Jornal - Sociedade Portuguesa de Pneumologia

Transcrição

Jornal - Sociedade Portuguesa de Pneumologia
PUB
JORNAL
Distribuição gratuita no Congresso
Praia da Falésia
25 a 27 outubro de 2013
Edições
Em colaboração com
Sociedade
Portuguesa de
Pneumologia
Pág. 2 Bem-vindos ao XXIX Congresso de Pneumologia!
Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
Pág. 2 Cessação tabágica no doente portador de patologia
pulmonar
Dr.ª Lourdes Barradas
Pág. 4 Comissão de trabalho de tuberculose
Tuberculose extra pulmonar
Dr.ª Aurora Carvalho
Pág. 4 Comissão de alergologia respiratória
Dr.ª Lígia Pires
Pág. 5 Comissão de Tabagismo da SPP
Dr.ª Ana Figueiredo
Pág 6 Pneumotórax e empiema – abordagem cirúrgica
Dr. João Bernardo
Pág. 7 Importancia de las resistências bacterianas en
las infecciones respiratórias
Dr.ª Inmaculada Alfageme
Pág. 8 Pneumonias eosinofílicas
Dr.ª Natália Melo
Pág. 9 Tratamento e prevenção do tromboembolismo
venoso
Pág. 9 Pneumotórax: estudo genético
Prof.ª Doutora Inês Sousa
Pág. 10/11 Programa
Pág. 12 Terapêutica supressora da pseudomonas
aeruginosa (PA): novas abordagens no contexto do
consenso europeu
Dr.ª Pilar Azevedo
Pág. 13 Pneumonias víricas – Revista das revistas
Dr.ª Salete Valente
Pág. 14 Ventilação não invasiva
Dr.ª Bebiana Conde
Pág. 15 Repensar o futuro no tratamento da DPOC
Prof. Doutor Agostinho Marques
Pág. 16 Pneumologia de intervenção
Revista das revistas
Dr.ª Ana Oliveira
NOVOS CAmINhOS PARA
A PNeumOLOgIA em PORTugAL
Pág. 16 Imunoterapia no cancro do pulmão
Dr. Fernando Barata
Pág. 17 Boehringer Ingelheim lidera investigação
clínica em Portugal
Pág. 18 Comissão de pneumologia oncológica
Dr.ª Paula Alves
Pág. 18 Asma em 30 anos: um flash
Prof. Doutor Agostinho Marques
dia 26 de outubro, pelas 20h00,
Thomé Villar
Pág. 19 Reabilitação respiratória
na sala
Dr.ª Inês Quininha Faria
dia 26 de outubro, pelas 20h00,
na sala Thomé Villar
dia 26 de outubro, pelas 20h00,
na sala Thomé Villar
Saboreie o Simpósio
Alimentação e Doente com DPOC
com a presença da chef
Justa Nobre
Dr.ª Sofia Furtado (Pneumologista)
Saboreie o Simpósio
Alimentação eACESSO
Doente com DPOC
com a presença da chef Justa Nobre
AO SIMPÓSIO/
Dr.ª Sofia Furtado
JANTAR
Saboreie
Simpósio
Dr. António JorgeoFerreira
(Pneumologista)
(Pneumologista)
Alimentação
e Doente
com(Nutricionista)
DPOC
Dr.ª Maria
Ana Carvalho
com a presença da chef
Justa Nobre
Dr.ª Sofia Furtado (Pneumologista)
2
25 a 27 de outubro de 2013
Bem-VINDOS AO XXIX CONgReSSO De PNeu m
E
sta reunião, que decorrerá de 25 a 27 de
Portuguesa de Pneumologia (SPP), os temas
E é também o ponto de encontro obrigató-
Sessões da responsabilidade de Comissões de
outubro de 2013, no Centro de Congressos
mais atuais e discutidos os aspetos mais rele-
rio e uma oportunidade continuada de troca de
Trabalho e 220 apresentações (o que constitui
Sana Epic, na Praia da Falésia, inclui também, na véspera, dois Cursos de Pós-Graduação: um na área da Patologia do Sono, com um
corpo docente integrando alguns dos principais
expoentes nacionais e europeus nesta matéria e
outro de natureza teórico-prática, sobre Imunoterapia na asma.
Durante três (quatro) dias, no Algarve, serão abordados, no Fórum anual da Sociedade
vantes da Patologia Respiratória. Esta é igual-
ideias e de projetos no âmbito das várias Co-
um número record de comunicações livres), dis-
mente a oportunidade para apresentação, à co-
missões de Trabalho, dos Grupos de Interesse
tribuídas por 8 Sessões de Comunicações Orais
munidade científica, dos trabalhos clínicos e de
e de outras estruturas recentes da SPP, como
e 8 de Posters digitais, traduzindo desta forma
investigação dos diversos grupos, promovendo
o Gabinete de Monitorização da Doença Respi-
o vigor da nossa Sociedade, augurando assim
o desejável contacto entre os diferentes centros
ratória.
uma participação ativa e bem representativa de
do País e centros internacionais de reconheci-
O Congresso desenvolve-se num programa
da qualidade, motivando e estimulando assim o
baseado em 2 conferências, 5 mesas-redondas,
entusiasmo e a criatividade, principalmente dos
9 “Revista das Revistas”, 2 Sessões Institucio-
participantes em fase de formação.
nais, 7 Simpósios com o suporte da Indústria, 8
todas as regiões do país.
Prof. Doutor
Carlos robalo
CorDeiro
Presidente do
XXIX Congresso de
Pneumologia
Farão parte do Programa os principais
temas da patologia torácica, como a Asma, a
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, o Cancro
do Pulmão, as Infeções Respiratórias (como a
Pneumonia, a Gripe e a Tuberculose), as doenças Intersticiais, a Hipertensão Pulmonar, a
Fisiopatologia Respiratória, os distúrbios do
Sono, o Tabagismo, a Intervenção em Pneumologia, a Reabilitação Respiratória, a Ventilação
não Invasiva, a Patologia da Pleura, a Fibrose
CeSSAçã O
O
tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo. O seu consumo constitui
um dos maiores problemas de saúde pú-
blica, com repercussão tanto na população fumadora como não fumadora. Por ano, morrem
cerca de 5 milhões de pessoas no mundo por
doenças relacionadas com o tabaco.
O tabagismo é assim o principal fator de
risco para as doenças respiratórias, destacando-se o cancro do pulmão e a doença pulmonar
obstrutiva crónica (DPOC). O risco de morte por
cancro do pulmão é 23 vezes superior no homem fumador e 13 vezes superior na mulher
fumadora, quando comparado com os não fumadores.
O tabagismo além de fator etiológico é
também um fator de mau prognóstico. Os doentes que mantêm os hábitos tabágicos após o
diagnóstico de cancro do pulmão em estadio
inicial aumentam quase para o dobro o risco de
morte em relação aos não fumadores. A cessação tabágica aumenta a qualidade de vida e
a eficácia do tratamento cirúrgico, reduzindo o
risco de complicações operatórias, recidiva e o
aparecimento de segundos tumores. Apesar de
todas estas evidências, cerca de metade dos fumadores mantém os hábitos tabágicos após o
diagnóstico de cancro do pulmão.
De entre as principais dificuldades encontradas neste tipo de doentes destacam-se:
o stress e a ansiedade causadas pelo impacto
do diagnóstico, a vivência da doença e os tra-
3
25 a 27 de outubro de 2013
PUB
u mOLOgIA!
A qualidade do Programa, diversificado
AguARDAmOS, DeSTe mODO,
NãO APeNAS umA FORTe
PARTICIPAçãO, NOVAmeNTe
e refletindo a vitalidade da comunidade respiratória, dificulta o anúncio de destaques,
mas não se pode deixar de realçar a repetição da rubrica “Revista das Revistas”, que
COm mAIS De 600 CONgReSSISTAS
permite recolher um panorama abrangente e
PReVISTOS, COmO TAmBém
focado dos temas nucleares da patologia res-
umA PReSeNçA ATIVA DOS
DIVeRSOS PROTAgONISTAS
piratória, a Conferência Thomé Villar, atualizando conceitos sobre Asma Brônquica, outra
Conferência abordando novas possibilidades
DA áReA ReSPIRATóRIA,
de prevenção no Cancro do Pulmão, as Ses-
NACIONAIS e INTeRNACIONAIS.
sões Institucionais, com a Sociedad Española
de Neumología y Cirurgía Torácica (SEPAR) e
com a Associação Latino-Americana do Tórax
OS “NOVOS CAmINhOS
(ALAT), facilitando a troca de experiências nos
PARA A PNeumOLOgIA
respetivos países a respeito de um tema tão
em PORTugAL” CONFLuem
relevante e atual como as Resistências aos An-
eSTe ANO PARA O ALgARVe,
timicrobianos, com a Sociedade Portuguesa de
Cardiologia e com a Associação Portuguesa de
ONDe eSPeRAmOS PODeR
O sucesso desta reunião dependerá assim
da energia e da motivação que formos capazes
de dispensar para o seu desenvolvimento.
Finalmente, os sinceros e vivos agradecimentos a todos quantos participam no congresso, presidentes, moderadores, oradores, mas
principalmente aos autores das comunicações
Medicina Geral e Familiar, discutindo em con-
ReCeBeR-VOS De FORmA
junto a necessidade de identificar e diagnosti-
“INSPIRADA” e SAuDáVeL,
cretariado da SPP, ao Secretariado e Agência do
car precocemente a Doença Pulmonar Obstru-
ReTRIBuINDO A VOSSA PReSeNçA
Congresso, à nossa Agência de criação de con-
tiva Crónica.
Não se descurou também a componente
COm O CONVíVIO CIeNTíFICO e SOCIAL
que TODOS AmBICIONAmOS.
livres, à Comissão Organizadora Local, ao Se-
teúdos e de comunicação, e à Indústria Farmacêutica, suporte essencial para que estas ações
Quística, o Défice de Alfa1 Antitripsina, entre
social, com espaço para inovação: no dia 25 ha-
outros.
verá um jantar de convidados que inclui debate
Os “Novos caminhos para a Pneumologia
Aguardamos, deste modo, não apenas uma
sobre doenças obstrutivas das vias aéreas e no
em Portugal” confluem este ano para o Algar-
forte participação, novamente com mais de 600
dia 26 o jantar de encerramento, com um sim-
ve, onde esperamos poder receber-vos de for-
congressistas previstos, como também uma
pósio dedicado à alimentação do doente respi-
ma “inspirada” e saudável, retribuindo a vossa
presença ativa dos diversos protagonistas da
ratório, com participação de nutricionista e de
presença com o convívio científico e social que
área respiratória, nacionais e internacionais.
cozinheira de renome.
todos ambicionamos.
continuem a ser possíveis.
ã O TABágICA NO DOeNTe PORTADOR De PATOLOgIA PuLmONAR
tamentos a que têm de ser sujeitos, as expec-
vo, muitas vezes com necessidade de associa-
va Crónica) a cessação tabágica apresenta-se
tativas quanto ao futuro, o receio da recaída, os
ções terapêuticas, e com uma duração de tra-
como a única medida de tratamento efetiva
baixos níveis de auto confiança, o impacto da
tamento mais prolongado, entre 6 a 12 meses.
para evitar a progressão e reduzir a incidência
doença a nível familiar e profissional e muitas
A cessação tabágica deve ser parte integrante
de DPOC.
vezes o sentimento de culpa por não ter deixado
do tratamento.
de fumar.
Também de acordo com a Sociedade Res-
OS PROFISSIONAIS De SAúDe Têm
OBRIgAçãO De INCeNTIVAR OS SeuS
DOeNTeS PORTADOReS De CANCRO
Em relação à DPOC, 15% dos fumadores
piratória Europeia (ERS) a cessação tabágica é
DO PuLmãO A ABANDONAR
OS háBITOS TABágICOS;
Na maior parte dos casos, os membros fu-
de 20 cigarros/dia e 25% dos fumadores de 40
um dos meios mais importantes para melho-
madores do agregado familiar mantêm os há-
cigarros/dia desenvolverão esta doença, apre-
rar o prognóstico dos doentes respiratórios.
bitos tabágicos, o que vai dificultar ainda mais
sentando um risco 10 vezes superior de morte,
Os pneumologistas devem exercer um papel
o processo de cessação tabágica no doente. De
mais uma vez em comparação com os não fu-
proativo e continuado com todos os fumado-
Tem De SeR INSTITuíDO
madores.
res, motivando-os para pararem de fumar e
um PLANO TeRAPêuTICO mAIS
De acordo com o Programa GOLD (Inicia-
prestando-lhes tratamento; devem igualmente
tiva Global para a Doença Pulmonar Obstruti-
receber formação para assegurar que têm o co-
AgReSSIVO.
NA mAIOR PARTe DOS CASOS
nhecimento, atitudes e competências necessá-
O RISCO De mORTe POR CANCRO
Dr.ª lourDes
barraDas
Diretora do Serviço de
Pneumologia do
Instituto Português de
Oncologia de Coimbra.
(IPOC, FG, EPE)
rios para realizar estas intervenções.
Desta forma, os profissionais de saúde têm
DO PuLmãO é 23 VezeS SuPeRIOR
obrigação de incentivar os seus doentes por-
NO hOmem FumADOR e 13 VezeS
tadores de patologia respiratória a abandonar
SuPeRIOR NA muLheR FumADORA,
quANDO COmPARADO COm
OS NãO FumADOReS.
os hábitos tabágicos, devendo inclui-los num
programa de cessação tabágica. O apoio deve
ser feito por um equipa multidisciplinar que
deve abordar a dependência física e psicológi-
Os doentes portadores de patologia respi-
ca, alertar para os riscos de manter os hábitos
ratória são mais dependentes da nicotina, facto
tabágicos e mostrar os benefícios da cessação.
que poderá implicar um maior esforço para que
deve ser envolvido e se forem fumadores devem
Os fumadores devem ser informados sobre
o programa de cessação tenha sucesso. Ainda
ser aconselhados a entrar num programa de
as várias terapêuticas disponíveis, nomeada-
assim, o impacto negativo do tabagismo nestes
cessação.
modo a evitar esta situação o agregado familiar
mente as terapêuticas a nível farmacológico e a
doentes justifica um investimento de esforços
Os profissionais de saúde têm obrigação
nível comportamental. A terapêutica com subs-
na cessação tabágica, pela relação custo-bene-
de incentivar os seus doentes portadores de
titutos de nicotina, a vareniclina e a bupropiona
fício que esta apresenta.
cancro do pulmão a abandonar os hábitos ta-
associados à terapêutica comportamental, são
O tratamento para cessação tabágica deve
bágicos; na maior parte dos casos tem de ser
importantes na manutenção da abstinência a
ser integrado no controlo da patologia respira-
instituído um plano terapêutico mais agressi-
longo prazo.
tória do doente.
4
25 a 27 de outubro de 2013
Comissão de trabalho de tuberculose
TuBeRCuLOSe eXTRA PuLmONAR
A
tuberculose continua a ser um grave pro-
de revisão e discussão de temas controversos. Um
poder atingir qualquer órgão/localização, embora
orgânicos/ tecidos colhidos de acordo com a loca-
blema de saúde pública a nível mundial,
dos objetivos tem sido envolver nestas atividades
as localizações mais frequentes sejam a nível de
lização em que se suspeita de doença; a histologia
em 2011 quase 9 milhões de casos de tu-
internos de especialidade e jovens especialistas;
gânglios linfáticos, a pleural e a osteoarticular
é um meio de diagnóstico útil em muitas destas lo-
berculose em todo o mundo, cerca de um terço
elaborações de recomendações em diferentes áre-
Em muitos doentes a evolução é lenta e
calizações; o doseamento de ADA (líquido pleural,
da população mundial já esteve exposta ao Myco-
as da tuberculose - do diagnóstico ao tratamento,
indolente e o diagnóstico de tuberculose extra
pericárdico, peritoneal) e, em casos excecionais,
bacterium tuberculosis e novas infeções ocorrem
ao ritmo de uma por segundo. Em Portugal, a
incidência de tuberculose tem vindo a diminuir
progressivamente, em 2012 a incidência foi de
21,6 casos por 100.000 habitantes, próximo do
que é considerado um país de baixa incidência (20
casos por 100.000 habitantes). De qualquer modo,
continua a ser o único país de média prevalência
da Europa Ocidental. No combate à doença ainda
há muito trabalho a desenvolver, e esse trabalho
tem de envolver todos os profissionais de saúde,
os responsáveis políticos e a população em geral.
algumas das recomendações foram elaboradas
pulmonar exige um elevado índice de suspeição.
o teste de IGRA, podem ser úteis na confirmação/
em parceria com representantes de outras socie-
A confirmação do diagnóstico nem sempre é fácil
/exclusão do diagnóstico de tuberculose.
dades científicas; responder a questões de vária
e em alguns casos é mesmo um diagnóstico de
ordem, relacionadas com tuberculose, e que são
exclusão.
A terapêutica específica diminui a morbilidade e a mortalidade mas muitas vezes é uma tera-
colocadas quer pela sociedade civil ou por entidades que pedem um parecer científico à sociedade.
Promover e /ou participar em atividades de âmbito cientifico associadas às comemorações do Dia
Mundial da Tuberculose; participação na reunião
anual da sociedade portuguesa de pneumologia,
organizando uma mesa redonda com atualização de temas que se procura ser um pouco mais
abrangentes ou controversos;
O tema escolhido para a reunião anual da
SPP de 2013 foi a tuberculose extra pulmonar,
cuja incidência tem vindo a aumentar. Na União
Europeia um cada cinco casos de tuberculose é
de localização extra pulmonar. Em Portugal, em
2012, foram diagnosticados 2480 casos de tu-
Dr.ª aurora
Carvalho
Coordenadora da
Comissão de trabalho
de tuberculose
berculose dos quais 72,5% correspondiam a envolvimento pulmonar, nestes havia atingimento
O diagnóstico diferencial com outras entidades
pêutica empírica. A dificuldade em conseguir con-
extra pulmonar em 6,53%. Em 682 casos o en-
clínicas é frequente, particularmente quando há for-
firmação mico bacteriológica do diagnóstico e em
volvimento era exclusivamente extra pulmonar.
mação de granulomas epitelioides com ou sem ne-
realizar de testes de sensibilidade aos antibacilares
O aumento da incidência de casos de tubercu-
crose e de que é exemplo o diagnóstico diferencial
tem implicações terapêuticas, particularmente na
lose extra pulmonar está relacionado, por um lado
entre tuberculose intestinal versus doença de Chron.
fase de manutenção. A utilização de testes de am-
No sentido de promover a atualização e divul-
com a elevada prevalência da infeção VIH- SIDA e
A associação de tuberculose extra pulmonar
plificação de ácidos nucleicos pode ser uma ajuda
gação de conhecimentos em tuberculose a comis-
por outro lado com o desvio da curva de incidência
com lesões pulmonares ativas ou sequelares é
são de trabalho de tuberculose tem vindo a desen-
de tuberculose para grupos etários mais velhos.
frequente. Assim, a avaliação destes doentes in-
A tendência para um aumento de prevalência
importante no apoio às decisões terapêuticas.
volver a sua atividade prioritariamente em quatro
A disseminação linfohematogenea que ocor-
clui obrigatoriamente uma radiografia do tórax.
de tuberculose extra pulmonar, as dificuldades na
vertentes: promoção de uma reunião científica
re durante a infeção pulmonar relacionada com a
A pesquisa de bacilos álcool acido resistentes e a
confirmação do diagnóstico e na elaboração da
anual em que o objetivo principal é manter a atu-
exposição inicial ao Mycobacterium tuberculosis
realização de testes de amplificação de ácidos nu-
proposta terapêutica bem como na avaliação da
alização em tuberculose - apresentação de temas
explica o facto de a tuberculose extra pulmonar
cleicos (TAAN) devem ser efetuadas nos líquidos
resposta justificam a escolha deste tema.
COmISSãO DA ALeRgOLOgIA ReSPIRATóRIA
N
este vigésimo nono Congresso Nacional
Na Comunidade Económica Europeia tem
Respiratórias (PNDR) foi criado na Direção Geral
de Pneumologia a Comissão da Alergolo-
havido grandes avanços no que diz respeito ao
de Saúde em Janeiro de 2012. Tem como objetivo
gia Respiratória da SPP tem duas grandes
controle e regulamentação dos extratos dos aler-
desenvolver atividades que minimizem o sofri-
génios utilizados nas vacinas, caminhando-se
mento dos doentes com doenças respiratórias
para a padronização. Em Portugal brevemente
crónicas.
apostas:
- Curso pré-congresso de imunoterapia específica na asma.
Dr.ª lígia Pires
Coordenadora da
Comissão de Trabalho da
Alergologia Respiratória
Assistente Hospitalar de
Pneumologia no Centro
Hospitalar do Algarve
- Painel de discussão sobre “Asma no Programa Nacional das Doenças Respiratórias.
