sílvia maria anderse.. - NEAD

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sílvia maria anderse.. - NEAD
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
SÍLVIA MARIA ANDERSEN
O MARAVILHOSO MUNDO DA LITERATURA
E SEU PODER DE FORMAR LEITORES
RIO GRANDE, 2011
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SILVIA MARIA ANDERSEN
O MARAVILHOSO MUNDO DA LITERATURA
E SEU PODER DE FORMAR LEITORES
Monografia apresentada ao Programa de Formação
Continuada em Mídias na Educação, da
Universidade Federal do Rio Grande, como requisito
para a obtenção do Título de Especialista em Mídias
na Educação.
Orientador (a): Mauro Rickes
RIO GRANDE, 2011
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SÍLVIA MARIA ANDERSEN
O MARAVILHOSO MUNDO DA LITERATURA
E SEU PODER DE FORMAR LEITORES
Monografia apresentada ao Programa de Formação
Continuada em Mídias na Educação, da
Universidade Federal do Rio Grande, como requisito
para a obtenção do Título de Especialista em Mídias
na Educação.
Orientadora: Mauro Rickes
Rio Grande, RS 20 / 04 /2011.
Nota: ________
Nome do Orientador (a): Mauro Rickes
Orientador (a)
Coordenação da Pós-Graduação
Rio Grande, 2011
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RESUMO
Vivemos num mundo em constantes transformações, tanto pelos avanços científicos como os
tecnológicos, avanços estes que vem revolucionando a comunicação.
As novas mídias e tecnologias estão relacionadas com todas essas transformações. E é por isso, que
nos dias atuais, tornou-se necessário criar espaços para a identificação e o diálogo entre várias formas
de linguagem, permitindo que as pessoas se expressem de diferentes maneiras.
Com o objetivo de investigar a influência das mídias impressa e áudio-visual no desenvolvimento do
hábito pela leitura, neste projeto fizemos a integração entre as mídias: material impresso e audiovisual,
TV e vídeo, pois a mídia impressa no meio digital possibilita muitas formas de se trabalhar com texto
no contexto da era digital. E isso desenvolve no aluno o desejo de criar e ao mesmo tempo poder
mostrar suas potencialidades de produções dinâmicas, e é isso que pretendo no tema proposto, sobre
leitura.
Atualmente a leitura vem sendo um tema de algumas discussões entre educadores que se preocupam
com uma educação dinâmica, instigante e significativa, compreendendo a criança como um sujeito
integral, com sua história, seu conhecimento, seu prazer em ler. Apesar de tal preocupação existir, são
muitas as dúvidas levantadas entre os educadores em relação à utilização de atividades envolvendo a
leitura durante as aulas e como as mesmas refletirão na aprendizagem e no desenvolvimento dos
educandos. Assim, o estudo em questão buscou compreender, através de observações da realidade
vivenciada na Escola Reunida Balcino Matias Wagner, a utilização de atividades com leitura no
processo ensino-aprendizagem, bem como suas contribuições no desenvolvimento social, cognitivo e
afetivo da criança. Dessa forma, acreditamos na importância de relatar a elaboração, a prática e os
resultados de um projeto denominado: “O maravilhoso mundo da literatura e seu poder de
formar leitores”, realizado juntamente com educandos e educadores, tendo como objetivo
utilizar a leitura, como um ato de prazer, além de integrá-las aos conteúdos desenvolvidos em
sala de aula, bem como a utilização das mídias, visando propor mudanças significativas na prática
educativa.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
2. OBJETIVOS................................................................................................................08
3. REFERENCIAL TEÓRICO I......................................................................................09
4. METODOLOGIA .......................................................................................................17
5. RESULTADOS............................................................................................................25
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................27
7. REFERÊNCIAS..........................................................................................................35
8. ANEXOS ....................................................................................................................37
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1. INTRODUÇÃO
Chega mais perto e contempla as
palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob
a face neutra, e te pergunta, sem interesse pela
resposta, pobre ou terrível que lhes deres:
Trouxeste a chave?
(DRUMMOND apud ZACCUR, 2001)
Era uma vez...
Pronto! A magia está solta pelo ar! Uma expressão mágica que, ao pronunciá-la, tudo se
transforma: mentes se abrem e sonhos povoam. Contar histórias, um fato, um conto, uma
fofoca... Quem já não fez? A narrativa sempre acompanhou o homem, estimulando à
imaginação, as idéias, as pessoas, os acontecimentos, os desejos, os sonhos, enfim... A
vida.
Nosso objetivo, ao projetar este trabalho, foi “dar um final feliz” ao mundo que nos
atrevemos a conhecer mais de perto: a literatura infantil. Dentro deste, inclui o desejo de
chamar a atenção dos alunos, personagens principais desta história, para o mundo
deslumbrante de Sua Majestade, a Palavra, na sua grande função de ferramenta do
pensamento. A Palavra Escrita para ser lida...(Andersen, 2009)
Queremos foi sair do tradicional e trazer para as aulas o uso das mídias, neste caso, o
material impresso e o audiovisual, por saber da importância destas, enriquecendo e reforçando
o interesse dos alunos em relação ao tema escolhido, tornando, dessa forma, as aulas mais
diversificadas, interessantes e significativas.
Verificar a influência das mídias no processo de sair do mundo do “faz de conta”, no
sentindo literal da palavra, e ensinar nossos alunos a gostar de ler, abrindo o caminho para a
literatura, com as suas emoções, a poesia, o conto, a aventura, toda uma riqueza sem fim, que
a leitura proporciona, é o objetivo central neste trabalho.
Esse, enfim, nosso propósito é não abrir mão da informação erudita que se precisa
dominar como profissional, mas manter paralelamente, informações acerca de como casar
teoria e prática na transformação do dia-a-dia da escola.
Mas onde encontrar o prazer do texto? Onde se encontra o seu poder de seduzir?
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Essas indagações adentraram texto afora com todas as suas particularidades na tentativa
de responder essas e outras perguntas que circundam a literatura.
O primeiro capítulo tratou de apresentar o espaço, as concepções que os orientam, as
crenças, a filosofia, a prática, a história, os livros, enfim, um conjunto de razões que
fundamenta as idéias que defendo neste trabalho.
Esperamos que os tópicos contemplados ao longo do capítulo em questão conduzam, a
olhar a literatura com novos olhos e, conseqüentemente, criar novas formas de colocar o aluno
em contato com a Literatura Infantil.
O outro capítulo que compõe este trabalho, o capítulo II, é contrário ao primeiro, dada à
forma mais detalhada e acadêmica com que foi construído. O capítulo em estudo faz uma
abordagem acessível à prática pedagógica, apresentando no seu contexto, o projeto
desenvolvido intitulado: Era uma vez... O maravilhoso mundo da literatur e seu poder de
formar leitores. Nele estão detalhados todos os passos seguidos para a sua realização e sua
aplicação em sala de aula.
Os resultados obtidos através das atividades propostas nesse trabalho estão apresentados
no capítulo III.
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2. OBJETIVO GERAL:
Investigar a influência das mídias impressa e audiovisual no desenvolvimento do
hábito pela leitura, de modo que possam contribuir na vida dos alunos para ampliar suas
visões de mundo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Valorizar a leitura como fonte de informação, prazer e entretenimento;

Exercitar a fantasia e a imaginação através da leitura de histórias;

Ler no sentido de ser crítico, contextualizando a leitura com a sua realidade.

Dramatizar histórias, filmando e utilizando a TV e vídeo para que os alunos possam
ser ver como protagonistas.

