Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

Transcrição

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
M U N I C Í P I O
D E
M E L G A Ç O
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA
CONTRA INCÊNDIOS
CADERNO II
Informação de base
MELGAÇO
15 de Dezembro de 2006
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
ÍNDICE
1- ENQUADRAMENTO ....................................................................................................... 7
2-CARACTERIZAÇÃO FÍSICA........................................................................................... 8
2.1-ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO CONCELHO............................................. 8
2.2-MODELO DIGITAL DO TERRENO ........................................................................... 10
2.3-HIDROGRAFIA ............................................................................................................ 12
2.4-DECLIVE....................................................................................................................... 14
2.5-EXPOSIÇÃO ................................................................................................................. 16
3-CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ............................................................................... 18
3.1-REDE CLIMATOLÓGICA ........................................................................................... 18
3.2-TEMPERATURA .......................................................................................................... 20
3.3-HUMIDADE .................................................................................................................. 23
3.4-PRECIPITAÇÃO ........................................................................................................... 25
3.5-VENTOS DOMINANTES............................................................................................. 27
4-CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO....................................................................... 29
4.1-POPULAÇÃO RESIDENTE POR CENSO E POR FREGUESIA E DENSIDADE
POPULACIONAL ............................................................................................................... 29
4.2-ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO E SUA EVOLUÇÃO........................................... 32
4.3-POPULAÇÃO POR SECTOR DE ACTIVIDADE....................................................... 34
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4.4-TAXA DE ANALFABETISMO.................................................................................... 34
5- CARACTERIZAÇÃO DO USO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS............................. 35
5.1-OCUPAÇÃO DO SOLO................................................................................................ 35
5.2-POVOAMENTOS FLORESTAIS................................................................................. 39
5.3-ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 (ZPE E ZCE) E REGIME
FLORESTAL ....................................................................................................................... 42
5.4-INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL .......................................................... 44
5.5-ZONAS DE RECREIO FLORESTAL, CAÇA E PESCA ............................................ 47
5.6-ROMARIAS E FESTAS................................................................................................ 49
6-ANÁLISE DO HISTÓRICO E DA CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
.............................................................................................................................................. 52
6.1-ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS............................................................................ 52
6.1.1-Distribuição anual............................................................................................................................... 52
6.1.2 Distribuição anual por freguesia ......................................................................................................... 55
6.1.2-Distribuição mensal............................................................................................................................ 58
6.1.3 -Distribuição semanal ......................................................................................................................... 60
6.14-Distribuição horária............................................................................................................................. 63
6.2-ÁREA ARDIDA POR TIPO DE COBERTO VEGETAL ............................................ 65
6.3 -ÁREA ARDIDA E N.º DE OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO ....... 67
6.4-GRANDES INCÊNDIOS (ÁREA > 100HA)................................................................ 69
6.4.1-Distribuição anual............................................................................................................................... 69
6.4.2-Distribuição mensal............................................................................................................................ 72
6.4.3 -Distribuição semanal ......................................................................................................................... 74
6.4.4-Distribuição horária............................................................................................................................ 76
6.5-PONTOS DE INÍCIO E CAUSAS ................................................................................ 78
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6.6-FONTES DE ALERTA.................................................................................................. 80
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 83
ÍNDICE DE CARTAS
Figura 1 – Enquadramento geográfico do concelho de Melgaço ........................................... 9
Figura 3 – Carta hidrográfica do Concelho de Melgaço ...................................................... 13
Figura 4 – Carta de declives do concelho de Melgaço ......................................................... 15
Figura 5 – Carta de exposição do concelho de Melgaço ...................................................... 17
Figura 6 – Carta da rede climatológica do concelho de Melgaço ........................................ 19
Figura 7 – Carta da população residente e densidade populacional do Concelho de Melgaço
(2001) ................................................................................................................................... 31
Figura 8 – Carta de ocupação do solo do concelho de Melgaço .......................................... 37
Figura 9 – Carta dos povoamentos florestais do concelho de Melgaço ............................... 41
Figura 10 – Carta das áreas de protegidas, de rede natura 2000 e regime florestal do
concelho de Melgaço ............................................................................................................ 46
Figura 11 – Carta das zonas de caça e recreio, e outros usos do concelho de Melgaço....... 48
Figura 12 – Carta das áreas ardidas do concelho de Melgaço.............................................. 53
Figura 13 – Carta das áreas ardidas dos grandes incêndios (>100 ha) do concelho de
Melgaço [DGRF].................................................................................................................. 70
Figura 14 – Carta dos pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Melgaço
(2001-2006) .......................................................................................................................... 79
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Freguesias do concelho de Melgaço....................................................................... 8
Tabela 2 – N.º de Residentes e Densidade Populacional (Hab/km2) por fregguesia do
concelho de Melgaço ............................................................................................................ 30
Tabela 3–Taxas de natilidade e mortalidade do concelho de Melgaço, 1999 ...................... 33
Tabela 4 - Ocupação do solo no concelho de Melgaço ........................................................ 35
Tabela 5 - Ocupação do solo por freguesia no concelho de Melgaço .................................. 38
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Tabela 6- Ocupação dos povoamentos florestais do concelho de Melgaço ......................... 39
Tabela 7 - Romarias e festas do concelho de Melgaço......................................................... 49
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Temperatura médias mensais do concelho de Melgaço ...................................... 21
Gráfico 2: Temperatura média mensal de 2005 do concelho de Melgaço ........................... 22
Gráfico 3-Humidade relativa mensal do concelho de Melgaço ........................................... 24
Gráfico 4-Precipitação Mensal do Concelho de Melgaço .................................................... 26
Gráfico 5-Direcção do vento do concelho de Melgaço ........................................................ 27
Gráfico 6-Velocidade do vento do concelho de Melgaço .................................................... 28
Gráfico 7 – Movimento Natural da População de Melgaço, 1999 ....................................... 32
Gráfico 8 – População Activa por Sectores de Actividade, 1991, no concelho de Melgaço34
Gráfico 8: Distribuição Anual da Área Ardida e N.º de Ocorrências (1980-2005).............. 54
Gráfico 9: Distribuição da Área Ardida e N.º de Ocorrências em 2005 e Média no
Quinquénio 2000-2004 por Freguesia .................................................................................. 56
Gráfico 10: Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2005 e Médias no Quinquénio 2000-2004
por km2................................................................................................................................. 57
Gráfico 11: Distribuição Mensal da Área Ardida e nº de Ocorrências em 2005 e Média
1995-2004............................................................................................................................. 59
Gráfico 12: Distribuição Semanal da área Ardida e do Nº de Ocorrências em 2005 e Média
1966-2005............................................................................................................................. 61
Gráfico 13: Valores Diários Acumulados de área Ardida e Nº de Ocorrências 1996-2005 62
Gráfico 14: Distribuição Horária da Área Ardida e Nº Ocorrências 1996-2005.................. 64
Gráfico 15: Distribuição da área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal 1996-2005 ............. 66
Gráfico 16: Distribuição da Área Ardida e Nº Ocorrências por Classes de Extensão 19962005 ...................................................................................................................................... 68
Gráfico 17: Distribuição Anual da área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios
1996-2005............................................................................................................................. 71
Gráfico 18: Distribuição Mensal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios
1966 - 2005........................................................................................................................... 73
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Gráfico 19: Distribuição Semanal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios
1996 - 2005........................................................................................................................... 75
Gráfico 20: Distribuição Horária da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios
1996-2005............................................................................................................................. 77
Gráfico 21 – Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta entre 2001-2006 ......... 81
Gráfico 22 – Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta entre 2001-2005
.............................................................................................................................................. 82
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1- ENQUADRAMENTO
O Caderno II contém toda a informação de base que caracteriza o território e que serve de
suporte à definição dos eixos estratégicos, objectivos operacionais, programas de acção e
metas apresentadas no caderno I (DGRF, 2006).
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2-CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
2.1-ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO CONCELHO
O concelho de Melgaço pertence ao distrito de Viana do Castelo (Figura 1) e tem cerca de
2
238 km . Situa-se a Norte de Portugal, sendo os seus limites geográficos definidos a Norte
pelo Rio Minho, a Este e Sul pelos concelhos de Monção e Arcos de Valdevez,
respectivamente, confinando a Oeste com Espanha.
A tabela seguinte apresenta as freguesias que constituem o município e a sua área de
ocupação.
Tabela 1: Freguesias do concelho de Melgaço
Área
Freguesia
(ha)
%
Alvaredo
436
1,83
Castro de Laboreiro
8.844
37,13
Chaviães
480
2,01
Cousso
723
3,04
Cristoval
555
2,33
Cubalhão
1.162
4,88
Fiães
1.121
4,71
Gave
1.864
7,83
Lamas de Mouro
1.764
7,41
Freguesia
Paços
Paderne
Parada do Monte
Penso
Prado
Remoães
Roussas
São Paio
Vila
Área
(ha)
367
1.285
1.822
885
262
104
965
995
185
%
1,54
5,39
7,65
3,72
1,10
0,44
4,05
4,18
0,78
A freguesia de Castro Laboreiro com 8.844 ha representa por si só, cerca de 37% do
território. As freguesias mais pequenas, Remoães, Vila, Prado, Alvaredo, Chaviães e Paços,
totalizam
pouco
Município de Melgaço
mais
de
9%
do
concelho.
