muito bem é colocar a literatura na vida das crianças. As crianças daqui gostam da literatura, e isso é o principal em muitos programas, no máximo 10 reais. Aí, já dá para MAC: Não tem problema! A pessoa pode ler Best Sellers e porque gostando de literatura a criança vai virar jovem, e comprar; se o livro passar de 40 para oito reais já ajuda é importante porque estes muitas vezes viram filme, estão depois adulto gostando de ler. É sobretudo pela literatura muito, não é? E é também uma forma de fazer com que o na televisão, e além disso não deixa de ser também uma que as pessoas criam o gosto de ler e depois vão ler pela livro chegue a todo mundo. Mas vocês sabem que tem leitura. O que a gente não deve é só ler Best Sellers. vida inteira. Eu sempre digo que uma das escolas que eu gente que tem uma biblioteca enorme em casa e não lê de Porque a literatura brasileira é muito rica, mas raramente conheço, no Brasil, que melhor trata o livro é exatamente o jeito nenhum? A média da leitura dos brasileiros é de um livro da literatura brasileira está na lista dos mais Balão Vermelho. menos de dois livros por ano! vendidos (Best Sellers). Este tipo de publicação JB: Como é feito o trabalho com os mediadores? normalmente é um livro estrangeiro, mas também pode ser brasileiro, como por exemplo, o livro do Padre Marcelo MAC: Vocês sabem que professores são mediadores de leitura, ou seja, eles ajudam outras pessoas a se aproximarem do livro e da leitura. O professor faz um trabalho entre o livro e o aluno. O mediador é a pessoa que ajuda outras a se aproximarem e a gostarem do livro. Uma coisa importante que esse Plano faz é criar muitos cursos de mediadores de leitura. A gente prepara melhor os profissionais para que eles tenham a capacidade de levar o livro para outras pessoas que podem ser crianças, podem ser pessoas que estão presas, podem ser pessoas que estão nos hospitais, pode ser nas fábricas. Porque nesses lugares muitas vezes a leitura é muito difícil, porque não há livros. Essas pessoas que gostam muito de ler, vão ao presídio ou à fábrica e leem para outros que não sabem ler, ou fazem teatro, contam histórias, enfim, ajudam essas pessoas a descobrirem essa leitura como alguma coisa boa para a vida delas. JB: Por isso é que você escreve livros de formação para professores? MAC: Vocês sabem, cá entre nós, que há professores no Brasil que não gostam de ler. Imagina! Existe até bibliotecário que não gosta de ler! Não é o caso da Sônia, daqui do Balão, que eu conheço muito bem e sei que adora ler. Então se um bibliotecário, ou um professor não gosta de ler, essas pessoas não têm condição de levar a leitura para os seus alunos ou pessoas que frequentam as bibliotecas. Então tem que dar curso mesmo, conversar, criar um jeito de esses adultos entenderem a importância da leitura e de gostarem de ler. JB: Você já pensou em escrever livros literários? MAC: Eu tenho um filho que escreve histórias e poesias Helena Barros 10 anos Por Ana Luisa Diniz, Isabela Souza, Juliana Rodrigues e Laura Araújo 5º ano. Notas 10 Página Os Jogos Internos existem desde que a escola foi fundada. Nos anos anteriores as medalhas eram todas iguais, A cada ano eles são organizados de forma diferente, mas independentemente da classificação da equipe. sempre com o mesmo propósito; conhecer novas pessoas, fazer amizades, aprender a trabalhar em equipe e aprender a ter espírito competitivo. Neste ano eles aconteceram de 23 a 27 de abril, na Escola Balão Vermelho, com muitas novidades, como o xadrez, a dama, bolinha de gude, e zênite polar. Os recreacionistas Rafael Pinheiro e Nilva de Sales e Olavo Malta contam que escolheram esses jogos para exercitar também o cérebro e o pensamento, e não somente o corpo. Rafael também conta que a divisão dos times foi feita pelos próprios recreacionistas. “A separação é feita de acordo com o potencial das crianças, para o time não ficar nem fraco e nem muito forte”, explica o recreacionista. Durante os cinco dias de competição as crianças participaram dos jogos com muita alegria e diversão. Letícia Ferreira 9 anos Carolina Maranhão, Francisco Ferreira, Lucas Vieira e Rafael Leão. 5° ano Outra novidade foram as medalhas; “ouro, prata e bronze”. Festa Junina: 100 anos de GONZAGÃO Há cerca