a esquizofrenia

Transcrição

a esquizofrenia
"O homem deve saber que de nenhum outro lugar,
mas do encéfalo, vem a alegria, o prazer, o riso e a
diversão, o pesar, o ressentimento, o desânimo e a
lamentação. E por isso, de uma maneira especial,
adquirimos sabedoria e conhecimento...
... e pelo mesmo órgão tornamo-nos loucos e
delirantes, e medos e terrores nos assombram...
Todas estas coisas suportamos do encéfalo, quando
não está sadio..."
Hipócrates, século IX
OS TRANSTORNOS DA MENTE
CATEGORIAS DE TRANSTORNOS DA MENTE
1. Transtornos da Ansiedade
• Ansiedade generalizada
• Fobias: fobia simples, fobia social, agorafobia
• Pânico
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
• Transtorno do estresse pós-traumático
2. Transtornos do Humor
•
Depressão maior
•
Distimia
•
Transtorno bipolar.
3. Da cognição
•
Esquizofrenia e delírio
4. Do comportamento social: transtornos da personalidade
5. Da aprendizagem, memória e inteligência: retardo mental
e demência
OS TRANSTORNOS DA
ANSIEDADE
A RELAÇÃO DO ESTRESSE COM O DESEMPENHO
teorema de Yerkes Dodson - 1908
Quando o estresse aumenta (linha horizontal) melhora a adaptação, até um ponto Ótimo,
daí em diante a performance começa a decrescer (vertical) até o a Desadaptação e,
finalmente, o Esgotamento
RELAÇÃO DO ESTRESSE COM O DESEMPENHO
D
E
S
E
M
P
E
N
H
O
ESTRESSE
O mesmo princípio se aplica à ansiedade
RELAÇÃO DO ESTRESSE COM
O DESEMPENHO
Ballone, 2005 http://www.psiqweb.med.br/
Como se traça a linha que separa as pessoas
normais, que têm um nível de ansiedade
compatível com seu estilo de vida, e os
ansiosos patológicos?
Como se traça a linha que separa as pessoas
normais, que têm um nível de ansiedade
compatível com seu estilo de vida, e os
ansiosos patológicos?
ANSIEDADE GENERALIZADA
Por favor Deus...
não deixe o teto cair
na minha cabeça
esta noite!!!
 preocupação constante, excessiva e inapropriada, que é persistente
(meses) e não limitada a circunstâncias particulares.
 sintomas físicos e psíquicos de ansiedade característicos: inquietude;
fadiga; dificuldades de concentração; irritabilidade; tensão muscular e
dificuldades de sono.
FOBIA ESPECÍFICAS
 Medo excessivo ou irracional a determinadas pessoas, animais,
objetos ou situações (por exemplo, elevador, viajar de avião,
dentista, ver sangue, etc.)
 As situações são evitadas ou vividas com grande aflição.
FOBIA SOCIAL
 Medo intenso, persistente e irracional, de ser observado ou avaliado
negativamente pelos outros, em situações sociais ou em que o seu
desempenho é posto à prova.
 Complicações: menor rendimento na escola ou trabalho, problemas nos
relacionamentos, dependência financeira, depressão, alcoolismo e risco de
suícidio.
.
AGORAFOBIA
 Ansiedade ou evitação de lugares ou situações de onde escapar pode ser
difícil ou embaraçoso ou o socorro pode não ser possível, no caso de um
ataque de pânico
 Complicações: leva à evitação dessas situações (denominada esquiva
fóbica), com frequência chegando ao ponto de o paciente ficar aprisionado
em sua própria casa.
TRANSTORNO DO PÂNICO
1. Início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, associados com
medo de perder o controle, sentimentos de morte ou catástrofe iminente.
2. São acompanhados de vários sintomas físicos e psíquicos de
ansiedade, tais como: palpitações; sudorese; tonturas; sensação de falta
de ar ou engasgamento; tremor; desrealização ou despersonalização.
3. Tipicamente os ataques de pânico chegam à sua intensidade máxima em
10 minutos e duram cerca de 30 a 45 minutos.
4. A frequência dos ataques varia, podendo ocorrer espontaneamente ou
em resposta a uma situação particular.
