EcoFamílias−Água

Transcrição

EcoFamílias−Água

EcoFamílias−Água
Fevereiro – Julho 2011
Relatório Final
Setembro de 2011
EcoFamílias – Água, Coimbra
Relatório final
Índice
1.
Resumo Executivo .............................................................................................................. 3
2.
Introdução ........................................................................................................................... 4
3.
Objectivos ........................................................................................................................... 7
4.
Metodologia......................................................................................................................... 8
4.1.
Selecção da EcoFamílias ............................................................................................. 8
4.2.
Cronograma ................................................................................................................. 9
4.3.
Monitorização ............................................................................................................... 9
5.
Caracterização das famílias .............................................................................................. 11
6.
Caracterização dos consumos por dispositivo ................................................................... 12
7.
Caracterização de consumos globais ................................................................................ 15
8.
Análise da redução de consumos por dispositivo .............................................................. 18
9.
Conclusões ....................................................................................................................... 19
10.
Comunicação social....................................................................................................... 20
11.
Bibliografia ..................................................................................................................... 21
Anexo I ..................................................................................................................................... 22
Anexo II .................................................................................................................................... 24
Relatório final
1. Resumo Executivo
O programa EcoFamílias – Água, desenvolvido pela Quercus em parceria com a Águas de Coimbra,
E.M.M, teve como objectivo a alteração de comportamentos no consumo de água pelo contacto directo
com as famílias. Entre Fevereiro e Julho de 2011 foram acompanhadas oito famílias residentes no
condomínio Zen, situado na Quinta da Portela em Coimbra.
Este programa foi composto por duas fases distintas. Numa primeira fase, Fevereiro a Abril de 2011,
foram monitorizados os consumos das famílias sem intervenção. Em Maio do presente ano procedeu-se
à instalação de economizadores de água nas torneiras mais utilizadas (uma nas IS e cozinha) e
chuveiro, iniciando-se a segunda fase do projecto que decorreu entre Junho e Julho de 2011.
A análise do consumo médio diário das famílias permitiu verificar que houve uma redução de cerca de
16% entre as duas fases do projecto, de 294 litros/dia para 248 litros/dia. Este valor é inferior ao
referenciado no PNUEA por fogo (310 litros/dia). No entanto, este facto dever-se-á ao número médio de
pessoas por agregado familiar ser inferior à média nacional considerada no PNUEA (2 e 3,1,
respectivamente). Ao considerar o consumo por elemento do agregado familiar o valor, após a segunda
fase
do
projecto,
mantêm-se
acima
do
valor
médio
nacional
(124 litros/habitante.dia
e
78 litros/habitante.dia, respectivamente).
Os consumos das famílias analisadas durante o fim-de-semana é 3,2% inferior aos dias de semana,
tendo-se verificado que a quinta-feira, dia em que são realizadas limpezas na maioria das habitações, é
o dia da semana com maior consumo (265 litros).
A análise de consumos das famílias abrangidas permitiu concluir que os duches têm maior contribuição
para a factura de água (27%) e, por sua vez, a máquina de lavar loiça tem o menor contributo (1%).
A medição de caudais aquando da instalação de economizadores de água permitiu aferir que é possível
redução do consumo de água nos dispositivos da casa-de-banho em mais de 60% (66% na torneira e
65% no chuveiro). Na torneira da cozinha este valor é inferior (13%) devido à tipologia de torneiras
presentes nas cozinhas das habitações analisadas neste estudo.
3
Relatório final
2. Introdução
A percentagem de água doce existente no nosso planeta é de apenas 3%, e esta água não está
disponível na totalidade. Assim, a água própria para consumo humano torna-se um recurso
extremamente precioso que deve ser gerido de forma eficiente e justa.
