Cefalometria - teste

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Cefalometria - teste
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CEFALOMETRIA RADIOGRÁFICA
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da Ortodontia, esta especialidade da Odontologia
era mais mutilante do que reabilitadora, uma vez que o tratamento resumiase na extração pura, muitas vezes sem uma mecanoterapia adequada ou com
a utilização de uma mecânica bastante rudimentar, própria da época. Edward
Hartley Angle, nascido na Pennsylvania, em 1855, influenciou
profundamente o desenvolvimento da Ortodontia nos Estados Unidos e no
mundo. Este desenvolveu diversas técnicas e tipos de aparelhos para a
correção das más-oclusões, com uma filosofia revolucionária “não
extracionista”, baseada na expansão dos arcos, bastante drástica, o suficiente
para não admitir sob nenhuma hipótese, a extração de dentes com finalidade
ortodôntica. O único meio vigente de documentação científica que Angle
dispunha constituia nos modelos de gesso, que articulados davam origem a
primeira classificação morfológica, puramente “oclusionista” das másoclusões idealizada por Angle.
Com o passar dos tempos, Angle foi ganhando muitos adversários que
aceitavam a possibilidade de extrações dentárias. Calvin Case,
contemporâneo de Angle, preocupado com o posicionamento final dos
dentes em relação ao complexo craniofacial e com o crescimento final do
indivíduo, reconhecia que em determinados casos clínicos as extrações de
dentes eram um procedimento imprescindível.
Ainda nesta época despontava nos meios ortodônticos as fotografias
de frente e perfil em preto e branco, ganhando espaço no diagnóstico
ortodôntico, como instrumento da avaliação das proporções faciais nas
dimensões frontal, vertical e sagital.
Diante da complexidade dos problemas ortodônticos, a Ortodontia
carecia ainda de um meio que possibilitasse ao clínico relacionar diretamente
os dentes com o restante do complexo craniofacial.
Autores como Van Loon (Holanda) e Calvin Case (USA), se
preocuparam em se estabelecer relações entre os dentes e as demais
estruturas do complexo craniofacial mediante a cefalometria pura. Com o
emprego de máscara faciais orientadas segundo o plano de Frankfurt e de
modelos articulados encaixado nestas máscaras, almejavam um meio de
diagnóstico tridimensional que evidenciasse a relação dos arcos dentários
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com a face nas três dimensões do espaço. Estas máscaras faciais constituíam
a reprodução da face do paciente pelo método de impressão e vazamento
subsequente com o gesso. Felizmente esse método foi logo abolido em
função do incomodo e mão-de-obra que acarretava para o paciente e
profissional.
Antes da invenção do cefalostato em 1931, alguns pesquisadores
como Paul Simon, o argentino Carrea, Dreyfus e Izard lançaram mão da
radiografia cefalométrica com finalidade ortodôntica, porém sem
padronização.
Em 1925, Broadbent começou a trabalhar com o craniostato
desenvolvido por Tood, em 1920, tentando elaborar um dispositivo que
mantivesse a cabeça do paciente fixa, portanto, reproduzível nas diversas
tomadas radiográficas, uniformizando as telerradiografias.
O ano de 1931 foi considerado um marco histórico na evolução da
Ortodontia como ciência, uma vez que Broadbent (EUA) e Hofrath
(Alemanha) aperfeiçoaram o método do cefalostato, possibilitando a
padronização das telerradiografias em norma lateral, muito importantes para
os estudos de crescimento e desenvolvimento craniofacial.
Dois tubos de Raios-X completam Cefalostato. Um é fixado
lateralmente (para telerradiografias de norma lateral) e outro atrás (para
telerradiografias de norma frontal – póstero-anteriores), ambos a uma
distância determinada de 5 pés (1,52 m). Os dois tubos de raio X são
acomodados de tal modo, para que os raios centrais se cruzem em um ângulo
reto num ponto central do “dispositivo cefalométrico”.