Acentuar a importância da utilização das mídias no processo educativo.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. A opção por uma perspectiva teórica
A aprendizagem não é um processo complexo onde o indivíduo pode adquiri o
conhecimento de forma voluntária ou induzida.
Quando temos consciência desse fenômeno, nos empenhamos em cuidar do contexto
escolar, em que as situações de ensino e aprendizagem acontecem. Não podemos formar
leitores, se não houver livros e atos significativos de leitura na sala de aula (de Souza, 2004).
Não podemos seduzir nossos alunos a lerem com prazer, se não os fascinarmos com as
coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Às vezes, o contexto da sala de aula ensina
até mais do que aquilo que planejamos intencionalmente. E o contexto da escola, para além da
sala de aula, também ensina.
O grande educador Paulo Freire (...) sempre valorizou o conhecimento trazido pelos
educandos. Considerava-os indispensáveis para a construção de novos conhecimentos.
O jeito das pessoas se relacionarem, as atitudes dos professores para com as crianças, a
relação estabelecida com as famílias e com a comunidade, o funcionamento geral da escola,
as priorizações que se faz...Tudo isso, a despeito de nossa intenção, representa situações de
ensino e aprendizagem.
A partir da década de 80, outra compreensão de educação invadiu as escolas do país.
Depois de um processo de estudo e muita reflexão com todos os agentes da educação o modo
tradicional de conceber a educação, passou a ser substituído por novas idéias e práticas que
fogem do ponto de vista tradicional compreendido a muitos anos de geração em geração.
O desejo era reforçar uma nova proposta que possibilitasse as crianças que freqüentam
os bancos escolares em aprender aquilo que é considerado efetivamente importante para se
viver como verdadeiros cidadãos.
3.2. A Situação da leitura e a formação do leitor
A História sem fim
“As paixões humanas são misteriosas e as das crianças não o são menos que as dos
adultos. As pessoas que as experimentam não as sabem explicar, e as que nunca viveram não
as podem compreender. Há pessoas que arriscam a vida para atingir o cume de uma
montanha (...) ou sacrificam tudo por uma idéia fixa que nunca se pode realizar. (...) Em
suma, as paixões são tão diferentes quanto as pessoas.
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A paixão de Bastian Baltasar Bux eram os livros.
Quem nunca passou tardes inteiras diante de um livro, com as orelhas ardendo e o
cabelo caído sobre o rosto, esquecido de tudo o que o rodeia e sem se dar conta de que está
com fome ou com frio. (...)
Quem nunca se escondeu embaixo dos cobertores lendo um livro à luz de uma lanterna,
depois de o pai ou da mãe ter apagado a luz, com o argumento bem intencionado de que já é
hora de dormir. (...)
Quem nunca chorou, às escondidas ou na frente de todo mundo, lágrimas amargas
porque uma história maravilhosa chegou ao fim. (...)
Quem nunca conheceu tudo isto por experiência própria provavelmente não poderá
compreender o que Bastian fez em seguida.
Olhou fixamente o título do livro e sentiu, ao mesmo tempo, arrepios de frio e uma
sensação de calor. Ali estava uma coisa com a qual tinha sonhado muitas vezes, que tinha
desejado muitas vezes desde que dele se apoderara aquela paixão secreta: uma história que
nunca acabasse! O livro dos livros!”
(A história sem fim de Michel Ende, PROFA, p.115, 2002)
Nem sempre nós estabelecemos esse tipo de relação com os livros e com a leitura, e não
é difícil encontrar professores que afirmam não gostar de ler.
Para muitos de nós, a escola foi um espaço no qual a leitura era constante objeto de
avaliação, em que a preocupação maior estava voltada para o correto entendimento do texto
lido, como se existisse apenas uma interpretação correta e esperada.
Talvez a deficiência que se encontra tenha ocorrido devido às poucas oportunidades que
a escola proporciona aos alunos de estarem em contato com os textos.
Antes de adentrar nesse estudo é necessário que se pergunte:
a) O que é literatura?
A literatura pertence ao campo das artes, pode ser definida como “arte verbal” cujo meio
de expressão é a palavra. E quando afirmamos que o meio de expressão da literatura é a
palavra, estamos definindo a literatura para além do seu sentido etimológico. Literatura vem
do latim littera que quer dizer “letra” e parece-nos estar fortemente determinada pela escrita,
ou seja, pela palavra impressa.
Este é um sentido amplo ao conceito de literatura, pelo qual a arte verbal seja entendida,
sobretudo, como arte da palavra e não como arte da letra. Como arte da palavra, a literatura
tem, no seu horizonte, a arte de criar linguagens, pois, quando falamos em linguagens
artísticas, por exemplo, estamos entendendo que podemos interagir com a arte, podemos ter
dela uma “leitura”, qualquer que seja a sua expressão estética. Assim, quando nos
apercebermos como intérpretes de uma expressão artística, interagindo com ela e entendendoa, portanto, como linguagem, estamos também mergulhados no literário. (Caderno
Pedagógico, Conteúdos e Metodologias do Ensino da Linguagem I A, p. 64,65).
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Marcando a distinção entre a linguagem e as outras artes, em função do material a partir
do qual a arte da palavra é feita, isto, é a linguagem, e, sendo a linguagem um material já
trabalhado pela história e estando carregada de uma infinidade de sentidos, que nos coloca a
proximidade da literatura também com outros campos de saber e conhecimento humanos.
Temos de observar esse aspecto atentamente, pois, de fato, a definição do texto que é literário
e do texto que não é literário é uma questão propriamente histórica, diz respeito ao conjunto
de valores de uma dada sociedade que vigoram num certo momento da sua história.
Todas essas idéias, certamente deslocam a nossa percepção do que seja a literatura, mas
esse deslocamento da nossa idéia de literatura é fundamental, uma vez, para que um texto seja
considerado literário, ele deve ter, sobretudo, a capacidade de mostrar que os sentidos das
palavras não são estáveis e de fazer do espaço do texto um espaço em que as nossas
percepções se desloquem. Num texto literário, as palavras podem estar o tempo todo, dizendo
outra coisa.
A noção de texto literário não é aplicada exclusivamente ao texto escrito, mas à
oralidade (literatura oral) e aos atos da fala, à pintura, ao desenho enfim, a uma variedade de
símbolos e de imagens que podem estimular o imaginário, a fantasia e a criação ou a
transformação de uma linguagem, especialmente se estamos, por exemplo, tratando do
universo cognitivo da criança. Ela pode ser vista em qualquer linguagem, pode estar, além da
palavra falada, na entonação, nos gestos e, inclusive, no silêncio, nas pausas: a literatura pode
estar na imagem sugerida ou mostrada, nos diálogos dos signos e dos símbolos que nos
rodeiam.
Enfim, a literatura como arte que maneja diversas linguagens e que cria formas
diferentes de expressar idéias; que, de certo modo, brinca e joga com palavras, mas que
também nos mostra sentidos profundos e inesperados para elas; que, ao dizer, diz de outro
modo; que, ao expressar uma idéia que julgamos óbvia, pode nos surpreender, é uma arte que
está intimamente ligada às experiências que todos vivemos, aos nossos sonhos, aos medos e
aos projetos.
b) O papel da escola
A análise da situação em que se encontra a leitura comprova a ineficácia da escola, pois
o aluno manifesta seu desinteresse por essa atividade, evidenciando a distância que se
estabelece entre a ação pedagógica e o alcance do comportamento desejado. O pretenso leitor
assume o papel de decodificador e de eventual intérprete, sem almejar o desenvolvimento de
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atitudes crítico-reflexivas, e limita suas experiências com textos literários exigidos pela
escola, e na vida cotidiana se restringe a eventuais leituras de jornais e revistas.
O que acontece na escola é fundamental para ajudar as crianças a descobrirem nos textos
sua face mais pessoal e prazerosa, sua dimensão mais encantadora e envolvente. A prática de
leitura não deve estar limitada pelos muros das escolas. As crianças devem aprender que a
leitura não é apenas uma ferramenta para alcançar boas notas na escola.
A sala de aula deve ter um espaço com livros, revistas, jornais folhetos, histórias para
que a criança possa manusear ler à vontade sem que alguém fique perguntando o que estão
entendendo. É imprescindível que as crianças percebam que ler é uma atividade importante e
que o adulto também gosta de realizá-la. Portanto, os educadores, precisam descobrir – ou
redescobrir – que ler pode, e deve ser uma maravilhosa aventura. Mas é um grande equívoco a
compreensão de que a escola seja a única responsável diante da tarefa de articular, a conquista
de leitores aptos e persistentes.
c) - A participação de outros agentes
A leitura e a troca de experiências de leitura e de vida já não fazem parte dos encontros
familiares. O encantamento de fábulas, lendas, dos contos de fadas, marcados por fracassos,
sofrimentos ou por sucessos e alegrias, não mais fazem parte do cotidiano das famílias. Este
espaço foi substituído aos programas de televisão ou aos jogos eletrônicos, atitudes que
estimulam o individualismo e empobrece o sujeito em sua capacidade de diálogo.
Além da influência dos padrões culturais de comportamento, é preciso reconhecer outro
fator que enfraquece a prática de leitura. As condições socioeconômicas da população
brasileira, ao inibir o contato familiar, já que necessidades impostas pela sobrevivência
chegam a exigir dos pais dupla jornada de trabalho, acaba refletindo no contato caloroso e de
troca de histórias que se fazia presente em uma infância já um tanto distante. Esta influência
interfere até mesmo sobre os idosos, que necessitam participar do orçamento familiar, não
tendo mais tempo disponível para contar suas experiências do passado, suas ricas narrativas,
de jogos e brincadeiras que estabeleciam um rico contraponto do passado com o presente.
O fator econômico impede o acesso de alunos à escola ou os obriga a abandoná-la antes
mesmo de se tornarem leitores efetivos. Alguns deles, embora reconheçam os códigos da
escrita, só o utilizam, para o atendimento das suas necessidades vitais. O pouco contato com a
leitura impossibilita-os de reconhecer o sentido social da leitura, deixa de lhes propiciar o
conhecimento da função mediadora que as diferentes modalidades literárias instalam entre
sujeito e o outro, o sujeito e o mundo.
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A opção dos professores por tal modalidade de textos cobra com tributo o afastamento
