(formato pdf) da Edição nº 4107 de 05.05.2011

Transcrição

(formato pdf) da Edição nº 4107 de 05.05.2011
21 de Abril de 2011
5
Maio
2011
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Ano LXXXII – N.º 4107
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Papa Bento XVI na beatificação de João Paulo II
“Karol Wojtyla deixou atrás de si um testemunho de fé, de amor,
de coragem apostólica e de uma grande sensibilidade humana”
O Papa Bento XVI afirmou, no dia 1
de Maio, que o Beato João Paulo II
enfrentou “sistemas políticos e
económicos”, incluindo o “marxismo
e a ideologia do progresso”, para
cumprir o seu desafio de viver a fé
sem “medo”. O Sumo Pontífice
destacou também que a beatificação
“chegou depressa, porque assim
aprouve ao Senhor”.
Bento XVI, que falava na homilia
de beatificação de João Paulo II, na
Praça de São Pedro, no Vaticano,
perante uma multidão que as autoridades italianas calcularam em
cerca de um milhão de pessoas,
admitiu que este era um “dia esperado”. “João Paulo II é Beato”,
exclamou.
Bento XVI aludiu ao dia do funeral
do seu prodecessor, em Abril de
2005, afirmando: “Já naquele dia
sentíamos pairar o perfume da sua
santidade, tendo o povo de Deus
manifestado de muitas maneiras a
sua veneração por ele”.
Nessa celebração, a multidão reunida para chorar a morte do Papa
polaco pedia a sua canonização
imediata, gritando “santo subito”
(santo já).
“Por isso, quis que a sua Causa de
Beatificação pudesse, no devido
respeito pelas normas da Igreja,
prosseguir com discreta celeridade”, disse Bento XVI, aludindo
ao facto de ter dispensado o
período de espera de cinco anos
após a morte, determinada pelo
direito canónico.
O Papa destacou o “testemunho no
sofrimento” de Karol Wojtyla
(1920-2005), desde agora o Beato
João Paulo II, e explicou aos
presentes a escolha do dia 1 de
Maio para a cerimónia da
beatificação.
“Estamos no segundo domingo de
Páscoa, que o Beato João Paulo II
quis intitular Domingo da Divina
Misericórdia. Por isso, se escolheu
esta data para a presente celebração, porque o meu predecessor,
por um desígnio providencial,
entregou o seu espírito a Deus
justamente ao anoitecer da vigília
de tal ocorrência”, explicou.
“Além de isso, hoje tem início no
mês de Maio, o mês de Maria; e
neste dia celebra-se também a
memória de São José operário”,
acrescentou.
Bento XVI sublinhou que o Papa
polaco proclamou uma “série” de
santos e beatos durante os seus
quase 27 anos de pontificado,
“lembrando com vigor a vocação
universal à medida alta da vida
cristã, à santidade”.
“Não tenhais medo!”
O Papa referiu que Karol Wojtyla
“subiu à sede de Pedro trazendo
consigo a sua reflexão profunda
sobre a confrontação entre o
marxismo e o cristianismo, centrada
no homem. A sua mensagem foi
esta: o homem é o caminho da
Igreja, e Cristo é o caminho do
homem”, disse.
Bento XVI lembrou as “palavras
memoráveis” pronunciadas por
João Paulo II na missa de início de
pontificado, em Outubro de 1978:
“Não tenhais medo! Abri, melhor,
escancarai as portas a Cristo!”.
“Aquela carga de esperança que de
certo modo fora cedida ao marxismo
e à ideologia do progresso, João
Paulo II legitimamente reivindicoua para o Cristianismo, restituindolhe a fisionomia autêntica da esperança”, indicou.
O Sumo Pontífice disse aos presentes que esta herança “se deve
viver na história com um espírito
de “advento”, numa existência
pessoal e comunitária orientada
para Cristo, plenitude do homeme
e realização das suas expectativas
de justiça e de paz”.
Aquilo que o “Papa recém-eleito
pedia a todos, começou, ele mesmo,
a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade,
a cultura, os sistemas políticos e
económicos, invertendo, com a
força de um gigante - força que lhe
vinha de Deus -, uma tendência que
parecia irreversível”, prosseguiu.
Para o Papa, Karol Wojtyla deixou
atrás de si um “testemunho de fé,
de amor e de coragem apostólica,
acompanhado por uma grande
sensibilidade humana”.
Em polaco, Bento XVI falou num
“filho exemplar” da Polónia, que
“ajudou os cristãos de todo o
mundo a não terem medo de se
dizerem cristãos, de pertencerem à
Igreja, de falarem do Evangelho”.
João Paulo II “conferiu ao Cristianismo uma renovada orientação
para o futuro, o futuro de Deus, que
é transcendente relativamente à
história, mas incide na história”,
acrescentou.
Bento XVI quis também agradecer
a sua “experiência de colaboração
pessoal”, com o novo beato, enquanto Prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé.
“Feliz és tu, amado Papa João Paulo
II, porque acreditaste! Continua do
Céu - nós te pedimos - a sustentar
a fé do povo de Deus”, concluiu.
Conferência Episcopal Portuguesa reunida em Fátima
D. Jorge Ortiga, Presidente cessante,
apresenta propostas para o diálogo entre
a fé e a cultura
Página 4
D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de
Lisboa, é o novo Presidente eleito para um
mandato de três anos
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
21 de Abril de 2011
Lemos para os nossos leitores (LIII)
Domingo III da Páscoa
Quando subiu Jesus aos Céus?
Segundo os Actos dos Apóstolos,
a Ascensão de Jesus aos Céus
aconteceu 40 dias depois da sua
Ressurreição. Porém, os Evangelhos e as Epístolas dão a entender que a Ascensão se deu com a
própria Ressurreição. O biblista
Ariel Alvarez Valdés, perito em
explicar aparentes contradições da
Sagrada Escritura, diz-nos o que se
terá passado neste caso (v. revista
“Bíblica” de Maio-Junho de 2010).
As “aparições”
de Jesus ressuscitado
Os livros do Novo Testamento
referem muitas “aparições” de
Jesus ressuscitado, nomeadamente
a Maria Madalena, aos discípulos
de Emaús, a Simão Pedro, a Tiago
(o Menor), aos “Doze” Apóstolos,
a “mais de quinhentos irmãos”
(1Cor 15-8) e por fim a Saulo quando perseguia os cristãos em
Damasco.
Ora os Apóstolos, depois da morte
de Judas, só voltaram a ser “os
Doze” (como se diz na referida carta
aos Coríntios), após a eleição de S.
Matias, que os Actos situam depois
da Ascensão (Act 1.15.26); além
disso, uma aparição “a mais de 500
irmãos de uma só vez” só poderia
acontecer depois do Pentecostes,
quando os cristãos começaram a
crescer em número; por fim, a
“aparição” de Jesus que levou a
converter Saulo no Apóstolo Paulo
só ocorreu cerca de dez anos
depois da Ressurreição de Jesus.
Note-se que aparece sempre, nestes e noutros casos, a mesma
expressão “aparição”.
Por sua vez os Evangelhos, as
Cartas de S. Paulo aos Romanos,
aos Filipenses e a I aos Tessalonicenses, a I de S. Pedro, a Carta
aos Hebreus e até o Apocalipse dão
a entender que a Ascensão se deu
no próprio dia da Ressurreição, que
celebramos solenemente no Domingo de Páscoa.
Assim o entendeu a Igreja até ao
século IV: Tertuliano, Hipólito,
Eusébio, Atanásio, Ambrósio,
Jerónimo afirmam que a Ressurreição e a Ascensão ocorreram no
mesmo dia. Este último Padre da
Igreja ensinava que “o domingo é
o dia da Ressurreição, por isso se
chama Dia do Senhor, porque neste
dia o Senhor subiu vitorioso ao
Pai”.
Porque mudou a ideia?
Porque dirá o livro dos Actos que a
Ascensão aconteceu 40 dias depois da Ressurreição? Em primeiro
lugar, tenha-se em conta que, na
Sagrada Escritura, o número 40 é
simbólico, utilizado para significar
uma “mudança” de um período
para outro, o “fim” duma geração e
início de outra. Além disso, tenhase em conta que S. Lucas escreveu
os Actos dez anos depois da morte
e ressurreição de Jesus Cristo,
numa altura em que bastantes
cristãos ainda pensavam que Jesus
ressuscitado continuaria presente
na terra para libertar o povo de Deus
do domínio romano. Como se refere
numa Carta aos Tessalonicenses
(IITes 3,10-12) escrita por essa
altura, muitos fiéis não saiam a
anunciar o Evangelho nem sequer
a trabalhar, na expectativa da
intervenção de Jesus como libertador temporal.
Assim, Lucas, teve a ideia de
declarar nos Actos que o tempo de
Jesus na terra tinha terminado,
propondo a ideia simbólica de
quarenta dias depois da sua Ressurreição, descrevendo a Ascensão
como acontecimento histórico no
monte das Oliveiras. Socorreu-se
de outras imagens bíblicas como a
subida aos Céus de Henoc (Gen
5,24), Elias (2Rs 2,1-13), Esdras e
Baruc (estes dois nos livros apócrifos). Os Actos concluem o
episódio da Ascensão com a repreensão feita pelos anjos: “Homens
da Galileia, que fazeis a olhar para o
céu?”