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Figura 1 – Enquadramento geográfico do concelho de Melgaço
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2.2-MODELO DIGITAL DO TERRENO
É um concelho essencialmente montanhoso. Insere-se no Sistema Montanhoso da PenedaGerês, que se caracteriza por ser uma zona muito acidentada, de relevo irregular, com vales
estreitos e encaixados e vertentes abruptas. As zonas mais aplanadas correspondem à bacia
hidrográfica do Rio Minho e aos planaltos de Castro Laboreiro e da Gave, sendo este
último de menor expressão.
Integra-se no Maciço Hespérico ou Maciço Ibérico que constitui uma das unidades
estruturais da Península Ibérica e um segmento da Cordilheira Varisca da Europaárea. Esta
zona é genericamente caracterizada pela existência de rochas muito deformadas e afectadas
por elevado grau de metamorfismo e ainda pela predominância de rochas graníticas.
Como já referido trata-se de um território muito acidentado; de facto, cerca de 50% do seu
território possui altitudes superiores a 700m, e apenas ¼ do território apresenta valores
abaixo dos 350m, conforme se pode observar a partir do Modelo Digital do Terreno (Figura
2).
O Vale do Rio Minho, apesar de inserido a cotas relativamente baixas, na ordem dos 100m
acima do nível do mar, é relativamente estreito. De facto à medida que nos deslocamos de
NW para SE, assistimos a uma acentuada elevação do terreno, que culmina na zona
planáltica de Castro Laboreiro.
A altitude influencia directamente o clima, fazendo variar a temperatura do ar e a sua
humidade relativa.
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Figura 2 – Modelo Digital de Terreno (MDT) do concelho de Melgaço
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2.3-HIDROGRAFIA
A densa rede hidrográfica que atravessa o concelho de Melgaço é reflexo do seu relevo
muito acidentado (Figura 3).
A acção dos agentes atmosféricos sobre as rochas graníticas está na origem do traçado dos
seus vales encaixados, de traçado rectilíneo com diversas direcções, isto é, o trajecto dos
rios está pré-definido pela direcção das principais fracturas que afectam o maciço granítico.
De facto, é bem visível a presença das direcções NNE-SSW (Rio Trancoso e Rio Castro
Laboreiro), ENE-WSW (traçado geral do rio Minho e parte do Rio Mouro), NNW-SSE e
N-S (direcção de muitos afluentes).
O Rio Minho e os Rios Mouro e Trancoso, seus afluentes, e ainda o Rio Castro Laboreiro
que desagua no Rio Lima, são os principais cursos de água que atravessam e delimitam o
concelho. À excepção do Rio Minho, nascem na Serra da Peneda, em Melgaço, e modelam
marcadamente a configuração do terreno, definindo os seus principais vales interiores.
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Figura 3 – Carta hidrográfica do Concelho de Melgaço
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2.4-DECLIVE
A Carta de Declives (Figura 4) evidencia a presença de todas as classes de declive, sendo
contudo a de valores inferiores a 7,5% a menos representativa, e a de valores superiores a
30% a que apresenta maior expressividade, embora de forma reduzida.
As zonas mais planas, conforme já vimos, correspondem aos planaltos de Castro Laboreiro
e ao da Gave, e ainda à bacia do Rio Minho, concentrando-se esta última nas freguesias de
Alvaredo, Paderne, Remoães, Prado e Vila. Constituem as áreas de predilecção para o
cultivo agrícola.
Realça-se que cerca de 20% do território tem declives superiores a 30%, o que representa
em termos absolutos, perto de 47.600 ha. Inclinações superiores a >30% condicionam
grandemente as intervenções culturais, do ponto de vista do ordenamento florestal, e
potenciam de uma forma exponencial a propagação dos incêndios. As correntes de vento
ascendentes e a inclinação natural das chamas sobre os combustíveis facilitam a
transferência de energia por radiação e convecção na frente do fogo. O incremento da
velocidade de propagação do fogo com o declive deve-se ao facto de os combustíveis
situados a montante da frente das chamas serem eficientemente secos e aquecidos até à
temperatura de ignição.
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Figura 4 – Carta de declives do concelho de Melgaço
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2.5-EXPOSIÇÃO
As exposições que assumem maior expressividade são claramente as de noroeste e norte.
As encostas viradas a nordeste e sudeste são igualmente significativas.
A exposição de um terreno corresponde à sua orientação geográfica. A quantidade de
radiação solar recebida varia para as diferentes exposições. Assim, a humidade e
temperatura do ar varia localmente, bem como o tipo e quantidade de vegetação
combustível. Em geral, as vertentes Sul e Sudoeste, apresentam condições climatéricas e
um mosaico de vegetação favorável à rápida inflamação e propagação do fogo,
contrariamente as vertentes Norte e Nordeste que ardem mais lentamente e desenvolvem
menores temperaturas.
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Figura 5 – Carta de exposição do concelho de Melgaço
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3-CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA
3.1-REDE CLIMATOLÓGICA
A Organização Meteorológica Mundial recomenda que o clima de uma região seja
caracterizado pelas condições meteorológicas médias e no ano, calculadas para um período
mínimo de 30 anos. No entanto, nem sempre tal pressuposto esteve na base deste trabalho
dada à dificuldade de recolha dos dados, muito dispersos, o que limita a análise
comparativa de certos parâmetros.
Os dados foram na sua maioria recolhidos na Estação Climatológica de Monção/Valinha,
pela sua proximidade ao concelho, e por ser a estação que apresenta um maior número de
parâmetros.
Os dados referentes a 2005 foram recolhidos a partir das estações climáticas do INAG
(Instituto Nacional da Água), sendo que o número de parâmetros disponíveis é bastante
limitado. São elas as da Portelinha (01H/02G), localizada em Castro de Laboreiro, a 1018m
de altitude que possibilitou o registo mais fidedigno da precipitação, e a da Ponte da Barca
(03G/02C) para a obtenção dos valores de temperatura, apesar de mais distante, e situada a
39m de altitude, conforme se pode ver na Figura 6.
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Figura 6 – Carta da rede climatológica do concelho de Melgaço
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3.2-TEMPERATURA
As temperaturas médias máximas, mínimas e médias mensais foram avaliadas a partir da
Estação meteorológica da Valinha, para efeitos de caracterização do concelho (Gráfico 1).
Para podermos estabelecer uma análise comparativa para o ano de 2005 recorreu-se às
temperaturas médias mensais disponíveis na Estação da Ponte da Barca (Gráfico 2).
O clima pode ser classificado como temperado atlântico, com um valor médio anual de
14,4ºC, atendendo à altitude e afastamento em relação ao litoral atlântico. A variação das
temperaturas máximas e mínimas ao longo do ano é apresentada no Gráfico 1. Os valores
de temperatura média variam com regularidade ao longo do ano, atingindo o máximo em
Julho (22,2ºC) e o mínimo em Janeiro (8,81ºC). A amplitude da variação anual da
temperatura do ar é considerada moderada (13,39ºC). Igualmente moderada é a amplitude
extrema das temperaturas (24,15ºC), ou seja, a diferença entre a média das máximas do mês
mais quente (28,9ºC) e a média das mínimas do mês mais frio (4,75ºC). Como se pode
verificar, nesta região, quer o Verão, quer o Inverno, são moderados, com temperaturas
médias em Julho e Agosto inferiores a 22ºC e com a média das mínimas do mês mais frio
da ordem dos 10º C.
Pela análise do Gráfico 2, não se evidenciam diferenças significativas de temperatura do ar
entre os valores registados em 2005 e as suas médias mensais.
A temperatura do ar é um elemento meteorológico de grande importância no crescimento e
desenvolvimento das plantas e um dos mais importantes para a determinação do risco de
incêndio. É especialmente condicionada pelos factores fisiográficos, como o relevo
(altitude e exposição), a natureza e revestimento do solo, a proximidade de grandes
superfícies de água e o regime de ventos.
Município de Melgaço
20
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Julh Agos
Set
Out
Nov
Dez
Município de Melgaço
Gráfico 1: Temperatura médias mensais do concelho de Melgaço
21
8,81 10,0 11,7 13,1 15,58 19,12 22,2 21,75 19,69 15,86 11,93 9,448
T
Tmax 12,83 14,5 17,1 18,5 21,01 25,18 28,85 28,7 25,98 20,86 16,14 13,21
6,4 7,7 10,15 13,05 15,47 14,94 13,54 10,85 7,703 5,625
Tmin 4,745 5,5
0
10
20
30
40
Temperaturas Mínima, Média e Máxima
Médias de 1967 a 1980
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Temperatura Média Mensal no Concelho de Melgaço
(Média entre 1981 e 1999)
25
20
ºC
15
10
5
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Julh Ago Set Out Nov Dez
T Média 2005 8,8 6,4 11
8,3 9,1 12
T Média
13
13
16
16
21
19
22
22
22
22
19
20
16
16
11 7,8
12 9,8
Gráfico 2: Temperatura média mensal de 2005 do concelho de Melgaço
Município de Melgaço
22
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3.3-HUMIDADE
As variações da humidade relativa do ar são principalmente condicionadas pelas variações de
temperatura, podendo afirmar-se que uma variação da temperatura do ar provoca, em regra, uma
variação da humidade do ar. As suas variações diurnas e anuais, podem ser alteradas pela acção
dos factores locais.