O curso de imunoterapia tem como objetivo formar e incentivar a dedicação dos Pneumologistas a esta área. As vacinas antialérgicas para
aeroalergéneos estão em desenvolvimento expo-
vai estar disponível a sua prescrição eletrónica,
A asma é uma das doenças englobadas
estando o acesso limitado às seguintes espe-
pelo PNDR, uma vez que atinge 10% da popu-
cialidades médicas: pneumologistas, pediatras,
lação portuguesa, afetando adultos e crian-
imunoalergologistas, otorrinolaringologistas e
ças. A nossa comissão escolheu este tema
dermatologistas.
com o intuito de colaborar na realização deste
Depois deste curso temos como objetivo pu-
programa na asma. Pretendemos promover a
blicar as linhas de orientação de imunoterapia
discussão apoiada no conhecimento científi-
específica na asma da SPP.
co e na experiência no terreno dos Pneumo-
nencial, existindo mais estudos que demonstram
asma alérgica de inicio recente e doentes que
a sua eficácia quando utilizadas criteriosamente
também apresentem rinite alérgica. Nas crianças
O tema “Asma no Programa Nacional das
logistas, que podem também funcionar como
nos doentes asmáticos. A sua eficácia aumen-
com rinite alérgica, a sua utilização pode prevenir
Doenças Respiratórias” não foi escolhido inocen-
agentes promotores de ativismo e mobilização
ta quando utilizadas em crianças, doentes com
o futuro desenvolvimento de asma.
temente. O Programa Nacional para as Doenças
social.
JORNAL
agradece o apoio de todos os que
contribuíram para a realização deste
Jornal, nomeadamente:
Edições
Comissão Organizadora
Coordenação: Paula Pereira
[email protected]
Avenida Infante D. Henrique,
n.º 333 H, Esc. 37, 1800-282 Lisboa
Tel.: 218 504 065 | Fax: 210 435 935
[email protected] | www.newsfarma.pt
PATROCINADOReS
5
25 a 27 de outubro de 2013
COmISSãO De TABAgISmO DA SPP
A
24 de março de 1989, 15 anos após a fun-
A preocupação com o impacto do tabagismo é
ram a revisão da diretiva sobre o tabaco, mas com
gistas, que o cancro do pulmão e a DPOC estão
dação da Sociedade Portuguesa de Patolo-
Mundial, e a luta contra este flagelo tem que ser
alterações em relação à proposta inicial, tendo
intimamente relacionados com o número de
gia Respiratória (SPPR), 24 membros ela-
coordenada e concertada. No passado dia 8 de
algumas das medidas mais duras sido abando-
cigarros fumados, e que a asma, as doenças
boraram um abaixo-assinado segundo o qual era
outubro decorreu no Parlamento Europeu mais
nadas ou modificadas. É no entanto importante
infeciosas respiratórias, as doenças do inters-
obrigação da SPPR ter uma atitude ativa na luta
uma votação sobre a Diretiva dos Produtos de
salientar que as medidas já tomadas para reduzir
tício pulmonar e a patologia do sono também
antitabágica, pelo que solicitaram a criação de
Tabaco, tendo os Deputados sido sujeitos a um
o consumo de tabaco permitiram passar de 40%
têm uma correlação importante com este hábi-
uma Comissão de trabalho dedicada a esta área.
lobby sem precedentes por parte da indústria do
de fumadores na União Europeia em 2002 (então,
to. Temos por isso o dever de perguntar a todos
Só 3 anos depois, em 1992, foi eleita a 1.ª coor-
tabaco. Assim, e apesar de toda a intervenção/
com 15 Estados-membros) para 28% em 2012,
os nossos doentes se fumam, e caso o façam
denação (Dr. José Reis Ferreira e Dra. Eduarda
/advocacy desenvolvida pelas ONGs internacio-
com 27 Estados-membros.
explicar os benefícios da cessação tabágica e
Pestana) e a Comissão iniciou a sua atividade com
nais e nacionais (em que se incluiu a Comissão
Todos temos o dever de fazer alguma coi-
a denominação de Comissão de Trabalho de Luta
de Tabagismo da SPP), os eurodeputados aprova-
sa. Temos o dever de saber, como pneumolo-
Antitabágica. Em novembro de 1999 foi aprovada
por unanimidade a alteração da denominação
para Comissão de Trabalho de Tabagismo.
Dr.ª ana figueireDo
Coordenadora da
Comissão de Tabagismo
da SPP
Ao longo destes 22 anos muitas foram as
mudanças: a consciência de que o tabagismo é
uma dependência com forte impacto na morbilidade e mortalidade dos fumadores e conviventes
foi-se enraizando, e palavras como Prevenção e
Controle do Tabagismo tornaram-se familiares.
A Comissão de Tabagismo foi crescendo e atuando
em áreas tão distintas como a Prevenção (ações na
comunidade incluindo rastreios com realização de
espirometrias e doseamento de CO no ar expirado,
elaboração de posters e folhetos, organização de
atividades no dia Mundial Sem Tabaco e no Dia do
Não Fumador), a Formação (elaboração de normas
de atuação no Tabagismo adaptadas à realidade
nacional, realização de ações de formação para
pessoal de saúde, incluindo cursos pós-graduados
nos Congressos anuais da SPP e no âmbito da Escola de Pneumologia) e Intervenção (mais de 90%
das consultas Hospitalares de Cessação Tabágica
são efetuadas por Pneumologistas, que colaboraram também ativamente na formação de médicos
de Medicina Geral e Familiar para criação de Consultas especializadas).
O nosso trabalho continua, e tem cada vez
mais que ser integrado numa dinâmica global.
TODOS TemOS O DeVeR De FAzeR
ALgumA COISA. TemOS O DeVeR De
SABeR, COmO PNeumOLOgISTAS,
que O CANCRO DO PuLmãO e A DPOC
eSTãO INTImAmeNTe ReLACIONADOS
COm O NúmeRO De CIgARROS
FumADOS, e que A ASmA,
AS DOeNçAS INFeCIOSAS ReSPIRATóRIAS, AS DOeNçAS DO INTeRSTíCIO
PuLmONAR e A PATOLOgIA DO SONO
TAmBém Têm umA CORReLAçãO
ImPORTANTe COm eSTe háBITO.
oferecer ajuda.
A intervenção breve resulta!
6
25 a 27 de outubro de 2013
PNeumOTóRAX e emPIemA - ABORDAgem CIRúRgICA
PNeumOTóRAX
vez mais adeptos, pois permite internamentos mais
lazer e seguidamente procede-se a uma abrasão
ca ou vídeo assistida o tórax terá sempre de ficar
drenado.
curtos, menos dolorosa, tempo de recuperação para
pleural. Esta é a melhor técnica pois permite a
Classicamente o pneumotórax é sujeito a ci-
o trabalho também mais curto e igualmente eficaz
adesão dos folhetos pleurais de forma uniforme.
rurgia nos casos de recidiva homolateral ou pneu-
quanto aos resultados. Cabe aqui salientar que o
Sendo o pneumotórax uma patologia do individuo
motórax contralateral; mas nos pacientes com um
tratamento cirúrgico do pneumotórax é o único que
jovem este tem uma boa probabilidade de necessi-
pneumotórax primário que tenham profissões de
não tem recidivas, e se o tiver é porque o cirurgião
tar de uma nova intervenção sobre o tórax durante
A patologia da pleura é um dos parentes po-
risco (pilotos de aviões, etc.) também está indicada
não realizou a pleurodese devidamente.
a cirurgia logo no primeiro episódio.
emPIemA
a vida, usando esta técnica as aderências são de
bres relativamente às doenças que afetam o tórax,
Do ponto de vista técnico na cirurgia do pneu-
fácil lise e uniformes na consistência. Esta é a ra-
e além disto temos as modas, que estão a interferir
A cirurgia do pneumotórax pode ser feita com
motórax ressecam-se bolhas ou a área de enfise-
zão pela qual se tem vindo a abandonar as técnicas
com os tratamentos de uma forma abissal. Quando
recurso a toracotomia mínima ou por cirurgia vídeo
ma onde se situa a fístula bronco pleural, ou pode-
de pleurectomia e escarificação pleural.
afirmo isto estou a lembrar que hoje, na presença
assistida, estando esta ultima técnica a ganhar cada
-se fazer a termo ablação com electro-cautério ou
Há que salientar que usando cirurgia clássi-
de um derrame pleural, o exame clínico e a observação cuidada de uma radiografia já não servem para
orientar o tratamento se não dispusermos de uma
ecografia torácica. Não pondo em causa o valor desta técnica, a verdade é que hipertrofia de tal modo as
franjas de fibrina que se encontram num empiema
TRIBUNAL
livre, que o doente é frequentemente proposto para
cirurgia devida á presença de um derrame loculado
com septações que só existem na ecografia. Esta
dos
utilização massiva da ecografia tem feito chegar às
salas de cirurgia pacientes tratáveis só com uma
drenagem torácica. Como agora estamos na moda
de fazer tudo por cirurgia minimamente invasiva,
este tipo de patologia acaba por ser aliciante para
qualquer cirurgião que faz uma descorticação vídeo
assistida com ótimos resultados embora sujeitando
o paciente a uma anestesia geral.
EDITAL
PROGRAMA
1 Juíz
Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
14h’30 às 15h’30
Dr. João bernarDo
Centro Hospitalar
Universitário de Coimbra
4 Advogados
Drª. Paula Simão, Dr. João Cardoso,
Dr. Filipe Froes, Profª. Doutora Marta Drummond
Nas fases inflamatórias dos empiemas, onde
CASO 1 | Quando iniciar a corticoterapia inalada na DPOC?
as decorticações por VATS são de fácil execução,
muitos deles são tratáveis só com uma boa dre-
Advogados
Dr.ª Paula Simão
Dr. João Cardoso
nagem torácica, anti-inflamatórios e cinesiterapia
respiratória. Nos outros casos terá de ser feita
uma descorticação pulmonar, que permitirá libertar o pulmão do colete-de-forças em que se encon-
Jurados
Assistência (televotação)
tra, e que se pode fazer por cirurgia aberta ou vídeo
assistida. Esta última tem vantagens nos tempos
de internamento, na recuperação pós-operatória
CASO 2 | Será que existem diferenças entre os corticoídes inalados?
e na estética. Por outro lado obriga a um tempo
anestésico mais longo e em doentes com patolo-
Advogados
Dr. Filipe Froes
Profª. Doutora Marta Drummond
gias associadas (cardíacas ou respiratórias) em
que não seja possível fazer a cirurgia com um só
pulmão ventilado, terá de se utilizar a toracotomia
clássica. Esta última é também o processo tera-
Jurados
Assistência (televotação)
pêutico nos casos mais evoluídos dos empiemas
com paquipleurites muito marcadas, dado que
nestes casos não se consegue criar espaço entre
a pleura e a parede torácica para a introdução da
fonte de luz e as portas de trabalho doas instrumentos cirúrgicos.
Há que também salientar que usando a toracotomia ou a VATS numa descorticação pulmonar
é extremamente importante que estes pacientes
iniciem reabilitação respiratória precoce (no dia
imediato á cirurgia), se possível mais de uma vez
1-N15MSR
dia; anti-inflamatórios e a deambulação precoce,
mesmo tendo a drenagem torácica. Nestes casos o
cuidado com as drenagens torácicas para que não
entupam deve ser redobrado.
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25 a 27 de outubro de 2013
ImPORTANCIA De LAS ReSISTeNCIAS BACTeRIANAS
eN LAS INFeCCIONeS ReSPIRATORIAS
L
as infecciones respiratorias serán la cuarta
los macrólidos y quinolonas cuando se incrementa
causa de muerte según la OMS en los próxi-
la dosis. El patrón de resistencias varia de unas
Sin embargo, no solo la resistencia a los an-
mos años, y en la actualidad es la principal
zonas a otras, concretamente las resistencias a la
tibióticos puede incrementar la mortalidad por
causa de muerte por enfermedades infecciosas,
penicilina se han mantenido mas o menos estables
infección neumocócica, la mayor agresividad del
Por tanto, las formas de afrontar las resisten-
por encima del SIDA, diarrea, tuberculosis y ma-
en los últimos años, mientras que las resistencias
neumococo también se ha relacionado con el se-
cias antibióticas a gérmenes frecuentes como el
laria tanto en adultos como en niños.
a macrólidos se han incrementado en los últimos
rotipo, incluso la mayor facilidad para desarrollar
neumococo, se basan en el uso racional de los anti-
años y suponen un problema de salud, ya que im-
resistencias; de hecho, 6 serotipos (6A, 6B, 9V, 14,
bióticos y en la incorporación de las nuevas vacunas
plican un fracaso terapéutico y la necesidad de uti-
19F y 23F), son responsables de más del 80% de
conjugadas en los planes de vacunación estatales.
lización de recursos sanitarios de mayor coste.
los aislamientos de cepas resistentes a macrólidos. Estos 6 serotipos están incluidos en la nueva
vacuna conjugada de 13 serotipos.
Dr.ª inmaCulaDa
alfageme
Unidad de Gestión Clinica
de Neumologia. Hospital
Universitário Virgem de
Valme, Sevilha. Diretora
del Comité Cientifico y de
Investigación de SEPAR
En España, son la causa mas frecuente de consultas en atención primaria, constituyendo el 60%
de las consultas por procesos infecciosos agudos y
desembocando en un 53% de procesos tratados con
antibióticos. Esto hace que sean la causa del 80%
del uso de antibióticos en atención primaria.
Por otra parte, las exacerbaciones agudas
en los pacientes con EPOC (EAEPOC) se reconocen como un factor contribuyente al deterioro de
los pacientes y contribuyen al incremento de la
mortalidad en pacientes con EPOC de cualquier
intensidad. El origen de estas exacerbaciones en
el 80% de los casos es de etiología infecciosa y
dentro de esta, el 60% lo es por causa bacteriana.
Entre estos, los gérmenes mas frecuentemente
mophylus influenzae y la Moraxella catarrhallis.
La neumonía adquirida en la comunidad (NAC)
es la infección respiratoria mas grave y su mortalidad se ve incrementada por la edad de los sujetos
y por la comorbilidad. El organismo que con mas
frecuencia se aísla en Europa, independientemente
de la gravedad de la misma, es el neumococo. Por
tanto, las NAC y las EAEPOC comparten gérmenes
capaces de crear resistencias como son el Streptococcus pneumoniae y el Hemophylus influenzae.
Hay dos factores responsables de la aparición de resistencias bacterianas, uno es la aparición de una mutación espontánea y el otro es la
presión selectiva originada por el uso incorrecto y
excesivo de antibióticos.
La finalidad del tratamiento antibacteriano
debe ser reducir o erradicar la carga bacteriana,
sobre todo en patologías donde las infecciones
bronquiales son frecuentes y recurrentes como
en la EPOC, el conseguir esto impediría en parte
la aparición de resistencias.
Desde los años 70 ha habido especial interés en la aparición de resistencias en el organismo mas frecuentemente encontrado en EAEPOC
como en NAC: el neumococo. La resistencias a los
antibióticos se localizan en la zona del organismo
en que estos actúan. Concretamente la resistencia
del neumococo a la penicilina se localiza a nivel de
la pared celular, mientras que la resistencia a los
macrólidos lo hace en el RNA y las quinolonas en
el DNA. Esto se traduce en que mientras que la resistencia a la penicilina puede vencerse incrementando la dosis, esto no se consigue en el caso de
AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda
Rua Humberto Madeira nº 7 Queluz de Baixo | 2730-097 Barcarena | Contribuinte N.º PT 502 942 240 | Capital Social 1.500.000 € | Mat. Cons. Reg. Com. Cascais sob o N.º 502942240
75.743.011 aprovado a 09-10-2013
hallados son el Streptococcus pneumoniae, el He-
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25 a 27 de outubro de 2013
PNeumONIAS eOSINOFíLICAS
A
s pneumonias eosinofílicas pertencem ao
As pneumonias eosinofílicas podem apre-
mento com corticoides. Trata-se de um estudo
tigo com as características acima mencionadas:
grupo das doenças pulmonares difusas e
sentar-se de forma aguda ou crónica (ou seja,
retrospetivo, que incluiu a maior série de doen-
caracterizam-se por uma infiltração exu-
presença de sintomas < 1 mês ou > 1 mês, res-
tes alguma vez publicada (n = 137). Verificou-se,
berante de eosinófilos no interstício pulmonar
petivamente), ou como síndrome de Löffler tran-
após ajuste das diferenças das características
e nos espaços alveolares, com preservação da
sitório, que tem, na maioria das vezes, origem
clínicas entre os grupos, que a eficácia dos dois
sua arquitetura. Um denominador comum a es-
parasitária. Quanto à etiologia, podem ser idio-
protocolos de tratamento era semelhante, pelo
tas doenças, mesmo nos casos que apresentam
páticas ou estar relacionadas com uma causa
que a sua duração pode ser encurtada para 2
conhecida (exposição a fármacos, substâncias
semanas, mesmo nos doentes com insuficiên-
tóxicas ou a infeção). Algumas destas doenças
cia respiratória.
afetam exclusivamente o pulmão, enquanto ou-
A pneumonia eosinofílica crónica (PEC)
tras surgem no contexto de doenças sistémicas,
idiopática é caracterizada por uma clínica de
como o síndrome de Churg-Strauss (CSS) ou os
início progressivo, desenvolvendo-se, em algu-
síndromes híper eosinofílicos idiopáticos.
mas semanas, uma doença pulmonar infiltrativa
Long-term outcomes of 118 patients with eosinophilic granulomatosis with polyangiitis (Churg-Strauss syndrome) enrolled in two prospective
trials(3). Observou-se uma ótima taxa de sobrevivência (90% aos 7 anos), independentemente da
gravidade inicial da doença. A idade ≥ a 65 anos
foi o único fator associado a risco elevado de morte durante o período de monitorização (média de
80 meses). O risco de recaída foi mais alto nos
doentes com positividade para ANCA anti-MPO
e mais baixo naqueles com > 3000 eosinófilos/
/mm³.
com tosse, dispneia, astenia e emagrecimento.
Encontra-se neste momento em prepara-
Os sintomas respondem bem e rapidamente
ção uma nova classificação para as doenças pul-
ao tratamento com corticoides; contudo, com a
monares eosinofílicas, coordenada pelo Profes-
suspensão ou redução dos mesmos, as recaídas
sor Jean-François Cordier. Os pontos de maior
são frequentes, sobretudo nos doentes com his-
discussão parecem ser uma nova denominação
tória prévia de asma. Torna-se, assim, premente
para o CSS (Granulomatose eosinofílica com
encontrar alternativas terapêuticas, de forma a
poliangeíte - EGPA), assim como a alteração
minimizar os efeitos laterais de um tratamento
dos seus critérios de diagnóstico, a definição
prolongado. Neste contexto, foi publicado, no
de asma hipereosinofílica com manifestações
final de 2012, um artigo intitulado Successful
Treatment of Chronic Eosinophilic Pneumonia
with Anti-IgE Therapy(2), onde foi descrito o tratamento com anti-IgE em 2 doentes com asma
e PEC com recaídas frequentes, verificando-se
remissão da doença após 15 meses e 2 anos,
respetivamente.
O CSS é uma vasculite dos pequenos vasos
definida por uma inflamação granulomatosa, rica
em eosinófilos, envolvendo o trato respiratório
e associada a asma e eosinofilia. É uma doença
rara e com tratamento eficaz, mas as recaídas
são, também, frequentes. Assim, são necessários
estudos prospetivos com longos períodos de monitorização, para avaliar os resultados dos tratamentos administrados, as recaídas e identificar
fatores de risco para as mesmas. O grupo francês
de estudo de vasculites publicou, este ano, um ar-
sistémicas (HASM) e a descrição de uma nova
A pneumonia eosinofílica aguda (PEA) idiopática é uma doença que cursa habitualmente
Dr.ª natália melo
Assistente hospitalar do
Serviço de Pneumologia,
Centro Hospitalar de São
João, EPE
com febre, insuficiência respiratória, infiltrados pulmonares difusos e eosinofilia alveolar.
Apresenta uma ótima resposta aos corticoides
com poucas recaídas, contudo, verifica-se uma
significativa variabilidade nos protocolos de
alterações importantes na função pulmonar, é a
tratamento recomendados, tanto na dose como
resposta rápida ao tratamento com corticoides.
na sua duração. Em fevereiro de 2013 foi publi-
A eosinofilia alveolar é definida pela con-
cado, no European Respiratory Journal (ERJ),
tagem diferencial de células superior a 25%
um artigo intitulado Clinical characteristics and
corticosteroid treatment of acute eosinophilic
pneumonia(1) com o objetivo de clarificar algumas características clínicas da PEA e de comparar a eficácia de 2 versus 4 semanas de trata-
(de preferência > 40%) de eosinófilos no lavado
broncoalveolar (LBA) e a eosinofilia periférica por uma contagem de eosinófilos superior a
1000/mm³ (de preferência > 1500/mm³).
12, 13 e 14
DEZEMBRO
2013
Centro de Formação
Hospital Dr. Fernando
Fonseca, EPE
Destinado a médicos
especialistas e internos
da especialidade
de pneumologia.
Limitado a 24 participantes.
Secretariado:
Centro de Formação | Hospital Dr. Fernando Fonseca, EPE
Telefones_ 21 434 8381 / 8477 / 8243
Email_ sofia.oliveira@hf f.min-saude.pt
Curso de 18 horas que incluí
Sessões Teóricas e Práticas
(hands-on), Bloco Operatório,
Dicussão de Casos Clínicos
e Prova de Avaliação Final.
O curso mostrará também
o confronto entre duas técnicas
de Toracoscopia:
Rígida e Fléxivel.
Prelectores:
Adriana Magalhães, Boléo Tomé,
Fernando Rodrigues, Yvette Martins,
Miguel Esquível, Moura e Sá, Rui Costa,
Jorge R. Vieira, Manuela Baptista,
José Almeida e Sofia Lourenço.
Sociedade
Portuguesa de
Pneumologia
Apoio:
entidade denominada bronquiolite obliterativa
hipereosinofílica, objeto de publicação de um artigo no ERJ em maio de 2013(4) e que motivou a
discussão deste conceito em editorial do mesmo
número.