O consumo de água tem aumentado devido ao crescimento demográfico, mas também devido ao
desenvolvimento económico e ao estilo de vida actual, sendo estes dois últimos factores os que mais
contribuem para este aumento (Silva Afonso, 2009). Tendo como base os cenários actuais, estima-se
que em 2050 a população mundial atinja os 9 mil milhões de habitantes. Assim, se a tendência de
aumento de consumo de água se mantiver, em menos de 50 anos teremos gasto a água potável
disponível, dado que os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis
e muito limitados. De acordo com este panorama a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a
água será a causa maior de conflito mundial nas próximas décadas. Em Portugal, de acordo com
previsões do SIAM, as alterações climáticas irão contribuir para uma diminuição da disponibilidade de
água potável, existindo uma tendência para o aumento de cheias e para uma pior qualidade de água
(Veiga da Cunha, 2004).
Ao analisar a distribuição de consumos de água pelas regiões da NUT II (Figura 1) verifica-se que a
região centro, na qual se inclui Coimbra, apresenta a terceira maior percentagem de consumo (20%).
Lisboa apresenta a maior percentagem de consumo (32%), sendo a região Norte a que apresenta o
segundo maior consumo (24%).
Norte
24%
Açores
4% Alentejo
7%
Algarve
7%
Madeira
6%
Centro
20%
Lisboa
32%
Figura 1 – Distribuição de consumo de água abastecida pela rede pública, em 2005, por NUTII
(INE, 2011)
Ao particularizar a análise à região Baixo Mondego (Figura 2) é possível verificar que Coimbra
representa a maior percentagem de consumo de água (44%).
4
Relatório final
8%
10%
3%
Cantanhede
8%
Coimbra
Condeixa-a-Nova
3%
Figueira da Foz
Mira
16%
Montemor-o-Velho
44%
Penacova
Soure
8%
Figura 2 – Distribuição de consumo de água abastecida pela rede pública, em 2005,
por regiões do Baixo Mondego (INE, 2011)
O consumo de água em Portugal é bastante mais elevado quando comparado com as necessidades
reais do país, nos vários sectores de actividade. No ano de 2001 foram consumidos 7.500 milhões de m
3
de água por ano, nos sectores urbanos, agrícola e industrial. Estes valores representam cerca de 1,65%
do PIB do nosso país (RCM 113/2005).
No Plano Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) é indicado que o sector urbano representa
3
apenas 8% da procura total de água, sendo consumidos anualmente neste sector 572 milhões m /ano.
Todavia, quanto aos custos efectivos de utilização da água para os diversos fins de utilização, verifica-se
que o sector urbano passa a ser o mais relevante correspondendo a 46% do total de custos, seguido da
agricultura com 28% do total, e da indústria com 26% do total. Desta situação resulta que cada litro de
água poupada em consumo urbano, e portanto em consumo doméstico, se traduz numa poupança
significativa para o país (Figura 3).
28%
46%
Agricultura
Indústria
Urbano
26%
Figura 3 – Distribuição dos custos efectivos da utilização da água por sector
(Fonte: PNEUA)
O sector urbano engloba os consumos referentes aos consumos domésticos, industrial de serviços
(comércio) e outros (como o consumo público). Estes são distribuídos de acordo com a Figura 4.
5
Relatório final
13%
9%
Doméstico
Indústria
Outros
14%
Serviços
64%
Figura 4 – Distribuição do consumo urbano
(Fonte: PNEUA)
De acordo com os dados apresentados na Figura 4 o sector doméstico é responsável por 64% do
consumo urbano. Por consumo doméstico entende-se o consumo associado aos usos de água
efectuados no interior e na envolvente das habitações pelos seus ocupantes (Almeida, 2006).
Os consumos do sector doméstico apresentam um potencial de redução considerável, podendo ser
atingido através:

da regulação de caudais e manutenção dos sistemas de abastecimento;

da aplicação de equipamentos/sistemas de redução da quantidade de água utilizada, sem
perder o conforto na utilização dos sistemas;

da alteração de comportamentos que conduzam a uma redução dos consumo.
O projecto EcoFamílias – Água de Coimbra pretende actuar nas duas últimas vertentes, contribuindo
para uma utilização mais eficiente da água nas habitações do Município de Coimbra.
