Gabriel Guerra
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Gabriel Guerra
TRABALHO HISTORIA DA ARTE PRFª. LILIANE TEMA: OS GRANDES ARTISTAS DO RENASCIMENTO (DA VINCI, MICHELANGELO, RAFAEL.). GABRIEL GUERRA PIRES N°13 1M°B LEONARDO DA VINCI Leonardo nasceu em 15 de abril de 1452, "na terceira hora da noite", de um sábado, no vilarejo de Anchiano, na comuna italiana de Vinci, na Toscana, situada no vale do rio Arno, dentro do território dominado à época por Florença. Era filho ilegítimo de Messer Piero Fruosino di Antonio da Vinci, um notário florentino, e Caterina, uma camponesa que pode ter sido uma escrava oriunda do Oriente Médio. Passaram os seus primeiros quatro ou cinco anos no vilarejo de Anchiano, e depois do casamento de sua mãe com um lavrador de nome Accattabriga di Piero Del Vaca, mudou-se para a casa da família de seu pai. Entre 1452 a 1457 Em 1468 um camponês pediu a Sr. Piero que Leonardo pintasse em seu escudo uma pintura na qual Leonardo fez cobras soltado fogo pela boca, seu pai viu o grande talento do filho. Na sua adolescência, Leonardo foi fortemente influenciado por duas grandes personalidades da época, Lourenço de Médici e o grande artista Andrea del Verrocchio. Em 1469, com dezessete anos, Leonardo passou a ser aprendiz de um dos mais bemsucedidos artistas de seu tempo, Andrea di Cione, conhecido como Verrocchio (Olho verdadeiro). Na galeria Leonardo foi exposto desde cedo a uma vasta gama de técnicas, e teve a oportunidade de aprender desenho técnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, a trabalhar com materiais como couro e metal, fazer moldes, além das técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem. De acordo com Vasari, Leonardo colaborou com Verrocchio em seu O Batismo de Cristo, pintando o jovem anjo da esquerda, que segura à túnica de Jesus de maneira tão superior ao seu próprio mestre que Verrocchio teria decidido nunca mais pintar, mas ainda historiadores dizem que foi um exagero de Vasari. Um exame atento da pintura mostra que existem diversos retoques feitos sobre a têmpera utilizando a nova técnica de pintura a óleo, como o cenário, as rochas que podem ser vistas ao fundo e boa parte da figura do próprio Jesus, todas as testemunhas da mão de Leonardo. Em 1472, com vinte anos de idade, Leonardo se qualificou para o cargo de mestre na Guilda de São Lucas, uma guilda de artistas e doutores em medicina, porém mesmo depois de seu pai ter montado seu próprio ateliê, sua ligação com Verrocchio permaneceu tanta que ele continuou a colaborar com ele. Aos poucos, as pessoas da corte passam a fazer encomendas diretamente a Leonardo. Sua obra mais antiga a ser datada é um desenho em pena e tinta do vale do Arno, feito em 5 de agosto de 1473. Em 1476 Leonardo foi acusado de sodomia por supostamente ter tido relações com outro homem o que era considerado um crime na época, mas no julgamento Leonardo saiu como inocente, porém não há nenhuma obra marcada entre esse período de sua vida. Em 1478 foi-lhe encomendada à pintura de um retábulo para a Capela de São Bernardo, e a Adoração dos Magos, em 1481, para os monges de San Donato a Scopeto. Esta importante comissão foi interrompida com a ida de Leonardo para Milão. Leonardo continuou a trabalhar em Milão, entre 1482 e 1499. Recebeu a encomenda de pintar a Virgem dos Rochedos para a Confraria da Imaculada Conceição, e a Última Ceia para o mosteiro de Santa Maria delle Grazie. Enquanto vivia em Milão, entre 1493 e 1495, Leonardo listou uma mulher, chamada Caterina, entre seus dependentes, nas suas declarações de imposto de renda. Quando ela morreu, em 1495, a lista dos gastos com o funeral sugere que ela pode ter sido sua mãe. Trabalhou em diversos projetos para Ludovico, incluindo o preparo de carros alegóricos e desfiles para ocasiões especiais, o projeto de uma cúpula para a Catedral de Milão, e um modelo de um imenso monumento equestre para Francesco Sforza, o antecessor de Ludovico do qual nunca ficou pronto decorrente que todo o material ferroso foi derretido para construção de canhões devido à guerra com a França. Em 1499 com a eclosão da guerra em Milão Leonardo fugiu para Veneza onde ficou encarregado de ficar como chefe arquiteto militar mesmo repudiando a violência aceitou o cargo que não durou muito. Ao retornar para