Em áreas vulcânicas, enormes volumes de sedimentos podem ser

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Em áreas vulcânicas, enormes volumes de sedimentos podem ser
Lahar
Escrito por Gerson Caravaca
Ter, 15 de Setembro de 2009 01:16 -
<p style="text-align: justify"><br /> Em �eas vulc�icas, enormes volumes de sedimentos
podem ser transportados talude abaixo por fen�enos geol�icos caracterizados por fluxos de
massa e correntes com baixa e alta concentra�o de sedimentos, cuja redeposi�o muitas
vezes domina seq��cias vulcanocl�ticas. O fen�eno mais conhecido �o lahar, um termo
indon�io utilizado para denominar uma mistura de detritos de rochas vulc�icas e �ua que flui
rapidamente a partir de um vulc� sob a influ�cia da gravidade. Al� dos lahars, outros tr�
processos vulcanossedimentares que transportam fragmentos vulc�icos em �eas vulc�icas
s� fluxos de detritos, fluxos hiperconcentrados e as correntes dilu�as.<br /> <br /> </p>
<h3>Lahar</h3> <p style="text-align: justify">Lahar engloba na sua defini�o fluxos de detritos
e fluxos hiperconcentrados (veja mais abaixo suas defini�es), mas n� inclui no seu espectro
fluxos dilu�os (tanto fluxos normais como fluxos ricos em lama). Outro fen�eno
vulcano-sedimentar que ocorre em regi�s vulc�icas e recentemente reconhecido �a
avalanche de detritos, uma mistura de detritos e rochas que move-se talude abaixo sob a
influ�cia da gravidade originada pelo colapso parcial ou total de um edif�io vulc�ico.
Importantes transforma�es de fluxos atuam sobre esses fen�enos, fazendo com que
avalanches de detritos originadas pr�imas ao vulc� possam ser transformadas totalmente em
lahars (fluxos de detritos e fluxos hipercontrados) e, estes em fluxos dilu�os. Pode tamb�
ocorrer que fluxos inicialmente dilu�os podem, por incorpora�o de sedimentos, serem
transformados em lahars.</p> <p style="text-align: justify">Um lahar �um evento; ele pode ser
referido para um ou mais processos (fluxo de detritos ou fluxos hipercontrados), mas n� pode
se referir a um &quot;dep�ito” de rochas. Lahar engloba um <em>continuum</em> entre
processos de fluxos de detritos e fluxos hiperconcentrados (ver mais abaixo). Ainda que
algumas correntes dilu�as (de inunda�es ou ricos em lama) sejam geneticamente
relacionados aos lahars, outras n� s�, e o termo lahar n� �assim estendido para tais
fluxos.</p> <p style="text-align: justify">Detritos rochosos em lahars variam em tamanho
desde argilas at�matac�s, de at�algumas dezenas de metros em sua m�ima dimens�.
Quando em movimento, estes fluxos lembram massas de concreto �mido e tendem a serem
canalizados dentro de vales. Lahars s� formados quando massas inconsolidadas de detritos
�midos tornam-se mobilizadas e sua g�ese �relacionada com:</p> <ul>
<li
style="text-align: justify">Grandes avalanches de detritos vulc�icos saturados em �ua (p. ex.
vulc� Sant Helens, E.U.A.);</li>
<li style="text-align: justify">Fortes quedas de chuvas que
mobilizam dep�itos vulc�icos semi a n�-consolidados (p. ex. Vulc� Pinatubo, Filipinas);</li>
<li style="text-align: justify">R�idas fus�s de neve e gelo perto de um conduto vulc�ico por
radia�o de calor ou sobre os flancos de um vulc� por fluxos pirocl�ticos ou surges
pirocl�ticas (p. ex. Vulc� Nevado del Ruiz, Col�bia); ou</li>
<li style="text-align:
justify">Rompimento de �ua desde geleiras, lagos de crateras, ou de barragens formadas pelo
represamento de cursos fluviais por detritos de erup�es vulc�icas (p. ex. Vulc� Kelud,
Indon�ia).</li>
<li style="text-align: justify"> </li> </ul> <div style="text-align: justify">Lahars
podem ser quentes ou frios, dependendo da temperatura dos detritos rochosos que eles
carregam, e podem percorrer grandes dist�cias vales abaixo e mover-se a altas velocidades.