6
Relatório final
3. Objectivos
O projecto EcoFamílias – Água a decorrer no condomínio Zen, situado na Quinta da Portela, surgiu de
uma parceria entre a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e a AC, Águas de
Coimbra, E.E.M, com os seguintes objectivos:

Caracterização dos consumos de água, durante aproximadamente seis meses;

Delineação de planos de poupança de água para as famílias;

Aconselhamento directo e personalizado das famílias, para ajudar na implementação dos
planos de poupança.
Ao longo deste projecto pretendeu-se também avaliar o contributo de economizadores de água para a
diminuição dos consumos de água numa habitação.
7
Relatório final
4. Metodologia
4.1. Selecção da EcoFamílias
Este programa teve como objectivo monitorizar o consumo de famílias residentes no condomínio Zen,
situado na Quinta da Portela, em Coimbra. Este condomínio foi escolhido por já estar aqui a decorrer um
projecto-piloto de telecontagem.
O sucesso de um projecto deste tipo passa pela participação voluntária das famílias abrangidas. Para
angariar famílias endereçou-se uma carta aos condóminos, na qual eram explicados os objectivos do
programa. Fez-se também um reforço nos contactos com as famílias através de um telefonema. As
famílias seleccionadas distribuíam-se por três lotes do condomínio (Tabela I,Figura 5).
Tabela I – Distribuição das famílias participantes por lote
Lote
Nº de famílias Código das famílias
22.03
1 C05
22.06
5 C02, C03, C04, C06, C08
22.10
3 C07, C09, C10
Figura 5 – Distribuição das famílias no condomínio (fonte: GoogleEarth)
Na fase de execução do projecto não foi possível estabelecer contacto com a família C09 para marcação
das visitas, pelo que esta teve de ser retirada do estudo.
8
Relatório final
4.2. Cronograma
A monitorização das famílias decorreu durante seis meses, de acordo com o cronograma apresentado
na Figura 6. As primeiras visitas realizaram-se entre 21 e 23 de Março. De 23 a 25 de Maio ocorreu um
novo período de visitas para a instalação dos economizadores de água.
Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11
Contactos Famílias
1as visitas; Grelhas
Grelhas
Instalação Economizadores
Grelhas
Grelhas
Figura 6 – Cronograma do projecto
4.3. Monitorização
A monitorização dos consumos realizou-se com o auxílio de equipamentos de telecontagem (Figura 7).
Este sistema permite leituras do contador, em períodos de um minuto.
Figura 7 - Exemplo de uma instalação de um equipamento de telecontagem no condomínio
(fonte:http://www.youtube.com/watch?v=GOGXv4RNF3Q)
Os dados recolhidos por este sistema são enviados por GPRS para uma base de dados, que pode ser
consultada online (Figura 8).
9
Relatório final
Figura 8 - Exemplo da página de internet com os dados de consumo das famílias
Um dos objectivos deste programa passou pela caracterização do consumo de águas dos diferentes
dispositivos existentes numa habitação. Para obter esta informação foi pedido às famílias o
preenchimento de grelhas de consumo (vide Anexo I), nas quais foram registados o dia e a hora em que
se realizaram os vários consumos. Estes dados foram posteriormente cruzados com as medições
realizadas pelo equipamento de telecontagem.
10
Relatório final
5. Caracterização das famílias
Os consumos de água de uma habitação são influenciados pelo número de elementos do agregado
familiar, bem como pelo número de dispositivos e equipamentos que utilizam água. Assim, fez-se o
levantamento destas características para cada uma das famílias, cuja síntese se apresenta na Tabela II.