do leitor, sendo a responsabilidade do insucesso, mais uma vez, transferida para a escola, sem
que seja considerada a ação de outros agentes.
Pelo exposto, comprova-se que a escola não é a única instância que interfere no
processo de formação do leitor, sendo necessário considerar fatores diversos. Mas, podemos
verificar, que as conseqüências geradas pelo descaso para com a educação, a falta de
competência dos professores em lidar com textos literários e com a leitura, em geral, é uma
das mais evidentes. Porém, a inclusão da disciplina de Literatura infanto-juvenil no currículo
dos cursos de Letras e Pedagogia; a realização de inúmeras monografias e dissertações que
têm esse gênero por tema; a promoção de congressos e seminários voltados para a
problemática da leitura; a exigência da LDB que prevê a formação de curso superior para os
professores que atuam nas séries iniciais e o posicionamento favorável à promoção da leitura
e da literatura de muitas secretarias municipais de educação sinalizam a possibilidade de
alteração do atual quadro em relação à literatura e à leitura. As mudanças possíveis e
necessárias identificam alternativas de sucesso e situam o professor como principal agente de
transformações, já que também ele busca conquistar o leitor e deseja, em função desse
objetivo, superar as lacunas de sua prática pedagógica.
3.3. Conhecendo um pouco da história da literatura infantil
A literatura infantil foi tratada com mais atenção no fim do século XVII, quando
ocorriam mudanças significativas na estrutura da sociedade. Dessa forma, explica-se o papel
de aliada que a escola – e com ela a produção de textos dirigidos às crianças – passou a
exercer para conseguir os objetivos e valores preconizados por essa nova classe social
emergente. As histórias infantis e os contos populares, no entanto, existem desde que o ser
humano adquiriu a fala. Há notícias de histórias antigas na África, na Índia, na China, no
Japão e no Oriente Médio. Como a coleção de contos árabes As mil e uma noites.
De acordo com Regina Zilberman (1985), os primeiros textos produzidos para crianças
deixavam transparecer os valores do mundo burguês, exposto de maneira idealizada, de forma
que suscitassem expectativas e promovessem padrões comportamentais em seus receptores. O
tipo de vínculo que reunia a ideologia e as intenções da classe burguesa com o texto dirigido
ao público infantil reforçou o caráter pragmático do gênero e acabou comprometendo o seu
reconhecimento como forma de expressão artística, bem como o desenvolvimento do gosto
pela leitura.
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3.4. A literatura infantil no Brasil
No início do século XIX, autoridades brasileiras passam a se preocupar com a literatura
infantil, pois até então, importavam-se os textos tradicionais e, com eles, o mesmo caráter
didático e redutor decorrente da associação da literatura com os valores de um grupo social
hegemônico. Usou-se o texto infantil como difusor de preceitos e de normas
comportamentais, doutrinando-se as crianças.
3.5. A Literatura Brasileira Contemporânea
Atualmente, a literatura direcionada à criança, conta, além dos clássicos, de textos ditos
realistas. Os textos realistas, conquanto se querem diferentes dos clássicos ao substituir fadas,
bruxas e fantasias por pessoas e fatos do cotidiano, também seduzem porque comunicam as
vivências das crianças em uma mensagem essencialmente artística.
Se a partir dos anos 70 no Brasil, a literatura infantil passa a ser criadora e não se
posiciona mais na cauda da literatura para adultos, preocupa-se cada vez mais com a
competência estética do receptor. Ao inserir o protagonista criança na narrativa, provoca no
leitor reações de assombro e estímulos à ação. Nos contos de fadas, o herói nada faz para
mudar a sua situação; sempre é socorrido por um poder mágico. Nos contos realistas, o heróicriança está sempre em ação – questiona, refuta, age.
3.6. Leitura, Literatura e Conquista do Leitor
“Ivo viu a uva”, ensinavam as cartilhas de alfabetização. Diante desta expressão privada
da extensão de um horizonte mais vasto, a leitura está reduzida à simples decodificação de
códigos da língua escrita. Mas o professor Paulo Freire, com o seu método de alfabetizar
conscientizado fez adultos e crianças do Brasil, e também fora dele, descobrirem que Ivo não
viu apenas a uva com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se ela é natureza ou
cultura... Ivo após o convívio com este educador viu muito mais, ele viu a parreira e todas as
relações sociais em torno da uva.
Diante desta idéia Paulo Freire ( FREIRE, 1982) afirma que:
“A compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra
escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo
(...) A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção
das relações entre texto e contexto”.
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Essa idéia faz da leitura sempre uma releitura. Pois cada um lê e relê com os olhos que
tem, já que compreende e interpreta a partir do mundo que habita, um mesmo texto pode ter
significados diferentes para diferentes leitores. Isso significa que o leitor aciona as
significações do texto, relacionando-os à sua compreensão de mundo. Conseqüentemente, é o
leitor quem faz o texto falar e, embora esse estabeleça limites às possibilidades interpretativas,
é o leitor quem o reconstitui, vinculando suas significações à sua condição de sujeito histórico
e culturalmente determinado.
Contribuições à Prática Pedagógica
O papel do professor
Os professores devem, simplesmente, facilitar e promover a admissão de cada criança
no “clube da leitura”. Algumas crianças já chegam à escola membros desse “clube”. Pois a
família os oportunizou a isso. O papel do professor diante dessa situação é encontrar meios,
criar situações que enriqueçam ainda mais essa vivência. As crianças que não se tornaram
membros antes de ingressar na escola devem encontrar na sala de aula a oportunidade de ser
logo conduzida ao “clube de leitores”.
Os professores devem garantir que todas as crianças sejam admitidas no clube de
leitores, onde elas podem ver a linguagem escrita empregada de maneiras diferentes úteis e
significativas. A precisão e os exercícios não devem ser enfatizados às custas da significação
para o aluno; eles são uma conseqüência e não um pré-requisito da experiência de leitura. Eles
devem proteger-se e também proteger os seus alunos dos efeitos de programas e testes que
podem convencê-los de que ler é algo sem sentido, sofrido e inútil, ao invés de ser algo
prazeroso, útil e freqüentemente divertido. Não se pode esperar que “especialistas” distantes
que não conheçam as crianças, decidam o que fazer que tomem decisões pelos professores.
Vale citar uma cena original citada por Rubem Alves (PROFA – 2001 p. 2): a mãe ou o
pai de livro aberto, lendo para o filho... Essa experiência, afirma ele, é o aperitivo que ficará
para sempre guardado na memória afetiva da criança. Na ausência do pai ou da mãe a criança
olhará para o livro com desejo e inveja. Desejo, porque ela quer experimentar as delícias que
estão contidas nas palavras. E inveja, porque ela gostaria de ter o saber do pai e da mãe: eles
são aqueles que têm a chave que abre as portas daquele mundo maravilhoso! Caso a criança
não tenha a felicidade de contar com pais, que por algum motivo, não desempenham este
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papel, a escola terá que de alguma forma suprir esta necessidade, para que esses alunos
possam ser oportunizados tanto quanto os outros a terem este contato prazeroso com a leitura.
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4. METODOLOGIA
A metodologia aconteceu de forma clara e objetiva, levando os alunos a atividades
interessantes e atrativas, para estimular todo o processo de ensino aprendizagem.
As mídias favorecem o desenvolvimento de uma série de capacidades e permitem o
contato com linguagens variadas. O material impresso é de grande importância, sempre vai
existir e não poderia deixar de ser foi de grande importância no decorrer deste projeto.
A mídia audiovisual, em especial o vídeo e a Televisão, foi utilizada para gerar situações
de aprendizagem com maior qualidade, ou seja, para criar ambientes em que a
problematização, a atividade reflexiva, a atitude crítica, a capacidade de decisão e a
autonomia foram privilegiadas.
Todo este estudo aconteceu e foi desenvolvido na Escola Reunida Balcino Matias Wagner,
no município de Alfredo Wagner, SC, com alunos da 2ª série do Ensino Fundamental, do
período matutino, com duração de duas semanas que contou com a colaboração da professora
regente Elizete Schweitzer Coelho, que foi muito importante, pois esteve envolvida durante
todo o processo de aplicação do Projeto.
O material impresso esteve presente em todo o desenvolvimento do projeto, através de
leituras: oral e escrita nas atividades propostas, na confecção de cartazes, fantoches,
livrinhos...
Também foi utilizado o vídeo tendo como aliado a televisão, para o momento do
cineminha, com os filmes: os três porquinhos, Rei leão e Shereck II. Após cada filme foi
realizado conversas de interpretação dos mesmos. Também aconteceram, as filmagens das
dramatizações feitas pelos alunos, momento este que julgo o mais importante, pois mostrar a
eles o que eles mesmos protagonizaram, foi um momento único, aí que pude perceber que o
lado crítico e reflexivo se fez presente e, então concluí que as mídias não são só mais uma
novidade, mas sim uma necessidade.
Foram também realizados passeios pelo bairro, na Biblioteca, usaram-se também câmera
fotográfica, músicas e, cabe aqui relatar que todo o processo aconteceu de forma
interdisciplinar.
As atividades na primeira semana aconteceram como segue:
Segunda-feira:
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1º Momento: Contar a história infantil, “Chapeuzinho Vermelho”. (Professores
caracterizados como os personagens).
2º Momento: Explorando à escrita... “Contos versus realidade”. (atividades do caderno)
1. No conto, Chapeuzinho Vermelho presenteou sua vovó com uma cesta de doces,
porém sabemos que doces não são recomendáveis. Então, no lugar de doces o que
poderia ter sido levado?
2. E você, o que levaria para a vovó? Por quê?
3. Pedir para as crianças escreverem em um papelzinho o nome de uma fruta e depositar
na cestinha. Após o professor irá retirar os papéis da cesta e realizar ditado.
4. Leitura coletiva dos nomes das frutas e registro das palavras para correção.
5. Em seguida construir uma tabela e um gráfico com as frutas preferidas dos alunos.
6. Leitura oral do gráfico.
7. Qual a importância das frutas para nossa saúde?
3º Momento: Aula de Educação Física.
4º Momento: Gramaticando...

