Planejamento de longo prazo: Reflexões sobre experiências

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Planejamento de longo prazo: Reflexões sobre experiências
Planejamento de longo prazo:
Reflexões sobre experiências
internacionais
Mariano Lafuente
Especialista Sênior em Modernização do Estado (IFD/ICS)
@LafuenteMariano - [email protected]
CONSEPLAN
Recife, Fevereiro 2014
Estrutura da apresentação
1. Características do planejamento de longo prazo
2. Tendências nos países da OCDE
3. Tendências na América Latina
4. Desafios e reflexões
2
1. Características do planejamento de longo prazo
3
Definição
• Plano que excede um período de governo (4/5 anos) - a maioria cobre entre 10 e 20
anos.
Para que fazer planejamento de longo prazo?
• Muitos dos objetivos do país/estado/cidade excedem um período de governo.
• Os principais desafios/investimentos não podem ser resolvidos apenas em 4-5 anos.
• Um plano de longo prazo define uma visão a atingir no futuro.
• Essa visão estratégica procura orientar e alinhar as estratégias de médio prazo e planos
operacionais de curto prazo (anuais) das instituições do setor publico.
4
Na pratica internacional, parecem existir 2 principais modelos de
planejamento de longo prazo
1. Visão Estratégica
2. Metas a serem atingidas
Propósito
Definir um curso geral
Ferramenta de Gestão
Características
Reflexões sobre os desafios e as Objetivos com metas
prioridades futuras
(quantitativas) intermediárias
Exemplos
Finlândia (2013-2030)
Colômbia (2004-2019)
5
No segundo modelo, o número de metas pode ser altamente variável
• Planos com 180 metas e planos com 10 metas.
• Alguns planos procuram orientar toda a ação do governo, outros só prioridades (ambos
exigem metas intermediárias para ser uma ferramenta de gestão).
• A escolha de um modelo ou outro depende do propósito do planejamento.
6
Mas em todos os casos, os planos de longo prazo procuram orientar
aos de médio prazo (4-5 anos) e aos planos operacionais anuais
Fuente: Booz & Co (2010)
7
Quem faz o planejamento do longo prazo?
• Centro de Governo (CdG): instituições de apoio directo ao Presidente / Governador (Casa
Civil, Secretarias de Planejamento e Gestão, Secretarias de Governo , Delivery Units, etc.).
• Eles têm a perspectiva “whole of government” para garantir a consistência dos objetivos.
• Eles também garantem que os objetivos realmente refletem as prioridades do Presidente /
Governador
• Desvantagem dessa liderança: A associação do plano com um Presidente ou Governador
pode levar ao abandono dele quando há uma mudança no governo.
8
Embora a responsabilidade pelo planejamento pode estar dividida
13 países
(48%)
14 países
(52%)
Responsabilidad exclusiva
de Presidencia, Oficina del
Primer Ministro, u Oficina
de Gabinete
Responsabilidad
compartida con otro
organismo
Fonte: Adaptado de OECD (2013). Amostra de 27 países que realizam o planejamento estratégico, alguns nãomembros da OCDE.
9
2. Tendências nos países da OCDE
10
A maioria dos países da OCDE (e outros) tem planos estratégicos ao
nível geral
7 países sem
planejamento
estratégico
(22%)
25 países com
planejamento
estratégico
(78%)
Fonte: OCDE (2013). Amostra de 32 países que responderam a uma pesquisa de Centro de Governo, incluindo
alguns não membros à OCDE.
11
Mas apenas alguns desses países planejam a longo prazo
Planejamento
de longo prazo:
9 países (36%)
+20 anos
1 país (4%)
11 - 20 anos
4 países (16%)
6 - 10 anos
4 países (16%)
1 - 5 anos
16 países (64%)
Fonte: OECD (2013). Amostra de 25 países que realizam o planejamento estratégico, alguns não-membros da OCDE.
12
Países com planejamento de longo prazo
Horizonte
Países
Dinamarca (2020)
Planejamento a 6-10 anos
Islândia (2020)
Israel
Eslováquia (2020)
Finlândia (2030)
Planejamento a 11-20 anos
Látvia (2030)
Lituânia (2030)
África do Sul (2030)
Planejamento a +20 anos
Japão (2050)
Fonte: OCDE (2013). Amostra de 32 países que responderam a uma pesquisa de Centro de Governo,
incluindo alguns não membros à OCDE.