Verifica-se que na estação de Monção/Valinha, a humidade relativa varia entre valores medianos
(valores que rondam os 80%) durante todo o ano. Os maiores valores da humidade relativa entre
Novembro e Janeiro e os menos valores registam-se a partir de Abril e até Setembro (Gráfico 3).
A importância principal deste elemento climático tem a ver com a sua influência no processo de
evaporação da água do solo e das plantas e nas variações no balanço hídrico nas células dos
tecidos vegetais.
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23
Município de Melgaço
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Julh Agos Set
Out
Nov
Dez
Gráfico 3-Humidade relativa mensal do concelho de Melgaço
H 84,97 80,6 77,8 75,6 74,33 71,52 70,61 71,87 76,8 83,13 86,16 88,71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Humidade Relativa
(Médias de 1967 a 1980)
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%
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3.4-PRECIPITAÇÃO
Apenas se encontram disponíveis valores de precipitação médios mensais, não havendo
qualquer registo dos valores médios mínimos e máximos. Os dados foram retirados da
Estação Portelinha em Melgaço, situada a 1018m, pelo que se aproximam mais dos valores
reais (Gráfico 4).
Os valores de precipitação ocorrem no período Outono-Inverno, entre Outubro e Março, e
nele se concentra cerca de 74% do total da precipitação. Os meses de menor pluviosidade
são Julho e Agosto, onde praticamente não chove. Os valores médios mensais variam
regularmente ao longo do ano, atingindo o máximo em Dezembro e o mínimo em Julho,
meses em que se verifica a maior (312mm) e menor (37mm) precipitação, respectivamente.
De acordo com o postulado de Gaussen, que considera secos os meses em que a
precipitação P (mm) é igual ou inferior ao dobro da temperatura T(ºC), verifica-se que os
meses de Julho e Agosto são meses secos e de Setembro a Junho são meses húmidos.
Os valores registados em 2005 mostram claramente que houve um défice hídrico muito
elevado ao longo do ano. A falta de precipitação pode estar na origem dos valores
extremamente elevados de área ardida registada em 2005.
Os menores valores de precipitação são devidos à persistência de massas de ar tropical
continental, muito seco, que se estendem nessa época, sobre o Norte da Península Ibérica.
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Precipitação Mensal no Concelho de Melgaço
(Média entre 1932 e 1999)
350
300
250
(mm)
200
150
100
50
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
30 35 156 101 87 47
R 2005
R Média 306 266 209 166 157 79
28
37
10 58 292 131 215
53 111 214 277 312
Gráfico 4-Precipitação Mensal do Concelho de Melgaço
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3.5-VENTOS DOMINANTES
Os parâmetros utilizados para descrever o vento num dado local são o rumo (direcção e
sentido), indicado pelo ponto da rosa-dos-ventos de onde ele sopra e a velocidade expressa
em km/h.
Os valores de frequência e velocidade do vento na estação de Monção/Valinha encontramse representados nos Gráficos 5 e 6, respectivamente.
Frequência anual
(Média de 1967 a 1980)
35
N
30
C
NE
25
Jan
20
NW
15
Fev
Mar
10
Abr
E
5
0
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
W
SE
SW
Nov
Dez
S
Gráfico 5-Direcção do vento do concelho de Melgaço
Ao longo do ano registam-se variações significativas da frequência de ocorrência. A análise
da frequência dos rumos de onde sopra o vento permite concluir que o vento predominante
é o de Sudoeste (29,8%). Ainda significativos são os ventos do Nordeste e Sudeste.
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Por outro lado, relativamente à velocidade do vento nos diversos rumos, não se registam
variações significativas (Gráfico 6).
Velocidade km/h
(médias de 1967 a 1980)
20
NW
N
15
Jan
NE
Fev
10
Mar
Abr
5
W
Mai
0
E
Jun
Jul
Ago
Set
SW
SE
Out
Nov
Dez
S
Gráfico 6-Velocidade do vento do concelho de Melgaço
No entanto, constata-se uma ligeira dominância dos ventos de Este e Nordeste. Tal facto
torna-se relevante se tivermos em conta que são as encostas viradas a NE e SE mais
expostas. Estes ventos secos, com características continentais, podem ser extremamente
perigosos na propagação dos incêndios.
O principal efeito negativo liga-se ao incremento dos processos de evaporação e
transpiração e é particularmente perigoso quando acompanhado por elevadas temperaturas
e baixa humidade relativa do ar.
Município de Melgaço
28
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
4-CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
A informação inerente aos indicadores da população foi obtida através dos Censos 1991 e
2001, do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A informação relativa à freguesia é na maior parte das vezes inexistente; apenas foi
possível fazer a sua referência à população residente e densidade populacional permitindo
uma caracterização mais pormenorizada do concelho.
4.1-POPULAÇÃO RESIDENTE POR CENSO E POR FREGUESIA E DENSIDADE
POPULACIONAL
Entre 1991 e 2001 a população do concelho de Melgaço diminuiu de 11018 para 9996
indivíduos (-9.2%). A nível de NUT III, Minho-Lima, verificou-se uma variação nula da
população correspondente a uma taxa de variação de 0.09%. Ao contrário destas duas
unidades territoriais, a Região Norte registou um aumento populacional de 6.18%
indivíduos.
A partir de 1960, o concelho apresentou sempre uma diminuição da população resultante de
variações negativas do saldo fisiológico e migratório. A saída de população para o litoral
(êxodo rural) e para o estrangeiro (emigração) com o consequente envelhecimento da
população que ficou no concelho resultou em quebras acentuadas da população (de 1960
para 2001 registou-se uma variação negativa da população de -82.1%).
A diminuição da população na década de 80 e 90 terá resultado mais do aumento da taxa de
mortalidade derivado do envelhecimento da população do que da saída de população.
Município de Melgaço
29
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Tabela 2 – N.º de Residentes e Densidade Populacional (Hab/km2) por fregguesia do concelho de
Melgaço
Freguesias
População
Nº
Alvaredo
614
Castro Laboreiro
726
Chaviães
431
Cousso
361
Cristóval
619
Cubalhão
209
Fiães
300
Gave
280
Lamas de Mouro
148
Paços
379
Paderne
1235
Parada do Monte
487
Penso
563
Prado
468
Remoães
124
Roussas
1139
S.Paio
639
Vila
1274
TOTAL
9996
Fonte: INE: Censos Populacionais, 2001
Densidade
%
6,14
7,26
4,31
3,61
6,19
2,09
3,00
2,80
1,48
3,79
12,35
4,87
5,63
4,68
1,24
11,39
6,39
12,75
100
Populacional
Nº
140,86
8,22
89,79
49,89
111,47
17,68
26,24
15,02
8,47
103,29
96,14
26,72
63,6
178,62
119,02
120,04
64,74
687,71
1927,52
%
7,31
0,43
4,66
2,59
5,78
0,92
1,36
0,78
0,44
5,36
4,99
1,39
3,30
9,27
6,17
6,23
3,36
35,68
100
Verifica-se que as freguesias de Paderne, Roussas e Vila, concentram 36.49% da
população. Assinala-se por outro lado o fraco peso relativo das freguesias mais serranas,
sendo de destacar a freguesia de Lamas de Mouro com apenas 148 habitantes. A freguesia
de Castro Laboreiro, com 726 habitantes, é no entanto, a freguesia com menor densidade
populacional em virtude da sua elevada área territorial conforme se pode comprovar pela
Figura 7.
Município de Melgaço
30
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 7 – Carta da população residente e densidade populacional do Concelho de Melgaço (2001)
Município de Melgaço
31
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
4.2-ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO E SUA EVOLUÇÃO
Os dados do INE referem um índice de envelhecimento de 332% referente ao ano de 2004.
16
14
Permilagem
12
10
8
6
4
2
0
Taxa de Natalidade
Portugal
Região
Norte
Minho-Lima
Melgaço
Taxa de Mortalidade
Unidades Territoriais
Gráfico 7 – Movimento Natural da População de Melgaço, 1999
Ao contrário das dinâmicas nacionais e da Região Norte quer a Região do Minho-Lima
quer o concelho de Melgaço apresentam valores negativos do crescimento natural, ou seja,
taxas de natalidade inferiores às taxas de mortalidade. No caso do concelho, este
desequilíbrio é muito acentuado já que a taxa de natalidade é de 5.9 por 1000 enquanto que
a taxa de mortalidade é de 17.31 por 1000.
Município de Melgaço
32
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Tabela 3–Taxas de natilidade e mortalidade do concelho de Melgaço, 1999
Freguesias
Alvaredo
Castro
Laboreiro
Chaviães
Cousso
Cristóval
Cubalhão
Fiães
Gave
Lamas
Mouro
Paços
Paderne
Parada
Monte
Penso
Prado
Remoães
Roussas
S.Paio
Vila
Concelho
Taxa de
Natalidade
Taxa de
Taxa de
Crescimento
Mortalidade
Natural
6,51
2,75
8,14
28,93
-1,63
-26,18
13,92
2,77
1,62
3,33
de -
25,52
38,78
14,54
28,71
40
31,14
20,27
-11,6
-36,01
-12,92
-36,67
-
5,28
4,86
do 10,27
29,02
17,81
16,43
-23,74
-12,95
-6,16
5,33
4,27
7,08
15,65
10,99
5,9
15,99
10,68
16,13
21,95
14,08
6,28
17,4
-10,66
-6,41
-14,87
1,57
4,71
-11,5
Internamente, as freguesias apresentam, na sua maioria, crescimentos naturais negativos o
que justifica a evolução da população nas últimas décadas. Não tendo dados relativos aos
movimentos migratórios por freguesia apenas se pode afirmar, de forma empírica, que ao
movimento natural acresce a saída de população das freguesias com um carácter mais rural
para a sede de concelho ou mesmo para fora do concelho em direcção à Área Metropolitana
do Porto.