Tabela II – Caracterização dos hábitos de consumo de água das EcoFamílias
Código
Nº
elem entos
do agregado
Nº duches /
sem ana
Duração
m édia (m in)
Nº m áquinas Nº m áquinas
loiça /
roupa /
sem ana
sem ana
C02
3
21
10
4
C03
2
17
10
2
C04
3
C05
1
14
C06
3
C07
1
C08
1
C10
2
Nº casa de
banho
Nº Cozinhas
3
3
1
2,5
1
1
*
5
1
2
3
1
21
5
2
2,5
5
1
7
10
1
3
4
1
4
1
1
*
14
7
2
* Não foi possível obter a caracterização dos hábitos de consumo das famílias C04 e C07 uma vez que estas famílias não
preencheram e devolveram o questionário de levantamento destas características
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Relatório final
6. Caracterização dos consumos por dispositivo
A caracterização dos consumos por dispositivo obteve-se pelo cruzamento da informação contida nas
grelhas de consumo (Anexo II) preenchidas pelas famílias, com os valores de consumo registados pelo
equipamento de telecontagem.
A análise de consumo de água por dispositivo permitiu concluir que os principais consumos de água nas
habitações analisadas correspondem à lavagem de roupa, manual e com o auxílio da máquina, e ao
duche (Figura 9).
O dispositivo com maior consumo registado foi a máquina de lavar roupa, 44 litros/utilização. Este valor
encontra-se abaixo do valor médio de referência para Portugal para uma carga de 5kg de roupa de
algodão, que é de 90 litros por lavagem (Almeida et al., 2006). Esta diferença pode ser justificada pelo
facto das máquinas de lavar roupa utilizadas pelas EcoFamílias serem de classe de eficiência energética
A, com um consumo de água inferior.
Os duches representam o segundo tipo de consumo mais elevado, 42 litros/utilização, variando entre
32,9 e 66,5 litros. As utilizações com menor valor de consumo registado são a lavagem de mãos
seguidas da lavagem de dentes (1 e 2 litros/utilização, respectivamente), o que mostra que as
EcoFamílias já tinham alguns cuidados na utilização da torneira da casa-de-banho.
Na leitura da Figura 7 deve ter-se em consideração que na lavagem de loiça manual estão incluídos
também valores de passagem de loiça por água para posteriormente ser lavada na máquina de lavar
loiça, e por este motivo o valor de consumo associado a este uso é muito próximo do consumo da
máquina de lavar loiça, contrariamente ao que seria de esperar.
12
Relatório final
50
45
44
42
40
Consumo (litros)
35
30
28
25
20
15
15
13
10
5
5
4
1
2
0
Autoclismo Autoclismo
(Normal)
(Curta)
Duche
Lavagem
de mãos
Lavagem
de dentes
Lavagem
loiça
manual
Máquina
loiça
Lavagens
roupa
manual
Máquina
roupa
Tipo de consumo
Figura 9 - Análise do consumo de água pelos diferentes tipos de uso
Com base nos resultados da análise de consumo dos diferentes tipos de usos e no número de vezes que
se realizava cada consumo (obtidos através das grelhas de consumo preenchidas pelas famílias), fez-se
a análise da estrutura de consumos nas habitações (Figura 10).
Duche
Autoclismo (Normal)
3%
5%
Autoclismo (Curta)
1%
Máquina de lavar loiça
5%
10%
0,2%
1,2%
1,0%
Máquina de lavar roupa
3,3%
Lavagem de dentes
0,5%
1,7%
0,3%
1,3%
0,3%
Lavagem de mãos
27%
Fazer a barba
Lavagem de loiça manual
Utilização do bidé
Lavagem de roupa manual
Lavagem de cara
Preparação de alimentos
Consumo
Figura 10 - Estrutura de consumo de água
13
Relatório final
Na leitura da Figura 10 tem de se ter em consideração que os dados de número de utilizações foram
obtidos pelos registos efectuados pelas famílias, o que pode levar a algumas diferenças entre os valores
registados e o número real de utilizações. Na Tabela III faz-se a comparação entre os resultados das
EcoFamílias – Coimbra e as EcoFamílias – Algarve e dados de referência.
Tabela III - Distribuição de consumos das EcoFamílias - Coimbra e comparação
com dados das EcoFamílias – Algarve e dados de referência
Distribuição de consumos
Dispositivos
EcoFamílias EcoFamílias
Dados
Coimbra
Algarve
referência*
Duche
27%
31%
32%
Autoclismo
8%
5%**
28%
Máquina de lavar loiça
1%
3%
2%
Máquina de lavar roupa
5%
13%
8%
Torneiras
10%
32%
16%
Outros
50%
21%
14%
*Dados retirados do guia técnico “Uso eficiente da água no sector urbano”,
editado pelo IRAR, INAG e LNEC.