Incontável é o número de pesquisadores que, após a invenção do
cefalostato, contribuíram de modo expressivo, para que a cefalometria
tomasse um impulso considerável em dois campos: o primeiro, apresenta-se
como o aprimoramento dos procedimentos técnicos radiográficos, com a
finalidade de melhorar a nitidez da imagem radiográfica (tecidos duros e
moles), permitindo uma avaliação bastante precisa e confiável das condições
esqueléticas, dentárias e tegumentares de uma telerradiografia; o segundo
campo diz respeito a diversas análises preconizadas com vistas ao
diagnóstico ortodôntico e planificação do tratamento. Esta melhoria técnicocientífica induziu os clínicos a usufruírem de todos os benefícios
proporcionados pela cefalometria radiográfica, que hoje, incontestavelmente,
constitui um método auxiliar no diagnóstico e no planejamento dos casos
tratados ortodonticamente, inseparável do acervo ortodôntico.
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APLICAÇÕES DA CEFALOMETRIA NA ORTODONTIA
1. Estudos de crescimento e desenvolvimento craniofacial;
2. Diagnóstico de anormalidades;
3. Comparações das alterações ocorridas antes, durante a após o
tratamento;
4. Método auxiliar no planejamento dos pacientes ortodônticos;
5. Direção de crescimento dos maxilares;
6. Comportamento espacial dos maxilares;
7. Relação do perfil ósseo e perfil mole;
8. Avaliação do espaço nasofaringeo.
TELERRADIOGRAFIA EM NORMA LATERAL
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A telerradiografia ou radiografia à distância fornece simultaneamente,
as imagens da estrutura óssea, dentária e tegumentar, sem deformação e sem
aumento apreciável. A telerradiografia pode ser obtida em norma lateral
(perfil) e em norma frontal (póstero-anterior). A que normalmente
empregamos para o diagnóstico e planejamento ortodôntico é tirada de
perfil. Sobre ela são delineados os chamados “cefalogramas”, para
possibilitar a interpretação cefalométrica. O caráter específico da
telerradiografia cefalométrica refere-se a preocupação da ortodontia em
manter estáveis as condições nas quais as mesmas são obtidas, a fim de que
as sucessivas telerradiografias de um mesmo paciente possam ser
superpostas com uma grande margem de precisão.
Uma telerradiografia aceitável deve reunir algumas características
essênciais, mencionados abaixo:
1. Evidenciar uma boa imagem radiográfica das estruturas esqueléticas,
dentárias e tegumentar do complexo craniofacial;
2. A linha do perfil deve manter um certo paralelismo com a margem
direita do filme;
3. A área compreendida entre a sela túrcica e o ponto Násio (N) deve se
situar a igual distância das margens laterais do filme;
4. O limite anterior do nariz deve guardar uma distância aproximada de
2cm da margem direita da telerradiografia, assim como o limite inferior
do mento ósseo deve guardar uma distância de cerca de 3cm da margem
inferior da telerradiografia;
5. Os dentes devem estar em oclusão. Não é raro as vezes em que o
paciente é radiografado com a mandíbula em posição de repouso.
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CEFALOGRAMA
Uma vez obtida a telerradiografia delinearemos sobre ela o
“cefalograma”, a fim de que nos permita fazer medições lineares e
angulares, para ser utilizada como um método auxiliar no diagnóstico e no
planejamento ortodôntico. Portanto, o cefalograma nos oferece um conjunto
de grandezas craniofaciais, a partir de telerradiografia, nas quais podemos
firmar a planificação da mecanoterapia. O cefalograma se compõe em duas
partes principais: o desenho anatômico e os traçados de orientação.
perfil mole
desenho anatômico
dentes
estrutura óssea
Cefalograma
linhas
traçado de orientação
grandezas
lineares
e
angulares
planos
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AS NOSSAS MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS
O desenho anatômico (perfil mole, estruturas ósseas e dentes), deve
ser realizado em um papel tipo ultraphan ou papel vegetal, com uma
lapiseira 0,5mm, com o auxilio de negatoscópio em uma sala escura,
permitindo uma visualização das estruturas anatomoradiológicas de
interesse.