Trabalhando com o conto: Chapeuzinho Vermelho
1. “Era uma vez uma menina conhecida como Chapeuzinho Vermelho. Um dia, sua mãe
pediu que ela levasse uma cesta de doces para sua vovó que morava do outro lado do bosque.”

Passe todo esse parágrafo para o masculino.
2. Agora no trecho abaixo pontue corretamente:
“Caminhando pelo bosque(,) a menina encontrou o lobo (:)
(-) Onde vai Chapeuzinho (?) Perguntou o lobo(:)
(-) Vou à casa da vovó levar uma cesta de doces (.) Respondeu Chapeuzinho(:)
(-) Muito bem (,) boa menina (!) Por que não leva flores também (?)”
3. “Enquanto Chapeuzinho colhia as flores, o lobo correu para a casa da vovó.
Bateu à porta e imitando a voz de Chapeuzinho Vermelho, pediu para entrar.”

Estamos na estação da primavera, escreva alguns nomes de flores que você conhece.
4. “Assim que entrou, deu um pulo e devorou a vovó inteirinha.
Depois colocou a touca, os óculos e se cobriu, esperando Chapeuzinho.
Quando Chapeuzinho chegou, o lobo pediu para ela chegar mais perto.
- Vovó, que orelhas grandes! Disse Chapeuzinho.
- É para te ouvir melhor! Disse o lobo.
- Que olhos enormes, vovó!
- É pra te ver melhor!
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- Que nariz comprido!
- É pra te cheirar!
- É essa boca vovozinha? Que grande!
- É pra te devorar!”
Fugindo do conto!
Na vida real quem assume o papel de lobo mau?
5º Momento: Brincadeira: Pom-Pom-Pom!
Terça-feira:
1º Momento: Reiniciar o assunto, conversando com a turma sobre os contos de fadas.
Roteiro da Conversa:
 Vocês gostam de ler? Para que serve a leitura, por que se deve ler?
 Vocês gostam dos contos de fadas? Por quê?
 Quais contos de fadas vocês conhecem?
 Como conhecem? Quem as contou para você?
 Registro e socialização da conversa.
2º Momento: Após a socialização, construir uma tabela e um gráfico com os contos
preferidos dos alunos.
3º Momento:
 Dividir a turma em quatro equipes. Cada equipe receberá uma ficha com figuras de
contos diferentes. A equipe deverá redigir a parte que está representada pela figura.
 Reestruturação dos textos.
 Confeccionar fantoches com palitos para dramatizar os contos.
4º Momento: Aula de Artes
5º Momento:
 Dramatização dos Contos;
 Entrevista para pais, trabalho de casa.
Quarta-feira:
1º Momento: Dinâmica: De olho na cartola.
- Alunos sentados em círculo;
- Ao som de uma música, passará a cartola;
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- De repente, a música para! Quem estiver com a cartola deverá retirar um personagem da
cartola e falar sobre ele e este aluno se tornará o 1º membro de uma das 4 equipes do próximo
trabalho.
- E assim, sucessivamente até formarmos as equipes.
2º Momento: Cada equipe receberá um envelope e neste terá um conto recortado em tiras.
As equipes deverão montá-los e ilustrar.
3º Momento: Apresentação dos Trabalhos.
Os alunos escolherão a melhor maneira para apresentarem e poderão se caracterizarem com
roupas do baú.
4º Momento: Aula de Educação Física
5º Momento: Registro do dia
Alunos deverão redigir um texto relatando seu dia escolar.
Quinta-feira:
1º Momento: Passar a fita de vídeo:
 Os Três Porquinhos.
 Fazer uma leitura ótica do filme.
 Passeio pelo bairro, com registro dos alunos, observando os tipos de casas residenciais
e comerciais.
2º Momento: Roda de debate e anotações.
 Tipos de moradias;
 Confecção de cartaz com recortes e colagem: Diversos tipos de moradias.
 Leitura do cartaz
3º Momento:
 Descrever oralmente e localizar sua localidade no mapa do município, após registrar.
 Gráfico: Tipos de moradia dos alunos.
4º Momento: Aula de Artes
5º Momento:
 Dobradura da casa;
 Confeccionar mapa para colar as casas nas localidades onde os alunos residem.
Sexta-feira:
1º Momento: A História sai da caixa...
 Ir retirando da caixa, cenários e objetos interessantes referentes à história que será
contada. Branca de Neve.
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2º Momento: Produção textual em duplas sobre a história que se formou com os personagens
fixados no quadro.
- Apresentação dos trabalhos.
3º Momento: Leitura compartilhada.
 Alunos sentados em duplas;
 Dividir a história Branca de Neve, em estrofes;
 Distribuí-las embaixo das carteiras das duplas e pedir que os alunos leiam, para então
juntar as partes e remontá-la, formando assim: “Quebra-Cabeça Literário”.
4º Momento: O que será que tem na caixa?
- Professora caracterizada sairá da caixa e realizará a leitura do conto: “A amiga Branca de
Neve”.
5º Momento: Aula de Educação Física.
SEGUNDA SEMANA
Segunda-feira:
1º Momento:
 Visita a Biblioteca Pública
 Roda de conversa
 Quem cuida da Biblioteca?
 De quem é?
 Para que serve?
2º Momento: Apresentar os diversos livros de literatura infantil, deixando que os alunos
escolham o que mais lhe chamou a atenção e assim o leiam.
3º Momento: Ficha de leitura
 Título do livro;
 Autor; Editora-Ano;
 Número de páginas;
 Copiar um parágrafo;
 Desenhar.
4º Momento: Educação Física
5º Momento: De volta a escola...
Ciências: Socialização do dia, no pátio em frente ao mural, refletindo que a leitura é um ato
de prazer que nos permite uma higiene mental, dando asas a nossa imaginação.
Tarefa de casa:
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 Pedir que os alunos tragam livros de historinhas.
Terça-feira:
1º Momento: Cada aluno irá ler o livrinho que trouxe de casa.
Após, numa breve apresentação, os alunos serão o contador do conto que leu, sugerindo a
leitura do mesmo ao restante da turma.
2º momento: Elaborar um classificado, uma propaganda do livro que leu; vale ilustrar.
3º Momento: Aula de Artes
4º Momento: resolvendo probleminhas...
a)- Ângelo Alberto leu um livrinho com.......páginas. Rafaela com.......
Quantas páginas Rafaela leu a menos?
b)- Somadas as páginas dos livrinhos de Lucas e de Natália chegamos a 50. Então, quantas
páginas cada um leu?
c)- O livro do “Pinóquio”, tem.......páginas.
Josiane leu 7. Quantas páginas faltam para ela chegar ao final?
5º Momento: Recriando contos...
 Alunos deverão redigir textos, misturando os personagens dos contos infantis, que
serão retiradas do saquinho pelo professor.
 Recolher os textos e montar um gibizão da turma.
Quarta-feira:
1º Momento: O que acham que significa o tema:”Deu a louca nos contos”?
Debater as respostas.
 Passar o filme: SHERECK II.
2º Momento: Roda de conversa
 Descobriram o significado do tema?
 Registro.
3º Momento: Educação Física
4º Momento: Interpretação escrita
 Qual a parte do filme que mais lhe chamou a atenção? Por quê?
 Quais os personagens que apareceram no filme? E de quais histórias fazem parte?
 Qual a mensagem do filme: SHERECK II?
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Quinta-feira:
1º Momento: Caça ao tesouro
 Dividir os alunos em equipes. Cada equipe, sobre a orientação minha e da professora
da classe receberá um mapa com dicas para encontrar o tesouro.
Observação: O tesouro serão as fábulas.
2º Momento: Realizar leitura, interpretação da fábula.
3º momento: Cada equipe deverá reescrever a fábula em forma de história em quadrinhos,
utilizando recorte e colagem.
4º Momento: Em grande grupo, refletir sobre a moral de cada fábula e qual a importância
destas para a nossa vida.
5º Momento: Amanhã, será nosso último encontro. O que esperam para o dia de amanhã?
Observação: Os alunos deverão responder em uma fichinha e depositar em uma caixinha.
Sexta-feira:
1º Momento:
 Contar a História “Cachinhos da Zinha”, em local aberto.
 Troca-troca de informações;
 A autora é Alfredense e conta a história da sua infância.
 Relato da Professora
2º Momento: Alunos deverão redigir um texto contando a sua história, suas brincadeiras...
Montando assim seu livro.
3º Momento: Reestruturação dos textos.
4º Momento: Socialização
 Combinar momento para Noite de Autógrafos, para presentear os pais com os livros
dos alunos.
(Momento da despedida)
5º Momento: Aula de Educação Física
6º Momento: Mickey e Minie presentearão os alunos com livrinhos.
Hoje se encerraram duas semanas de um projeto que por mim foi maravilhoso, após o término
pedi para que os alunos comentassem sobre o que tinha representado pra eles estas duas
semanas. Se gostaram, do que gostaram, e do que não gostaram, enfim, que eles pudessem
expor suas opiniões. E a cada um que falava eu me sentia mais fortalecida, pois era o dever
cumprido, era a realização de um projeto, de um sonho... Sonho este com medos, incertezas,
mas... agora transformado em emoção e felicidade e também a certeza que fiz o melhor, por
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isso, me sentindo recompensada. E ainda acreditando que esta turma será uma turma de
leitores que sentem e sentirão prazer em ler.
“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...” (Lulu Santos)
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5. RESULTADOS
O papel da escola atual é de instituição inovadora. Para que ela possa inovar é preciso
adotar de vez as novas tecnologias de informação e comunicação, presentes em praticamente
todos os lugares da sociedade. Com essa adoção, é preciso mais do que tudo, que os
professores que irão trabalhar com essas tecnologias, sejam primeiramente preparados, para
saber como utilizá-las no processo de ensino e aprendizagem, sem manipular o conhecimento
dos alunos, tornando as aulas mais democráticas e abrindo espaços para que novas
experiências (Andersen, 2009).
Conforme afirma Luckesi (1986):
(...) a escola pode ser um instrumento no processo de transformação social e que o seu papel
está em possibilitar ao educando a apropriação de conhecimento e das habilidades necessárias
para uma vida social mais digna.
Por isso para um educador o momento mais gratificante em sua profissão é quando ele
consegue em sua prática educativa atingir os objetivos propostos.
Aqui em especial neste projeto sobre leitura e o trabalho com mídia impressa me
deportou a momentos de pura emoção e encantamento. O mesmo encantamento que propus
quando planejei e apliquei meu projeto e voltei a sentir isso agora, quando depois de 02 anos
após a aplicação do mesmo retornei a mesma turma e pude perceber que a sementinha lançada
germinou e os frutos ali estavam na minha frente. Quando eu perguntava se eles gostavam de
ler não foi surpresa pra mim quando alguns alunos diziam: adoramos, lemos muito e por
prazer como nos foi ensinado quando estávamos na 2ª série, inclusive pela senhora dona
Sílvia, que nos ensinou que ler é muito mais que ler palavras e sim viver num mundo de
fantasias, de magias, de encantamento, onde fazemos uma viagem a lugares e tempos por nós
desconhecidos. Hoje lemos para nossos pais, nossos irmãos.
Aí perguntei qual a média de livros que eles lêem por mês? Eles disseram quase que por
unanimidade, que em média 5 a 6 livros por mês, fora os livros propostos pela escola. A
emoção tomava conta de mim, ainda mais quando observei que na turma tinham 5 alunos que
não eram daquela 2ª série, sendo 2 reprovados e 3 vindos transferidos de outro município e fiz
a mesma pergunta aos 5 e as respostas foram totalmente contrárias, diziam que não gostavam
de ler e que não liam.
Perguntei a professora como era a escrita, a oralidade e o desempenho, ou seja, a
aprendizagem, num todo de seus alunos. Ela enfatizou que os alunos que mais praticam o ato
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da leitura são os melhores alunos de sua turma e, dentre esses são raras as exceções com
dificuldades, diferentemente dos 5 alunos que vieram de outra realidade, estes já apresentam
um grau de dificuldade um pouco maior.
Saber que é possível sim ler com prazer na escola, me fez acreditar que o meu projeto
não foi em vão, que me realizei vendo cada aluno relatar sua relação com a leitura, que voltar
nesta escola, nesta turma e ver a minha sementinha lançada a 2 anos, agora já germinada, não
tenho palavras para descrever o sentimento que me tomava neste momento.
Saindo desta escola resolvi visitar os alunos da 4ª série da escola estadual e fazer a eles as
mesmas perguntas que havia feito na turma anterior, até para fazer um comparativo, das
respostas. Foi então que fiquei mais convencida que o meu projeto surtiu um efeito muito
positivo, pois a turma da escola estadual do período matutino, de 15 alunos foi enfática em
