25 de agostode - Revista Ônibus

Transcrição

25 de agostode - Revista Ônibus
Para responder aos desafios das cidades, a Marcopolo lança o Viale BRT que redefine a identidade
dos ônibus urbanos brasileiros. O novo Viale BRT expressa velocidade, conforto, acessibilidade e
segurança por meio de linhas fluídas e elementos estéticos inspirados nos mais modernos sistemas
de transporte mundial. O produto atende a todas as exigências dos sistemas de plataformas
de embarque do país, podendo ser configurado para atender às necessidades específicas em
números de passageiros e acessibilidade.
APROXIMANDO
PESSOAS
w w w. m a r c o p o l o . c o m . b r
Respeite a sinalização de trânsito
Ande mAis de Ônibus. menOs POLuiÇÃO, mAis PReseRVAÇÃO... TeRRA mAis ViVA.
sumário
Revista Ônibus – Ano XII – Número 66 – Agosto/Setembro de 2011
meio ambiente
Seminário debate sustentabilidade para o transporte_______ 12
meio ambiente
Diesel de cana-de-açúcar entra em teste no Rio_ __________ 18
produtos e serviços
M2M oferece sistema de monitoramento de frota _________ 22
entrevista
34
Diretor da MAN fala sobre novos produtos da marca_ ______ 24
produtos e serviços
Volvo lança chassis de ônibus com motor dianteiro_________ 30
renovação
Fetranspor lança nova logomarca _____________________ 34
comunicação
38
Indo & Vindo a Revista do Rodoviário __________________ 38
inovação
BRS chega aos bairros de Ipanema e Leblon______________ 42
inovação
Obras do BRT TransOeste avançam_____________________ 44
pesquisa
Estudo do IPEA mostra como está a mobilidade no Brasil_ ___ 50
recorde histórico
Vendas de veículos batem recorde em 2011______________ 52
exemplo
Motorista fica famoso por devolver R$ 74 mil ao dono_ _____ 56
premiação
Setransduc destaca seus melhores rodoviários_ ___________ 58
seções
Editorial: José Carlos Reis Lavouras_ ______________________8
52
Artigo: Lélis Teixeira_________________________________10
Terminal_ ________________________________________58
5
Revista Ônibus
editorial José Carlos Reis Lavouras
Novos caminhos
O segmento de transporte rodoviário de passageiros do Estado do Rio de Janeiro tem vivido
dias de grandes mudanças, muito dinamismo e
investimentos no futuro.
Após o processo licitatório na capital, com o
início da operação de forma consorciada, a aproximação dos grandes eventos que aqui ocorrerão vem
provocando inúmeras oportunidades de crescimento do setor e aprimoramento do serviço prestado.
A implantação dos corredores BRS (Serviço
Rápido de Ônibus) em Copacabana acarretou considerável melhoria, com encurtamento do tempo das
viagens, maior conforto e segurança, e aumento do
número de passageiros.
Os investimentos em tecnologias de cartões
tornaram possível o bom funcionamento do Bilhete
Único, em sua versões Intermunicipal e Carioca,
e a criação de opção de pagamento eletrônico
para os deslocamentos do público que assistirá às
apresentações do Rock’n Rio.
Enquanto os governos investem na infraestrutura necessária à realização de eventos como a Copa
do Mundo e os Jogos Olímplicos, o empresariado
de ônibus investe em ônibus articulados de última geração e na educação dos profissionais que
atenderão aos visitantes, com cursos que incluem
noções de marketing, urbanismo e até das línguas
inglesa e espanhola.
Uma publicação da
Diretoria:
Presidente:
Lélis Marcos Teixeira
Diretor Administrativo e Financeiro:
Paulo Marcelo Tavares Ferreira
Diretora de Mobilidade Urbana:
Richele Cabral
Diretor de Marketing
e Comunicação:
Edmundo Fornasari
Conselho de Administração:
Titulares:
Presidente:
José Carlos Reis Lavouras
Vice-presidente:
João Augusto Morais Monteiro
Conselheiros:
Narciso Gonçalves dos Santos
Generoso Ferreira das Neves
Florival Alves
José Carlos Cardoso Machado
Marcelo Traça Gonçalves
João dos Anjos Silva Soares
Francisco José Gavinho Geraldo
Alexandre Antunes de Andrade
Amaury de Andrade
Joel Fernandes Rodrigues
Suplentes:
Isidro Ricardo da Rocha
Manuel João Pereira
Manoel Luis Alves Lavouras
Domenico Emanuelle Siqueira Lorusso
Mas ainda não param aí as iniciativas do segmento. Estudos sobre
combustíveis mais limpos, programas
de responsabilidade social que criam,
entre outras coisas, acesso a vagas de
trabalho nas empresas de
ônibus, para moradores
das áreas onde foram
instaladas UPPs,
demonstram um
reposicionamento
A implantação dos corredores BRS
do setor diante da
(Serviço Rápido de Ônibus) em
sociedade, possível graças a uma
Copacabana acarretou considerável
trajetória de mais
melhoria, com encurtamento do
de meio século e
muito trabalho em tempo das viagens, maior conforto e
prol da mobilida- segurança, e aumento do número de
de da população.
passageiros.
Todas essas
José Carlos Reis Lavouras
mudanças levaé presidente do Conselho de
ram a Fetranspor a
Administração da Fetranspor
adotar nova logomarca, anunciada à imprensa no dia primeiro
de agosto. Este novo símbolo passa a traduzir
a Fetranspor de hoje, com design moderno e
dizeres que representam nosso maior desejo:
Mobilidade com Qualidade.
Jacob Barata Filho
Marco Antônio Feres de Freitas
Conselho Fiscal:
Efetivos:
Valmir Fernandes do Amaral
Luiz Ronaldo Caetano
Humberto Valente
Suplentes:
Carlos Alberto Souza Guerreiro
Jorge Luiz Loureiro Queiroz Ferreira
Fábio Teixeira Alves
Delegado representante / CNT
Efetivo: Narciso Gonçalves dos Santos
Suplente: Jacob Barata Filho
Revista Ônibus
Editora chefe:
Tânia Mara Gouveia Leite
Redação:
Roselene Alves
Renato Siqueira
Andréa Cardoso
Roberta Araujo
Luciana de Baére
Fotografia:
Arthur Moura
Jorge
Revisão:
Tânia Mara
Patrícia Gonçalves
Luiza Ribeiro
Responsável comercial:
Otakar Guilherme – (21) 3221-6300
Projeto gráfico:
Vladimir Calado
Editoração, impressão e
representação comercial:
www.ArquimedesEdicoes.com.br
(21) 2253-3879
Rua da Assembléia 10, 39º andar – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20011-901 – Tel.: (21) 3221-6300 – Fax: (21) 2531-3711
/cosan.mobil
® Todos os nomes dos produtos Mobil constantes nesta peça são marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou de uma de suas subsidiárias. A Cosan Combustíveis e
Lubrificantes S.A. é a distribuidora autorizada pela Exxon Mobil Corporation para o desenvolvimento da atividade de distribuição de produtos Mobil no Brasil, sendo sua a
responsabilidade pelo exercício local dessa atividade.
@cosan_mobil
S e m a r o u pa
fica maiS
intereSSante.
QUALIDADE QUE VOCÊ JÁ CONHECE
NA QUANTIDADE QUE VOCÊ PRECISA.
O lubrificante Mobil Delvac MX é um produto premium, que prolonga a vida útil dos motores
a diesel. E agora, com a Troca Inteligente, gera mais economia e sustentabilidade para o seu
negócio, pois elimina o descarte de embalagens, melhora o controle de estoque, otimiza sua
área de armazenagem e evita contaminação no manuseio. A Troca Inteligente é muito prática,
segura e está disponível em tanques de 400 e 1.000 litros, com filtro e visor transparente,
lacres de segurança, selo de qualidade e manutenção permanente do equipamento, garantindo
qualidade total do lubrificante. É mais vantagem para o seu negócio e para o meio ambiente.
w w w. c o s a n . c o m . b r / m o b i l
FILTRO COM
VISOR PARA
VOCÊ CONFERIR
A QUALIDADE.
artigo Lélis Marcos Teixeira
O poder da marca
Lélis Marcos Teixeira é
presidente executivo
da Fetranspor
Revista Ônibus
10
Todos convivemos, nesta sociedade de con- empreendimentos bem ou mal sucedidos, ações de
sumo, com uma série de marcas. Palavras, si- grande magnitude social, enfim, tudo o que conheglas ou desenhos, conhecidos como logomarcas ce sobre ela vai ser lembrado, mesmo que de uma
(símbolo+nome) ou logotipos (apenas nome), nos forma muito sutil.
As marcas também envelhecem, se desgasremetem a ideias e conceitos, e servem para identificar produtos e serviços. Mas são muito mais do tam, tais como as ideias, conceitos e pessoas.
que apenas uma imagem. Refletem tudo o que está Mudam, com o tempo. Quando uma empresa modifica seu comportamento, a marca precisa reflepor trás do produto ou serviço que simbolizam.
No mundo moderno, são cada vez mais valori- tir essa nova realidade. Então, é preciso recriá-la,
zadas, pois se tornaram uma forma fácil e rápida de para que recupere seu poder de comunicação.
A Fetranspor, felevar o consumidor a
deração
que reúne
tomar uma decisão. Ao
“Quando uma empresa modifica seu
os dez sindicatos de
se deparar com aquele
comportamento, a marca precisa
empresas de ônibus
símbolo, o comprador
deste Estado, é uma
sabe imediatamente se
refletir essa nova realidade. Então, é
entidade que já tem
o produto é confiável
preciso
recriá-la,
para
que
recupere
mais de meio século
ou não, de qualidade
de existência. Neste
superior ou mediana,
seu poder de comunicação”
período, mudou muito
tem preço mais ou mesua forma de atuação,
nos caro etc. Mas não
é só isso: ao ver uma marca, o indivíduo acessa cresceu, o sistema que representa se modernizou,
todas as informações armazenadas em sua mente criou ações voltadas para a proteção do meio
quanto à organização a que se refere. Valores, cul- ambiente, para geração de conhecimento, enfim,
tura da empresa, sua imagem perante a sociedade, era preciso ter uma marca que representasse essa
nova Fetranspor. E foi criada a nova logomarca, cada
vez mais associada a todas
as ações voltadas para a
Mobilidade com Qualidade. A partir de agora, em
todas as publicações da
Fetranspor, bem como documentos, campanhas e
projetos de mobilidade,
tecnologia do transporte,
educação ou capacitação
profissional para o sistema
de transporte por ônibus
do Estado do Rio de Janeiro, nossa nova marca estará presente.
meio ambiente
tecnologias
sustentáveis no Transporte
Seminário discute
Principal desafio do setor é saber como equilibrar a conta da sustentabilidade
Luciana de Baére
O Brasil é rico em matrizes energéticas e tem tecnologia suficiente
para produção de combustíveis
renováveis. Porém, sustentabilidade não é apenas uma questão
ambiental, mas econômica e social.