Florença, em 1500, foi recebido, juntamente com sua família e criadagem, pelos monges servitas do mosteiro de Santíssima Annunziata, onde tinha à sua disposição um ateliê. Foi ali que, de acordo com Vasari, ele criou o desenho da Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista - uma obra que conquistou tanta admiração que homens e mulheres, jovens e velhos vinham vê-la, em massa, como se estivessem frequentando um grande festival. Em 18 de outubro de 1503, recebeu a encomenda de um retrato: a Mona Lisa, e passou os dois anos seguintes desenhando e pintando um grande mural da Batalha de Anghiari para a Signoria. Em 1506 retornou a Milão. Muitos dos seus pupilos e seguidores mais importantes, no campo da pintura, ou o conheceram ou trabalharam com ele naquela cidade, incluindo Bernardino Luini, Giovanni Antonio Boltraffio e Marco D'Oggione. Seu pai morreu em 1504, e como resultado, em 1507 Leonardo teve de voltar à Florença para resolver com seus irmãos os problemas decorrentes da herança e das propriedades paternas. Após mercenários suíços expulsarem os franceses em 1512, Massimiliano Sforza filho de Ludovico, ascende ao poder, e Leonardo fica sem patrono. No ano seguinte é convidado por Giuliano de' Médici filho do Il Magnifico, para viajar para Roma, que está sobre o controle do Papa Leão X, um Médici. De setembro de 1513 a 1516 Leonardo passou a maior parte do seu tempo vivendo no Belvedere, no Vaticano, em Roma. Foi de Francisco que Leonardo recebeu a encomenda de construir um leão mecânico, que pudesse caminhar para frente, e abrir seu peito, revelando um ramalhete de lírios. Em 1516 passou a trabalhar diretamente a serviço de Francisco, e foi-lhe concedido o solar de Clos Lucé, próximo à residência do rei, no Castelo de Amboise. Foi aqui que ele passou os três últimos anos de sua vida, acompanhado por seu amigo e aprendiz, o conde Francesco Melzi, e sustentado por uma pensão de totalizada 10.000 escudos. Leonardo morreu em Clos Lucé, em 2 de maio de 1519. Francisco havia se tornado um grande amigo; e Vasari relata que o rei segurava a cabeça de Leonardo em seus braços quando este morreu - embora a história, amada pelos franceses e retratada em pinturas românticas de artistas como Ingres e Angelica Kauffmann, possa ser mais lenda do que realidade. Vasari também conta que, em seus últimos dias, Leonardo teria pedido que um padre lhe fosse trazido, para que se confessasse e recebesse a extrema unção. Conforme seu testamento, sessenta mendigos seguiram o seu cortejo. Foi enterrado na Capela de Saint-Hubert, no Castelo de Amboise Melzi foi o principal herdeiro e inventariante, e recebeu, além de todo o dinheiro de Leonardo, todos os seus cadernos, ferramentas, sua biblioteca e seus objetos pessoais. Cerca de vinte anos após a morte de Leonardo, o rei Francisco teria falado, segundo o escultor Benvenuto Cellili: “Nunca nasceu no mundo outro homem que soubesse tanto quanto Leonardo, nem tanto [por seus conhecimentos] de pintura, escultura e arquitetura, mas por ele ter sido um grande filósofo”. TODAS AS SUAS OBRAS EM ORDEM CRONOLOGICA O Batismo de Cristo, 1475 A Anunciação, 1475 Ginevra de Benci, 1476 Virgem Benois, 1478 A Vígem de Granada, 1480 A Virgem do Cravo, 1480 São Jerônimo no Deserto, 1480 Dama Com Arminho, 1480 A Adoração dos Magos, 1481 Virgem dos Rochedos, 1486 Madona Litta, 1490 Retrato de Um Músico, 1490 Retrato de Mulher de Perfil, 1495 La Belle Ferronniere, 1495 A Última Ceia, 1498 A Virgem, O Menino, Sant'Ana e São João Batista, 1500 Salvator Mundi, 1500 Virgem do Fuso, 1501 Mona Lisa, 1507 Virgem das Rochas, 1508 A Virgem e o Menino com Santa Ana, 1513 São João Batista, 1515. Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni Michelangelo foi o segundo filho de Lodovico di Lionardo Buonarroti Simoni e Francesca di Neri Buonarroti, nascendo em Caprese no dia 6 de março de 1475. Domenico Ghirlandaio, que o incentivou nas artes e o levava para frequentar o atelier de seu mestre, com o resultado de ele abandonar o interesse pela instrução regular, e por isso receber repetidas punições de seu pai e irmãos, para quem a carreira artística era indigna da nobreza de sua linhagem. Através de um contrato com duração estipulada de três anos, assinado em 1 de abril de 1489, ganhando um salário de 24 florins de ouro, o que não