**Valor referente a apenas descargas curtas
De acordo com os dados recolhidos o duche é o tipo de consumo com maior contributo para a factura de
água (27%) este valor é próximo dos resultados obtidos no programa EcoFamílias – Algarve e dados de
referência (31% e 32%, respectivamente).
A utilização do autoclismo tem um contributo muito inferior nas EcoFamílias – Coimbra, quando
comparado com os dados de referência (8% e 28%, respectivamente). Este facto poderá ser justificado
pelo aumento da eficiência hídrica dos autoclismos ao longo dos anos, e por as famílias em estudo
utilizarem maioritariamente descargas curtas.
Os restantes dados de consumos são inferiores quer aos dados auferidos nas famílias da região do
Algarve, bem como nos dados de referência. Verifica-se ainda uma grande discrepância entre o valor
correspondente a outros consumos. Estas diferenças poderão ser justificadas por um registo, por parte
das famílias, de utilizações inferior ao real.
14
Relatório final
7. Caracterização de consumos globais
Pela análise dos dados de consumo das famílias verificou-se que de uma forma global o seu consumo
diminuiu na segunda fase do projecto, em cerca de 16% (Tabela IV). Três famílias (C03, C05 e C07)
aumentaram o seu consumo nos meses de Junho e Julho. O médio valor de consumo das famílias
participantes, após a segunda fase do projecto, é de 248 litros/dia. Este valor encontra-se abaixo do
valor referido no PNUEA como capitação média por fogo, que é de 310 litros/dia. Esta diferença de
valores poderá dever-se à desigualdade do número médio de elementos do agregado familiar das
EcoFamílias (2) e o valor considerado no PNUEA (3,1).
Tabela IV – Análise dos consumos globais nas duas fases do projecto
Família
Consumo Fev - Abr Consumo Jun - Jul
(m 3/dia)
(m 3/dia)
Diferença
C02
0,517
0,490
-5%
C03
0,186
0,217
17%
C04
0,508
0,336
-34%
C05
0,160
0,177
11%
C06
0,252
0,194
-23%
C07
0,130
0,155
19%
C08
0,222
0,200
-10%
C10
0,281
0,217
-23%
Média
0,294
0,248
-16%
A análise de consumo por elemento do agregado familiar permitiu verificar que as famílias diminuíram o
consumo de 147 para 124 litros/pessoa.dia (Figura 11). Este valor aproximou-se do valor referido no guia
técnico “Uso Eficiente da Água no Sector Urbano” como capitação do valor doméstico,
78 litros/habitante.dia.
15
Relatório final
Consumo (litros/pessoa.dia)
250
200
150
100
50
0
C05 (1)
C07 (1)
C08 (1)
C03 (2)
C10 (2)
C02 (3)
C04 (3)
C06 (3)
Família (nº pessoas)
Consumo Fev - Abr
Consumo Jun - Jul
Média Fev - Abr
Média Jun - Jul
Figura 11 - Consumo médio por elemento do agregado familiar nas duas fases do projecto
Pela análise da Figura 11 constata-se que não há uma relação directa entre o número de elementos do
agregado familiar e o consumo da família.
Por norma os consumos das famílias alteram ao longo dos dias da semana, de acordo com o tipo e
número de utilizações de dispositivos consumidores de água. Na Figura 12 ilustra-se a diferença de
consumo entre os dias úteis (segunda a sexta-feira) e o fim-de-semana (sábado e domingo). Cerca de
metade das famílias analisadas (C02, C06, C07 e C10) diminuem os seus consumos nos dias de fim-desemana, ao passo que as famílias C04, C05 e C08 aumentam o consumo de água neste período da
semana. A família C03 mantém a média de consumo nos dois períodos.