5. Cerca de 2/3 dos pacientes desenvolvem agorafobia.
O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
É caracterizado por:
1. Obsessões: são pensamentos intrusivos  idéias persistentes
associadas a um sentimento penoso e de estranheza, existindo
resistência a estas e consciência da sua estranheza.
 Exemplos de obsessões comuns: medo de contaminação; medo de
acidentes; preocupações religiosas ou sexuais
2. Compulsões: atos motores irresistíveis que reduzem a
ansiedade provocada pelas obsessões, muitas vezes chamados
rituais.
 Exemplos de rituais comuns são: lavagens de mãos repetitivas;
verificações excessivas; limpezas ou contagens incessantes
O TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Nem todos os
ferimentos são
visíveis
O TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
 É caracterizado por uma história de exposição a uma situação traumática:
experiência de morte, perigo de morte, lesão significativa, estupro ou abuso.
 Pode ser desencadeado logo após o evento ou depois de meses ou anos.
 Estão presentes três tipos de sintomas:
1. Revivenciar a experiência traumática:
 pensamentos intrusivos, pesadelos recorrentes, flashbacks,
 sentir ou agir como se o acontecimento estivesse para ocorrer novamente,
 angústia intensa quando exposto a pessoas, locais ou conversas
relacionadas com o evento;
2. Evitamento e embotamento afetivo :
 evitamento de situações ou pessoas relacionadas com o trauma,
 diminuição do interesse pela maioria das atividades,
 sentimento de “desligamento dos outros”,
 incapacidade de vivenciar emoções,
 amnésia para partes do trauma
3. Hipervigilância:
 reação de alarme hiperativa  situações habitualmente inócuas ou
estresses pequenos disparam a crise (ex: um bater de porta,
pessoa falando alto, fogos de artifício, etc.)
 é acompanhada de problemas com sono, irritabilidade, raiva,
dificuldades de concentração
DEPRESSÃO
(5% da população)
TRANSTORNO DIPOLAR
(1% da população)
A DEPRESSÃO
 Sintomas gerais:
 tristeza profunda e frequentemente sem
motivo aparente
 aflição intensa, angústia
 apatia, perda da motivação e do interesse
 pessimismo
 baixa auto-estima
 sentimento de culpa, inadequação e feiúra
 indecisão
 retardo do pensamento e da ação
 perda da libido
 distúrbio do sono e do apetite
 idéias suicidas
HÁ VÁRIOS TIPOS DE DEPRESSÃO
(perda do prazer e do interesse)
ESQUIZOFRENIA
Afeta muitos dos traços que nos
fazem humanos: o pensamento, a
percepção e a consciência.
A ESQUIZOFRENIA
Esquizofrenia = cérebro dividido
Experiências
internas
Experiências
externas
 Fragmentação da estrutura básica do pensamento, com dificuldade em estabelecer a
diferença entre experiências internas e externas.
 Sintomas positivos:
 idéias delirantes, pensamentos irreais. Por exemplo, o indivíduo acha que está
sendo perseguido pela polícia secreta, que é o responsável pelas guerras do mundo;
que é o salvador,etc.
 Alucinações: percepções irreais, ouvir, ver, sentir cheiros – sendo mais frequente
as alucinações auditivo-visuais;
 pensamento e discurso desorganizado - elaborar frases sem qualquer sentido ou
inventar palavras;
 alterações do comportamento, ansiedade, impulsos, agressividade
 Sintomas negativos:
falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia indiferença emocional;
pobreza do pensamento.
TIPOS DE ESQUIZOFRENIA
1. Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a
doença, predominando os sintomas positivos. Predomina o delírio
paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com
esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter
comportamento agressivo.
2. Desorganizada, em que os sintomas afetivos e as alterações do
pensamento são predominantes. As idéias delirantes, embora
presentes, não são organizadas. Em alguns doentes pode ocorrer
uma irritabilidade marcada, associada a comportamentos agressivos.
Existe um contato muito pobre com a realidade.
3. Depressiva, caracterizada por retardo, apatia, autopunição ansiosa e
culpa. Discurso lentificado, indiferença em relação ao futuro,
expressão facial fixa; movimentos lentificados; deficiência da
memória recente ou bloqueio do discurso.