A taxa de mortalidade elevada resulta do elevado índice de envelhecimento decorrente do
aumento da esperança média de vida, do regresso da população emigrante ao local de
origem e do regresso da população das ex-colónias nos anos 70.
Município de Melgaço
33
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
4.3-POPULAÇÃO POR SECTOR DE ACTIVIDADE
População Activa por Sectores de Actividade, em 1991
60
50
40
% 30
20
Minho-Lima
Melgaço
10
0
I
II
III
Sectores de Actividade
Fonte: INE – Censos Populacionais, 2001
Gráfico 8 – População Activa por Sectores de Actividade, 1991, no concelho de Melgaço
A distribuição da população por sectores de actividade em 1991 revela o peso do sector
primário como principal actividade exercida pela população activa do concelho de
Melgaço.
O sector secundário apresenta um valor pouco expressivo no concelho sendo que ao nível
do terciário, o concelho se aproxima da média da Região do Minho-Lima. Para o peso do
sector terciário contribui o emprego nos ramos do comércio, da Administração Pública e
dos serviços sociais.
4.4-TAXA DE ANALFABETISMO
A taxa de analfabetismo no concelho é da ordem dos 15%, sendo quase o dobro da da
Região Norte. De salientar que este indicador é influenciado pela estrutura etária pelo que é
natural que os valores do concelho sejam superiores dado o elevado índice de
envelhecimento. Para além da elevada taxa de analfabetismo é de salientar que a maioria da
população do concelho tem apenas o 1º ciclo do ensino básico.
Município de Melgaço
34
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
5- CARACTERIZAÇÃO DO USO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS.
5.1-OCUPAÇÃO DO SOLO
Os dados referentes à avaliação do uso do solo que apresentamos a seguir foram feitos com
base na estratificação das fotografias aéreas de 1995 (fotografias a infra-vermelhos
CELPA), e posterior trabalho de validação no terreno.
As áreas ardidas em 2005 e 2006, correspondentes às manchas mais significativas, com
respectivamente 630 e 1.210 ha, foram tratadas, tendo por base a capacidade de
regeneração que os povoamentos florestais apresentam. Prevê-se assim que os
povoamentos adultos de pinheiro bravo, regenerando a partir de semente originam novos
povoamentos de pinheiro bravo; e os povoamentos de folhosas, nomeadamente o carvalho e
a bétula, as espécies mais representativas, e ainda o eucalipto, regenerando essencialmente
de toiça, mantêm o mesmo espaço, podendo mesmo vir a expandir-se, caso do eucalipto,
situação que não foi considerada, por ser de difícil avaliação. Os povoamentos jovens de
pinheiro bravo originam zonas de matos ou incultos.
Tabela 4 - Ocupação do solo no concelho de Melgaço
Estratificação
Agricultura
Floresta
Incultos
Improdutivo
Áreas Sociais
Total
Ocupação do Solo (ha)
ha
%
5.112
21,53
3.403
14,34
10.460
44,06
4.640
19,55
124
0,52
23.739
100
Os valores referem que apenas 14% do território se encontra arborizado, sendo que o valor
de ocupação relativa aos incultos, corresponde a mais de 10.000ha, valor que gradualmente
tem vindo a aumentar de ano para ano, por força do avanço dos incêndios.
Conforme já referido, a existência de incultos no concelho é muito significativa. A sua forte
incidência, embora também transversal a todo o território, ocorre com maior significado no
seu interior, sobressaindo na zona montanhosa de elevadas altitudes, traduzindo uma
dinâmica muito própria desses espaços florestais, resultante, entre outros, das suas
condições edafoclimáticas, da sua orografia, e da forte presença da actividade silvo-pastoril,
Município de Melgaço
35
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
associadas à ocorrência de incêndios. De referir ainda a taxa elevada de improdutivos,
correspondente a zonas de afloramentos rochosos, perfazendo perto de 20% da área do
concelho (Figura8).
Município de Melgaço
36
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 8 – Carta de ocupação do solo do concelho de Melgaço
Município de Melgaço
37
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Tabela 5 - Ocupação do solo por freguesia no concelho de Melgaço
FREGUESIAS
Alvaredo
Castro
Laboreiro
Chaviães
Cousso
Cristóval
Cubalhão
Fiães
Gave
Lamas de
Mouro
Paderne
Parada do
Monte
Paços
Penso
Prado
Remoães
Roussas
S. Paio
Vila
Total
Agrícola
ha
%
252,72
1,07
Florestal
ha
%
165,77
0,70
Inculto
ha
%
13,74
0,06
1.427,08
170,10
196,01
187,94
157,71
203,74
219,14
6,02
0,72
0,83
0,79
0,66
0,86
0,92
60,87
216,93
171,03
126,60
36,90
210,29
465,70
0,26
0,91
0,72
0,53
0,16
0,89
1,96
4.201,11
80,57
355,38
233,31
560,07
706,75
1.039,02
152,28
575,78
0,64
2,43
32,45
482,34
0,14
2,03
678,04
223,39
216,46
168,74
264,09
161,33
62,57
253,13
320,81
105,01
5.094,64
0,91
0,71
1,11
0,68
0,26
1,07
1,35
0,44
21,48
Improdutivo
ha
%
Social
ha
%
Total
ha
432,22
17,71 3.128,26 13,19
0,34
1,50
0,98
2,36 400,93 1,69
2,98
4,38 136,44 0,58
8.817,32
467,59
722,42
547,84
1.155,61
1.120,78
1.860,30
2,86
0,94
1.762,77
1.281,51
900,00
3,79
172,22
0,73 1.325,15 5,59
59,29
0,25 35,36
112,80
0,48
85,46
0,36
379,65
1,60
240,79
1,02
89,74
0,38
38,14
0,16
322,09
1,36
353,90
1,49
36,21
297,54
1,25
359,91
1,52
14,14
0,06
0,00
21,13
0,09
53,23
3.402,19 14,34 10.456,58 44,09 4.639,05 19,56 124,80
0,15 1.808,48
367,00
884,53
251,07
100,71
0,15 965,34
0,00 992,39
0,22 179,37
0,53 23.717,25
À excepção da freguesia da Gave, onde a área florestada é a mais importante, com 466 ha, os
restantes povoamentos florestais localizam-se essencialmente nas freguesias mais ribeirinhas.
Conforme se pode ver pela Figura 9, as freguesias de Paderne, Penso, Roussas e S. Paio,
concentram perto de 50% da área florestada.
Município de Melgaço
38
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
5.2-POVOAMENTOS FLORESTAIS
Tabela 6- Ocupação dos povoamentos florestais do concelho
de Melgaço
Área
Estratos Florestais
(ha)
Eucalipto (Eu)
8,64
Folhosas Diversas (Fds)
329,90
Pinheiro bravo (Pb)
953,15
Pinheiro bravo e Eucalipto (PbEu)
727,40
Pinheiro bravo e Folhosas diversas (PbFds)
1.157,93
Pinheiro silvestre (Ps)
9,26
Carvalho sp (Qr)
76,92
Resinosas Diversas (Rd)
49,40
Resinosas diversas e Folhosas Diversas (RdFd)
91,50
Total 3.404,09
Distinguem-se dois grandes tipos de espécies florestais, tendo em conta a sua maior ou menor
sensibilidade ao fogo. Distinguem-se assim as folhosas caducifólias das restantes espécies,
apresentando as primeiras reconhecidas características de menor combustibilidade e
inflamabilidade. Do segundo grande grupo destacam-se o pinheiro bravo, em povoamentos puros
ou em consociação com outras espécies (povoamentos mistos), das quais se destaca o eucalipto.
Estas duas espécies, isoladas ou associadas representam mais de 80% do coberto arbóreo,
traduzindo, entre outros, a tradicional utilização do pinheiro bravo, bem como a sua adaptação às
condições desta região e elevada capacidade de regeneração natural. No que respeita ao eucalipto
verifica-se que a sua presença, embora significativa, é muito inferior ao valor médio do EntreDouro e Minho, traduzindo assim uma dinâmica dos espaços muito diferente do sucedido nas
regiões contíguas e próximas.
A taxa de ocupação de folhosas diversas é resultante, entre outros da forte presença de folhosas
ripícolas (atendendo à existência de vastas manchas de folhosas em áreas húmidas). O valor em
causa pode também traduzir o cumulativo de um conjunto de manchas de diferentes espécies,
denotando a diversidade arbórea existente nesta região, salvaguardando-se que o indicativo de
folhosas diversas representa muitas vezes situações de regeneração que apesar de significativa não
se traduz ainda na constituição de “povoamentos”. As áreas representadas pelas folhosas
Município de Melgaço
39
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
caducifólias em povoamentos puros são pouco significativas, se considerarmos a sua importância
na compartimentação do espaço florestal e consequentemente na diminuição do risco de incêndio.