Lahars produzidos durante uma erup�o do Vulc� Cotopaxi no Equador, em 1877, percorreram
mais de 320 km a uma velocidade m�ia de 27 km/h, enquanto que os fluxos que desceram o
flanco SE do vulc� Sant Helens (EUA) em 1980, tiveram velocidades que excederam 100
km/h. Lahars com altas velocidades podem ascender paredes de vales, e seu impulso pode
tamb� fazer com que os fluxos passem sobre obst�ulos. Estes fluxos quando confinados em
vales estreitos, podem temporariamente espessar e preencher os vales at�alturas de 100 m
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ou mais. O maior perigo para vidas humanas associados com lahars vem do soterramento e
impacto por matac�s e outros detritos. Constru�es e outras propriedades que estejam
posicionadas no caminho de um lahars podem ser soterradas, esmagadas ou carregadas para
longe. Por causa de sua relativamente alta densidade e viscosidade, eles podem mover e
carregar ve�ulos e outros grandes objetos, tais como pontes.</div> <p style="text-align:
justify">Existe uma rela�o inversa entre o volume e o comprimento de lahars e sua freq��cia;
isto � grandes fluxos s� menos freq�entes que os pequenos. Por esta raz�, os riscos
decrescem progressivamente a jusante dos vales e com o aumento da altura acima do fundo
do vale. <br /> <br /> <br /> </p> <h3>Fluxos de Detritos</h3> <p style="text-align:
justify">Fluxos de Detritos s� correntes saturadas em �ua que cont� mais que 60% de
sedimentos por volume. Esses fluxos podem ser classificados como fluxos de detritos coesivos
ou n�-coesivos em virtude das diferen�s no mecanismo de suporte das part�ulas maiores.
Nos fluxos de detritos coesivos os mecanismos de suporte dominantes s� a resist�cia da
matriz coesiva (argila + silte) e flutua�o, enquanto que nos fluxos de detritos n�-coesivos o
mecanismo de suporte dominante �a press� dispersiva. Quando a resist�cia cr�ica ao
movimento (cisalhamento) de um conjunto de part�ulas �excedida, o fluxo de detritos passa a
movimentar-se como um flu�o viscoso, sendo o fluxo mantido por uma combina�o de
condi�es de fluxo laminar, “plug flow” ou at�mesmo turbulento (sob taludes �gremes).
Quando a velocidade de transporte do material diminui e passa a ser menor que a resist�cia
do fluxo para se movimentar, normalmente quando o fluxo encontra regi�s planas, os
sedimentos s� depositados conjuntamente (em massa). <br /> <br /> <br /> Como resultado,
o dep�ito �similar em espessura e estrutura interna a aqueles do fluxo original. Dep�ito de
fluxo de detritos, tanto em regi�s vulc�icas como n�-vulc�icas, cont� uma variedade de
texturas e f�ricas, todas as quais s� caracter�ticas de deposi�o em massa. Fei�es
mostradas por todos os fluxos de detritos coesivos s� a sele�o extremamente pobre, a falta
de estratifica�o interna, e a estrutura normalmente maci� e matriz-suportada. Nos fluxos de
detritos n�-coesivos as principais estruturas s� a grada�o reversa e/ou maci� e o arcabou�
clasto-suportado. Muitos fluxos de detritos em regi�s vulc�icas s� pobres em argilas, porque
s� derivados durante ou logo ap� erup�es de detritos vulc�icos. Quando argila prim�ia
ocorre, ela �comumente derivada desde regi�s fontes de rochas alteradas hidrotermalmente
ou pela incorpora�o de solos durante o transporte. As argilas podem ter sua origem ligada ao
intenso intemperismo da �ea fonte em clima tropical, ou, em seq��cias antigas, a efeitos
diagen�icos.</p> <h3>Fluxo Hiperconcentrado</h3> <p style="text-align: justify">Seq��cias
sedimentares vulcanocl�ticas modernas e antigas cont� unidades deposicionais onde fei�es
