CONCEITO DOS TIPOS DE LUTAS A PARTIR DE UMA VISÃO DE

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CONCEITO DOS TIPOS DE LUTAS A PARTIR DE UMA VISÃO DE
CONCEITO DOS TIPOS DE LUTAS A PARTIR DE UMA VISÃO
DE CULTURA CORPORAL
1
André Luis de Oliveira
Fabio Rodrigo Ferreira Gomes
1,2
1,3
Frank Shiguemitsu Suzuki
RESUMO: A Educação Física Escolar sofreu transformações ao longo do tempo
para adequar-se aos momentos de interesses políticos, e o que está em evidência
na atualidade é a Educação Física enquanto cultura corporal do movimento, de
acordo com os blocos de conteúdo dos PCNs. Sendo assim, o objetivo deste
trabalho é classificar as lutas para auxiliar os professores de Educação Física nas
suas aplicabilidades nas aulas de Educação Física Escolar. Concluímos que as lutas
podem ser classificadas em: esporte de combate, ataque e defesa; folclóricas e/ou
culturais e artes marciais. No entanto, algumas lutas podem transitar por uma ou
mais classificações, pois não foram levadas em consideração as lutas criadas na
sua essência, mas sim um olhar contemporâneo da modalidade.
Palavras chave: educação física escolar, lutas e cultura corporal.
ABSTRACT: Physical Education in school has been changed over the time to adapt
at times of political interest, and what is in evidence actually is Physical Education as
body culture movement, according to the blocks of content from the PCN. Therefore
the aim of this work is to classify the struggle to help the Physical Education teachers
in its applicabilities in Physical Education classes at school. We conclude that the
fights can be classified as: sport of combat, attack and defense, folk and / or cultural
and martial arts. However, some fights can be carried by one or more classifications,
because it was not considered the struggles created in essence but in the
contemporary look of the game.
Key words: physical education; fight and body culture.
1
Professor no Curso de Educação Física da Universidade Nove de Julho
Professor do Colégio CIAM ,membro do Grupo de Estudo em Comportamento Motor (GECOM –
UNICID/UNINOVE) e Membro do Grupo de estudo (GEPCHAM – USP-EACH)
3
Membro do Grupo de Estudo (GREPAFE – UNINOVE)
2
1.
INTRODUÇÃO
1.1
Cultura, Cultura Corporal e Educação Física.
Atualmente o conteúdo de lutas está inserido na Educação Física Escolar,
previstos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`s) (BRASIL, 1998). Os
PCN`s são divididos por Temas denominados “blocos de conteúdo”, dessa maneira
as lutas estão incorporadas no bloco de conteúdo das culturas corporais, em que
encontram-se juntamente com esportes, jogos, dança e ginásticas (ginástica rítmica
e ginástica artística).
Antes mesmo de organizar o tópico de cultura corporal no que tange as lutas,
é preciso definir “cultura”. Cultura é o conjunto de características humanas não
inatas, que são criadas e preservadas, ou mesmo se aprimoram por meio da
comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. Pode-se dizer ainda que
cultura se opõe com frequência a ideia de natureza nas ciências humanas, ou
mesmo em áreas biológicas, e está associada a uma capacidade de simbolização
própria da vida coletiva e que é a base das interações sociais. Em um sentido
antropológico, cultura é o conjunto de códigos e padrões complexos, que regulam a
ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou
grupo específico, e que se manifestam em vários ambitos da vida, por exemplo,
modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores
espirituais, criações materiais, etc (FERREIRA, 1999).
Assim, cultura será visto nesse texto está relacionado a tudo que foi criado
pelo homem, desde o lápis e cadernos utlizados para escrever, ou mesmo uma sala
de aula, ou até o prédio onde se encontra a escola até as formas mais elaboradas
de tecnologia, informática, linguagem ou manifestação corporal. Enfim, tudo aquilo
que se contraponha a natureza.
Para o sentido de cultura em “Cultura Corporal”, utilizamos o compreendido
por MAUSS (1950) apud GONÇALVES JUNIOR (2003), como um saber que a
sociedade desperta no indivíduo e que este desenvolve e toma para si, observando
que cada cultura possui seus “modos de fazer” corporais, construídos a partir de um
conjunto de hábitos, costumes, crenças e tradições herdadas do ambiente cultural,
os quais identificam e distinguem as maneiras como os indivíduos sabem servir-se
do corpo, ou seja, suas “técnicas corporais”.