Estes subtipos não são estanques, podendo um doente em determinada altura da evolução da sua
doença apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de
algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo.
PRINCIPAIS FATORES RELACIONADOS
COM OS TRANSTORNOS DA MENTE
1. Químico: alterações nas vias moduladoras
difusas do tronco cerebral
 sistemas da noradrenalina, serotonina e dopamina
2. Genético: vulnerabilidade genética
3. Ambiental: fatores do ambiente
A TEORIA DOS DOIS DESENCADEADORES DO
TRANSTORNO MENTAL
O transtorno mental decorre da associação entre
a vulnerabilidade genética e fatores psicossociais
1. Vulnerabilidade genética
 presença de um conjunto de genes com
funcionamento anormal
 se estes genes forem ativados induzirão a
formação de proteínas que levarão ao mal
funcionamento dos neurônios
 não se herda a doença em si, herdam-se os
fatores de vulnerabilidade
A VULNERABILIDADE GENÉTICA
Gene vulnerável
DNA
Produto gênico
anormal
Como um gene vulnerável pode
afetar a função neuronal?
O gene vulnerável induz a expressão de uma proteína
anormal:
em quantidades erradas
em local errado
em momento inadequado
Alguns exemplos de processos potencialmente prejudicados por proteínas
anormais:
1. síntese e inativação do neurotransmissor
2. tipo e quantidade dos receptores do neurotransmissor
3. recaptadores do neurotransmissor
4. fatores relacionados com o desenvolvimento e maturação dos circuitos
neuronais
5. fatores relacionados com a plasticidade neural  durante o desenvolvimento e
no adulto
6. ativação inadequada da transcrição de outros genes relacionados com a
função neuronal
A TEORIA DOS DOIS DESENCADEADORES DO
TRANSTORNO MENTAL
1.Vulnerabilidade genética
2.Fatores ambientais e psicossociais:
Eventos traumáticos que surgem na vida 
infância e/ou maturidade
Personalidade do indivíduo  capacidade de
lidar com adversidades
 Apoio familiar e social
Outras influências do ambiente sobre o indivíduo
e seu genoma: toxinas, vírus, doenças, etc.
FATORES AMBIENTAIS E PSICOSSOCIAIS PODEM ATIVAR OS GENES ANORMAIS
Exemplo: esquizofrenia
Divórcio
Infância ruim
Vírus
Toxinas
DNA
Genes vulneráveis
Mesmo que se herde os genes
vulneráveis para a esquizofrenia, as
chances de desenvolver ou não a doença
podem ser afetadas por fatores externos
ESQUIZOFRENIA
Produto gênico
anormal
FATORES INDIVIDUAIS INTERFEREM NA RESPOSTA AO
IMPACTO DA DEMANDA DOS EVENTOS PSICOSSOCIAIS
Impõem um demanda sobre o
genoma do indivíduo para uma
resposta adaptativa apropriada
Personalidade
Capacidade de lidar com problemas
DNA
Fatores de vulnerabilidade
genética da depressão
No indivíduo com personalidade bem
adaptada, com boa capacidade de lidar com
problemas e contando com apoio familiar e
social  há redução ou anulação da
demanda do ambiente sobre seu código
genético para a depressão latente
O oposto ocorre no indivíduo com
personalidade mal adaptada e/ou que não
conta com apoio familiar e social
GRAUS DIFERENCIADOS NA DETERMINAÇÃO BIOLÓGICA DOS TRANSTORNOS MENTAIS
A intensidade dos eventos estressores revela diferentes
graus na determinação biológica do transtorno da mente
ESTRESSORES MENORES
ESQUIZOFRENIA
ESTRESSORES MODERADOS
DEPRESSÃO
ESTRESSORES MAIORES
TRANSTORNO DO ESTRESSE
PÓS-TRAUMÁTICO
Alguns transtornos possuem predisposição relativamente elevada para manifestarse em indivíduos vulneráveis, enquanto outros possuem predisposição
relativamente pequena para a ativação da sequência de genes para vulnerabilidade
A RELAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES
DAS VIAS MODULADORAS DIFUSAS DO
TRONCO CEREBRAL
COM OS TRANSTORNOS DA MENTE