Algumas estruturas são encontradas com relativa facilidade, podendo
ser traçadas com precisão e destreza, porém existem outras que exigem uma
certa cautela, mesmo para profissionais experientes. Uma seqüência lógica
deve ser obedecida no traçado do desenho anatômico de tal forma que
nenhuma estrutura seja omitida. Outro fator importante é que as estruturas
laterais, diferentemente das estruturas situada no plano médio sagital, com
freqüência projetam imagens bilaterais. Neste caso traçamos uma linha
imaginária que represente o contorno médio entre as duas imagens.
1 - Perfil Mole:
Inicia-se na altura do osso frontal, ao nível superior da glabela, e se
prolonga inferiormente até a mandíbula, completando o contorno do mento.
Por questão de estética, o perfil deve ser retratado por uma linha
contínua única, evitando-se a quebra ou a sobreposição da mesma. Quando
impraticável, pelo menos levá-las para áreas dissimuláveis como: base do
nariz com lábio superior e linha média de união dos lábios.
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2 - Sela Túrcica:
Corresponde a cavidade ou fossa onde se encontra alojada a glândula
pituitária (hipófise). Situa-se na parte média da base do crânio, no osso
esfenóide. Para o seu traçado delineamos a linha radiopaca que contorna o
processo clinóide anterior; a fossa em seus limites anterior, inferior e
posterior, e o processo clinóide posterior. Pela sua nitidez na telerradiografia
e relativa estabilidade durante os surtos de crescimento, esse componente
anatômico da base craniana média transforma-se num referencial
cefalométrico importante tanto para as grandezas cefalométrica de inúmeras
análises, como para as superposições de telerradiografia de um mesmo
paciente obtidas em épocas distintas.
3 – Sutura Fronto-Nasal:
Demarcação desses ossos inicia-se na metade inferior da glabela,
interrompe-se na região da sutura entre este osso e os ossos nasais (espaço
equivalente ao ponto cefalométrico násio) e prossegue inferiormente
contornando o limite dos ossos nasais em toda a sua extensão.
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4 - Borda Póstero-Inferior das Órbitas:
Na telerradiografia lateral denota o espaço da linha radiopaca que
demarca os limites orbitários em seu contorno posterior e inferior. Na
realidade, a linha radiopaca posterior retrata a margem lateral da cavidade
orbitária na face. Representam uma das regiões mais difíceis de serem
visualizadas em virtude da órbita ser uma estrutura lateral e par, e
dificilmente essas estruturas se sobrepõem na tomada de uma
telerradiografia lateral.
5- Fissura Pterigomaxilar:
Retrata a região anatômica conhecida como fossa pterigomaxilar. O
traçado dessa estrutura acompanha a linha radiopaca que delimita o limite
posterior do tuber e o limite anterior do processo pterigóide do osso
esfenóide. Conferindo-lhe um semblante comparável a uma gota d’água
invertida.
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6 - Meato Acústico Anatômico (Pório Anatômico):
Por se situar numa região bastante radiopaca (porção petrosa do osso
temporal) sua visualização torna-se um pouco comprometida. Chamamos
atenção para que não desenhe o pório-metálico, estrutura do cefalostato
(aparelho).
7 - Maxila:
A interpretação radiográfica dos traçados das bases apicais, ou seja: a
maxila e a mandíbula, são extremamentes importantes, pois, baseados em
seu tamanho, morfologia e posicionamento espacial chegaremos a um
diagnóstico e prognóstico ortodôntico e definiremos a planificação do
tratamento, se ortopédico, ortodôntico ou cirúrgico.
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O traçado da maxila se compõem em três linhas: a linha do assoalho
da fossa nasal, abóbada palatina e o perfil alveolar anterior.
Assoalho da fossa nasal: é representado por uma linha horizontal que
parte da espinha nasal anterior e se prolonga posteriormente até alcançar a
espinha nasal posterior. Geralmente esta linha sofre solução de continuidade
do forame incisivo.