n� podem ser atribu�as a fluxos de correntes normais, dilu�as e turbulentas, ou a fluxos de
detritos viscosos, geralmente n� turbulentos. As caracter�ticas destes sedimentos
pobremente selecionados sugerem deposi�o r�ida a partir de fluxos de alta concentra�o de
sedimentos, mas n� conjuntamente (em massa). Assim, a sedimenta�o deste tipo de fluxo
parece ser relacionada a dispers�s de elevada descarga, intermedi�ios entre fluxos de
correntes normais e fluxo de detritos, denominado de fluxo hiperconcentrado. Eles cont� entre
20 e 60% de sedimentos por volume. Os detritos s� suportados por uma combina�o de
flutua�o, intera�es entre gr�s (press� dispersiva) e turbul�cia. Fluxos hiperconcentrados s�
distinguidos desde dep�itos de fluxos de detritos pela falta de suporte pela matriz ou inversa
grada�o, e apresentarem grada�o normal e estratifica�o horizontal. Fluxos hiperconcentrados
s� distinguidos desde fluxos de correntes dilu�as pela falta de estratifica�o cruzada em f�ies
arenosas e por uma muito pobre sele�o, pobre imbrica�o, e numerosos clastos com eixos
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longos orientados paralelamente a dire�o do fluxo em f�ies conglomer�icas.</p>
<h3>Correntes Dilu�as</h3> <p style="text-align: justify">Correntes dilu�as transportam
sedimentos finos em suspens� e e sedimentos de maior granulometria arrastados no fundo da
camada por rolamento ou salta�o. Este tipo de corrente �representada por mecanismos de
deposi�o de sedimentos gr�-por-gr�, dominantemente trativos, considerados comumente em
estudos de sedimenta�o fluvial. Correntes dilu�as podem conter at�20% de sedimentos por
volume (menores que fluxo hiperconcentrados). O fluxo �completamente turbulento, e esta
turbul�cia serve como suporte de sedimentos e mecanismo de transporte que governa a f�rica
deposicional. Como resultado, estratifica�o cruzada em arenitos e imbrica�o em
conglomerados s� usualmente bem desenvolvidos. Em geral, dois tipos de dep�itos de
correntes dilu�as podem ser considerados: (1) O primeiro inclui sedimentos transportados
sobre uma grande variedade de condi�es de descarga em um padr� continuo ou o material
depositado por inunda�o que �redistribu�o dentro de formas de leito a baixos est�ios.
Dep�itos desse tipo consistem de areias com estratifica�o cruzada ou cascalhos
relativamente bem selecionados, bem-arredondados, imbricados, maci�s ou com estratifica�o
cruzada com lentes associadas e finas de camadas de areias; (2) O segundo inclui sedimentos
transportados somente durante condi�o de alta descarga que n� podem ser retrabalhados
pelos fluxos dos est�ios inferiores. Dep�itos desse tipo tendem a serem muito mais
pobremente selecionados, contendo mais gr�s angulares, e que geralmente faltam
estratifica�o cruzada geradas por migra�o de formas de leito, ainda que estruturas de corte e
preenchimento sejam mais comum.</p> <p style="text-align: justify"> </p> <h4><span
style="color: #ffff99">Bibliografia utilizada na confec�o desse texto: </span></h4> <p
style="text-align: justify">Smith, G.A. & Lowe, D.R. 1991. Lahars: Volcano-Hydrologic Events
and Deposition in the Debris Flow - Hyperconcentrated Flow Continuum. In: Sedimentation in
Volcanic Settings, Fisher, R.V. & Smith, G.A. (Ed.), SEPM Special Publication, n° 45, p. 59 70.</p> <p style="text-align: justify">Vallance, J.W. 2000. Lahars. In: Encyclopedia of
Volcanoes, Sigurdsson, H. (Ed.), p. 601 - 616.<br /> </p>
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