afirmar que não gostam de ler e afirmaram que não lê mesmo, a professora disse que existe
uma diferença da turma do período matutino comparado a turma do período vespertino. Os
alunos do período vespertino já são mais dinâmicos, porém, dos 16 alunos, apenas uns 6
gostam de ler muito, influenciados pelos pais. Então resolvi visitar também esta turma e
perguntei a estes alunos qual a média de livros que eles costumam ler por mês, eles disseram
que em média de 2 a 3 livros por mês. Aí perguntei por que eles gostavam de ler? Eles
disseram que liam porque os pais liam e os ensinavam que ler era muito bom. Perguntei se a
escola nunca os tinha influenciado no hábito da leitura, diziam que tinha a aula de leitura, mas
que era muito chata, porque ninguém lia e só conversava.
Conclui então que impor leitura não leva a caminho algum, é preciso muito mais que isso, é
preciso ensinar a gostar de ler, ensinar a ler com prazer e formar leitores de verdade. Quando
impomos leitura ou alguma coisa aos nossos alunos, corremos o risco de o afastarmos do
caminho da aprendizagem.
Gostaria de ressaltar que todos os dados por mim obtidos se deram de forma oral,
cujos dados foram anotados em uma planilha pessoal, que seguem no anexo.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciação ao projeto: “Era uma vez... O maravilhoso mundo da literatura e seu poder de
formar leitores”.
Os roteiros de leitura propostos a seguir aplicam os fundamentos teóricos e
metodológicos explicitados anteriormente e foram desenvolvidos a partir de textos literários
próprios para a faixa etária proposta – em sua maioria, os contos de fadas. Os textos foram
selecionados por seu caráter lúdico e pelo tratamento dado a situações afetivas com que a
criança lida nesse estágio de seu desenvolvimento.
Ao longo do projeto, foram coletadas produções de alunos, as quais comprovam a
viabilidade da proposta. Elas foram reproduzidas em sua forma original. Incluem-se, ainda as
produções textuais dos pais e da professora.
As ilustrações acrescidas aos textos e às atividades, também resultaram da produção
criativa dos alunos, estando identificada sua autoria.
Coube a mim como educadora, ao desenvolver o trabalho, avaliar o grau de
dificuldades das tarefas propostas. Fui procedendo à sua adaptação conforme foi necessário.
Alguns roteiros foram ampliados e outros criados novos, para oferecer aos alunos atividades
que favorecessem a aprendizagem da leitura, através do próprio ato de ler.
Existem muitas tentativas de democratizar o espaço escolar, principalmente no que se
refere às relações no interior da sala de aula. Isso, porém, fica só na teoria, pois apesar do
empenho de muitos professores, em geral, a relação que se estabelece termina sendo a
importância da autoridade.
O ser humano é capaz de auto dirigir-se e tomar decisões, faz parte dele o potencial
natural de aprender; há uma curiosidade inata que o leva a uma busca constante de novas
aprendizagens. Algumas características dos educadores podem facilitar que esta curiosidade
inata seja canalizada em direção à educação formal, tornando-a mais efetiva. Para que isso
ocorra o educador deve possibilitar aos educando um ambiente onde eles possam pesquisar e
expressar os temas que deseja, abordar, quando se trabalha com a técnica de projetos.
A idéia de trabalhar com “projetos” surgiu da preocupação dos educadores para fazer
com que os alunos venham sentir prazer nos estudos, em particular pela “leitura”, visto que, é
ela a matéria-prima para a expansão do conhecimento. O projeto surgiu ainda, como um
desafio, na medida em que se apresenta à escola como algo novo, mas que ao mesmo tempo
será a possibilidade de formar novos cidadãos do mundo.
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O projeto, enquanto modalidade organizativa do currículo vem tomando força no
trabalho pedagógico, principalmente na Educação do ensino Fundamental, por possibilitar a
abordagem e a experimentação dos conhecimentos de forma interdisciplinar. E, também, por
oferecer condições de se pensar e realizar um trabalho compartilhado com a criança, isto é, a
organização e a sistematização do conhecimento construído a partir da co-investigação em
que participam educadores e alunos.
Considerando que as crianças não lêem ou quando lêem quase sempre a leitura passa
despercebida, e as queixas dos professores são enormes em relação ao processo de
compreensão e interpretação de textos dos alunos, verificou-se a necessidade de se
desenvolver uma prática de leitura que considerasse o aluno como sujeito, capaz de pensar,
refletir e agir no processo de ensino aprendizagem, visando o seu crescimento enquanto leitor
para exercer sua cidadania. Lembrando que o papel do professor/coordenador é de
fundamental importância, para que o projeto seja realizado com sucesso, porque é ele que vai:
provocar, questionar, incentivar, sugerir, ajudar e acompanhar os educandos durante todo o
processe de construção do projeto. Ler não deve ser uma atividade extra, quando sobra tempo,
quando a classe está muito agitada ou quando faltaram muitos alunos. A leitura precisa ocupar
o horário nobre da aula.
Nessa perspectiva, a leitura ganhará um importante destaque, na medida em que
passará a fazer parte do cotidiano dos alunos, aproveitando, sem dúvida, o horário da sala de
aula. Vale salientar que o trabalho com a leitura, terá um acompanhamento sistemático, como
também será vivenciado com diversos tipos de atividades.
Ensinar os alunos a gostarem de ler não é tarefa fácil, mas também não é impossível.
Por isso, a escola precisa oportunizar os alunos a entrarem em contato com a leitura, não
importa a série ou a idade, o ideal é que a leitura seja estimulada e significativa para a vida
dos educandos.
“Projeto: estratégia impulsiona aprendizagem significativa do aluno”.
A utilização do projeto como conceito educativo foi utilizado pela primeira vez pelo
filósofo e educador norte-americano John Dewey, que concebeu a educação em termos de
experiência e defendeu a idéia de uma pedagogia aberta, em que o aluno se torna ator da sua
própria formação por meio de aprendizagens concretas e significativas. Dewey influenciou o
movimento de educação progressista americano e, nesse contexto surgiram às referências ao
trabalho com projeto enquanto processo pedagógico.
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O trabalho com projetos no Ensino Fundamental nos remete a pensar todo o processo à
luz da ciência, pois toda pesquisa escolar pode adquirir um cunho científico, desde que as
ações a serem desenvolvidas sejam previamente planejadas.
Para adotar a estratégia de trabalho com projetos, é necessário estabelecermos, de
modo genérico os papéis respectivamente de professores e alunos, que são, é lógico papéis
diferenciados.
6.1. Papel do professor:
O professor exerce papel fundamental nessa proposta de ensino aprendizagem. Tendo
clareza nos seus objetivos, ajuda os alunos a construir conhecimentos, fornecendo elementos
necessários para que ambos possam compartilhar prazerosamente o trabalho pedagógico.
O papel do professor consiste em definir as prioridades que deseja trabalhar com o
grupo específico; idealizar os meios que conduzem à realização do projeto; problematizar as
questões e contribuir para a organização do trabalho, buscando o envolvimento de todos os
componentes nas definições de responsabilidades e no desenvolvimento de todo o trabalho,
bem como intervir adequadamente, conforme seu objetivo como mediador entre o aluno e o
conhecimento.
6.2. Papel do aluno:
Ao aluno cabe opinar e definir questões relacionadas ao tipo de projeto que deseja
desenvolver e as razões que tem para realizá-lo. Deve também, definir várias ações
juntamente com o professor, tais como:
- Propor, discutir e decidir as atividades e a maneira de realizá-las;
- Organizar o tempo e o espaço para a execução das mesmas;
- Determinar as diferentes etapas do projeto;
- Envolver-se na execução de todas as suas fases ou passos.
Nesse exercício de tomada de consciência e de decisões, o aluno atua como sujeito do
próprio processo de construção e reconstrução de seu conhecimento.
6.3. O Projeto:
Desenvolver um projeto antes de tudo significa realizar um conjunto de ações que vão
da definição e elaboração do plano de trabalho, passando pela execução da proposta e
chegando à avaliação nos diferentes momentos do processo e dos resultados finais.
Planejamento e execução:
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O planejamento corresponde à primeira fase de uma pesquisa. Envolve estudos
preliminares acerca do assunto que se deseja investigar, cujo objetivo maior é a delimitação
do problema, possibilitando ao investigador perceber os alcances e os limites da pesquisa
proposta.
Definido o problema, parte-se para a elaboração do projeto, especificando como será
desenvolvido, quais as suas finalidades, o cronograma das ações e os recursos necessários
para assegurar o êxito do mesmo. A ausência de um projeto conduz os pesquisadores (alunos e
professores) a um trabalho inseguro, desordenado, resultando em desperdício de esforços,
tempo e recursos.
Para se produzir pesquisa escolar, é necessário que o professor assuma a condição de
coordenador e estimulador das ações que levem o grupo de alunos a uma produção intelectual
e/ou científica.
Inicialmente, o professor deve propor temáticas que julgue relevantes ao seu grupo de
alunos e/ou deixar que estes optem por uma delas, a partir de um tema central que se esteja
estudando ou que se pretenda investigar.
Após a escolha do tema e realizada sua devida delimitação, é importante que o
coordenador (professor) incentive leituras ou investigações preliminares acerca do tema
escolhido, estabelecendo então a problematização (problema de pesquisa), formulando nesse
estudo prévio o que chamamos de planejamento.
No Ensino Fundamental, é imprescindível que o professor faça a adequação dos
elementos necessários para a realização do projeto de pesquisa a nível de entendimento da
turma.
O projeto desenvolvido no âmbito escolar torna-se um recurso metodológico
riquíssimo de trabalho que permite organizar a classe em torno de metas previamente
definidas por alunos e professor. Requer o real envolvimento e a participação dos alunos em
todas as etapas do processo, bem como permite avaliar a aprendizagem dos mesmos.
Como as atividades são desenvolvidas coletivamente, os alunos sentir-se-ão
envolvidos e motivados com o que está sendo realizado. Essa proposta impulsiona a
construção de novos conhecimentos. O aluno mostra-se mais disposto a explorar todas as
possíveis relações e interconexões desse com os seus conhecimentos prévios e sua experiência
de vida. Tais aprendizagens tornam-se significativas e consistentes pois oportunizam a
experimentação e a contraposição de idéias. Embora o trabalho seja desenvolvido em
conjunto, é possível delinear, por razões de ordem didática, as funções de cada parte
envolvida.
30
6.4. Avaliação:
O processo avaliativo deve acontecer durante todo o desenvolvimento e ao final do
projeto, sendo realizado de forma participativa com todos os componentes do grupo.
O trabalho com projeto possibilita avaliar a aprendizagem dos alunos, uma vez que
permite verificar as capacidades de:
- Determinar objetivos a alcançar;
- Caracterizar propriedades daquilo que será trabalhado;
- Escolher estratégias mais adequadas para a resolução de um problema;
- Executar ações para alcançar processos e resultados específicos;
- Avaliar condições preestabelecidas.
A avaliação possibilita ao professor e ao aluno uma reflexão permanente do ensino,
diagnostica as dificuldades, corrige as falhas e estimula a superação dos problemas para
mudar os rumos do processo educativo. O aluno é acompanhado em suas dificuldades e
incentivado a superá-los. Podemos dizer que essa forma de avaliação é inclusiva.
É importante ressaltar que a participação do aluno na organização do projeto
relaciona-se diretamente com o seu estágio de desenvolvimento cognitivo e suas experiências
anteriores com essa forma de trabalho. Um trabalho assim reveste-se de prazer e sentido, tanto
para os alunos quanto para o professor. Pode ser proposto para ser desenvolvido