Lucas quis assim dizer que, ao
“desaparecer” o Senhor, devia
“aparecer” a Igreja. E, a seguir, com
o relato da descida do Espírito
Santo na manhã de Pentecostes,
refere como a Igreja se lançou
generosamente na expansão do
Reino de Deus iniciada por Jesus.
+ Manuel Franco Falcão,
Bispo emérito de Beja
Simpósio teológico-pastoral em Fátima
com inscrições
abertas
“Adorar Deus em espírito e verdade
- Adoração como acolhimento e
compromisso” é o título do Simpósio teológico-pastotal marcado
para 24 a 26 de Junho, no Santuário
de Fátima.
Os trabalhos decorrerão na capela
da Morte de Jesus, na igreja da
Santíssima Trindade. As inscrições
para participação já estão abertas.
Entretanto, porque neste ano
pastoral se pretende recordar as
aparições do Anjo em Fátima, em
1916, o Santuário de Fátima organizou no dia 31 de Março, a evocação da primeira aparição, que veio
preparar os corações dos três
videntes para as aparições de
Nossa Senhora.
Ano A
8 de Maio de 2011
I Leitura
Actos 2, 14.22-33
Esta leitura é uma passagem da primeira pregação de S. Pedro. Na longa
citação do salmo 15 o Apóstolo entrevê o anúncio da Ressurreição do Senhor.
De facto, é à luz da Ressurreição que toda a palavra da Sagrada Escritura
encontra a sua completa significação, particularmente a do Antigo Testamento.
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e
falou ao povo: «Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, foi um
homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que
Deus realizou no meio de vós, por Seu intermédio, como sabeis. Depois de
entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a
morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitouO, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sobre
o seu domínio. Diz David a Seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha
presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e a
minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo. Vós não abandonareis
a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a
corrupção. Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa
presença’. Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca
David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nõs.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um
descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, viu e proclamou
antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na
mansão dos mortos, nem a sua carne sofreu a corrupção. Foi este Jesus que
Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado
pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele
derramou, como vedes e ouvis».
Salmo Responsarial
Salmo 15 (16)
Refrão: Mostrai-me, Senhor, o caminho da vida.
II Leitura
1 Pedro 1, 17-21
O que S. Pedro pregou logo no dia de Pentecostes foi o mesmo que ele escreveu depois
às Igrejas. Nós somos hoje essas Igrejas de Cristo, espalhadas por todo o mundo, mas
todas radicadas na mesma fé em Cristo Jesus, o nosso Cordeiro pascal.
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Caríssimos: Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga
cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste
mundo. Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que
fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais, mas pelo
sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha, predestinado
antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória,
para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
Evangelho
Lc 24, 13-35
Tal como na aparição aos discípulos de Emaús, em cada celebração eucarística Jesus
está connosco, explica-nos as Escrituras e faz-nos ver o que nelas se refere a Ele,
preside à fracção do pão, que é a Eucaristia, e nela Se nos dá a conhecer e nos enche
de alegria pascal.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Dois dos discípulos de Emaús iam a caminho duma povoação chamada Emaús,
que ficava a sessenta estádios de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o
que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e
pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O
reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós
pelo caminho?» Pararam entristecidos: E um deles, chamado Cléofas, respondeu:
«Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias». E
Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os
príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à
morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel.
Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas
mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aprecido uns
Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Mas a Ele não o viram». Então Jesus disselhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que
os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na
sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando por todos os Profetas,
explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto
da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles
convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a
terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à
mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento
abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro: «Não nos ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze
e os que estavam com Ele, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressusctitou e
apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O
tinham reconhecido ao partir o pão.
OPINIÃO
21 de Abril de 2011
Notícias de Beja – 3
Baptismo e a vivência da Páscoa
Os jornais falaram, nas últimas
semanas, de pedidos pessoais de
alguns cristãos que se tornaram
ateus e já não querem ser baptizados. Por isso, exigem que os seus
nomes sejam retirados dos livros
oficiais da Igreja. Aqui há anos eram
emigrantes na Alemanha que, para
não pagarem o imposto de religião,
declaravam, por escrito, que já não
eram católicos, nem sequer religiosos. Esta declaração era comunicada às dioceses de origem, causando fortes engulhos aos signatários quando, nas férias, voltavam
à sua terra para baptizar os filhos
ou se credenciarem, eles próprios,
a actos religiosos que lhes dessem
prestígio local.
Nada disto é para admirar, mas, antes,
para fazer reflectir a Igreja sobre a
atenção dada à pastoral dos sacramentos e à fé exigida para os
poder celebrar. Não admira que
pessoas, baptizadas em criança e sem
qualquer iniciação ou catequese
posterior, concluam que serem
julgadas cristãs pelos outros ou
pelas estatísticas não tem qualquer
lógica e, por isso, digam que “já não
querem ser baptizados”.
Ninguém pode deixar de ser filho dos
pais que o geraram. Pode desconhecer os pais, renegá-los, envergonhar-se deles, tornar-se voluntariamente filho pródigo, mas os pais
serão sempre, por gosto ou a contra
gosto, os seus pais. A fé cristã crê e
ensina que o Baptismo é um “novo
nascimento”. Por ele se adquire uma
filiação espiritual irreversível, com
direitos e deveres próprios. Também
esta se pode desprezar ou menosprezar, mas o Baptismo perdura.
Declara-se no livro próprio que a
pessoa abjurou da sua condição de
cristão, mas dentro dela persiste a
capacidade de um regresso livre e
libertador à casa paterna. Deus quer
ser amado em espírito e em verdade
e por um acto livre de quem acredita.
Por isso, a Igreja não pode deixar de
respeitar quem declara descrer de
Deus e, ao mesmo tempo, interrogarse porque motivo isso acontece e
qual a culpa que lhe pode caber em
tais situações.
Os tempos de cristandade ou de
transmissão e vivência sociológica
da fé e da vida religiosa, pessoal e
comunitária, esvaneceram-se. Ainda há pais, crentes convictos, que
pedem o Baptismo para os seus
filhos ainda crianças. Outros, ao
fazê-lo, não saem da sua tradição e
pedem-no por motivos religiosamente muito débeis. O que era
habitual foi-se tornando mais raro
e, por isso, o número de baptismos
de crianças diminui sensivelmente.
A Igreja, há mais de três décadas,
despertou para a preparação dos
pais para o Baptismo dos filhos
bebés. O direito de todos poderem
ser baptizados implica o dever de
que este sacramento se celebre com
determinadas condições, sendo a
mais importante a garantia de a
criança poder ser educada fé cristã.
Esta garantia implica, antes de mais,
os pais e outros familiares, como
os avós e os padrinhos, e, também,
a própria comunidade cristã. No
contexto em que vivemos, verificase que, em muitos casos, esta
garantia moral é mínima, senão
mesmo nula, não obstante as promessas feitas. O resultado está à
vista: as comunidades encheramse de pagãos, pela sua vida e rara
adesão à fé e ao magistério da
O canto de certos pássaros...
na política à portuguesa
Por estes dias – sobretudo por
ocasião dos discursos do ’25 de
Abril’ e numa entrevista do primeiro
ministro – fomos escutando como
vozes de fundo alguns pássaros a
manifestarem a sua presença. Se o
melro em Belém era um tanto difuso
e até melodioso, o grasnar do
ganso em São Bento parecia de mau
agouro.
Será que agora as aves vieram dar
voz – concordante ou dissonante
– aos discursos e entrevistas dos
nossos políticos? Será que os
animais também manifestam o seu
desagrado aos criadores e alimentadores da crise no nosso país?
Será que teremos de encontrar
quem tente descodificar estas
preocupações do ‘nosso’ mundo
animal?
= Quem (nos) fala (ainda)
verdade?
Caminhamos a passos rápidos para
a resfrega eleitoral, surgindo já os
baixos ataques... mesmo às condições de carácter, as insinuações... sobre o feito ou mal-feito,
as provocações (pretensamente)
ideológicas... mas que disfarçam as
pretensões de uns, de outros, de
tantos e da maioria...
Num país onde quem mais mente
mais ganha, começa a ser enfadonho que tente legitimar-se no
poder – antes, durante ou depois –
quem pouco fez ou tem feito para o
merecer. O quadro partidário sofre
todo ele de miopia social, pois, uma
grande parte, talvez nem saiba
quanto custa uma carcaça de pão
ou um litro de leite... embora reclame
a continuidade do ‘estado social’...
endividado, subsidio-dependente e
falido.
Num país onde todos tentam viver
do Estado... embora fugindo o mais
possível ao pagamento de impostos, torna-se irrisório ver como
certas figuras se apresentam (quase) impolutas, quando foram elas
quem nos levaram à ruína... alegremente, isto é, com festas e
comícios, discursos e promessas
ocas e irrealizáveis.