Abóbada palatina: constitui o limite ósseo posterior da cavidade bucal. É
representada por uma linha de cavidade inferior que vai da espinha nasal
superior até o limite cervical do osso alveolar.
Perfil alveolar anterior: corresponde a linha radiopaca mais anterior da
maxila. Estende-se inferiormente da espinha nasal anterior, até o limite
cervical da crista alveolar. Em ocasiões esporádicas a metade superior desta
linha não se define com nitidez sendo seu contorno delimitado
aleatoriamente tomando como referência a maior profundidade da curvatura
e a espinha nasal anterior.
8 – Mandíbula:
Apresenta uma imagem radiográfica bastante nítida em sua totalidade,
de tal forma que possamos definir a sua morfologia e conseqüentemente, o
padrão de crescimento mandibular. No entanto, embora seja imprescindível
essa interpretação da mandíbula no cefalograma, nos restringimos a traçar o
suficiente para obtermos as grandezas cefalométricas lineares e ângulares
que empregamos clinicamente.
O contorno da sínfise é traçado desde a cortical da crista alveolar,
descendo numa linha sinuosa e contornado toda a sínfise até atingir o lado
interno da mesma, onde levamos a linha até o quanto podemos visualizá-la
radiograficamente. Depois de traçada a sínfise passamos para a base da
mandíbula, a qual inicia-se no ponto mais inferior do contorno do mento
prossegue em direção posterior, contorna o ângulo mandibular e acompanha
a linha radiopaca que delimita o contorno posterior do ramo e por final o
desenho do processo condilar.
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9 – Dentes:
Por intermédio da telerradiografia conseguimos avaliar a posição
ântero-posterior (sagital) e vertical dos dentes anteriores, representados pelo
traçado dos incisivos centrais superiores e inferiores, e posteriores,
representados pelo traçado dos primeiros molares superiores e inferiores,
com relação ao restante do maciço craniofacial.
10 – Incisivos Centrais Superiores e Inferiores:
Consiste em delinear o contorno anatômico da coroa e raiz desses
dentes. Os limites das coroas, quase sempre bem evidentes, permitem o
desenho sem dificuldades. Por outro lado, as raízes apresentam maior
dificuldade para a sua localização. Por motivo de estética, preconiza-se o uso
do “Template” para o traçado dos dentes, porém, todo o cuidado deve ser
tomado para se respeitar o contorno incisal e vestibular, bem como a correta
inclinação axial dos incisivos.
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– Dentes Posteriores:
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São representados pelo traçado dos primeiros molares. O primeiro
molar é o preferido no traçado pois além de constituir um elemento chave
para classificação de Angle, recebe toda força da ancoragem que aplicamos.
Ao contrário dos incisivos centrais, na maioria das vezes as imagens das
coroas não estão nítidas em virtude da superposição das imagens dos dentes
do lado oposto e restaurações de amálgama, tomando-se o maior cuidado em
traçar perfeitamente a distal e oclusal do molares.
A base para o traçado correto dos detalhes que constituem o desenho
anatômico, bem como para a subseqüente localização dos pontos
cefalométricos, consiste num sólido conhecimento de anatomia radiográfica
craniofacial, associado a uma telerradiografia de boa qualidade e muita
atenção e cuidado no contorno das imagens radiográficas. Concluído o
desenho anatômico, primeira parte do cefalograma, contamos com um
conjunto de estruturas que nos define a morfologia esquelética dentária e
tegumentar num mesmo desenho. Conseguimos então através da
cefalometria, aquilo que pesquisadores tentaram incessantemente por vários
anos, ou seja: procurar analisar juntamente o perfil mole suportado pelo
perfil esquelético e dentário no intuito de isolar qual a parte ou partes que
contribuem para o desarranjo dentomaxilofacial.