13
Casos na OCDE: Finlândia 2030
Período
17 anos (2013-2030)
Elaboração
Escritório do PM, em consulta com os acadêmicos, empresas, ONGs e
cidadãos (em 7 fóruns regionais e através da web).
Características
Modelo "visão estratégica". Representa uma reflexão de futuro, mas não é
um programa de ação.
Monitoramento
Não define sistema de monitoramento
Objetivos
•
Bem-estar através de um crescimento sustentável.
•
Ambiente atrativo para todos os tipos de empresas.
•
Aliança entre o trabalho, o aprendizado e o empreendedorismo.
•
Educação, o espírito de comunidade e participação como base para o sucesso e o
bem-estar.
•
Apoio do setor público para um crescimento sustentável.
http://www.2030.fi/en
14
Casos na OCDE: Dinamarca 2020
Período
10 anos (2010-2020)
Elaboração
Escritório do PM
Características
Modelo de «metas». Define 10 grandes metas e cursos de ação para atingilas. Não participativo (só do governo)
Monitoramento
Não define sistema de monitoramento
Objetivos
•
Dinamarca entre as nações mais ricas do mundo.
•
A oferta de trabalho dinamarquês entre os 10 maiores do mundo.
•
Dinamarqueses entre os alunos mais inteligentes do mundo.
•
Pelo menos uma universidade dinamarquesa no top 10 europeu.
•
Dinamarca entre os 10 países com maior expectativa de vida.
•
Dinamarca uma sociedade verde e sustentável, entre os três países com maior eficiência
energética do mundo.
http://stm.dk/publikationer/
arbprog_10_uk/index.htm
•
Dinamarca entre os melhores criando igualdade de oportunidades.
•
Dinamarca entre os países mais livres e entre os melhores na integração europeia
•
Dinamarqueses entre os mais seguros do mundo e as pessoas confiantes.
•
Entre o setor público mais eficiente e menos burocrática mundo.
15
Os governos subnacionais na OCDE: Estados vs Cidades
• No nível estadual na OCDE, apenas alguns governos tem plano de longo prazo;
enquanto outros fizeram em décadas passadas, hoje não utilizam essa ferramenta.
• O planejamento de longo prazo é mais comum nas cidades - questões como
planejamento e transporte urbano são particularmente adequados para visões de longo
prazo (investimentos).
16
Os governos subnacionais na OCDE: Estados nos EUA
• Oregon Shines / Oregon Benchmarks (http://library.state.or.us/repository/2011/201109061630352/)
Período
20 anos (1989-2009)
Elaboração
Escritório do Governador, com a participação de órgãos públicos, setor
privado, sociedade civil
Características
Modelo de “metas”. Três eixos estratégicos, 158 metas (e cursos de
ação)
Monitoramento
Os relatórios anuais do Oregon Progress Board (presidido pelo
Governador, membros do Executivo, do Legislativo e do setor privado)
• Minnesota Milestones (http://www.demography.state.mn.us/milestones/)
Período
30 anos (1992-2022)
Elaboração
Departamento de Planejamento de Minnesota, depois de um processo
de consulta à cidadania (10.000 participantes)
Características
Modelo de “metas”. 20 Objetivos, com 79 metas (não incluem
estratégias)
Monitoramento
Reportes de avance periódicos
17
Os governos subnacionais na OCDE: Estados nos EUA
• Além de visões de longo prazo, esses planos incluíam metas de médio prazo, que
permitiram orientar políticas públicas, e especialmente no Oregon, a alocação
orçamentaria.
• Essas experiências continuaram por vários anos, mas foram finalmente abandonadas
após mudanças políticas
• A única experiência atual seria Havaí 2050, publicado em 2008.
• Mas casos como o caso de Oregon inspiraram a outros países no mundo, principalmente
na Austrália.
18
Os governos subnacionais na OCDE: Estados na Austrália
• No início de 2000, todos os estados da Austrália adotaram planos de longo prazo.