era uma prática costumeira naquele tempo. A primeira obra acabada de Michelangelo foi a pintura Santo Antônio atormentado por demônios a partir de uma gravura de Martin Schongauer, tão bem feita que teria suscitado a inveja de Domenic isso em 1487-88. Michelangelo tinha o hábito de jactar-se como superior a Domenico e certa vez ousara corrigir os seus desenhos, humilhando-o, o que não foi pouca coisa, dado que era um dos pintores mais importantes de Florença então, e a insolência deve ter repercutido fundo no espírito do mestre. Também em 1488 outra peça que produziu na época, uma cópia de uma cabeça antiga, teria resultado tão bem que o proprietário do original, recebendo em vez a cópia, não conseguiu perceber a troca. Vassari fez uma segunda biografia da qual dizia que havia muitos mitos espalhados pelo próprio Michelangelo. Entretanto, parece certo que Michelangelo quando ingressou na oficina Ghirlandaio já havia praticado muito desenho, e assim, é difícil determinar com exatidão até onde vai a verdade das biografias primitivas. Michelangelo não terminou seu aprendizado com os Ghirlandaio. Um ano depois deixou o atelier e entrou na proteção de Lorenzo de' Medici. Com quinze anos de fato ele passou a viver no palácio dos Medici. Lorenzo era o chefe de sua ilustre família, então a mais rica da Itália, governava de facto Florença embora não tivesse cargo oficial, e reunira em torno de si uma brilhante corte de humanistas e artistas, sendo ele próprio um poeta e intelectual. Um dos fatores importantes de Michelangelo ter vivido no castelo, foi poder frequentar o célebre Jardim de Esculturas que Lorenzo organizara com uma importante coleção de fragmentos da Antiguidade clássica, de cujo estudo retirou substancial informação para desenvolver seu estilo pessoal na escultura. Sua primeira obra para Lorenzo parece ter sido uma cabeça de fauno, que não sobreviveu, mas segundo consta foi tão bem realizada que com ela Lorenzo definitivamente se rendeu ao talento do jovem. Em 8 de abril de 1492, Lorenzo faleceu, deixando o governo para seu filho Piero de' Medici, de apenas vinte e um anos de idade. Segundo Condivi, para Michelangelo a morte de seu patrono foi um grande choque, tendo permanecido dias em funda tristeza, incapaz de qualquer ação. Sucedeu então que caísse uma grande nevasca sobre Florença, e então Piero lembrou-se do amigo. Intimou que ele acorresse ao seu palácio para fazer um boneco de neve, e renovou o convite para que o artista vivesse no palácio Medici. O filho do rei era um tirânico e administrava mal sua província com isso Michelangelo fugiu secretamente primeiro para Bolonha, e depois seguindo para Veneza, poucas semanas antes de Florença ser invadida por Carlos VIII da França e Piero ser derrubado e expulso de lá junto com toda a sua família. Não conseguindo trabalho em Veneza, voltou para Bolonha, onde encontrou um novo patrono em Gianfrancesco Aldovrandi, em cuja casa permaneceu por um ano. Por sua sugestão produziu figuras para a tumba inacabada de São Domingos, um Anjo segurando um candelabro, um São Proclo e um São Petrônio, e não fez mais que isso em sua estada com Aldovrand isso tudo entre 1494–95. Mas neste novo patrono novamente teve a chance de conhecer boas influencias para seu estilo,conheceu obras classicistas de Jacopo della Quercia, que exerceram significativa influência em seu estilo. No inverno de 1495 voltou brevemente a Florença. Condivi e Vasari relataram que Michelangelo encontrou-se com Lorenzo di Pierfrancesco de' Medici, que o encorajou a esculpir um São João, e depois um Cupido adormecido, induzindo o artista a patiná-lo para que pudesse ser vendido como uma antiguidade por um bom preço no mercado romano. Michelangelo o teria enviado para Roma em 1496 e sido adquirido pelo Cardeal Raffael Riario, mas Clacment(historiador da época) acredita que a história é muito duvidosa. Sua obra seguinte, um Baco embriagado de grandes dimensões e traços claramente clássicos, foi feita a pedido do banqueiro Jacopo Galli em 1496-97. Em 1499–1500 Michelangelo conheceu o Cardeal Jean de la Grolaye de Villiers, embaixador da França junto ao Vaticano, que encomendou a célebre Pietà, um tema raro na Itália mas comum na França, que foi imediatamente aclamada como uma obra-prima, alçando-o à fama. Logo recebeu outras