de cinco anos a Festa Junina do Balão é Muitos alunos do Balão afirmam que organizada pelo professor de música Flavio Fonseca, com gostam deste evento e principalmente a ajuda dos professores. O JB conversou com alguns das comidas típicas. deles para saber mais sobre o assunto. Alguns alunos que já são veteranos na De acordo com o Flavio, a Festa Junina não foi tão escola acreditam que este ano foi diferente dos outros anos. “Porque sempre que a gente faz diferente. “Nunca fui tão fã de Festa algo, queremos melhorar ainda mais, para não perdermos Junina, mas este ano foi muito legal, as coisas boas que nós já fizemos. Mas este ano, o Brasil mesmo não gostando muito de dançar comemora os 100 anos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, e com meninos”, fala Carolina Maranhão, fizemos uma homenagem a ele durante o festejo, por isso de 10 anos. Já alguns alunos do quarto a festa foi muito especial, principalmente o repertório que ano não se importam tanto com o foi todo de Gonzagão”, fala Flavio. De acordo com o desafio de dançar com os colegas. “Eu professor de música, a ideia de escolher Luiz Gonzaga é amo dançar. Principalmente com por ele ser o Rei do Baião e o mais importante divulgador meninos”, explica Sofia Brun, de 9 anos. da música nordestina. As danças foram organizadas pelas Este ano, como já aconteceu em anos anteriores, a Festa professoras e cada turma escolheu uma Junina foi na ASBAC , no bairro Serra, pois lá tem um ou duas músicas do Gonzagão. espaço agradável. Vítor Magalhães, de 9 anos, disse que Já o professor de teatro Manuel Bylaardt preparou os aprendeu sobre Luiz Gonzaga e que ele alunos do quinto ano para fazer bonito na festa. As levou a música do Nordeste para o crianças fizeram um casamento na roça, aplicando as Brasil inteiro. Já Sofia Brun disse que técnicas de improvisação que aprenderam durante o aprendeu que ele tinha uma sanfona semestre e escolheram a música Boiadadeiro para dançar branca que não funcionava, mas já forró, porque é uma música de Luiz Gonzaga bastante conhecia a música Asa Branca. conhecida. Manuel afirma que ama o Gonzagão, porque o seu ritmo é bom e empolgante. “O importante é principalmente a confraternização dos alunos, professores, e da comunidade.”, fala Manuel. David Myssior,Isabela Souza,Maria Luísa Tomich e Paula Jacob 5º ano Mariana Givisiez 10 anos Opinião 11 Página Sarau Os alunos do quarto ano da tarde desenvolvem um novo projeto, desde março deste ano, com fábulas e saraus para melhorar a escrita. A professora deles, Cínthia de Paula, escolheu dois livros de fábulas. Um recontado por Monteiro Lobato e outro pela Ruth Rocha. De acordo com a professora é muito importante a escolha de bons autores para ter como referência. Cínthia leu um livro que falava sobre o tempo da colonização do Brasil e contou sobre o “lazer” da época. Assim ela explicou que o Sarau era a alternativa de distração. Eles conversaram e decidiram fazer um sarau no início de maio, cada um em sua casa, no final de semana. Fizeram também convites e um “cardápio de fábulas” onde cada convidado poderia escolher a fábula que queria. Depois, os pais e parentes escreveram depoimentos. Os pais do Gabriel Chaimowicz fizeram o comentário no formato de uma fábula. Confiram o sucesso do Sarau! Letícia Ferreira 9 anos Em uma bela e ensolarada manhã de domingo, uma criança lia fábulas para seus pais. O programa havia sido preparado cuidadosamente, com muita antecedência. Os pais ouviam com muita atenção e interesse: - “Então o ladrão deu um pedaço de carne suculenta e macia...”. - “Um belo e trágico dia...” ser vintém”. A mãe respondeu: Os textos, redigidos de maneira clara e sequenciada e a entonação fabulosa, conduziam os ouvintes através de um mundo distante. O universo do menino também se revelava nos animais coloridos e animados que povoavam o caderno. - “Isto mesmo! E todas as histórias têm começo, meio e fim”. O Sarau de Fábulas tornou aquele domingo inesquecível. O caderno entrou para a lista de preciosidades da família. Moral da história: Então o pai se ajeitou no sofá e disse para a mãe: - “Estou gostando muito da riqueza de adjetivos; são sempre criativos e oportunos”. Mais vale um vovô lendo histórias toda quinta-feira de manhã, que um “Nintendo