As soluções devem ser discutidas
com todos os atores envolvidos e
adotadas em conjunto, com planejamento confiável de médio e longo
prazos, de acordo com características
locais de operação, através de marco
regulatório que defina a parte de
cada um na divisão dessa conta.
Estes são alguns dos pontos que
ficaram claros no “1º Seminário
de Tecnologias Sustentáveis no
Transporte: Alternativas Energéticas
para o Transporte – Copa 2014 e
Revista Ônibus
12
Olimpíadas 2016”, realizado nos
dias 26 e 27 de julho, no Centro
de Convenções Sul América, no Rio
de Janeiro. Iniciativa inédita dentro
do Estado, o Seminário reuniu um
público de cerca de 350 pessoas,
entre representantes de instituições,
do governo, das esferas municipal,
estadual e federal e de órgãos dos
setores de Transporte, Meio Ambiente e Energia, além de empresários e
pesquisadores.
A fim de buscar soluções que
conjuguem eficiência energética,
ganhos ambientais efetivos e viabilidade econômica para o modal, a Fetranspor promoveu o encontro, que
integrou os principais representantes
do setor, num amplo e aprofundado
debate sobre as matrizes alternativas
disponíveis, aliadas às novas tecno-
logias, para geração de combustíveis
mais limpos e renováveis. Foram
apresentados os resultados obtidos
a partir dos biocombustíveis (ainda
em fase de teste) – como biodiesel,
etanol e diesel de cana –, além da
eletricidade e do gás natural veicular
(GNV).
R$ 230 milhões de
investimentos
Na solenidade de abertura, o
presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, ressaltou que, há mais de 12
anos, a entidade vem contribuindo
com programas ambientais e, ultimamente, tem se empenhado na
pesquisa, entre outras, dos ônibus
híbridos, dos motores Euro 5 e
do diesel obtido através da canade-açúcar. Observou ainda que a
adoção destas alternativas já é uma
realidade promissora no Brasil, que
tem potencial para dar o exemplo
de como usá-las e se encontra em
posição privilegiada para definir uma
política de sustentabilidade no setor.
O secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade
Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente, Eduardo Delgado Assad,
anunciou que, ainda este ano, serão investidos R$ 230 milhões na
redução de emissão de gases de
efeito estufa nas 12 cidades-sede
dos jogos da Copa do Mundo. Deste
valor, R$ 30 milhões serão recursos
não reembolsáveis, e os R$ 200
milhões restantes serão gerenciados
pelo BNDES (com diretrizes claras
e juros atrativos) e destinados ao
fomento e à implantação dos ônibus
movidos a etanol, GNV e hidrogênio,
além dos veículos híbridos. Já o
superintendente da Área Social do
BNDES, Ricardo Ramos, enfatizou
que tecnologias ambientalmente
sustentáveis têm de ser também
economicamente viáveis. Segundo
ele, o BNDES está revendo sua
política de apoio a iniciativas nessa
área para incentivar a adoção dessas
tecnologias.
Aumento da demanda
Para o secretário de Transportes do município do Rio de Janeiro,
Alexandre Sansão, os sistemas
BRT (Bus Rapid Transit) e BRS (Bus
Rapid Service) já contribuem para
o transporte coletivo operar de forma mais sustentável. O secretário
de Transportes do Estado do Rio
de Janeiro, Júlio Lopes, disse que o
Rio ganhou 178 milhões de novos
passageiros em 2010, referindo-se
aos resultados obtidos com as
ações do governo estadual para
a melhoria do transporte público.
Também foram lembrados por Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da NTU, os R$ 30 bilhões que
o governo federal destinou para
obras de infraestrutura urbana
nas cidades que sediarão os jogos
da Copa em 2014. E, desde maio,
pesquisadores da Coppe/UFRJ
vêm monitorando o primeiro ônibus urbano flex, abastecido com
70% de GNV e 30% de diesel. De
acordo com o diretor de Assuntos
Acadêmicos da instituição, Edson
Hirokazu Watanabe, o veículo
passará por testes durante um ano.
“Os sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e BRS (Bus
Rapid Service) já contribuem para o transporte
coletivo operar de forma mais sustentável”
Alexandre Sansão, secretário municipal
de Transportes do Rio de Janeiro
“Este ano serão investidos R$ 230 milhões na
redução de emissão de gases de efeito estufa
nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa do
Mundo!”
Eduardo Delgado Assad, secretário nacional de
Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do
Ministério do Meio Ambiente
Watanabe observou que o Brasil é
bastante verde em termos de geração elétrica, já que praticamente
toda a energia produzida vem de
hidroelétricas, permitindo grande
potencial para a construção de um
sistema de transporte sustentável
diante da sua diversidade de matrizes energéticas.
Ao longo dos dois dias, o tema
foi discutido, em seus vários
aspectos, nos seis painéis e três
mesas-redondas. Protótipos (em
teste) de ônibus que utilizam
energia elétrico-híbrida, movidos
a gás natural, biodiesel e a etanol,
além do novo motor Proconve VII
(Euro V) – a ser adotado a partir
de 2012 e que reduz em cerca
de 80% a emissão de poluentes
– ficaram expostos durante o
evento. Veja nas páginas seguintes a síntese das questões mais
relevantes:
13
Revista Ônibus
meio ambiente
Painel 2 – Impactos da
Substituição de Diesel por Gás
Natural no Transporte Pesado
Painel 1 – Novos
Motores a Diesel
no Brasil: Proconve
fase VII (desafios e
ganhos reais)
Testes de campo para
comparar resultados
Combustíveis
mais limpos aliados à tecnologia
P7 para baixa emissão
De acordo com o gerente de Soluções Comerciais da Petrobras,
Frederico Guilherme Kremer, a frota de ônibus do país precisa ser
renovada o mais rapidamente possível. E, para diminuição dos níveis de
emissão de GEE (gases de efeito estufa), é preciso a geração de combustíveis mais limpos, aliados a motores de tecnologia P7 (equivalente à Euro
5), a fim de que os benefícios do diesel S50 (cuja concentração de partículas de enxofre é de 50 em um milhão) sejam realmente significativos.
Do contrário, a variação de teor de enxofre pode inviabilizar ou diminuir
as vantagens ambientais. Kremer ainda afirmou que 19 municípios do
Rio de Janeiro já dispõem de diesel S50 (enquanto em São Paulo este
número é de 36), e que já existem 11 polos de abastecimento do novo
combustível no país, capazes de atender a 87% da demanda. Mais três
polos em funcionamento serão necessários para atendimento total.
Segundo ele, a Petrobras tem todas as condições de atender à demanda
de S50, e a ANP já tem um plano de distribuição do novo combustível.
Painel 3 – Biocombustíveis:
Oportunidades e Desafios
Biodiesel, Etanol e Diesel de Cana
Combustível certo para a
máquina certa
“A redução das emissões será de 98%, no material
particulado, e de 86%, no óxido de nitrogênio. Mas, antes,
é preciso que o combustível certo encontre a máquina
certa”, afirmou o gerente sênior de Desenvolvimento de
Produtos da Mercedes-Benz, Gilberto Leal, ao avaliar o
impacto das futuras regras do Proconve (P7) na indústria.
Segundo ele, a renovação da frota brasileira é a palavra de
O vice-coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Márcio
de Almeida D’Agosto, apresentou estudo comparativo sobre sistemas a gás, especificamente
o diesel-gás, visando a auxiliar na busca de um
combustível que seja mais limpo, tenha eficiência
energética e que possa atender à demanda do Rio
de Janeiro. O trabalho considera toda a cadeia de
utilização, desde a produção até o consumidor
final. Valores, preços, taxas de desconto, índices
de substituição e de retorno de investimento
também são avaliados. D’Agosto informou que
o estudo faz parte de um projeto com prazo de
execução de 18 meses, com recursos liberados,
e que contemplou testes de campo (ônibus que
rodam em percursos determinados pelo próprio
projeto, em vez de linhas regulares, para comparação dos indicadores), voltados para avaliar
a viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Segundo o pesquisador, há tempo suficiente
para que esses veículos possam ser colocados
ordem para se atingir esse coeficiente. O executivo observou
também que os caminhões pesados (acima de 15 toneladas)
são os maiores consumidores de diesel de origem fóssil no
país, e a substituição pelos biocombustíveis ainda é inviável
em grande escala, pelo menos no curto prazo. “Teríamos que
garantir 10 milhões de
metros cúbicos por dia,
o equivalente a pouco
menos da metade do
consumo diário de diesel.
É muito, mesmo considerando a possibilidade de
motores flex ou de misturas que usem o etanol
ou biodiesel”, advertiu.
em linhas, num segundo momento, ou para
ampliação dos testes dentro do mesmo sistema.
O secretário Júlio Lopes lembrou o compromisso já assumido pelo governo do Estado de ter
toda a frota abastecida com B20 (adição de 20%
de biodiesel ao diesel comum) até as Olimpíadas
de 2016. A exemplo dos Jogos Panamericanos,
em 2007 (quando a frota rodou com o B5 (diesel
comum com 5% de biodiesel), na cidade do Rio de
Janeiro, o secretário expressou o desejo de “surpreender o mundo com ônibus hídridos de GNV e
diesel de cana já em linhas, durante o evento”. Ele
salientou que a Secretaria de Transportes já vem
trabalhando com a Bosch, Fetranspor, Coppe, MAN,
entre outras parceiras, no estudo e desenvolvimento
para avanço e bons resultados dessas novas tecnologias, e que grandes investimentos vêm sendo
feitos nos gasodutos também. Otimista, Júlio Lopes
concluiu dizendo que um leque de “novas e múltiplas possibilidades”
será aberto a partir
de 2013, quando a
comercialização do
gás estará liberada,
permitindo a entrada de novos investidores no mercado.
Leal explicou que o crescimento da frota seis vezes
maior (em comparação a 1980) é preocupante e relativiza
os resultados dos avanços no controle ambiental. “Assim,
as emissões de material particulado serão equivalentes
a 1/3 das de 1980, mas as de óxido de nitrogênio serão
18% maiores devido ao número de veículos”, afirmou.
Mesmo diante de impasses como este, ele acredita ser
válido incentivar o consumo dos biocombustíveis. Só
considerando o ciclo total do combustível (quanto se
queimou de carbono na fabricação) para se obter a
redução efetiva das emissões de gás carbônico. “Por isso,
enquanto na troca do diesel pelo GNV emite-se 22% a
menos de CO2, chega-se a 60% ou 70% no biodiesel
(óleos de dendê, mamona, babaçu ou soja esterificados),
e, de forma imbatível, a 98% no diesel de cana”, conclui.