Referências bibliográficas
1. Rhee CK, Min KH, Yim NY, et al. Clinical characteristics and corticosteroid treatment of acute eosinophilic pneumonia. Eur Respir J. 2013; 41: 402-409
2. Shin YS, Jin HJ, Yoo H-S, et al. Successful treatment
of chronic eosinophilic pneumonia with anti-IgE
therapy. J Korean Med Sci 2012; 27: 1261-1264
3. Samson M, Puéchal X, Devilliers H, et al. Long-term
outcomes of 118 patients with eosinophilic granulomatosis with polyangiitis (Churg-Strauss syndrome)
enrolled in two prospective trials. Journal of Autoimmunity 43 (2013): 60-69
4. Cordier JF, Cottin V, Khouatra C, et al. Hypereosinophilic obliterative bronchiolitis: a distinct, unrecognized syndrome. Eur Respir J. 2013; 41: 1126-1134
9
25 a 27 de outubro de 2013
informação
Tratamento e prevenção do tromboembolismo venoso:
ReSuLTADOS DA ANáLISe COmBINADA DOS eSTuDOS eINSTeIN De FASe III,
ReAFIRmAm XAReLTO® COm umA SOLuçãO eFeTIVA PARA O TRATAmeNTO
DO TROmBOemBOLISmO VeNOSO COm um úNICO meDICAmeNTO ORAL
N
o Mundo Ocidental, uma pessoa em cada
ção secundária de eventos aterotrombóticos após
dade de tratamento injetável ou monitorização da co-
37 segundos morre devido à formação de
uma síndrome coronária aguda (SCA).
agulação.”
coágulos que obstroem a circulação san-
guínea nas veias profundas ou nos pulmões.
Sobre o programa de desenvolvimento clínico eINSTeIN e análise agrupada
21 de outubro 2013 – Os dados do programa
Adicionalmente, uma sub-análise do estudo
O programa clínico piloto EINSTEIN compreende
clínico de fase III EINSTEIN, publicados hoje na
EINSTEIN DVT recentemente publicado online na
três estudos de Fase III, que compararam rivaroxaba-
Os resultados da análise de mais de 8.000
revista Thrombosis Journal, reforçam que, a abor-
revista Thrombosis and Haemostasis vem con-
no em monoterapia com a terapêutica dupla com he-
doentes reafirmam o perfil clínico melhorado de
dagem de tratamento com um único medicamento
firmar que Xarelto® melhora a satisfação com o
parinas de baixo peso molecular (HBPM) e um antago-
Xarelto como uma solução efetiva para o tra-
oral com o novo anticoagulante da Bayer Health-
tratamento, em comparação com a terapêutica
nista da vitamina K (AVKs) no tratamento da trombose
tamento do tromboembolismo venoso com um
Care Xarelto® (rivaroxabano) é eficaz no tratamento
tradicional com dois fármacos. Os dados referem
venosa profunda (TVP) e embolismo pulmonar (EP), e
único medicamento, comparativamente à abor-
e prevenção secundária da TVP e EP recorrentes,
ainda que Xarelto® melhora a adesão e persistên-
na prevenção secundária da TVP e EP recorrentes.
dagem terapêutica tradicional com dois fárma-
apresentando um perfil de segurança comparável à
cia com o tratamento na prevenção de longa du-
Na análise combinada de mais de 8.000 doen-
cos.
terapêutica padrão com dois fármacos.
ração de episódios recorrentes trombos venosos
tes, o rivaroxabano demonstrou não-inferioridade
em relação à HBPM enoxaparina e AVKs em termos
®
Xarelto® está associado a uma redução de
Xarelto® reduz significativamente a taxa de he-
em comparação com AVKs, tais como varfarina.
46% dos eventos de hemorragia major, incluindo
morragia major em 46%, incluindo o risco de hemor-
Estes resultados complementam uma análise de
de eficácia (HR 0,89 (IC 95% 0,66-1,19), p <0,0001),
hemorragia fatal, comparativamente ao trata-
ragia fatal, em comparação com a abordagem tradi-
satisfação do doente, publicada no estudo EINS-
com taxas de incidência global para o objetivo prin-
mento padrão com dois fármacos, apresentando
cional de tratamento com dois fármacos - heparinas
TEIN PE, e indicam que Xarelto® promove uma
cipal de segurança – hemorragia major e não major
taxas de incidência semelhantes no objetivo prin-
de baixo peso molecular (HBPM) seguidas de AVKs
maior adesão à terapêutica e persistência, tanto
clinicamente relevante - semelhantes à enoxapari-
cipal de segurança (hemorragia major e não ma-
– oferecendo simultaneamente um perfil benefício-
no tratamento agudo como na prevenção secun-
na e AVKs (HR 0,93 (IC de 95% 0,81-1,06), p = 0,272).
jor clinicamente relevante).
-risco melhorado independentemente da idade do do-
dária, independentemente do tipo de coágulo ve-
É importante salientar que o rivaroxabano permitiu
ente, do seu estado clínico, sexo, peso ou função renal.
noso.
reduzir significativamente a hemorragia major (HR
Adicionalmente, a sub-análise do estudo
EINSTEIN DVT, publicada na revista Thrombosis
“A publicação destes dados clinicamente re-
“Estes dados vêm reforçar a grande diversi-
0,54 (IC 95% 0,37-0,79), p = 0,002) comparativamente
and Haemostasis, confirma que Xarelto® melhora
a satisfação com o tratamento, em comparação
com a terapêutica tradicional com dois fármacos,
e promove a melhoria da adesão e persistência
no tratamento de prevenção de eventos tromboembólicos recorrentes, comparativamente aos
antagonistas da vitamina K (AVKs).
Xarelto® é o novo anticoagulante oral (NACO)
com o maior número de indicações, sendo o único
NACO aprovado para o tratamento e prevenção
secundária da trombose venosa profunda (TVP) e
embolismo pulmonar (EP), bem como na preven-
levantes vem reforçar ainda mais o potencial deste
dade de dados clínicos e de experiência da vida
à terapêutica padrão. De uma forma global, os prin-
medicamento na mudança da prática clínica, tanto no
real com Xarelto e suportam a sua utilização
cipais resultados de segurança foram consistentes
tratamento inicial da TVP e EP agudas, como na pre-
no tratamento da trombose venosa e arterial,
independentemente da idade do doente, o seu esta-
venção da TVP e EP recorrentes”, referiu o Dr Alexan-
reafirmando a segurança da sua utilização num
do clínico, peso, sexo e função renal. Os resultados
der T. Cohen, King’s College Hospital, Londres e mem-
vasto leque de situações clínicas,” referiu o Dr.
da análise agrupada foram previamente apresenta-
bro do Comité Clínico dos estudos EINSTEIN.
Kemal Malik, membro do Comité Executivo da
dos na 54th American Society of Hematology (ASH)
Annual Meeting em Atlanta, em dezembro de 2012.
®
“A abordagem terapêutica com um único me-
Bayer HealthCare e Head of Global Development.
dicamento que é garantida por rivaroxabano tem o
Xarelto® está aprovado em 5 indicações e
Xarelto® está aprovado como uma solução de
potencial de, não só melhorar os resultados clínicos,
em sete áreas distintas de utilização, protegendo
tratamento com um único medicamento no trata-
como promover a redução da carga global da terapêu-
mais consistentemente os doentes da recorrência
mento da TVP e EP e na prevenção da TVP e EP
tica anticoagulante, permitindo a gestão contínua do
de tromboembolismos venosos e arteriais (VAT)
recorrentes em adultos, num vasto número de pa-
doente desde o hospital até casa, evitando a necessi-
do que qualquer outro novo anticoagulante oral.
íses a nível mundial, incluindo a Europa e os EUA.
PNeumOTóRAX: eSTuDO geNéTICO
Q
uais os genes que podem contribuir para o
indicam que a recorrência média desta doença,
e identificámos, ao longo de todo o genoma, vários
convergentes mais significativos. Prevê-se que
Pneumotórax Espontâneo Primário, levan-
tratada com repouso, aspiração com cateter e
genes de suscetibilidade significativamente asso-
genes diferencialmente expressos, significativa-
do ao colapso de pelo menos um pulmão
drenagem pulmonar é de cerca de 30%. Esta é
ciados, que têm agora de ser validados numa popu-
mente associados com o risco aumentado ao PEP
sem razão aparente?
assim a única condição clínica em que pacien-
lação independente. Foi-nos recentemente atribuí-
e com maior taxa de mutações em pacientes, es-
É esta a resposta mais procurada no pro-
tes jovens têm alta hospitalar depois de um pri-
do financiamento da FCT/UNESCO/L’Óreal prize for
tejam significativamente implicados na etiologia
jeto “Pneumotórax: Estudo Genético” que pre-
meiro episódio, apesar da probabilidade de vol-
Women in Science 2012, para realizarmos um es-
do PEP. A determinação do seu potencial patogé-
tende identificar as variantes genéticas que
tar a ter um novo episódio ser de 30% e de não
tudo comparativo dos níveis de expressão de RNA
nico será alvo de estudos futuros. A implemen-
contribuem para aumentar a suscetibilidade
haver nenhuma medida de prevenção efetiva.
mensageiro e microRNAs dos lavados brônquio
tação de estudos exaustivos e multidisciplinares,
ao Pneumotórax Espontâneo Primário (PEP),
alveolares e de células mononucleares do sangue
como os propostos, terá um enorme sucesso em
uma doença que leva ao colapso de pelo me-
periférico, em pacientes com PEP e controlos sau-
dissecar a etiologia complexa do PEP.
nos um dos pulmões sem razão aparente. Es-
dáveis através de microarrays. Em terceiro lugar,
O projeto decorre em colaboração com mé-
tas variantes genéticas continuam por estudar
nós estamos a realizar a sequenciação de todo o
dicos e investigadores especialistas, e os resulta-
exoma de 20 indivíduos pertencentes a 3 famílias,
dos serão, futuramente, aplicados à prática clíni-
através de novas tecnologias de sequenciação.
ca. Neste sentido, ao compreender a arquitetura
e nenhuma investigação foi até agora dedicada
exclusivamente à sua identificação. O PEP é clinicamente caracterizado pela presença de ar
no espaço pleural que ocorre em doentes sem
patologia pulmonar e sem causa traumática
conhecida. Esta doença apresenta uma arquitetura genética complexa, onde múltiplos fatores
genéticos e ambientais interagem e contribuem
Prof.ª Doutora inês
sousa
Instituto de Medicina
Molecular
Faculdade de Medicina da
Universidade de Lisboa
UNIC - Genomics of
Complex Diseases
Instituto Gulbenkian de
Ciência
para o fenótipo clínico. O PEP afeta tipicamente
Especificamente, e tendo como base os
genética do PEP, esperamos identificar os fatores
resultados do nosso GWAS e dos estudos de
genéticos de risco e de recorrência da doença,
expressão em curso, esta proposta foca-se em:
contribuindo para que possam ser implementa-
Tarefa 1 – Confirmação dos resultados do
das medidas preventivas junto dos indivíduos de
GWAS em amostra independente;
Tarefa 2 – Aumento do biobanco PEP Português;
risco, bem como desvendar os mecanismos patogénicos que poderão levar ao desenvolvimento de
novas terapêuticas.
indivíduos do sexo masculino, altos, magros e
A Bolsa SPP 2010 atribuída pela Sociedade
com idades compreendidas entre os 10 e os 30
Portuguesa de Pneumologia financiou o nosso la-
anos. Fumar é o único factor ambiental conside-
boratório para realizar o primeiro estudo de asso-
A combinação das três abordagens ao nível
rência elevadas, sendo este, segundo se sabe, um
rado de risco, encontrando-se frequentemente
ciação em larga escala (GWAS, genome-wide as-
de todo o genoma irá aumentar drasticamente o
estudo pioneiro a nível mundial e o primeiro a en-
associado a doentes com PEP. Vários estudos
sociation study, publicação para breve) para o PEP
poder destes estudos e permitirá seguir os genes
volver a população portuguesa.
Tarefa 3 – Validação de genes mutados em
famílias multigeracionais com PEP.
Doença complexa e muito pouco estudada a
nível genético, o PEP apresenta taxas de recor-
10
25 a 27 de outubro de 2013
Direção
Presidente: Carlos Robalo Cordeiro
vice-Presidente: Venceslau
Hespanhol
vice-Presidente: Fernando Barata
vice-Presidente: Cristina Bárbara
secretário-geral: Paula Pinto
secretário-geral adjunto: Fernando Menezes
tesoureiro: Marco Liebermann
Assembleia-geral
Presidente: Jaime Pina
secretário: Ricardo Nascimento
vogal: Fernanda Nascimento
Conselho Fiscal
Presidente: Bárbara Parente
1º vogal: Ana Fernandes
2º vogal: Miguel Villar
P ROgRAmA
Sexta feira, dia 25.X.2013
SALA ThOmé VILLAR
SALA ROBALO CORDeIRO
08.30 - 10.00 REVISTA DAS REVISTAS
Moderadores: Cristina Bárbara (Lisboa)
J Duro da Costa (Lisboa
08.30 – 10.00 Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono
Moderadores: Teresa Paiva (Lisboa)
Marta Gonçalves (Lisboa)
Quando prescrever CPaP/aPaP?
a nova Classificação de hipopneia pela american academy of sleep
medicine. será que até ao presente temos andado a subdiagnosticar
doentes com apneia obstrutiva do sono ou iremos sobrediagnosticá-los
futuramente?
introdução:
Richard Staats (Lisboa)
Fátima Teixeira (Coimbra)
iremos sobrediagnosticar a apneia/hipopneia obstrutiva do sono com
esta nova classificação
Marta Drummond (Porto)
temos subdiagnosticado a apneia/hipopneia obstrutiva do sono com a
classificação antiga
Ana Rita Peralta (Lisboa)
relevância da nova classificação para estudos presentes e futuros.
Conclusão:
Jean-Louis Pépin (França)
Cessação tabágica
Lurdes Barradas (Coimbra)
ventilação não invasiva
Bebiana Conde (Vila Real)
Pneumologia de intervenção
Ana Oliveira (Vila Nova de Gaia)
10.00 - 10.30 Café
10.30 – 11.30 Mesa Redonda (com o patrocínio ResMed)
servoventilação
Moderador: J Moutinho dos Santos (Coimbra)
asv – terapia para o tratamento de distúrbios respiratórios de sono
complexos: evidência e prática atual
Jean-Louis Pépin (França)
experiência portuguesa com asv
Richard Staats (Lisboa)
11.30 – 13.00 Sessão Institucional SPP/SEPAR/ALAT
Presidentes: C Robalo Cordeiro (Portugal/SPP)
Pilar del Lucas Ramos (Espanha/SEPAR)
Abraham Alí (Colômbia/ALAT)
resistência aos antimicrobianos: uma crise nunca vem só
António Sarmento - (Portugal/SPP)
Imaculada Alfageme (Espanha/SEPAR)
Abraham Alí (Colômbia / ALAT)
13.00 – 14.30 Almoço
14.30 - 15.30 Simpósio Pfizer
Prevenção da doença invasiva pneumocócica e pneumonia complicada
em adultos
Moderador: C. Robalo Cordeiro (Coimbra)
epidemiologia da doença invasiva pneumocócica na população adulta
em Portugal
J Melo Cristino (Lisboa)
Prevenar 13® na prática clínica
João Cardoso (Lisboa)
15.30 - 16.30 Mesa (com o patrocínio Linde Sogás)
reabilitaÇão resPiratÓria – novas fronteiras
Moderador: A Carvalheira Santos (Lisboa)
a educação como ferramenta para a autogestão da doença crónica
Lurdes Borges (Lisboa)
as comorbilidades e a reabilitação respiratória
João Munhá (Portimão)
What’s new in pulmonary rehabilitation?
Chris Burtin (Holanda)
16.30 – 17.00 Café
17.00 – 18.00 Simpósio Grifols
50º aniversário da deficiência de alfa-1
onde estamos e para onde queremos ir
Moderador: António Reis (Viseu)
introdução: 50 anos de Daat
António Reis (Viseu)
onde estamos
Timm Greulich (Alemanha)
onde queremos ir
Joana Gomes (Porto)
18.00 - 19.00 Conferência Thomé Villar
Presidente: A Bugalho de Almeida (Lisboa)
asma brônquica
A Agostinho Marques (Porto)
meiro Inibidor Direto Oral do Fator Xa
19.00 - 20.00 Sessão de Abertura
teção Simples para Mais Doentes
10.00 – 10.30 Café
10.30 – 12.00 Comissões de Trabalho de Oncologia Pneumológica e de Cirurgia Torácica
novas abordagens no Cancro do pulmão
Moderadores: Fernando Barata (Coimbra)
Hernâni Lencastre (Vila Nova de Gaia)
Diagnóstico
Júlio Semedo (Lisboa)
terapêutica cirúrgica
Cristina Rodrigues (Lisboa)
radioterapia
Paulo Costa (Porto)
Terapêutica médica
Susana Carreira (Portalegre)
13.00 – 14.30 Almoço
15.30 – 16.30 Comissão de Trabalho de Tuberculose
tuberculose extra pulmonar
Moderadores: Aurora Carvalho (Vila Nova de Gaia)
Ana Antunes (Vila Nova de Gaia)
resposta imunológica e tuberculose extra pulmonar
Margarida Correia Neves (Gaia)
Diagnóstico de tuberculose extra pulmonar
Vanda Areias (Faro)
tratamento e follow-up da tuberculose extra pulmonar
Ricardo Reis (Vila Real)
16.30 – 17.00 Café
11
25 a 27 de outubro de 2013
Sábado, dia 26.X.2013
SALA ThOmé VILLAR
08.30 - 10.00 REVISTA DAS REVISTAS
Moderadores: Venceslau Hespanhol (Porto)
J Chaves Caminha (Porto)
Pneumonias eosinofílicas
Natália Melo (Porto)
Pneumotórax e empiemas - abordagem cirúrgica
João Bernardo (Coimbra)
reabilitação respiratória
Inês Faria (Lisboa)
Domingo, dia 27.X.2013
19.00 – 20.00 Assembleia Geral
20.30
Simpósio Jantar Bial
alimentação e doente com DPoC
Chef Justa Nobre
Painel
Sofia Furtado (Lisboa)
António Jorge Ferreira (Lisboa)
Maria Ana Carvalho (Lisboa)
10.30 - 10.30 Café
10.30 – 12.00 Mesa Redonda
investigação translacional em Patologia respiratória
Moderadores: Celeste Barreto (Lisboa)
Salvato Feijó (Lisboa)
Pneumotórax: estudo genético
Inês Sousa (Lisboa)
fibrose quística
Carlos Farinha (Lisboa)
12.00 – 13.00 Simpósio Novartis
repensar o futuro no tratamento da DPoC
Moderador: J Agostinho Marques (Porto)
o tratamento adequado para o doente certo: Portfólio novartis na
DPoC
Chris Compton (Reino Unido)
glicopirrónio: o anticolinérgico de nova geração
Wisia Wedzicha (Reino Unido)
Painel de discussão
C Robalo Cordeiro (Coimbra)
João Cardoso (Lisboa)
13.00 – 14.30 Almoço
14.30 – 15.30 Simpósio AstraZeneca
tribunal dos corticoides
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
Caso 1 – Quando iniciar a corticoterapia inalada na DPoC?
Paula Simão (Matosinhos)
João Cardoso (Lisboa)
Caso 2 – será que existem diferenças entre os corticoides inalados?
Filipe Froes (Lisboa)
Marta Drummond (Porto)
15.30 – 16.30 Conferência (com a colaboração de Bristol-Myers Squibb)
Presidente: Venceslau Hespanhol (Porto)
imunoterapia no Cancro do pulmão: o prometido é devido
Fernando Barata (Coimbra)
SALA ThOmé VILLAR
08.30 – 10.00 REVISTA DAS REVISTAS
Moderadores: Fernando Barata (Coimbra)
António Domingos (Torres Vedras)
Pneumonias víricas
Salete Valente (Covilhã)
tuberculose multirresistente
Alcina Tavares (Guarda)
Cancro do Pulmão
Bruno Santos (Faro)
10.00 – 10.30 Café
SALA ROBALO CORDeIRO
08.30 – 10.00 Comissões de Trabalho de Reabilitação Respiratória e de Tabagismo
“mudar de vida” – comportamentos e atitudes
Moderadores: José Pedro Boléo-Tomé (Lisboa)
Vitória Martins (Leiria)
motivação e estratégias de mudança no estilo de vida na perspetiva
da Psicologia da saúde
Fátima Feliciano (Coimbra)
Prescrição de exercício na cessação tabágica
Paula Pamplona (Lisboa)
Definindo novos objetivos na reabilitação: atividade física e abstinência tabágica
Cidália Rodrigues (Coimbra)
10.00 – 10.30 Café
10.30 – 12.00 Comissão de Trabalho Doenças do Interstício e Doenças Ocupacionais
Moderador: Sofia Neves (Vila Nova de Gaia)
nova Classificação das Pneumonias intersticiais idiopáticas.
implicações na prática clínica
C Robalo Cordeiro (Coimbra)
10.30 – 11.30 Mesa Redonda (com o patrocínio Bayer)
tudo o que o pneumologista gostaria de saber
sobre os novos
anticoagulantes orais e não ousou perguntar
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
a hipocoagulação oral nos Doentes do foro
respiratório.
Para Quem? Quando? Como?
Filipe Froes (Lisboa)
50 anos Depois… um novo Paradigma na hipocoagulação oral
Cândida Fonseca (Lisboa)
11.30 – 13.00 Sessão Institucional SPP/APMGF/SPC
Presidentes: C. Robalo Cordeiro (Coimbra/SPP)
Jaime Correia Sousa (Lisboa/APMGF)
José Ribeiro (Porto/SPC)
onde está o doente com DPoC?