S” ligado na telinha todo dia. Flávio e Silvia Pais do Gabriel Chaimowicz - “Quem nasce para dez réis nunca vai os casa d a n u tece s !!Acon ! o s s muita s o e m c a u c s o um ! Col rau foi rentes a a são! S p o s s o tr expres u Nos a o t i e u s m tio om om os leram c s E o d avós, c o t bulas. ee á t f n s e i a b e entr o am ito velas n tervalo n i o foi mu a , v a a v i c t r icia va ma pela in de chu s n u é a b p ara Um idas! P l m a r fo ula todas Ana Pa i rett legal! riana P a M e Luana Mãe da Adorei! Adorei a ideia, o capric ho do ritas, o c caderno para a le onvite p , as itura e a ara o Sa e r a v u, a pos olução grata su da pont tura rpresa. uação. F oi tudo uma fábulas bem esc Mãe da Ana Pau la Daniela Belezia Carta do Leitor 12 Página Alunos queridos há muitos e muitos anos Precisei escrever imediatamente para agradecer esse presente que recebi de vocês. Francisco Ferreira 10 anos Oi Laura e Anita! Eu também sinto saudades! Mas agora vocês fazem teatro e têm outros desafios. Inclusive o desafio de crescer, ser grande e enfrentar coisas novas. Apesar de parecer que as oficinas são mais para o público infantil, acreditam que até os adultos se envolvem? É faz de conta. É de mentirinha. Mas é feita por gente que quer se divertir. Isso é pura verdade. Faz bem e não tem idade, concordam? Carol e Pedro, vocês também são muito divertidos! Eu estou, de verdade, sempre aprendendo um pouco mais nesses encontros. Fico pesquisando suas ações, reações para tentar criar algo novo. Vejam só! Concordo com você que dá pra esquecer os problemas da vida, pois eu sempre os esqueço quando estamos juntos. Eles são como os capítulos das histórias, acabam levando a gente ao encontro de um final. Que de vez em quando pode até ser feliz, não é? Saber que alguns alunos sentem “emoção e felicidade”, é muito bom! Eu é que estou emocionada e feliz com essa reportagem. Que belas professoras vocês tem! Com ou sem histórias, vocês sempre dão um show de alegria, entusiasmo, interação, competência e até atuação. Por que não? Ai, ai, ai... Clara Marra! Vocês são mesmo muito especiais na minha vida! Saber que nosso trabalho traz algum tipo de transformação é como receber um prêmio por ter cumprido a profissão escolhida. Quanto à magia, Iêda... Saiba que você tem muito a ver com isso. Afinal você sabe que tentamos fazer sempre algo mais, algo “além” daquilo para o qual fomos contratadas, não é? E nas entrelinhas dessa nossa longa história, você, Leninha e Bete sempre me deixaram livre para saber usar alguma varinha mágica qualquer, escondida em algum canto desse Balão. Sempre desconfiei que ela está com as crianças. Oi, Luiz Felipe! Fico contente com esse seu comentário que as aulas de dramatização não são apenas pura diversão. – O que já seria muito bom, você não acha?- pois até ajudam a enriquecer o vocabulário, como você disse. Com tantas histórias lidas, repetidas, dramatizadas, comentadas e curtidas, a gente acaba encontrando outros significados para tanta trama, tramóia, drama e comédia vivida. E você,Gabriel ! Tocou num ponto que é um dos meus objetivos nas oficinas e que é algo que para mim tem a marca do Balão: a interação entre os colegas. Conhecer alguém que a gente já conhece, mas às vezes nem conversa ou brinca junto em outros momentos. Na oficina, acaba se encontrando para combinar as cenas e pode fazer amigos. Como muito bem disseram o Ian Brito e o Gabriel Myssior, a dramatização ajuda a conviver melhor com os colegas. Agradeço de coração a Anna Luiza Braga, Daniel Moreira, Juliana Rodrigues e Luiza Godoy do 5º ano que assinaram essa reportagem tão bem feita e que tanto mexeu comigo. Também a Bárbara Castro, Anna Luiza e Luiza Azevedo pelos desenhos com detalhes tão verdadeiros dos nossos encontros fantásticos, dramáticos, engraçados e recheados de tanta disponibilidade para a criação e realização de fantasias com gostinho de “quero mais”. Anna Luiza Braga 10 anos “Professora querida há mais de 40 anos...” Me dá vontade de rir e chorar ao mesmo tempo sem nenhuma máscara da comédia ou da tragédia,mas com a responsabilidade de saber que “dia de Sandra”é mais um dia no dia a dia de todos vocês. Parabéns à Fernanda, Claudinha e todos os responsáveis por mais este JB. Beijos Sandra Rancanti 17/05/12