Painel 4 – Ônibus Elétricos e Híbridos –
Oportunidade Tecnológica
Quanto maior o “anda e
para”, maior a economia
De acordo com Euclides de Castro, gerente comercial da Volvo para
a América Latina, os ônibus híbridos são os mais adequados para o trânsito
pesado das cidades e, quanto maior for o “anda e para”, maior será a economia. Isso se deve ao sistema inteligente que desliga o veículo enquanto
fica parado e dá a partida utilizando energia elétrica, além de transformar
76% da energia dissipada nas frenagens em potência útil. Outras vantagens
são: partida em silêncio, 35% de economia de combustível e menos 35%
de emissão de CO2. Os índices de redução de emissões, comparados aos
dos ônibus a diesel, são de 80%, para óxido de nitrogênio, e de 90%, para
material particulado, nos modelos utilizados atualmente no Brasil (correspondentes ao padrão Euro 3). Em relação ao modelo 15180 da Volkswagen
(sem ar condicionado), foi constatada uma economia de combustível de
34,96 %, em recente experimento no Rio de Janeiro, em parceria com a
Fetranspor e o Rio Ônibus.
Os sistemas de BRT podem funcionar, no Brasil, com ônibus híbridos
movidos a eletricidade e diesel, biodiesel ou etanol, segundo José Antônio
do Nascimento, administrador de contratos da Eletra. Nascimento ressaltou que, com os avanços do motor de combustão, os benefícios inerentes
aos híbridos serão potencializados. Alguns deles são: redução de ruídos,
da poluição e do tempo de viagem; otimização do uso da energia; maior
segurança para usuário e operador; facilidade de integração com outros
modais; e menor índice de emissões. O administrador apresentou também a
opção trólebus, que depende de rede de eletricidade aérea para se alimentar,
mas tem vida útil de cerca de 30 anos, em comparação aos 10 anos dos
híbridos, além de emissão zero de poluentes, autosuficiência energética (80
a 90%), baixo risco tecnológico, menor custo operacional e de manutenção
e maior velocidade média no percurso.
O palestrante lembrou que os trólebus estão presentes nas principais
cidades do mundo e, há mais de 60 anos, em São Paulo. Testes com os
modelos híbridos da Eletra mostraram redução de emissão de material
particulado (fumaça preta) em até 90%, enquanto hidrocarbonetos e
monóxido de carbono tiveram diminuição
de 60%, e óxido de nitrogênio, de 25%.
Também foram apresentadas as características dos modelos de 12 m e de 15 m de
comprimento. Quinze protótipos do modelo
maior estão em operação na Expresso Tiradentes, em São Paulo, e já indicaram índices
significativos de economia de combustível,
após correções feitas pelos fabricantes a
partir de problemas identificados na prática.
meio ambiente
Painel 6 – Ganhos Ambientais com
os BRTs nas Cidades da Copa
Painel 5 – Transporte, Energia e
Mudança de Clima
“Economia verde” e
transporte sustentável
para evitar prognósticos
pessimistas
Medidas simples – como incentivar o uso de
bicicleta, aumentar o número de passageiros e/
ou de toneladas por veículo – e o número de
cidades com bilhetagem eletrônica contribuirão
significativamente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, na opinião de Márcia Vallle
Real, superintendente do Clima, da Secretaria
Estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro. E,
“caso não sejam tomadas providências imediatas, a emissão de CO2 pode triplicar nos próximos
vinte anos no Estado”, alerta.
Valle Real acredita que criar novas estruturas
para geração de uma “economia verde” e de um
transporte mais sustentável ainda é o melhor
caminho. A superintendente ressaltou que o governo federal fez um inventário de emissões por
fontes móveis, a fim de identificar e localizar os
principais focos, mapeando as áreas prioritárias
onde deve enfatizar sua ação. “O governo federal
já fez o seu dever de casa”, afirmou, ressaltando
que agora é o Estado do Rio de Janeiro que está
fazendo o seu, através de programas e políticas
públicas de controle
ambiental, como o
Plano Estadual de
Mudança do Clima,
que ficará disponível
para a população na
página do governo
do Estado, na internet.
Revista Ônibus
16
BRT e BRS para uma
mobilidade de qualidade
Para o engenheiro Guilherme Wilson, gerente
de Meio Ambiente da Fetranspor, o sistema de BRT é
fator determinante para uma
mobilidade de qualidade e
para a implantação de um
transporte mais sustentável.
“Os benefícios são tremendos, a começar pelo aumento
e renovação da frota (que
terá de apresentar veículos
com tecnologia Euro 5), resultando na melhoria das
emissões”, defendeu. Vantagens, como racionalização
do sistema tronco (redução de carros na rua), redução
de acidentes e do número de ônibus nas vias, diminuição
de quilômetros rodados e aumento da velocidade média
dos veículos também foram destacadas. O engenheiro
apresentou um trabalho que mostra os benefícios observados nos primeiros meses de funcionamento do BRS de
Copacabana, onde ficou demonstrado que a implantação
de 1 km de BRS no Rio de Janeiro é capaz de reduzir em
2% a emissão de CO2 pelo transporte rodoviário. De
acordo com o estudo, o BRS de Copacabana significou
ganho de eficiência energética para os ônibus de 17%.
Houve redução de 13% no tempo de viagem, sendo que,
na Barata Ribeiro, este índice pode chegar a 23%. Quanto
à emissão de poluentes, houve queda de 24% de material
particulado (fumaça preta), de 7% de óxido de nitrogênio,
e de 44% de óxido de enxofre.
Para finalizar, Wilson considerou a migração modal
como o maior objetivo e, ao mesmo tempo, desafio, a ser
alcançado com os corredores. Segundo ele, é fundamental
que se consiga diminuir a circulação de carros particulares
na rua e atrair este contingente motorizado para dentro
dos transportes coletivos, arriscando uma projeção baseada nos sistemas de BRTs TransCarioca e TransOeste,
previstos para começarem a funcionar no Rio até 2016.
“Com 554 km de BRT, poderiam ser eliminados 50% da
poluição global decorrente do transporte rodoviário”, disse.
meio ambiente
Mercedes
apresenta resultados
de testes com
diesel de cana
Veículos em operação
em São Paulo atestam a
eficiência ambiental do
novo combustível
Revista Ônibus
18
Fotos: Divulgação
Se o caminho para a eletrificação do transporte ainda vai
demorar, em face da inviabilidade
econômica das tecnologias, o
jeito é buscar alternativas menos
poluentes para impulsionar os
motores do ciclo diesel existentes
no país. Depois do diesel, biodiesel, etanol, GNV, chegou a vez do
diesel de cana – combustível que,
de acordo com as primeiras experiências, pode ser a solução para a
redução de emissões de poluentes
no ar das grandes cidades, sem
comprometer o desempenho dos
veículos em operação.
Mostrando pioneirismo no
desenvolvimento tecnológico de
veículos comerciais no Brasil, a
Mercedes-Benz foi a primeira a
testar o diesel de cana no país.
Em evento realizado no mês de
junho, a marca apresentou os
resultados iniciais com o uso
deste combustível alternativo ao
diesel derivado do petróleo. Em
conjunto com diversos parceiros,
a Mercedes-Benz testou, em
bancos de prova e, posteriormente, em operações regulares
de ônibus urbanos, a mistura de
10% de diesel de cana e 90%
de diesel comercial (com teor de
enxofre S50). O novo combustível
proporcionou redução de 9% nas
emissões de material particulado,
sem aumentar as de NOx.
Menos poluente
De acordo com o gerente de
Desenvolvimento de Motores da
Mercedes, Gilberto Leal, o uso
do diesel de cana será a grande
alternativa para a diminuição
de emissões de poluentes. A
produção em larga escala deve
ser iniciada já a partir de 2012,
mas a tendência é que, para
abastecimento das frotas, o volume necessário esteja disponível
somente em 2014. Segundo Leal,
as vantagens para adoção do
diesel de cana começam ainda
no processo de extração. “É
preciso moer a cana, fazer a fermentação, para então se extrair
uma levedura, geneticamente
modificada. Após este processo,
o combustível sai quase puro.
Não precisa destilar nem passar
pela centrifugação”, explica.
A manutenção do desempenho
foi um resultado importante demonstrado nos testes com o diesel
de cana. Nos ensaios comparativos,
os parâmetros de controle do
motor permaneceram exatamente
iguais, o que reforça a confiança da
19
Revista Ônibus
meio ambiente
A produção em larga escala deve ser
iniciada já a partir de 2012, mas a
tendência é que, para abastecimento
das frotas, o volume necessário esteja
disponível somente em 2014
empresa no uso desse biocombustível, pois não requer alteração na
estrutura da frota atual. “O diesel
de cana não apresenta elemento
corrosivo, uma vez que na sua composição não há oxigênio, somente
carbono e hidrogênio”.
Consumo reduzido
Outra característica fundamental do novo combustível é a
manutenção do consumo reduzido. Para os clientes, o diesel de
cana será certamente uma opção
a mais no uso de combustíveis
alternativos no já conhecido e
eficiente motor diesel MercedesBenz. Gilberto Leal afirma que três
ônibus rodaram na cidade de São
Paulo, e os ganhos ambientais foram significativos. Além desses, os
veículos utilizados para transporte
dos participantes da C40 Summit –
conferência ambiental que reuniu
prefeitos e representantes das 40
maiores cidades do mundo, em
São Paulo – também utilizaram o
diesel de cana.
A Mercedes empregou o AMD
em outros dez microônibus de
clientes, e a única alteração
efetuada foi a substituição do
filtro de combustível. Dentre os
ganhos ambientais, foram observadas as seguintes reduções:
6,3% em volume de NOx, 12,5%
de material particulado, 3,2% de
CO2, 11,8% de hidrocarbonetos
e 34% de monóxido de carbono.
O mais interessante é que todos
esses testes foram realizados
com o AMD misturado ao diesel
S50 e com motor padrão Euro V,
que estará disponível somente a
partir de janeiro de 2012; o que
significa dizer que, se utilizados
com diesel S500 e motor padrão
Euro III, os números serão ainda
melhores.
Viação Saens Peña testa o combustível no Rio de Janeiro
Se em São Paulo as avaliações tanto de campo quanto
de laboratório trouxeram bons resultados, no Estado do Rio,
a parceria firmada entre a Mercedes-Benz e a Fetranspor,
para uma bateria de testes ainda maior, deverá comprovar
a eficiência do combustível. Trinta veículos da Viação Saens
Peña vão operar com 30% de diesel de cana durante um ano.
Segundo Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento
de Motores da Mercedes-Benz, os objetivos da ampliação
destes testes são: comparar na rua o que já foi atestado em
laboratório e obter um pouco mais de dados estatísticos, além
de avaliar os veículos em diferentes temperaturas, verificando
as condições gerais de operação.
Baseada no experimento de São Paulo, com ônibus urbanos abastecidos com 10% de diesel de cana, que resultaram
na redução de 9% nas emissões de material particulado, sem
aumentar as de óxido de nitrogênio, a Mercedes decidiu elevar
o volume de diesel de cana para 30%, nos testes que já estão
sendo realizados no Rio de Janeiro. “Mostramos ao mercado
que o diesel de cana é a mais viável alternativa de combustível
limpo para o nosso país, sem exigir alterações na motorização
do veículo e contribuindo para o negócio dos operadores. Mais
uma vez a Mercedes-Benz indica o caminho a seguir”, afirma
Ricardo Silva, vice-presidente de Ônibus América Latina da
fabricante. “Queremos proporcionar à Viação Saens Peña, à
Fetranspor e aos órgãos gestores do Rio de Janeiro a mesma
satisfação obtida com os resultados verificados em São Paulo,
consolidando nosso trabalho conjunto na busca de soluções
sustentáveis”, conclui.