0,6
Consumo (m3/dia)
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
C02
C03
C04
C05
C06
C07
C08
C10
Família
DU
FDS
Média DU
Média FDS
Figura 12 - Consumo médio diário em dia útil (DU) e fim-de-semana (FDS) (Junho e Julho 2011)
Os dados recolhidos aquando da realização dos inquéritos de utilização da água e pela análise das
grelhas de consumo, preenchidas pelas famílias, permitiram verificar que a limpeza da casa era
realizada maioritariamente nos dias de semana. A maioria das famílias realiza a limpeza das habitações
16
Relatório final
à quinta-feira, pelo que esta poderá ser a justificação para este dia da semana ser o que apresenta maior
3
3
consumo (0,265 m /dia). O dia de menor consumo é o domingo, 0,213 m /dia (Figura 13).
3
A média de consumos diários diminui um pouco nos dias de fim-de-semana, passando de 0,250 m /dia,
3
nos dias úteis, para 0,242 m /dia (Figura 13).
0,30
Consumo (m 3/dia)
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
2ªf
3ªf
4ªf
5ªf
6ªf
S
D
Dia da semana
Consumo
Média DU
Média FDS
Figura 13 - Consumo médio por dia da semana (Junho e Julho 2011)
17
Relatório final
8. Análise da redução de consumos por dispositivo
Um dos objectivos deste programa passou pela avaliação da redução do consumo pela utilização de
economizadores de água. Assim, instalaram-se estes dispositivos em duas torneiras mais utilizadas
(casa-de-banho e cozinha) e no chuveiro mais utilizado.
A redução de consumo prevista pela instalação de economizadores foi obtida pela medição do caudal
dos dispositivos antes e depois da colocação do economizador. De acordo com os resultados obtidos é
possível reduzir nos dispositivos das casas-de-banho o consumo em mais de 60%, ao passo que na
torneira da cozinha a redução expectável é de 13%. Esta diferença de valores deve-se à tipologia de
torneiras presente na cozinha.
Tabela V - Caudal médio ante e pós a instalação dos economizadores
e consequente redução de consumo
Localização
Caudal médio (l/min)
S/ economizador C/ economizador
Redução de
consumo
Cozinha
13
11
13%
Chuveiro
21
7
65%
Lavatório
18
6
66%
Na Tabela VI apresentam-se os valores de redução pela instalação de economizadores em diferentes
famílias. As diferenças de valores obtidos e previstos estão associadas a alterações de comportamento
por parte das famílias na utilização dos dispositivos, nas duas fases do projecto.
Tabela VI - Redução de consumo por uso pela instalação de economizadores
Uso
Duche
C2
12%
C5
29%
Lavagem de dentes
Lavagem de mãos
62%
Lavagem de loiça manual
77%
3%
Redução
prevista
C10
51%
65%
5%
66%
66%
13%
18
Relatório final
9. Conclusões
De acordo com os dados recolhidos entre Fevereiro e Julho de 2011 em oito famílias residentes no
condomínio Zen, situado na Quinta da Portela em Coimbra, pode concluir-se que o consumo médio
diário das famílias reduziu cerca de 16%, de 294 litros/dia para 248 litros/dia. Este valor é inferior ao
referenciado no PNUEA como média nacional (310 litros/dia), no entanto este facto dever-se-á ao
número médio de pessoas por agregado familiar que é inferior à média nacional considerada no PNUEA
(2 e 3,1, respectivamente).
O consumo por elemento do agregado familiar, após a segunda fase do projecto, manteve-se superior ao
valor de referência nacional (124 litros/habitante.dia e 78 litros/habitante.dia, respectivamente).
A análise dos consumos médios diários das famílias nos dias úteis (segunda-feira a sexta-feira) e ao fimde-semana permitiu concluir que em média as famílias diminuem um pouco o seu consumo no fim-desemana (3,2%).
Os dados recolhidos permitiram concluir que o dia da semana com maior consumo é a quinta-feira
(265 litros). Este facto pode ser justificado por quinta-feira ser o dia no qual as famílias realizam as
limpezas das habitações. O domingo é o dia da semana onde se verificou de menor consumo
(213 litros).
