Karate e Taekwondo - Instituto Olga Kos

Transcrição

Karate e Taekwondo - Instituto Olga Kos
KARATE e
TAEKWONDO
ARTES MARCIAIS PARA PESSOAS
COM SÍNDROME DE DOWN E/OU
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL II
karate e
taekwondo
Artes Marciais para Pessoas
com Síndrome de Down e/ou
Deficiência Intelectual II
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Sobre o iok..................................................................................4
Sobre o Projeto..........................................................................5
Sobre o Karate............................................................................6
Atividades Lúdicas..................................................................11
Aprendizados | karate ceu São Rafael...............12
Sobre o taekwondo....................................................14
Princípios......................................................................................16
Aprendizados | taekwondo
ceu Vila do Sol..................................................................18
Descrição do Assistente de Coordenação.............20
Descrição dos Fotógrafos..................................................21
Descrição dos Psicólogos..................................................22
Descrição da Equipe Médica...........................................23
Descrição dos Professores................................................23
Avaliação Física.........................................................................25
Análise dos Resultados do Perfil Evolutivo
de Indicadores.....................................................................26
Mapa da Rede Social............................................................28
Resultados iok em Artes e Esporte..........................29
Somos Vencedores!................................................................31
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SOBRE O IOK
Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é
uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que
atende cerca de 2.500 crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual, particularmente Síndrome de Down, na cidade de São Paulo. Nossa
missão é promover a inclusão social e cultural destas pessoas e para
atingir este objetivo, desenvolvemos projetos de esportes e de artes.
Nas oficinas de esportes, os principais objetivos são: incentivo à prática
esportiva (Karate-Do e Taekwondo), estímulo ao desenvolvimento motor e melhoria na qualidade de vida. Já nas oficinas de artes, buscamos
divulgar a diversidade cultural e artística de nosso país, ampliar o acesso
à cultura, incentivar o exercício da arte e ampliar os canais de comunicação e expressão dos participantes, por meio dos programas: “Pintou
a Síndrome do Respeito” e “Resgatando Cultura”. Com estas atividades,
procuramos garantir que a pessoa com deficiência intelectual reúna condições de participar de forma mais efetiva na sociedade da qual ela faz
parte. Além destas atividades, o IOK desenvolve a articulação de redes
de apoio para geração de renda e inclusão ao mercado de trabalho, por
meio de parcerias com instituições que promovem o aprendizado de
habilidades profissionais.
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
SOBRE O projeto
O projeto “Karate e Taekwondo – artes marciais para
pessoas com síndrome de down e/ou deficiência intelectual ii” visou dar continuidade ao projeto “Karate e Taekwondo – artes marciais para pessoas com síndrome de down e/ou deficiência intelectual i”, tendo como
objetivo a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência intelectual, particularmente Síndrome de Down, à sociedade, por meio da
prática do esporte.
Foram trabalhados os aspectos físicos, motores e cognitivos destas
pessoas, com a finalidade de aumentar a sua consciência corporal,
além de estimular a interação social e promover a participação da
família no processo de inclusão social.
Para tal prática, foi oferecido um kit para cada participante, contendo:
uma mochila, um kimono (Karate) ou um dobok (Taekwondo), um
conjunto de agasalho e calça, uma camiseta, um par de chinelos e uma
toalha de rosto.
Professores organizam os kits para cada
participante
Participantes avaliando seus novos uniformes
Neste material, explanaremos como aconteceu o Projeto “Karate eTaekwondo – Artes Marciais para pessoas com síndrome de Down e/
ou deficiência intelectual II”, realizado nos CEU´s São Rafael e Vila
do Sol, entre Junho 2014 a Julho 2015.
Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural
7
Sobre o karate
O Karate-Do é uma arte marcial
de origem japonesa que significa
caminho da mão vazia ( – Kara:
vazio; - Te: mão; – Do: caminho). Nas oficinas, o participante
aprende os princípios do Karate,
como respeito, cortesia, paciência,
responsabilidade e, principalmente, a humildade.