Os testes no Rio de Janeiro serão realizados com ônibus
urbano modelo OF 1722, em parceria que envolve também
a Amyris Brasil, fabricante responsável pelo desenvolvimento
do diesel de cana no país.
produtos e serviços
Redução de custos
e melhor oferta de serviços
Monitoramento de frota auxilia gestão da empresa
Que tal com poucos cliques
visualizar todo o panorama da
frota em circulação? E saber as
condições técnicas e operacionais
de cada veículo? Estas são apenas
algumas das possibilidades que o
empresário que optar por gerenciar sua frota terá ao seu alcance.
Hoje estão à disposição sistemas
que viabilizam esse controle.
Trata-se de solução estratégica
envolvendo ferramentas capazes
de otimizar a frota, regular linhas,
além de fornecer informações
confiáveis para melhorar a gestão
de diversos setores da empresa.
Obviamente, a operação de
uma empresa de transporte coletivo depende da atuação proativa de diversos agentes, desde
o momento que o ônibus sai da
garagem, ainda de madrugada,
até seu retorno no final do dia. E
uma das vantagens para o frotista
que investe em sistemas de monitoramento é justamente poder ter
acesso às informações durante os
períodos de fraca operação, não
dependendo necessariamente de
relatórios emitidos por fiscais ou
despachantes.
Entre as informações que nunca estarão contidas nos relatórios
destes profissionais, destacam-se,
por exemplo, vícios de direção,
como manutenção de pé na embreagem durante o percurso, fre-
Revista Ônibus
22
nagens bruscas e desvios de rotas
devido a acidentes ou congestionamento. Contudo, elas podem ser
identificadas por esses sistemas,
que permitem também planejar
o tempo das viagens, mesmo em
horários de pico, estabelecendo o
período ideal para cada uma delas.
1.800 veículos em
Fortaleza
Mas quando isso começou? De
acordo com Leonardo Costanza,
sócio-diretor da M2M Solutions,
as primeiras transmissões de
dados ocorreram em 2003, com
a utilização da tecnologia GPRS.
“Fomos para a França testar um
equipamento que seria usado pela
Régie Autonome des Transports
Parisiens (RATP), empresa pública
que gerencia os transportes na
capital francesa. A partir dos resultados, decidiram implementar esse
tipo de sistema no país”, explica.
Costanza explica que, para que
o sistema seja aproveitado em sua
totalidade, todos os agentes envolvidos no transporte devem atuar:
poder público (com infraestrutura),
operadores e seus colaboradores,
além dos usuários do transporte
coletivo, que podem obter informações sobre frequência dos ônibus
e tempo de viagem por meio de
aparelho celular. Como exemplo, ele
A Viação Alpha implantou o
sistema em 2006 e, entre outros
benefícios, conseguiu a redução de
60% em gastos com oficina
cita a implantação do sistema na
cidade de Fortaleza, que promoveu
a reestruturação do transporte e
hoje oferece uma ótima estrutura
para seus usuários. “São aproximadamente 1.800 veículos sendo
monitorados, e os passageiros
sabem exatamente quando o ônibus vai chegar, graças aos painéis
instalados nos terminais”.
“Manter intervalo constante entre
seus veículos ajuda nesse processo
de fidelização. A Real é um exemplo,
cujo carregamento aumentou 8% ao
implantar essa medida”
Leonardo Costanza,
sócio-diretor da M2M Solutions
Além da pontualidade e do conforto gerados pelo monitoramento,
outro item que melhorou e muito em
Fortaleza foi a segurança. De acordo
com Leonardo, antes da implantação
do sistema eram registrados aproximadamente 20 assaltos por dia.
Hoje, este número foi reduzido a
uma ocorrência. “A integração com o
centro de operações da polícia é algo
que traz sensação de segurança para
todos. O tempo de interceptação de
um veículo em perigo é de apenas
três minutos”, afirma.
Monitoramente em
Guarulhos
A empresa acaba de fechar
contrato com a cidade de Guarulhos. São mil veículos que serão
100% monitorados. “É uma cidade onde o transporte também
funciona de forma consorciada,
e o ideal é tentarmos operar
melhor do que em Fortaleza, mas
se conseguirmos chegar ao nível
da capital cearense já estará muito
bom”, diz.
No Rio de Janeiro, a M2M
Solutions opera com aproximadamente 55% do mercado.
Entretanto, a cidade ainda não
está totalmente preparada para
proporcionar aos usuários a
gama de serviços que a empresa
pode oferecer, embora algumas
empresas que decidiram pela
implementação do sistema já
tenham obtido bons resultados,
graças à mudança de cultura
gerada pela contratação desse
serviço relativamente novo.
Um dos casos citados pelo
diretor como sendo de sucesso na
cidade do Rio é o da Viação Alpha,
que implantou o sistema em 2006
e, entre outros benefícios, conseguiu a redução de 60% em gastos
com oficina, em virtude do mapeamento das rotas e da identificação
dos principais pontos de acidentes
envolvendo os veículos da empresa,
permitindo controlar a velocidade
destes nos trechos afetados.
Real também está
monitorada
Outra empresa citada é a
Real Auto Ônibus, que implan-
tou um painel na estação de
embarque do seu serviço especial, na linha que circula entre
os aeroportos Internacional
Antonio Carlos Jobim e Santos
Dumont, o que tem rendido
muitos elogios à empresa por
parte dos passageiros, que podem acompanhar o tempo de
espera dos ônibus, assim como
a localização dos veículos.
Com a reestruturação do
setor e a implantação dos sistemas de BRT, a perspectiva é
que sejam instalados painéis
nas estações. Costanza explica
que numa cidade onde ainda
existe disputa por passageiros
ante a superposição de linhas
de ônibus, com monitoramento
e gestão inteligente da frota, é
possível à empresa fidelizar seu
cliente. “Manter intervalo constante entre seus veículos ajuda
nesse processo de fidelização.
A Real é um exemplo, cujo
carregamento aumentou 8% ao
implantar essa medida”, conta.
O monitoramento faz parte
do que os usuários, empresários e órgãos gestores podem
vislumbrar para o futuro. Identificar as necessidades primordiais da empresa, da região e o
que os passageiros realmente
desejam é fundamental para
a consolidação da mobilidade
inteligente. “Desta maneira podemos evoluir ainda mais. Esse
sistema pode ser constantemente flexibilizado, e suas funções
podem ser visualizadas com
segurança de qualquer lugar,
basta utilizar um computador”,
finaliza Constanza.
23
Revista Ônibus
entrevista José Ricardo Alouche
MAN se prepara para as
exigências ambientais
Diretor de Vendas e Marketing para o Mercado Nacional
da MAN Latin America fala dos novos produtos da marca
Por Renato Siqueira
Na segunda entrevista da série que a Revista Ônibus
traz com os principais executivos das grandes montadoras
e encarroçadoras do setor, conversamos com o diretor de
Vendas e Marketing para o Mercado Nacional da MAN
Latin America, José Ricardo Alouche. Entre outros assuntos, foram abordados temas importantes, como a nova
legislação ambiental e as expectativas para o lançamento
de novos produtos, visando às transformações que o transporte de passageiros vem passando no país.
Fotos: Divulgação
Revista Ônibus
24
RÔ – Em recente entrevista, o senhor afirmou que
a Man Latin America apresentaria algumas novidades
ao longo do ano. O que o
mercado de transporte de
passageiros pode esperar?
JRA – Ao longo deste ano,
vamos apresentar todos os proRevista Ônibus – Como
dutos que iremos comercialia MAN Latin America está
zar a partir do início de 2012.
se preparando para atender
Seguindo o histórico da nossa
às normas do COmarca, pretendemos
NAMA Proconve
oferecer ao mercado
P7? Já está defias melhores soluções
“O biodiesel e o diesel de cana já são
nida a tecnologia
para cada necessiuma realidade. Nossos motores atuais
que será utilizada?
dade de transporte.
Foi desenvolvida
Procuramos trabalhar
já podem trabalhar com combustíveis
aqui no Brasil ou
com tecnologias que
que tenham até 10% de diesel de cana tragam resultado povocês trouxeram
o know-how da
sitivo para a operação,
somados a 5% de biodiesel, ou até
Alemanha?
mas que não penali20% de biodiesel”
Jo s é R i c a r d o
zem demasiadamente
Alouche – A partir de
o valor de investimenjaneiro de 2012 todo
to inicial na aquisição
caminhão ou ônibus produzido no fase P7 são equivalentes às da do veículo, ou seja, teremos
país deverá atender à norma de norma Euro 5, vigente na Europa, tecnologia onde for necessário.
emissões do Conama na fase P7. nos baseamos na tecnologia já
RÔ – A fábrica da Man
Para que isto aconteça dentro do conhecida. Porém, considerando Latin America foi designada
prazo, estamos trabalhando com as diferenças culturais, nossos como centro de desenvolpraticamente 100% do nosso efe- engenheiros tiveram de traba- vimento de ônibus para a
tivo de engenheiros em projetos lhar árdua e rapidamente para América Latina e países em
que envolvem, direta ou indireta- preparar nossos motores para a desenvolvimento. O que isto
mente, veículos com motorização nova fase.
significa na prática? De que
“Procuramos trabalhar com tecnologias
que tragam resultado positivo para
a operação, mas que não penalizem
demasiadamente o valor de investimento
inicial na aquisição do veículo”
adequada à P7. Ao longo deste
ano, teremos toda a nossa linha
de caminhões e chassis para
ônibus preparada e homologada
conforme os novos limites. E, em
janeiro de 2012, todos os nossos produtos estarão de acordo
com a legislação. Os prazos
para desenvolvimento, testes e
homologação são muito longos;
por isso a tecnologia foi definida
em 2008. Como as exigências da
25
Revista Ônibus
entrevista Ricardo Alouche
maneira frotistas e passagei- trabalham continuamente em so- diferenças entre os ônibus
ros são beneficiados com essa luções alternativas para promover fabricados no Brasil e aqueo transporte. Entre as possibilida- les produzidos na Europa?
decisão?