Jaime Correia Sousa (Lisboa/APMGF)
Cristina Bárbara (Lisboa/SPP)
Rui Ferreira (Lisboa/SPC)
13.00 Encerramento
13.00 – 14.30 Almoço
15.30 – 16.30 Comissão de Trabalho Alergologia Respiratória
Moderador: Lígia Pires (Portimão)
Papel da asma no plano nacional das doenças respiratórias
Ana Arrobas (Coimbra)
Painel de Discussão
Cristina Bárbara (Lisboa);
Fernando Meneses (Almada)
Lígia Pires (Portimão)
16.30 – 17.00 Café
16.30 – 17.00 Café
17.00 – 18.00 Simpósio Boehringer Ingelheim
estratégias de gestão no tratamento da DPoC e da asma. está
atualizado?
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
boehringer ingelheim: #1 em investigação clínica
Carlos Trabulo (Lisboa)
tiosPir™: ensaio clínico de grande escala na DPoC
Paula Simão (Matosinhos)
necessidades na gestão da asma
Jorge Ferreira (Matosinhos)
evidência Clínica de teotrópio na asma
René Aalbers (Holanda)
18.00 – 19.00 Mesa Redonda (com o patrocínio Gilead)
infeção Pulmonar por Pseudomonas em fQ - microbiologia
e abordagem terapêutica
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
evolução e suscetibilidade de P. aeruginosa à ab, em doentes fQ
J Melo Cristino (Lisboa)
terapêutica supressão Pa – novas abordagens no contexto do
Consenso eu
Pilar Azevedo (Lisboa)
meiro Inibidor Direto Oral do Fator Xa
teção Simples para Mais Doentes
SALA ROBALO CORDeIRO
08.30 – 10.00 Comissão de Trabalho Infecciologia Respiratória
Documento de consenso para a prevenção das
Infeções Respiratórias no Adulto
Moderadores: António Diniz (Lisboa)
Filipe Froes (Lisboa)
impacto da doença e medidas gerais
António Diniz (Lisboa)
vacinação antigripal
Margarida Serrado (Lisboa)
vacinação antipneumocócica
Filipe Froes (Lisboa)
10.30 – 13.00 Comissão de Trabalho Técnicas Endoscópicas
a ecoendoscopia na Pneumologia
Moderador: Ana Oliveira (Vila Nova de Gaia)
“ebus – tbna”
Gabriela Fernandes (Porto)
“minissonda radial de ebus para abordagem
de lesões periféricas”
Sérgio Campainha (Vila Nova de Gaia)
“eus-b-fna”
António Bugalho (Loures)
12
25 a 27 de outubro de 2013
TeRAPêuTICA SuPReSSORA DA PSeuDOmONAS AeRugINOSA (PA):
NOVAS ABORDAgeNS NO CONTeXTO DO CONSeNSO euROPeu
Presentemente estão disponíveis 3 antibió-
tica (FQ) aumentou significativamente
ticos para administração por via inalatória em
situando-se atualmente próximo dos 40
doentes com FQ: colistina, tobramicina e aztreo-
anos.
nam.
3. Li Z et al.Longitudinal development of mucoid Pseudomonas aeruginosa infection and lung disease
progression in children with cystic fibrosis.JAMA
2005;293(5):581-8
4. Doring G et al.Antibiotic therapy against Pseudomonas aeruginosa in cystic fibrosis:a European consensus.Eur Respir J 2000;16(4):749-67
5. Fredriksen B et al.Changing epidemiology of Pseudomonas aeruginosa infection in Danish cystic
fibrosis patients (1974-1995)Pediatr Pulmonol
1999;28(3):159-66
6. Kosorok MR et al.Acceleration of lung disease in
children with cystic fibrosis after Pseudomonas aeruginosa acquisition.Pediatr Pulmonol
2001;32(4):277-87
7. Kerem E et al.Pulmonary function and clinical course
in patients with cystic fibrosis after pulmonar colonization with Pseudomonas aeruginosa .J Pediatr
1990;116(5):714-9
8. Henry RL et al.Mucoid Pseudomonas aeruginosa is a
marker of poor survival in cystic fibrosis. Pediatr Pulmonol 1992;12(3):158-61
9. Ballmann et al.Long-term follow up of changes in
FEV1 and treatment intensity during Pseudomonas
aeruginosa infection in cystic fibrosis patients.Thorax
1998;53(9):732-7
10. Ratjen et al.Aminoglycoside therapy against Pseudomonas aeruginosa in cystic fibrosis:a review.J Cyst
Fibros2009;8(6):361-9
11. Hoiby N.Recent advances in the treatment of Pseudomonas aeruginosa infections in cystic fibrosis.
BMC Medicine 2011;9:32
12. Littlewood JM et al.Nebulised colomycin for early
pseudomonas colnisation in cystic fibrosis.Lancet
1985;1(8433):865
13. Jensen T et al.Colistin inhalation therapy in cystic
fibrosis patients with chronic Pseudomonas aeruginosa lung infection. J Antimicrob Chemother
1987;19(6):831-8
14. Schulin T.In vitro activity of the aerosolized agentes
colistin and tobramycin and five intravenous agentes against Pseudomonas aeruginosa isolated from
cystic fibrosis patients in southwestern Germany.J
Antimicrob Chemother 2002;49(2):403-6
15. Elborn JS et al.Implementation of European standards of care for cystic fibrosis-Control and treatment of infection J Cyst Fibros2009;8:211-17
16. Ramsey BW et al. Intermittent administration of inhaled tobramycin in patients with cystic fibrosis.Cystic Fibrosis Inhaled Tobramycin Study Group.N Engl
J Med 1999;340(1):23-30
17. Littlewood KJ et al.A network meta-analysis of the
efficacy of inhaled antibiotics for chronic Pseudomonas infection in cystic fibrosis.J Cyst Fibros
2012,doi:10.1016/j.jcf.2012.03.010
18. Lo D. Et al.Aerosolized antibiotic therapy for chronic cystic fibrosis airway infections:continuou sor
intermitente?Respir Med 2011;105(S2, S9-17)
A eSPeRANçA méDIA De VIDA
NA FIBROSe quíSTICA (Fq)
AumeNTOu SIgNIFICATIVAmeNTe
A colonização crónica das vias aéreas por
A colistina começou a ser regularmente
PA nestes doentes é a principal causa de dete-
utilizada neste contexto na década de 80 na Eu-
SITuANDO-Se ATuALmeNTe
rioração funcional pulmonar e, consequente-
ropa na sequência de trabalhos realizados por
mente, de morbilidade e mortalidade, pelo que
Littlewood(12) e Jensen(13) mantendo-se ainda
PRóXImO DOS 40 ANOS.
o desenvolvimento de estratégias mais eficazes
como primeira escolha no Reino Unido, dado o
para tratamento da infeção/colonização por este
seu elevado perfil de tolerância e baixo potencial
agente têm tido um impacto positivo significativo
de indução de resistências.(14) No entanto, um
no prognóstico, sendo consideradas a principal
inquérito realizado em 2005/06 a 547 Centros
causa do aumento da sobrevida na FQ . (1-9)
de 32 países europeus revelou uma distribuição
idêntica da utilização de colistina e tobramicina.
(15)
Nos Estados Unidos a tobramicina inalada
tem sido o antibiótico de primeira linha utilizado neste contexto desde a publicação do trabalho realizado por Ramsey em 1999.(16)
Dr.ª Pilar azeveDo
Assistente graduada de
Pneumologia
Coordenadora do Centro
de Fibrose Quística de
Adultos do CHLN-HSM
O aztreonam inalado surgiu mais recente-
robusta que permita optar por um regime em de-
mente no mercado tendo sido aprovada a sua
trimento do outro18 sendo, contudo, cada vez mais
utilização nos Estados Unidos em 2010 logo se-
aceite a opção pela terapêutica contínua com 2
guida da sua aprovação na Europa.
antibióticos diferentes em alternância.
Duas questões se colocam no que diz
O desafio que se coloca presentemente as-
respeito à estratégia terapêutica a utilizar na
senta no desenvolvimento de métodos de diag-
colonização crónica por PA na FQ: (1) Qual o
nóstico da colonização crónica por PA mais sen-
Define-se como colonização crónica por PA
antibiótico mais adequado e (2) Qual o regime
síveis e específicos, de novos antibióticos e de
o isolamento deste micro-organismo em, pelo
terapêutico mais eficaz (contínuo ou intermi-
formas de administração mais eficazes e que fa-
menos, 6 amostras de expectoração com interva-
tente).
cilitem a aderência ao tratamento e de mais estu-
lo mínimo de 1 mês entre elas, num período de
Para dar resposta à primeira questão foi
dos que suportem a opção pelo regime terapêuti-
12 meses , consistindo a terapêutica supressora
publicada em 2012 uma meta-análise em que
co que permita controlar com a máxima eficácia e
crónica na utilização prolongada de antibióticos
se pretendeu comparar a eficácia e o perfil de
a melhor relação custo/benefício a ação deletéria
inalados com o objetivo de reduzir a carga bacte-
segurança dos antibióticos inalados existentes
deste agente no pulmão.
riana, diminuindo a gravidade e a frequência das
no mercado:(1) tobramicina em pó seco (TOBI
exacerbações e a velocidade de progressão da de-
Podhaler®), (2) tobramicina em solução inalada
BIBLIOGRAFIA:
terioração funcional pulmonar.(10)
(TOBI®) e (3) (Bramitob®), (4) colistimetato de só-
1. Doring G, Hoiby N, for the Consensus Study Group.
Early intervention and prevention of lung disease in
cystic fibrosis: a European consensos. J Cyst Fibros
2004;3:67-91
2. Pressler T et al.Chronic Pseudomonas aeruginosa infection definition:EuroCareCF Working Group report.J
Cyst Fibros 2011;10(2):S75-S78
(2)
Este ênfase dado à antibioterapia inalatória
dio (Colomycin®, Promixin®) e (5) aztreonam lisina
neste contexto resulta do reconhecimento da dificul-
em solução inalada (Cayston®) tendo-se concluí-
dade de penetração nas vias aéreas dos antibióticos
do serem todos igualmente eficazes e seguros.(17)
administrados por via sistémica e do seu potencial
Quanto à segunda questão foi publicada uma
risco de toxicidade em terapêutica prolongada.
(11)
análise em 2011 que concluiu não haver evidência
XXIX Congresso de Pneumologia
MESA REDONDA | 26 DE OUTUBRO | 18h
Centro de Congressos Sana Epic
Infeção Pulmonar por Pseudomonas em FQ:
microbiologia e abordagem terapêutica
Organização:
Moderador: Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
Evolução e Suscetibilidade de P. aeruginosa
à AB, em doentes FQ
Prof. Doutor Melo Cristino (Patologia Clínica, Hospital Santa Maria)
Terapêutica supressão PA:
Novas abordagens no contexto do Consenso EU
Dra. Pilar Azevedo(Pneumologia, Hospital Santa Maria)
Gilead Sciences, Lda.
Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha, N.º 1 – 8.º A e B, / 1050-094 Lisboa – Portugal,
Tel.: 21 792 87 90, Fax: 21 792 87 99 / Informação médica através de N.º Verde 800 207 489
[email protected] / Nº. Contribuinte 503 604 704;
Os acontecimentos adversos deverão ser notificados e comunicados à Gilead Sciences, Lda.
por telefone, fax ou para [email protected]
Sociedade
Portuguesa de
Pneumologia
Apoio:
199/PT/13-10/ED/1208
A
esperança média de vida na Fibrose Quís-
13
25 a 27 de outubro de 2013
PNeumONIAS VíRICAS. ReVISTA DAS ReVISTAS
S
ão estimados que ocorram 100 milhões de
epidemiologia da pneumonia na criança e adulto.
a deteção viral afetar a abordagem clínica e quan-
relativamente à causa viral de PAC pode ter di-
casos de pneumonia vírica/ano. Os vírus
Estas alterações conduziram ao reconhecimento
do devem os antibióticos ser evitados ou suspen-
minuído devido à maior utilização da vacina con-
respiratórios são uma ameaça emergente
do papel mais amplo dos vírus respiratórios na
sos.
jugada pneumocócica nas crianças. Os inibidores
à segurança da saúde mundial e foram responsá-
PAC em todos os grupos etários.
Concluindo, os vírus respiratórios, particu-
da Neuraminidase reduzem a admissão nas UCI
veis por várias epidemias em todo o mundo com
Algumas questões importantes ainda estão
larmente influenza e VSR, são uma causa comum
e a mortalidade entre os doentes internados com
elevada morbilidade e mortalidade e importantes
por resolver, nomeadamente Qual o papel dos
de PAC. Os vírus respiratórios são detetados em
gripe, incluindo aqueles com pneumonia, e devem
consequências económicas. Os vírus respirató-
vírus na pneumonia? Qual a prevalência de vírus
45% a 75% das crianças e em 15% a 54% dos
ser iniciados quando se suspeita de infeção por
rios são uma importante causa de PAC, particu-
específicos nos doentes com PAC? Que doentes
adultos hospitalizados com PAC. A co-infeção
vírus influenza. A diferenciação de PAC vírica de
larmente entre os idosos, crianças, doentes com
têm mais probabilidade de ter pneumonia viral?
com vírus e bactérias é comum: 22% a 33% das
infeção mista e PAC bacteriana permanece um
graves comorbilidades (DPOC, diabetes mellitus,
O que é que a deteção de vírus respiratórios num
crianças e 4% a 30% dos adultos hospitalizados
desafio, mas melhores abordagens podem dimi-
doença cardiovascular, terapêuticas imunossu-
doente com PAC diz acerca da causa? Como pode
com PAC. O papel do Streptococcus pneumoniae
nuir o uso excessivo de antibióticos.
pressoras…),leucemia e recetores de transplante de stem cell hematopoiéticas. As infeções por
vírus respiratórios adquiridos na comunidade
(VRAC), incluem vários vírus RNA e DNA. Mere-
Dr.ª salete valente
Assistente graduada de
Pneumologia e Diretora do
Serviço de Pneumologia
do CHCB
cem destaques os seguintes: Influenza, adenovírus, VSR, corona vírus, metapneumovirus humanoe parainfluenza. Os VRAC são detetados na
população em geral ao longo do ano, mas alguns
mostram uma pronunciada sazonalidade em climas temperados. Avanços recentes na virologia
molecular levaram à descoberta de vírus respiratórios panteriormente não identificados, incluindo o metapneumovirus humano (hMPV), vírus parainfluenza (PIV) 4, corona vírus humano (HCoV)
HKU1 e NL-63 e boca vírus humano. Testes baseados na Polymerase chain reaction (PCR) permitiram a deteção de novos agentes e melhorar a
deteção de “velhas” infeções virais, como o vírus
influenza e rinovírus. Desde a pandemia SARS em
2003-2004, dois novos corona vírus humanos HKU-1 e NL-63 - foram identificados. Causam infeção respiratória ligeira e estão distribuídos em
todo o mundo. Em setembro/ 2012 a OMS registou dois casos de PAC grave causada por um novo
β-corona vírus humano, denominado “Middle
East respiratory syndrome corona vírus” (MERS-CoV). Desde essa data já foram identificados
vários casos de MERSCoV em doentes na Arabia
Saudita, Qatar, Jordânia, Reino Unido, Alemanha,
França, Tunísia e Itália. O hospedeiro e o reservatório natural são desconhecidos e sabe-se agora
que a transmissão se faz pessoa/pessoa. O uso
generalizado das vacinas contra o Streptococcus
pneumoniae e Haemophilus influenzae alterou a
A DIFeReNCIAçãO De PAC VíRICA
De INFeçãO mISTA
e PAC BACTeRIANA PeRmANeCe
um DeSAFIO.
14
25 a 27 de outubro de 2013
VeNTILAçãO NãO INVASIVA (VNI)
A
VNI surgiu com o “pulmão de aço”, por
intermédio de Philip Drinker, em 1927,
apresentando particular utilidade e de-
senvolvimento no surto de poliomielite, ocorrido
ASSIm, é hOJe CeRTO que A VNI
De SuPORTe VeNTILATóRIO
1930-1950.
nesta técnica.
No que refere à IR crónica e à prescrição
da VNI em ambulatório, os dados não são tão
Existem, de igual forma, algumas indica-
consensuais, embora existam evidências de re-
NA PRáTICA CLíNICA.
ções emergentes que sustentam a aplicação da
sultados muito positivos decorrentes da utiliza-
A meDICINA BASeADA NA eVIDêNCIA
VNI no período pós-operatório, como tratamento
ção desta técnica ao nível da qualidade de vida e
paliativo da dispneia, na crise asmática, na sín-
também de algum impacto na sobrevida, segun-
drome de obesidade hipoventilação e no desma-
do as séries, tal como acontece quando aplicado
me potencialmente difícil. Na mesma linha, está
na insuficiência respiratória crónica (IRC) por
DA VNI NO TRATAmeNTO DA
também em investigação, com resultados ainda
DPOC, em que se utiliza ventilação de alta inten-
INSuFICIêNCIA ReSPIRATóRIA (IR)
modestos, mas promissores, a aplicação da VNI
sidade (FR alta e IPAP > 20cmH2O).
De eVIDêNCIA A, A INDICAçãO
na Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda
AguDA NO CONTeXTO De DPOC
(ARDS), particularmente em fase precoce.
AguDIzADA, NO eDemA AguDO
A VNI, quando aplicada adequadamente à
OS DADOS ReFeReNTeS
DO PuLmãO (eAP), em DOeNTeS
insuficiência respiratória aguda hipercápnica
à uTILIzAçãO NA FIBROSe
ImuNOCOmPROmeTIDOS COm IR
por DPOC agudizada, tem impacto na redução
quíSTICA Ou BRONquIeCTASIAS
dos dias de ventilação, implicando também me-
CONDICIONANTeS De IRC
e INFILTRADOS PuLmONAReS
Posteriormente, ao longo do séc. XX, sur-
em doentes imunocomprometidos com IR e inde doentes com DPOC.
DeTeRmINA hOJe, Num NíVeL
Dr.ª bebiana ConDe
Assistente hospitalar de
Pneumologia do Centro
Hospitalar de Trás-os-Montes. Coordenadora
do Grupo de Interesse
em suporte ventilatório a
doentes neuromusculares
da SPP
IR, torna-se norma em centros com experiência
filtrados pulmonares e no desmame ventilatório
RePReSeNTA O PRImeIRO méTODO
na Europa e Estados Unidos da América, entre
agudizada, no Edema Agudo do Pulmão (EAP),
nor necessidade de intubação endotraqueal, re-
e NO DeSmAme VeNTILATóRIO
dução da duração de internamento e melhor so-
NãO SãO TãO CONTuNDeNTeS.
brevida. Estes resultados são ampliados quando
NO eNTANTO, OS ReSuLTADOS
sendo esta aplicada à VNI nos finais do século.
o modo AVAPs (volume alvo médio garantido
POSITIVOS JuSTIFICAm
Ao longo das últimas décadas sucederam-se
através de pressão de suporte) é aplicado, como
publicações a mostrar benefícios desta técnica,
se objectivou, em estudos randomizados contro-
A SuSTeNTAçãO DA SuA
quando aplicada segundo as indicações estabe-
lados.
giu a ventilação mecânica por pressão positiva,
De DOeNTeS COm DPOC.
lecidas, particularmente na Insuficiência respi-
Resultados igualmente favoráveis foram
INDICAçãO NOS ReCeNTeS
DOCumeNTOS ORIeNTADOReS
encontrados quando a VNI foi aplicada no EAP,
DA NOSSA PRáTICA CLíNICA
agudizada, com resultados muito favoráveis a
prática clínica. A medicina baseada na evidên-
tornando-se como base do tratamento desta
reproduzir-se por várias séries.
cia determina hoje, num Nível de Evidência A,
patologia segundo as recomendações das socie-
ReFeReNTe à uTILIzAçãO
Assim, é hoje certo que a VNI representa
a indicação da VNI no tratamento da insuficiên-
dades científicas de Cardiologia. Não é, contudo,
o primeiro método de suporte ventilatório na
cia respiratória (IR) aguda no contexto de DPOC
consensual o modo ventilatório (CPAP versus
ratória aguda hipercápnica, no contexto de DPOC
COnviTe
PRoGRama
SimPóSio PRoGRama
NovaRtiS
PRoGRama
DA VNI NO IRC em DOmICíLIO.
BiPAP) mais adequado a este nível. A servo-ventilação desperta particular interesse científico e
COnviTe
26 out. • 12h00 • Sala ThOmé villar
SimPóSio NovaRtiS
clínico no tratamento da Insuficiência cardíaca
sintomática (II-IV de HYHA), mostrando melho-
26 out. • 12h00 • Sala ThOmé villar
rar a sobrevida e reduzindo a incidência de eventos cardíacos isquémicos ou arritmogénicos.