Karavazio
Te mão
Do caminho
O cumprimento ou "Rei" é uma forma de demonstrar respeito
“REI” – CUMPRIMENTO
O Cumprimento (“Rei”- como
se fala em japonês) é uma importante parte do treinamento.
Antes de qualquer atividade do
Karate, ele é realizado. Este gesto
mostra o apreço e o respeito do
participante para com os companheiros e professores.
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
AQUECIMENTO
(YOBI TAISSO)
O Yobi Taisso é parte fundamental do treinamento, pois prepara
o corpo para a realização dos
movimentos do Karate. Ele começa nas pontas dos pés e os
movimentos vão subindo, até
chegar à parte superior do corpo. A ginástica é realizada desta
maneira para possibilitar o aquecimento gradativo.
Após cumprimento, o participante realiza o aquecimento
KIHON (BASES DO KARATE)
Kihon são movimentos básicos do Karate, de projeção dos membros superiores e inferiores e de proteção, praticados pelo participante. O Kihon é uma parte essencial do trabalho na arte, pois auxilia na
compreensão das particularidades do seu estilo e da maneira correta de execução das técnicas básicas.
Tsuki (Projeção dos membros superiores)
Temos o Tsuki em diferentes alturas:
++ Alto (Jodan Zuki)
++ Defesa alta: Jodan Uke
++ Médio (Tyudan Zuki)
++ Defesa média:Tyudan Soto Uke
++ Baixo (Guedan Zuki)
++ Defesa baixa: Harai Uke ou
Guedan Barai
Maegueri (Projeção dos
Membros Inferiores)
jodan zuki
tyudan zuki
guedan zuki
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KATA
Kata é uma forma de defesa e ataque para os quatro lados com adversário imaginário. Ou seja, Kata
é uma luta imaginária, que utiliza
os pontos cardeais.
Realização do Kata
O Kata é uma luta imaginária que utiliza os pontos cardeais
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
De acordo com o tempo de
prática e a consequente evolução técnica, é realizado exame
de graduação para mudar a cor
faixa. A ordem delas é: Branca,
Amarela, Azul, Verde, Roxa, Marrom e Preta.
Professor auxiliando o participante
As aulas são adaptadas para nosso público
Porém, como trabalhamos com
um público com deficiência intelectual, tanto as aulas quanto
a graduação foram adaptadas
para melhor desenvolvimento
e compreensão do praticante do Karate. A ordem das faixas que seguimos é a seguinte:
Branca, Amarela, Laranja, Laranja
com fita Azul, Azul, Azul com
fita Verde­,Verde, Verde com fita
Roxa, Roxa, Marrom e Preta.
Para cada faixa, existe um Kata
específico. Para os iniciantes,
que recebem a faixa branca ao
ingressar no Karate, é ensinado
o Kata Taichi – Kata básico, que
consiste em uma sequência de
26 movimentos.
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“O Yuri gosta muito de
fazer movimentos com
o corpo. E pelo fato dele
ser autista, se adaptou
rápido. Ele melhorou
muito no que diz respeito
a respeitar as regras . Na
escola, isso influenciou
bastante e todos notam.
Saber esperar, aguardar
seu momento. Essas
atividades do Instituto
Olga Kos fazem com
que ele fique mais calmo,
obedeça e compreenda
melhor. Isso é importante
porque as pessoas com
deficiência não têm
oportunidades, e esse
projeto acolhe a todos.”
Genilce Maria da Silva
Mãe do Yuri Silva Santos
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Já para os faixas amarelas, são ensinados os Katas Guekissai Iti e Guekissai Ni. O Guekissai incorpora as posições
básicas e técnicas defensivas e ofensivas do Goju Ryu
e permite que os participantes aprendam técnicas de
iniciantes e também outras mais avançadas.
Para os faixas Laranja, Laranja com Azul e Azul é ensinado um Kata mais avançado, como o Saifa, que
apesar de ser curto, exige bastante do participante,
pois envolve técnicas de equilíbrio.
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Estas atividades descontraem e ajudam na habilidade motora.
Atividades Lúdicas
São atividades que têm como objetivo ensinar de forma divertida
e descontraída. Estes exercícios
também auxiliam o desenvolvimento de habilidades motoras
(saltar, correr e andar) e as capacidades motoras (equilíbrio, resistência, velocidade de reação, etc).