Sendo assim, Cultura Corporal ou Cultura Física, Cultura Corporal de
Movimento será entendida como:
“... o que se diz respeito a existência humana em sua relação/incrustação
ao mundo, considerando-se a dimensão imaterial, ou seja, a motricidade
(movimento intencional), quer seja lúdica, agonística, espetacular, ou ainda
higiênica ou estética, já que também fizeram/fazem parte do acervo das
experiências humanas. Tais intenções manifestam-se, habitualmente,
quando o ser humano entrega-se ao jogo, a dança, as artes marciais, ao
desporto, a ginástica e a expressão corporal em geral, os quais são
elementos constitutivos da cultura corporal. A expressão contempla também
a
dimensão
material,
como
as
construções
arquitetônicas
idealizadas/projetadas à sua realização, como teatros, estádios, ginásios,
conjuntos aquáticos, bem como os implementos específicos para seu
desenvolvimento: traves raquetes, redes, bolas, calçados e roupas
especiais (GONÇALVES JUNIOR, 2003).”
O caráter imaterial da Cultura Corporal se refere ao plano existencial do gesto
humano cada movimento feito é único e não pode ser repetido. Isso porque o
homem também é único e temporal, não podendo repetir duas ações exatamente
iguais. Uma frase utilizada no âmbito do Comportamento Motor reflete essa
colocação, e refere-se a rebatida do Tênis “quando executo a rebatida, na realidade,
eu não produzo algo absolutamente novo nem repito meramente algo velho”(
BARTLETT, 1932).
Por outro lado a Cultura Corporal é também caracterizada por
motricidade, que se entende a intencionalidade, sentido e significado que o
movimento tem nas mais diversas formas de expressões da Cultura Corporal. O
drible no basquetebol ou no futebol não é “movimento”, mas motricidade, pois segue
um objetivo, uma maneira, um sentido e um significado (NEIRA e NUNES, 2008).
Essa motricidade pode traduzir-se de diferentes maneiras nas formas de
Cultura Corporal: lúdico, o qual o objetivo é de prazer que as expressões da Cultura
Corporal, principalmente as formas de jogo, propiciam ao praticante; agonístico, em
que há o objetivo de aproximação das pessoas ao longo das práticas de Cultura
Corporal, representadas principalmente pelos jogos e esportes de lazer e
participação; higiênico, que refere-se as práticas de Cultura Corporal conceituados
como exercícios físicos voltados para a saúde e bem estar; competitivo, são as
práticas de caráter esportivo; rendimento, aquelas práticas de Cultura Corporal que
visam a superação de limites físicos individuais, muitos dos quais competitivos;
estética, as práticas voltadas ao ganho e aprimoramento de beleza física/corporal,
atreladas a padrões estéticos eleitos socialmente ou pela mídia. Talvez o maior
motivo por busca de expressões da Cultura Corporal; artístico, são práticas da
Cultura Corporal com objetivos expressivos e interpretativos; espetáculo, em que as
práticas da Cultura Corporal que são buscadas por razões de entretenimento, show
e eventos grandiosos; educacional, o uso de formas e expressões da Cultura
Corporal como meio ou instrumento educacional. Aqui se enquadra os conteúdos
das aulas de Educação Física escolar.
O caráter material da Cultura Corporal é representado pelos espaços físicos
onde são realizadas certas práticas. Ginásios esportivos, quadras, pistas, piscinas,
campos são exemplos de espaços e lugares onde são executadas práticas
específicas. Nesse sentido entende-se por implementos o conjunto de roupas e
calçados usados durante as expressões da Cultura Corporal, bem como utensílios
necessários para sua execução (bolas, raquetes, tacos, etc.).
Assim, observa-se a Educação Física como uma disciplina acadêmica que
tem por objetivo promover educação por meio do movimento consciente dos alunos.
Este movimento acontece no jogo, no esporte, na dança, na ginástica, na recreação,
em atividades alternativas e nas lutas, em outras palavras, na Cultura Corporal. Isso
posto, justifica-se a utilização da Cultura Corporal como “conteúdo” para a Educação
Física escolar.