JRA – Nosso know-how des em estudo estão muitos dos
JRA – Ainda é cedo para
para desenvolver e produzir combustíveis já utilizados em dizer. Temos muito a fazer e
veículos para países em desen- soluções veiculares, mas os que testar para decidir. O que dá
volvimento é resultado da nossa têm mostrado melhores resulta- para afirmar é que não podemos
experiência no mercado brasileiro dos operacionais para aplicação simplesmente tirar da prateleira
nas últimas décadas, fabricando imediata são aqueles que utilizam e colocar para rodar aqui, pois
veículos para suportar as severas o ciclo diesel como base. O bio- as aplicações são diferentes, o
aplicações e a baixa qualidade de diesel e o diesel de cana já são relevo é diferente, o pavimento
pavimento a que são submetidos uma realidade. Nossos motores é diferente e os carregamentos
os veículos que operam por aqui. atuais já podem trabalhar com são bem diferentes dos nossos. A
Os caminhões e ônibus que pro- combustíveis que tenham até maior diferença entre os ônibus
duzimos estão aptos para atuar 10% de diesel de cana somados brasileiros e os europeus é basicamente a altura do piso
em todos os países em
em relação ao solo – a disdesenvolvimento, pois
tância da base do veículo
estes se assemelham ao
“Nosso
know-how
para
desenvolver
ao solo que eles utilizam
nosso país em décadas
lá é quase impraticável por
passadas. O benefício
e produzir veículos para países
aqui. Sem dúvida teremos
desta nova situação virá
em desenvolvimento é resultado
os ônibus MAN rodando
no médio prazo, com o
no país em breve, após os
aumento dos volumes
da nossa experiência no mercado
testes e análise das alterde produção, o que trará
brasileiro nas últimas décadas”
nativas acima descritas.
ganhos de escala para
RÔ – Na última
a nossa empresa, peredição da Fetransmitindo investimentos
mais frequentes para a melhoria a 5% de biodiesel, ou até 20% Rio, a marca apresentou o
de biodiesel, alterando apenas o protótipo do chassi para
constante dos nossos produtos.
RÔ – A busca por transpor- plano de manutenção, ou ainda ônibus articulado. Ele já
te sustentável é um dos desa- com combustíveis com percen- está homologado e pronto
fios para montadoras, encarro- tual de biodiesel entre 20% e para comercialização? Em
çadoras, operadores e agentes 100%, com aplicação do kit de caso afirmativo, quantos
públicos. Nesse contexto, cada duplo combustível, seguido de já foram vendidos e quais
um necessita fazer a sua parte. plano de manutenção específico. serão as primeiras praças
O que a empresa está fazendo Estamos trabalhando em um contempladas?
JRA – Nosso chassi para
no que diz respeito ao uso projeto de veículos híbridos com
de combustíveis alternativos, tecnologias diferentes das até ônibus articulado ainda está em
como diesel de cana, etanol, então utilizadas no país. Tão logo processo de homologação. Temos
entre outros? E veículos híbri- tenhamos os primeiros protótipos, que finalizar nossos testes de rodagem para garantir a segurança
dos? Existe algum projeto da informaremos.
RÔ – Existe alguma pre- do veículo. Os primeiros veículos
empresa para isto?
JRA – Como já disse, ante- visão quanto à chegada de para passageiros devem entrar em
riormente, os processos de de- algum modelo de ônibus da operação no segundo semestre
senvolvimento demandam muito MAN para o mercado na- deste ano.
tempo. Por isso, nossos técnicos cional? Quais as principais
Revista Ônibus
26
produtos e serviços
Chassis 17.280
Chassis 15.190
MAN apresenta
linha 2012
Chassis 17.230
Montadora adota duas tecnologias para
atender às exigências do Proconve P7
Com a aproximação do mês
de janeiro e, consequentemente,
da mudança na legislação no
que diz respeito às emissões
de poluentes, as grandes marcas do segmento começam
a apresentar suas novidades
para este novo momento da
indústria de veículos pesados.
A MAN Latin America anunciou
seus lançamentos no dia 19 de
julho, em São Paulo. De acordo
com o presidente da empresa,
Roberto Cortes, para atender aos
requisitos legais, bastaria que a
MAN fizesse a mudança pura e
simples dos motores da linha
Volksbus. No entanto, impulsionados pela crescente participação de mercado, a empresa foi
além. “Desenvolvemos uma linha
totalmente renovada, com uma
série de inovações tecnológicas
que agregam mais valor aos
veículos”, explica Cortes.
A MAN, que possui aproximadamente 34% de participação
no mercado de ônibus no país,
anunciou crescimento de cerca
de 7% em vendas, somente no
período de janeiro a junho deste
ano. Na sua fábrica em Resende,
município localizado na Região
Sul Fluminense, são produzidos
70 ônibus por dia. A partir de
agora, boa parte destes veículos
trará a grife do motor MAN. Isto
graças a um acordo tecnológico
que permitiu à empresa participar da fabricação dos motores
da marca MWM. Outros chassis
permanecerão com os tradicionais motores Cummins. Dessa
maneira e objetivando trabalhar
com produtos capazes de atender
27
Revista Ônibus
“Desenvolvemos uma linha com uma
série de inovações tecnológicas que
agregam mais valor aos veículos”
Roberto Cortes,
presidente da MAN
aos diversos tipos de segmento
do transporte de passageiros,
independentemente da aplicação
– do miniônibus ao rodoviário,
passando pelo urbano articulado
–, a MAN busca a preservação
das suas principais características:
robustez, confiabilidade e baixo
custo operacional.
Aliás, o custo reduzido pode
ser evidenciado na escolha da
tecnologia EGR (recirculação dos
gases de escape) em três chassis: 15.190, 17.230 e 17.280
(equipado com motor traseiro).
Como estes modelos devem ser
os de maior procura por parte
dos frotistas, não apresentam
em sua configuração original
tanque para armazenamento do
Arla 32, voltado para motores
dotados com a tecnologia SCR
(redução catalítica seletiva), o
que inicialmente pode representar menor valor de aquisição
ante os concorrentes. Entretanto,
esta vantagem pode não ser tão
significativa, pois, teoricamente,
a tecnologia EGR apresenta
queima de combustível menos
eficiente, ou seja, maior emissão
de material particulado, o que
pode refletir em aumento no
consumo de diesel.
Um pouco mais sobre os chassis com tecnologia EGR
VW 15.190 OD
Idealizado para o transporte urbano em linhas distribuidoras, operando como midibus ou em fretamento de curtas
e médias distâncias, conta com novo conjunto de trem de
força, com o compromisso de aliar desempenho e custo operacional. Equipado com novo motor MAN D08 de 4 cilindros,
foi desenvolvido exclusivamente para a aplicação ônibus.
Possui dois estágios de sobrealimentação (dois turbocompressores), sistema de injeção Common Rail, objetivando
oferecer melhor desempenho mesmo em baixas rotações.
VW 17.230 OD
Concebido para suportar as severas operações do
transporte urbano e também como alternativa para o
serviço de fretamento. O 17.230 OD alia a tecnologia de
um motor MAN, aplicado com sucesso em diversos lugares
no mundo, à robustez e confiabilidade já reconhecidas do
modelo. Também é equipado com motor MAN de 4 cilindros,
garantindo torque e potência compatíveis com a operação.
Para atendimento do Proconve P7, o motor com tecnologia
EGR garante melhor aproveitamento do espaço do chassi,
não exigindo tanque adicional e, portanto, não interferindo
no encarroçamento do veículo. Este modelo será oferecido
também na versão V-Tronic, com transmissão automatizada.
VW 17.280 OT
Projetado para aplicações de fretamento e rodoviárias de
curta distância, bem como para urbanas com alta demanda
Revista Ônibus
28
de passageiros, seja com piso normal ou mesmo piso baixo
(Low Entry), o Volksbus 17.280 OT está agora equipado com
conjunto powertrain, para atender a todas as finalidades.
Possui motor MAN D08 com 6,9 litros, distribuídos por 6
cilindros e 280 cavalos de potência. Sua nova transmissão
mecânica, ZF 6S 1010 de 6 velocidades, com servo assistência e transmissão por cabos, garante maior conforto ao
motorista e durabilidade a todo o conjunto. Também pode
utilizar a caixa de transmissão automática ZF 6HP 502C e
ser apresentado na versão V-Tronic. Ideal para carrocerias
de até 13,2 metros, o modelo é oferecido com entre eixo de
6.000 mm, na versão urbana (piso alto ou piso baixo), ou
de 3.000 mm (fretamento), o que permite a instalação de
bagageiro passante.
Nos demais produtos, a tecnologia SCR
Assim como outras grandes marcas do mercado, a MAN
aposta na linha de produtos dotados da tecnologia de redução catalítica seletiva, que utiliza o Arla 32, para atender
às medidas estabelecidas pelo programa de controle de
emissões veiculares. A tecnologia foi adotada nos modelos
de maior e menor capacidade de transporte da marca.
Caberá aos empresários definir, considerando as planilhas
de custos das operadoras, qual será a melhor tecnologia a
ser empregada. Importante lembrar que, até o momento, as
estimativas apontam que o preço do litro do Arla deve ficar
em torno de 70% em comparação ao litro do óleo diesel,
significando aumento no custo operacional do frotista.
produtos e serviços
Luís Carlos Pimenta,
presidente da Volvo
Bus Latin America,
apresenta o B270F
Motor dianteiro:
a nova aposta da
Volvo
Montadora lança seu primeiro chassi para ônibus com motor frontal
Com direito à presença do presidente mundial, Hakan Karlsson, a
Volvo do Brasil, que iniciou a produção de ônibus no País em 1979,
apresentou, no dia 5 de julho, em São
Paulo, o seu mais novo chassi para
ônibus. Seguindo uma tendência de
mercado, lançou o B270F, primeiro
da marca equipado com motor
dianteiro. O veículo promete acirrar
ainda mais a disputa, cuja demanda
vem aumentando, gradativamente,
ano a ano.
Segundo Hakan Karlsson, o
lançamento do novo chassi coincide
com o ótimo momento vivido pela
economia brasileira, quando os olhos
do mundo estão voltados para o Brasil, que será sede de grandes eventos,
como a Copa do Mundo e os Jogos
Revista Ônibus
30
Olímpicos. Entusiasmado, Karlsson
ressaltou a participação da empresa
no mercado nacional e lembrou
o início da fabricação dos ônibus
híbridos, previsto para o próximo
ano. O B270F é um excelente projeto
desenvolvido no Brasil para satisfazer
as necessidades, tanto do mercado
urbano quanto do rodoviário. “Ele
chega para complementar a nossa
ampla linha de produtos voltada
para mercados específicos, com a
qualidade e robustez dos produtos
da Volvo”, disse.
Conforme declarações de Karlsson, o B270F é o mais leve de sua
categoria e vem equipado com motor
de sete litros, molas parabólicas,
volante ajustável e chassi em aço
especial, além de atender aos mais
rigorosos padrões de qualidade,
segurança, performance e respeito
ao meio ambiente.Alguns destes atributos, somados à tradição da marca,
podem ser considerados os principais
argumentos para a comercialização
do novo chassi, consolidando a Volvo
nesse mercado bastante competitivo,
como ressalta Luís Carlos Pimenta,
presidente da Volvo Bus Latin America:
“Nós temos uma receptividade muito
boa no mercado de ônibus. Somos
respeitados como líderes em produtos
para BRT e temos uma interface muito
interessante com os clientes. Aqueles
que operam com ônibus tradicionais
também sempre nos solicitaram por
produtos complementares, e parece
que reservaram um lugar para receber
esse novo chassi”.