RePensar
o Futuro
RePensar
o Futuro
no Tratamento da DPOC
Futuro
noRePensar
Tratamentooda
DPOC
A utilização da VNI na realização de técnicas
endoscópicas
endoscopia
Na síndrome de obesidade hipoventilação
digestiva alta, ecocardiograma transesofágico)
(broncofibroscopia,
(SOH), a VNI representa uma estratégia terapêu-
em doentes com IR ou em risco de desenvolver
tica fundamental, embora não seja consensual
no the
Tratamento
da DPOC
COnviTe
re-Thinking
Treatment
re-Thinking
the Treatment
landscape
of COPD
SimPóSio
NovaRtiSOS DADOS ReFeReNTeS
landscape
of
COPD
re-Thinking26 the
Treatment
out. • 12h00 • Sala ThOmé villar
à uTILIzAçãO DA VNI NOS DOeNTeS
RePensar o Futuro
landscape of COPD
NeuROmuSCuLAReS (DNm)
SãO SuFICIeNTemeNTe CLAROS
no Tratamento da DPOC
Boas vin das & Notas introdutór i as
Welcome
& introduction
Boas
vin das & Notas introdutór i as
8h àS 13h
cha ir: agostinho marques
Welcome & introduction
transmissão online
Boas vin
das & Notas introdutór i as
cha ir: agostinho marques
Welcome
& introduction
o tr atamento a dequ a do par
a o doente
certo:
cha
agostinho marques
Portfol
io Novartis
n air:DPoc
o tr atamento
a dequ
a do par a o doente certo:
iNScReva -Se em
The right treatment
for the
patient:
Portfol
ioright
Novartis
n a DPoc
www.drshare.pt
o tr atamento
a dequ
a do par a o doente certo:
novartis
outlook
in
COPD
The right
treatment
for the right patient:
Portfol io Novartis n a DPoc
chr is compton
novartis outlook in COPD
The right treatment
for the right patient:
chr is compton
novartis
Gl iocop irrón
io: outlook in COPD
chr
is ação
compton
o anticol inérgico de Gl
Nova
Ger
iocop
irrón io:
Glycopyrronium:
o anticol inérgico
de Nova Ger ação
XXIX Congresso de PneumologIa
Gl
iocop irrón io:
a new generation
lama
OUT 25 - 27.2013
Glycopyrronium:
Centro de Congressos Epic Sana | Algarve
oi aanticol
Wis
Wedzicha inérgico de Nova Ger ação
26.out
a new generation lama
8h àS 13h Glycopyrronium:
Wis i a Wedzicha
no Tratamento
da
a new generation
lama
Pa inel de Discussão
Wis
i
a
Wedzicha
Panel Discussion
transmissão
online
Pa inel
de Discussão
João car doso
26.out
Panel
Discussion
Robalo cor de iro
Pa inel
de Discussão 8h àS 13h
PARA PODeR CONSIDeRA-LA COmO
26.out
RePensar o Futuro
Notas Fin a is
iNScReva -Se em
Final
remarks
Notas
Fin a is
www.drshare.pt
cha ir: agostinho marques
Final remarks
nos doentes neuromusculares (DNM) são suficientemente claros para poder considera-la
como fundamental para a estratégia terapêutica, apresentando repercussões na qualidade de
tural da doença, como acontece, por exemplo, na
Esclerose lateral amiotrófica ou Miodistrofia de
Duchénne, respetivamente.
Os dados referentes à utilização na fibrose
ALTeRANDO O CuRSO NATuRAL
quística ou bronquiectasias condicionantes de
DA DOeNçA, COmO ACONTeCe,
IRC não são tão contundentes. No entanto, os
POR eXemPLO, NA eSCLeROSe
DPOC
Ou mIODISTROFIA De DuChéNNe,
ReSPeTIVAmeNTe.
resultados positivos justificam a sustentação da
sua indicação nos recentes documentos orientadores da nossa prática clínica referente à utilização da VNI no IRC em domicílio.
As
com
científicas,
favorá-
esta técnica de interesse crescente num número
oNB57/10/2013
alargado de doentes. Para isso também tem
contribuído o desenvolvimento tecnológico de
oNB57/10/2013
oNB57/10/2013
iNScReva -Se em
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Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos S.A. · Sede Social: Rua do Centro Empresarial, Edf. 8 – Quinta da Beloura – 2710-444 Sintra
equipamentos, interfaces e modos ventilatórios,
com implicações na adesão ao tratamento e nos
resultados progressivamente melhores alcançados.
XXIX Congresso de PneumologIa
Centro de Congressos Epic Sana | Algarve
XXIX Congresso de PneumologIa
evidências
persistentemente
progressivamente maior de patologias, torna
CRC Sintra/Pessoa
coletiva
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da Beloura
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OUT 25 - 27.2013
sucessivas
resultados
veis à utilização desta técnica num número
online
cha ir: agostinho marques
cha ir: agostinho marques
Os dados referentes à utilização da VNI
TeRAPêuTICA, APReSeNTANDO
RePensar o FuturoLATeRAL AmIOTRóFICA
João car doso
Panel cor
Discussion
Robalo
de iro transmissão
Notas Fin a is
João car doso
Final remarks Robalo cor de iro
biótipo.
vida, sobrevida ou mesmo alterando o curso na-
De VIDA, SOBReVIDA Ou meSmO
no Tratamento da DPOC
ao longo da evolução da doença e em função do
FuNDAmeNTAL PARA A eSTRATégIA
RePeRCuSSõeS NA quALIDADe
Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos S.A. · Sede Social: Rua do Centro Empresarial, Edf. 8 – Quinta da Beloura – 2710-444 Sintra
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qual o melhor modo ventilatório, que pode variar
15
25 a 27 de outubro de 2013
RePeNSAR O FuTuRO NO TRATAmeNTO DA DPOC
N
o âmbito deste congresso terá lugar, no
inalador igual ao do indacaterol. Ora, “num doente
“o que se pretende não é apenas apresentar o gli-
coide”. No caso da DPOC, a ideia seria juntar os
dia 26 de outubro, pelas 12.00 horas, um
que faz, atualmente, tratamento com indacacate-
copirrónio, mas debater novas soluções, com base
dois agentes broncodilatadores. Nos dois estudos
simpósio promovido pela Novartis, no qual
rol (também produzido pela Novartis), a introdução
nas evidências de que dispomos”.
que estão a avaliar esta possibilidade na DPOC, os
será repensado o futuro no tratamento da DPOC.
do glicopirrónio não implica a adaptação a um novo
Entre as várias alternativas em estudo está
A sessão será presidida pelo Prof. Doutor Agosti-
inalador”, justifica. Segundo o Prof. Doutor Agosti-
a possibilidade de reunir, num só dispositivo, dois
nho Marques e contará também com a participa-
nho Marques, este detalhe é muito relevante pois
agentes de classes diferentes (LAMA e LABA), com
Os três grandes objetivos terapêuticos da
ção de reconhecidos especialistas nacionais e in-
“frequentemente percebemos que determinado
vista à simplificação do regime terapêutico, à me-
DPOC são o bom controlo dos sintomas, a redução
ternacionais, como é o caso do Dr. Chris Compton,
tratamento não tem os resultados esperados por-
lhoria da adesão e, por conseguinte, dos resulta-
das exacerbações (que aumentam significativa-
da Prof.ª Doutora Wisia Wedzicha, do Prof. Doutor
que os doentes simplesmente não sabem utilizar o
dos terapêuticos.
mente o risco de mortalidade) e o abrandamento
Carlos Robalo Cordeiro e do Dr. João Cardoso.
inalador e, portanto, não fazem a administração da
Segundo o presidente do simpósio, “existem,
dose prevista do medicamento”.
resultados têm sido promissores pelo que, “esperamos dar brevemente esse passo”.
No fundo, trata-se de oferecer aos doentes
do ritmo de degradação da função pulmonar. “Com
com DPOC aquilo de que os doentes asmáticos,
as opções de que atualmente dispomos, só ainda
neste momento, normas internacionais que defi-
Mas, considerando que o objetivo deste sim-
por exemplo, já beneficiam, isto é “num único ina-
não conseguimos interromper deterioração da
nem muito bem o tratamento da DPOC em função
pósio é repensar o futuro do tratamento da DPOC,
lador podem ter um broncodilatador e um corti-
função pulmonar”, afirma o especialista.
do seu grau de gravidade”.
De uma forma generalizada, os LAMA (anticolinérgicos) e os agonistas-beta-2 (LABA) constituem
as duas classes farmacológicas que são transversais
a todo o tratamento da DPOC. “Acreditamos, inclu-
QUANTOS
DOS SEUS
DOENTES
COM DPOC
AINDA
SE SENTEM
ASSIM?
sivamente, que existem boas razões para associarmos as duas classes e a única razão para não o fazermos de forma mais frequente prende-se com os
custos que tal comportaria para os doentes”, justifica
o pneumologista do Hospital de S. João e professor
da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Prof. Doutor Agostinho marques
No tratamento da DPOC há ainda lugar para
outros medicamentos, tais como os corticoides,
“mas só em pequenos subgrupos de doentes, com
fenótipos particulares da DPOC, nomeadamente
quando há uma componente inflamatória mais
marcada”, acrescenta. Geralmente, a eleição dos
corticoides é feita em função do número de exacerbações e da deterioração da função respiratória.
D
1 X IA
Também para doentes selecionados, a fisioterapia
representa um importante contributo no que respeita à reabilitação respiratória.
De qualquer forma, reforça o Prof. Doutor Agostinho Marques, a broncodilatação – anticolinérgicos e
agonistas-beta-2 – é a base da terapêutica da DPOC.
“Desde há cerca de dez anos que utilizamos o
tiotrópio, que foi o fármaco que definiu o lugar pri-
É O ANTICOLINÉRGICO
DE NOVA GERAÇÃO1,2
vilegiado dos anticolinérgicos na abordagem desta
glicopirrónio pó para inalação, cápsulas
Seletivo a Broncodilatar, rápido a atuar
patologia, ao demonstrar efeitos muito significatiPorém, a investigação clínica não parou e, surgiu,
entretanto um broncodilatador de outra família, o
indacaterol, que demonstrou uma eficácia semelhante à do tiotrópio, sendo que pode ser utilizado,
em monoterapia, como alternativa ao anticolinérgico, ou em regime de associação”.
Para breve está também prevista a comercialização do glicopirrónio “da classe do tiotrópio” que,
enquanto anticolinérgico de nova geração, revela “alguns benefícios acrescidos”. Desde logo “um início de
ação mais rápido, que se traduz num alívio sintomático mais imediato, o que tem uma enorme importância
para os doentes com DPOC”, refere o pneumologista.
Outra vantagem deste produto consiste no
facto de ser administrado através de um dispositivo
Seebri Breezhaler 44 microgramas pó para inalação, cápsulas (glicopirrónio) Nota Importante: Antes
de prescrever consulte o Resumo das Características do Medicamento APRESENTAÇÃO: Pó para inalação,
cápsulas contendo brometo de glicopirrónio equivalente a 50 microgramas de glicopirrónio. INDICAÇÕES:
Seebri Breezhaler é indicado como tratamento broncodilatador de manutenção, para alívio dos sintomas
em doentes adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Adultos: A dose recomendada é a inalação do conteúdo de uma cápsula de 50 microgramas
uma vez por dia, usando o inalador Seebri Breezhaler.Crianças (< 18 anos): não deve ser usado em
doentes com menos de 18 anos. Populações especiais de doentes: não é necessário ajuste de dose
em doentes idosos ou em doentes com compromisso ligeiro a moderado da função renal. Modo de
administração: As cápsulas de Seebri Breezhaler apenas devem ser administradas por via inalatória e
apenas usando o inalador Seebri Breezhaler. As cápsulas. Os doentes devem ser instruídos sobre como
administrar o medicamento corretamente. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade à substância ativa
ou a qualquer um dos outros excipientes. ADVERTÊNCIAS/PRECAUÇÕES: ♦ utilização aguda: não deve
ser usado como terapêutica de recurso ♦ broncospasmo paradoxal: tal como outras terapêuticas inalatórias, a administração pode resultar em broncospasmo paradoxal que pode por em risco a vida. Se
ocorrer broncospasmo paradoxal, Seebri Breezhaler deve ser descontinuado imediatamente e substituído
por terapêutica alternativa ♦ efeito anticolinérgico: deve ser usado com precaução em doentes com
glaucoma de ângulo estreito ou com retenção urinária ♦ compromisso renal: deve apenas ser utilizado
se o benefício esperado superar o risco potencial em doentes com compromisso renal grave incluindo
os com doença renal terminal necessitando de diálise ♦ doença cardiovascular: deve ser usado com
precaução em doentes com doença cardíaca isquémica instável, falência ventricular esquerda, história
de enfarte do miocárdio, arritmia (excluindo fibrilhação auricular estável crónica), história de síndrome de
prolongamento do intervalo QT ou cujo QTc foi prolongado. GRAVIDEZ: apenas deve ser usado durante a
gravidez se os benefícios esperados para o doente compensarem os potenciais riscos para o feto. ALEITAMENTO: apenas deve ser considerado se os benefícios esperados para a mulher compensarem qualquer
potencial risco para a criança. FERTILIDADE: os estudos de reprodução e outros dados em animais não
levantam preocupações no que respeita a fertilidade quer em machos quer em fêmeas INTERAÇÕES: ♦
a administração concomitante com outros medicamentos contendo anticolinérgicos não foi estudada e
como tal não é recomendada. REAÇÕES ADVERSAS: ♦ Frequentes (≥1 a <10%): xerostomia, insónia,
gastroenterite ♦ Pouco frequentes (≥0,1 a <1%): dispepsia, cáries dentárias, dor nas extremidades, dor
torácica musculoesquelética, erupção cutânea, fadiga, astenia, sinusite, tosse produtiva, irritação da garganta, epistaxis, rinite, cistite, hiperglicemia, disúria, retenção urinária, fibrilhação auricular, palpitações,
hipoaestesia. ♦ Outras reações adversas: nasofaringite, dor musculoesquelética. ♦ Apenas em doentes
idosos: cefaleias, infeção do trato urinário. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Europharm Limited Wimblehurst Road Horsham West Sussex, RH12 5AB Reino Unido REPRESENTANTE LOCAL Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos, S.A., Rua do Centro Empresarial, Edifício 8, Quinta
da Beloura, 2710-444 Sintra Escalão de comparticipação: Não comparticipado. Medicamento sujeito a
receita médica. Para mais informações deverá contactar o titular da AIM/representante local do titular da
AIM. SEE_RCM_201209_IEC_V01
Referências Bibliográficas:
1. RCM Seebri 09.2012 2. Sykes DA, et al. The Influence of receptor kinetics on the onset and duration of action and
the therapeutic index of NVA237 and tiotropium. J Pharmacol Exp Ther. 2012;343(2):520–8
DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crónica
Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos S.A.
Sede Social: Rua do Centro Empresarial, Edifício 8, Quinta da Beloura, 2710-444 Sintra • Pessoa Colectiva C.R.C. Sintra 500 063 524
Sociedade Anónima Capital Social: € 2.400.000
www.novartis.pt
SEE 17/09/2013
vos ao nível dos sintomas e do controlo das crises.
16
25 a 27 de outubro de 2013
PNeumOLOgIA De INTeRVeNçãO - ReVISTA DAS ReVISTAS
O
termo “Pneumologia de Intervenção” foi
oitenta deu-se início ao que hoje conhecemos por
definido num documento de consenso de
Pneumologia de Intervenção com a introdução do
2002 produzido pela ATS/ERS e refere-se
LASER Nd-YAG. Durante essa década e a seguinte
à “arte e ciência da Medicina relacionada com a
outras técnicas de desobstrução e manutenção da
realização de procedimentos diagnósticos e tera-
patência da via aérea foram sendo desenvolvidas,
pêuticos invasivos que requerem treino e espe-
designadamente a electrocauterização, a criotera-
cialização técnica que vão para além do programa
pia e diferentes tipos de próteses endobrônquicas.
de formação standard em Pneumologia”.
Para além das técnicas de broncoscopia há a
incluir no campo da Pneumologia de Intervenção
as técnicas pleurais mais complexas, designadamente a toracoscopia médica, exame minimamente invasivo que permite uma alta rentabilidade diagnóstica no que se refere aos derrames
Dr.ª ana oliveira
Pneumologista do Centro
Hospitalar de Gaia/
/Espinho, EPE
Coordenadora da
Comissão de Técnicas
da SPP
pleurais, bem como a nível terapêutico com a
talcagem para pleurodese de derrames e pneumotóraces.
Ainda nos anos noventa deu-se inicio a uma
revolução no campo da Pneumologia de Intervenção com o advento da ultrassonografia endobrônquica (EBUS) por sonda radial.
Mas foi o novo milénio que trouxe as maiores
Atualmente são considerados procedimen-
inovações neste campo, fundamentalmente com
tos de Pneumologia de Intervenção a broncosco-
a rápida evolução tecnológica na ultrassonografia
para além disso, novas técnicas terapêuticas em
pia rígida e técnicas de desobstrução brônquica
endobrônquica, que levou à introdução do EBUS
áreas onde previamente a broncologia não de-
associadas (LASER, electrocauterização, crio-
linear, tendo mudado o paradigma não só da
sempenhava um papel de relevo como a DPOC e a
terapia, árgon-plasma, introdução de próteses),
abordagem diagnóstica e estadiamento do cancro
asma brônquica.
a extracção de corpos estranhos, o manejo de
do pulmão mas também no diagnóstico de outras
O tratamento endoscópico do enfisema e
fístulas bronco-esofágicas e broncopleurais, a
patologias malignas e não malignas que previa-
a termoplastia brônquica para o tratamento da
De INTeRVeNçãO AS TéCNICAS
toracoscopia médica, a ultrassonografia endo-
mente necessitavam frequentemente de aborda-
asma, apesar de ainda não apresentarem evidên-
brônquica (EBUS), a autofluorescência (AFI) e
gem cirúrgica para o mesmo.
cia suficiente para a sua utilização em grande es-
PLeuRAIS mAIS COmPLeXAS,
a narrow band imaging (NBI), o tratamento en-
Para além da ultrassonografia endobrônqui-
doscópico do enfisema, a termoplastia brônquica
ca foram sendo desenvolvidas novas técnicas no
para tratamento da asma brônquica e a broncos-
campo do diagnóstico do cancro do pulmão, seja
Nos últimos anos tem-se assistindo a um
copia pediátrica.
cala, apresentam-se como técnicas promissoras
em grupos seleccionados de doentes.
na detecção precoce de lesões malignas e pré-
crescimento exponencial no número de publica-
Ao longo dos anos e classicamente a Pneu-
-malignas (AFI, NBI), bem como no diagnóstico
ções na área da Pneumologia de Intervenção. As-
mologia de Intervenção teve como principal objec-
de lesões periféricas fora do alcance habitual da
sim, esta comunicação tem como objectivo fazer
tivo a paliação de obstrução central da via aérea
broncoscopia (minissonda de EBUS, navegação
um pequeno resumo da literatura relevante publi-
em doentes com cancro do pulmão. Na década de
electromagnética, broncoscópios ultra-finos) e,
cada no último ano.
PARA ALém DAS TéCNICAS
De BRONCOSCOPIA há A INCLuIR
NO CAmPO DA PNeumOLOgIA
DeSIgNADAmeNTe A TORACOSCOPIA
méDICA.
ImuNOTeRAPIA NO CANCRO DO PuLmãO
O PROmeTIDO é DeVIDO
E
m 2030, segundo a OMS, o cancro do pulmão
sem mais toxicidade; descobrimos a interligação
doença. Novas palavras andam na boca de todos:
mediação celular inata. Uma terceira aborda-
será a 6.ª causa de morte no mundo. Será a
estreita entre determinados marcadores biológi-
‘vacinas para o cancro’, ‘vacinas de células dendríti-
gem será via anticorpos monoclonais, tais como
1.ª causa de morte por doença oncológica.
cos e a terapêutica molecular especifica.
cas’, ‘ipilimumab ou PD L1’. Vamos falar disso tudo.
o ipilimumab, contra sinais inibitórios da célula
Entre nós, todos os anos diagnosticamos e
Esta terapêutica tem como objetivo a des-
T, promovendo a sua ativação e indução de uma
tratamos mais doentes com esta patologia. Sem
truição das células tumorais via mediação imu-
resposta objetiva contra o tumor, habitualmente
números oficiais, uma avaliação dos centros
nológica. Estimulando os linfócitos T contra locais
previamente tratado. Escassos efeitos secundá-
nacionais realizada pelo Grupo de Estudos do
específicos da célula tumoral que conduzem à
rios parecem associados a esta terapêutica que
Cancro do Pulmão estima valores de incidência
sua destruição e promovendo o desenvolvimento
repito, parecem beneficiar da junção às terapêu-
superiores a 3600 por ano, isto é, dez casos diag-
de memória imunológica contra essas células ou
ticas clássicas para esta doença.
nosticados por dia.
futuras recidivas, esta terapêutica pode teorica-
Estamos numa fase inicial desta terapêutica
mente e ultrapassado determinados mecanismos
promissora. Precisamos de saber mais e mais so-
de defesa do tumor, conduzir a resultados efi-
bre quais os tumores que mais beneficiam; quais
cazes e duradouros já observados no melanoma
as modalidades terapêuticas mais ajustadas para
metastático e outros tumores.
um tipo específico de tumor numa pessoa espe-
Em mais de 60% desses, surgem-nos numa
fase avançada, disseminada com prognóstico
mais reservado. A investigação sobre esta área
é crescente e nos últimos 20 anos, triplicámos
os resultados quer em termos de mais vida com
Dr. fernanDo
barata
Presidente GECP
Vice-presidente SPP
qualidade de vida.
Em desenvolvimento, temos vários tipos de
‘vacinas contra o cancro’ com formas de atuação
cífica; quanto tempo e qual a dose ajustada; qual
a melhor fase da doença para ser administrada.