De outro modo, a Cultura Corporal presta-se como objetivo quando
suas práticas são tidas como fins em si, como quando são usadas como
modalidades esportivas de rendimento ou competitiva, onde a finalidade de seus
praticantes é a superação de limites ou superação de adversários. Também isto
ocorre nas práticas feitas em academias de ginástica e escolas de esportes.
A Cultura Corporal é reinventada por meio da Educação Física, essa última se
apropria de práticas corporais históricas do homem e as traz ao presente de outra
maneira, com outros objetivos, executada de outras maneiras e em outros lugares,
com a presença de maior número de pessoas, de idades e de sexos diferentes
daqueles tradicionalmente praticados. Assim vê-se a prova de lançamento de dardo
no atletismo, o tiro de arco, as lutas e entre outras.
Sendo assim surgiu-nos um questionamento devido a vivência como
professores universitário da disciplina denominada “Cultura Corporal de Lutas”
(disciplina do curso de licenciatura em educação física): Como as lutas podem ser
classificadas para sua aplicação nas aulas de educação física escolar na
perspectiva da cultura corporal de movimento proposto nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1998)?
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é classificar as lutas para
auxiliar os alunos do curso de licenciatura em educação física para sua
aplicabilidade nas aulas de educação física escolar.
2
MÉTODO
Para e execução da presente pesquisa, foi utilizado uma pesquisa de revisão
de literatura, a qual realizou-se leituras, reflexões e críticas acerca do tema.
3
DESENVOLVIMENTO
3.1
Lutas e mudança de significado do movimento no decorrer da
história
Desde a préhistória o homem luta, por algo ou para algo. Luta para sua
sobrevivência caçando, fugindo, nadando, criando estratégias para aquisição de
alimentos e outros. A partir das armas criadas para caça como a lança, o cipó, ou
mesmo arremessar pedras, foram criando-se um novo significado para estes
utensílios, ou seja, foram se aprimorando para ganhar mais eficiência nos ataques e
defesa.
Se estudarmos a etimologia da palavra “arte marcial”, entenderemos que
marcial vem de marte, que na mitologia grega era considerado Deus da Guerra, ou
seja, a arte de guerrear (PAYNE, 1996). Quando existia o domínio do mais forte para
com o mais fraco o que restava era a busca da sobrevivência de qualquer maneira,
pois a vida que estava em jogo, um jogo onde a vitória seria viver a derrota morrer.
Assim pequenos povos asiáticos criavam técnicas ou métodos de ataque e
defesa para proteger a vida de seus povos e seu espaço, geralmente como nada
tinham em mãos além dos materiais para lavoura, criaram técnicas com as mãos
vazias.
Foram criadas técnicas de socos e chutes que procuravam ser disparados em
pontos vitais para inutilizar o oponente com apenas um golpe, seguindo o principio
do mínimo de força com o máximo de eficiência. E quando o oponente se protegia
com pesadas armaduras de ferro e socos e chutes não atingiam o corpo humano, a
solução era criar uma força centrifuga para perfurar o ferro ou utilizar torções nas
articulações, uma vez que as armaduras eram articuláveis para devidas locomoções,
ou até mesmo técnicas de estrangulamentos, pois o local mais articulável da
armadura estava no pescoço.
Podemos nos ater aqui neste texto apenas aos samurais que exemplificam
bem esta evolução das artes marciais. Basta nos remetermos ao filme “O último
samurai” que teve como protagonista o ator Tom Cruise, em uma passagem do filme
é mostrado o vilarejo dos samurais no meio das montanhas, onde viviam os
samurais e seus familiares. Aqui cabe ressaltar o momento de treinamento que eram
divididos em grupos, que praticavam treino com “Shinai” (espada de bambu), treino
de arco e flecha, treino de projeções e finalizações articulares e estrangulamentos e
ataque de socos e chutes (THE LAST, 2003).
O samurai “武士” (aquele que serve) deveria estar preparado para tudo e não
podia ser pego de surpresa em nenhuma circunstância, pois lhe custaria a vida. Até
para a morte o samurai era preparado desde que fosse de maneira digna e honrosa.
A trama do filme esta baseada na transição do período feudal japonês para o
moderno, sendo assim algumas pessoas do conselho tentam a qualquer custo
convencer o imperador a decretar o fim dos samurais, que marcaria a entrada do
novo Japão. Momento que caracteriza a briga entre o Japão representado pelos
samurais e o Japão representado pela modernidade com armas de fogo adquirida
com negociações com a Europa.