Para isso, são utilizados diversos
materiais, como:
++ Cordas
++ Bambolês
++ Cones e mini cones
++ Flutuadores para piscinas
++ Bolas de borracha
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Aprendizados – Karate CEU São Rafael
No Karate, a filosofia e os valores
aprendidos se pautam em respeito, cortesia, responsabilidade e
humildade. Desta forma, a modalidade adotada foi utilizada como
uma prática esportiva a serviço
da inclusão social. Como citado
anteriomente, o público atendido pelo IOK contempla pessoas
com deficiência intelectual ou que
encontram-se em situação de vulnerabilidade social. Para possibilitar que estes participantes compreendessem o conteúdo das
oficinas de forma efetiva, tudo foi
planejado e ministrado de forma
adaptada.
Uma parte da equipe posa para foto em grupo
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Participantes durante o "compartilhar"
Atentos, participantes observam a aula
No que se refere aos participantes com deficiência, o Karate
contribuiu principalmente com
exercícios que estimularam a coordenação motora e o senso de
lateralidade, ampliando o domínio que eles têm da mente e do
corpo. Para os participantes que
encontram-se em situação de vulnerabilidade social, tivemos como
principal contribuição o ensinamento dos valores morais e da filosofia do Karate, para possibilitar
a eles um melhor relacionamento
e convívio social. 15
SOBRE O TAEKWONDO
O Taekwondo é um esporte olímpico que trabalha, de forma dinâmica, diversos grupos musculares.
Seus golpes estimulam a cognição e favorecem o
desenvolvimento motor, o equilíbrio, a lateralidade,
a versatilidade e a agilidade.
Participantes durante a oficina no CEU São Rafael
É uma arte marcial de origem coreana, que tem
por objetivo educar e levar o participante ao caminho da sabedoria, buscando a autoconfiança, a
determinação, a liderança e a autonomia.
Todos atentos à execução do movimento
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Professor dando auxílio aos participantes
Taekwondo significa o caminho dos pé e das mãos,
já que “Tae” significa pé, “Kwon” significa mão e
“Do” Significa a arte em si. Nas oficinas, o participante aprende os princípios do Taekwondo, que
treinam o corpo e simultaneamente promovem o
desenvolvimento da mente.
Os praticantes de Taekwondo recebem lições
comportamentais no decurso dos treinos, de forma a melhorarem a sua disciplina, concentração e
autoconfiança, com base nos princípios desta arte
marcial.
O desenvolvimento das técnicas do Taekwondo são
divididos em Hian/Tull ou Poomse. Eles consistem
em um conjunto de movimentos diagramados, teoricamente representando ataques e defesas para
ambos os lados contra um adversário imaginário,
ou seja, não há contato físico entre os participantes.
tae
pé
kwon
mão
do
a arte em si
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O Kibom-Poomse é uma série
de movimentos secundários, mais
avançados, feitos para todos os
lados, em dupla. O objetivo é desenvolver a localização espacial do
corpo, a coordenação motora, o
equilíbrio, o ataque, a defesa e o
contra-ataque.
Participantes executam movimentos do Taekwondo
Princípios
“Ye Ui – Cortesia”
consciência, caso esteja errado,
de sentir-se culpado.
Está pautada na promoção do
espírito de concessão mútua,
incomodar-se com situações de
desprezo maldoso de uma pessoa perante outra, ser educado
com as demais pessoas, encorajar o senso de justiça e entender
hierarquia.
“In Nae – Perseverança”
Para se alcançar algo, como um
alto grau de perfeição de uma
técnica, deve-se determinar seu
objetivo e então, persistir constantemente.
“Yom Chi - Integridade”
“Guk Gi – Autocontrole”
No Taekwondo, a palavra integridade assume uma definição
diferente daquela geralmente
apresentada nos dicionários.
Neste caso, refere-se a uma pessoa que deve ser capaz de distinguir o certo do errado e ter
Este ensinamento é extremamente importante dentro e fora
do treinamento. Uma incapacidade de viver ou trabalhar dentro dos limites ou da esfera de
alguém também é uma falta de
autocontrole.