Nos últimos 20 anos, para esta fase da doen-
Ontem, como hoje, insistimos na prevenção
bem diferentes. Nalgumas circunstâncias a res-
Decorrem em todo o mundo, neste momento
ça, descobrimos novos métodos de diagnóstico e
e reforçámos as medidas antitabágicas e de pro-
posta anti tumoral pode ser gerada pela adminis-
mais de 150 ensaios clínicos sobre estas terapêu-
novas formas de radioterapia; trouxemos a cirur-
teção face à poluição global. Estamos atentos ao
tração de uma vacina alogénica tumoral a fim de
ticas. Estamos a colaborar também nestes estu-
gia para situações pontuais; descobrimos o valor
tabagismo passivo e a determinantes genéticas.
estimular uma resposta imunológica consistente
dos. Teremos que ser prudentes no nosso entu-
da histologia na definição das melhores opções
Damos os primeiros passos num rastreio eficaz.
contra esse antigénio específico. Uma segunda
siasmo sem que deixemos que o sonho comande
de quimioterapia; descobrimos como mais tem-
Nestes últimos anos, a imunoterapia surge
abordagem envolve o uso de imunomoduladores
a vida, pois cada vez que um homem sonha, o
po de terapêutica pode aumentar a sobrevivência
como mais uma promessa terapêutica para esta
capazes de estimular um efeito anti-tumoral por
mundo pula e avança.
17
25 a 27 de outubro de 2013
informação
BOehRINgeR INgeLheIm LIDeRA INVeSTIgAçãO CLíNICA em PORTugAL
A
indústria farmacêutica com atividade
direcionada para a investigação clínica
pode desempenhar um importante papel no crescimento económico europeu, assegurando a competitividade no contexto da economia global. Só em 2012 foram investidos,
na Europa, cerca de 30 milhões de euros em
investigação e desenvolvimento, o que se traduziu no emprego de 700 profissionais diretamente envolvidos na investigação e entre duas
a três vezes mais envolvidos indiretamente no
processo.
Contudo, cada novo fármaco que entra no
mercado é fruto de um processo lento, dispendioso e arriscado, já que em cada dez mil
novas substâncias estudadas, apenas uma a
duas chegam, efetivamente ao mercado. Além
disso, o custo de desenvolvimento de cada
uma delas ultrapassa o milhão de euros e,
desde que é descoberta, cada molécula demora entre 12 a 13 anos a chegar aos consumidores.
Em Portugal, “o investimento que vem
de fora não tem sido bem aproveitado e, por
esse motivo, o volume de investigação levada
a cabo no nosso país está muito aquém do que
seria espectável”, afirma o Dr. Carlos Trabulo,
diretor médico da Boehringer Ingelheim. Por
outro lado, a grande maioria dos ensaios clínicos realizados em Portugal são internacionais,
enquanto os estudos que partem da iniciativa
dos investigadores assumem uma expressão
bastante reduzida.
Face a este cenário, o Dr. Carlos Trabulo
defende a criação de condições para facilitar
a realização de investigação clínica no nosso
país pois, caso contrário, tenderá a acentuar-se o desinvestimento das companhias nesta
área. “Só entre 2006 e 2012, houve uma redução de 33% dos ensaios clínicos em Portugal”,
adianta.
As condições, requisitos e burocracias de
caracter regulamentar e legal, a falta de incentivos, de formação e de carreira para os
profissionais que se dedicam à investigação, a
falta de competitividade entre os centros, bem
como alguns entraves de natureza informática
são alguns dos constrangimentos que desmotivam a realização de ensaios clínicos a nível
nacional.
Apesar de tais limitações, o Dr. Carlos
Trabulo defende que a investigação clínica
não deve ser abandonada até porque “melhora
os indicadores de saúde, permite um acesso
precoce a tratamentos inovadores, melhora a
medicina assistencial, permite o desenvolvimento científico, permite a redução da despesa pública, permite a criação de emprego e o
aumento das receitas fiscais”.
Por todos estes motivos, a Boehringer
Ingelheim tem vindo a reforçar o seu investimento na investigação e lidera, neste momento, a tabela das companhias farmacêuticas que se dedicam a esta atividade. “Quando
a maior parte das companhias desinvestiu
em Portugal, nós mantivemos essa atividade,
acreditando sempre que é possível superar os
obstáculos e fazer investigação clínica no nos-
so país. Aliás, os nossos projetos têm aumentado de ano para ano, tal como o número de
doentes e de centros envolvidos nos ensaios
clínicos”, adianta o Dr. Carlos Trabulo. Segundo o diretor médico da companhia, “a Boehringer Ingelheim foi a primeira companhia a
conseguir que uma USF fosse autorizada pela
Comissão de Ética para fazer investigação clí-
nica e, atualmente, todas as ARS têm esse interesse”.
A área respiratória é uma das prioridades
da Boerhinger Ingelheim, em concreto a asma
pois “trata-se de uma doença crónica, que não
tem cura e em que 40% dos doentes não estão
devidamente controlados”, justifica.
O tiotrópio é o alvo da investigação nesta
área pois “partimos do princípio de que, enquanto terapêutica adjuvante, no topo de toda
a medicação para a asma, esta substância pode
ajudar a controlar os sintomas e a melhorar a
função respiratória dos doentes mais difíceis
de tratar”. Neste contexto, está em curso o programa UniTina-asma, que envolve 11 ensaios
clínicos de fase III e um total de 4000 doentes.
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Quando os sintomas da DPOC
já estão instalados
na vida do seu doente1,2
Spiriva18 microgramas, pó para inalação, cápsula. Spiriva Respimat 2,5 mcg solução para inalação por nebulização. Composição: Spiriva: 22,5 mcg brometo de tiotrópio monohidratado (≈ 18 mcg tiotrópio)/
cápsula. A dose libertada (que sai da peça bucal do dispositivo HandiHaler) é 10 mcg de tiotrópio. Excipiente: lactose monohidratada. Spiriva Respimat: 2,5 mcg de tiotrópio por nebulização (≈3,124 mcg de
brometo de tiotrópio monohidratado).
Indicações terapêuticas: tratamento broncodilatador de manutenção para alívio dos sintomas em doentes com DPOC. Posologia e modo de administração: Spiriva: Inalação do conteúdo de uma cápsula,
1x/dia, utilizando o dispositivo HandiHaler, na mesma altura do dia. Não exceder a posologia recomendada. Spiriva Respimat: 5 µg de tiotrópio (≈ duas nebulizações)/ 1xdia, na mesma altura do dia. Usar
apenas com o inalador Respimat. Não exceder a posologia recomendada. Contraindicações: hipersensibilidade a brometo de tiotrópio, atropina ou aos seus derivados (p.ex. ipratrópio ou oxitrópio) ou a
qualquer um dos excipientes (Nota: o Spiriva contém o excipiente lactose monohidratada, o qual contém proteína de leite). Advertências e precauções especiais de utilização: não usar no tratamento inicial
de episódios agudos de broncospasmo (como terapêutica de emergência). Podem ocorrer reações de hipersensibilidade imediata após a administração. Usar com precaução em doentes com glaucoma
de ângulo estreito, hiperplasia da próstata ou obstrução do colo da bexiga. Pode provocar broncospasmo induzido pela inalação. Insuficiência renal: em doentes com insuficiência renal moderada só usar
se o benefício esperado exceder o risco potencial; não há experiência a longo prazo sobre a utilização em doentes com insuficiência renal grave. Evitar que o pó (Spiriva) ou a solução nebulizada (Spiriva
Respimat) entre nos olhos: há risco de precipitação ou agravamento de glaucoma agudo de ângulo estreito, dor ou desconforto ocular, visão temporariamente turva, halos visuais ou imagens coloridas
associados a vermelhidão dos olhos decorrente de congestão da conjuntiva e de edema da córnea; neste caso, os doentes devem suspender a terapêutica e consultar um médico de imediato. População
pediátrica (< 18 anos): DPOC -não há utilização relevante. Fibrose cística: a segurança e eficácia não foram ainda estabelecidas. O Spiriva Respimat deve ser usado com precaução em doentes com distúrbios
do ritmo cardíaco conhecidos. Interações medicamentosas e outras formas de interação: não administrar simultaneamente o tiotrópio com outros anticolinérgicos. Gravidez e aleitamento: apenas deverá
ser utilizado na gravidez quando claramente indicado. Não é recomendado durante a amamentação, no entanto, deve ser ponderado o benefício do aleitamento para a criança e o benefício da terapêutica
para a mulher. Efeitos Indesejáveis: Spiriva: Frequente (>1/100, <1/10): xerostomia; Pouco frequente (>1/1000, <1/100): tonturas, cefaleias, alterações do paladar, visão turva, fibrilação atrial, faringite,
disfonia, tosse, doença de refluxo gastro-esofágico, obstipação, candidíase orofaríngea, erupção cutânea, disúria, retenção urinária. Raro (>1/10000, <1/1000): insónia, glaucoma, aumento da pressão
intraocular, taquicardia supraventricular, taquicardia, palpitações, broncospasmo, epistaxis, laringite, sinusite, obstrução intestinal (incluindo íleos paralítico), gengivite, glossite, disfagia, estomatite,
náusea, urticária, prurido, hipersensibilidade (incluindo reações imediatas), angioedema, infeção do trato urinário. Desconhecido: desidratação, cárie dentária, infeção cutânea, úlcera cutânea, pele seca,
edema das articulações. Spiriva Respimat: Frequente (>1/100, <1/10): xerostomia. Pouco frequente (>1/1000, <1/100): tonturas, cefaleias, palpitações, taquicardia supraventricular, fibrilhação auricular,
taquicardia, tosse, epistaxe, faringite, disfonia, candidíase orofaríngea, disfagia, erupção cutânea, prurido, retenção urinária, disúria. Raro (>1/10000, <1/1000): glaucoma, aumento da pressão intraocular,
visão turva, broncospasmo, laringite, doença de refluxo gastroesofágico, cárie dentária, gengivite, glossite, estomatite, edema angioneurótico, urticária, infeção/úlcera cutânea, secura cutânea, infeção do
trato urinário. Desconhecido: desidratação, insónia, sinusite, obstrução intestinal (incluindo íleo paralítico), náusea, hipersensibilidade (incluindo reações imediatas), edema das articulações.
maio 2013 (Spiriva) / julho 2013 (Spiriva Respimat)
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18
25 a 27 de outubro de 2013
ASmA em 30 ANOS. um FLASh
É
muito interessante refletir sobre a expe-
estratégias de investigação e organização dos
que requer e obriga os pneumologistas a desem-
do subalternizada e assumida por outros profis-
riência vivida com a asma nos últimos 30
cuidados com grande sucesso. Neste período,
penhar um papel fundamental na rede de saúde
sionais. Parece-me que o interesse dos doentes
anos. Os marcos evolutivos na doença são
na transição para e durante os anos 90, o foco
respiratória. Nos serviços de Pneumologia dos
e a harmonia do sistema de saúde recomendam
paralelos aos do próprio serviço de saúde. A par-
da patologia deslocou-se para a inflamação das
maiores hospitais, como as solicitações concor-
vivamente que a Pneumologia procure e encontre
ticularidade reside na enorme evolução assente
vias aéreas e estendeu-se de seguida para a re-
rentes (Cancro, DPOC, Apneia do Sono, entre ou-
processo de retomar esta consulta na sua pleni-
sobre recursos terapêuticos que no fundamental
moldagem. O foco da terapêutica acompanhou
tros) consomem cada vez mais tempo, foram-se
tude para responder aos doentes, aos interesses
(broncodilatadores e corticoides) já existiam no
a evolução e centrou-se no uso dos corticoides
organizando subespecializações e a asma foi sen-
da especialidade e ao apoio aos MGF.
arranque deste percurso.
inalados, primeiro nos adultos e posteriormente
nas crianças, à medida que os estudos iam destruindo medos ancestrais.
No começo dos anos 2.000 estudos na comunidade vieram revelar que o grau de controlo
dos doentes era muito inferior ao que a intuição
dos médicos fazia supor. A par disso verificou-se
que, em toda a parte, as vendas de broncodilatadores suplantavam largamente as vendas de
Prof. Doutor
J. agostinho
marQues
Pneumologista, FMUP
corticoides para a asma, em contraste com as recomendações. O passo seguinte foi dado pela indústria farmacêutica ao incluir um corticoide com
um LABA no mesmo instrumento de inalação. As
associações fixas impuseram-se apesar das limi-
Nos anos 80 a asma era broncospasmo. Já
tações de serem mais caros e contribuíram para
era conhecida a IGE havia mais de uma década,
uma melhoria adicional. Nesta década o Montelu-
mas o conhecimento etiopatogénico era muito li-
cast, o Omalizumab e o Tiotrópio (ainda off label)
mitado. Ainda se designava como “substância de
contribuíram também para completar a resposta
ação lenta da hipersensibilidade” (SRS-A) qual-
aos fenótipos de controlo mais difícil.
quer coisa desconhecida mas seguramente pre-
Os números nacionais mostram uma melho-
sente que ampliava a prolongava os efeitos que
ria espantosa da situação dos doentes, em ter-
a histamina não conseguia explicar. Quem veio a
mos de mortalidade e número de internamentos
descrever a degradação do ácido araquidónico e
(figuras 1 e 2). Também a investigação publicada
identificar os leucotrienos e prostaglandinas ob-
em revistas com factor de impacto fez o seu apa-
teve um prémio Nobel e forneceu um alvo tera-
recimento e desenvolvimento entre nós, mos-
pêutico novo, ainda em uso.
trando que a vertente académica acompanhou a
No fim da década de 80 o volume de dados
evolução.
epidemiológicos obtidos com metodologias dife-
Neste momento há esperança de que o Pro-
rentes levantava questões difíceis e contraditó-
grama Nacional de Controlo da Asma, musculado
rias sobre o papel da genética e do ambiente na
pelas exigências externas que obrigam a auditar
raiz da doença. Na mesma altura percebeu-se
o trabalho dos médicos, contribua para melhorar
que havia acréscimo de mortalidade relacionado
o controlo da asma. Este instrumento tem poten-
com o uso de broncodilatadores, especialmen-
cialidades para transformar a atitude e o interes-
te fenoterol, sem relação de causalidade clara.
se dos cuidados de saúde primários onde residem
Por este tempo a comunidade científica lançou
os recursos humanos (médicos, enfermeiros e
os grandes estudos epidemiológicos de dimen-
outros) e estrutura de rede para alterar a vida dos
são mundial: o estudo da Comunidade Europeia
doentes em profundidade.
a incidir sobre adultos jovens de 20 aos 44 anos
Para a Pneumologia a asma á uma doença
e o estudo ISAAC, em duas faixas de jovens,
colocada no centro da especialidade. Ignorando
crianças e adolescentes. Passou a haver dados
quaisquer motivações de natureza corporativa, a
nacionais comparáveis que permitiram conhe-
doença é importante pela expressão pública, pe-
cer a grandeza do problema e a construção de
los conhecimentos de fisiologia e fisiopatologia
COmISSãO De PNeumOLOgIA ONCOLógICA
A
Comissão de Pneumologia Oncológica
ração com outras especialidades, comissões de
A atualização dos dados epidemiológicos
(CPO) tem como objetivo principal atua-
trabalho e sociedades científicas com interesses
relativos aos tumores torácicos em Portugal tem
lizar e uniformizar as normas de atuação
comuns.
sido uma preocupação constante.
relativas ao cancro do pulmão.
Promove reuniões multidisciplinares bianu-
A criação de folhetos de informação sobre a
Com a evolução científica e o número
ais que têm a colaboração de um elevado número
doença e a sua divulgação eletrónica tem-se re-
crescente de casos de cancro do pulmão tor-
de colegas que com a sua dedicação e empenho
velado de grande importância para os doentes e
na-se cada vez mais exigente e desafiante a
promovem a partilha de conhecimentos e têm fei-
seus familiares.
abordagem destes doentes, com necessidade
de atualização permanente. O fácil acesso a informação científica internacional é valioso mas
a divulgação, discussão e sistematização dessa
Dr.ª Paula alves
Coordenadora da
Comissão de Pneumologia
Oncológica
informação é essencial e só se consegue com a
colaboração de todos. A participação em proje-
A CPO colabora na organização e realiza-
tos de investigação científica torna-se obriga-
ção de reuniões científicas da Sociedade Portu-
tória.
guesa de Pneumologia (SPP) e fomenta a inte-
to o sucesso de cada reunião.
A correta abordagem do doente com cancro
A inclusão dos internos das várias especia-
do pulmão em Portugal em muito se deve a todo
lidades afins à Pneumologia Oncológica nas ati-
o trabalho conjunto desenvolvido pela CPO desde
vidades da CPO é de extrema importância e deve
a sua criação (em 1986) e é sempre um grande
ser incrementada com um objetivo não só didático
desafio promover o bom nível científico e social
mas também de dinamização e renovação.
das atividades da CPO, com o objetivo mantido
Tem sido privilegiada a elaboração de protocolos de atuação e o seu fácil acesso (on-line).
de tratar de forma digna o doente com cancro do
pulmão.
19
25 a 27 de outubro de 2013
ReABILITAçãO ReSPIRATóRIA
A
s doenças respiratórias apresentam im-
doença. Este processo deve ser prático, dirigido
portância crescente. O aumento dos fa-
às necessidades individuais e adaptado às com-
tores de risco para as mesmas e o en-
petências intelectuais de cada doente. Os te-
velhecimento da população fazem prever que a
Dr.ª inês Quininha
faria
Médica Pneumologista.
Unidade de Insuficientes
Respiratórios do Serviço
de Pneumologia do
Hospital Pulido Valente –
Centro Hospitalar Lisboa
Norte
incidência continue a aumentar, especialmente
no caso das doenças obstrutivas crónicas, da insuficiência respiratória crónica e da neoplasia do
pulmão.
O tratamento das doenças respiratórias crónicas requerem cuidados quer farmacológicos, quer
não farmacológicos para que sejam alcançados os
objetivos terapêuticos, isto é, atingir o controlo dos
sintomas, evitar a progressão da doença e as suas
complicações e, ainda, melhorar o prognóstico.
processo, é imprescindível.
mas abordados incluem noções básicas sobre a
doença, fatores de risco, tratamentos preconizados e evolução natural.
Outros elementos dos PRR passam pelo
apoio para a cessação tabágica e pelas intervenções nutricional, psicológica e social.
Para além dos benefícios anteriormente
A DPOC é umA PATOLOgIA
que ATINge 14% DA POPuLAçãO
ADuLTA NO NOSSO PAíS, Ou SeJA,
1 mILhãO e 500 mIL PORTugueSeS.
é umA PATOLOgIA que Tem
eNVOLVImeNTO PuLmONAR
e RePeRCuSSõeS NãO ReSPIRATó-
descritos, que se centram no doente, já há evi-
RIAS, COmO A PeRDA De mASSA muS-
dência científica da relevância dos PRR, com
CuLAR e óSSeA, emAgReCImeNTO,
treino de exercício, para a sociedade, ao permitir
Os PRR devem ser multidisciplinares e têm
reduzir o encargo económico desta doença atra-
Os Programas de Reabilitação Respiratória
como principal objetivo minimizar os efeitos res-
vés da diminuição das exacerbações agudas, dos
(PRR) fazem parte integrante da abordagem dos
piratórios e sistémicos da DPOC, bem como in-
internamentos, do recurso às urgências e tam-
doentes respiratórios crónicos, sobretudo dos
centivar mudanças no estilo de vida e promover a
bém pela possibilidade da integração laboral do
doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Cróni-
autogestão da doença. Desta forma, os resultados
doente com menos dias de baixa.
ca (DPOC).
traduzem-se no controlo dos sintomas, na melho-
DePReSSãO e, muITAS VezeS
ISOLAmeNTO SOCIAL.
Apesar do seu contributo ser inquestioná-
esta falta de recursos e permitir a inclusão de
vel, a realidade nacional no que diz respeito à
mais doentes. Em Portugal, o sistema Telemold,
oferta destes PRR é manifestamente insuficiente
implementado na Unidade de Reabilitação Res-
face ao número de doentes que deles necessi-
piratória do Hospital Pulido Valente, permite a
tam. Este facto cria uma preocupação no seio da
telemonitorização simultânea dos níveis de oxi-
comunidade médica que tem centrado esforços,
genação do sangue e da atividade física de do-
no sentido de criar condições para ampliar a
entes insuficientes respiratórios por períodos
acessibilidade destes doentes aos PRR. A tele-
prolongados. Este aspeto é fundamental uma
medicina é uma área em expansão e com apli-
vez que promove a atividade física regular destes
cabilidade já bem estabelecida, sendo a Pneu-
doentes em segurança, permitindo, por um lado,
mologia uma área de implementação prioritária,
a alta mais precoce dos PRR e possibilidade de
conforme foi reconhecido e determinado pelo
inclusão de novos doentes e, por outro lado, a
próprio Ministério da Saúde, podendo colmatar
otimização de PRR domiciliários.
Edição
news
ESTAS EMPRESAS
ASSOCIAM-SE
À LUTA CONTRA
A SIDA:
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farma
SAÚDE
JORNAL de
www.newsfarma.p
Este Jornal é
da edição do Expresso
Cancro da mama
Próxima
edição
fever
eiro
Públi ca
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parte integrante
n.º 2098, de 12
de janeiro de
2013. Venda interdita.
A esperança
tem de prevalecer
até ao fim…
SIDA
Págs. 2/3
O RACIONAMENTO
SAÚDE EQUIVALE NA
A
MAIS DESPESA
E MENOS
DOENTES TRATADOS
Portugal
regista
1000 novos
casos/ano
Pág. 4
ANEMIA É
POUCO
VALORIZADA
O cansaço é o principal
sintoma
subjetivo da anemia
Pág. 6
Todos os anos surgem
cerca de mil novos
de SIDA em Portugal.
casos
Esta doença, no
passado,
era considerada
mortal,
ção clínica e terapêutica,mas, com toda a evolupassou a ser encarada
“com outros olhos”
e os doentes ganharam
termos de qualidade
em
de vida.