O SISTEMA ATIVADOR RETICULAR ASCENDENTE (SARA) CONTROLA O CICLO SONO-VIGÍLIA
O SARA corresponde aos
neurônios do tronco
cerebral que controlam a
atividade do córtex
cerebral durante o ciclo
vigília-sono
Cortex cerebral
TÁLAMO
SARA
Tálamo
Tronco
cerebral
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Medula espinhal
Nervo espinhal
Acordado
Sono NREM
Sono REM
O sistema que hoje é chamado sistema modulador difuso do tronco
cerebral foi inicialmente identificado como SARA
OS SISTEMAS MODULADORES
DIFUSOS DO TRONCO CEREBRAL
Os sistemas da dopamina,
serotonina, noradrenalina e
acetilcolina
LOCALIZAÇÃO DOS CORPOS CELULARES DOS NEURÔNIOS DOS SISTEMAS MODULADORES
DIFUSOS DO TRONCO CEREBRAL
Projeções para o cérebro
Substância negra e
tegmento do mesencéfalo
DOPAMINA
Mesencéfalo
Projeções para o cerebelo
Neurônios gigantocelulares
da formação reticular
ACETILCOLINA
Ponte
Locus ceruleus
NORADRENALINA
Bulbo
Núcleos da rafe
SEROTONINA
Projeções para a medula espinhal
PROJEÇÕES DOS SISTEMAS DA SEROTONINA E NORADRENALINA
1. Sistema da serotonina
2. Sistema da noradrenalina
Sistema límbico
Sistema límbico
MESENCÉFALO
PONTE
Núcleos da rafe
Projeção para o bulbo e medula espinhal
 analgesia endógena
Projeção para o córtex cerebral, tálamo,
hipotálamo, núcleos basais e cerebelo
 atenção seletiva
 induz o sono não-REM
 estados emocionais
Locus ceruleus
BULBO
Tronco cerebral:
B= bulbo, P=ponte, M=mesencéfalo
Projeção para o córtex cerebral, tálamo,
hipotálamo; bulbo olfatório; cerebelo,
mesencéfalo e medula espinhal
 atenção seletiva
 ciclo sono-vigília
 memória
 estados emocionais
PROJEÇÕES DOS SISTEMAS DA DOPAMINA E ACETILCOLINA
3. Sistema da dopamina
4. Sistema da acetilcolina
Substancia
negra
Sistema límbico
Sistema límbico
M
P
Área tegmental ventral
B
medula espinhal
Substância Negra para o Corpo Estriado
 facilitação no início dos movimentos
voluntários
Área Tegmentar Ventral para o sistema
límbico e córtex pré-frontal:
 circuitos de recompensa (reforço
comportamental)
Tronco cerebral:
B= bulbo, P= ponte, M= mesencéfalo
Complexo pontino
mesencefálico
Área septal para o Hipocampo:
 atenção seletiva; memória e
aprendizagem
Núcleos de Meynert para o neocórtex
 Atenção focalizada, memória
Complexo pontino mesencefálico para o
tálamo dorsal
 regulação da excitabilidade talâmica
(ciclo sono-vigília)
O TRIPÉ MODULADOR DAS FUNÇÕES DO CÉREBRO
NORADRENALINA
DOPAMINA
SEROTONINA
Alterações nessas vias moduladoras estão envolvidas:
1. Nos distúrbios do comportamento alimentar: bulimia, compulsão alimentar,
anorexia.
2. Nos distúrbios do humor e do afeto: depressão, ansiedade, mania, fobias,
esquizofrenia, distúrbio do estresse pós-traumático, transtorno bipolar, etc.
3. Em vários tipos de insônia.
4. Na ação e dependência de substâncias psicoativas
A TEORIA AMINÉRGICA* DOS DISTÚRBIOS DA MENTE
O transtorno mental decorre de alterações:
 na quantidade do neurotransmissor liberada na sinapse
e/ou no tipo e/ou na quantidade de receptores dos neurotransmissores
 e/ou nos eventos moleculares que acontecem a partir da ocupação do receptor pelo
neurotransmissor
neurotransmissores
liberados
Serotonina
receptores dos
neurotransmissores
Noradrenalina
Dopamina
Corpos celulares dos neurônios no tronco
cerebral produzem os neurotransmissores
*Nota: Esses neurotransmissores são derivados de aminoácido (tirosina dopamina e noradrenalina,
triptofano  serotonina) daí a denominação aminas. Habitualmente são referidos como aminas biogênicas
As Bases Biológicas dos Transtornos da Ansiedade
• Predisposição
(diátese);
Genética
• Ocorrência
de
eventos
externos estressantes.