Quanto à estrutura dos povoamentos, no caso do pinheiro bravo verifica-se uma forte regressão
dos povoamentos puros, em oposição a um aumento dos povoamentos mistos. Esta situação é
resultado de uma dinânima negativa destes espaços, com a respectiva degradação provocada pela
ocorrência de incêndios florestais mas também pelo abandono da propriedade e pela falta de
gestão.
Município de Melgaço
40
Figura 9 – Carta dos povoamentos florestais do concelho de Melgaço
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
5.3-ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 (ZPE E ZCE) E REGIME FLORESTAL
Área Protegida do PNPG
O PNPG-Parque Nacional Peneda-Gerês foi criado pelo Decreto-Lei n.º 187/71, de 8 de Maio. É a
primeira área protegida do país e a única com estatuto de Parque Nacional. Foi constituído para
proteger um património natural e cultural de valor notável. Possui do ponto de vista ecológico,
uma área florestal com características particulares, que integram uma fauna e flora muito ricas,
com espécies únicas e raras, que devem ser preservadas e protegidas.
Em Melgaço, a área do Parque abrange as freguesias de Lamas de Mouro e de Castro de
Laboreiro (Figura 10).
A Rede Natura 2000
A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica de âmbito Europeu que tem por ”objectivo contribuir
para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora
selvagens” no território da União Europeia.
É composta por áreas de importância comunitária para a conservação de determinados habitats1 e
espécies, nas quais as actividades humanas deverão ser compatíveis com a preservação desses
valores naturais, visando uma gestão sustentável do ponto de vista ecológico e tomando
simultaneamente em consideração as exigências económicas, sociais, culturais, bem como as
particularidades regionais e locais.
Compreende as áreas classificadas como:
- Zonas de Protecção Especial (ZPE) - criadas ao abrigo da Directiva Aves2 e que se destinam
essencialmente a garantir a conservação das espécies de aves, e seus habitats e das espécies de
aves migratórias e que ocorram de forma regular.
O Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 de Setembro vem criar a Zona de Protecção Especial para
Aves Selvagens da “Serra do Gerês”, que abrange as freguesias de Lamas de Mouro e Castro
Laboreiro (Figura 10).
- Zonas Especiais de Conservação (ZEC) – criadas ao abrigo da Directiva Habitats2, com o
objectivo expresso de contribuir para assegurar a biodiversidade, através da conservação dos
habitats naturais e seminaturais e dos habitats de espécies da flora e da fauna selvagens
considerados ameaçados no espaço da União Europeia.
Município de Melgaço
42
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de Agosto, foram criadas
dois sítios que abrangem o concelho de Melgaço; as ZEC’s do “Rio Minho” e das “Serras da
Peneda-Gerês” (Figura 10).
Perímetros Florestais
A implementação desta servidão visou propósitos proteccionistas harmonizados com o
aproveitamento económico, dado que “...compreende o conjunto de disposições destinadas não só
à criação, exploração e conservação da riqueza silvícola, sob o ponto de vista da economia
nacional, mas também o revestimento florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade
pública e conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para a
valorização das planícies áridas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação do solo, nas
montanhas e das areias no litoral marítimo.” (Decreto de 24 de Dezembro de 1901).
A análise das funções a desempenhar pelos espaços florestais submetidos ao Regime florestal
determina que em termos de prioridades das funções a desempenhar se pode estabelecer um
escalonamento em que a função de protecção (solos, rede hidrográfica, condições climatéricas) se
sobrepõe naturalmente às de produção (lenhosas e outras), estando presentes as funções de
conservação (habitas, flora e fauna), as de enquadramento de outros usos, como silvo-pastorícia,
caça, pesca, recreio, e estética da paisagem. (PROF do Alto Minho, Versão provisória)
De acordo com Germano, este concelho está inserido no Perímetro Florestal do Soajo e Peneda,
(Decreto n.º 14/10/1944 - DG n.º 240, II série, de 14/10) que submete ao regime florestal parcial
os terrenos baldios situados nas freguesias de Castro Laboreiro, Lamas de Mouro, Cristoval,
Roussas, São Paio, Cubalhão, Fiães, Paderne, Penso, Cousso, Gave, Parada do Monte e Paços.
O Decreto n.º 22/8/1959 (DG n.º 196, II série, de 22/8) submete ao regime florestal parcial os
terrenos baldios situados nas freguesias de Chaviães.
O Decreto n.º 26/8/1961 (DG n.º 200, II série, de 26/8) submete ao regime florestal parcial os
terrenos baldios conhecidos como Monte do Prado, situados nas freguesias de Prado, Vila e
Remoães.
Em 1971, parte deste perímetro florestal, nomeadamente as freguesias de Castro Laboreiro e
Lamas de Mouro, passaram a integrar o PNPG. Não foi ainda possível apresentar o levantamento
cartográfico das suas áreas baldias.
Município de Melgaço
43
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
5.4-INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL
Os planos regionais de ordenamento florestal (PROF), criados em 1996 pela Lei de Bases da
Política Florestal, são instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional, a aplicar em 21
regiões de Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Os PROF são um elemento charneira no sistema de planeamento florestal português,
desenvolvendo as orientações preconizadas ao nível do planeamento florestal nacional e da
legislação em vigor e traduzindo-as sempre que necessário em programas de acção, em atribuição
de competências ou em normas concretas de silvicultura e de utilização do território. Estas normas
serão posteriormente utilizadas no processo de elaboração dos planos de gestão florestal (PGF),
dos planos directores municipais (PDM) e dos planos municipais de intervenção na floresta
(PMIF).(PROF do Alto.Minho, versão provisória)
Aguarda-se a conclusão e aprovação do Plano Regional Florestal do Alto Minho, que à luz da
mais recente legislação, tem por competência estabelecer a rede primária de defesa da floresta
contra incêndios.
A legislação determina a elaboração de um Plano Sectorial para a Rede Natura 2000 (PSRN
2000), o qual constituirá um instrumento de gestão territorial de concretização da política nacional
de conservação da diversidade biológica, visando a salvaguarda e valorização das ZPE e dos
Sítios, do território continental, bem como a manutenção das espécies e habitats num estado de
conservação favorável nestas áreas. Deste modo trata-se de um plano, desenvolvido a uma macroescala (1:100.000) para o território continental cuja expressão territorial corresponde às áreas
classificadas acima mencionadas. (RCM n.º 142, 28 de Agosto de 1997)
O Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda e Gerês, ratificado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 134/95, tem como objectivo fundamental uma gestão adequada à
salvaguarda dos recursos naturais, visando a promoção do desenvolvimento sustentado da região e
da qualidade de vida das populações. O documento prevê a definição de Zonas de Intervenção
Específicas Qualificadas, que caracterizam uma especial vulnerabilidade biogeofísica do território
e visam a prevenção de riscos, nomeadamente de incêndio e ou erosão (RCM n.º 134, 8 de
Setembro de 1995). Não temos conhecimento da existência deste instrumento de gestão.
Município de Melgaço
44
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
A nível municipal, o Plano Director Municipal de Paredes de Coura, aprovado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 3/94 (DR Iª Série B, n.º 13 de 17 de Janeiro de 1994), encontra-se
actualmente em revisão.
A Reserva Agrícola Nacional (RAN) pretende com a adopção de um regime jurídico que defenda
de uma forma eficaz as áreas que, por serem constituídas por solos de maiores potencialidades
agrícolas, ou por terem sido objecto de importantes investimentos destinados a aumentar a
capacidade produtiva dos mesmos, se mostrem mais vocacionados para uma agricultura moderna
e racional no quadro da nossa inserção no espaço comunitário” (Decreto-Lei n. 196/89, de 14 de
Junho). As diferentes acções de carácter florestal (arborizações, exploração florestal) em terrenos
afectos à RAN estão, neste contexto, limitadas a prévio parecer favorável das entidades
competentes, desde que decorrentes de projectos aprovados ou autorizados pela Direcção Geral
dos Recursos Florestais. (PROF do Alto-Minho, versão provisória)
A Reserva Ecológica Nacional (REN) foi criada com a finalidade de possibilitar a exploração dos
recursos e a utilização do território com salvaguarda de determinadas funções e potencialidades,
de que dependem o equilíbrio ecológico e a estrutura biofísica das regiões, bem como a
permanência de muitos dos seus valores económicos, sociais e culturais. (Decreto-Lei n.º 93/90,
de 19 de Março).
No âmbito desta reserva são proibidas as acções que levem, entre outros, à destruição do coberto
vegetal e à execução de aterros e escavações Como excepção, estão as operações relativas à
florestação e exploração florestal decorrentes de projectos aprovados ou estes respeitar e integrar
as directivas existentes naqueles, nomeadamente no que se refere à persecução dos seus
objectivos. (PROF do Alto.Minho, versão provisória)
Município de Melgaço
45
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 10 – Carta das áreas de protegidas, de rede natura 2000 e regime florestal do concelho de Melgaço
Município de Melgaço
46
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
5.5-ZONAS DE RECREIO FLORESTAL, CAÇA E PESCA
A Figura 11 reúne as zonas de recreio que foi possível levantar até ao momento, pelo que esse
trabalho terá de ser posteriormente completado.