DESENHO ANATÔMICO CONCLUÍDO (PRIMEIRA PARTE DO CEFALOGRAMA)
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DEMARCAÇÃO DOS PONTOS CEFALOMÉTRICOS
Ponto S (sela):
Foi usado inicialmente na crâniometria em 1918, por Schuller, como
o centro da sela túrcica e pode ser definido cefalometricamente como o
ponto médio da concavidade óssea da sela túrcica. Pela sua relativa
estabilidade e localização na base craniana média, é tido como ponto de
referência central na sobreposição de traçados cefalométricos.
Ponto N (násio):
Como o ponto S, este ponto veio diretamente da craniometria onde era
definido como a intersecção da sutura internasal com a sutura frontonasal.
Na cefalometria ele é definido como o ponto mais anterior na linha de união
do osso frontal com os ossos próprios do nariz. É interessante relembrar que
o traçado do perfil anterior do osso frontal com os ossos próprios do nariz é
interrompido exatamente neste ponto da sutura para facilitar a localização do
ponto N.
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Ponto Or (orbitário):
Ponto mais inferior da margem infraorbitária. Em conseqüência da sua
localização já foi encontrado na literatura como cognome de ponto
infraorbitário. Geralmente as margens órbitas não estão superpostas na
telerradiografia, nestes casos o ponto Or será intermediário entre os limites
inferiores das órbitas.
Ponto Po (pório):
Ponto mais superior do meato acústico externo, devido a sua
localização torna-se um pouco difícil sua identificação e geralmente
apresentam superposição de imagem; imagem dupla, tendo necessidade de
se desenhar a estrutura mediana.
Ponto A (subespinhal):
Usado inicialmente por Dows em 1948, é o ponto mais profundo da
concavidade anterior do maxilar, entre os ponto ENA (espinha nasal
anterior) e próstio ou alveolar superior (ponto mais anterior e inferior do
rebordo alveolar e o osso basal), razão pela qual é bastante influenciável
pela movimentação ortodôntica dos incisivos. Pode ser determinado da
seguinte maneira: com uma régua centrada no ponto N, gire até roçar a
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superfície mais posterior da concavidade anterior da maxila. Com um
lápis de ponta afiada marque o ponto A.
Ponto B (supramentoniano):
Definido como seu predecessor craniométrico, é o ponto mais
profundo da concavidade anterior da mandíbula, entre os pontos Pog
(pogônio) e infradentário ou alveolar inferior (ponto mais anterior e superior
do rebordo alveolar inferior. Craniometricamente situa-se entre os incisivos
centrais). É considerado o ponto limítrofe entre o osso alveolar e o osso
basal, sendo alterado pela movimentação ortodôntica dos incisivos
inferiores, porém em menor intensidade que o ponto A. Pode ser
determinado da seguinte maneira: com uma régua centrada no ponto N,
gire até roçar a superfície mais posterior da concavidade anterior da
mandíbula. Com um lápis de ponta afinada marque o ponto B.
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Ponto Pog (pogônio):
Encontrado na literatura com variadas abreviações (PG, POG, Pg, Po,
P), retrata o ponto mais proeminente do mento ósseo. Pode ser determinado
da seguinte maneira: com uma régua encontrada no ponto N, gire até
roçar o mento ósseo. Com um lápis de ponta afinada marque o ponto
Pog.
Ponto Go (gônio):
Representa o ponto mais inferior e mais posterior do contorno do
ângulo goníaco, definido teoricamente como o ponto médio entre os pontos
mais inferior e mais posterior do contorno do ângulo goníaco. É
determinado pela bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda
inferior do corpo da mandíbula e outra tangente à borda do ramo
ascendente. Onde a bissetriz cortar a mandíbula temos demarcado o
ponto Go.
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Ponto Me (mentoniano):
Ponto mais inferior do contorno da sínfise mentoniana. Geralmente
ponto de confluência da margem inferior da sínfise com a linha da base
mandibular.
Ponto Gn (gnátio):
Representa o ponto mais inferior e mais anterior do contorno do
mento, definido teoricamente como o ponto médio entre os pontos mais
inferior e mais anterior do contorno do mento ósseo. É determinado pela
bissetriz do ângulo formado pela linha NP (linha facial) e pela linha da
borda inferior do corpo da mandíbula (plano mandibular GoMe); onde
a bissetriz deste ângulo cortar a sínfise temos o ponto Gn.
