REVOLTAS CONTRA O IMPERIALISMO O processo da dominação

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REVOLTAS CONTRA O IMPERIALISMO O processo da dominação
REVOLTAS CONTRA O IMPERIALISMO
O processo da dominação imperialista europeia sobre os continentes africano e asiático é conhecido, respectivamente, como Partilha da
África e Partilha da Ásia.
Os governantes da Bélgica, Portugal, Espanha, Alemanha e Itália desenvolveram políticas voltadas para a conquista colonial. Entretanto,
os maiores impérios coloniais foram estabelecidos principalmente pelos dirigentes e grupos econômicos da França e da Inglaterra. Essas
conquistas coloniais desencadearam em diversas regiões da África e da Ásia uma série de rebeliões anticolonialistas organizadas por
grupos locais. Diante do poderio militar e econômico das potências europeias, a maior parte dessas revoltas foram sufocadas. No entanto, não se pode dizer que a resistência dos grupos africanos e asiáticos cessou. Nenhuma potência colonial exerceu sua dominação
de modo completamente tranquilo e seguro.
Mais de 90% do território africano foi dominado por nações europeias. A divisão do território africano resultou de um processo iniciado
no século XIX.
Na Conferência de Berlim, que aconteceu de novembro de 1884 a fevereiro de 1885, reunindo representantes dos Estados Unidos, da
Rússia e de outros catorze países europeus, foram definidos os critérios para a conquista dos territórios da África que ainda eram livres.
Na Ásia, a expansão europeia enfrentou forte resistência dos países da região, como China e Japão. Entretanto, o poderio militar dos
europeus, aliado ao dos Estados Unidos, gradativamente foi vencendo essa resistência.
A Guerra do ópio
Durante muito tempo, a China permaneceu fechada a qualquer influência de outras regiões, sobretudo do Ocidente, procurando preservar intacta sua cultura milenar.
Até o final do século XVIII, os europeus só tinham autorização para negociar com a China pelo porto de Cantão. Os chineses, que consideravam seu país autossuficiente, mostravam pouco interesse nas mercadorias estrangeiras, em troca de suas exportações de porcelana,
seda e chá. Além disso, o comércio não podia ser realizado diretamente com a população chinesa. Devia ser intermediado por funcionários especiais, que estabeleciam as cotas e os preços das mercadorias.
Para aumentar seu comércio com os chineses, os ingleses começaram a vender-lhes ópio, uma droga extremamente prejudicial à saúde,
que provoca dependência química em quem a consome. A droga saía de Bengala, na Índia, e era introduzida ilegalmente na China, afrontando decisões do governo chinês, que havia proibido sua entrada no país.
À medida que o vício do ópio se expandia entre os chineses, as importações da droga aumentavam, e seus efeitos maléficos tornavamse cada vez mais devastadores entre a população. O governo chinês enviou então uma carta à rainha Vitória, da Inglaterra, lembrando
que o ópio era proibido em território inglês: "Se é reconhecido ser tão nocivo, como podereis procurar obter lucros expondo os outros ao seu
poder maléfico?".
Mas os ingleses não pararam de traficar a droga, que era cultivada na Índia. As autoridades chinesas ordenaram que fosse destruído um
carregamento de ópio. Os ingleses consideraram o ato uma afronta a seus interesses. A medida serviu de pretexto para que os ingleses
deflagrassem a Guerra do ópio (1839-1842).
A China foi invadida por tropas britânicas e submetida ao Tratado de Nanquim. Entre outras cláusulas, esse tratado estabeleceu que:
cinco portos chineses seriam abertos ao livre comércio; a China pagaria uma indenização de guerra; os ingleses teriam imunidade e privilégios especiais na China; a ilha de Hong Kong seria possessão inglesa até 1997.
Mais tarde, o país seria submetido a novas humilhações pela Inglaterra, que provocou duas outras guerras do ópio, em 1856 e 1858.
Depois de cada conflito, a China era forçada a pagar novas indenizações e a abrir outros portos ao comércio inglês.
Revolta dos Cipaios
Após a Guerra dos Sete Anos, a Índia, até então dominada pela França, passou para o domínio britânico, através da Companhia das Índias
Orientais.
Dominando a ferro e fogo a resistência nativa, a Companhia ocupou todo o país no século XVIII, cabendo a administração a um governador-geral residente em Calcutá. O expansionismo continuava. Várias províncias foram conquistadas.
A política britânica em relação aos hindus era cada vez mais opressiva. Muitos territórios independentes foram anexados; se um príncipe
indiano não tivesse herdeiro legítimo, ou fosse considerado corrompido ou depravado, era destituído; isso aumentava os sentimentos
antibritânicos.
Em 1856, o governador-geral baixou um decreto obrigando os recrutas do exército a servir no além-mar, o que contrariava as regras
hinduístas que proibiam as viagens ao exterior. Os Cipaios (soldados hindus) revoltaram-se. Dias depois, a revolta se espalhou por diversas
regiões. A classe média indiana e os sikhs do Punjab ficaram do lado dos ingleses, que com dificuldade dominaram a situação.
Durante a guerra, atrocidades foram praticadas por ambas as partes. Crianças britânicas foram chacinadas, juntamente com suas mães.
Em 1859, os ingleses se vingaram, e rebeldes foram fuzilados e enforcados sem julgamento. Alguns foram amarrados na boca de canhões
e despedaçados.
Pela Lei da Índia de 1858, a Companhia das Índias foi desfeita. Todos os direitos foram transferidos para a Coroa. Em 1876 a rainha Vitória
foi proclamada imperatriz da Índia.
Os ingleses aprenderam a lição e deixaram de interferir nos hábitos religiosos dos indianos. A partir de então, deviam-se levar adiante
projetos econômicos e materiais, deixando de lado as questões sociais e culturais.
Guerra dos Bôeres
A presença inglesa na África desdobrou-se em várias disputas coloniais, tendo sido a Guerra dos Bôeres (1899-1902) a mais importante.
A descoberta de diamantes no Transvaal e de ouro na Rodésia despertou o interesse da Inglaterra. Os colonos holandeses acabaram
cercados e isolados. Mesmo com a ajuda dos franceses, os bôeres foram esmagados pelos ingleses, que vitoriosos anexaram o Orange e
o Transvaal às colônias do Cabo e Natal, formando, em 1910, a União Sul-Africana.
Guerra dos Boxers
A Guerra dos Boxers (1900) foi outro dos grandes conflitos imperialistas que atingiram a China. Os punhos fechados ou boxers, como
eram chamados pelos ingleses, eram chineses nacionalistas radicais que objetivavam libertar o país.
Os boxers organizaram uma grande rebelião em que morreram diversos estrangeiros. Em represália, uma força expedicionária internacional invadiu a China, subjugando o país e obrigando-o a reconhecer todas as concessões já realizadas às potências imperialistas.

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