As zonas de caça existentes perfazem quase todo o território do concelho de Melgaço (Figura 11).
Município de Melgaço
47
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 11 – Carta das zonas de caça e recreio, e outros usos do concelho de Melgaço
Município de Melgaço
48
5.6-ROMARIAS E FESTAS
Tabela 7 - Romarias e festas do concelho de Melgaço
Dia
15
16
Freguesia
Prado
Paderne
Fevereiro
Fevereiro
2
3
Remoães
Vila
Março
6
Penso
Março
Paderne
Abril
11
Finais De
Abril
Maio
Maio
13
19
Cristóval
Roussas
Maio
Junho
Junho
Junho
Junho
Junho
30
13
13
13
14
16
Parada Do Monte
Cubalhão
Cristoval
Fiães
Cubalhão
Parada Do Monte
Junho
Junho
Junho
Junho
16
24
24
24
Paderne
Alvaredo
Lamas De Mouro
Remoães
Junho
29
L. De Mouro
Junho
29
Fiães
Junho
30
Gave
Julho
7
Fiães
Julho
Julho
Julho
Julho
Julho
Julho
Julho
7
7
11
14
21
22
25
25
Castro Laboreiro
S. Paio
Fiães
Castro Laboreiro
Roussas
Chaviães
Paderne
Penso
Vila
Lugar
Designação
Santo Amaro
Marroquinhos
Nossa Senhora Das
Candeias
Orada
S. Brás
Nossa Senhora Da
Cabeça
Nossa Senhora Do
Amparo
Festa Do Alvarinho E
Do Fumeiro
Nossa Senhora De
Fátima
Santa Rita
Nossa Senhora Da
Ajuda
Santo António
Santo António
Adedela
Santo António
Santa Bárbara
Santo António
Santo António E
Sagrado Coração De
Jesus
S. João
S. João
S. João
Nossa Senhora Dos
Milagres
Nossa Senhora Dos
Alcobaça Milagres
Nossa Senhora Da
Guia
Aveleira
Nossa Senhora Do
Soutomendo Socorro
Santa Maria Da
Visitação
S. Paio
S. Bento
S. Bento
Santa Marinha
Santa Maria Madalena
São Tiago
São Tiago
Observações
Possibilidade de Lançamento de foguetes
Mês de Realização
Janeiro
Janeiro
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Julho
Agosto
27/28
3
Paços
Gave
Agosto
4
Castro Laboreiro
Agosto
4
Fiães
Agosto
4
Paderne
Agosto
4
Parada Do Monte
Agosto
Agosto
Agosto
6
11
11
Paderne
Castro Laboreiro
S. Paio
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
11
11
11
11
11
11
Cousso
Penso
Paderne
Parada Do Monte
Penso
Vila
Agosto
15
Roussas
Agosto
Agosto
15
10
Paderne
Prado
Agosto
14
Castro Laboreiro
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
15
15
17
18
18
24
Castro Laboreiro
Cristoval
Parada Do Monte
Castro Laboreiro
Agosto
Agosto
25
25
Castro Laboreiro
Paderne
Agosto
Agosto
25
29
Fiães
S. Paio
Setembro
1
Paderne
Setembro
8
Castro Laboreiro
Setembro
8
Cubalhão
Setembro
8
Gave
Setembro
9
Cubalhão
Setembro
15
Castro Laboreiro
Município de Melgaço
Penso
Stª Ana
Aveleira- Festa Do Brandeiro
Nossa Senhora Da
Vista
Porto
Nossa Senhora Da
Carreiro
Vista
Senhora Da Guadalupe
E Santa Rita
Nossa Senhora Da
Vista
Festa Do Divino
Salvador
Senhor Do Bomfim
Santo André
Nossa Senhora Do
Rosário
Virtelo
Santa Comba
São Roque
Senhora Da Aparecida
S. Tomé
Carvalhiças Sr.ª Da Pastoriza
Nossa Senhora Das
Cavaleiros Dores
Nossa Senhora Dos
Remédios E Do
Livramento
São Lourenço
Nossa Senhora Da
Oliveira
Concurso De Cães De
Raça Castreja
Santo António
S. Mamede
Senhora De Monserrate
São Bartolomeu
Nossa Senhora Dos
Remédios
Queirão
São Silvestre
Nossa Senhora Do
Pousa Foles Alivio
São Bento
Nossa Senhora Do
Rosário
Nossa Senhora De
Anemão
Nossa Senhora Da
Natividade
Nossa Senhora Da
Natividade
Nossa Senhora De
Fátima
Nossa Senhora Da Boa
50
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Setembro
22
Castro Laboreiro
Outubro
Outubro
Novembro
Novembro
10
29
11
11
Gave
Castro Laboreiro
Alvaredo
Cristóval
Dezembro
Dezembro
8
26
Chaviães
Gave
Município de Melgaço
Morte
São Brás
Nossa Senhora De
Fátima
São Miguel "0 Anjo"
São Martinho
São Martinho
Nossa Senhora Da
Conceição
São Cosme E Damião
51
6-ANÁLISE DO HISTÓRICO E DA CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
6.1-ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS
6.1.1-Distribuição anual
Os dados analisados referem-se ao período de tempo compreendido entre 1990 e 2005. Para o ano
de 2006 apenas se dispõe dos levantamentos efectuados no terreno, pelo que insuficiente para se
poder analisar todos os parâmetros.
Da Figura 12, retira-se que os anos de 2005 e 2006 foram os mais devastadores em termos de área
ardida.
A leitura do Gráfico 9, excluindo já 2006, evidencia ter sido de 2005, o ano em que se registou
maior área ardida, com 1439 ha. Os anos de 1996 e 1997 apresentam registos também elevados,
com 722 ha e 594 ha respectivamente.
As maiores ocorrências registaram-se no ano de 1997 e 2005, com 117 e 111 ocorrências,
respectivamente. O ano de 1996 não apresenta um nº de ocorrências anormalmente elevado tendo
em conta a área ardida, significativamente elevada.
Constata-se que os maiores registos de área ardida sucedem após períodos mais ou menos longos (2
a 3 anos) de menor área. Tal facto pode estar relacionado com a acumulação de combustível
tornando os incêndios mais difíceis de combater.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 12 – Carta das áreas ardidas do concelho de Melgaço
Município de Melgaço
53
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
1600
140
1400
120
1200
100
1000
80
800
60
600
40
400
20
200
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
0
Área Ardida 722,4 594,1 220,4 101,8 467,9 414,6 181,1 130,9 202,5 1439
Ocorrências
73
117
42
80
81
78
82
55
69
111
Gráfico 8: Distribuição Anual da Área Ardida e N.º de Ocorrências (1980-2005)
Município de Melgaço
54
N.º Ocorrências
Área Ardida (ha)
Distribuição Anual da Área Ardida e N.º de Ocorrências (19802005)
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.1.2 Distribuição anual por freguesia
As freguesias que apresentam área ardida mais elevada são Penso, Paços, Cubalhão e Cousso, com
médias superiores a 50ha/ano. No ano de 2005, as freguesias mais afectadas foram de igual forma
Penso, Paços e Cubalhão, com registos de área ardida 3 vezes superiores aos seus valores médios.
As ocorrências mais elevadas situam-se à volta de 10 ocorrências/ano em média, sendo as
freguesias de Roussas, Cristoval, Cousso e Paderne as que apresentam os registos mais altos. Á
excepção de Cousso, correspondem a freguesias que se encontra na interface zona agrícola/zona
florestal e apresentam simultaneamente uma densidade populacional mais elevada.
Em 2005, o n.º de ocorrências foi igualmente superior à média, registando-se os maiores valores em
Cousso e Paderne, com 19 e 15 ocorrências respectivamente (Gráfico 9).
Distribuição anual por km2
As freguesias que apresentam maior área ardida por km2 são Penso, Paços, Cubalhão, Cousso, Fiães
e Castro de Laboreiro com valores superiores a 10 ha por km2. São freguesias com características
marcadamente serranas, onde as condições orográficas são as mais críticas. O ano de 2005 segue a
mesma tendência, no entanto com valores de incidência significativamente superiores.
O maior n.º de ocorrências por km2, regista-se nas freguesias de Roussas, Cristóval, Paderne e
Alvaredo, todas com valores superiores a 2 ocorrências por km2 (Gráfico 10). Correspondem às
freguesias mais ribeirinhas, que conjugam o facto de se localizarem na interface agrícola/florestal e
possuírem maiores densidades populacionais.
