Release Analógico_com prefácio Chico Buarque
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Release Analógico_com prefácio Chico Buarque
DICIONÁRIO ANALÓGICO DA LÍNGUA PORTUGUESA IDEIAS AFINS / THESAURUS 2ª edição revista e atualizada Expressar uma ideia com clareza e elegância é um desafio da comunicação. O vocabulário comum, adquirido e manejado no círculo de amizades e de trabalho, às vezes não nos basta, para expressar exatamente o nosso pensamento. O contato com a gramática, com os dicionários é importante, mas existe outra fonte quando precisamos ampliar a opção de palavras de uso comum para nos comunicarmos com graça e interesse. O Dicionário analógico da língua portuguesa: ideias afins é um dicionário temático, isto é, as entradas são organizadas por temas (como semelhança, pureza e convergência) e não como uma lista alfabética de palavras. Dois tipos de busca são possíveis para achar uma palavra específica: é possível buscar o tema ao qual está relacionada, ou recorrer ao índice, com mais de 100 mil entradas (palavras e expressões diferentes) enviando a quase 160 mil referências diferentes ao longo do dicionário, uma coleção de conceitos de grande importância e valor para quem escreve por gosto ou por ofício. Uma ferramenta essencial para escritores, advogados, jornalistas, músicos, poetas etc. O termo Thesaurus, em latim, foi usado inicialmente por Peter Mark Roget, em seu Roget's Thesaurus, que inovou ao criar um dicionário em que as entradas são listadas conceitualmente, em vez de alfabeticamente. Tomando esse conceito como ponto de partida, e ampliando a opção de consulta com um índice que contém todos os termos usados, o Dicionário Analógico de Francisco Azevedo tem o mérito de registrar e classificar em língua portuguesa as palavras e suas correlações, abstratas ou concretas, tangíveis e intangíveis. Uma verdadeira fonte de inspiração, um mapa das relações entre as PALAVRAS. Dados técnicos: Autor: Francisco Ferreira dos Santos Azevedo ISBN 978-85-86368-62-2 formato 158x230 mm Páginas: 800 Preço: R$ 69,90 www.lexikon.com.br – [email protected] Lançamento: junho/ 2010 Imagem da capa: detalhe: trabalho do artista plástico Carlos Vergara – Piso, Série São Miguel, monotipia e pintura sobre lona crua, 191 x 217cm. Realizado numa série de visitas que o artista fez à Missão de São Miguel, noroeste do Rio Grande do Sul. Símbolo duradouro da ação missionária dos Jesuítas no Brasil, os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na região sul, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Rua do Mercado, 17 – 11º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ – 20010-120 Tel: (21) 2526-6800 – Fax: (21) 2526-6825 — www.lexikon.com.br OS DICIONÁRIOS DE MEU PAI Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele, cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um bom tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil no caráter de um homem adulto. Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da Sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha de rosto a palavra anauê, escrita à caneta-tinteiro. Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda arrematei o último à venda na Amazon.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros). A horas mortas, eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que eu embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais. Hoje sou surpreendido pelo anúncio desta nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia. Rua do Mercado, 17 – 11º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ – 20010-120 Tel: (21) 2526-6800 – Fax: (21) 2526-6825 — www.lexikon.com.br Sobre o autor: FRANCISCO AZEVEDO (Francisco Ferreira dos Santos Azevedo) viveu sempre em Goiás Velho, sua terra natal, onde nasceu em 1875 e veio a falecer, em 1942. Filho de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo e de Rita Brandão Ferreira, foi casado com Virginia Carvalho, com quem teve 11 filhos: José, Joaquim, Ana, Maria, Emanuel, Rita, Messias, Pedro, Paulo, João e Terezinha. Engenheiro civil formado na Escola de Minas, de Ouro Preto, foi um homem plural, um verdadeiro pensador do seu tempo, com atuação destacada em várias áreas. Foi jornalista, professor, gramático e historiador. Escreveu e publicou ensaios, memórias, crônicas, contos, pesquisas e dicionários. Na antiga capital de Goiás, em 1904, sob a presidência de Eurídice Natal e Silva, fundou a primeira Academia de Letras de Goiás. Bom orador, foi eleito deputado estadual em 1909, mas não chegou a tomar posse, em virtude da revolução. Exerceu cargos de relevância na administração pública, e foi ainda professor do Colégio Santana e do Seminário Santa Cruz, ambos em Goiás Velho. Em 1921, foi nomeado diretor do Liceu de Goiás, deixando, no entanto, a direção do mesmo em 1930, para assumir a direção da Escola Normal. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em 1933. Em 1939, com 64 anos, foi um dos fundadores da Academia Goiana de Letras, ocupando a Cadeira 18, cujo patrono é Olegário Herculano da Silveira Pinto. Escreveu, entre outros, “Annuário histórico, geográphico e descriptivo do estado de goyáz para 1910”, “Carta geográfica de Goiás (1903), ‘páginas áridas’”, “Considerações gerais sobre as quantidades negativas”, “Data gregoriana do descobrimento do Brasil”, “Ano inaugural da era cristã”, “Dicionário analógico da língua portuguesa: ideias afins”, “Grande dicionário analítico da língua portuguesa”. Foi sócio da Associação Goiana de Imprensa. Deixou inédito o “Grande Dicionário Analítico de Língua Portuguesa”, cujos originais mereceram elogios da Academia Brasileira de Letras. Seu Dicionário analógico da língua portuguesa foi publicado após a sua morte, em São Paulo, pela Companhia Editora Nacional, em 1950. Rua do Mercado, 17 – 11º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ – 20010-120 Tel: (21) 2526-6800 – Fax: (21) 2526-6825 — www.lexikon.com.br
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