• A maioria dos planos compartilham certas características:
Modelo de plano
Modelo de «metas»
Liderança
Centro de Governo (Escritório do Governador)
Motivação
Marcar novo curso após mudança de governo
Elaboração
Participativa, em consulta com o público
Prioridades
O crescimento econômico, infraestrutura, saúde,
educação, segurança e bem-estar, a sustentabilidade
ambiental
Implementação
Forte alinhamento do orçamento com o plano
Monitoramento
Foco em resultados (outcomes)
Revisão
Geralmente cada 2 anos
19
Os governos subnacionais na OCDE: Estados na Austrália
• A maioria dos planos eram verdadeiras ferramentas de gestão: permitiam definir
prioridades, alinhar os recursos, atribuir responsabilidades, e monitorar o desempenho.
• Mas a maioria desses planos não “resistiram” mudanças de governo: foram
abandonados quando outro partido tomou posse.
• De qualquer forma, ainda alguns exemplos interessantes:
•
South Australia 2020
http://saplan.org.au/
•
New South Wales 2021
http://www.2021.nsw.gov.au/
20
Os governos subnacionais na OCDE (Austrália): South Australia 2020
Período
9 anos (2011-2020), mas atualiza as versões 2004 e 2007 do Plano
Elaboração
Escritório do Governador, envolvendo empresas, comunidades e sociedade
civil (9.200 cidadãos)
Características
Modelo de «metas». 6 prioridades com 100 metas
Monitoramento
Relatórios a cada dois anos por uma entidade independente (Audit
Committee)
Prioridades
•
Comunidade
•
Prosperidade
•
Ambiente
•
Saúde
•
Educação
•
Idéias
http://saplan.org.au/
21
Os governos subnacionais na OCDE (Austrália): New South Wales 2021
Período
10 anos (2011-2021), embora parcialmente atualiza a versão do Plano 2006
Elaboração
Escritório do Governador, envolvendo os governos locais, líderes comunitários
e cidadãos.
Características
Modelo de «metas». 5 estratégias com 180 metas
Monitoramento
Os relatórios anuais de progresso
Estratégias
•
Reconstruir a economía.
•
Entregar serviços de qualidade.
•
Renove infra-estrutura.
•
Fortalecer o ambiente e as comunidades.
•
Recuperar responsabilidade (accountability).
http://www.2021.nsw.gov.au/
22
Os governos subnacionais na OCDE: Cidades
• Os planos de longo prazo são freqüentes ao nível municipial.
• Mesmo nos EUA, onde o nível federal e estadual não tem planejamento de longo prazo,
muitas cidades têm visões de longo prazo:
•
Austin 2039
•
New York City 2030
•
Philadelphia 2035
•
Portland 2035
• As questões urbanas (como transporte) são particularmente adequados para o
planejamento de longo prazo.
23
3. Tendências na América Latina
24
Na AL, 6 de 25 países tinham planos de longo prazo em 2007 e 2012 –
mas só Brasil, Colômbia e Jamaica mantiveram o Plano)
2007
2012
-
Belize (Horizon 2010-2030)
Brasil (Brasil 2010-2022 –em preparação)
Brasil (Plano Brasil 2010-2022)
Colômbia (Visión Colombia 2005-2019)
Colômbia (Visión Colombia 2005-2019)
-
Haiti (PARDH 2013-2030)
-
Honduras (Visión de País 2010-2038)
Jamaica (Vision 2009-2030 –em preparação)
Jamaica (Vision 2009-2030)
México (Visión 2007-2030)
(abandonado)
Panamá (2025)
(abandonado)
Trinidad e Tobago (2020)
(abandonado)
Fonte: PRODEV –BID (2010, 2014)
25
As mudanças de governo põe em risco a continuidade dos planos
• Plano pode estar em vigor formalmente, mas não como diretrizes para as políticas do
governo:
•
México Visión 2030 – plano nacional 2013-2018 não faz menção
•
Plan Perú 2021 – presentado em 2010, antes de sair a administração Alan Garcia
•
Panamá 2025
• Visão Colômbia 2019 parece ter “resistido” melhor.
•
Devido à força da instituição de planejamento? (DNP) Ou a continuidade política?
• Embora num mesmo governo, a visão de longo prazo e o programa de governo podem
não estar realmente alinhados.