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Ponto P’:
Ponto proposto por Interlandi para traçado da linha I. Onde a linha
NA o assoalho das fossas nasais, temos o ponto P’.
Ponto E (eminência mentoniana):
Ponto localizado na sínfise mentoniana, diferenciando-se teoricamente
do ponto Pog pela sua conceituação, pois enquanto o Pog é um ponto
anatômico, o ponto E é um ponto cefalométrico determinado
geometricamente. Modo de localizá-lo: sobre o plano mandibular
(GoMe)desliza-se uma perpendicular até tocar o ponto mais anterior da
eminência mentoniana; este corresponde ao ponto E que dependendo da
morfologia mandibular, poderá ou não coincidir com o plano Pog.
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Esses pontos descritos distribuem-se pelas estruturas
esqueléticas, se situando na plano médio sagital como: sela (S), násio (N),
A, B, pogônio (Pog), mentoniano (Me), gnático (Gn), eminência
mentoniana (E), P; ou ainda situando bilateralmente, como: orbitário (Or),
pório (Po), gônio (Go).
Associados aos pontos cefalométricos no tecido duro dispomos
de inúmeros pontos no tecido mole, dos quais demarcaremos apenas três
pontos necessários para a realização do nosso traçado cefalométrico.
Ponto Ls (lábio superior):
Ponto localizado na região mais anterior do lábio superior.
Ponto Pog’(pogônio mole):
Ponto mais anterior do contorno do mento mole.
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Ponto D :
Porção central da sinfise mentoniana.
Ponto ENA:
Espinha Nasal Anterior. Ponto mais anterior do palato duro
no plano sagital.
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Ponto ENP:
Espinha Nasal Posterior. Ponta mais posterior do palato duro.
Ponto Sn (sub nasal):
Ponto localizado na junção de base de nariz e início de lábio superior.
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PLANOS E LINHAS DE ORIENTAÇÃO E REFERÊNCIA
Os pontos que acabamos de descrever permitem o traçado de planos e
linhas que servem de orientação na análise cefalométrica. Com os distintos
planos e linhas formam-se as grandezas lineares e ângulares, cujas medidas,
quando confrontadas com os dados normativos pré-estabelecidos,
determinam a normalidade ou anormalidade das partes estudadas, com
finalidade de estabelecer o diagnóstico cefalométrico e contribuir para a
planificação do tratamento.
O termo “plano” será empregado toda vez que são implicado três ou
mais pontos cefalométricos para traçá-los. Destacam-se três planos que
compõe nosso cefalograma padrão: o plano horizontal de Frankfurt, o
plano oclusal e o plano mandibular. O termo “linha” designará todo o
segmento de reta traçado a partir de dois pontos cefalométricos.
Linha SN:
Linha que passa pelos pontos S e N, situados no plano mediosagital e
na base do crânio Desfrutam, portanto da primazia de serem facilmente
detectados na telerradiografia e de estarem numa região de relativa
estabilidade, ou seja, sofrem alterações pouco apreciáveis durante o
crescimento em relação as estruturas faciais. Em virtude dessa relativa
estabilidade serve muito bem como linha de referência para relação espacial
das estruturas faciais quando estas são relacionadas com a base do crânio. A
linha SN corresponde ao limite comensurável superior do cefalograma.
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Plano horizontal de Frankfurt :
Os pontos de referência são: o ponto Po (pório anatômico) e o ponto
Or (orbitário). O traçado vai da margem esquerda até a linha H (perfil
mole).
Plano Oclusal:
Existem vários planos oclusais na literatura cefalométrica, o nosso
plano oclusal adotado, inicia-se tomando o ponto que se encontra na incisal
do incisivo central inferior, passando pelo ponto médio da oclusal médio da
superfície de intercuspidação dos primeiros molares.