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“Baekjul Boolgool –
Espírito Indomável”
Pode ser notado quando uma
pessoa corajosa e seus princípios forem colocados diante
de diferenças dominantes. Um
sério praticante de Taekwondo
deverá sempre conservar sua
humildade. Ao defrontar-se com
a injustiça, ele deve lidar com o
combatente sem hesitação ou
medo, com espírito indomável,
independente de quem quer
que seja ou de quantos forem.
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Participantes executando movimentos do Taekwondo
Ye Ui
Cortesia
Yom chi
integridade
O cumprimento é o primeiro passo
in nae
perseveranc,a
guk gi
autocontrole
Equipe busca sempre auxiliar todos os participantes
baekjul boolgool
‘
espirito
‘
indomavel
Participantes se aquecendo
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Aquecimento durante oficina de Taekwondo
Aprendizados | Taekwondo
CEU Vila do Sol
Diante das condições diferenciadas de muitos participantes, foram feitas adequações na execução dos
movimentos do Taekwondo para melhor atendê-los.
Os professores procuravam se posicionar de uma
maneira visível a todos e circulavam para auxiliá-los.
Professor e praticante durante oficina de Taekwondo
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Os movimentos foram feitos em
etapas e realizados com lentidão,
facilitando a observação dos participantes. Além disso, muitas vezes as aulas foram divididas em
pequenos grupos para que os
objetivos específicos de cada aluno fossem atingidos.
Dentro da metodologia, no desenvolvimento das aulas a equipe buscou possibilitar o reconhecimento
corporal por meio da alternância
dos golpes, além de lateralidade e
noção espacial.
Neste grupo, buscou-se que os
participantes interagissem dentro
do ambiente da prática das artes
marciais, aprendendo a respeitar
os colegas, estabelecendo relações mais afetivas e tornando, assim, o convívio mais harmonioso.
“Ela está no projeto
desde o início. Ajudou
na coordenação motora
dela, está mais firme
até no jeito de andar.
Ajuda muito na vida dela
também, pois ela interage
e convive com outras
crianças. Assim, a Camille
entende que não é só ela
que tem dificuldades, que
outras pessoas também
possuem.”
Cristina de Jesus
Mãe da Camille de Jesus
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Assistentes de coordenação são fundamentais para supervisão e suporte
Descrição do ASSISTENTE
DE COORDENAÇÃO
O Assistente de Coordenação é o profissional formado em Educação Física e que é responsável pelas
articulações entre o IOK e os familiares. Cabe a ele
também supervisionar e dar suporte à equipe multidisciplinar do projeto. Além disso, faz as avaliações físicas e organiza as questões burocráticas, como listas
de chamadas, relatórios, etc.
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Descrição dos FOTÓGRAFOS
O principal papel do fotógrafo nas oficinas é capturar
imagens dos participantes, registrando-os em atividade e em momentos de interação.
Este material se torna importante, uma vez que o
projeto objetiva a evolução dos participantes nos aspectos cognitivos, sociais e motores.
Fotografar também é, sobretudo, um exercício de inclusão: não basta registrar imagens de pessoas, mas
entender como e porquê elas atuam daquela maneira peculiar.
Todo material do projeto é fotografado
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Descrição dos PSICÓLOGOs
Nas oficinas de esportes, cabe ao psicólogo(a)
realizar intervenções sempre que seja necessário
para o melhor aproveitamento das atividades pelos participantes, bem como o fechamento de cada
encontro, realizando a etapa da oficina conhecida
como “compartilhar”. Este momento é realizado
na forma de roda de conversa, buscando facilitar
a integração dos participantes para a consolidação
do que foi aprendido e refletir sobre as atividades
realizadas.
A roda de conversa é realizada pelos psicólogos
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Quando o grupo é composto por participantes em
processo de socialização, essa roda de conversa não
se restringe necessariamente à verbalização, podendo envolver dinâmicas de grupo que facilitam a participação daqueles que não dominam a expressão
verbal e/ou não têm repertório social desenvolvido.