Inspiração em caminhão
O segmento de mercado dos
ônibus 4x2 com motor frontal é composto por 60% de ônibus urbanos
e 40% de rodoviários, sendo estes
últimos utilizados em operações
de médias e curtas distâncias, de
aproximadamente 200 quilômetros,
e também em fretamento. Trata-se
do segmento imediatamente abaixo
do dos pesados (acima de 16 toneladas), e logo acima do dos médios,
situando-se na faixa entre 16 e 17
toneladas.
Um dos principais trunfos do
novo veículo está no fato de ser inspirado na plataforma dos caminhões
Volvo VM, já consagrados pelo mercado de semipesados, principalmente
devido à sua robustez e economia
de combustível. “O projeto para o
ônibus, contudo, priorizou as necessidades específicas do transporte de
passageiros, com atenção especial
a itens como conforto, segurança
e cuidado ambiental, até porque o
veículo terá uma parte expressiva das
vendas destinada ao mercado de urbanos”, explica Gilcarlo Prosdócimo,
da Engenharia de Vendas da Volvo
Bus Latin America.
Do ponto de vista técnico, o
B270F se apresenta para o mercado
de maneira bastante flexível e ver-
sátil. Um atributo muito citado é a
preocupação com o meio ambiente.
O chassi foi concebido em duas
versões: uma com motorização
padrão Euro III, com 260 cavalos de
potência, que servirá para atender ao
mercado da América Latina; e outra
já com a tecnologia SCR, que utiliza
o Arla 32, com dez cavalos a mais,
atendendo assim aos novos padrões
de emissões do mercado brasileiro.
Transmissão diferenciada
Além disso, o B270F pode ser
configurado para atender aos segmentos de transporte urbano e de
fretamento, pois permite a utilização
de carrocerias de até 3,6 metros de
altura e 13,2 metros de comprimento. Desta forma, pode transportar até
90 passageiros, se utilizado em linhas
urbanas, ou até 50 viajantes, quando
adaptado ao mercado de fretamento
eventual ou contínuo.
“O projeto do B270F contempla
inovação e cuidado com detalhes
que podem fazer muita diferença no
custo operacional e no desempenho
do veículo”, observa José Luis Gonçalves, gerente de ônibus rodoviários
da Volvo Bus Latin America. É o caso,
por exemplo, do volante ajustável
em ângulo, único neste segmento
do mercado e que terá a opção de
ajuste em altura, a partir do próximo
ano. Gonçalves lembra que atenção
especial também foi dada aos conjuntos de transmissão, eixos traseiros
e sistemas de freios, cuja concepção
compreende tanto aspectos de
produtividade e performance como
de segurança e conforto para os
passageiros.
No que diz respeito aos frotistas,
estes podem escolher entre duas
opções de caixas de câmbio mecânicas. A transmissão FSO 6406A
destina-se a aplicações rodoviárias,
com rotação ideal de consumo na
última marcha (overdrive). Já a caixa
FSB 6406B (direct drive) é a alternativa apropriada para aplicações
urbanas e metropolitanas. Ambas
combinam robustez com operação
suave e reduzido nível de ruído, para
maior conforto dos passageiros e do
motorista. “Isto é possível graças ao
sistema de acionamento por cabo
dos movimentos da alavanca, para
as trocas de marchas. Este sistema
também permite melhor posicionamento da alavanca do câmbio no
painel do veículo, resultando em
melhor ergonomia e eliminando a
transferência de ruído e calor para
o interior do veículo”, diz Gilcarlo
Prosdócimo.
31
Revista Ônibus
renovação
A
nova cara da
Federação faz evento com cem pessoas para lançar a nova logomarca
Século XXI, terceiro milênio..., e o mundo continua
girando e... mudando e... inovando a cada minuto. Internet,
redes sociais, e-mails, celulares,
games, televisão digital, crescimento sustentável, aquecimento
global, responsabilidade social,
gestão de pessoas... Estas são
algumas das palavras e expressões que surgiram ou ganharam
força na primeira década do
século atual.
A Fetranspor, apesar de prestes a entrar na terceira idade,
mantém sua mente aberta para
o novo, e se renova, todos os
dias, com o propósito, não
apenas de acompanhar os movimentos da sociedade e estar
inserida nela de forma ampla e
completa, mas, sobretudo, de ser
fonte de mudanças que tragam
benefícios para a população do
Estado do Rio de Janeiro e para
Revista Ônibus
34
os trabalhadores do transporte
por ônibus.
E, para ser melhor lembrada
e conhecida por esta forma de
pensar e atuar, a Federação mudou sua marca. A nova logomarca tem como objetivo principal
melhorar, esclarecer e modernizar a imagem da Fetranspor, que
Os conceitos
de Mobilidade,
Modernidade,
Qualidade, Diversidade,
Sustentabilidade e
Desenvolvimento estão
inseridos na nova marca
da Federação
hoje está ligada aos conceitos
de mudança, evolução, visão
voltada para o futuro; porém
respeitando a tradição, o papel
e a identidade da instituição,
sem ruptura total, mas com
uma transformação lógica e necessária. Portanto, os conceitos
de Mobilidade, Modernidade,
Qualidade, Diversidade, Susten-
tabilidade e Desenvolvimento
estão inseridos na nova marca
da Federação.
Em prol da mobilidade
Para apresentar a nova logomarca à sociedade, a Fetranspor
promoveu um evento no Restaurante Real Astória, em Botafogo.
Cerca de cem pessoas estiveram
presentes ao almoço de lançamento, que reuniu o secretário de
Transportes do Estado do Rio de
Janeiro, Júlio Lopes, representantes dos sindicatos filiados à Federação, dirigentes de empresas,
representantes do poder público,
jornalistas e colaboradores da
Fetranspor: os diretores Paulo
Marcelo Tavares (Administrativo
e Financeiro), Ana Rosa Bonilauri
(da Universidade Corporativa
do Transporte), Richele Cabral
Gonçalves (de Mobilidade Urbana), Edmundo Fornasari (de
Marketing e Comunicação) e
Arthur Cesar de Menezes, além,
claro, do presidente executivo,
Lélis Marcos Teixeira.
“Estamos acompanhando as
mudanças pelas quais a cidade e
o Estado do Rio de Janeiro estão
passando e temos de apresentar
uma nova postura”
Edmundo Fornasari, diretor de Marketing
e Comunicação da Fetranspor
Segundo Edmundo Fornasari,
a nova logomarca é consequência das ações que vêm sendo
realizadas pela Federação, seus
35
Revista Ônibus
renovação
“Este é o momento de transição. Precisamos
acompanhar estas modificações, porque
nunca se teve tamanha consciência para se
investir em transporte coletivo, e a nossa
mudança faz parte deste processo”
Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor
sindicatos, empresas e poder público, com a adoção de políticas
importantes para a mobilidade.
“É uma responsabilidade grande
de transformação e que vai em
busca das pessoas. Queremos
que a viagem de ônibus seja prazerosa. O lançamento da marca
reflete o compromisso assumido
diante de vários públicos, como
clientes, parceiros, fornecedores, funcionários e jornalistas.
Estamos acompanhando as mudanças pelas quais a cidade e o
Estado do Rio de Janeiro estão
passando, e temos de apresentar
uma nova postura para entregar
à população todos os nossos
serviços voltados para a mobilidade”, afirmou o diretor.
Nova filosofia e cultura
Para o presidente da Fetranspor,
o lançamento da marca é resultado
de uma nova cultura, que reflete a
transformação vivida pelo setor, e a
sociedade precisa entender que faz
parte dela. “Este é o momento de
transição. Precisamos acompanhar
estas modificações, porque nunca
se teve tamanha consciência para
se investir em transporte coletivo,
e a nossa mudança faz parte deste
processo”, esclareceu Lélis. De
acordo com o dirigente, a Fetranspor
vem atuando proativamente no
sentido de oferecer condições para
aprimoramento contínuo do setor
de transportes do Estado do Rio.
“Elaboramos projetos e estudos
em prol da melhoria da mobilidade;
investimos nas pessoas, por meio
da Universidade Corporativa do
Transporte; em tecnologia, com
a implantação da RioCard; e na
preservação do meio
ambiente e da sustentabilidade do planeta. Tudo
isto comprova a evolução
do setor. A marca é a
culminância de todas
estas ações, desta nova
filosofia. Trabalhamos
os conceitos básicos da
mobilidade para oferecer
o melhor para a sociedade”, finaliza.
Uma placa em
aço, na entrada
da Federação,
já exibe a nova
logomarca
Revista Ônibus
36
comunicação
Rodoviários ganham
publicação com a sua cara
A Fetranspor acaba de lançar
mais uma publicação. Desta vez,
uma revista inteiramente voltada
para o trabalhador rodoviário. A
primeira edição da “Indo & Vindo
– a Revista do Rodoviário”, que
será bimestral, chegou às mãos
dos 104 mil profissionais do setor
de transporte por ônibus do Estado
do Rio de Janeiro no começo de
agosto. Os dez sindicatos filiados
à Federação ficaram incumbidos
de enviar o periódico para suas
empresas associadas, cuja maioria
aproveitou a entrega do contracheque do mês para distribuir a
novidade.
Na Flores, a distribuição da
“Indo & Vindo” começou no dia
4 de agosto. “Fizemos da mesma
forma como costumamos fazer
com o nosso jornal interno, o “Folha Verde”. Colocamos a Revista à
disposição dos funcionários num
display que fica localizado na
entrada da empresa. Faremos a
reposição regularmente, até que
Revista Ônibus
38
os exemplares acabem”, afirma a
supervisora de Desenvolvimento
Humano da Gerência de Desenvolvimento Humano e Organizacional
da empresa, Cristina de Souza
Araújo Gullo.
Para a gerente de Recursos
Humanos da Ideal, Ana Lise Maia,
a Revista foi muito bem planejada
e produzida. “Está leve, interessante, aborda conteúdos que têm
afinidade com o rodoviário e que
ele pode, inclusive, levar para
dentro de casa. É uma maneira
de mostrar para a família a sua
realidade como trabalhador do
setor e de aproximar mais esta
família do dia a dia do rodoviário”,
afirma. A distribuição na empresa
aconteceu em 5 de agosto, com a
entrega do contracheque, no setor
de arrecadação.
A gerente de Desenvolvimento
de Pessoas da Viação Cidade do
Aço, Rita de Cassia Guimarães,
também vibrou com a novidade.
“Fico muito feliz pelos trabalha-
“Colocamos a Revista à disposição
dos funcionários num display que fica
na entrada da empresa, e faremos a
reposição regularmente, até que os
exemplares acabem”
Cristina Gullo, supervisora de
Desenvolvimento Humano da Flores
“Está leve, interessante, aborda conteúdos
que têm afinidade com o rodoviário e que ele
pode, inclusive, levar para dentro de casa”
Ana Lise Maia, gerente
de Recursos Humanos
da Ideal
dores rodoviários por terem agora
uma publicação só para eles. A
Fetranspor marcou mil pontos com
esta iniciativa, pois mostra grande
respeito por esta classe e resgata
o orgulho do profissional. Além
disso, a Revista está linda, e as
matérias estão super interessantes.