comissões, incluindo quinze estatuetas de santos para o Cardeal Francesco Piccolomini, mas realizou destas apenas quatro, interrompendo o trabalho em 1501 para atender um chamado da Catedral de Florença. A encomenda foi de um David, a ser instalado nos contrafortes da Catedral. Michelangelo escolheu para a obra um enorme bloco de mármore que havia sido trabalhado parcialmente por outros escultores mas permanecia abandonado há quarenta anos, com mais de 5m de altura. Quando pronta em 1504 o resultado foi considerado tão brilhante e magnificente que se formou uma comissão de notáveis para decidir onde colocá-la, pois se julgou merecer uma posição mais destacada do que a prevista de antemão. Assim, foi instalada diante do Palácio dos Priores, a sede administrativa da República, como um símbolo das virtudes cívicas florentinas. Em 1505 Michelangelo aceitou um pedido de doze grandes Apóstolos em mármore para a Catedral, mas somente um,Mateus, foi começado, e mesmo este foi abandonado antes de acabar, pois o papa Júlio II o chamara para Roma. Júlio estava tão fascinado pelo grande quanto Michelangelo, era voluntarioso e seus atritos com o artista, cujo temperamento também era forte, se tornaram lendários. Planejara erguer uma portentosa tumba para si mesmo, com quarenta estátuas. Definido o desenho, Michelangelo viajou para as minas de mármore em Carrara para selecionar as pedras, passando lá oito meses. 27 Quando o material chegou a Roma ocupou boa parte da Praça de São Pedro. Mas estando Júlio engajado ao mesmo tempo na reconstrução da vasta Basílica de São Pedro, os fundos para o trabalho logo secaram. Michelangelo supôs que o arquiteto de São Pedro, Bramante, havia envenenado o papa contra ele, e deixou Roma, voltando para Florença, mas o papa fez pressão sobre as autoridades florentinas exigindo o seu retorno, Em vez de continuar as obras da sua tumba mandou-o criar uma colossal estátua sua em bronze para instalar em Bolonha, que recém havia conquistado em suas expedições militares. Depois de pronta o fez aceitar, a contragosto, o encargo de pintar o enorme teto da Capela Sistina, completado em apenas quatro anos, entre 1508 e 1511. Júlio morreu em 1513 e o projeto então foi revisado várias vezes e sucessivamente reduzido pelos outros papas, transformando-se em uma obra muito mais modesta do que a pretendida. Michelangelo penetrou no terreno da arquitetura, elaborando um plano para a remodelação da fachada da Basílica de São Lourenço, nunca concretizado, mas os seus esforços deram melhores frutos em um projeto menor, a construção e decoração da Sacristia Nova, ligada à Basílica. As obras mais significativas na Sacristia são as originais tumbas de Giuliano di Lorenzo de' Medici e Lorenzo di Piero de' Medici, que compreendem cada uma estátua idealizada do morto e duas figuras decorativas reclinadas sobre o caixão, nem todas inteiramente acabadas mas de grande pujança. No mesmo período Michelangelo projetou outro edifício anexo à Basílica, a Biblioteca Laurenciana, para receber o acervo legado pelo papa Leão X após sua morte. A estrutura é marcante pela sua livre interpretação dos cânones arquitetônicos clássicos, tornando-a o primeiro e um dos mais importantes exemplos do Maneirismo arquitetural. Em 1527 Roma foi saqueada e o papa fugiu, e Florença se revoltou novamente contra os Medici, banindo-os. Em seguida a cidade foi assediada, e nesse período Michelangelo foi empregado pelo governo local em obras de engenharia, projetando fortificações. Seu pai morrera em 1521 e em seguida seu irmão favorito. Michelangelo se preocupava com o avanço dos anos e temia a morte, e ainda se envolveu em assuntos familiares para assegurar a perpetuação do nome Buonarroti. Em sua vida afetiva se ligou fortemente a homens jovens, em especial a Tommaso dei Cavalieri, trocando calorosa correspondência e escrevendo-lhes poesias de grande qualidade, tratando do tema do amor na tradição de Petrarca e expressando ideias neoplatônicas. Em 1534 deixou a cidade pela última vez, a chamado do novo papa, Paulo III, passando a residir em Roma, embora tenha sempre alimentado a esperança de poder voltar e terminar seus projetos inacabados. Michelangelo deixou um pouco de lado a escultura e se voltou para a arquitetura, a poesia e a pintura. Paulo III o chamara para pintar a cena