A roda de conversa tem sido utilizada também no
início da oficina, quando é necessário explicitar os
combinados para o funcionamento do grupo. Nessa
ocasião, o psicólogo auxilia no processo de exposição de regras e expectativas e procura garantir a
compreensão de tais conteúdos pelos participantes.
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
Descrição da EQUIPE MÉDICA
Com o objetivo de investigar a aptidão dos participantes para a prática de atividades físicas, o projeto
contou com uma equipe médica para a realização
deste procedimento. Eles passaram por uma consulta médica e realizaram exames laboratoriais para
complementar e dar suporte à investigação. Foram
parceiros do Instituto Olga Kos, o Laboratório Filgueiras e a Equipe Médica Overmed, tendo como
responsável o Dr. Thomaz Edson.
Após a consulta e os exames realizados, os participantes dão inicio
aos treinos
Descrição dos PROFESSORES
Os professores têm como papel principal transmitir
aos participantes as técnicas e filosofias do Karate.
Para o exercício desta prática, eles passam por qualificações técnicas e pedagógicas, para que repassem
estes conhecimentos aos aprendizes.
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No dia 4 de agosto foi realizada a cerimônia de encerramento do projeto “Karate e Taekwondo
Para Pessoas com Síndrome de Down e/
ou Deficiência Intelectual II”, no CEU Vila do
Sol, local onde foram realizadas as oficinas de Karate­.
Como as aulas de Taekwondo ocorreram no CEU
São Rafael, no dia 7 do mesmo mês, também foi feito
um evento neste local.
Ambos os encontros contaram com a presença dos
participantes e de seus familiares, da equipe multidisciplinar e também de representantes de nossos
patrocinadores.
Os professores trasmitem toda técnica e filosofia do Taekwondo
Participantes e professores fazem suas apresentações durante encerramento
Nestes dias, os participantes fizeram pequenas apresentações de Karate e Taekwondo e em seguida foram realizadas as trocas de faixas.
Por fim, todos foram agraciados com medalhas e
certificados de participação.
Participante se prepara para apresentação
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
AVALIAÇÃO FÍSICA
Informações Pertinentes
Ao todo, foram realizadas 29 avaliações. As análises delas serão apresentadas abaixo, em 3 grupos, sendo o primeiro grupo chamado de “Pré/Pós”
(total de 13 participantes), o segundo “Pré” (total de 13 participantes) e
o terceiro “Pós” (total de 3 participantes). As 29 avaliações representam
os 29 participantes do projeto que realizaram a bateria de testes da avaliação física, feitas durante as aulas.
Considerações Finais
O grupo avaliado apresentou,
em sua maioria, mais evoluções
do que retrocessos. Os resultados destes testes também condizem com a natureza do esporte,
que quanto mais praticado, com
orientação adequada e estímulos
constantes, melhores resultados
traz ao praticante. Neste grupo,
observou-se um grande número
de participantes que se evadiu
durante a execução do projeto,
sendo a principal consequência a
mudança de horário na escola, o
que tornou as atividades incompatíveis. Desta forma, as avaliações
de correlação dos resultados pré
e pós, quando mensuradas às demais, somente pré e somente pós,
ficam incompletas.
Os dados contidos neste relatório
serão de grande valia para o planejamento dos próximos projetos,
uma vez que as análises são criteriosamente apresentadas.
De modo geral, esta avaliação
trouxe resultados positivos e benefícios à saúde dos praticantes.
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ANÁLISE DOS RESULTADOS DO
PERFIL EVOLUTIVO DE INDICADORES
1. INTRODUÇÃO
tes do Taekwondo. Foram avaliados ANTES e DEPOIS,
no que diz respeito a diversos aspectos psicológicos,
apresentados na Tabela 1. Nela, nomeamos as variáveis
da pesquisa com seus códigos, para facilitar a visualização, acompanhados de numerais, sendo que 1 indica
que a variável foi coletada ANTES e 2 que foi coletada
DEPOIS da prática das artes marciais.