- Quem foi que criou mais desemprego, despesismo e falência de
empresas? Ainda merecerá legitimamente o nosso voto?
- Quem nos tentou dizer que tudo
corria bem (económica e financeiramente) e escondeu as (verdadeiras) contas à fiscalização
europeia e aos seus concidadãos?
Ainda poderá honestamente pretender governar-nos?
- Quem afundou o país no descrédito perante as instituições financeiras, não terá vergonha de continuar a arremeter contra o povo
indefeso e esfomeado?
Bem razão têm os pássaros para
nos irem dando música – suave ou
arrepiante – pois os homens da
política infernizam a nossa vida com
tantos arremedos de mal-crença.
= Tomar posição: votar, escolhendo
Foi com alguma perplexidade que
ouvimos um tal senhor sabido em
leis e prolixo de palavras, vir dizer
que tínhamos de fazer ‘greve à
cidadania’, não votando nas pró-
ximas eleições. Outros alvitraram
que seria melhor ‘votar em branco’,
tentando com isso dizer da discordância para com os intérpretes
actuais da política portuguesa.
Também aqui nos parece haver um
certo oportunismo hipócrita, pois
o voto, sendo arma do povo, tem
de definir opções e não meras
achegas de quase cobardia... em
jeito de ‘nim’, isto é, nem sim nem
não... talvez, nada!
Desculpem a ousadia: não quero ser
governado por pessoas que mentem, que não assumem os seus
erros e que tentam assobiar para o
lado quando as coisas correm mal,
não assumindo, efectivamente, as
responsabilidades sobre o estado
do país e da sua economia, da sua
cultura e mesmo da dimensão
sócio-espiritual... mais sublime dos
nossos antepassados. Temos
heróis e santos que merecem respeito e veneração!
Mais do que continuar a idolatar o
‘velho do Restelo’ ou a carpir sobre
enfermos em decomposição, é
chegada a hora de sabermos discernir quem pode recuperar este
país, dar espaço à valorização da
pessoa humana e reduzir ao mínimo
o peso do Estado na economia,
pois já basta de tanta mentira... e
cumplicidade na desgraça.
De pouco adiantará tentar enganar
o povo com pios – são das aves e
não das fés – agoirentos, pois a
verdade liberta e faz-nos ser e viver
livres. Podem contar connosco!
Sílvio Couto
Igreja, todos eles baptizados em
criança.
Quando na Igreja se introduziu o
Baptismo de crianças, filhas de pais
cristãos e a seu pedido, o ambiente
social e religioso era outro. No
início, o Baptismo era recebido por
adultos convertidos à fé em Jesus
Cristo. Daí a exigência do caminho
catecumenal em ordem à conversão
pessoal. Um caminho que podia ser
moroso e longo. Ao generalizar-se
o Baptismo das crianças, o catecumenato foi entrando em desuso.
Em meios cristãos, a conversão
considerava-se normal, pelo facto
de a família cristã ser o meio propício
para iniciar e educar na fé, levando
as crianças à participação nos actos
de culto e à prática do Evangelho
na vida do dia-a-dia.
A Igreja multiplicou agora as
exigências para celebrar o Baptismo,
restaurou o catecumenato, avivou
a ligação do Baptismo à Páscoa de
Cristo, com todo o significado que
este comporta. O Baptismo é, na
vida de um cristão, o primeiro
acontecimento pascal e o mais
determinante num itinerário de fé,
sério e consequente. Se isto não se
explica, não se compreende e não
se aceita, o Baptismo não passa de
um acto social e de um rito religioso,
sem exigências nem consequên-
cias. Assim, a Igreja, a família dos
baptizados, vai perdendo para
muitos o seu significado, bem como
a consciência da sua missão no
mundo.
Sempre a renovação da vida cristã
partiu e partirá da descoberta e da
vivência do Baptismo. Repensar a
missão evangelizadora, num mundo
secularizado e laico, obriga a
repensar costumes e tradições que
perderam, para muita gente, o seu
sentido, mas que o povo e alguns
responsáveis parece considerarem
ainda como um caminho pastoral
normal. Justifica-se este costume
de séculos de baptizar crianças sem
garantia séria de educação cristã?
Justifica-se que se baptize com uma
preparação diminuta um adulto que
se dispõe apenas, por alguma razão,
a casar na Igreja? Justifica-se a
apatia pastoral ante o número
crescente de baptizados que abandonam a comunidade cristã, ou nela
vivem, de modo consciente e
deliberado, em contradição com a
fé e o Evangelho de Jesus Cristo?
Perguntas incómodas, ao lado de
outras, que não permitem adiar por
mais tempo respostas necessárias
e urgentes.
António Marcelino,
Bispo emérito de Aveiro
Seis medidas para atenuar
a pobreza
A Caritas Portuguesa endereçou a
16 partidos políticos uma carta com
seis medidas, “modestas” e “pouco
dispendiosas”, “indispensáveis
para que a política esteja ao serviço
de todas as pessoas”.
A primeira das “linhas de ação” de
“alta prioridade” incluída na missiva a que a Agência ECCLESIA teve
hoje acesso consiste na “defesa do
Estado Social”, mesmo que essa
opção implique a diminuição temporária dos apoios aos mais ricos.
“Não nos repugna que os detentores de rendimentos mais altos
vejam reduzidos os seus níveis de
proteção, durante algum tempo;
mas não podemos admitir que
sejam sacrificadas as pessoas de
mais baixos rendimentos”, refere o
documento assinado por Eugénio
Fonseca, presidente da instituição
de apoio social pertencente à Igreja
Católica.
O texto, com data de 20 de abril,
refere que apesar de todos os
partidos representados na Assembleia da República serem favoráveis
ao Estado Social, “digladiam-se”
acerca da sua natureza, o que
“afeta perigosamente o país, com
maior incidência nos estratos mais
pobres e excluídos”.
A organização de uma “rede básica
de proteção social”, assente nas
pessoas “marginalizadas pelo quadro de direitos em vigor” e pelas
que “cooperam diariamente na
procura de soluções diretas e
imediatas”, constitui a segunda
medida preconizada pela Caritas.
Os cooperantes, “mais ou menos”
organizados em “grupos de voluntariado social de proximidade”,
deveriam dispor de “acesso regular
a instituições particulares e aos
diferentes organismos públicos
especializados”, que remeteriam os
“problemas sem solução” para
órgãos do poder autárquico, regional e central, com vista à “obtenção
de soluções rápidas”, ainda que
provisórias, e a preparação das
mais definitivas.
A missiva defende que a Assembleia da República deve dar “execução às suas resoluções sobre a
pobreza, adotadas em 2008”, e
reativar o ‘Pacto de Cooperação
para a Solidariedade’.
A carta advoga a criação do ‘Criemprego’, sistema de criação de
trabalho “sobretudo por cooperativas e empresas privadas de pequena dimensão”, mediante a
“difusão sistemática de oportunidades de negócio” e a formação
de “uma ou várias cadeias de
comercialização”.
A Caritas recomenda a constituição
de “parcerias de corresponsabilidade”, nomeadamente na habitação, tendo em conta “as amortizações em dívida por inúmeras
famílias”, e no âmbito da educação,
relativamente ao pagamento de
despesas escolares.
ACTUALIDADE
4 – Notícias de Beja
21 de Abril de 2011
D. Jorge Ortiga na Assembleia Plenária dos Bispos, em Fátima:
“É importante que nas campanhas eleitorais se debata o estado da
sociedade portuguesa com ideias claras e propostas autênticas que
visem solucionar os problemas estruturais do país ”
Ao terminar a minha presidência na
CEP, saúdo o Sr. Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, em sinal
de profunda comunhão com Sua
Santidade o Papa Bento XVI.
Acolhemos, com alegria, D. Pio
Alves e D. Virgílio Antunes, como
novos membros do Colégio Episcopal. Recordamos, com gratidão,
a boa memória de D. Júlio Tavares
Rebimbas e de D. José dos Santos
Garcia.
A Assembleia Plenária situa-nos
perante a responsabilidade histórica de prosseguir o projeto de
repensar a pastoral da Igreja em
Portugal. A fidelidade à missão e a
gravidade da situação atual colocam-nos diante da urgência de
discernir novos caminhos e opções
pastorais.
1. Um olhar sobre a Igreja
Histórica e culturalmente, encontramo-nos num tempo novo. Já não
bastam reajustamentos eclesiais.
Agir por simples reação também não
ajudará ao processo evangelizador.
Se João XXIII colocou a Igreja
numa dinâmica de “aggiornamento” e se Paulo VI provocou uma
nova abertura através da exortação
apostólica Evangelii Nuntiandi,
João Paulo II intuiu que a verdadeira
mudança deve conduzir nos a uma
evangelização que deve ter em
conta as novas sensibilidades e as
diversas linguagens do desenvolvimento humano.
Na Visita Ad Limina, em 2007, Bento
XVI desafiou-nos a “acolher a
mudança, perante uma alteração
cultural e sociológica de estruturas
e, particularmente, de mentalidades”. A sua visita a Portugal, há
praticamente um ano, foi uma
particular graça, pela riqueza de
orientações e desafios que nos
deixou, aos quais importa responder com esperança e com
atitudes concretas.