26
Casos nacionais na AL: México 2030
Período
23 anos (2007-2030)
Elaboração
Presidência da República, após consulta com os cidadãos, análise de
documentos e integração de informações
Características
Modelo de «metas». 5 eixos de ação com 28 metas
Monitoramento
Não define sistema de monitoramento
Eixos de ação
•
Estado de Direito e Segurança
•
Economia Competitiva e criadora de postos de trabalho
•
Igualdade de Oportunidades
•
Sustentabilidade Ambiental
•
A democracia efetiva e Política Externa Responsável
http://servicios.encb.ipn.mx/sites/poa/archivos/Proyecto_Visi%C3%B3n_2030.pdf
27
Casos nacionais na AL: Colômbia 2019
Período
15 anos (2004-2019), com metas intermediárias a 2010
Elaboração
Departamento Nacional de Planejamento (DNP), em consulta com os órgãos
do governo e especialistas
Características
Modelo de «metas». 4 Objetivos, com 149 metas y seis linhas de ação
Monitoramento
Não define sistema de monitoramento
Objetivos
•
Uma economia que garante um melhor bem-estar
•
Uma sociedade mais igualitária e solidária
•
Sociedade de cidadãos livres e responsáveis
•
Um Estado eficiente ao serviço dos cidadãos
https://www.dnp.gov.co/Pol%C3%ADticasdeEstado/Visi%C3%B3nColombia2019.aspx
28
O planejamento de longo prazo é infrequente nos governos
subnacionais na AL
• Nos países federais da AL, o planejamento plurianual é obrigatório para os estados no
Brasil e no México – mais não na Argentina.
• Os Departamentos em Colômbia também realizam o planejamento, que deve estar em
consonância com o Plano Nacional de Desenvolvimento.
• Mas o planejamento de longo prazo nos estados é menos comum: apenas alguns
estados têm planos que vão além do período do Governador.
• Os planos de longo prazo ter sido mais comum nas cidades: São Paulo 2040, Rosario
2018, Plano Guadalajara 2030, Visão Chihuahua 2040 ...
29
Os governos subnacionais na AL (México): Guanajuato 2035
Período
25 anos (2010-2035) - mas atualiza a visão de planos anteriores: Plano 2020
(1992), Plano 2025 (2000), Plano 2030 (2005).
Elaboração
Instituto Planejamento de Guanajuato, em consulta com cerca de 5.000
pessoas, entre agências governamentais estaduais, federais e municipal,
universidades, câmaras, associações profissionais e empresas
Características
Modelo de «visión estratégica». 4 dimensões, cada uma com múltiplos
objetivos (embora não metas quantitativas) e linhas de ação.
Monitoramento
Indica metodologia e atores do sistema de monitoramento.
Dimensões estratégicas
•
Dimensão Humana e Social.
•
Dimensão da Administração Pública e Estado de Direito.
•
Dimensão Econômica.
•
Dimensão Ambiente e Território.
http://iplaneg.guanajuato.gob.mx/guanajuato
30
Os governos subnacionais na AL (México): Jalisco 2033
Período
20 anos (2013-2033) com metas intermediárias a 2015 e 2018. Atualiza o
Plano anterior (2007-2030)
Elaboração
Secretaria de Planejamento, Administração e Finanças, após consulta a
especialistas e cidadãos (fóruns regionais, pesquisas, portal web).
Características
Modelo de «metas». 6 objetivos com 151 metas y 673 estratégias para
alcançá-los.
Monitoramento
Define um Sistema de Monitoramento dos Indicadores de Desenvolvimento
(MIDE Jalisco), que inclui um painel de controle on-line
Dimensões estratégicas
•
Ambiente e vida sustentável
•
Economia próspera e inclusiva
•
A igualdade de oportunidades
•
Comunidade e Qualidade de Vida
•
Garantia de direitos e liberdade
•
Instituições confiáveis ​e eficazes
http://sepaf.jalisco.gob.mx/gestion-estrategica/planeacion/ped-2013-2033
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Os governos subnacionais na AL (Argentina): Tucumán 2016-2020
Período
11 anos (2009-2020), com metas intermediárias a 2016.
Elaboração
Secretaria de Planejamento, em consulta com as áreas de governo, ONGs,
universidades, câmaras de comércio, sindicatos, especialistas e cidadãos.
Características
Modelo de «metas». 5 eixos com varias metas quantitativas e linhas de ação
Monitoramento
Não define sistema de monitoramento
Eixos
•
Pobreza
•
Infraestrutura social básica
•
Educação
•
Saúde
•
O trabalho decente
http://www.tucuman.gov.ar/led/led.php
32
4. Desafios e reflexões
33
Desafio 1: Lidar com a incerteza
• Complexidade da análise prospectiva no mundo incerto, mudanças.