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Plano Mandibular:
Representação da base da mandíbula, por meio de uma linha que corta
2 pontos na extremidade posterior da base e outro representado o extremo
anterior. Na literatura existem três planos mandibulares que são: plano
mandibular GoGn (Reidel e Steiner), régua tangente as bordas
inferiores do corpo da mandíbula (Downs), e o que é mais utilizado por
nós GoMe, que também é utilizado por Tweed na construção de seu
triângulo e por Interlandi para o traçado da linha I.
Linha NA:
Linha que une os pontos N e A. Inicia-se no ponto N sem tocá-lo, e é
levado cerca de 5mm abaixo da borda incisal superior.
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Linha NB:
Linha que une os pontos N e B. Inicia-se no ponto N sem tocá-lo,
prossegue inferiormente passando pelo ponto B até alcançar o ponto
mandibular.
Linha ND:
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Linha SGn (eixo Y de crescimento):
Linha que une os pontos S e Gn. Inicia-se no ponto S sem tocá-lo, e se
estende obliquamente em direção ao ponto Gn. Findado-se um pouco antes
de alcançar o molar superior.
Longo Eixo dos Incisivos Centrais Superiores:
É a linha que segue o eixo longitudinal do incisivo central superior.
Os pontos de referência são os pontos médios da borda incisal e do ápice
dentário. Inicia-se cerca de 5mm abaixo da incisal terminando no plano de
Frankfurt.
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Longo Eixo dos Incisivos Centrais Inferiores:
É a linha que segue o longo eixo dos incisivos centrais inferiores. Os pontos
de referência são os pontos médios da borda incisal e o ápice incisal. Está
limitado entre os planos mandibular e o de Frankfurt.
Linha H (Holdaway):
Linha utilizada para análise do tecido mole. Corresponde a uma
tangente a área mais saliente do tecido mole do mento (Pog’) e a área mais
anterior do perfil do lábio superior (Ls) Essa linha é traçada do plano
mandibular à linha SN.
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Linha I:
Corresponde ao segmento de reta de cerca de 1cm que corta o plano
oclusal. Delineada a partir dos pontos P’ e E.
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GRANDEZAS CEFALOMÉTRICAS
Inteirado o desenho anatômico e os traçados de orientações, nos
deparamos com o cefalograma, que nos permite à medição das grandezas
cefalométricas. Denominamos de GRANDEZAS CEFALOMÉTRICAS
todos os valores lineares e angulares medidos sobre o cefalograma.
É oportuno frisar que em cefalometria não se define nada apoiado em
uma grandeza apenas. Cada grandeza deve ser confrontada com as demais
para possibilitar uma interpretação mais coerente com o padrão morfológico
do indivíduo. As grandezas foram divididas em grupos distintos conforme o
esquema montado a seguir:
A) Perfil Esquelético e Relação
das Bases
SNA 82o
SNB 80o
ANB 02o
SND 76o
B) Padrão do Esqueleto Cefálico
Oclusal.SN
14o
GoGn.SN
32o
Gn.Sn
67o
Mx.SN
07o
C) Arcos Dentais X Bases Apicais
1.NA
22o
1-NA 04mm
1.NB
25o
1-NB 04mm
P-NB
1.1
131o
E)Análise Comparativa
ANFH
O
PNFH
-4mm
FH.Md
Mx.Md
FH.Mx
26o
28o
02o
1.PlMax
1-AP
1.PlMd
1-AP
110o
05mm
95o
02mm
F) Análise Complementar
1-Linha I
-1mm
wits
-4mm
D) Perfil Mole
H-NB
H-Nariz
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PERFIL ESQUELÉTICO E RELAÇÃO DAS BASES
1. Ângulo SNA:
Ângulo formado pela intersecção das linhas SN e NA, nos define a
disposição ântero-posterior da maxila, representada pelo ponto A, em
relação a base do crânio (linha SN).
2. Ângulo SNB:
Ângulo formado pela intersecção das linhas SN e NB, este ângulo nos
define a disposição ântero-posterior da mandíbula, representada pelo ponto
B, em relação a base do crânio (linha SN).