A missão da Igreja passa por olhar
para o mundo como um novo campo
a cultivar, dialogando abertamente
com os diversos protagonistas e
propondo a verdade e a beleza da
fé cristã. Agir como motor da
história, onde cada cristão se faz
concidadão do mundo e seguidor
fiel de Cristo, fará do Evangelho
uma proposta feliz para toda a
humanidade.
2. Um olhar
sobre a sociedade
A Igreja em Portugal não pode fugir
à responsabilidade histórica de dar
o seu contributo para que a atual
crise possa gerar uma nova cidadania, assente na participação, na
verdade e na fraternidade.
São muitos os domínios da vida
pública que precisam da firme
intervenção dos cristãos na denúncia de tudo o que coloca em causa
regime de verdadeira liberdade de
ensino. A celebração de contratos
de associação entre o Estado e as
Escolas particulares e cooperativas, no serviço público de educação que prestam, não pode ser
concebida a prazo e manter-se
apenas enquanto o ensino público
não se estende a todo o território
nacional.
Um outro domínio particularmente
relevante e delicado é o da educação sexual. Trata-se de um tema
em que entram em jogo os valores
éticos e religiosos mais íntimos e
profundos da pessoa humana e da
família. Neste âmbito é imprescindível a auscultação das famílias e o
respeito pelos seus valores.
o equilíbrio social. Movidos unicamente pelo bem comum de todos
os portugueses, particularmente
dos mais carenciados, não podemos deixar de fazer um apelo junto
das nossas comunidades para que
reforcem a sua ajuda e continuem a
acompanhar aqueles que experimentam carências de vária ordem.
A proximidade e o sentido de
partilha dos cristãos no seio das
comunidades locais são um sinal
claro da esperança que se realiza
quotidianamente.
Os tempos que se avizinham exigirão homens e mulheres à altura
dos desafios que se colocam à
nossa sociedade. É importante que
nas campanhas eleitorais se debata
o estado da sociedade portuguesa
com ideias claras e propostas
autênticas que visem solucionar os
problemas estruturais do país
(analfabetismo, desemprego, trabalho precário, fraca produção industrial, corrupção, burocracia, pobreza…). A este respeito, é fundamental que haja transparência na
apresentação das propostas e
absoluta honestidade na sua execução política. Seria insuportável
para o país se enveredássemos pela
lógica imediatista e pela apresentação de promessas enganadoras e ludibriadoras da real situação
em que nos encontramos.
Diante de tantos problemas, não
podemos ficar inertes. É dever de
todos contribuir para a solução do
problema. Impõe-se uma consciência crítica social apurada e um novo
paradigma cultural que coloque a
pessoa humana no centro das
decisões. É possível um novo
paradigma económico, à luz da
economia social cristã? Sim, é
possível uma nova “lógica económica”: a do dom, da gratuidade, da
fraternidade, da reciprocidade e da
partilha justa dos bens de uns para
com os outros.
3. Propostas para o diálogo
entre a fé e a cultura
Servir o homem é servir a ética da
vida
A missão da Igreja no mundo é
estar ao serviço da dignificação da
vida humana. É preocupante o
conjunto de medidas que pretendem regular aspetos da biologia e
da medicina com evidentes reflexos
nefastos na estrutura matrimonial
e na parentalidade. Uma legislação
avulsa, não precedida de debate e
fruto de pressões de grupos minoritários, tem marcado a agenda
política: “mudança” de sexo, adoção de crianças por casais homossexuais, maternidade de substituição (“barriga de aluguer”),
testamento vital, teoria do género,
liberalização da investigação destrutiva de embriões e criação de
embriões para fins científicos, são
alguns dos casos que colocam em
causa a ética da vida e da dignidade
humana.
Solidez e coesão da família
A solidez e a coesão da família são
o termómetro ético de toda e
qualquer sociedade, dado que é a
sua célula fundamental. As sociedades contemporâneas ocidentais,
concretamente Portugal, defrontam-se com taxas de natalidade
baixíssimas que colocam em causa
a estabilidade social, cultural e
financeira desses países.
A este respeito, não podemos
ignorar o contributo contraproducente das medidas legislativas
tomadas nos anos mais recentes,
entre as quais: a equiparação do
matrimónio às uniões de pessoas
do mesmo sexo, a facilitação do
divórcio e a consagração legal da
liberalização do aborto. Medidas
estas que enfraquecem, sem dúvida, a estrutura da família nuclear.
Não podemos resignar-nos a esta
situação. A sociedade civil precisa
de colocar a família na agenda
política, sob pena de hipotecarmos
o nosso futuro. A família necessita
de um novo enquadramento legislativo com vertentes especiais,
nomeadamente nas políticas sociais de apoio à natalidade e à
educação escolar de todas as
crianças e jovens.
Somente com base na coesão familiar é que os jovens poderão projetar
a sua vida segundo os valores do
amor, da fraternidade, da interajuda,
da partilha, da responsabilidade e
da gratuidade. Uma estrutura
familiar sólida e clara, auxiliada pelos
diversos atores sociais, originará
uma sociedade renovada. Também
aqui a Igreja poderá dar o seu
valioso contributo, porque é ampla
a sua experiência neste campo
educativo, propondo a alegria do
encontro com Cristo, eternamente
jovem, como caminho pleno de
sentido para todos os que o queiram seguir, com determinação e
paixão.
Educação
como futuro da sociedade
A missão educativa das novas
gerações é a tarefa essencial de
toda a sociedade. Não podemos
deixar de reconhecer que a família é
a primeira instituição educativa. A
postura do Estado em relação aos
direitos da educação da família é
subsidiária. O Estado deve apoiar
a família no desempenho dessa
missão, suprindo as suas lacunas
e dificuldades, mas sem nunca
pretender substituir ou dificultar a
tarefa educativa das famílias.
Embora este princípio seja universalmente reconhecido e esteja
inscrito na nossa Constituição,
hoje, em Portugal, não vigora um
A política como serviço
O momento particular que atravessamos torna oportuna a reflexão
sobre a dignidade da função política. O Papa Bento XVI é assertivo
quando afirma que “o desenvolvimento é impossível sem homens
retos, sem operadores económicos
e homens políticos que sintam
intensamente em suas consciências
o apelo ao bem comum. São necessárias tanto a preparação profissional como a coerência moral” .
Confrontar a nobreza desta função
com a incoerência ética, muitas
vezes evidenciada pelos políticos,
cria em muitos cidadãos a desilusão
e o descrédito perante a classe
política que nos vem governando.
Não é correto, porém, ceder à
tentação de condenar, indiscriminada e genericamente, os políticos
e as instituições democráticas. Mas
é preciso dizer bem alto que a
política tem de ser uma vocação de
serviço e nunca uma via carreirista
de promoção pessoal.
A situação atual exige uma consciência mais apurada do sentido do
bem comum e da sua primazia em
relação aos interesses particulares
partidários, sectoriais ou corporativos. A gravidade da crise aconselha uma ampla congregação de
esforços no sentido da sua superação. Encontrar soluções de
consenso alargado (estruturas
políticas e forças da sociedade
civil), mesmo para além das maiorias parlamentares, contribuirá para
reforçar a confiança e a esperança
dos cidadãos. Esta congregação de
esforços e a disponibilidade sincera
para obter consensos alargados
reforçarão certamente a credibilidade externa da sociedade portuguesa no seu todo.
Fátima, 2 de maio de 2011
† Jorge Ortiga,
Arcebispo Primaz de Braga
DIOCESE
21 de Abril de 2011
Coro Juvenil do Carmo, de Beja,
actuou em Fátima
Decorreu em Fátima, no dia 25/04/
2011, pelas 16H00, na Igreja da
Santíssima Trindade, o III Encontro
de Coros Infantis, promovido pelo
Santuário de Fátima e em que
participaram:
- O coral anfitrião, a “Schola
Cantorum Pastorinhos de Fátima”,
dirigido por Paulo Lameiro e interpretando A Little Jazz Mass (5
peças), de B. Chilcott, e um African
Alleluia, de J. Althouse.
- O “Coro Vox Et Communio de
Penacova”, com regência de Rodrigo Carvalho, numa Ave Maria,
de M. S. Santos, na Berceuse, de
Brahms (harm. J. Firmino), no
Cantate Domino de J. Althouse, e
no Galop, de K. Berg.
- O “Coro Juvenil do Carmo de
Beja”, com a sua maestrina Helena
Almeida, em Jesus Dulcis Memoria,
de Saint Bernardus Claraevallensis
(S. Bernardo de Claraval), História
de Nossa Senhora, texto de M.
Eusébio / A. Aparício e música de
A. Cartageno, excertos da “Cantata a Nossa Senhora da Conceição”, tex. F. Seno e música de
António Cartageno (transc. acomp.
Órgão por Jaime Branco), e La Nuit,
de J. Ph. Rameau.
- O “Coro Inf. da Casa do Povo de
St.ª Catarina da Serra” (povoação
das proximidades), com regência de
Ana R. Lopes, nas peças A Festa
das Cores, O Meu Jardim, O
Agapito e Quero Ser Amável,
todas de I. Lucília, e Caixinha dos
Bombons, de I. Sousa.