do Juízo Final na parede atrás do altar da Capela Sistina. A composição foi outra obra-prima, mas em um estilo muito diverso daquele do teto, e reflete o impacto da Contra-Reforma na cultura da época. A concepção é poderosa e as figuras ainda são grandiosas, mas sua descrição anatômica é menos clara. Por outro lado, a intensidade psicológica e dramática é muito mais impressionante. A obra foi finalizada em 1534 a 1541. Imediatamente depois foi convocado para pintar mais dois grandes painéis na Capela Paulina, ilustrando a Crucificação de São Pedro e a Conversão de Saulo ambas de 1542 a 1550. Nesse período desenvolveu uma profunda ligação afetiva com a patrícia romana Vittoria Colonna, que perdurou até a morte dela em 1547, compartilhando um interesse pela poesia e pela religião. Desenhou a remodelação da Praça do Capitólio, um dos projetos urbanísticos mais notáveis da cidade, e na sua condição de novo arquiteto de São Pedro, cargo aceito também com grande relutância. Elaborou os planos para a reforma de sua estrutura a partir das ideias deixadas por Bramante, descartando acréscimos de outros colaboradores e revertendo a planta para cruz grega, e também desenhou a cúpula, uma grande peça de arquitetura. Devido as grandes crises do papado Michelangelo em 1557 buscou refúgio temporário em um mosteiro em Spoleto, Deixando as obras na Basílica a cargo de auxiliares. Voltando a Roma pouco depois, passou a se dedicar ao projeto de um túmulo para si mesmo, nunca executado. Mas para ele esculpiu a Pietà de Florença, onde se acredita que ele tenha deixado seu auto-retrato na figura de José de Arimatéia. Pio IV manteve Michelangelo como arquiteto de São Pedro - desta época é o projeto da cúpula - e lhe restituiu parte das rendas de Rimini. Desenhou um monumento em honra ao irmão do papa a ser instalado na Catedral de Milão, executado por outros, construiu a Porta Pia, reformou as Termas de Diocleciano, transformando-as na Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires, e projetou uma capela na Basílica de Santa Maria Maior, terminada postumamente. Em 1562 ele foi removido do cargo. Mas logo a situação reverteu a seu favor, pois Michelangelo solicitou uma entrevista com o papa e lhe expôs as intrigas que haviam levado à situação. O papa mandou examinar o caso, confirmou as alegações de Michelangelo e o reconduziu à chefia das obras, e mais, ordenou que suas diretrizes fossem seguidas à risca. Em 1563 foi eleito princeps inter pares da Accademia del Disegno de Florença, recém fundada por Cosimo I de' Medici e Vasari, e somente depois disso, às portas dos noventa anos de idade, sua saúde e vigor começaram a declinar rápida e visivelmente. Faleceu pacificamente pouco antes das cinco da tarde do dia 18 de fevereiro de 1564, na companhia de Tiberio Calcagni, Diomede Leoni, Tommaso dei Cavalieri e Daniele da Volterra, além dos médicos Federigo Donati e Gherardo Fidelissimi. Por ordem do governador de Roma o corpo foi depositado com grandes honras na Basílica dos Doze Santos Apóstolos, mas Lionardo desejava que ele repousasse em Florença, e teve de roubar o cadáver e despachá-lo para a outra cidade disfarçado como mercadorias, sendo entregue na alfândega local em 11 de março. Em 14 de julho uma grande cerimônia pública homenageou sua memória. Os poemas e panegíricos escritos para o dia encheram um volume, que foi publicado em seguida. Sua tumba definitiva foi desenhada por Giorgio Vasari e está na Basílica da Santa Cruz. Mais tarde diversas cidades ergueram-lhe monumentos. RAFAEL SANZIO Rafael Sanzio nasceu em Urbino,no dia 6 de abril de 1483. Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta (escreveu uma Crônica famosa em rima) e também pintor para a corte de Mântua. Quando o nascimento de Rafael, ele dirigia um famoso estúdio em Urbino Giovanni ensinou seu filho a pintar e o introduziu à corte humanista de Urbino, que, ao final do século XV, havia se tornado um dos mais ativos centros culturais da Itália, sob a regência deFederico da Montefeltro, falecido sete meses antes do nascimento de Rafael Precoce, aos dezessete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre. De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai aos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia, mas esta informação é discutida por algumas