Medicamentos
biológicos:
O que são
e quais
os seus
benefícios?
Págs. 8/12
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Págs. 14/15
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realizados a nível
mundial já demonstraram
biológicos em
milhares
biológica tem permitido de doentes. A título de exemplo, os benefícios que podem ser obtidos
com a utilização
os dados disponíveis
uma resposta na
portugueses estão
dos medicamentos
ordem dos 70-75%
indicam que, nos
já devidamente
na classe dos corticorresisten
últimos
informados acerca
tes. Neste momento, anos, a terapêutica
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MEDICINE
12
13
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penho nas atividades de vida diária promovendo,
e 500 mil portugueses. É uma patologia que tem
desta forma, uma melhor qualidade de vida.
envolvimento pulmonar e repercussões não res-
O treino de exercício constitui a terapêutica
piratórias, como a perda de massa muscular e ós-
mais eficaz no recondicionamento físico dos do-
sea, emagrecimento, depressão e, muitas vezes
entes com DPOC, com ganhos psicológicos (des-
isolamento social, gerando graves repercussões
sensibilização à dispneia) e fisiológicos (melhoria
na qualidade de vida dos doentes e familiares e a
da endurance, força e coordenação musculares).
nível socioeconómico.
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Cerca de 1100
especialistas,
oriundos de
vários pontos
do
país, estão
juntos, mais
uma
vez, no Sheraton
Porto Hotel,
para atualizar
conhecimentos
relacionados
com a Cardiologia.
Um evento
que prima
pela
continuidade
da tradição.
Os tratamentos de fisioterapia respiratória
A inclusão dos doentes com DPOC em PRR
são, igualmente, medidas complementares efica-
é fortemente recomendada para aqueles que
zes, dos quais se exemplifica com as técnicas de
apresentem intolerância ao esforço e redução da
controlo ventilatório, de drenagem de secreções e
sua atividade física, apesar de terem a medica-
exercícios de flexibilidade e reeducação postural.
ção otimizada. Contudo, para o sucesso do PRR,
Outro componente dos PRR é a educação
é fundamental que os candidatos estejam moti-
terapêutica, pretendendo-se que os doentes de-
vados uma vez que o seu envolvimento, em todo o
senvolvam as suas capacidades para lidar com a
JORNAL do CONGRESSO
SAÚDE
JORNAL de
Pública
dos cuidados de saúde primários
SIDA
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JORNAL
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Praia da Falésia
25 a 27 de outubro de 2013
Em colaboração com
O
NÃ
TRIBUNAL
dos
N.º2
Domingo, 27
Sala Thomé Villar | Dia 26
14h’30 às 15h’30
1 Juíz
Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
4 Advogados
Drª. Paula Simão, Dr. João Cardoso,
Dr. Filipe Froes, Profª. Doutora Marta Drummond
Quando iniciar a corticoterapia inalada na DPOC?
Advogados
Dr.ª Paula Simão
Dr. João Cardoso
Jurados
Assistência (televotação)
Será que existem diferenças entre os corticoídes inalados?
Advogados
Dr. Filipe Froes
Profª. Doutora Marta Drummond
Jurados
Assistência (televotação)
1-N15MSR
A
RC
E
P
Sociedade
Portuguesa de
Pneumologia
CASO 1
N.º1
Sábado, 26
CASO 2
Edições
2
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
Dr. Paulo Calvinho
Secretário da Comissão de Cirurgia Torácica
Comissão de Cirurgia Torácica
A
Cirurgia Torácica coordena-se de forma muito próxima
com a Pneumologia no processo de diagnóstico e tratamento
dos doentes com patologia pulmonar sendo por isso parte integrante da Sociedade Portuguesa
de Pneumologia, constituindo ela
própria uma Comissão.
Durante este triénio a Comissão de Cirurgia Torácica organizou, no âmbito do Congresso da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia, várias sessões com
o objetivo de sensibilizar a comunidade médica para áreas específicas de atuação da Cirurgia Torácica bem como de metodologias
inovadoras.
No XXVII Congresso, realizado no Porto, a Comissão de Cirurgia Torácica organizou uma Conferência com o tema de Cirurgia
de Endarterectomia pulmonar,
tendo como convidado o Dr. John
Dunning (Inglaterra- Papworth).
Este tema surgiu pela inexistência
em Portugal de uma rede de referenciação para os doentes que
possam beneficiar deste procedimento e porque esta comissão
acredita que o desenvolvimento
deste projeto seria uma mais-valia para a diferenciação da Cirurgia Torácica a nível Nacional
bem como uma poupança efetiva
no tratamento de cada doente que
tem que necessariamente ser referenciado para uma Unidade fora
do país. A comissão acredita que
é possível a organização desta referenciação, desde que haja vontade política.
No XXVIII Congresso, realizado em Tróia, aborda a estratificação de risco para os doentes que
irão ser submetidos a cirurgia de
ressecção pulmonar. Achamos
importante alertar a comunidade
médica das inovações que existem neste contexto, de forma a
conseguir perceber a problemática do doente limite para cirurgia
de ressecção pulmonar, alargando o espetro dos doentes incluídos nas nossas listas operatórias.
Nesta sessão ficou bem claro a
importância da reabilitação respiratória e as características multidisciplinares da intervenção nestes doentes
No XXXIX Congresso, aproximamo-nos da nossa face mais
visível e pela qual somos maioritariamente solicitados, organizando, em conjunto com a Comissão de Pneumologia Oncológica
com o tema: Novas abordagens
no cancro do pulmão. A parceria
estabelecida entre estas duas
Dr.ª Sofia neveS
Coordenadora da Comissão de Trabalho
comissões de trabalho da SPP é
fundamental para o bom desenvolvimento e o melhor tratamento
dos doentes com cancro do pulmão.
Temos a consciência que
é sempre possível fazer mais e
melhor, por isso a Comissão de
Cirurgia Torácica tem como objetivos futuros:
1- Manter e promover o dinamismo científico
2- Organizar e atualizar a lista de membros da comissão
3- Organizar eventos para o
debate de problemas específicos
da Pneumologia Cirúrgica
4- Promover a criação de um
registo nacional dos doentes operados.
Dr.ª SuSana Clemente
Secretária da Comissão de Trabalho
Comissão de Trabalho das Doenças
do Interstício Pulmonar
e Doenças Ocupacionais
A
s Pneumonias Intersticiais
Idiopáticas (PII) representam um conjunto heterogéneo de patologias que fazem parte
de um grupo mais lato denominado Doenças do Interstício Pulmonar. Nesta última década, temos
assistido a um interesse crescente por estas patologias e, a par
disto, a uma evolução dos critérios de diagnóstico e classificação
destas doenças, principalmente
das PII. A histologia deixou de
ser o gold standard no diagnóstico, sendo atualmente indicada
uma abordagem multidisciplinar,
obrigando a uma estreita comunicação entre o pneumologista, o
radiologista e, quando indicado, o
patologista.
A última revisão da classificação das PII mantém a linha
orientadora do consenso internacional de 2002, em que se recomenda uma abordagem dinâmica integrada. Reconhecendo
a complexidade do diagnóstico e
tratamento destas doenças, esta
Comissão continuará a envolver
as várias especialidades na discussão destas patologias, propondo reuniões nacionais regu-
lares. Desta forma, pretende-se
criar a possibilidade de discussão e partilha de casos clínicos
concretos, com vista ao enriquecimento pluridisciplinar dos participantes.
A necessidade de conhecer a
verdadeira realidade nacional das
Doenças do Interstício Pulmonar levou, em 2009, à criação de
um registo nacional. No entanto,
tem-se verificado um subaproveitamento desta ferramenta de trabalho. Esta Comissão reconhece
a necessidade de dinamizar este
registo, uma vez que tal poderá
permitir conhecer a incidência
e prevalência destas doenças
na nossa população, facilitando, eventualmente, a introdução
de fármacos já reconhecidos no
tratamento destas doenças, para
além de apoiar a criação de grupos de trabalho de investigação
e potenciar a oportunidade de
selecionar doentes para ensaios
clínicos.
Com estas iniciativas, a
Comissão pretende fomentar o
desenvolvimento científico e assistencial na abordagem destas
patologias.
3
4
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
A perspetiva da SPP
Onde está o doente com DPOC?
E
stima-se que, em Portugal,
existem cerca de 800 mil
doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), dos
quais apenas 13% estão diagnosticados mediante a realização de
uma espirometria, exame fundamental no diagnóstico da doença. A informação é avançada pela
Prof.ª Doutora Cristina Bárbara,
vice-presidente da SPP, a propósito da sessão institucional SPP/
/APMGF/SPC, que decorre hoje, na
Sala Thomé Villar, pelas 11.30h,
subordinada ao tema “Onde está o
doente com DPOC”, na qual a também diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias
(PNDR) apresentará a perspetiva
da SPP sobre a temática.
De acordo com a preletora,
um estudo levado a cabo pela SPP,
publicado em 2013, realizado com
uma metodologia internacional,
aponta para uma prevalência de
DPOC de 14,2% em pessoas com
40 ou mais anos. No mesmo estudo, detetou-se, ainda, que 86%
dos doentes a quem foi feito o
diagnóstico com base na realização de uma espirometria não estavam ainda diagnosticados.
Prof.ª Doutora Cristina Bárbara
Qual o motivo para um número tão reduzido de diagnósticos com base na realização de
uma espirometria? Existem várias razões. Uma delas, apontada
pela Prof.ª Doutora Cristina Bárbara, prende-se com o facto de
a DPOC se tratar de uma doença
que, muitas vezes, é silenciosa.
“O doente não valoriza sintomas
precoces que ocorrem”, refere.
Mas também há motivos inerentes à própria doença. A verdade é que, “só muito recentemente
é que a DPOC começou a ser alvo
da atenção da comunidade médica porque não se conheciam ao
certo os impactos que tinha no
sistema de saúde”.
Porém, talvez a principal razão seja a reduzida acessibilidade
dos Cuidados de Saúde Primários
(CSP) à espirometria. “É impossível diagnosticar DPOC à luz do
estado da arte sem a realização
de uma espirometria”, sublinha
a diretora do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar Lisboa
Norte.
Segundo indicadores detetados pelo registo eletrónico dos
doentes ao nível dos CSP, apenas
8,5% dos doentes inscritos com o
diagnóstico de DPOC efetuaram
uma espirometria. Neste sentido,
conclui-se que “a maior parte dos
casos que existem na agenda dos
médicos de MGF são diagnósticos
de presunção e não diagnósticos
fundamentados na espirometria”.
A DPOC é um eixo de abordagem muito importante do PNDR.
A Prof.ª Doutora Cristina Bárbara adianta que, neste momento, o
Programa está a trabalhar no sentido de estimar o cálculo dos custos
da realização de espirometrias no
contexto de uma Rede de Espirometria, o que permitirá que o exame possa ser feito ao nível dos CSP.
“Consideramos tratar-se de um
modelo que pode ser implementado no futuro de uma forma mais
generalizada no país”, menciona.
“Existem atualmente indicadores que apontam para que o
preço médio da espirometria no
contexto de uma rede de espirometria se situe entre 7 e 10 euros.
Por outro lado, o Number Needed
to Screen (NNS) é de 3,35, o que
significa que o custo estimado
para se obter um diagnóstico de
DPOC seja de 33,5 euros”, menciona, acrescentando tratar-se
de uma “boa relação de custo-efetividade para um programa de
implementação de uma rede de
espirometria no país”.
A Prof.ª Doutora Cristina
Bárbara acrescenta que outra
medida importante passaria pela
contratualização de indicadores
de saúde respiratória relacionados com as normas de orientação
clínicas da DGS e a sua inserção
na agenda de contratualização
dos especialistas de MGF.
Apesar de tudo, realça, “os
dados do nosso país já refletem a
existência de um Programa Nacional de Prevenção e Controlo
da DPOC, implementando ao nível da DGS desde 2005 (anterior
ao PNDR), e que aponta para um
decréscimo consistente dos internamentos hospitalares a partir de
2009 e que coloca Portugal com
a menor taxa padronizada de internamento hospitalar ao nível da
União Europeia (71,3/100 mil habitantes versus 183,9/ 100 mil habitantes). ”.
Os programas da DGS têm
estado em sintonia com o projeto
GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease),
iniciativa global da Organização
Mundial de Saúde para delinear
estratégias para a prevenção e
controlo da DPOC. “Representantes do GOLD têm sido peritos na
criação de normas de orientação
clínicas da DGS”, finaliza.
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
Dr.ª alCina tavareS
Assistente hospitalar graduada
de Pneumologia
Tuberculose
multirresistente
A
Tuberculose (TB) é uma
doença que, apesar de todos
os avanços científicos, tecnológicos e sócio económicos atingidos no século passado continua
a constituir um importante problema de saúde publica mundial.
A OMS estima que em 2011 houve
8,7 milhões de novos casos e 1,4
milhões morreram por esta causa.
No final do século XX surge o problema da resistência aos
fármacos de 1.ª linha no tratamento
da tuberculose, a tuberculose multirresistente (TBMR), esta tornou-se
um obstáculo ao controlo global e
efetivo da tuberculose (OMS 2006).
Na tuberculose multirresistente há resistência do bacilo a pelo
menos 2 dos fármacos mais eficazes
no seu tratamento, a rifampicina e a
isoniazida. A origem do problema é
multifatorial: tratamento incompleto ou inadequado, atraso no diagnóstico da multirresistência e co-infeção pelo VIH. A TBMR resulta
da infeção por bacilos resistentes ou
pode desenvolver-se no decurso do
tratamento.
A tuberculose multirresistente foi documentada em todo o
mundo, com maior incidência nos
países do Leste Europeu e Sudeste Asiático. De todos os casos de
tuberculose no mundo, calcula-se
que 3,6% dos novos casos e 20%
dos tratados anteriormente sejam
multirresistentes.
Em 2006 foi relatada a tuberculose extremamente resistente
(TBXDR) uma forma de TBMR em
que além da resistência à Isoniazida e Rifampicina se verifica também resistência a quase todos os
fármacos utilizados, classificada rapidamente pela OMS como
uma ameaça importante à saúde
pública, especialmente mas não
só, em países de alta prevalência
do VIH (OMS 2007).
Os pacientes com TBMR requerem um tratamento complexo,
longo, com recurso a múltiplos
fármacos de 2.ª linha com alta
toxicidade e elevados custos, têm
uma taxa de mortalidade superior
e uma taxa de cura mais baixa.
A tuberculose resistente e extremamente resistente, são formas
de tuberculose potencialmente
intratáveis, com contornos de
pandemia em algumas regiões do
planeta.
Em 2011 a OMS estimava
630.000 casos de tuberculose
Há NO eNTANTO um AumeNTO DA CONsCIêNCIA
POLíTICA DO FACTO De
que A TuBeRCuLOse e
esPeCIALmeNTe A muLTIRResIsTeNTe é umA
AmeAçA gLOBAL.
multirresistente no mundo e destes 9% com a forma extremamente resistente. Em março de 2013,
84 países tinham notificado pelo
menos um caso de TBXDR.
Em Portugal o n.º de novos
casos de TBMR tem vindo a diminuir, em Dezembro de 2012 a incidência era de 14 casos, 20% dos
quais com critérios de XDR, representa 0,56% dos casos de tuberculose em 2012 (PNT, DGS, Março
2013). A TBMR no nosso país é inferior à média da União Europeia
e tem caráter endémico nas áreas
metropolitanas de Lisboa e Porto.
Ocorre em adultos e crianças, em
grande percentagem sem relação
com tratamentos anteriores e sem
associação a algum fator de risco.
Em junho de 2007 foi criado o
Centro de Referência Nacional para
a Tuberculose Multirresistente (CRNMR) com sede na DGS (circular
informativa n.º14/DT de 05.06.2007)
e tem como objetivos gerais, reduzir a tuberculose multirresistente
(TBMR) e prevenir a sua transmissão e como objetivos específicos:
acompanhamento e apoio ao tratamento dos casos de TBMR, seleção
do esquema terapêutico, ajuste dos
esquemas por efeitos adversos, determinação do internamento e condições de isolamento.
De referir que estão em curso investigações para desenvolver
novas provas diagnosticas para
TB e TBMR, também existem antituberculosos em ensaios clínicos,
dois deles em avaliação para potenciar a efetividade dos regimes
terapêuticos para TBMR. Contudo
o financiamento para a prevenção,
tratamento, pesquisa e desenvolvimento da tuberculose contínua
insuficiente. Há no entanto um
aumento da consciência política
do facto de que a tuberculose e
especialmente a multirresistente
é uma ameaça global.
sPP premeia especialistas
na sessão de abertura
A Medalha de Ouro
da SPP foi atribuida à
Prof.ª Doutora Maria
João Marques Gomes,
uma especialista que
dedicou a sua carreira
clínica à Pneumologia.
O galardão foi entregue
na sessão de abertura
do XXIX Congresso de
Pneumologia. Para além
dela foram vários os especialistas que receberam outras distinções .
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6
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
Dr. filiPe froeS
Comissão de Infeciologia
Respiratória
Dr. antónio Diniz
Comissão de Infeciologia
Respiratória
Prevenção das infeções
respiratórias no adulto
A
Comissão de Trabalho de
Infeciologia Respiratória vai
apresentar no próximo domingo, dia 27 de outubro, durante
o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP),
o documento de consenso para a
prevenção das infeções respiratórias no adulto. Será a primeira
apresentação pública deste importante documento e o objetivo
da sessão é promover uma ampla
discussão entre os membros da
SPP de modo a ultimar e validar
as medidas preconizadas.
O impacto das infeções respiratórias, como uma das principais causas de morbilidade,
mortalidade e consumo de recursos de saúde a nível global e, em
particular, no nosso país, justifica
totalmente a adoção de medidas
que visam a promoção da saúde,
a prevenção da doença e a minimização das suas consequências
nos indivíduos, nas famílias e na
sociedade.
Além dos custos diretos, importa ainda realçar alguns custos
indiretos, nomeadamente o aumento crescente de resistências
aos antibióticos em consequência
do elevado consumo de fármacos
antimicrobianos no tratamento
das infeções respiratórias.
O documento de consenso
apresenta um conjunto de medidas gerais e medidas específica:
a vacinação antigripal e antipneumocócica. Dentro das medidas gerais, por exemplo, nunca é
de mais realçar a importância da
DeNTRO DAs meDIDAs
geRAIs, POR exemPLO,
NuNCA é De mAIs ReALçAR A ImPORTâNCIA DA
CessAçãO TABágICA. NAs
meDIDAs esPeCíFICAs e
De mODO A OTImIzAR A
eFICáCIA DAs vACINAs,
PROPõe-se um CALeNDáRIO De vACINAçãO PARA
DeTeRmINADAs CONDIções esPeCíFICAs.
cessação tabágica. Nas medidas
específicas e de modo a otimizar
a eficácia das vacinas, propõe-se
um calendário de vacinação para
determinadas condições específicas, tais como, doentes com
terapêuticas imunossupressoras,
doentes com neoplasias em quimioterapia e/ou radioterapia e
doentes em espera para transplante ou pós-transplante.
O documento foi elaborado
por um grupo de trabalho que
incluiu os coordenadores da Comissão de Infeciologia Respiratória, o Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro e os Drs. Margarida
Serrado e António Ramalho de
Almeida.
Contamos com a sua presença.
Dr.ª CiDália roDrigueS
Pneumologista
Comissão de Reabilitação
Respiratória da sPP
A
reabilitação respiratória é
atualmente
considerada
uma intervenção terapêutica de referência no doente com
patologia respiratória crónica.
Os benefícios são inequívocos, com melhoria dos sintomas,
da capacidade funcional e da qualidade de vida relacionada com a
saúde. Existe também evidência
de benefício a nível da redução
das exacerbações e internamentos, bem como diminuição da utilização dos recursos de saúde.
A forte evidência dos resultados obtidos, associados a uma boa
relação custo benefício, colocam
esta intervenção terapêutica na li-
nha da frente entre as opções terapêuticas na patologia respiratória
crónica, nomeadamente na DPOC.
A divulgação desta intervenção deve ser assegurada entre doentes e profissionais de saúde, promovendo a criação de novos centros
de reabilitação respiratória no país,
melhorando a acessibilidade dos
doentes e as redes de referenciação
e formando os profissionais de saúde envolvidos nesta área.
É necessário que os pneumologistas e médicos de cuidados de
Saúde Primários deixem de se focar apenas na terapêutica medicamentosa, e encarem a Reabilitação
Respiratória como uma mudança
de paradigma no tratamento da
doença respiratória crónica.
No entanto, o conceito de
reabilitação tem sofrido mudanças. Na última definição proposta pela ATS/ERS, paralelamente
ao exercício que é considerado a
peça fulcral na reabilitação, dá-se
relevância ao papel da educação
para a autogestão. Pretende promover a modificação comportamental com a adesão prolongada
a comportamentos de saúde e aumentar a auto eficácia, ou seja a
capacidade do doente gerir a sua
condição clínica.
Como tal, a reabilitação respiratória representa a oportuni-
Os BeNeFíCIOs sãO
INequívOCOs, COm
meLHORIA DOs sINTOmAs, DA CAPACIDADe
FuNCIONAL e DA quALIDADe De vIDA ReLACIONADA COm A sAúDe.
dade ideal de o doente em colaboração com os profissionais,
melhorar não só a condição física
e emocional, mas também obter
benefícios em saúde.