- O “Coro Feminino” da “Academia
Coral da Casa de Concertos de
Dortmund”, na Alemanha, dirigido
pelo seu maestro titular Zeljo
Davutovic.
Trata-se de um coro de jovens
raparigas com idades entre os 6 e
os 16 anos. Esta academia, com 9
anos de existência, é a maior escola
de canto da Europa e tem 30 coros
e 1300 cantores, entre os 6 e os 50
anos de idade. Além da formação
escolar geral, estudam nas várias
disciplinas de música e canto, ao
longo de várias horas do dia e da
semana, tendo três ensaios semanais de coro. Pela sua elevada
categoria e grande qualidade do
repertório, tem solicitações de toda
a Alemanha, Europa e do mundo,
com cerca de 150 concertos por
ano. Já actuaram em Beijing (Pequim), na China.
Entre as cantoras do coro estava
uma jovem portuguesa, residente
em Dortmund, filha de emigrantes,
a qual disse em português correctíssimo que vem duas vezes por ano
a Portugal.
Interpretaram uma Ave Maria, de
X. Sarasola, Salve Regina, de J.
Busto, Ave Regina Coelorum, de J.
G. Rheinberger, Lebe Wohl! (Isten
Veled!), de Bela Bartok, Annabel
Lee, de E. Ugalde, e a terminar o
bem conhecido Fly Me to the
Moon, de Bart Howard.
Os coros reuniram-se no final para
cantarem em conjunto o tema Mater
Dei, de L. Maierhofer e o empolgante Espiritual Heaven is a Wonderfull Place, ambos sob a regência
do maestro de Dortmund.
O Senhor Reitor do Santuário agradeceu a todos a participação e a elevação
estética e espiritual do evento, entregando recordações e flores.
Sem favor pode afirmar-se que o
nosso Coro Juvenil do Carmo de Beja
teve uma participação de grande
qualidade, entre os melhores, com
uma afinação rigorosa, uma manifesta sensibilidade e uma coloração
regional atentamente escutada por
todos, particularmente pelos visitantes da Alemanha.
Os nossos jovens cantores estão
de parabéns e, do mesmo modo, a
sua diligente e empenhada maestrina, sobre cuja regência escutámos elogios focados na suavidade e elegância.
Ficou garantida a continuação
desta bela iniciativa do Santuário
de Fátima.
M. ª Figueiredo
Uma Páscoa diferente em Sabóia,
Santa Clara-a-Velha e Pereiras-Gare
As paróquias de Sabóia, SantaClara-a-Velha e as comunidaes de
Luzianes e Pereiras-Gare, sob a
orientação do seu pároco Padre
Júlio tiveram o previlégio de viverem este ano de uma forma bem
diferente a Semana Santa e a
Páscoa.
A dinâmica que este sacerdote tem
vindo a exercer no seio destas
populações, utilizando formas
características de evangelização,
tem feito aproximar dos sacramentos, camadas de jovens, que até
aqui viviam afastados de Deus, não
por culpa sua, mas porque até
agora ninguém tinha tido a coragem
de lhes transmitir a mensagem.
Começando pela cerimónia do lavapés, em Sabóia, numa atitude que
colocou as pessoas a viverem em
profundidade, a humildade do
sacerdote perante os seus discípulos. Na sexta-feira da Paixão do
Senhor em Luzianes, aldeia semea-
da no fundo dum vale silencioso e
bíblico, teve lugar com personagens ao vivo uma via sacra, com as
estações ao longo das ruas, que foi
terminar no cimo de uma pequena
colina onde foi erguida a cruz de
madeira onde “Cristo” foi crucificado; e foi nesse momento bem
aproveitado pelo Padre Júlio, que
utilizando efeitos sonoros e luminosos especiais, aproveitou para
as pessoas viverem com um sentimento diferente daquele que apenas tinham conhecimento por terem
ouvido dizer.
Na vigília sábado à noite, ponto alto
na igreja de Sabóia, começando
com o acendimento do lume novo,
e com o templo completamente
cheio durante a Santa Missa foram
baptizados treze jovens, numa
cerimónia bela e cheia de significado, esta vigília só terminou altas
horas da madrugada com a saída
de toda a assemleia pelas ruas da
aldeia ao som do repicar dos sinos
e cânticos de aleluia.
Mas para que a festa da Páscoa
terminasse de uma forma inédita
quiz o Padre Júlio, que no domingo
de Páscoa na aldeia de PereirasGare antes da Santa Missa, se
fizesse o compasso, cerimónia
totalmente desconhecida na região,
assim houve a oportunidade do
Padre Júlio visitar as casas das
pessoas que quizeram receber
Cristo, que entrou em todas as
portas que nesse dia se abriram, ao
mesmo tempo que era dada a cruz a
beijar e a casa aspargida com água
benta.
Obrigado Padre Júlio por esta
iniciativa que nos ajuda na nossa
conversão, e pos estes sinais que
os jovens de certo não vão esquecer.
Ermesindo Manuel da Silva,
Pereiras-Gare, Abril de 2011
Notícias de Beja – 5
XXVI Dia Mundial
da Juventude em Beja
Mais um ano, mais um Dia Mundial
da Juventude. Como tem sido
habitual, o Dia Mundial da Juventude realizou-se no Seminário de Beja
que nos recebe e acolhe sempre
muito bem. Este ano, no passado dia
16 de Abril, o tema proposto foi
“Enraizados e edificados em Cristo,
firmes na fé”, que será o tema da
Jornada Mundial da Juventude, em
Madrid. Também neste dia se prestou
homenagem a uma das maiores
figuras da Igreja do nosso século: o
Papa João Paulo II.
Por volta das 9h30m começaram a
chegar os cerca de 60 jovens representando os arciprestados da nossa
Diocese. Iniciou com o acolhimento,
com cânticos, muita música e alegria,
para os jovens abrirem o coração para
partilhar com os outros jovens o que
este dia lhes iria reservar.
As actividades correram com norma-
lidade, sempre muito interessantes e
os jovens também interessados e
empenhados.
Tenho que dar os parabéns à organização, à Equipa da Pastoral Juvenil.
Penso que o dia correu muito bem e
que a Equipa esteve à altura, proporcionando não só momentos de
oração e de interiorização, mas
também momentos de aprendizagem
sobre o Papa João Paulo II que nos
alertou para a sua vida e o seu
itinerário, pois nem todos os jovens
conheciam a vida deste homem,
agora já beatificado.
Mais um ano e mais um Dia Mundial
da Juventude, aqui em Beja, que não
vou esquecer e que vou guardar na
minha memória, como um dia bem
passado, junto de pessoas alegres e
que amam a Deus e não têm medo de
o afirmar.
Miguel Inácio, Odemira
Aljustrel celebrou
festivamente a Páscoa
Aljustrel, viveu com grande intensidade a Semana Santa. Este ano, a
Procissão de Ramos, teve inicio no
Santuário de Nossa Senhora do
Castelo, situado no cimo do monte
com o mesmo nome. Na Terça feira
Santa, foi projectado na Igreja de
Nossa Senhora das Dores, o filme
“A Paixão de Cristo”, de Mel
Gibson, um momento intenso, onde
se pode ver e sentir, a humanidade
sofredora de Jesus, e a sua entrega
na cruz. Na Quinta Feira Santa,
celebrou-se a Missa Vespertina da
Ceia do Senhor, seguida de oração
junto do Santíssimo, até à meia
noite. Na Sexta Feira da Paixão, de
manhã, recitaram-se as Laudes, na
Igreja Matriz, e, ao final da tarde,
pelas 18h00, teve lugar a Celebração da Paixão do Senhor, com a
adoração da Cruz. À noite, como
acontece de dois em dois anos, nos
anos ímpares, teve lugar pelas ruas
de Aljustrel, a Via-sacra ao vivo,
onde mais de trinta personagens
se vestiram a rigor, para se reviver,
para se encenar os momentos
dolorosos da Paixão do Senhor, o
caminho sagrado que Jesus percorreu ate ao calvário. A Via-sacra
terminou no cimo do monte de
Nossa Senhora do Castelo, com a
crucifixão, morte e ressurreição de
Jesus. Foram muitos aqueles que
se associaram a esta caminhada,
que foi uma oração vivida por
todos, em clima de meditação, cujo
silêncio o demonstrava. As celebrações do Sábado Santo, como na
sexta-feira, iniciaram-se com a
oração de Laudes na Igreja Matriz,
e à noite a Solene Vigília Pascal,
presidida pelo Pároco, Pe Paulo do
Carmo. Participaram nesta, as
comunidades paroquiais de Aljustrel, Rio de Moinhos, S. João de
Negrilhos e Entradas, uma assembleia de comunhão, unida na
mesma fé, no mesmo Senhor. Os
representantes das comunidades,
que têm o mesmo Pároco, levaram
para as suas Paróquias os Círios
Pascais, a luz que representa Cristo
vivo, Cristo luz do mundo, luz que
ilumina o seu povo, a sua igreja.