• As crises econômicas e outros eventos inesperados (mudança nos preços dos commodities,
alterações nas taxas de juros internacionais, a disponibilidade de financiamento
internacional, mudanças no Governo Federal para o caso subnacional).
• Os planos não costumam contemplar cenários alternativos ou estimativa da probabilidade
de atingir os objetivos.
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Desafio 2: Mudanças políticas
• Novas administrações vão querer definir seu próprio caminho: o que acontece com os
planos existentes?
•
Abandono
•
Atualização
• A maioria das “atualizações” parece implicar um plano totalmente novo
• Importância de um amplo consenso sobre planos de longo prazo: favorecer a
continuidade do plano quando ha mudanças do governo; aprovação por lei ajudaria
35
Desafio 3: Operacionalização
• Dificuldades na vinculação dos planos de longo prazo com as estratégias de médio prazo e
os planos operacionais anuais.
• Ligação com o orçamento é ainda mais complexa
• Isso adiciona a dificuldade de coordenação com outros níveis de governo – como planejar o
trabalho dos Municípios e da União no caso dos Estados?
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Desafio 4: Responsabilização
• Em geral, os planos não identificam quais instituições e agências são responsáveis ​pelas
metas.
• Isso torna difícil operacionalizar o plano em ações concretas.
• Ele também limita a capacidade do Presidente/Governador para fazer agentes
específicos responsáveis pela entrega de resultados, e para usar o plano como uma
ferramenta de gestão.
37
Desafio 5: Monitoramento
• O sistema de monitoramento é estabelecido somente em poucos casos.
• Apenas alguns planos definem uma trajetória e metas intermediárias.
• Existem exemplos valiosos de painéis de controle on-line:
Islandia 2020
Jalisco 2033
Tendencia
Meta a alcanzar
http://eng.forsaetisraduneyti.is/iceland2020/objectives/
http://seplan.app.jalisco.gob.mx/indicadores
38
Reflexão 1: A maioria dos governos não planeja a longo prazo
• Apenas alguns países e estados têm planos abrangentes e de longo prazo. Na AL e na
OCDE, a maioria não fazem esse exercício.
• No nível estadual têm sido frequentes em alguns países (Austrália), mas eles não são
comuns atualmente.
• Existem muitos planos setoriais de longo prazo, especialmente em assuntos que
requerem de grandes investimentos (infraestrutura, transportes, energia) e planos
municipais (urbanismo).
• Mas é difícil que esses planos setoriais tenham coerência sem uma visão estratégica
global, liderada desde o “Centro do Governo”.
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Reflexão 2: O modelo do plano de longo prazo depende do objetivo
• Como vimos, existem dois modelos de planejamento de longo prazo:
•
Visão estratégica dos desafios e prioridades para o futuro
•
Metas específicas e quantitativas, com linhas de ação
• Não há evidência suficiente para indicar que um modelo é preferível a outra: depende do
que seja procurado com o planejamento.
• O segundo modelo é concebido como uma ferramenta de gestão, porque as metas
detalhadas permitem o monitoramento dos avanços.
• No entanto, é improvável que após de uma mudança de governo o plano seja mantido,
de modo a que os seus efeitos a longo prazo não seria atingido.
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Reflexão 3: O escopo dos planos pode variar muito
• Alguns planos incluem muitas metas, enquanto outros são mais seletivos.
• Não há nenhuma evidência para sempre optar por um ou outro modelo.
• Como ferramenta do Presidente / Governador e sua equipe imediato (Centro de
Governo), é essencial que tenha foco somente nas principais prioridades.
41
Reflexão 4: Perguntas antes de começar o
planejamento de longo prazo
1. Existe demanda por um plano de longo prazo? Será realmente utilizado?
2. Que habilidades são necessárias para produzi-lo?
3. Quem deve estar envolvido na sua elaboração?
4. Quem tem autoridade para aprová-lo e assegurar maior apropriação?
5. Existem mecanismos de monitoramento e de accountability?
6. Existem incentivos para o cumprimento das metas? (ou penalidades?)
7. Como é que o plano esta ligado com o PPA, com outros planos de médio prazo e com
planos operacionais anuais das instituições? Como é a vinculação com o orçamento?