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
PROg RAmA
Sábado, dia 26.X.2013
sALA THOmé vILLAR
08.30 - 10.00 REVISTA DAS REVISTAS
Moderadores: Venceslau Hespanhol (Porto)
J Chaves Caminha (Porto)
Pneumonias eosinofílicas
Natália Melo (Porto)
Pneumotórax e empiemas - abordagem cirúrgica
João Bernardo (Coimbra)
reabilitação respiratória
Inês Faria (Lisboa)
19.00 – 20.00 Assembleia Geral
20.30
10.30 - 10.30 Café
10.30 – 12.00 Mesa Redonda
investigação translacional em Patologia respiratória
Moderadores: Celeste Barreto (Lisboa)
Salvato Feijó (Lisboa)
Pneumotórax: estudo genético
Inês Sousa (Lisboa)
fibrose quística
Carlos Farinha (Lisboa)
13.00 – 14.30 Almoço
14.30 – 15.30 Simpósio AstraZeneca
tribunal dos corticoides
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
Caso 1 – Quando iniciar a corticoterapia inalada na DPoC?
Paula Simão (Matosinhos)
João Cardoso (Lisboa)
Caso 2 – Será que existem diferenças entre os corticoides inalados?
Filipe Froes (Lisboa)
Marta Drummond (Porto)
15.30 – 16.30 Conferência (com a colaboração de Bristol-Myers Squibb)
Presidente: Venceslau Hespanhol (Porto)
imunoterapia no Cancro do pulmão: o prometido é devido
Fernando Barata (Coimbra)
08.30 – 10.00 Comissões de Trabalho de Reabilitação Respiratória e de Tabagismo
“mudar de vida” – comportamentos e atitudes
Moderadores: José Pedro Boléo-Tomé (Lisboa)
Vitória Martins (Leiria)
motivação e estratégias de mudança no estilo de vida na perspetiva da Psicologia da Saúde
Fátima Feliciano (Coimbra)
Prescrição de exercício na cessação tabágica
Paula Pamplona (Lisboa)
Definindo novos objetivos na reabilitação: atividade física e abstinência tabágica
Cidália Rodrigues (Coimbra)
10.00 – 10.30 Café
10.30 – 12.00 Comissão de Trabalho Doenças do Interstício e Doenças Ocupacionais
Moderador: Sofia Neves (Vila Nova de Gaia)
nova Classificação das Pneumonias intersticiais idiopáticas.
implicações na prática clínica
C Robalo Cordeiro (Coimbra)
13.00 – 14.30 Almoço
16.30 – 17.00 Café
17.00 – 18.00 Simpósio Boehringer Ingelheim
estratégias de gestão no tratamento da DPoC e da asma. está
atualizado?
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
Boehringer ingelheim: #1 em investigação clínica
Carlos Trabulo (Lisboa)
tioSPir™: ensaio clínico de grande escala na DPoC
Paula Simão (Matosinhos)
necessidades na gestão da asma
Jorge Ferreira (Matosinhos)
evidência Clínica de teotrópio na asma
René Aalbers (Holanda)
agradece o apoio de todos os que
contribuíram para a realização deste
Jornal, nomeadamente:
Simpósio Jantar Bial
alimentação e doente com DPoC
Chef Justa Nobre
Painel
Sofia Furtado (Lisboa)
António Jorge Ferreira (Lisboa)
Maria Ana Carvalho (Lisboa)
sALA ROBALO CORDeIRO
12.00 – 13.00 Simpósio Novartis
repensar o futuro no tratamento da DPoC
Moderador: J Agostinho Marques (Porto)
o tratamento adequado para o doente certo: Portfólio novartis na
DPoC
Chris Compton (Reino Unido)
glicopirrónio: o anticolinérgico de nova geração
Wisia Wedzicha (Reino Unido)
Painel de discussão
C Robalo Cordeiro (Coimbra)
João Cardoso (Lisboa)
JORNAL
18.00 – 19.00 Mesa Redonda (com o patrocínio Gilead)
infeção Pulmonar por Pseudomonas em fQ - microbiologia
e abordagem terapêutica
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
evolução e Suscetibilidade de P. aeruginosa à aB, em doentes fQ
J Melo Cristino (Lisboa)
terapêutica supressão Pa – novas abordagens no contexto do
Consenso eu
Pilar Azevedo (Lisboa)
15.30 – 16.30 Comissão de Trabalho Alergologia Respiratória
Moderador: Lígia Pires (Portimão)
Papel da asma no plano nacional das doenças respiratórias
Ana Arrobas (Coimbra)
Painel de Discussão
Cristina Bárbara (Lisboa);
Fernando Meneses (Almada)
Lígia Pires (Portimão)
16.30 – 17.00 Café
Edições
Comissão Organizadora
Coordenação: Paula Pereira
[email protected]
Avenida Infante D. Henrique,
n.º 333 H, Esc. 37, 1800-282 Lisboa
Tel.: 218 504 065 | Fax: 210 435 935
[email protected] | www.newsfarma.pt
PATROCINADOR exCLusIvO
7
Praia da Falésia, 26 de outubro de 2013
AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda
Rua Humberto Madeira nº 7 Queluz de Baixo | 2730-097 Barcarena | Contribuinte N.º PT 502 942 240 | Capital Social 1.500.000 € | Mat. Cons. Reg. Com. Cascais sob o N.º 502942240
75.743.011 aprovado a 09-10-2013
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JORNAL
Distribuição gratuita no Congresso
Praia da Falésia
25 a 27 de outubro de 2013
Edições
Em colaboração com
N.º1
Sábado, 26
N.º2
Domingo, 27
Sociedade
Portuguesa de
Pneumologia
Prof. Doutor
Carlos Robalo
Cordeiro
Cancro do pulmão
DPOC: uma doença
com grande impacto
Comissão de Trabalho
de FR da SPP
O cancro do pulmão continua a
ser muito prevalente e mortal,
“com uma incidência anual calculada de 1,6 milhões de novos
casos em todo o mundo e 1,5 milhões de mortes no ano de 2010”,
revela o Dr. Bruno Santos. PÁGINA 3
A prevalência e o peso da DPOC
estão a aumentar. É uma doença
subdiagnosticada. Segundo o Prof.
Doutor Jaime Correia de Sousa, “a
DPOC tem um impacto importante
na vida dos doentes. É uma doença
prevenível e tratável”. O tratamento eficaz traz benefícios reais para
os doentes e deve ter objetivos a
longo prazo. PÁGINA 4
Durante o triénio 2010-2012, a Comissão de Trabalho de FR da SPP
teve como tarefa principal elaborar e recolher as contribuições
dos seus membros previamente
designados para a elaboração de
um “Manual de Boas Práticas” em
função respiratória. “Esta tarefa
foi herdada da Comissão anterior
e foi concluída”, garante o Prof.
Doutor Nuno Neuparth. PÁGINA 5
Comissão de Trabalho
das Doenças do Interstício
Pulmonar e Doenças
Ocupacionais
As PII representam um conjunto
heterogéneo de patologias que fazem parte de um grupo mais lato
denominado Doenças do Interstício Pulmonar. De acordo com as
Dras. Sofia Neves e Susana Clemente, “nesta última década, temos assistido a um interesse crescente por estas patologias. PÁGINA 6
2
Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
Dr. Bruno SantoS
Assistente hospitalar de Pneumologia no Centro
Hospitalar do Algarve (Unidade de Faro)
Cancro do pulmão
RevISãO DAS RevISTAS.
O cancro do pulmão continua a ser muito prevalente e
mortal, com uma incidência anual calculada de 1,6 milhões de
novos casos em todo o mundo
e 1,5 milhões de mortes no ano
de 2010. Cerca de 80% são carcinomas de não pequenas células, com apresentação frequente
em fase avançada metastática
(> 65%), sendo difícil obter o diagnóstico nos estádios precoces.
Recentemente o estudo NSLT
(National Lung Screening Trial),
comprovou uma redução de 20%
na mortalidade com o uso de TAC
de baixa dosagem, em comparação com a radiografia do tórax.
No diagnóstico do cancro
do pulmão recomenda-se, atualmente: a obtenção de amostras
diagnósticas que clarifiquem a
histologia e o perfil molecular; a
implementação da PET-TAC; e o
uso preferencial de procedimentos endoscópicos de estadiamento (EBUS e EUS).
Destacam-se os avanços
conseguidos na radioterapia e
nos procedimentos cirúrgicos
menos invasivos. Nos tumores
ressecados, salienta-se a asso-
O CANCRO DO PuLmãO
CONTINuA A SeR muITO
PRevALeNTe e mORTAL,
COm umA INCIDêNCIA
ANuAL CALCuLADA De
1,6 mILhõeS De NOvOS
CASOS em TODO O muNDO
e 1,5 mILhõeS De mORTeS
NO ANO De 2010.
ciação de inibidores EGFR com a
quimioterapia e/ou radioterapia
adjuvantes (estudos SELECT e
RADIANT). Já na doença localmente avançada o tratamento
concomitante de quimioterapia
e radioterapia torácica continua
a ser o recomendado, tendo sido
demonstrado, em estudo recente,
não existir benefício do uso de doses de radiação elevadas.
Nos últimos anos mudou
o paradigma no tratamento da
doença avançada metastática,
com a implementação de estratégias individualizadas. A diferenciação entre tumor escamoso
e não-escamoso é determinante
por possibilitar a escolha preferencial de alguns agentes, e contraindicar o uso de outros. Por
outro lado, o conhecimento das
mutações EGFR e translocação
do ALK na altura do diagnóstico,
possibilita a utilização da respetiva terapêutica-alvo, com comprovado aumento na sobrevida.
A deteção de novas mutações,
designadamente HER2, KRAS,
BRAF, PI3KCA, (e mais recentemente N-RAS, ROS-1 e RET), possibilitará o encaminhamento dos
doentes para novos estudos. Um
desafio atual é a abordagem da
resistência adquirida, recomendando-se rebiopsiar as lesões tumorais, para identificar mutações
de resistência ou mesmo transformação histológica. Neste contexto, foi aprovado recentemente
o afatinib (um inibidor irreversível do EGFR de 2.ª geração), e foi
apresentado um potente inibidor
do ALK (LDK378), com resultados
muito promissores nesta área.
O tratamento de manutenção continua a ser decidido de
forma individualizada, em esquema de continuação ou “switch”,
destacando-se os estudos recentes com bevacizumab e pemetrexed (PRONOUNCE, AVAPERL).
A decisão de tratamento de
2.ª linha baseia-se na escolha
individual entre pemetrexed (nos
tumores não escamosos), docetaxel ou erlotinib. Alguns estudos
(TAILOR e DELTA) apontam ligeiro
benefício do uso de docetaxel em
relação ao erlotinib, e foi apresentado recentemente um exame
sério, de análise proteómica (Veristrat), que poderá vir a ajudar
nesse contexto.
Este ano a imunoterapia
esteve em destaque, quer nos
estudos de utilização de vacinas
em estratégia adjuvante (estudos
START e MAGRIT), quer nos resultados promissores dos estudos
com os agentes imuno-moduladores anti-PD1 e anti-PD-L1 (bloqueadores de checkpoint), relançando o seu papel nas estratégia
terapêuticas futuras.
3
4
Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
Prof. Doutor Jaime Correia De SouSa
Coordenador do GRESP/APMGF
DPOC: uma doença com grande impacto
ePIDemIOLOGIA
A prevalência e o peso da
DPOC estão a aumentar. É uma
doença subdiagnosticada. A DPOC
tem um impacto importante na
vida dos doentes. É uma doença
prevenível e tratável. O tratamento eficaz traz benefícios reais para
os doentes e deve ter objetivos a
longo prazo.
A DPOC está subdiagnosticada em todos os estádios. Muitos
doentes não procuram o médico
até terem perdido ≥ 50% da função pulmonar. Um diagnóstico
mais precoce da doença pode ajudar a interromper o processo patológico e abrandar o declínio da
função pulmonar.
A DPOC é a única causa major de morte que aumentou significativamente nos últimos anos.
A variação na percentagem das
taxas de mortalidade ajustadas à
idade, nos EUA, entre 1965 e 1998
mostra uma diminuição da mortalidade por doença coronária, por
AVC, por outras doenças cérebro
vasculares e por todas as outras
causas, mas existe uma subida da
mortalidade por AVC.
O estudo BOLD realizado na
grande Lisboa e apresentado em
2010, revelou uma prevalência de
DPOC em indivíduos com 40 ou
mais anos de 14,2%.
Num estudo publicado na
Revista Portuguesa de Medicina
Geral e Familiar em 2012, a frequência de consultas relacionadas com DPOC, por sexo e grupo etário de 2007 a 2009 foi de
27,3 por cada 1000 inscritos. A
distribuição das consultas relacionadas com DPOC, segundo o
motivo de consulta demonstrou
que 32% foram consultas de seguimento, em 15,6% o motivo foi
exacerbação e em 3.3% o motivo
foi o início de sintomas. A taxa
de Incidência anual de DPOC estimada por grupo etário e sexo
um DIAGNóSTICO mAIS
PReCOCe DA DOeNçA
PODe AJuDAR
A INTeRROmPeR
O PROCeSSO PATOLóGICO
e ABRANDAR O
DeCLíNIO DA FuNçãO
PuLmONAR.
foi de 161,8 por 100.000 habitantes.
OBSTÁCuLOS à GeSTãO
DA DPOC em mGF
Descrevem-se em seguida
os principais obstáculos a uma
gestão adequada da DPOC em
CSP. O subdiagnóstico, o acesso
limitado a espirometria de boa
qualidade em vários locais, seja
por falta de resposta atempada, seja por capacidade limitada
de execução de acordo com as
necessidades. Uma insuficiente perceção por parte de muitos
médicos de família, pacientes
e família da importância de um
diagnóstico atempado. Problemas
com as Normas de Orientação
Clínica (NOC ). Algumas NOC são
complexas, foram produzidas em
cuidados secundários com pouca
ou nenhuma participação de clínicos e investigadores de Cuidados de Saúde primários (CSP), a
divulgação e implementação das
NOC é muitas vezes insuficiente
e há problemas com a adesão à
utilização das NOC pelos médicos
de família. Existem ferramentas
adequadas para o manejo clínico
da DPOC em CSP. Algumas delas
provenientes e partilhadas com
os cuidados secundários como
muitos dos testes recomendados
pelo projeto GOLD (mMRC, CAT)
ou os índices de gravidade e de
prognóstico como o BODE, embora este deva ser eventualmente
substituído pelo DOSE, mais adequado aos CSP.
Outro obstáculo não negligenciável é a falta de incentivos
institucionais para as doenças
respiratórias crónicas no que respeita à alocação de tempo dos diferentes profissionais dos CSP, os
recursos humanos disponíveis e o
modelo de avaliação de desempenho.
Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
Dr. rui Cruz ferreira
Diretor do Serviço de Cardiologia
Hospital de Santa Marta, Lisboa
Onde está o doente com DPOC?
A
prática da Medicina atual
está muitas vezes compartimentada em saberes ultra
especializados impedindo ou dificultando uma correta avaliação
das diferentes situações clínicas,
em particular quando coexistem
co morbilidades distintas.
Esta constatação, hoje quase
lugar-comum, assume particular
relevância quando ocorre um progressivo e rápido envelhecimento
A PRÁTICA DA meDICINA ATuAL eSTÁ muITAS
vezeS COmPARTImeNTADA em SABeReS uLTRA
eSPeCIALIzADOS.
da população, favorecendo a multiplicidade de afeções e a polimedicação.
Uma das soluções apontadas, a multidisciplinaridade na
prática clínica, permanece muitas vezes confinada a instituições
hospitalares de alta diferenciação e mesmo assim dificultada
por estruturas organizadas em
“linhas de produção “altamente
produtivas mas potencialmente
redutoras.
Um bom exemplo deste problema é a interdependência e coexistência de doenças respiratórias
e cardiológicas, que muitas vezes
compartilham um sintoma como
principal manifestação clínica: a
dispneia ou o mais inespecífico “
cansaço”.
Nos últimos anos veio a
afirmar-se um precioso auxiliar de diagnóstico laboratorial.
O peptídeo natriurético cerebral
- BNP. Trata-se de um excelente
marcador de disfunção ventricular esquerda e o seu uso permite
clarificar a maioria das situações
duvidosas.
Permanecem contudo várias
outras áreas de sobreposição que
criam situações de difícil manejo
como é o caso da frequente coexistência de infeções respiratórias
e síndromes coronárias agudas.
Embora seja comum atribuir-se
aos fenómenos inflamatórios a
capacidade de despoletarem instabilidade na doença das coronárias, muito permanece por esclarecer, como é o caso do poderoso
papel protetor da vacinação antigripal.
A doença pulmonar obstrutiva crónica partilha na sua génese
fatores de risco comuns com a
doença aterosclerótica das coronárias e a sua coexistência é frequente, justificando um cuidadoso
rastreio, muitas vezes subutilizado. Nas fases mais avançadas de
A DOeNçA PuLmONAR
OBSTRuTIvA CRóNICA
PARTILhA NA SuA GéNeSe
FATOReS De RISCO COmuNS COm A DOeNçA
ATeROSCLeRóTICA DAS
CORONÁRIAS e A SuA COexISTêNCIA é FRequeNTe,
JuSTIFICANDO um CuIDADOSO RASTReIO, muITAS
vezeS SuBuTILIzADO.
doença e em particular no doente
idoso a repercussão sobre o coração direito é inevitável ocasionando uma constelação de manifestações de insuficiência cardíaca
que importa identificar.
Prof. Doutor nuno neuParth
Coordenador da Comissão de Trabalho
de Fisiopatologia (FR) da SPP
A Comissão de Trabalho de Fisiopatologia
Respiratória (FR) da SPP
D
urante o triénio 2010-2012,
a Comissão de Trabalho de
FR da SPP teve como tarefa
principal elaborar e recolher as
contribuições dos seus membros
previamente designados para a
elaboração de um “Manual de
Boas Práticas” em função respiratória. Esta tarefa foi herdada da
Comissão anterior e foi concluída.
A referida tarefa insere-se
no programa de trabalho com o
qual esta Direção se comprome-
teu no sentido de contribuir para
um objetivo há muito traçado pela
SPP – criar as condições para se
proceder à certificação dos laboratórios de função respiratória a
nível nacional.
Pretende-se criar as condições para que todos os laboratórios certificados fiquem em
igualdade de circunstâncias para
poderem competir no mercado,
assegurando que TODOS cumprem as mesmas normas.
PReTeNDe-Se CRIAR AS
CONDIçõeS PARA que
TODOS OS LABORATóRIOS
CeRTIFICADOS FIquem
em IGuALDADe De
CIRCuNSTâNCIAS.
A comissão de revisão e
edição final do “Manual de Boas
Práticas”, está a terminar o seu
trabalho, estando a Comissão em
condições de promover a sua publicação.
Durante o Congresso Anual
da SPP do presente ano teremos
uma reunião promovida pela Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória para eleição
do Coordenador para o próximo
triénio.
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Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
xxIx Congresso de Pneumologia
O maior evento da àrea
Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
PROGRAmA
Domingo, dia 27.X.2013
SALA ThOmé vILLAR
SALA ROBALO CORDeIRO
08.30 – 10.00 REVISTA DAS REVISTAS
Moderadores: Fernando Barata (Coimbra)
António Domingos (Torres Vedras)
Pneumonias víricas
Salete Valente (Covilhã)
tuberculose multirresistente
Alcina Tavares (Guarda)
Cancro do Pulmão
Bruno Santos (Faro)
08.30 – 10.00 Comissão de Trabalho Infecciologia Respiratória
Documento de consenso para a prevenção das
Infeções Respiratórias no Adulto
Moderadores: António Diniz (Lisboa)
Filipe Froes (Lisboa)
impacto da doença e medidas gerais
António Diniz (Lisboa)
Vacinação antigripal
Margarida Serrado (Lisboa)
Vacinação antipneumocócica
Filipe Froes (Lisboa)
10.00 – 10.30 Café
10.30 – 11.30 Mesa-Redonda (com o patrocínio Bayer)
tudo o que o pneumologista gostaria de saber
sobre os novos
anticoagulantes orais e não ousou perguntar
Moderador: C Robalo Cordeiro (Coimbra)
a hipocoagulação oral nos Doentes do foro
respiratório.
Para Quem? Quando? Como?
Filipe Froes (Lisboa)
50 anos Depois… um novo Paradigma na hipocoagulação oral
Cândida Fonseca (Lisboa)
10.30 – 13.00 Comissão de Trabalho Técnicas Endoscópicas
a ecoendoscopia na Pneumologia
Moderador: Ana Oliveira (Vila Nova de Gaia)
“eBuS – tBna”
Gabriela Fernandes (Porto)
“minissonda radial de eBuS para abordagem de
lesões periféricas”
Sérgio Campainha (Vila Nova de Gaia)
“euS-B-fna”
António Bugalho (Loures)
11.30 – 13.00 Sessão Institucional SPP/APMGF/SPC
Presidentes: C. Robalo Cordeiro (Coimbra/SPP)
Jaime Correia Sousa (Lisboa/APMGF)
José Ribeiro (Porto/SPC)
onde está o doente com DPoC?
Jaime Correia Sousa (Lisboa/APMGF)
Cristina Bárbara (Lisboa/SPP)
Rui Ferreira (Lisboa/SPC)
13.00 Encerramento
JORNAL
agradece o apoio de todos os que
contribuíram para a realização deste
Jornal, nomeadamente:
Edições
Comissão Organizadora
Coordenação: Paula Pereira
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Praia da Falésia, 27 de outubro de 2013
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