A análise da distribuição de consumos das famílias permitiu concluir que os duches são o tipo de
utilização com maior contributo (27%). O uso da máquina de lavar loiça apresenta o menor contributo no
consumo de água das famílias abrangidas por este projecto (1%).
De acordo com as medições realizadas aquando da instalação dos economizadores de água é possível
reduzir o consumo na utilização da torneira e chuveiro da casa-de-banho em mais de 60% (66 e 65%,
respectivamente). Na torneira da cozinha o valor de redução será de 13%, devido à tipologia de torneiras
presentes nas cozinhas das habitações do condomínio em estudo. Nas famílias, onde foi possível isolar
consumos antes e depois da instalação de economizadores, verificou-se valores díspares com os
esperados. Este facto pode dever-se a alterações de comportamento na utilização dos dispositivos entre
as duas fases do projecto.
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Relatório final
10. Comunicação social
O programa EcoFamílias – Água que decorreu em Coimbra foi divulgado em vários meios de
comunicação social, de nível nacional e regional.
Na Tabela VII estão listados artigos publicados conhecidos:
Tabela VII – Artigos publicados em vários meios de comunicação social
Título
Projecto EcoCasa em Coimbra arranca com 15 famílias para uso racional da
água
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1364816
Meio de
comunicação
Ecoesfera
Público
-
Data
11/02/2009
Projecto EcoCasa arranca com 15 famílias para uso racional da água
http://www.oje.pt/noticias/nacional/projecto-ecocasa-arranca-com-15-familiaspara-uso-racional-da-agua
Oje
11/02/2009
Portal “Terra à
Vista”
05/11/2009
Portal
“Eficiência
Hídrica”
24/03/2011
Antena 1
11/04/2011
Portal
“Eficiência
Hídrica”
21/05/2011
Rádio
Regional
Centro
23/05/2011
EcoFamílias – Água
http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/terra-a-vista/?k=EcoFamilias--Agua.rtp&post=16329
Quercus e Águas de Coimbra ensinam famílias a reduzir consumo de água
http://eficienciahidrica.wordpress.com/2011/03/24/quercus-e-aguas-decoimbra-ensinam-familias-a-reduzir-consumo-de-agua/
Coimbra recebe programa EcoFamílias-Água
http://www.rtp.pt/multimediahtml/audio/1-minuto-pela-terra/2011-04-11/86801
EcoFamílias-Água de Coimbra avança para segunda fase
http://eficienciahidrica.wordpress.com/author/eficienciahidrica/page/2/
EcoFamílias – Água de Coimbra avança para segunda fase
http://radioregionalcentro.com/pt/index.php?view=article&catid=46%3Anoticias
&id=155%3Aecofamilias-agua-de-coimbra-avanca-para-segundafase&tmpl=component&print=1&layout=default&page=&option=com_content&I
temid=168
20
Relatório final
11. Bibliografia
Almeida, M. et.al.,2006. Uso eficiente da água no sector urbano. Série Guias Técnicos 8. Instituto
Regulador de Águas Residuais, Instituto da Água e Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Agosto
de 2006. ISBN 972-99354-9-1.
Baptista, et. al, 2001. Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (versão preliminar). Outubro,
INAG, Lisboa. <http://www.inag.pt/inag2004/port/quem_somos/pdf/uso_eficiente_agua.pdf>.
Resolução de Conselho de Ministros nº 113/2005, 30 de Junho.
Silva Afonso, Armando, 2009. Comunicação intitulada Certificação hídrica de produtos. Seminário “O
Uso Eficiente da Água no Sector Residencial”. Faro, 12 de Outubro 2009.
Veiga da Cunha, 2004. Comunicação intitulada Impactos das Alterações Climáticas nos Recursos
Hídricos Portugueses, 14 de Julho de 2004
21
Relatório final
Anexo I
Grelhas de caracterização de consumo de água
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Relatório final
23
Relatório final
Anexo II
Exemplo de grelhas preenchidas
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Relatório final
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EcoFamílias−Água

Transcrição

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