A característica dos transtornos de
ansiedade é a resposta inadequada ao
estresse, quando o estresse não está
presente ou quando o perigo não é
imediato.
Assim, a chave para se compreender a
ansiedade é saber como a resposta ao
estresse é regulada pelo sistema
nervoso.
Ansiogênico
O Eixo Hipotálamo-Hipófise(Pituitária)-Adrenal (HPA): o eixo HPA regula a secreção de
cortisol pela glândula adrenal em resposta ao estresse.
NOS DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE A AMÍGDALA EXAGERA NA
RESPOSTA DO MEDO
A = amígdala
A
Resposta ao
medo
exagerada
Pânico, fobias, etc.




Agorafobia
Síndrome do pânico
Estresse pós-traumático
Depressão
NOS DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE AMÍGDALA FOGE DO CONTROLE DO LOBO PRÉFRONTAL
Em condições normais a amígdala avalia o grau de ameaça do estressor e
organiza as respostas emocionais relacionadas com o medo
Normalmente o lobo pré-frontal tem ação freadora nas respostas da amígdala
Lobo pré-frontal
Nos distúrbios da
ansiedade:
A amígdala está
hiperativa e foge do
controle inibidor do
lobo pré-frontal
Amígdala
Resposta do medo
exagerada
X
-
A SÍNDROME DA HIPERATIVIDADE DA NORADRENALINA
Projeções noradrenérgicas
Sintomas
Lobo préfrontal
Maior alerta
Noradrenalina
Hipertensão
Lobo lobo
pré-frontal
Cerebelo
Sistema
límbico
Noradrenalina
Medula espinhal
 Noradrenalina e Pânico
Redução na liberação de serotonina
também está envolvida nos transtornos
de ansiedade
 Serotonina e TOC
Transtorno Obsessivo Compulsivo
 Serotonina e ansiedade
Tratamentos dos
Transtornos da Ansiedade
• Psicoterapia;
• Medicações Ansiolíticas:
 ISRSs (Inibidores Seletivos de Recaptação da
Serotonina) → Ex. Fluoxetina (Prozac®). Tem sido
observado que os ISRSs aumentam o número de
receptores para glicocorticóides no hipocampo;
Benzodiazepínicos (ex. diazepam – Valium®) →
estimulam receptores gabaérgicos;
Perspectivas Futuras → drogas inibidoras do
receptor do CRH.
MECANISMO DE AÇÃO DOS INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA
NORMAL
neurônio présináptico
Serotonina
neurônio
póssináptico
O ISRS inibe a recaptação da
serotonina
Receptor
Recep
quantidade normal de serotonina na sinapse
tor
NA ANSIEDADE: serotonina liberada
na sinapse
Retorna a quantidade normal de serotonina
Tratamentos dos
Transtornos da Ansiedade
• Psicoterapia;
• Medicações Ansiolíticas:
 ISRSs (Inibidores Seletivos de Recaptação da
Serotonina) → Ex. Fluoxetina (Prozac®). Tem sido
observado que os ISRSs aumentam o número de
receptores para glicocorticóides no hipocampo;
Benzodiazepínicos (ex. Diazepam – Valium®) →
estimulam receptores gabaérgicos;
Perspectivas Futuras → drogas inibidoras do
receptor do CRH.
A ação dos Benzodiazepínicos: os benzodiazepínicos ligam-se a um
sítio do receptor GABAA, tornando-o muito mais responsivo ao GABA,
que é o principal neurotransmissor inibitório do prosencéfalo. O álcool
pode ligar-se a um sítio diferente, no mesmo receptor, também
tornando-o mais responsivo ao GABA.