Domingo de manhã, dia de Páscoa
da Ressurreição do Senhor, teve
lugar como vem sendo hábito há
vários anos, a bênção dos alimentos das comunidades de emigrantes do Leste. Ao meio dia, a
Igreja Matriz estava repleta de fiéis
de Aljustrel, Messejana, Lisboa,
Vale de Santiago e de outras
Comunidades, para a celebração da
Eucaristia do Domingo de Páscoa
da Ressurreição do Senhor. Foram
baptizadas duas crianças, uma de
Messejana e outra de Aljustrel. No
final da Eucaristia, o Coro Paroquial, acompanhou o Pároco até ao
Adro da Igreja, para aí permanecer
interpretando cânticos pascais, enquanto o Pe Paulo cumprimentava
à saída da igreja, todos os que participaram em tão festiva celebração.
Tiago Pereira
PATRIMÓNIO
6 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
21 de Abril de 2011
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
Santiago do Cacém acolhe o Diádoco dos Helenos
Príncipe Pavlos da Grécia preside
à entrega do Prémio Internacional Terras sem Sombra
O Festival Terras sem Sombra de
Música Sacra, uma iniciativa do
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de
Beja, levada a cabo em parceria com
as principais instituições e forças
vivas do Baixo Alentejo, visa
dinamizar a participação da sociedade civil na salvaguarda dos
monumentos religiosos deste território, sem esquecer a paisagem e
os valores culturais e naturais que
lhes estão associados.
Entre as novidades introduzidas
pela organização do Festival em
2011 conta-se a criação do Prémio
Internacional Terras sem Sombra,
cuja missão é distinguir personalidades ou entidades que tenham
prestado notáveis serviços, ao longo
da sua carreira, à comunidade
internacional, nos domínios da
Música, da conservação do Património e da defesa da Biodiversidade.
No ano em curso o patrono do
Prémio Internacional Terras sem
Sombra é S. A. R. o Diádoco Pavlos,
Príncipe da Grécia e da Dinamarca e
Duque de Esparta. A escolha do júri
distinguiu a soprano norte-americana Cheryl Studer, na categoria de
Música; a Pontifícia Academia
Romana de Arqueologia, uma instituição duplamente centenária da
Santa Sé, na categoria de Património
Cultural; e o eminente oceanógrafo
português Prof. Mário Ruivo, na
categoria de Biodiversidade.
O príncipe Pavlos presidirá à
cerimónia pública de entrega dos
galardões que irá ter lugar na igreja
matriz de Santiago do Cacém, a 7
de Maio, pelas 17h30. Estarão
igualmente presentes, entre muitas
outras figuras, o Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, SS. AA.
RR. os Duques de Bragança, D.
Duarte e D. Isabel, o Prof. Diogo
Pires Aurélio, Assessor do Presidente da República para os Assuntos Culturais, o Prof. Eduardo de
Arantes e Oliveira, Presidente da
Academia das Ciências de Lisboa,
e o Prof. António Lamas, Catedrático da Universidade Técnica de
Lisboa.
A sessão é aberta a todos os
interessados, até à lotação da igreja,
pelo que se recomenda a reserva
de lugar, pelo tel. 962 414 521.
Uma grande voz da cena
mundial
A soprano Cheryl Studer iniciou
estudos de piano e viola muito
jovem. Diplomou-se pela Academia
de Arte de Interlochen e prosseguiu
estudos no Conservatório de Ober-
Prof. Mário Ruivo
A soprano Cheryl Studer
lin e na Universidade do Tennessee
em Knoxville. O seu talento promissor atraiu a atenção de Leonard
Bernstein que lhe ofereceu diversas
bolsas de estudos para frequentar
o Berkshire Music Center em Tanglewood (1975-77). Estreou-se em
1976 com Matthäus-Passion de J.
S. Bach, com a Orquestra Sinfónica
de Boston, sob a direcção de Seiji
Ozawa, que a convidou a regressar
para uma série de concertos em
Boston (1978-79).
Depois de uma bem-sucedida
audição para Wolfgang Sawallisch,
integrou a Companhia da Ópera de
Munique em 1980. Os seus primeiros desempenhos em Munique
começaram por ser os pequenos
papéis mozartianos, straussianos e
wagnerianos. Permaneceu em Munique durante dois anos e aí interpretou os papéis de Marenka (A
noiva vendida) e integrou de
seguida as companhias do Staatstheater de Darmstadt (1982-84) onde
cantou Desdemona, Tatiana, Katiá
Kabanová, e da Deutsche Oper de
Berlim (1984-86), onde cantou
Donna Anna.
Interpretou a sua primeira Violetta
em 1983 no Staatstheater de Braunschweig e, no mesmo ano, foi convidada para cantar Irene (Rienzi) no
Festival de Ópera de Verão em
Munique. Estreou-se nos EUA em
1984 no papel de Micaela (Carmen)
na Lyric Opera de Chicago. Embora
recolhesse então êxitos regulares,
foi em 1985 que se tornou o centro
das atenções a nível internacional
com a interpretação de Elisabeth
(Tannhäuser) no Festival de Bayreuth, sob a direcção de Giuseppe
Sinopoli.
Desde então tem cantado nos
principais teatros do mundo inteiro:
Liceu de Barcelona (estreia em 1986,
Freia), Opéra de Paris (estreia em
1986, Pamina), Ópera de San Francisco (estreia em 1986, Eva em Die
Meistersinger Von Nürnberg),
Royal Opera House (estreia em
1987, Elisabeth), Scala de Milão
(estreia em 1987, Requiem de Verdi,
Donna Anna), Metropolitan Opera
de Nova Iorque (estreia em 1988,
Micaela), Staatsoper de Viena
(estreia em 1989, Chrysothemis),
Opernhaus de Zurique (Arabella),
Semper Oper de Dresden, Staatsoper de Hamburgo, Staatstheater
de Nuremberga, Staatstheater de
Estugarda, Ópera de Bona (Semiramide), Ópera Nacional de Lyon,
Ópera de Nice (Daphne), Ópera de
Rouen, Théâtre du Châtelet, Teatro
Municipal do Rio de Janeiro, Ópera
de Filadélfia (Lucia di Lammermoor) e Pequim.
Dois séculos ao serviço do
património
A Pontifícia Academia Romana de
Arqueologia foi fundada em 1810,
durante a administração napoleónica de Roma, por iniciativa do
filósofo e estadista Barão JosephMarie de Gerando. Surgiu na continuidade de uma vasta série de
instituições consagradas à salvaguarda dos monumentos da Cidade
Eterna que se iniciou com a Academia Romana, criada por Pompónio
Leto no século XV, e culminou com
a Academia das Antiguidades
Romanas, estabelecida pelo papa
Bento XIV em 1740. A sua insígnia
ostenta o templete dito de Vesta,
no Foro Boario, o primeiro monumento a ser escavado pelo governo
francês e que se tornou o distintivo
académico. Completa-o o mote “In
apricum proferet”.
Tem como missão promover o
estudo da Arqueologia e da História da Arte Antiga e Medieval, sem
limites geográficos, mas dedicando
particular atenção aos territórios
que pertenceram ao antigo império
romano. Ocupa-se também, de uma
O Palácio da Chancelaria, em Roma, sede da Pontifícia Academia
de Arqueologia
maneira especial, dos monumentos
arqueológicos e artísticos sob a
administração da Santa Sé, que
ajudou a preservar e a valorizar em
diversas circunstâncias. Entre os
seus membros contaram-se figuras
tão ilustres como o escultor Antonio Canova, o arqueólogo Giovanni Battista de Rossi ou o
historiador Gaetano De Sanctis.
A Academia desenvolve a sua
acção ao serviço do progresso do
conhecimento e do desenvolvimento da cultura através de
comunicações, conferências, publicações, concursos e outras
iniciativas. Fá-lo com um nível
científico notável, recolhido no
proémio dos seus estatutos, datados de 1813: “la Storia né convince, né s’imprime abbastanza se
non è consolidata e non si fa
visibile se non che coi monumenti”.
Isto mesmo foi reconhecido pelo
Instituto Arqueológico Alemão ao
atribuir-lhe, em 1979, a medalha
Winckelmann, o mais prestigiado
galardão internacional neste
domínio.
Uma referência da
oceanografia internacional
Marcado pela importância do Oceano para o futuro da humanidade, o
trajecto do Prof. Mário Ruivo
começou na Universidade de Lisboa, onde se formou em Biologia. É
Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores. Na sequência da sua especialização em
Oceanografia Biológica e Gestão de
Recursos Vivos (Sorbonne/Laboratório Arago), participou nos
primeiros mergulhos em águas
profundas portuguesas no Bathyscaphe FNRS III (1957).
A par de um período activo de
investigação na costa portuguesa,
no Mediterrâneo e no Atlântico
Noroeste sobre recursos vivos
numa perspectiva ecológica e de
gestão racional dos “stocks” pesqueiros, participou como perito/
delegado português em organizações internacionais (ICES,
ICNAF, etc.).