As análises contidas neste relatório objetiva avaliar a
influência das práticas de Karate, realizada no CEU São
Rafael (CSR), e de Taekwondo, realizada no CEU Vila
do Sol (CVS), no desenvolvimento de pessoas com
deficiência intelectual. Temos dados disponíveis de 17
indivíduos que praticaram Karate e de 20 participan-
Tabela 1 – Folha de registro do desenvolvimento psicológico
VARIÁVEL
código
descrição
área cognitiva
AT
Atenção
MEM
Memória
NT
Noção de tempo
EC
Estabilidade do
comportamento
COM
Comunicação
LV
Linguagem verbal
CO
Compreensão de ordens
RE
Reconhecimento de erros
OM
Organização com materiais
área social
SOC
Sociabilidade
COL
Colaboração
PAR
Participação
IND
Independência
IG
Interação com o grupo
área emocional
EE
Expressividade emocional
FLE
Flexibilidade
AA
Autoagressividade
HÁ
Heteroagressividade
TF
Tolerância à frustração
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VALORES QUE AS VARIÁVEIS PODEM ASSUMIR
dependente
1
2
3
intermediário
4
5
6
avançado
7
8
independente
9
10
11
12
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
2. RESULTADOS
2.1. Análise descritiva
Os gráficos 1 e 2 resumem as médias dos resultados encontrados entre os participantes das oficinas de
Karate (CSR) e Taekwondo (CVS),
respectivamente. Como dito anteriormente, no CSR há uma população de 17 indivíduos analisados
e no CVS de 20. No entanto, nem
todos possuem informações completas, principalmente, sobre a avaliação psicológica posterior (2), devido à evasão ou impossibilidade de
avaliação na data estipulada.
No CSR, os dados apresentam
heterogeneidade, sendo possível
concluir que os indivíduos que
mantiveram a frequência nas atividades do projeto tiveram evolução
satisfatória nas funções avaliadas. Já
no CVS, os dados são homogêneos, e conclui-se que os participantes tiveram evolução similar na
maioria das funções avaliadas.
Os resultados dos praticantes de
Karate (CSR) concentram-se na
faixa situada entre 07 e 10, mas somente 4 dos 17 participantes que
foram observados na primeira aplicação desta avaliação participaram
do segundo momento. Nota-se
que aqueles que permaneceram
na prática e puderam ser avaliados,
mostraram desempenho satisfatório, mas de modo geral, podemos
entender que os participantes desse projeto mostram instabilidade
na frequência às práticas, o que gera
descontinuidade nos resultados.
Gráfico 1 – obtida no CSR
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17
Gráfico 2 – Média obtida no CVS
29
Por fim, os resultados dos participantes do Taekwondo (CVS) concentram-se na faixa situada entre 03 e
12, o que significa que os participantes apresentam
desde o desempenho que exige muito auxílio e supervisão até a quase autonomia nas atividades. Assim,
podemos entender que entre os participantes desse
projeto, há aqueles que mostram desenvolvimento
satisfatório nos aspectos cognitivo, social e emocional,
de acordo com as observações realizadas nas práticas de Taekwondo e também aqueles que necessitam
de orientação para as atividades básicas do cotidiano.
MAPA DA REDE SOCIAL
Sluski (1997) explica que a rede social pessoal pode
ser registrada em um mapa que mostra as relações
sociais da pessoa e todas as pessoas com quem ela
se relaciona. O autor o esquematizou incluindo as relações familiares, as amizades, as relações na comunidade e relações de trabalho ou estudo.
O Mapa da Rede Social de Sluzki (1997), que é utilizado para a avaliação da inclusão social nas oficinas
do Instituto Olga Kos, consiste em três círculos concêntricos, divididos em quadrantes. Na parte mais interna, colocam-se os relacionamentos mais próximos;
no círculo intermediário, os relacionamentos medianos; e, no círculo externo, os relacionamentos mais
distantes, conforme podemos ver na figura ao lado.
A “densidade demográfica” dos círculos mostra as relações de família, amizade, trabalho e escola, comunidade (serviços, religião), que constituem os quadrantes. Com a aplicação deste mapa é possível traçar
os relacionamentos que fazem parte da vida de uma
pessoa. São feitas duas aplicações, sendo uma no início das oficinas e outra no final delas. A variação na
rede de relacionamentos mostrada por este mapa
poderá ser um indicativo da maior interação social,
ou não, do participante das oficinas.