Atrevo-me a dizer que ela será um
Na Flores,
rodoviários
fazem
fila para
participar da
promoção
“Indo &
Vindo
Transportando
Prêmios”
marco para a comunicação dentro
do sistema de transportes”, disse.
Sobre a “Indo & Vindo”
A ideia da publicação surgiu
a partir da necessidade do setor
de falar com seu principal público,
os trabalhadores rodoviários. Para
definir o projeto editorial e gráfico
da Revista, foi feita uma pesquisa
que identificou os assuntos de
maior interesse dos profissionais
que trabalham no setor de transporte por ônibus, bem como a
linguagem, tanto de texto como
visual, ideal para falar com os
rodoviários.
A “Indo & Vindo – a Revista
do Rodoviário” possui formato
diferenciado, no tamanho 17 x
26,5, e conta com linguagem
popular, matérias curtas, muitas
fotos e ilustrações, grande variedade de assuntos e passatempo
para a família dos rodoviários.
Trata-se da primeira publicação
exclusiva para os trabalhadores
do setor.
Como matéria principal de
capa, a primeira edição traz o
perfil do motorista Joilson Chagas
(da 1001), que ficou conhecido
por ter encontrado, dentro do seu
ônibus, um envelope com R$ 74
mil e devolvido ao dono. A história
de Joilson também foi contada por
vários jornais e canais de televisão.
Além do exemplo de honestidade de um trabalhador do setor,
a Revista apresenta matérias sobre Petrópolis, na seção “Na Estrada”, que revela ainda dicas de
restaurantes e hotéis para quem
quiser visitar a Cidade Imperial,
e sobre o canal “Viva”, de TV por
assinatura da Globosat, na seção
“Cultura e Entretenimento”, com
direito a um quiz acerca de antigos programas que são exibidos
no canal, e com depoimentos de
rodoviários.
39
Revista Ônibus
comunicação
“A Revista está linda, e as matérias
estão super interessantes. Ela será um
marco para a comunicação dentro do
sistema de transportes”
Rita de Cássia Guimarães,
gerente de Desenvolvimento
de Pessoas da Cidade do Aço
Ainda no primeiro número da
“Indo & Vindo”: uma enquete sobre a seleção brasileira de futebol,
feita com motoristas, cobradores,
despachantes e fiscais, no Terminal
Rodoviário da Praça XV; dicas
sobre economia de combustível
para motoristas; uma receita de
churrasco de forno, que pode ser
feito dentro de casa e sem fumaça,
na seção “No Ponto”; a programação de cursos e eventos da Universidade Corporativa do Transporte
(UCT); uma matéria sobre câncer
de próstata, destacando a importância do exame de prevenção em
homens a partir dos 40 anos, na
seção “Cuide-se”; a relação de
Funcionário da Braso Lisboa garante sua
participação no sorteio de prêmios
serviços de saúde disponíveis nas
unidades do Sest Senat do Estado
do Rio; e uma página dedicada a
dicas de português – “Na Ponta da
Língua”. Sem falar no espaço para
diversão, com palavras cruzadas,
história em quadrinhos, jogo dos
sete erros, labirinto e piadas.
Revista sorteia mais de 100 prêmios
Junto a seu variado conteúdo, a primeira edição da “Indo & Vindo” traz benefícios e uma super
promoção para os trabalhadores rodoviários. Para participar, basta preencher o formulário disponível
na última página da Revista, destacá-lo e depositá-lo em uma das urnas colocadas nas garagens, ou
entregar o cupom no departamento de Recursos Humanos da empresa. Quem preferir, pode se cadastrar
diretamente no site da publicação – www.revistaindoevindo.com.br/premios.
Ao preencher o formulário (da Revista ou do site) e enviá-lo, o profissional rodoviário estará automaticamente participando do sorteio de mais de 100 prêmios, compreendendo: uma
televisão LED de 42” Full HD, smartphones, câmeras digitais, cursos do IEDB, livros da editora
Rocco e camarotes da Gemalto/Vivo Rio para assistir a shows, com tudo liberado.
Somente poderão participar da promoção os funcionários de empresas de ônibus do Estado
do Rio filiadas à Fetranspor. E apenas serão aceitas as inscrições enviadas até o dia 29 de
agosto. O sorteio será realizado em 1º de setembro, no auditório do Rio Ônibus. Quem quiser
presenciar deve ligar para 3221-6300 e fazer a inscrição. A divulgação do resultado ocorrerá
no dia seguinte, através do site da Revista e nas garagens das empresas.
Revista Ônibus
40
inovação BRS
BRS chega a
Ipanema e Leblon
Novo corredor de ônibus visa a diminuir
tempo de viagem de 19 para 11 minutos
O BRS (Sistema de Ônibus Rápido), a novidade carioca que encurtou
distâncias em Copacabana, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana
e na Rua Barata Ribeiro, acaba de
chegar a Ipanema e Leblon. No dia
20 de agosto, entrou em funcionamento, nas ruas Visconde de Pirajá
e Ataulfo de Paiva, mais um corredor exclusivo de ônibus da cidade
do Rio de Janeiro. “Os corredores
BRS são o ponto de partida para a
racionalização do sistema de ônibus
em nossa cidade. A experiência bem
sucedida de Copacabana, iniciada
em abril, mostrou que, aumentandose a velocidade operacional dos
ônibus, uma quantidade menor de
veículos pode transportar o mesmo
número de passageiros”, afirma o
secretário municipal de Transportes,
Alexandre Sansão.
Revista Ônibus
42
O sistema é o mesmo, porém
com algumas adaptações, em função das características das novas
vias beneficiadas. Em Copacabana,
das quatro faixas das vias, duas
foram destinadas aos ônibus e táxis
com passageiros. Na Ataulfo de
Paiva e Visconde de Pirajá, apenas
uma faixa, contudo mais larga, com
cerca de cinco metros, está sendo
utilizada com exclusividade por
estes veículos. As outras duas estão
reservadas aos demais.
Redução da frota
Outra diferença está na redução
das linhas de ônibus: em Copacabana, foi de aproximadamente 20%;
em Ipanema e Leblon, de 10,6%.
Ou seja: das 55 linhas que antes
passavam pelas avenidas dos dois
bairros da Zona Sul carioca, 50
permanecem operando no BRS –
saíram de circulação as linhas 438,
439, 512, 522 e 574, todas no
trecho entre as avenidas Visconde
de Albuquerque e Bartolomeu Mitre.
As 50 linhas do novo BRS estão separadas em três grupos: BRS1, BRS2
e BRS3, com 16 pontos, sendo seis
no Leblon e dez em Ipanema, com
distância de 250 metros entre si. A
expectativa é de que o tempo de
viagem caia de 19 para 11 minutos
nas vias. “Com a diminuição da
frota de veículos no novo corredor,
teremos diminuição nos tempos
de viagem. Além da redução do
número de ônibus, a organização
do tráfego também vai ajudar na
fluidez. A ligação do corredor de Leblon e Ipanema ao de Copacabana
dará mais conforto e rapidez para
População bem informada
Assim como ocorreu no primeiro BRS, equipes de divulgadores tiraram dúvidas e distribuíram panfletos explicativos em todos os pontos. Motoristas, cobradores e fiscais também receberam treinamento diferenciado, incluindo
relacionamento com o público e noções de inglês e espanhol, já com vistas aos eventos de 2014 e 2016, além de
atender a própria demanda já existente na Zona Sul.
A campanha informativa do BRS de Leblon e Ipanema começou no dia 29 de julho. Uma equipe de 22 promotores foi distribuída em diversos pontos do corredor e também visitou comerciantes. De acordo com os divulgadores,
a recepção da população foi positiva, e os cerca de mil folhetos, que mostram a divisão de linhas em BRS1, BRS2
e BRS3 e os 16 pontos por onde elas passam, foram disputados. Os promotores ouviram elogios ao corredor de
Copacabana, e muitas pessoas comemoraram a expansão do sistema.
quem utiliza o transporte público”,
explica Sansão.
Mais uma novidade do BRS de
Leblon e Ipanema é que os pontos
dos tipos BRS1 e BRS3 são conjuntos,
em função da menor oferta de linhas
nos dois bairros e da possibilidade de
integração entre estes dois sistemas,
aumentando as opções dos usuários.
O embarque fora dos pontos não é
permitido, o que, com a via preferencial, contribui para diminuir os
tempos de viagem. Além disso, como
existem recuos nas calçadas das duas
avenidas beneficiadas com o novo
BRS, dos dois lados das vias, as baias
do lado direito foram reservadas para
carga e descarga, pontos de táxi e
estacionamento de motos, cabendo
aos automóveis a utilização apenas
das do lado esquerdo. Os taxistas
podem circular sem passageiro para
acessar os pontos; mas, neste caso,
vale a mesma regra de não ultrapassar dois quarteirões. Outros veículos
podem entrar no BRS para acessar
transversais à direita ou garagens;
contudo, quem circular por dois
quarteirões será multado.
Monitoramento por
câmeras
O BRS, em funcionamento das
6h às 21h, é monitorado por três
câmeras espalhadas pelas vias, que
ajudam na fiscalização e na troca
de informações entre as equipes
que trabalham nas ruas e os controladores da CET-Rio, que ficam no
Centro de Operações da Prefeitura.
Uma das câmeras está localizada na
esquina da Ataulfo de Paiva com a
Afrânio de Melo Franco, no Leblon.
As outras duas, na Visconde de Pirajá
(Ipanema) – uma na altura da Praça
Nossa Senhora da Paz e outra na
esquina da Gomes Carneiro. Além
disso, o Centro de Operações possui
mais quatro câmeras em vias de
acesso aos bairros, sendo duas na
Lagoa, uma na praia de Ipanema e
outra na praia do Leblon, facilitando
ainda mais o trabalho das equipes.
De acordo com o secretário
Alexandre Sansão, o BRS de Leblon e
Ipanema terá uma semana de adaptação, a contar do dia 20 de agosto,
para que motoristas e usuários do
sistema de transporte conheçam e
entendam o novo esquema. Ainda
segundo ele, a intenção é que, em setembro, as ruas Prudente de Moraes,
em Ipanema, e General San Martin,
no Leblon, também ganhem corredor
de ônibus. Em outubro, a Prefeitura
quer levar o BRS para as avenidas
Presidente Vargas, Rio Branco e
Primeiro de Março, no Centro do Rio.
43
Revista Ônibus
inovação BRT
Obras da TransOeste
começam a acelerar
Tempo de viagem na Zona Oeste
cairá pela metade
A Avenida
das Américas, aos
poucos, vai sendo
redesenhada pela
TransOeste – corredor
expresso, de 56 km,
que vai ligar o Jardim
Oceânico (início da
Barra) ao Recreio,
Guaratiba, Santa Cruz e Campo
Grande. Este BRT (transporte rápido
por ônibus) prevê a construção de
viadutos, pontes e de 53 estações de
transbordo (para ônibus articulados
de linhas expressas e paradoras),
ao longo de todo o traçado, além
Basicamente, o projeto da
TransOeste corresponde à
adequação da Avenida das
Américas para receber o
corredor
Revista Ônibus
44
da integração com os corredores
TransCarioca e TransOlímpica e
com a linha 4 do Metrô, incluindo a
abertura do Túnel da Grota Funda,
interligando toda a Zona Oeste.