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3. Ângulo ANB:
Ângulo formado pelas linhas NA e NB, representa a diferença entre os
ângulos SNA e SNB, estabelece a relação ântero-posterior entre a maxila e a
mandíbula através do ponto N.
PADRÃO DO ESQUELETO CEFÁLICO
1. Ângulo Plano Oclusal.SN:
Como os pontos de referência do plano oclusal são mandibulares
(plano oclusal mandibular), este ângulo dentário representa um fenômeno
dentário similar a grandeza esquelética definida pelo ângulo GoGn.SN.
Define a posição da mandíbula, na sua parte mais superior, o plano oclusal,
em relação a base do crânio.
14º
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2. Ângulo SN.GoGn:
Ângulo formado pela linha SN e o plano mandibular GoGn. Esse
ângulo elucida o comportamento da base mandibular em relação a base do
crânio, o que significa dizer o tipo de crescimento facial predominante, se
horizontal ou vertical, ou, ainda uma indicação da relação entre a altura
facial anterior e altura facial posterior.
3. Ângulo Sn.Gn:
Ângulo formado pela intersecção das linhas SN e SGn. Define a
resultante vetorial de crescimento anterior e inferior da mandíbula.
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4. Ângulo SN.Mx:
Ângulo formado pelo plano maxilar (linha que une a espinha nasal
anterior com a posterior) e a linha SN. Determina o posicionamento da
maxila em relação a base do crânio no sentido de sua rotação (horário e anti
horário).
ARCOS DENTAIS X BASES APICAIS
1. Ângulo 1.NA:
Ângulo formado pela linha do longo eixo do incisivo superior com a
linha NA. Determina o posicionamento, quanto a inclinação (para vestibular
ou palatino) do incisivo superior.
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2. Distância 1-NA:
Maior distância da coroa dos incisivos superiores que ultrapassa a
linha NA. Determina o posicionamento, quanto a protusão e retrusão do
incisivo superior.
3. Ângulo 1.NB:
Ângulo formado pela linha do longo eixo do incisivo inferior com a
linha NB. Determina o posicionamento, quanto a inclinação (para vestibular
ou lingual) do incisivo inferior.
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4. Distância 1-NB:
Maior distância da coroa dos incisivos inferiores que ultrapassa a linha
NB. Determina o posicionamento, quanto a protusão e retrusão do incisivo
inferior.
5. Distância P-NB:
Distância linear mensurada do ponto Pog a linha NB. Determina a
quantidade de mento. Os trabalhos mostram que em cada faixa etária há uma
mensuração: início da dentadura mista (P-NB = 0,5mm), dentadura
permanente completa (P-NB = 1,5mm) e após a adolescência (P-NB =
2,5 mm), variando um pouco devido ao sexo.
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6. Ângulo Inter-Incisivos:
Ângulo formado pelas linhas do longo eixo dos incisivos superior e
inferior. Não devemos tirar conclusões apenas com este ângulo. O ângulo de
cada um deles com suas respectivas linhas, NA e NB, nos mostra onde está o
desvio.
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ANÁLISE COMPLEMENTAR
1. Distância l – linha I:
Pequena linha que corta o plano oclusal funcional, passando pelos
pontos P’ e E. Determina a posição ântero-posterior da borda incisal do
incisivo central inferior em relação a mandíbula e a maxila.
2. Distância Wits:
Formado por uma perpendicular ao plano oclusal, passando pelo ponto
A e uma perpendicular passando pelo ponto B. Determina a relação intermaxilar.
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ANÁLISE FACIAL
1. Distância H-Nariz:
Corresponde a distância perpendicular à linha H e a parte mais
afastada da ponta do nariz. Se a linha passar tangente a borda do nariz é
nula, se passar a frente é negativa e se cortar o nariz é positiva.
2. Ângulo násio-labial:
É o ângulo formado por uma linha tangente a base do nariz e outra
formada pela linha que vai de LS até Sn (sub-nasal). É a medida que varia
muito com o posicionamento do incisivo superior.
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