No CEU São Rafael, dez participantes apresentaram
relacionamentos em todos os contextos, ocupando
todos os quadrantes, com relações diversificadas, que
podem preencher suas necessidades afetivas e práticas. Vale notar que: entre os vinte e seis participantes,
dez não apontam relacionamentos na comunidade,
muitos casos em que o quadrante aparece em branco, enquanto outros seis mostram número reduzido
nesses contextos, podendo-se concluir que há uma
30
lacuna nos relacionamentos. No mapa de seis participantes, houve alteração no contexto familiar, com
estreitamento de relações e também envolvimento
com pessoas que antes eram mais distantes. Houve
alguma variação nas modificações observadas nos
relacionamentos­, pois em alguns casos observouse alteração nas relações de estudo, enquanto que,
em outros casos, foram as amizades que mostraram
maior ampliação.
No CEU Vila do Sol, houve modificação em todos os
quadrantes, com aumento nos relacionamentos no
mapa de cinco indivíduos, indicando também interação entre os relacionamentos dos vários contextos.
MAPA DA REDE SOCIAL (Sluzki, 1997).
Referências Bibliográficas
SLUSKI, C.E. A rede social na prática sistêmica. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1997. 147p.
e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
resultados IOK
em artes e esporte
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e taekwondo
karate
Artes Marciais para Pessoas com Síndrome
de Down e/ou Deficiência Intelectual II
somos vencedores!
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Agora, seguimos trabalhando para dar continuidade não só a este, mas
a todos os projetos que desenvolvemos, beneficiando milhares de crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual e em situação de vulnerabilidade social.
Prosseguiremos em nossa luta para oferecer melhores condições de
vida a estas pessoas, almejando uma sociedade cada vez mais inclusiva.
Por acreditarem em nosso trabalho, agradecemos à Secretaria de Esporte Lazer e Juventude do Estado de São Paulo e aos patrocinadores deste
projeto: Comgás, Eaton e Air Liquide.
Por fim, agradecemos também a toda equipe multidisciplinar do Instituto
Olga Kos de Inclusão Cultural.
Abrace esta causa!
34
EXPEDIENTE:
Presidente: Wolf Kos
Vice-presidente: Olga Kos
Coordenadora Administrativa: Maria Lúcia de Oliveira
Coordenadora Externa de Esporte: Natália Monaco
Coordenadora Interna de Esporte: Eliane Vannucci
Psicóloga responsável: Thays Salles
Comunicação: Rennan Bontempo e Vanessa Guastaferro
Coordenação Técnica: Sonia Casarin
COLABORAÇÃO: Equipe Operacional
CEU VILA DO SOL
Assistente de coordenação: Leandro Blazek
Professores: Ronaldo Lopes Jr, Alessandra Leal e Gian Silva
Psicólogo: Eduardo de Souza
Fisioterapeutas: Marina Mathias e Vanessa Marques
Fotografia e Filmagem: Arlindo Almeida Jr e Caroline Ferreira
CEU SÃO RAFAEL
Assistente de coordenação: Pedro Perroud
Professores: Edison Frias, Suzana Kunitaqui e Bruno Silva
Psicóloga: Lucia Mendes
Fisioterapeutas: Marina Mathias e Aretuza Leal
Fotografia e Filmagem: Arlindo Almeida Jr, Lucio Mendes e Jean-Charles Mandou
Diagramação: MSDE | MANU SANTOS Design Estratégico
Supervisão de Projeto: Natália Monaco de Castro ME
Equipe de Professores: União Ken In Kan Goju Ryu de Karate
Psicologia: Instituto de Estudos Psicologicos S/S Ltda
Patrocínio
Apoio
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Y0
K 27
C0
M 91
Y 76
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Parceria
Realização
/institutoolgakos
@inst_olgakos
@institutoolgakos
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@inst_olgakos
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ABRACE ESTA CAUSA!

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