8. Existem mecanismos para atualizar o plano pelas contingências?
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Fonte: Ben Gera (2010)
Planejamento de longo
prazo: reflexões sobre
experiências
internacionais
Mariano Lafuente
Especialista Sênior em Modernização do Estado (IFD/ICS)
@LafuenteMariano - [email protected]
CONSEPLAN
Recife, Fevereiro 2014
Links
Planos de longo prazo - Países
Belize (Horizon 2030) http://www.belize.gov.bz/index.php/government-initiatives/horizon-2030
Brasil (Plano Brasil 2022) http://www.sae.gov.br/brasil2022/
Colombia (Visión Colombia 2019) https://www.dnp.gov.co/Pol%C3%ADticasdeEstado/Visi%C3%B3nColombia2019.aspx
Eslovaquia (2020) http://www.ivo.sk/3853/en/projects/vision-of-the-development-of-the-slovak-republic-till-2020
Dinamarca (2020) http://stm.dk/publikationer/arbprog_10_uk/index.htm
Finlandia (2030) http://www.2030.fi/en/
Haití (PARDH 2030) http://www.mpce.gouv.ht/psdhsynthesanglais.pdf
Honduras (Visión de País 2038) http://www.plandenacion.hn/
Islandia (2020) http://eng.forsaetisraduneyti.is/iceland2020/
Jamaica (Vision 2030) http://www.vision2030.gov.jm/
Japón (2050) http://www.scj.go.jp/en/vision2050.pdf
Letonia (2030) http://www.pkc.gov.lv/latvija2030
Lituania (2030) http://www.lrv.lt/bylos/veikla/lithuania2030.pdf
México (Visión 2030) http://servicios.encb.ipn.mx/sites/poa/archivos/Proyecto_Visi%C3%B3n_2030.pdf
Sudáfrica (2030) http://www.npconline.co.za/pebble.asp?relid=757
44
Links
Planos de longo prazo - Estados
Guanajuato (2035) http://iplaneg.guanajuato.gob.mx/guanajuato
Jalisco (2033) http://sepaf.jalisco.gob.mx/gestion-estrategica/planeacion/ped-2013-2033
Minnesota Milestones http://www.demography.state.mn.us/milestones/
New South Wales (2021) http://www.2021.nsw.gov.au/
Oregon Shines / Oregon Benchmarks http://library.state.or.us/repository/2011/201109061630352/
South Australia (2020) http://saplan.org.au/
Tucumán (2016-2020) http://www.tucuman.gov.ar/led/led.php
Planos de longo prazo - Cidades
Austin (2039) http://www.austintexas.gov/department/imagine-austin
New York (2030) http://www.nyc.gov/html/planyc2030/html/theplan/the-plan.shtml
Philadelphia (2035) http://phila2035.org/
Portland (2035) https://www.portlandoregon.gov/bps/article/304042
45
Referências
Ben Gera, Michal (2010). “Policy Planning in the Centre of Government: Recent Trends”.
http://www.rcpar.org/mediaupload/events/2010summerinstituteLatvia/20100817_Ben-Gera_presentation.pdf
Booz and Co. (2010). “Center of Government The Engine of Modern Public Institutions”
http://www.booz.com/media/file/Center_of_Government.pdf
Cohn, Jonathan (2011). “Measuring for the Future. An overview of measurements of progress and sustainability on the state-level”
http://neweconomy.net/webfm_send/34
Dinu, Dragos (2010). “Long term and operational planning”.
http://www.rcpar.org/mediaupload/events/2010summerinstituteLatvia/20100825_Dinu_presentation.pdf
McMahon, Lance, y John Philimore (2013). “State and Territory Government Strategic Plans: Exercises in Managing, Monitoring and
Marketing”.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1467-8500.12041/pdf
OECD (2013). “Survey on the Organisation and Functions of the Centre of Government. Preliminary Results”.
PRODEV - BID (2010). “La Gestión para Resultados en el Desarrollo”.
http://www.iadb.org/en/publications/publication-detail,7101.html?id=67695
PRODEV – BID (2011). “Gestión para resultados en el desarrollo en gobiernos subnacionales”.
http://indesvirtual.iadb.org/course/view.php?id=349
PRODEV – BID (2014). “Gestión Pública para Resultados”.
(en prensa)
Tagliaferri, Giulia (2011). “South Australia’s Strategic Plan, Governance and Civil Society”.
http://www.piar.it/report09today/tagliaferri.pdf
46

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