TÍTULO DO RESUMO
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TÍTULO DO RESUMO
LONGEVIDADE DE ABELHAS APIS MELLIFERA AFRICANIZADAS SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES FONTES PROTEICAS E ENERGÉTICAS Satilla Emanoeli da Silva de Castro (PIC/UEM), Maria Josiane Sereia (Profa. Dra. - UTFPR), Patrícia Faquinello (Doutoranda PPZ-UEM), Renata Carolina Mesti (PIBIC/CNPq-UEM), Bruno Lala Silva (PIBIC/CNPq-UEM), Maria Claudia Colla Ruvolo-Takasusuki (DBC-UEM), Vagner de Alencar Arnaut de Toledo (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual de Maringá (UEM)/Centro de Ciências Agrárias Departamento de Zootecnia – Maringá – PR Palavras-chave: nutrição de abelhas, óleo de linhaça, óleo de palma, proteína isolada de soja, levedo de cerveja Resumo Diversos estudos têm sido realizados para elaborar um suplemento ideal para abelhas sem que interfira no seu desempenho e longevidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade nutricional de suplementos elaborados com diferentes fontes de óleo e proteína para abelhas africanizadas confinadas em gaiolas. Foram utilizados quatro suplementos alimentares ricos em proteínas e lipídios, sendo eles: óleo de linhaça, óleo de palma, proteína isolada de soja e levedo de cerveja. Para cada tratamento foram feitas três repetições e alocadas em cada gaiola 125 abelhas operárias recém-emergidas. Cada gaiola era mantida em estufa e as abelhas recebiam suprimento de água, um pedaço de cera alveolada, xarope de açúcar e água e o suplemento teste. As variáveis analisadas foram taxa de mortalidade, consumo e aceitação do suplemento e longevidade. Os suplementos com levedo de cerveja, suplemento misto e proteína isolada de soja foram os mais atrativos e palatáveis para as abelhas, sendo os mais consumidos. Consequentemente, as operárias destes tratamentos apresentaram menor taxa de mortalidade e aumento na longevidade. Introdução As abelhas exigem logo após sua emergência, diferentes nutrientes para completar o desenvolvimento dos tecidos, músculos e glândulas do seu corpo (Herbert Jr., 1997). Entretanto, em períodos de baixa disponibilidade de pólen, as abelhas utilizam gradualmente os recursos estocados nos favos e, quando esgotado, utilizam proteínas e lipídeos dos seus tecidos para produzir alimento larval sobrevivendo por um período curto de tempo (Haydak, 1970; Winston et al., 1983). A avaliação de um suplemento pode ser realizada por uma variedade de medidas e observações relacionadas: produção total de mel, produção Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 diária de cria, produtividade e longevidade individual das abelhas operárias adultas (Winston et al., 1983). Dependendo da composição química do suplemento fornecido é possível que o desempenho das colônias possa variar, por isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade nutricional de suplementos alternativos elaborados com diferentes fontes de óleo e proteína por meio da avaliação do consumo, determinação da preferência, taxa de mortalidade e tempo de vida de abelhas africanizadas confinadas. Material e métodos O trabalho foi conduzido no setor de apicultura da fazenda experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá. Foram realizados sete tratamentos, sendo eles: Controle (controle – água e açúcar), SLiPa/PiLc (óleo de linhaça, óleo de palma, proteína isolada de soja e levedo de cerveja), SLi (óleo de linhaça), SPa (óleo de palma), SPi (proteína isolada de soja), SLc (levedo de cerveja) e Pólen. Em cada tratamento, foram acrescentados conservador ácido ascórbico para ajuste do pH a 5,1, saborizantes, aromatizantes, pólen, lecitina de soja e núcleo vitamínico. Para cada tratamento foram realizadas três repetições, sendo distribuídas em cada gaiola 125 abelhas africanizadas recém-emergidas, totalizando 21 gaiolas. Cada gaiola era suprida com água, um pedaço de cera alveolada, xarope de açúcar e água (1:1) e o suplemento teste, sendo mantidas em estufa regulada a 32-35ºC e -60%70% de UR. Os suplementos eram fornecidos às abelhas em recipientes de polietileno colocados na base da gaiola em quantidade de aproximadamente 3g. A cada três dias as abelhas mortas eram removidas, contadas e o consumo registrado, sendo a água, o xarope e os suplementos substituídos. O consumo dos suplementos foi calculado pela soma das diferenças de pesos observadas entre as quantidades iniciais fornecidas (em média, 3g) e as sobras registradas a cada três dias, até o 30º dia do período experimental. As taxas de mortalidade médias por tratamento (%) foram calculadas a cada seis dias, dividindo-se o número