Foi Director da Divisão de Recursos Aquáticos e do Ambiente/
Departamento de Pescas da FAO
(Roma), Secretário Executivo e VicePresidente da COI/UNESCO (Paris),
Conselheiro Científico da EXPO’98,
Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos,
Membro da Comissão Estratégica
dos Oceanos, Professor Catedrático Convidado da Universidade
do Porto/ICBAS.
Preside actualmente á Comissão
Oceanográfica Intersectorial do
MCTES, do Conselho Nacional do
Ambiente e do Desenvolvimento
Sustentável, e do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar. É
autor de numerosas publicações
científicas nas áreas da Oceanografia Biológica, Ecologia e Gestão
dos Recursos Pesqueiros, bem
como de estudos, ensaios e artigos
sobre Política e Governação do
Oceano, Cooperação Internacional
em Assuntos do Oceano, Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável,
Ciência, Sociedade e Ética.
Tem participado em actividades
cívicas e de divulgação e sensibilização pública a um desenvolvimento sustentável e aos
assuntos do mar com vista a uma
governação responsável do Oceano. Foi agraciado com ordens
honoríficas nacionais e estrangeiras e foram-lhe atribuídos outras
distinções e prémios.
SOCIEDADE
21 de Abril de 2011
Notícias de Beja – 7
Coimbra tem novo bispo nomeado
D. Virgílio Antunes é ordenado,
a 3 de Julho, no Santuário de Fátima
O reitor do Santuário de Fátima é o
novo bispo de Coimbra, nomeado
pelo Papa Bento XVI, sucedendo
assim a D. Albino Cleto.
O padre Virgílio do Nascimento
Antunes, de 49 anos de idade, é
natural de São Mamede, na Batalha,
e todo o seu percurso vocacional
e de fé tem estado até agora ligado
à Diocese de Leiria-Fátima.
Começou por frequentar o Seminário Menor de Leiria, completando o curso Filosófico-Teológico
no Instituto Superior de Estudos
Teológicos de Coimbra. Em 1985,
depois da sua ordenação sacerdotal, desempenhou funções pastorais nas paróquias da Barreira e
das Cortes, durante sete anos.
No mesmo período, foi ainda formador no Seminário Diocesano de
Leiria e membro do Secretariado
Diocesano da Pastoral Vocacional;
e lecionou disciplinas como Religião, Português e História, do
ensino secundário.
Em 1988, avançou com o projecto
do Pré-Seminário na Diocese,
tendo sido o seu primeiro
responsável.
Entre 1992 e 1996, especializou-se
em ciências bíblicas, no Instituto
Bíblico de Roma e na Escola Bíblica
de Jerusalém, tendo obtido o
mestrado e licenciatura canónica
em Exegese Bíblica, com uma investigação dedicada ao Evangelho de
São Lucas.
No final deste período de estudos,
regressou à Diocese de Leiria
Fátima para ocupar o cargo de
reitor do Seminário Diocesano de
Leiria.
Até 2005, dedicou-se a projectos
como o desenvolvimento do “Ano
Propedêutico” para candidatos ao
sacerdócio de diversas dioceses do
país e a formação de seminaristas,
através de cursos, conferências e
retiros. Assumiu ainda a planificação e remodelação do edifício
do Seminário Diocesano de Leiria,
com um conjunto de obras que
ficaram recentemente concluídas.
O padre Virgílio Antunes desenvolveu ainda um trabalho na área
da comunicação, entre 2000 e 2005,
como director do jornal semanário
“O Mensageiro”, onde tinha também uma coluna de opinião.
Desde Setembro de 2008, tinha
abraçado a função de reitor do
Santuário de Fátima, já depois de
ali ter colaborado, durante três
anos, como capelão, director dos
serviços de Peregrinos e de Alojamentos, membro do Serviço de
Ambiente e Construções, do Conselho de Administração e do Conselho de Gestão Financeira. No
exercício daquelas funções, foi
responsável por diversos projectos, para remodelação de infraestruturas e a promoção e divulgação da mensagem de Fátima, com
destaque para o arranque das
celebrações do centenário das
aparições de Nossa Senhora de
Fátima.
Coordenou ainda a visita de Bento
XVI ao Santuário, no seguimento
da vinda do Papa ao nosso país,
em maio do ano passado. A ordenação do novo bispo de Coimbra
está marcada para dia 3 de julho, e
terá lugar no Santuário de Fátima.
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175
Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486
Quartas-Feiras
Cardio Luxor
Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338
SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO
& FILHOS, LDA
Instituições de Solidariedade
Social reclamam competências
As instituições sociais reclamam
junto das forças políticas a criação
de condições legais, financeiras e
estruturais que permitam ao setor
solidário continuar a ser, cada vez
mais, uma «mola amortecedora
contra o desânimo».
Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), os
portugueses começam agora a
“tomar consciência do volume de
serviço” que as instituições sociais
prestam e “da necessidade de
continuarem a prestar este serviço”, depois de “bastantes anos”
serem olhadas apenas como “um
conjunto de boa gente que ia
ocupando o seu tempo”.
“Falta agora que os decisores, em
particular, venham reconhecer a
importância deste setor e espero
que as nossas propostas sejam
vistas não como exigências exorbitantes mas como um contributo
de gente responsável” referiu o
padre Lino Maia, em declarações
prestadas hoje à Agência
ECCLESIA.
Numa altura em que os partidos
políticos preparam os seus programas para o processo eleitoral
que se realiza no próximo dia 5 de
junho, a CNIS pede, em carta aberta
às diversas forças políticas, que
esclareçam o rumo que pretendem
traçar para o Setor Solidário nos
próximos anos.
A organização reclama maior voz
para uma força solidária que, a nível
nacional, presta atualmente auxílio
a mais de 600 mil utentes, tem
intervenção decisiva em áreas
como a saúde, a ação social e a
educação, e emprega mais de 250
mil trabalhadores.
O presidente da CNIS lamenta que
“as instituições sociais não sejam
ouvidas”, em tempo de crise,
quando a troika” constituída pelo
Fundo Monetário Internacional
(FMI), Banco Central Europeu
(BCE) e a Comissão Europeia está
a promover reuniões com vários
organismos políticos, sociais e
económicos.
Defende ainda que “este setor
deveria ter assento no Conselho de
Concertação Social, ao lado do
patronato e dos sindicatos”.
Campanha de Páscoa 2011
de 31 de Março a 30 de Abril
Sinos
Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland
Relógios de Torre
Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal
Máquinas de contagem de Dinheiro
Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha
Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga
Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779
www.jeronimobraga.com.pt | [email protected]
Leia, assine e
divulgue
“Notícias de
Beja” o jornal
da Diocese
5
Maio
P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a
Contribuinte Nº 501 182 446
Director: Alberto Geraldes Batista
Redacção e Administração:
Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja
Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386
E-mail: [email protected]
http://www.diocese-beja.pt
Assinatura 26 Euros anuais c/IVA
NIB 001000003641821000130
Composição e Impressão:
Gráfica Almondina - Torres Novas
Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas
2011
Registo
N.º 102 028
Depósito Legal
N.º 1961/83
Editado em
Portugal
Tiragem
3.000
ÚLTIMA PÁGINA
21 de Abril de 2011
Ditos e Feitos
Registado
Deste
Mundo
e do
Outro
Bin Laden está morto,
a ameaça terrorista não
George W. Bush, no seu estilo de cowboy, prometeu que a América
capturaria Ussama Bin Laden “morto ou vivo”. Foi o seu sucessor
na Casa Branca, Barack Obama, quem agora o conseguiu. Mais
clássico, o Presidente informou: “Os Estados Unidos realizaram uma
operação que matou Ussama Bin Laden, o dirigente da Al-Qaeda,
um terrorista responsável pela morte de milhares de inocentes.” Na
América fez-se festa. O 11 de Setembro estava vingado.
Passados quase dez anos sobre os atentados contra as Torres
Gémeas, o líder da Al-Qaeda foi localizado e abatido. Para trás ficaram
milhares de informações analisadas, centenas de pistas falsas. Apesar
dos 25 milhões de dólares oferecidos pela sua captura, Bin Laden
insistia em escapar à superpotência ferida, refugiando-se naquilo
que os geopolitólogos chamam Af-Pak, tanto a ameaça islamita no
Afeganistão e no Paquistão se confundem hoje. E a sua fuga durante
uma década humilhava a América. Bush saiu da Casa Branca em
parte desacreditado por não conseguir capturar o ideólogo do 11 de
Setembro, Obama herdou a missão sem ter garantias de que seria
bem-sucedido e ainda por cima tendo de assistir aos avanços dos
talibãs, velhos aliados de Bin Laden, também no Paquistão, uma
potência nuclear errática.
Mandato positivo de D. Jorge Ortiga
Na 177.ª Assembleia Plenária, em Fátima, de 2 a 5 de Maio, o
episcopado português tomou conhecimento dos trabalhos em curso
para o centenário dos acontecimentos de 1917 na Cova da Iria e das
orientações para a catequese de adultos em Portugal.
O presidente da CEP, que terminou o segundo mandato à frente da
instituição, fez um trabalho “positivo”, consideram os seus pares do
episcopado.