As Bases Biológicas dos
Transtornos do Humor
• Hipótese Monoaminérgica (↓NOR
e SER);
• Hipótese Diátese-Estresse.
A SÍNDROME DA DEFICIÊNCIA DA NORADRENALINA
Lobo pré-frontal
depressão
Noradrenalina
Lobo pré-frontal
Noradrenalina
Sistema límbico
Noradrenalina
Atenção diminuída
 Noradrenalina e depressão
TRANSTORNOS ASSOCIADOS COM DEFICIENCIA DA SEROTONINA
serotonina
Lobo pré-frontal
 Serotonina e depressão
serotonina
Núcleos basais
 Serotonina e TOC
Transtorno Obsessivo Compulsivo
serotonina
 Serotonina e ansiedade
Sistema límbico
Hipótese Diátese-Estresse
De acordo com essa hipótese, o eixo HPA é o
principal sítio para o qual convergem as
influências genéticas e ambientais para causar os
transtornos do humor.
Um dos achados mais consistentes da psiquiatria é a
hiperatividade do eixo HPA em pacientes gravemente
deprimidos: o cortisol sanguíneo está elevado, assim com a
concentração de CRH no líquido cefalorraquidiano.
Poderia essa hiperatividade do eixo HPA, com o resultante
efeito deletério das funções encefálicas, ser a causa da
depressão?
SECREÇÃO EXCESSIVA DE CORTISOL NOS PACIENTES COM DEPRESSÃO
Nesses pacientes com depressão o ritmo circadiano do cortisol foi abolido
NOITE
DIA
Figura. Concentração plasmática media de cortisol a cada hora, num periodo de 24 horas de sete pacientes
com depressão unipolar e 54 voluntários normais.Vários pacientes com depressão secretam um excesso de
ACTH e cortisol durante o dia. Pessoas normais há um ritmo circadiano para a secreção que tem um pico às
8 horas da manhã e então decai progressivamente até as 3 horas da manhã. Nos depressivos o cortisol está
elevado na maior parte do dia com apenas leve declínio a noite (Kandell, 2000).
No ↓de
receptores
cortisol
Nos pacientes deprimidos essa retroalimentação negativa do
eixo HPA feita pelo hipocampo está reduzida. Uma base
molecular para a diminuição da resposta hipocampal ao cortisol é
uma diminuição do número de receptores para o cortisol.
E o que regula esse número de receptores para cortisol?
Estímulo tátil x no de receptores
para cortisol no hipocampo
• Receptores para cortisol são produto da expressão
gênica. Foi demonstrado em ratos que experiências
sensoriais precoces regulam o grau de expressão gênica
dos receptores para glicocorticóides.
• Ratos que receberam muito cuidado materno quando
eram filhotes expressam mais receptores para
glicocorticóides no seu hipocampo, menos CRH no
hipotálamo e apresentam menor ansiedade quando
adultos.
• O estímulo tátil ativa aferências serotoninérgicas
ascendentes para o hipocampo, e a serotonina causa um
aumento duradouro na expressão dos genes dos
receptores glicocorticóides.