total de abelhas mortas pelo número inicial de abelhas tratadas (125). Estas observações foram realizadas até o 53º dia do período experimental, quando todas as abelhas do tratamento controle morreram. O incremento médio de longevidade foi calculado contando-se os dias adicionais de vida que as abelhas dos diferentes tratamentos apresentaram após a morte das operárias do controle (53º dia). Os dados foram analisados utilizando o proc GLM e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade no software Statistical Analysis System (SAS, 2008). Resultados e Discussão Os suplementos mais consumidos foram SLiPa/PiLc (11,12g), SPi (9,11g) e SLc (8,80g), seguido dos tratamentos Pólen (5,79g), SPa (5,53g) e SLi Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 (4,18g). Por ter sido o mais consumido, o SLiPa/PiLc mostrou-se o mais atrativo para as abelhas, constituindo um suplemento balanceado que pode ser fornecido nos períodos de escassez ou baixa qualidade do néctar e/ou pólen. O óleo de linhaça foi o menos aceito pelas abelhas, provavelmente em função do forte odor de peixe do suplemento pronto e, também, a baixa tolerância à ingestão de ácido linoleico, presente na constituição do óleo (Manning, 2001; Manning e Harvey, 2002). Em relação às taxas de mortalidade, os tratamentos com menor número de indivíduos mortos foram SLc (73,9%), SLiPa/PiLc (88,3%) e SPi (88,5%), sendo que os tratamentos Controle e Pólen obtiveram 100% de mortalidade (Figura 1). A baixa taxa de mortalidade assinalada para os suplementos utilizados nos tratamentos SLc, SLiPa/PiLc e SPi, está em concordância com os suplementos mais consumidos pelas abelhas, sugerindo que estes devem ser os responsáveis pelo menor número de abelhas mortas. O baixo consumo de Pólen pode ser atribuído a ausência de substâncias atrativas, presença de elementos tóxicos naturais ou um pobre balanço de nutrientes, além de quantidade inadequada de aminoácidos essenciais (Schmidt e Johnson, 1984), que pode estar relacionada a alta taxa de mortalidade observada para este tratamento. Fig. 1. Taxa de mortalidade acumulada de abelhas africanizadas alimentadas com suplemento misto (SLiPa/PiLc), óleo de linhaça (SLi), óleo de palma (SPa), proteína isolada de soja (SPi), levedo de cerveja (SLc), pólen e controle, da emersão até o 53º dia de observação. Médias acompanhadas com letras iguais nas colunas, não diferem estatisticamente entre si (P>0,05) Para o incremento da longevidade foram obtidos os valores de 3, 8, 16, 16 e 22 dias para os tratamentos SLi, SPa, SPi, SLiPa/PiLc e SLc, respectivamente (Figura 2). Os suplementos SLc, SLiPa/PiLc e SPi foram os mais atrativos e palatáveis para as abelhas sendo, por isso, os mais consumidos. Além disso, esses suplementos foram capazes de suprir as exigências nutricionais das abelhas, devido à presença de ácidos graxos saturados, insaturados, aminoácidos essenciais e vitaminas do complexo B em sua composição. Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 Fig. 2. Incremento na longevidade de abelhas africanizadas confinadas em gaiolas alimentadas com suplemento misto (SLiPa/PiLc), óleo de linhaça (SLi), óleo de palma (SPa), proteína isolada de soja (SPi), levedo de cerveja (SLc), pólen e controle, medido a partir do 54º dia do período experimental. Médias seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente entre si (P>0,05) Conclusão Os suplementos levedo de cerveja, suplemento misto e proteína isolada de soja foram os mais atrativos e palatáveis para as abelhas, sendo os mais consumidos. Consequentemente, as operárias destes tratamentos apresentaram menor taxa de mortalidade e aumento na longevidade. Referências 1. HAYDAK, M.H. (Honey bee nutrition) Ann. Rev. Entom. 1970, 15, 143156. 2. HERBERT JR., E W (1997) Honey bee nutrition. In: GRAHAM, J.M. The hive and the honey bee. Hamilton; Dadant and Sons, p.197-233. 3. MANNING, R. (Fatty acids in pollen: a review of their importance for honeybees) Bee World. 2001, 82, 60–75. 4. MANNING, R.; HARVEY, M. (Fatty acids in honeybee-collected pollens from six endemic Western Australian eucalypts and the possible significance to the Western Australian beekeeping industry) Australian J. Exp. Agric. 2002, 42, 217–223. 5. STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM. SAS User’s Guide, 8. ed. Cary: SAS Institute, 2008. 6. WINSTON, M.L.; CHALMERS, W.T.; LEE, P.C. (Effects of two pollen substitutes on brood mortality and length of adult life in the honeybee) J. Apic. Res. 1983, 22, 49-52. Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009
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