O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Januário Torgal
Ferreira, classificou o mandato de D. Jorge Ortiga como “altamente
positivo”, referindo que foi presidente da CEP “num período muito
difícil” na sociedade portuguesa em que surgiram “questões
fracturantes”.
D. António Vitalino, Bispo de Beja, considerou uma “riqueza para a
Igreja portuguesa” o mandato de D. Jorge Ortiga.
“Num tempo menos calmo, no meio de dificuldades, soube descobrir
e ajudar a fortalecer a Igreja em Portugal, na sua identidade, na sua
responsabilidade e para a concretização da mensagem cristã”,
assinalou.
Vargas Llosa
contra linguagem da Net
“Os jovens que abreviam palavras nas redes sociais e nos SMS
‘pensam como macacos’, considera o escritor peruano Mário Vargas
Llosa. O Nobel da Literatura de 2010 considera, numa entrevista à
revista uruguaia ´Búsqueda’, que a Net ‘liquidou a gramática´,
gerando uma espécie de barbárie sintática’. E justifica: ‘Se escreves
assim, é porque falas assim; se falas assim, é porque pensas assim,
e se pensas assim pensas como um macaco. Isso parece-me
preocupante. Talvez as pessoas sejam mais felizes assim. Talvez os
macacos sejam mais felizes do que os seres humanos. Não sei.”
Refer somou prejuízo de
146,5 milhões em 2010
A Refer obteve um resultado líquido negativo de 146,5 milhões de
euros em 2010, o que compara com perdas de 120,5 milhões de euros
no ano anterior, anunciou hoje a empresa em comunicado enviado à
CMVM.
O resultado operacional da Refer registou um agravamento de 9 por
cento face a 31 de dezembro de 2009, para 108,7 milhões de euros
negativos, “resultante principalmente do agravamento registado ao
nível dos gastos operacionais (mais 9,3 milhões de euros), por via
do aumento da rubrica Provisões para Outros Riscos e Encargos, no
montante de 2,5 milhões de euros”, acrescenta a empresa.
Os rendimentos operacionais registaram um acréscimo de 1 por cento
para 123,3 milhões de euros. O total do passivo cresceu 787 milhões
de euros. No final de 2010 verificou-se um aumento da dívida
financeira face a 2009 de aproximadamente 498 milhões de euros.
Alberto Batista
AValeu
história
do desporto
rei
a pena
acreditar
Há quem apregoe que não há
milagres. Mas os exemplos de
miraculados são muitos e não digam
isso aos que alguma vez se sentiram
beneficiados por alguma cura.
Está neste caso a religiosa Marie
Simon-Pierre Normand, do Instituto
das Pequenas Irmãs das Maternidades Católicas. Ela foi diagnosticada com Mal de Parkinson em
2001. Segundo o testemunho da
freira, a cura do Mal, pela intercessão de João Paulo II, aconteceu
entre 2 e 3 de junho de 2005,
quando ela tinha 44 anos.
Com a notícia do falecimento do
Papa Woityla – também ele afectado
por igual doença –, a Irma Marie e
suas companheiras de Congregação começaram a invocar o
falecido Pontífice para que intercedesse por sua cura.
“Após o diagnóstico da minha
doença, era difícil para mim ver João
Paulo II na televisão. Sentia-me, no
entanto, muito próxima dele na
oração e sabia que podia compreender aquilo que ele vivia.
Admirava também a sua força e
coragem, que me estimulavam a não
me entregar e a amar este sofrimento. Somente o amor teria dado
sentido a tudo isso. Era uma luta
quotidiana, mas o meu único desejo
era de vivê-la na fé e aderir com
amor à vontade do Pai”, testemunha
a Irmã Marie.
Com o anúncio do falecimento do
Papa João Paulo, a freira diz que
sentiu como se o mundo tivesse
vindo abaixo.
“Acabava de perder o amigo que
me compreendia e me dava forças
para seguir adiante. Naqueles dias,
senti um grande vazio, mas tive
também a certeza da Sua presença
viva”, relata.
Em 14 de Maio – um dia após a
dispensa pontifícia dos cinco anos
de espera para o início da Causa –,
as irmãs de todas as comunidades
francesas e africanas começam a
pedir incessantemente a intercessão de João Paulo II para a cura
de Irmã Marie.
Em 2 de junho de 2005, cansada e
oprimida pela dor, a religiosa
manifesta à Superiora a intenção de
ser libertada do trabalho profissional, num hospital, como
enfermeira. No entanto, a Superiora
convida-a a confiar na intercessão
de João Paulo II. A Irmã Marie passa
uma noite tranquila e, ao despertar,
sente-se curada.
As dores desaparecem e não sente
nenhuma rigidez nas articulações.
Era o dia 3 de junho de 2005, festa
do Sagrado Coração de Jesus. Ao
procurar o seu médico, ele constata
a cura. O que dura até agora.
“O que o Senhor me permitiu viver
por intercessão de João Paulo II é
um grande mistério, difícil de
explicar em palavras ... mas a Deus
nada é impossível “, exclama.
A história
doPortugal
desporto rei
Crise em
A História repete-se. No final dos
anos 70 e início dos anos 80 os
economistas do FMI estiveram em
Portugal. O país estava na bancarrota, depois de anos de gastos
descontrolados. Hoje, depois de
verdadeiras orgias financeiras por
conta de Institutos Públicos, Fundações, Empresas e gestores a
sugar o Estado, vai ser inevitável
um resgate europeu e do FMI, na
ordem dos 80 mil milhões de euros.
O DN seguiu o rasto de três fontes
de financiamento público e, mesmo
excluindo benefícios fiscais, cerca
de 250 milhões de euros foram
transferidos de forma directa para
31 fundações entre 2005 e o primeiro semestre de 2010 – período
em que existem dados disponíveis.
Só a Fundação para as Comunicações Móveis, CCB, Serralves e
Berardo consumiram 90% dos 250
milhões transferidos para essas 31
Fundações.
Nem o governo sabe bem, mas os
estudos que têm vindo a ser feitos
apontam para imenso dinheiro que
é desperdiçado em serviços e
instituições que só beneficiam
interesses particulares.
Com um desgoverno assim não há
finanças que resistam.
Enquanto isto se passa, cerca de
25 mil famílias estão a receber ajuda
social e económica da Cáritas
Portuguesa, o que significa um
aumento de 40% desde Novembro.
Por outro lado as paróquias e
grupos de acção social da Igreja
estão a ser assediados por pedidos
de ajuda a que dificilmente conseguem dar resposta capaz.
Ou muito nos enganamos ou serão
os que já estão em situação difícil
que vão ter de pagar a crise. O PEC
IV era já bem elucidativo a esse
respeito: mesmo pensões de duzentos e poucos euros estavam
para ser congeladas. Corte de
abonos e ajudas diversas a pessoas
ou famílias com dificuldades já
foram feitos. Mas as mordomias de
toda a espécie continuam.
Portugal tem a oitava
maior taxa de pobreza
infantil da OCDE
A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6 por cento, um valor
superior à média dos países da OCDE
(12,7 por cento) e a oitava maior do
grupo, refere um estudo da Organização há dias publicado.
Portugal apresenta a oitava maior
taxa de pobreza infantil entre os 34
países da OCDE, atrás de Israel, do
México, da Turquia, dos Estados
Unidos, da Polónia, do Chile e de
Espanha.
De acordo com o relatório ‘Doing
better for families’, publicado pela
Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OC
DE), referindo dados da última década,
Dinamarca, Noruega e Finlândia têm
as menores taxas de pobreza infantil,
com 3,7 por cento, 4,2 por cento e 5,5
por cento, respectivamente.
Para a generalidade dos países da
OCDE, as crianças que vivem em
famílias monoparentais em que
apenas um adulto aufere rendimentos tendem a ter taxas de pobreza
mais elevadas do que as que vivem
em famílias duo-parentais em que
apenas um adulto trabalha. No
entanto, Portugal configura uma
excepção a esta tendência, a par da
Dinamarca, da Noruega e da Suécia.
A percentagem de crianças que
vivem em famílias em que os dois
pais estão empregados é, regra geral,
elevada, com destaque para a Eslovénia, Portugal e os Estados Unidos,
onde mais de 60 por cento das
crianças vivem em famílias cujos pais
trabalham a tempo completo.
A taxa de mortalidade infantil caiu
em quase todos os países da OCDE,
com Portugal a apresentar a descida
mais acentuada da mortalidade entre
crianças dos 0 aos 14 anos desde
1970, tanto por ferimentos acidentais
como intencionais.
Bom humor
Um vendedor ao cliente:
- Queria uma cama muito forte.
- Mas o senhor não é muito gordo...
- Mas tenho um sono muito pesado!
*
- A tripulação dos aviões veste-se
tão bem. Porque será?
- É para dar bom exemplo. O meu
pai diz que o exemplo deve vir
sempre de cima.
*
No comboio:
- Por favor, pode dizer-me qual é a
próxima estação?
- Primavera, senhor!
*
- Afinal, senhor veterinário, o meu
cão morreu.
- E tomou o remédio que lhe mandei?
- Tomei. Mas o cão morreu na
mesma!
A.B.

Documentos relacionados