autoridades no assunto. É de consenso geral que Rafael estava na Úmbria a partir de 1492, ano do falecimento de seu pai. Em sua primeira obra de realce, O casamento da Virgem (1504), a influência de Perugino evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais informal e animada que a do mestre. Em 1504, Rafael se mudou para Siena com o pintor Pinturicchio, a quem ele tinha fornecido desenhos para os afrescos da Libreria Picolomini. De lá foi para Florença, atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Em 1507, uma nobre de Perugia lhe encomendou uma "Deposição de Cristo", hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a Madona Esterházy e A Bela Jardineira. Na segunda metade de 1508, o Papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo 2 e parente distante de Rafael e arquiteto do Vaticano, contratou os serviços do pintor. Aos 25 anos, Rafael ainda estava forjando seu estilo. Contudo logo conquistou a fama e os favores do papa. Ele começou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. Nos 12 anos seguintes, Rafael nunca deixou Roma que passou a ser sua segunda nação. Trabalhou principalmente para Júlio II e seu sucessor, Leão X (filho de Lorenzo de Medici) . Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar o poder da Igreja Romana através da justificação do Humanismo e do Neoplatonismo. Uma série de obras-primas, como a Disputa (ou Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Segnatura, o tornou o artista mais procurado da cidade. Em 1513, a decoração dos aposentos pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas. Criou retratos, altares, cartões para tapeçarias - os chamados Cartões de Rafael, cenários teatrais e projetos arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal. Rafael continuou o trabalho nos quartos até 1513, sob o governo de Leão X, mas deixou as últimas seções quase que inteiramente sob cuidado de seus pupilos. Nesse meio tempo, ele realizou outras tarefas como decorações sacras e seculares para vários prédios, retratos, altares, design para pratos e até trabalhos cenográficos. Alguns de seus trabalhos mais famosos desse período nasceram da amizade com que mantinha com um rico banqueiro de Siena, Agostino Chigi, que lhe encomendou o afresco de Galateia para sua Villa Farnesina e as Sibilas na igreja de Santa Maria della Pace, junto com o projeto e a decoração da Capela de Chigi na igreja de Santa Maria del Popolo, em 1513. Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal. Rafael foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar coordenadas do novo mundo turbulento da expressão barroca. Em 1519, ele projetou os cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto coberto de honrarias. A morte precoce de Rafael, no dia em que completava 37 anos, em Roma em 6 de abril de 1520. O que muito historiadores acreditam ter sido devido suas noites de gala e luxo que vivia pela cidade sendo até suspeito a causa da morte uma possível DST já que Rafael realmente fazia muitos ‘’amores’’ na cidade. Em seus últimos anos (1518-1520), a intervenção do estúdio em seus trabalhos tornouse mais significativa, como pode-se ver em obras como Spasimo da Sicília, para uma igreja de Palermo, e a "Visitação", hoje abrigada pelo Museu do Prado em Madrid. Também a decoração do "Quarto de Constantino" no Vaticano foi executada inteiramente por seus pupilos, baseado em desenhos do mestre. Seus últimos trabalhos autorais foram um retrato duplo do Louvre, o pequeno mas monumental "A Visão de Ezequiel" e a "Transfiguração". A "incansável mão da morte" (nas palavras de seu biógrafo) pôs um limite em suas conquistas e privou o mundo de um benefício maior de seus talentos, na idade em que a maioria dos outros homens começa a ser útil. Rafael foi enterrado no Panteão de Roma, o mais honorável mausoléu na Itália, atendendo seu próprio pedido. Em sua tumba foi colocada uma frase de Pietro Bembo em latim que diz: "Aqui jaz Rafael, que fez temer à Natureza por si fosse derrotada, em sua vida, e, uma vez morto, que morresse consigo". Rafael foi tão importante com sua contribuições a pintura que depois de sua morte foi considerado o período pós Rafael já que ele fez técnicas de profundidade somente vistas no Cinquecento (1500-1599).
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