Sendo assim iniciam-se as aparições das lutas com o sufixo do ao invés de
jitsu, cada luta com seu determinado sentido, por exemplo: Ju-jítsu – Judô; Aiki- jitsu
– Aiki dô; Iai jitsu – Iai dô; Kenjutsu – Kendô; Kyu jitsu – Kyudô, entre outros.
O termo jitsu “術”, é uma palavra que pode ser traduzida como “método”,
“arte” ou “técnica” (HOUAISS, http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=jiu-
j%EDtsu&cod=113149 visto em 27/08/2009), já do “道”, que significa caminho,
senda, rumo, direção, rota em direção a uma realização mais espiritual do que
puramente prática, técnica ou artística.
Isto vai ocorrer no período que caracteriza o término da era Edo e início da
era Meiji. Momento que o foco principal das artes marciais não era criar mais
guerreiros e sim cidadãos de bem, mantendo toda cultura e conduta dos samurais.
3.2 Lutas como Cultura Corporal e a Educação Física
Partindo de que os movimentos naturais do ser humano (andar, correr, saltar,
trepar, nadar, etc.) sejam inerentes ao ser humano préhistórico, provavelmente, o
primeiro gesto abstraído, pensado tenha sido aquele ligado a gestos de defesa ou
de ataque.
Quando pensamos em lutas não podemos deixar de citar as Artes Marciais.
Entendemos por artes marciais as formas de lutas praticadas e guiadas por
princípios religiosos e/ou filosóficos. Também aquelas formas de lutas que tenham
sido usadas comprovadamente em conflitos de guerra. Aqui se encaixam os
exemplos de lutas orientais indianas, chinesas, japonesas e coreanas.
Devemos salientar que em algum momento a maioria das modalidades
tratadas a seguir foram consideradas artes marciais, pois foram criadas para guerra,
mas estamos contextualizando a partir da atualidade, após sistematizações para
tornarem-se esporte para possíveis práticas com cunho educacional e competitivo,
sendo agregadas regras para praticantes de todos os gêneros e faixa etária sem
distinção. Assim, sua caracterização é por maior predominância atualmente,
podendo ser classificada em uma classificação de luta.
Hoje, quando pensamos em ataque e defesa, caracterizamos da seguinte
maneira. As técnicas de ataque e defesa são formas abreviadas de Artes Marciais
aplicadas de forma prática por profissionais de segurança (Agentes de segurança do
Metrô, seguranças pessoais), formas de combate corpo-a-corpo desenvolvida por
policiais militares e soldados das forças armadas. Também são formas de técnicas
de ataque e defesa as lutas criadas para este fim. Exemplo disto é a luta israelense
conhecida como Krav-maga.
As lutas folclóricas e/ou culturais são aqui conceituadas por aqueles
folguedos feitos por uma cultura ou pais com características de confronto,
pertencente à tradição de determinado pais. Assim, poderíamos dizer que existe,
para cada pais, uma formas de luta típica. Por exemplo: Damnyè ou Ladja da
Martinica, no Caribe. O Many de Cuba. Cheibi gad ga de Manipur na Índia,
Chausson ou Savate francês, Escrima ou Arnis das Filipinas, Krabi-krabong e Muay
thai da Tailândia, Guresh da Turquia, Glima da Islândia, Pentjak silat da Indonésia,
Gouren Bretão e o Uka uka de índios no alto Xingu, entre outros.
Também podemos enquadrar como lutas folclóricas e culturais as
brincadeiras infantis, realizadas em forma de confronto. Enquadram-se aqui os
desafios de cabo de guerra, desafios de desequilíbrio, as brigas de galo, e outros,
típicos de conteúdos das aulas de Educação Física infantil.
Algumas modalidades de lutas foram tão difundidas que acabaram se
esportivizando. Sendo assim por esporte de combate entendemos as Artes Marciais
que se tornaram competitivas. Como exemplo o Judô e o Taekwondô. Para se
tornarem modalidades esportivas foram-se necessário minimizar de alguma maneira
sua forma de execução tradicional, criando-se regras para as competições.
Também podemos entender por esporte de combate as lutas historicamente
feitas nos Jogos Olímpicos como: boxe, luta olímpica e greco-romana. Estas últimas
derivadas do antigo Pankracio grego, luta realizada nos Jogos Olímpicos da
antiguidade.