Município de Melgaço
55
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição da Á rea A rdida e N.º de Oco rrências em 2005 e M édia no Quinquénio 2000-2004 po r Freguesia
450
20
400
18
16
350
14
300
12
250
10
200
8
150
6
100
4
50
0
2
Castro
A lvaredo Labo reir
o
Chaviãe
Cubalhã
Co usso Cristo val
s
o
Fiães
Gave
Lamas
de
M o uro
P aço s
P aderne
P arada
do
M o nte
0
P enso
P rado
Ro ussas S. P aio
Vila
Á rea A rdida 2005
20,054
47,075
1,001
87,526
93,696
291,504
13,004
0
3,515
300,011
70,543
4,5
416,108
0
90,5595
0,041
0,061
M édia 2000-2004
8,4933
44,861
4,3002
57,7712
28,2744
59,509
46,55102
20,6
8,037
74,01
33,8567
1,204
84,2416
1,034
26,3963
6,8088
0,2642
N.º Oco rrências 2005
M édia 2000-2004
12
11
2
19
7
7
6
0
3
3
15
3
8
0
11
2
2
6,20
8,00
4,00
8,60
9,60
2,60
8,00
2,00
5,00
4,40
9,20
4,50
6,40
1,20
10,00
7,00
1,20
Gráfico 9: Distribuição da Área Ardida e N.º de Ocorrências em 2005 e Média no Quinquénio 2000-2004 por Freguesia
Município de Melgaço
56
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2005 e M édias no Quinquénio 2000-2004 por km2
5,00
120,00
4,50
100,00
4,00
3,50
80,00
3,00
2,50
60,00
2,00
40,00
1,50
1,00
20,00
0,50
0,00
Castro
Cristova Cubalhã
Alvared
Chaviãe
Cousso
Laboreir
l
o
o
s
o
Fiães
Gave
Lamas
de
M ouro
Paços
Pardene
0,00
Parada
do
M onte
Penso
Prado
Roussas
S. Paio
Vila
Área Ardida em 2005/ km^2
4,60
10,80
0,23
20,08
21,50
66,88
2,98
0,00
0,81
68,83
16,18
1,03
95,47
0,00
20,78
0,01
0,01
M édia no quinquénio 2000-2004/km^2
1,95
10,29
0,99
13,25
6,49
13,65
10,68
4,73
1,84
16,98
7,77
0,28
19,33
0,24
6,06
1,56
0,06
N.º Ocorrências em 2005/ km^2
2,75
2,52
0,46
4,36
1,61
1,61
1,38
0,00
0,69
0,69
3,44
0,69
1,84
0,00
2,52
0,46
0,46
M édia no quinquénio 2000-2004/km^2
1,42
1,84
0,92
1,97
2,20
0,60
1,84
0,46
1,15
1,01
2,11
1,03
1,47
0,28
2,29
1,61
0,28
Gráfico 10: Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2005 e Médias no Quinquénio 2000-2004 por km2
Município de Melgaço
57
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.1.2-Distribuição mensal
Durante o ano ocorrem dois períodos de maior perigosidade; um primeiro, nos finais da época de
Inverno, princípios de Primavera, e um segundo em pleno período estival. O mês de Março
apresenta os maiores valores de área ardida, com 105 ha. Apresenta também um nº médio de
ocorrências bastante significativo, de 14. No entanto, é nos meses de Setembro e Agosto que se
registam as maiores ocorrências com respectivamente 17 e 16 ocorrências.
Os meses de Agosto e Setembro apresentam também valores de áreas ardidas significativos, com 93
e 66 ha respectivamente.
Em 2005, os valores de área ardida seguem o mesmo padrão. No entanto, é no primeiro período do
ano que se evidencia uma maior discrepância entre a área ardida e o seu valor médio. Tal facto,
deve-se possivelmente aos valores de precipitação anormalmente baixos que se verificaram nesse
Inverno, o que associado à prática de queimadas, muito usual nas zonas serranas, pode estar na
origem do sucedido.
O nº de ocorrências registado, no período estival normal, em 2005, não foi significativamente
superior à média (Gráfico 11).
Município de Melgaço
58
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição M ensal da Á rea A rdida e nº de Oco rrências em 2005 e M édia 1995-2004
900,00
30
800,00
25
700,00
600,00
20
500,00
15
400,00
300,00
10
200,00
5
100,00
0,00
Janeiro
Fevereiro
M arço
A bril
M aio
Á rea A rdida 1995
1,51
110,11
829,70
3,00
0,01
M édia 1995-2004
0,69
7,44
105,07
35,89
0,82
Oco rrências 2005
3
13
28
3
1
M édia 1995-2004
0,67
4,33
14,44
6,00
1,11
Junho
Julho
A go sto
Setembro
Outubro
No vembro
Dezembro
0,04
10,56
164,64
242,58
77,09
0,00
0,00
2,89
13,88
93,48
66,55
4,10
2,39
4,11
1
14
18
16
15
0
0
2,89
9,56
15,78
17,33
2,67
1,33
1,22
0
Gráfico 11: Distribuição Mensal da Área Ardida e nº de Ocorrências em 2005 e Média 1995-2004
Município de Melgaço
59
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.1.3 -Distribuição semanal
O Gráfico 12, evidencia que é aos Domingos que se registam maiores valores de área ardida, com
cerca de 150 ha; e ainda que menor, às Quintas-feiras, com 80 ha, sendo que os restantes dias
apresentam valores abaixo dos 52 ha. Sabemos que o Domingo e a Quinta-feira são dias em que é
permitida a caça. Poderemos nós relacionar os dois eventos? Só uma investigação às causas pode
nos fornecer mais elementos para podermos ou não relacionar os dois factores.
É aos Sábados que se evidencia um maior n.º de ocorrências. As Sextas-feiras e os Domingos
também apresentam valores elevados, embora menos significativos.
Em 2005, o n.º de ocorrências foi claramente significativo aos Domingos, e significativo às Sextas e
Sábados.
Da análise dos valores diários acumulados de área ardida, verifica-se que é o dia 31 de Agosto o
que apresenta maior área ardida, de forma clara e expressiva. A esse dia encontra-se associado um
n.º de ocorrências igualmente elevado. Os dias 17 e 18 de Março apresentam de igual forma registos
de área ardida bastante significativos, sendo o dia 18 de Março o que apresenta o 2º maior valor de
ocorrências, sendo o dia 12 de Setembro o que apresenta o maior número.
Município de Melgaço
60
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição Semanal da área Ardida e do Nº de Ocorrências em 2005 e Média 1966-2005
30
400,0
350,0
25
300,0
20
15
200,0
150,0
10
100,0
5
50,0
0,0
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sáb
Dom
Área Ardida 2005
6,6
50,3
100,6
364,9
363,0
345,1
207,2
Média 1996-2005
40,2
38,6
33,9
79,6
51,9
42,4
150,9
9
10
11
14
21
17
24
8,7
8,9
9,9
9,4
10,9
13,5
10,6
Nº. Ocorrências 2005
Média 1996-2005
Gráfico 12: Distribuição Semanal da área Ardida e do Nº de Ocorrências em 2005 e Média 1966-2005
Município de Melgaço
61
0
Nº de Ocorrências
Área Ardida (ha)
250,0
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Valores Diários Acumulados de área Ardida e Nº de Ocorrências 1996-2005
700
Área Ardida
31-Ago
N.º Ocorrência
600
12-Set
16
14
18-Mar
18-Ago 2-Set
9-Set
Área Ardida (ha)
14-Ago
400
12
10
18-Mar
17-Mar
31-Jul
8-Mar
8
300
3-Set
200
6
20-Set
7-Set
11-Set
4
100
2
0
18-Dez
17-Nov
4-Nov
8-Out
1-Out
23-Set
16-Set
9-Set
1-Set
25-Ago
18-Ago
11-Ago
4-Ago
28-Jul
21-Jul
14-Jul
7-Jul
24-Jun
16-Jun
27-Mai
13-Mai
24-Abr
9-Abr
1-Abr
25-Mar
18-Mar
11-Mar
4-Mar
24-Fev
17-Fev
9-Fev
2-Fev
5-Jan
0
Gráfico 13: Valores Diários Acumulados de área Ardida e Nº de Ocorrências 1996-2005
Município de Melgaço
62
Nº de Ocorrências
500
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.14-Distribuição horária
Os períodos horários que apresentam maior área ardida correspondem claramente ao período
compreendido entre as 14h00 e as 15h00 e ainda entre as 15h00 e as 16h00, representando um total
de 46% de área ardida.
Surge em segundo plano outros 2 períodos, das 20h00 às 21h00 e das 22h00 às 23h00, contribuindo
cada um com 10% da área ardida.
O maior nº de ocorrências regista-se entre as 14h00 e as 21h00, representando perto de 50%. Dentro
desse período mais de 60% ocorre entre as 14h00 e as 17h00.
É importante referir que existe ainda um n.º significativo de ocorrências, cerca de ¼, num período
que podemos considerar suspeito, pois ocorre entre as 21h00 e as 6h00. Só uma averiguação das
causas de incêndio podem apontar os verdadeiros motivos, pois também sabemos que a prática de
lançamento de foguetes também se efectua durante esse período.
O mesmo acontece com a área ardida, ou seja a área ardida nesse período de tempo segue o mesmo
padrão a que obedece o n.º de ocorrências.
Município de Melgaço
63
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição Horária da Área Ardida e Nº Ocorrências 1996-2005
600
80
70
500
60
400
300
40
30
200
20
100
10
0
0
0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00
Área Ardida
84,02 238,4 132,6 28,79 5,37 10,75 5,146 45,17 47,95 79,72 52,09 104,2
N.º Ocorrência
19
11
17
14
8
13
7
16
15
17
27
38
18 131,2 522,5 404,8 185,5 210,6 517 89,74 398,9 246,2 397,6 45,06
24
44
63
68
67
49
44
51
44
39
40
32
Gráfico 14: Distribuição Horária da Área Ardida e Nº Ocorrências 1996-2005
Município de Melgaço
64
Nº Ocorr~encias
Área Ardida (ha)
50
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.2-ÁREA ARDIDA POR TIPO DE COBERTO VEGETAL
As áreas ardidas assumem um maior significado em zonas de matos do que em povoamentos
florestais, isso durante todos os anos, à excepção de 2002, em que ardeu mais em povoamentos
florestais do que em matos.