individualmente e em equipes. Nos projetos em equipe, além de permitir a avaliação das
capacidades descritas, pode-se verificar ainda, a presença de algumas atitudes tais como: ter
respeito, saber ouvir, tomar decisões em conjunto e ser solidário.
6.5. Registro do Professor
Caminhar e ver confunde-se nos emaranhados da lembrança: o tempo de lembrar se
traduz enfim pelo tempo de aprender. Por isso, sem a memória do processo de construção do
aprender, a narração perderia a sua qualidade. Eis porque o momento do registro investe sobre
o sujeito e o transforma pelo ato de refletir. Escrever, registrar, relatar, descrever, estabelecer
relações mantém o ato perceptual em um ato presente. Cada ato de percepção é um ato novo
que supõe outras experiências, outros movimentos – por isso, as vozes que traduzem os
sentimentos e pensamentos dos educadores têm me encantado (Andersen, 2009).
31
6.6. Leitura, Memórias e Significados
Inicio minha reflexão lembrando as palavras de uma professora, num evento, se
referindo ao seu trabalho com leitura na escola: “- Gostei tanto do livro que achei que os meus
alunos mereciam conhecê-lo”. Desse dia em diante, o verbo merecer, passou a ser um
“hóspede” em minha cabeça e provocou em mim a seguinte reflexão: merecer é muito mais
que ter direito, pois ter direito é uma conquista, mas merecer vai além, é ganhar um presente,
ou melhor, um prêmio. E sem dúvida, toda criança merece ouvir histórias, toda criança
merece “conviver” com textos literários, toda criança merece contar histórias, enfim, toda
criança merece ter acesso à leitura.
E a melhor maneira para falar de leitura, principalmente para mim, é me reportar a
algumas lembranças de infância. Recordo que minha mãe fazia tricô e em muitos momentos
ficava eu em volta do seu tricô, com uma mãe-leitora que tecia os pontos e lia... Lia
fotonovelas com a mesma agilidade que tricotava. Acredito que cenas como estas podem
explicar o nosso interesse em tecer histórias, ouvindo, contando e criando.
E pensando nos novelos de lã que estiveram presentes em minha vida, nas suas
diferentes marcas e matizes, acabei criando em minha cabeça uma alegoria entre o ato de ler e
o novelo de lã.
Para quem não sabe ou de repente nunca observou uma tricoteira tricotando, é
necessário explicar que nunca o fio do novelo deve ser puxado do lado de fora, por isso pode
causar um grande embaraço. O fio deve sair de dentro, porque só assim há uma garantia de
tecer com êxito.
Assim, acontece com a leitura, o “fio do desejo” deve vir de dentro para que com ele
possamos tecer a nossa trajetória de leitor. Na fase adulta, em nossas leituras, somos
influenciados, ou por um amigo ou pela mídia, porém na infância faz-se necessário que a
criança esteja rodeada de diferentes mediadores, entre eles: familiares, professores, amigos,
ou seja, por aqueles que saibam puxar o fio condutor de sua leitura.
Preocupadas com isso, é que resolvemos realizar um projeto de trabalho sobre a
leitura, por considerar a infância o período mais profícuo para isso e, portanto, nós enquanto
educadores não podemos perder esta oportunidade.
Foi a partir daí que resolvi aplicar este Projeto: “Era uma vez... O maravilhoso mundo
da literatura e seu poder de formar leitores”, com alunos da 2ª série, do período vespertino, da
Escola Reunida Balcino Matias Wagner.
Sabia eu do desafio que tinha que enfrentar, afinal, hoje, as crianças não se interessam
muito por leitura. Mas, como falei anteriormente, era um desafio...
32
No primeiro dia, eu em especial que não trabalho como professora, confesso me senti
um pouco insegura diante do meu propósito, afinal era necessário sensibilidade e um certo
poder de encantamento. Sabemos que todos nós somos contadores de histórias, mesmo que
muitas vezes nem percebemos, seja por meio de uma piada, da descrição de um capítulo de
novela, de uma reportagem de jornal, de um “causo”, enfim, das histórias que vivemos
cotidianamente. E para isso faz-se necessário uma leitura minuciosa antes de contar uma
história, observando as características dos elementos que a compõe, familiarizando-se com os
personagens e vivenciando as emoções que poderá transmitir. E para que um “clima” de
fantasia seja criado, vi o quanto é importante utilizar as tradicionais frases no início e término
da história: “Era uma vez...”, “há muito tempo atrás”, “viveram felizes para sempre...” Essas e
outras frases fazem com que como num “passe de mágica” o ouvinte se transporte para um
mundo de imaginação.
Os recursos que utilizei, foram: livros com texto e sem texto, fantoches, músicas,
dramatizações, gravuras, recortes de jornais e revistas, fitas de vídeo cassete, fantasias,
passeios..., porém, é bom ressaltar que nenhum desses recursos suplanta a relação
narrador/ouvinte, e isso só ocorre quando existe interesse (desejo), de ambas as partes. Ou
quando o fio do novelo de lã é puxado de dentro para fora.
Digamos que a semente foi lançada e foi possível perceber que ela começara a
germinar. Os alunos participavam ativamente das aulas, contribuindo com todo o
encantamento por mim proposto. Foram momentos prazerosos, tanto para mim quanto para as
crianças, pois a cada dia, eu observava o quão interessadas em conhecer e ouvir mais histórias
elas se mostravam, pois eu buscava despertar a curiosidade, sempre deixando as crianças em
contato com outras facetas.
Outro fator que percebi e tive um cuidado especial foi com a diversificação das
atividades após a leitura, para que a hora da história (leitura) não se tornasse num momento
rotineiro, desinteressante e sem novidades.
Por isso o projeto apresentou momentos, ou seja, atividades bem diferentes e ao
mesmo tempo atrativas, fazendo com que os alunos fossem envolvidos pela magia de cada
momento.
Nestes dias foi possível identificar na turma fatores importantíssimos para o ensino
aprendizagem, afinal a turminha era bastante ativa, participativa, caprichosos e, diga-se de
passagem, uma 2ª série nota 10. Claro que com raras exceções, mais o que foi possível
também perceber é que justamente os alunos que apresentavam um pouco mais de dificuldade
na escrita, se destacavam quando a atividade era oral, portanto, a turma era praticamente toda,
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de sua maneira, interessados e envolvidos em todo o processo ensino aprendizagem
(Andersen, 2009).
Todos os dias eu percebia que ao início de cada aula, eles ficavam atentos e curiosos
para saber o que iríamos trabalhar naquele dia e, não era surpresa para mim quando se
mostravam felizes e dispostos a realizar o propósito de cada dia.
Enfim, concluo esta minha reflexão acerca deste trabalho, dizendo que os objetivos
foram atingidos e que com certeza esta turma da 2ª série, no que se refere à leitura, não será a
mesma, pois foram ouvintes, narradores, criadores de histórias e por fim e não poderia aqui
deixar de registrar, que no último dia cada criança confeccionou um livrinho, sobre a sua
própria história.
Finalizo, com as idéias de Abramovich (1989, p.17) quando afirma que,
(...) É ATRAVÉS DUMA HISTÓRIA QUE SE PODEM DESCOBRIR OUTROS
LUGARES, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É
ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber
o nome disso tudo e muito menos achar que tem o nome disso tudo e muito menos
achar que tem cara de aula... Porque, se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser
prazer e passa a ser Didática, que é outro departamento (não tão preocupado em
abrir as portas da compreensão do mundo).
Concordo com a autora e também defendo que o fato de ouvir histórias e entrar para o
mundo da imaginação amplia a possibilidade das crianças se transformarem em adultos
saudáveis.
Portanto, cabe a nós educadores, saber tricotar o sonho de ampliar o número de
leitores em todas as escolas. Fazendo com que a literatura seja realizada como um ato de
prazer.
Vi nos olhos dos alunos: Ângelo Alberto, Ângelo Sebastião, Carlos Alexandre, Luiza,
Thaís, Natália, Josiane, Josias, Lucas, Regiane, Ronaldo, Alexsandro, Rafaela, Danielly,
Jaciara, Guilherme, coragem para trafegar por mundos imaginários.
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34
7. REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Cortez, 1988.
ANDERSEN, Sílvia Maria. O Maravilhoso Mundo da literatura. Secretaria de Educação a
Distância - SEED/MEC Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Formação
continuada, 2009
ANDRADE, Carlos Drummond de. “A Palavra Mágica”, A Senha do Mundo. São Paulo:
Record, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Programa de
Formação continuada Mídias na Educação. Metodologia da Pesquisa Científica. Disponível
em <http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83266/index.html>. Acesso em: 01 Abr.
2011.
de SOUZA, Angelita Terezinha Maba. TEXTO E INTERTEXTUALIDADE: UMA
CONSTRUÇÃO EM SALA DE AULA. Disponível em: http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_2272.pdf. Acesso em: 01 Abr.
2011.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1981.
SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 8. ed. São Paulo: Global, 1985.
Pontes, 1994.
ZACCUR, Edwiges (org.). A magia da linguagem. 2 ed., Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
Revista Nova Escola.
Ministério da Educação – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores PROFA, módulo 02 - de junho de 2001 e módulo 03 - de Fevereiro de 2002. Brasília, DF.
35
Literatura e Alfabetização: do plano do choro ao plano da ação / organizado por Juracy
Assmann Saraiva. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
MEIRELES, Cecília. “A Poética da Educação/ Margarida de Souza Neves, Yolanda Lima
Lobo, Ana Crystina Venâncio Minot (orgs.). Rio de Janeiro: Ed. PUC – RJ/ Loyola, 2001.
Ministério da Educação – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, módulo 3,
Brasília, Fevereiro 2002.
PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais. 2. Língua Portuguesa: Ensino de primeira à
quarta-série-I.
VYGOTSKY, L.S., LURIA, A.R., LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989.
ANDERSEN, Sílvia Maria. O maravilhoso mundo da literatura e seu poder de formar
leitores. Florianópolis, 2009.
CALDIN, Clarice Forlkamp. A oralidade e a escritura na literatura Infantil: Referencial
teórico para a hora do conto. UFSC. Florianópolis, 2002.
TOLEDO, Claudia Alleoni Borges de. A conexão da Literatura Infantil com o processo
educacional: Elo prazeroso. UNICAMP. Campinas, 2005.
COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1986
VOLTANI, Gisele Gasparelo. Daniel Pennac na Sala de Leitura. Revista ACOALFAplp:
Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua portuguesa, São Paulo, ano 2, n. 4, 2008.
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8. ANEXOS
ANEXO I – ALGUMAS DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS
ALUNOS E FOTOS.
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FOTOS
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ANEXO III – TEMA: RECREIO LITERÁRIO
JUSTIFICATIVA:
As brincadeiras propostas se justificam, pelo fato de possibilitar, de forma divertida, às
crianças a colocarem em jogo seus conhecimentos sobre a literatura infantil. Esta proposta
também foi utilizada como instrumento para despertar o sentimento de generosidade e
cooperação.
Em geral as crianças se sentem bastante atraídas por este tipo de jogo, mas a atração
muitas vezes, se dá pela competição, visando somente à premiação. A idéia é uma proposta
contrária a esta afirmação, já que pretendemos promover nos participantes o desafio de serem
doadores do prêmio conquistado.
Este desafio se constitui em um passo singelo, mais acreditamos que seja válido para
repensarmos e problematizarmos certos valores com nossos educandos.
PROBLEMA:
Brincar com os textos literários surgiu da vontade de criarmos momentos agradáveis
na tentativa de mudarmos um problema comum na sala de aula. Fugir das interpretações de
textos tradicionais que muitas vezes fazem com que a história contada deixe de ser um
momento gostoso, transformando-se para muitos, em uma atividade cansativa e sem graça.
Além desta temática este projeto tem o desafio de buscar respostas para as seguintes
questões:

As crianças aceitarão participar das disputas ao tomarem conhecimento que a dupla
vencedora doará o prêmio?

O recreio muitas vezes é tumultuado nesta escola por falta de espaço. Mas se fosse
organizado e dirigido resolveria esta questão?
OBJETIVO GERAL:
Brincar prazerosamente na hora do recreio com textos e personagens da literatura
infantil despertando a generosidade e a cooperação entre os participantes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
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 Ampliar o conhecimento literário;
 Desenvolver atitudes cooperativas e generosas;
 Planejar e executar tarefas em duplas;
 Favorecer momentos agradáveis na hora do recreio.
CONTEÚDOS:
Ampliação do repertório de brincadeiras, participação em situações de jogos,
valorização da leitura como fonte de prazer.
METODOLOGIA:
 Roda de conversa para divulgação e apresentação da proposta;
 Criar e selecionar questões que envolvem o jogo;
 Elaboração de material apropriado e atrativo para os alunos;
 Criação de fichas de inscrição;
 Sorteio das duplas;
 Escolha da premiação.
ETAPAS PREVISTAS:
Far-se-á uso da roda de conversa para:
1- Divulgar na sala de aula a proposta do “Recreio Literário”.
Informar os possíveis participantes, (possíveis, pois eles têm a liberdade de querer ou não
participar) sobre:

A participação em duplas;

A inscrição que deverá ser preenchida em uma ficha com o nome das duplas,
nomes fictícios, e o nome para quem doarão o prêmio. A inscrição deverá ser
depositada em uma urna que ficará exposta na escola.

O sorteio - A cada recreio teremos uma dupla vitoriosa. Os nomes serão
sorteados sempre um dia anterior as brincadeiras.

A premiação - Explicar para os alunos a idéia da doação. Os professores devem
neste momento, serem cautelosos, desafiando os alunos a este novo tipo de
jogo.
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
Informar aos alunos as brincadeiras previstas.

As brincadeiras foram inspiradas no Programa Vídeo Game, comandado pela
apresentadora Angélica da TV Globo.
FALA SÉRIO OU COM CERTEZA
- A dupla como já combinado, será sorteada no dia anterior ao recreio. Ficando em suspense
somente o nome dos ganhadores do prêmio. (A dupla deverá revelar somente no momento da
premiação).
- Se a afirmação lida pela apresentadora for verdadeira, a dupla dirá – Com certeza.
- Caso for mentirosa – fala sério.
Vence quem acertar mais questões.
1 – Branca de Neve perdeu seu sapatinho ao sair correndo de um baile no castelo do Príncipe
Encantado.
2- Os três porquinhos ao passear pela floresta cantam: “Eu vou, eu vou pra casa agora eu vou,
parara-tchibum, parara-tchibum...”.
3- O Menino Maluquinho é um personagem criado pelo escritor Ziraldo.
4- A Bela Adormecida dormiu por muitos anos após comer uma maçã envenenada.
5- Mônica, personagem do escritor Maurício de Sousa, usa vestido vermelho, é muito forte e
bate nos meninos com um coelhinho.
6- Cebolinha, também personagem criado por Maurício de Sousa, ao falar troca o P pelo B
das palavras.
7 – O gato de botas faz parte da história infantil Rapunzel. Pelas tranças da menina, que eram
longas, ele subia a torre onde ela estava escondida.
8- Na fábula a cigarra e a formiga, as duas ficaram sem comida no inverno, já que passaram o
verão na praia na maior mordomia.
9- Os Cachinhos de Zinha é uma história infantil. Sua autora nasceu em Alfredo Wagner.
10- “Alice no País das Maravilhas” é uma história encantadora. Esta história inicia com Alice
seguindo um coelho que passa por ela dizendo: “Pobre de mim! Pobre de mim! Vou chegar
atrasado!” A menina curiosa o segue e cai em um buraco.
11- Os nomes dos três porquinhos são: Dunga, Zangado e Feliz.
12- Chico Bento, personagem das histórias em quadrinhos, mora no sítio e vive roubando
maracujá do seu vizinho Nhô Lau.
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13-Nos contos do Sítio do Pica Pau Amarelo, criado por Monteiro Lobato, Nastácia é a
cozinheira que trabalha na casa da Dona Benta.
14- N fábula “A Lebre e a Tartaruga”, quem ganha a corrida é a lebre, pois ela, além de ser
mais rápida, foi mais esperta que a tartaruga.
15- O espelho mágico pertencia a madrasta de Chapeuzinho Vermelho.
16- Na história bíblica, a arca de Noé abrigou vários animais salvando-os do dilúvio. Mas o
leão, por ser o rei da selva, não aceitou ir de arca e foi com seu jatinho particular.
17- Drácula é um vampiro. Dizem que este personagem vive na Pensilvânia.
18- Tio Patinhas, personagem das histórias em quadrinhos, é milionário, mas muito pão duro.
Seu amuleto de sorte é uma cédula de dinheiro. Ele a chama de “cédula nº 1”.
19- O Visconde de Sabugosa, personagem do Sítio do Pica-Pau-Amarelo, é um sabugo de
milho.
20- Robison Crusoé ficou preso em uma ilha depois de um naufrágio. Nesta ilha ele viveu até
sua morte.
21- Cachinhos Dourados ao invadir sem permissão a casa dos Ursos, quebrou vários objetos.
O Ursinho foi quem mais foi prejudicado, já que sempre era seus pertences que a menina
quebrava.
22- Frankistein é um personagem criado pelo escritor Ziraldo. Ele é amigo íntimo do Menino
Maluquinho.
23- Pato Donald, personagem das histórias em quadrinhos da Wald Disney, é um pato muito
calmo e tranqüilo.
24- João e Maria ao marcarem o caminho de volta para casa, foram deixando pedacinhos de
pão pelo caminho, mas, os passarinhos acabaram comendo-os, e eles se perderam na floresta.
25- Pinóquio é um boneco de madeira criado por um senhor chamado Gepeto. Depois de
aprontar muito, este boneco fica até com o nariz grande de tanto mentir, e por isso, a fada não
o transformou em um menino de verdade.
QUEM É ESTE PERSONAGEM?
Nesta seqüência de brincadeiras, a apresentadora exibi um painel com várias gravuras
recortadas. Por baixo destes recortes está escondida a figura de um personagem da literatura
infantil. A dupla será desafiada a descobrir de quem se trata o personagem.Os participantes só
terão direito a adivinhar o personagem escondido, após responder corretamente a pergunta
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realizada pela apresentadora. Caso não acerte o que lhe for perguntado, passa a vez para a
outra dupla. A escolha do recorte a ser tirado é da apresentadora que deve iniciar por pequenos
recortes para dificultar a brincadeira.
Vence quem adivinhar o personagem.
Perguntas:
1- Você com certeza conhece a história dos Três Porquinhos. Responda então: Qual o
nome dos três porquinhos?
2- Rapidinho, rapidinho diga o nome da malvada na história os 101 DÁLMATAS.
3- Como se chama o velhinho simpático que criou o Pinóquio?
4- Um, dois, três e já! Diga em voz bem alta o nome do autor dos personagens das
revistas em quadrinhos, Mônica, Cebolinha e Cascão?
5- Na história da “Branca de Neve”, ela conhece sete anões, e eles se tornam seus
melhores amigos. Como eles se chamam?
6- Quem é o menino das histórias em quadrinhos que troca o “r pelo l?”
7- O nome da boneca de pano do Sítio do Pica-Pau-Amarelo.
8- Esta você não pode errar, vamos lá: O nome do viadinho, que ainda criança perde sua
mãe?
9- Puxe pela memória e responda: Qual o nome do Pato sortudo que se torna milionário
após achar uma moedinha, que ele a chama de “moedinha número 1”?
10- Quem ajudou a personagem Cinderela a ir ao baile no castelo?
11- Esta é fácil! Quem salvou Chapeuzinho e a sua vovó do lobo mau?
12- Pense, pense, pense... Onde a Bela Adormecida machucou seu dedinho que a fez
dormir profundamente?
13- De que era feito a casa do Porquinho que resistiu aos sopros do lobo mau?
14- Nas histórias dos desenhos animados Tom é um gato e o Jerry, o que é?
15- De que cor é o cavalo branco do Príncipe que beijou Branca de Neve?
16- Vamos relembrar a história da Dona Baratinha? Ela achou um dinheirinho e queria se
casar. Conheceu o seu João Ratão casou-se com ele e eles foram felizes para sempre.
Certo ou errado?
17- Cinderela perdeu seu sapatinho na saída do baile. Você lembra de que era feito este
sapatinho?
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18- Na história João e o pé de feijão ele começa pobre e termina rico? Ou ele começa rico
e termina pobre?
19- Esta é para acertar! Chico Bento tem uma namorada. Como ele se chama?
20- Robinson Crusoé sofreu um acidente e ficou morando solitariamente. Onde era esse
lugar onde ele viveu só?
PAGANDO O MICO
Roleta com nome de autores
Os alunos ao movimentar a roleta, se depararão com um autor. Exemplo: Se a roleta
parar no nome Monteiro Lobato, eles responderão perguntas referentes a este autor e sua obra.
Caso consigam acertar, ganham ponto, se errarem, pagam o “mico”. O mico é escolhido pela
própria dupla, através de bilhetes fechados em forma de sorteio. Exemplo de “mico”: usar
uma peruca durante a brincadeira, interpretar algum personagem, cantar uma música contendo
tal palavra, etc.
Vence quem responder corretamente o maior número de perguntas.
Perguntas:
Autor Monteiro Lobato
1- Nome do livro de grande sucesso de Monteiro Lobato que virou seriado de televisão.
2- Pense, pense, pense... E só depois responda. Qual a cor da Cuca?
3- Dona Benta tem dois netos. Como eles se chamam?
4- Como se chama a boneca de pano que vive no Sítio do Pica-Pau-Amarelo?
5- Tia Nastácia trabalha com Dona Benta. Qual sua função no Sítio?
Autor Maurício de Sousa
1- Esta você sabe. Qual o nome do coelhinho da Mônica?
2- Que delícia! A Magali é muito gulosa. Hum, ela tem uma fruta preferida. Que fruta é
essa?
3- O Cascão também tem um bichinho de estimação. Responda rapidinho. Que bichinho
é?
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4- Que engraçado é o cabelo do Cebolinha. Ele lembra um vegetal. Você sabe que vegetal
é esse?
5- Procurá-se um dono. Quem é o dono do Bidu?
Autores Diversos
1- Você conhece os sobrinhos do Pato Donald? Então responda qual o nome deles?
2- O Gênio faz parte da história do Aladim. Com bastante atenção responda: Onde vivia
este gênio antes de aparecer para o Aladim?
3- Quem é o autor que criou o personagem Menino Maluquinho?
4- Sininho aparece nas histórias infantis. Você sabe de que história ela faz parte?
5- Cinderela tinha um horário para sair do baile na casa do príncipe antes que acabasse o
encantamento. Que horário era esse?
PALAVRAS FINAIS
O recreio literário é um projeto, ou seja, uma modalidade de trabalho, em que há uma
seqüência de atividades com vista a atender principalmente o brincar. Este brincar aparece em
forma de desafio. Instigar a criança a ser generosa é o maior deles.
Esta é a diferença mais relevante deste plano para com as outras formas de organizar
atividades de competição.
Consideramos este, como um trabalho “preliminar”, logo, ele fica em aberto, a idéia é
que ele seja elaborado e reelaborado para atender as possíveis necessidades de um pretenso
professor e de seus alunos. A “dica” é a elaboração de novas perguntas com livros do acervo
da escola, com livros da biblioteca, com livros preferidos do aluno, perguntas referente a
autores sugeridos ou a escolha dos alunos, questões referente a um certo gênero textual (pode
se criar a semana do conto de fada, da lenda, dos contos de assombração, das poesias, dos
contos modernos, questões referentes a atualidade, enfim, perguntas sobre uma diversidade
textual).
Bem, agora é com eles, os alunos, esperamos que eles aproveitem a brincadeira e se divirtam
muito.
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FOTOS
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Dados coletados no retorno a Escola
Dados coletados por mim, quando retornei à Escola, com os alunos agora na 4ª série,
da Escola Reunida Balcino Matias Wagner, município de Alfredo Wagner, SC.
Esta turma hoje do período vespertino é composta por 19 alunos, sendo que 14 deles eram os
mesmos da época em que o projeto foi aplicado. Os outros 5 alunos, eram repetentes e
transferidos de outros municípios.
 A primeira pergunta que fiz foi: Vocês gostam de ler?
Resposta: 14 disseram que sim e apenas 5 disseram que não, justamente os repetentes e
transferidos.
 Perguntei por que eles gostavam de ler?
Resposta: E a grande maioria respondeu quase que unanimemente, porque foram ensinados a
gostar, quando na 2ª série aprenderam que ler é muito mais do que ler palavras, mas sim é
viver num mundo mágico de fantasias, de encantamentos...
 Perguntei quantos livros eles liam por mês.
Resposta: Em média de 5 a 6 livros por mês. E ainda fizeram questão de relatar que liam em
casa para os pais, irmãos, avós, tios...
 Minha última pergunta nesta turma foi para a professora. Perguntei como era o
desempenho desses alunos na aprendizagem.
Resposta: Ela enfatizou dizendo que todos os seus alunos que praticavam o gosto pela leitura
eram os seus melhores alunos em todos os sentidos.
Com certeza saí desta escola muito satisfeita e resolvi visitar a Escola Estadual, também
alunos de 4ª série, onde fiz as mesmas perguntas para os alunos do período matutino e
vespertino. E posso dizer que dos 31 alunos apenas 6 disseram que gostam de ler e que lêem
em média 2 a 3 livros por mês, incentivados pelos pais. Os demais afirmaram que só liam se
fossem cobrados pela professora, mas não gostavam de ler em hipótese alguma.
A professora disse que era muito difícil trabalhar leitura com eles justamente pelos
fato de não gostarem. Com as palavras desta professora, concluo dizendo que é preciso gostar
muito do que se faz, pra poder fazer levar outras pessoas a gostarem também, vejo que obtive
êxito no meu projeto e isso me deixa feliz, realizada e com a certeza de que o meu objetivo foi
sim alcançado.
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