alerta 84 corrigido

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alerta 84 corrigido
CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ
(CEFACE)
EM FARMACOVIGILÂNCIA
INFORME Nº84
JANEIRO - 2009
USO DE CORTICÓIDES INALANTES E O RISCO
DE EVENTOS ADVERSOS GASTROINTESTINAIS (EAG)
Estudo
publicado
na
revista
Pharmacotherapy, em novembro de 2008,
avaliou os riscos de Eventos Adversos
Gastrointestinais
(EAG)
causados
por
corticosteróides inalatórios.
Esses
medicamentos
são
comumente usados para tratar doenças
obstrutivas das vias aéreas, incluindo asma e
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
A preferência por eles frente aos orais no
tratamento em longo prazo está relacionada à
produção de altos níveis de atividade
antiinflamatória tópica e baixos níveis de
atividade sistêmica. Embora os corticóides
inalantes sejam relativamente seguros e
eficazes, seus efeitos adversos podem ocorrer
em pacientes recebendo tratamento de longo
prazo.
Efeitos adversos
Os
efeitos
adversos
incluem
supressão adrenal, osteoporose em adultos ou
redução das taxas de crescimento em crianças,
cataratas, glaucoma.
Evidências anteriores sugeriram que
corticosteróides
inalatórios
não
estão
associados à EAG, embora estudos tenham
indicado que o corticóide inalatório produza
efeitos sistêmicos, existindo assim, certo grau
de exposição gástrica com os mesmos.
Sobre o estudo
O estudo consiste de uma coorte
retrospectiva
realizado
na
cidade
de
Indianapolis, Indiana (EUA) para verificar essa
associação. A população foi formada por
19.443 adultos (idade média de 31,8 anos),
atendidos no Wishard Health Services, com
doenças respiratórias (diagnostico definitivo de
Asma ou DPOC) e dividida em dois grupos: os
que receberam prescrição de um corticóide
inalado
(beclometasona,
flunisolida,
fluticasona, ou triancinolona) e albuterol (7.156
pacientes) e os que receberam apenas
albuterol (12.287). Os resultados compararam
a freqüência de EAG entre os dois grupos.
Foram usados modelos estatísticos para
determinar os riscos de EAG, controlando
possíveis fatores confundidores como uso de
álcool e antiinflamatórios não esteroidais. Os
EAG foram observados em 461 (6,4%) dos
pacientes usando corticosteróides inalados e
albuterol e em 302 (2,5%) dos que usaram
somente albuterol. Os EAG mais comuns
observados (corticoterapia inalada): gastrite
(n=163; 2,3%), sangramento gastrointestinal
(n= 152; 2,1%), úlcera (n=101; 1,4%) e
esofagite (n= 45; 0,6%). No grupo do albuterol,
foram: gastrite (n= 910; 7%), sangramento
gastrointestinal (n= 121; 1%), úlcera (n=64;
0,5%) e esofagite (n=26; 0,2%).
O Risco Relativo (RR) para EAG, após o
controle de potenciais fatores confundidores
nos pacientes usando corticosteróides inalados
e albuterol, foi maior que aqueles usando
apenas o albuterol. ((RR=1,26, 95% de
Intervalo de Confiança [IC] 1.02-1.56). No
mesmo estudo foi verificado que a prescrição
de uso de espaçador* reduziu o risco de EAG
entre os pacientes usando corticosteróides
inalados. (RR 0.26, 95% IC 0.20-0.34).
Segundo os autores, o estudo apresenta
limitações e os mesmos concluíram que,
pacientes usando corticosteróides inalados
aparentemente possuem um leve risco de
desenvolverem EAG e que esses podem ser
atenuados com o uso de um aparelho
espaçador.
A partir dessas considerações o CEFACE
solicita que, qualquer reação adversa observada
com corticóides inalantes, seja notificada, se
possível, através da Ficha Amarela de Notificação
de Reações Adversas ou pelos telefones 3366-8276
ou 3366-8293. As notificações também poderão ser
feitas através do site www.gpuim.ufc.br no link
CEFACE enviando anexada a ficha de notificação ou
pelo formulário de notificação de reações adversas
e/ou queixas técnicas, disponível no endereço
eletrônico:
>>http://www.anvisa.gov.br/form/fármaco/index_prof.
htm
*Os espaçadores para uso com aerosol dosimetrado foram
desenvolvidos com o objetivo de aumentar a deposição pulmonar
dos fármacos, tornar desnecessária a sincronia no momento da
administração, simplificar a terapêutica da crise asmática e
minimizar a ocorrência de efeitos adversos.2
Fonte consultada: 1- Pharmacotherapy 2008 (28(11):1325-1334); 2- http://www.ambr.com.br/rb/arquivos/41_13.pdf
Responsável: José Martins Neto (Residente em Farmácia); Eudiana Vale Francelino (farmacêutica do CEFACE). Revisão: ProfªMírian
Parente (Doutora em farmacologia).

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