O ano 2005 apresenta o maior valor de área ardida em povoamento, com 348 ha, sendo que a de
matos é a maior de sempre registada, com 1091 ha.
Município de Melgaço
65
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
1200
140
1000
120
100
800
80
600
60
400
40
200
0
N.º Ocorrências
Área Ardida (ha)
Distribuição da área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal 19962005
20
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Mato
463
333 127 78,9 419
Povoamento
260
261 93,1 22,9 48,8 41,2 92,4
11
N.º Ocorrência
73
117
55
42
80
81
373 88,8 120
78
82
0
185 1091
17,9 348
69
111
Gráfico 15: Distribuição da área Ardida por Tipo de Coberto Vegetal 1996-2005
Município de Melgaço
66
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.3 -ÁREA ARDIDA E N.º DE OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO
Verifica-se que a classe correspondente a valores superiores a 100 ha, é a mais representativa em
mais de 50% dos valores; sendo que a classe logo abaixo, entre 50 e 100 ha, apresenta valores
elevados. Ambas as classes totalizam mais de 75% do total da área ardida.
O maior nº de ocorrências, mais de 50%, corresponde no entanto, a incêndios de reduzida dimensão
(<1 ha).
De referir ainda, que 23 das 800 ocorrências, registadas durante o período de 1996 e 2005,
estiveram na origem de 75% da área ardida.
Município de Melgaço
67
670
261
62
472
Área Ardida 1996-2005
N.º Ocorrência
19
238
10-20
13
407
20-50
12
780
50-100
11
2319
>100
Gráfico 16: Distribuição da Área Ardida e Nº Ocorrências por Classes de Extensão 1996-2005
1-10
0
500
1000
1500
2000
2500
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Distribuição da Área Ardida e Nº Ocorrências por Classes de Extensão 1996-2005
<1
Município de Melgaço
Área Ardida (ha)
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Nº Ocorrências
68
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.4-GRANDES INCÊNDIOS (ÁREA > 100HA)
6.4.1-Distribuição anual
A distribuição anual dos grandes incêndios corresponde à distribuição anual de área ardida. Nada de
surpreendente tendo em conta que são os incêndios de maior extensão responsáveis por 75% do
total da área ardida.
O que se observa, corroborando o que foi já explicado na análise da distribuição anual da área
ardida, é que parece existirem ciclos de maior área ardida (2 anos, em média) entrecortados por
ciclos de menor área ardida (mais evidente na análise deste gráfico). No entanto o período de
análise é demasiado restrito para se poder concluir de forma peremptória.
Município de Melgaço
69
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 13 – Carta das áreas ardidas dos grandes incêndios (>100 ha) do concelho de Melgaço [DGRF]
Município de Melgaço
70
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição Anual da área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996-2005
3,5
1000
900
3
800
Área Ardida (ha)
600
2
500
1,5
400
300
N.º de Ocorrências
2,5
700
1
200
0,5
100
0
Área Ardida
N.º Ocorrências
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
608
413
0
0
262,5
154
0
0
0
881,5
2
3
0
0
2
1
0
0
0
3
0
Gráfico 17: Distribuição Anual da área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996-2005
Município de Melgaço
71
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.4.2-Distribuição mensal
A distribuição mensal dos grandes incêndios reflecte a mesma tendência estabelecida para
distribuição mensal.
Município de Melgaço
72
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
1200
6
1000
5
800
4
600
3
400
2
200
1
0
Feverei
Janeiro
Março
ro
Abril
Maio
Junho
Setemb Outubr Novem Dezem
Julho Agosto
ro
o
bro
bro
Área Ardida 1996-2005
0
0
1057
0
0
0
0
608
654
0
0
0
N.º Ocorrência
0
0
5
0
0
0
0
2
4
0
0
0
N.º de Ocorrências
Área Ardida (ha)
Distribuição Mensal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1966 - 2005
0
Gráfico 18: Distribuição Mensal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1966 - 2005
Município de Melgaço
73
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.4.3 -Distribuição semanal
Os grandes incêndios incidiram principalmente aos sábados, mas também às quintas-feiras.
Município de Melgaço
74
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
1200
6
1000
5
800
4
600
3
400
2
200
1
0
Área Ardida
N.º Ocorrências
Seg
Ter
Qua
Ter
Qui
Sex
Sáb
Dom
245
0
0
0
591,5
344
1138,5
0
2
0
0
0
3
1
5
0
N.º de Ocorrências
Área Ardida (ha)
Distribuição Semanal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios
1996 - 2005
0
Gráfico 19: Distribuição Semanal da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996 - 2005
Município de Melgaço
75
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.4.4-Distribuição horária
Os grandes incêndios ocorrem significativamente entre as 18h00 e as 19h00.
Com registos bastante elevados, distinguimos ainda o período entre as 22h00 e as 23h00, entre as
14h00 e as 15h00, e entre as 20h00 e as 21h00.
Município de Melgaço
76
1
0
N.º Oco rrências 1996-2005
Município de Melgaço
237,5
0
Á rea A rdida 1996 - 2005
0
0
2:00
0
0
3:00
0
0
4:00
0
0
5:00
0
0
6:00
0
0
7:00
0
0
8:00
0
0
9:00
0
0
10:00
0
0
11:00
0
0
0
0
12:00 13:00
1
304
1
125
14:00 15:00
0
0
0
0
16:00 17:00
2
443
0
0
2
304
1
137,5
1
344
0
0
18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00
Gráfico 20: Distribuição Horária da Área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996-2005
1:00
0:00
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Distribuição Ho rária da Á rea A rdida e N.º Oco rrências do s Grandes Incêndio s 1996-2005
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
77
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.5-PONTOS DE INÍCIO E CAUSAS
Da leitura da Figura 14, conclui-se que existem um n.º significativamente elevado em que as causas
não foram determinadas, o que condiciona fortemente a análise deste parâmetro e a sua correlação
com os parâmetros analisado anteriormente.
As causas acidentais ou ligadas ao uso do fogo surgem de forma pouco clara, se quisermos
estabelecer um padrão de negligência.
De realçar contudo, a forte incidência dos reacendimentos, o que nos deverá estar na definição de
novas estratégias de combate e vigilância.
Município de Melgaço
78
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Figura 14 – Carta dos pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Melgaço (2001-2006)
Município de Melgaço
79
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
6.6-FONTES DE ALERTA
Podemos concluir, pela leitura do Gráfico 21, que 22% dos alertas são feitos pelos
populares, ou locais.
O CDOS é igualmente uma das fontes de alerta mais importante, com 17% dos casos
registados.
Repara-se na diminuta percentagem, correspondente à Rede de Postos de Vigia,
representando apenas 8% dos alertas, registados no período entre 2001 e 2005.
No entanto, a maior fatia vai para a classe dos “Outros”, que representa todas as fontes que
não se incluem nas designadas.
Relativamente à distribuição do número de ocorrências por fonte e hora de alerta entre 2001
e 2006 (Gráfico 22) verifica-se que o maior número de alertas ocorreu entre às 16h00 e as
17h00, seguindo do período entre as 15h00 e as 16h00, sendo maioritário dos “outros” e
dos “populares”, seguindo a mesma relação estabelecida para o conjunto dos alertas.
Município de Melgaço
80
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de
alerta (2001-2005)
CDOS
17%
Outros
43%
117
6%
PV
9%
Populares
22%
Sapadores
3%
CDOS
117
PV
Sapadores
Populares
Outros
Gráfico 21 – Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta entre 2001-2006
Município de Melgaço
81
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Distribuição do n. de ocorrências por fonte e
hora de alerta (2001-2005)
35
N.º Ocorrências
30
25
13 16
20
11
10
15
10
5
2
2
2
3
2
2
1
1
1
5
3
0
3
1
1
1
3
2
2
1
3
1
1
1
1
4
1
2
2
2
2
4
5
5
4
1
1
1
2
2
3
2
2
3
3
2
1
6
5
3
1
3
1
4
7
7
2
2
5
7
2
1
4
13
10
4
4
1
2
2
2
10
4
12
8
3
2
4
5
6
1
1
3
7
8
1
2
1
3
CDOS
3
3
1:
00
2:
00
3:
00
4:
00
5:
00
6:
00
7:
00
8:
00
9:
00
10
:0
0
11
:0
0
12
:0
0
13
:0
0
14
:0
0
15
:0
0
16
:0
0
17
:0
0
18
:0
0
19
:0
0
20
:0
0
21
:0
0
22
:0
0
23
:0
0
0
3
1
5
1
9
Outros
DRA
Populares
Sapadores
PV
117
Horas
Gráfico 22 – Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta entre 2001-2005
Município de Melgaço
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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
BIBLIOGRAFIA
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Defesa da Floresta contra Incêndios. Lisboa
DGRF (2006). Incêndios Florestais 2006 – Relatório Final. DSDF. Lisboa.
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Lei n.º 14/2004, de 8 de Maio
Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho
Portaria n.º 1056/2004, de 14 de Agosto
Portaria n.º 1185/2004, de 15 de Setembro
Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006 de 26 de Maio
Município de Melgaço
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