Ainda como esporte de combate entendemos como as lutas criadas para
competição. Exemplos são o Full Contact e o Kick boxing. O primeiro criado na
década de 70 quando caratecas americanos criaram regras específicas para
competições desta modalidade. Já o Kick boxing é uma junção de técnicas de
chutes ao boxe tradicional.
Tabela 1: Classificação das lutas
Esporte de
Combate
Lutas de ataque e
defesa
Lutas folclóricas e/ou
culturais
Judô (Japão);
Krav maga (Israel); Borreh (Gâmbia);
Taekwondo
Hapkido (Coréia)
Chausson ou Savate
Artes Marciais
Aikido (Japão);
Iaido (Japão);
(Coréia);
(França);
Kobudo (Japão);
Boxe;
Cheibi gad ga (Índia);
Luta olímpica;
Damnyè ou Ladja
(Martinica);
Hwarang do
(Coreia);
Greco romana;
Full contact;
Kick boxing
Vajramust (Índia)
Escrima ou Arnis
(Filipinas)
Glima (Islândia);
Gouren (Grã
Bretanha);
Guresh (Turquia);
Krabi-krabong e
Muay thai (Tailândia);
Laamb (Senegal);
Many.(Cuba);
Sumo (Japão);
Tinku (Bolívia);
Uka uka (índios no
alto Xingu, Brasil)
Alguns exemplos de lutas e sua classificação. Vale dizer que algumas lutas,
dada sua origem e contexto atual, segundo os critérios apresentados, classificamse em mais do que uma forma. Exemplo: o Judô surge como Arte Marcial e hoje
também é uma forma de Esporte de combate.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos observar que o homem luta desde seus primórdios por questões de
sobrevivência, para buscar alimento, fugir de animais ferozes, nadando, criando
instrumentos como lança, escudo entre outros.
E todo o pais buscou uma maneira para proteger seu território através das
mãos vazias, como única forma que tinham no determinado momento. Hoje, vemos
certa contradição no uso de algo criado com o intuito de matar transformado em
método de educação e se encontrar como disciplina obrigatória da grade curricular
de um curso do ensino superior na área da educação.
Os PCN’s de Educação Física, ao trazer no seu bloco de conteúdo as lutas,
percebemos a necessidades de classifica-las, visto que tantas expressões de lutas
estejam presentes em nossa sociedade. Tal classificação, vemos como necessária
para que os futuros docentes de educação física utilizem desta preciosa ferramenta,
tanto no aspecto motor como no contexto cultural que esta atrelada a ela.
E a partir desta classificação: esporte de combate; lutas folclóricas ou
culturais; artes marciais e técnicas de ataque e defesa consigam extrair alguns
fundamentos para recriarmos alguns jogos ou brincadeiras de lutas cabíveis as
determinadas faixa etárias escolares.
Assim tentarmos quebrar o estereótipo de aulas de educação física escolar
visando apenas os jogos coletivos ou em muitas vezes somente o futebol,
totalmente desconceitualizado na realidade do aluno.
Para finalizar, é importante lembrar que estamos aqui apresentando as
classificações de lutas para a busca da melhoria na qualidade das aulas de
educação física, e para que isto ocorra é de fundamental importância abordar os
conceitos e as atitudes que as lutas trazem no seu contexto, pois se ficarmos presos
somente aos procedimentos não conseguiremos atingir a proposta que a cultura
corporal de movimento nos apresenta.
REFERÊNCIAS
BARTLETT, F.C. Remembering. Cambridge: Cambridge University Press, 1932.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Educação Física, 1998
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 2128.
GONÇALVES JUNIOR, L. Cultura corporal: alguns subsídios para sua
compreensão na contemporaneidade. Almada, Portugal: Instituto Superior de
Estudos Interculturais e Transdisciplinares. Abril de 2003, nº 9.
NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal: critica e
alternativas. São Paulo, Phorte, 2 ed. v.1, 2008, p. 124.
O ÚLTIMO SAMURAI. Edward Zwick (dir.). Estados Unidos: Warner Bros., 2003. 1
DVD (154 min.). Título original: THE LAST SAMURAI. Legenda em português.
PAYNE, P. Mitos, Deuses e Mistérios. Artes Marciais. delPrado. Madri. 1996, p.
96.