Tratamentos dos
→
Transtornos de Humor
• Psicoterapia;
• Antidepressivos:
 Tricíclicos (bloqueiam recaptação de NOR e
SER) → Ex. Imipramina (Tofranil®);
 ISRSs → Ex. Fluoxetina (Prozac®);
 ISRNOR →reboxetina (Prolift®);
 IMAO → fenelzina (Nardil®);
 Lítio;
Ácido Valpróico (Depakene®) Transtorno bipolar
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS
NORMAL
neurônio présináptico
2. O ANTIDEPRESSIVO inibe a
enzima inativadora da serotonina
MAO= monoamina oxidase
Serotonina
neurônio
póssináptico
Receptor
Recep
quantidade normal de serotonina nator
sinapse
NA DEPRESSÃO: serotonina liberada
na sinapse
Retorna a quantidade normal de serotonina
1. O ANTIDEPRESSIVO inibe a
recaptação da serotonina
Retorna a quantidade normal de serotonina
Os Antidepressivos mais usados (ordem alfabética do nome químico):
Nome Comercial
Nome Químico
Valdoxan
Agomelatina
Tryptanol, Amytril
Amitriptilina (Tricíclico)
Zyban, Wellbutrin, Zetron, Bup
Cipramil, Procimax, Denyl, Citta, Maxapran
Anafranil, Clo
Cymbalta
Lexapro, Exodus
Prozac, Verotina, Verotina gotas, Verotina S
(semanal)), Eufor, Daforin, Fluxene, Psiquial
Luvox
Bupropiona (Noradrenérgico e
Dopaminérgico)
Citalopram (Inibidor de Recaptação de
Serotonina)
Clomipramina (Tricíclico)
Duloxetina (Ação dupla em Serotonina e
Noradrenalina)
Escitalopram (Inibidor de Recaptação de
Serotonina)
Fluoxetina (Inibidor de Receptação de
Serotonina)
Fluvoxamina (Inibidor de Recaptação de
Serotonina)
Tofranil
Imipramina (Tricíclico)
Ludiomil
Maprotilina (Tetracíclico)
Tolvon
Mianserina
Ixel
Milnaciprano (Ação dupla em Serotonina e
Noradrenalina)
Aurorix
Moclobemida (IMAO)
Serzone
Nefazodone
Pamelor
Aropax, Paxil CR, Pondera, Cebrilin,
Roxetin, Paxan, Benepax, Aotin
Stablon
Nortriptilina (Tricíclico)
Paroxetina (Inibidor de Recaptação de
Serotonina)
Reboxetina (Ação dupla em Serotonina
e Noradrenalina)
Seleginina Transdérmica (IMAO)
Sertralina (Inibidor de Recaptação de
Serotonina)
Sulpiride (Neuroléptico e
Antidepressivo atípico)
Tianeptina
Parnate
Tranilcipromina (IMAO)
Prolift
Emsan
Zoloft, Tolrest, Assert, Serenata
Equilid
Donaren, Donaren Retard
Trazodona
Venlafaxina (Ação dupla em Serotonina
e Noradrenalina). O XR do Efexor e o
Efexor, Efexor XR, Venlift OD, Venlaxin
OD do Venlift significam liberação
prolongada.
EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS SINTOMAS DURANTE O TRATAMENTO COM ANTIDEPRESSIVO
Evolução lenta na remissão dos sintomas
As Bases Biológicas da
Esquizofrenia
• Os Genes e o Ambiente;
• A Hipótese Dopaminérgica;
• A Hipótese Glutamatérgica.
Tabela - Risco para desenvolvimento de esquizofrenia ao longo da
vida em parentes de pacientes esquizofrênicos (modificado de
Gottesman, 1991).
Grau de parentesco
Risco para esquizofrenia %
Primeiro grau
Pais
Filhos (com um dos progenitores afetados)
Filhos (com pai e mãe esquizofrênicos)
Irmãos
Gêmeos fraternos
Gêmeos idênticos
Segundo grau
Meio-irmãos
Netos
Sobrinhos
Tios
Terceiro Grau
Primos
População geral
6
13
46
9
17
48
6
5
4
2
2
1
Hipótese Dopaminérgica
DISFUNÇÃO DA VIA DOPAMINÉRGICA
Via mesolímbica
Sintomas positivos da esquizofrenia
Alucinações, idéias delirantes,
ansiedade, agressividade.
Núcleo
acumbens
dopamina
Via mesocortical
Sintomas negativos da esquizofrenia
Lobo préfrontal
↓dopamina
falta de vontade ou de iniciativa;
isolamento social; apatia indiferença
emocional; pobreza do pensamento
Hipótese Glutamatérgica
• Fenciclidina (PCP – “pó dos anjos”) → inibe
receptores glutamatérgicos do tipo NMDA e
induzem alucinações paranóia;
• Portanto, esquizofrenia reflete ativação ↓ dos
receptores NMDA no encéfalo.
Tratamentos da
Esquizofrenia
• Neurolépticos Tradicionais: inibidores de
receptores dopaminérgicos do tipo D2 →
haloperidol e clorpromazina;
• Neurolépticos
Atípicos:
inibidores
de
receptores
dopaminérgicos
e
serotoninérgicos → clozapina e risperidona;
• Perspectiva futura →Agonista de receptor
NMDA .

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