O projeto faz parte do plano de
preparação e adaptação viária da
cidade do Rio para à Copa de 2014 e
às Olimpíadas de 2016, e foi orçado
em cerca de R$ 800 milhões, de
acordo com compromisso firmado
entre os governos estadual e
municipal com o Comitê Olímpico
Internacional (COI).
B a s i c a m e n t e, o p r o j e t o
da TransOeste corresponde à
adequação da Avenida das
Américas para receber o corredor,
compreendendo ampliação das
pistas, para implantação da
via exclusiva e das estações de
embarque situadas no canteiro
central onde pararão os BRTs.
Nesta via, o transporte público
será totalmente racionalizado
e contará com linhas troncais
expressas e paradoras, bem como
com sistema alimentador para
as estações e suas respectivas
integrações, dispostas ao longo da
Avenida das Américas. O sistema
pretende atender, inicialmente,
cerca de 220 mil passageiros por
dia, trazendo maior mobilidade,
rapidez, conforto e economia,
além de reduzir pela metade o
tempo de viagem entre Barra,
Campo Grande e Santa Cruz. As
estações viabilizarão o embarque
nos ônibus, com a tarifa paga
antecipadamente em bilheteria,
diminuindo, também, o tempo de
parada nos embarques.
Cinco lotes de obras
As obras, ao longo do traçado,
foram divididas em cinco lotes:
Na visão de Eduardo Fagundes, a
maior dificuldade, até agora, não é a
abertura do túnel, na Pedra da Grota
Funda, mas conseguir a estabilidade
do terreno para adaptação das pistas
do outro lado do túnel, no trecho em
Guaratiba, onde o solo é úmido e mole
começa no lote 0, no Jardim
Oceânico, próximo à linha 4 do
Metrô (que ainda não foi licitado e
é de responsabilidade do governo do
Estado); segue para os lotes 1, 2 e 3,
cujas obras já estão em andamento;
e termina no lote 4, que compreende
o trecho da Estrada da Pedra até
Santa Cruz (passando pela Av. Felipe
Cardoso) e Campo Grande, pela Av.
Cesário de Melo. De acordo com
Eduardo Fagundes, engenheiro e
gerente de Implantação de Vias
Especiais da Secretaria Municipal
de Obras (SMO), os trabalhos estão
avançados nos três primeiros trechos
(ou lotes). No que corresponde ao
lote 1 (Av. das Américas entre o
Terminal Alvorada e a Av. Benvindo
de Novaes), será utilizada uma
faixa de rolamento no trecho já
duplicado da Avenida das Américas
até Salvador Allende. Esta via será
o corredor do BRT, com mudanças
na sinalização e construção de
dois viadutos: um já inaugurado
no cruzamento com a Avenida
Salvador Allende; e outro, que será
na altura da Av. Benvindo de Novaes.
A pista foi elevada, minimizando o
problema do tráfego no local com a
transposição das vias.
No lote 2 (Av. das Américas
entre a Av. Benvindo de Novaes e
No dia 18 de agosto, foi concluída
a abertura total das duas galerias
do túnel da Grota Funda
45
Revista Ônibus
inovação BRT
Construção de ponte
sobre o canal Alceu de
Carvalho (Rio Morto)
a Estrada da Matriz, em Guaratiba)
estão sendo executadas a duplicação da via e a implantação das
pistas laterais da Av. das Américas,
desde a Av. Salvador Allende até
o Canal de Sernanbetiba. A ponte
sobre o canal da Alceu de Carvalho
até a Estrada do Pontal também
será duplicada, onde, inclusive,
foi aberto o Túnel da Grota Funda – composto por duas galerias
de 1.100 metros, ele começa na
Estrada do Pontal (no Recreio) e
segue até o Canal do Portinho
(em Guaratiba). O
término da escavação, que começou em setembro
de 2010, aconteceu no último
dia 18 de agosto.
O corredor não
terá pedágio, e a
Estrada da Grota
Funda continuará
em funcionamento. Serão criadas alças de acesso a Guaratiba,
readequando as vias, tanto para
as entradas na Ilha como na Barra
de Guaratiba. O trecho da Av.
das Américas, depois do túnel,
será duplicado até a Estrada da
Matriz, em Guaratiba. Também já
estão em construção o viaduto de
Guaratiba e a ponte do Canal de
Sernambetiba.
Ponto crítico
Já no terceiro lote (Av. das
Américas entre a Estrada da Matriz, em Guaratiba, até a Estrada
da Pedra, em Santa Cruz), está
sendo duplicada a Avenida Paulo
VI, recebendo novas vias, canteiro
central e faixa segregada para o
Tempo de viagem na Zona Oeste cairá pela metade
Klara Calado da Silva, moradora há 20 anos no Recreio, diz que o corredor vai valorizar
os imóveis e só irá trazer benefícios para o bairro, já que hoje tudo se concentra na Barra,
onde não é fácil o acesso para quem mora no Recreio. Também contemplará as pessoas que
precisam passar tempo demasiado em ônibus ainda com problemas de superlotação, vindo da
Zona Oeste, além de desafogar a Estrada da Grota Funda, diminuindo os constantes acidentes
provocados pelo tráfego pesado e as condições perigosas da via. “Tem comerciante que não
está gostando porque vai perder o espaço do recuo da avenida, mas todo mundo sabe que
aquele recuo já estava reservado para o alargamento da pista. A própria prefeitura informa,
foi assim comigo quando adquiri minha casa”, observa.
Moradora da Pedra de Guaratiba há mais de dez anos, Romy Schreiner também aposta
no avanço e nas benfeitorias trazidas pelo sistema: “Aqui na Pedra, principalmente, tudo é muito
precário. Tirando o Largo da Pedra, a maioria das ruas adjacentes não é pavimentada e, quando
chove, alaga tudo. Espero que com a Vila Olímpica aqui e as obras do BRT, o lugar cresça e tenha
não só transporte de qualidade, como saúde, lazer e urbanização para atrair o turismo”, fala.
Já Marilza Bigio não tem dúvidas que o projeto trará desenvolvimento para a região e
fortalecerá o bairro da Pedra, onde mora há cinco anos, mas se espanta com a velocidade das
obras: “A cada dia os bairros por onde passa o traçado vão recebendo os contornos do BRT e as
mudanças surgem quase da noite para o dia. Espero que, com o movimento, o turismo também
seja atraído e cresça o pólo gastronômico local, agora que o bairro ficará acessível “, observa.
Revista Ônibus
46
Para Nelson Faria Marinho, a
TransOeste já vem tarde. Há 22 anos
no Recreio, ele lembra que quando chegou ao bairro precisava fazer estoque
de pão e tinha de ir até a Barra para
comprá-lo no único hipermercado da
época, como também, onde hoje está
um supermercado era um lago com
jacarés. Nelson reconhece as melhorias
resultantes do crescimento da Barra,
mas acredita que o projeto do BRT vai
trazer infraestrutura para atender antigas demandas não resolvidas, como
água potável e saneamento, além
de mobilidade, transporte eficiente e
acessível. “Sem contar que, mesmo
com toda a pavimentação realizada
aqui, será preciso respeitar a Lei
Orgânica da cidade, que não permite
transformar a região em uma selva de
pedra, como aconteceu com o bairro
de Copacabana” alerta.
47
Revista Ônibus
inovação BRT
Serão criadas alças de acesso a
Guaratiba, readequando as vias, tanto
para as entradas na Ilha como na
Barra de Guaratiba
BRT, passando a ter três faixas
por sentido, levando o acesso até
a alça que liga Campo Grande à
Pedra de Guaratiba. A Estrada da
Pedra já está duplicada e levará
a via até o centro de Santa Cruz.
“Os lotes 1, 2 e 3, situados no
traçado entre o Terminal da Alvorada até a Estrada da Pedra,
foram os primeiros a receberem
as obras, por demandarem prazo
de execução maior. São lotes
diferenciados, onde estão sendo
feitas adaptações na própria viatronco da Barra, que é a Avenida
das Américas, para adequação do
sistema BRT, como alargamento
de pistas e novas obras de arte
(viadutos e pontes). A inauguração destes três lotes está
programada para acontecer até
junho do ano que vem”, avalia
o gerente.
Apesar de terem começado só
agora, as obras do lote 4, situadas no traçado que sai da Estrada
da Pedra e faz a bifurcação para
chegar ou a Santa Cruz ou a
Campo Grande, também estão
previstas para acabar até o segundo semestre do próximo ano,
pois não exigem alargamento de
pistas, mas apenas construção
das estações, para que o BRT
possa continuar seguindo. “Já no
lote 0, que representa o traçado
que liga o Terminal da Alvorada
à Região Oceânica (início da
Barra), as obras ainda não foram
licitadas e são mais complexas.
Este trecho é mais complicado,
precisando ser adaptado para ganhar novas faixas e obras de arte,
a fim de integrar o BRT à linha 4
do Metrô (que já passa a ser de
responsabilidade do governo do
Estado)”, fala.
Enquanto muitos acham que
a abertura do túnel, na Pedra da
Grota Funda, é o ponto crítico do
projeto, na visão de Fagundes, a
maior dificuldade, até agora, foi
conseguir a estabilidade do terreno para adaptação das pistas
do outro lado do túnel, no trecho
em Guaratiba, onde o solo úmido
e mole, característico de regiões
costeiras, precisou ser drenado.
“O adensamento do solo, nesta
região, foi problemático e representou um desafio. Até hoje este
trecho ainda está com aterro de
sobrecarga, sendo monitorado
para ver o quanto já cedeu”,
fala. Com relação às estações
do BRT, o gerente adianta que,
até outubro, dois protótipos já
estarão prontos: um no Novo
Leblon, e outro na altura da Estrada do Magarça com a Avenida
das Américas, em Guaratiba: “A
projeção é terminarmos pelo
menos umas quinze até o final
do ano”, estima.
Asfaltamento
de trecho da
Avenida das
Américas
Revista Ônibus
48
pesquisa
IPEA faz balanço da
mobilidade urbana
1950
2005
2000
Estudo alerta sobre falta de incentivo público
1.641
para o transporte
coletivo
1.525
Um estudo do Instituto de Pesquisa focando as principais transformações e efeiEconômica Aplicada (IPEA) sobre mobi- tos provocados na coletividade, o trabalho
lidade urbana, que analisou o período apresenta o impacto negativo causado por
entre 2001 e 2010, mostra que, para se políticas federais no padrão de mobilidade
1000vislumbrar um cenário promissor e discutir das regiões metropolitanas (RMs), nos
649
os principais desafios dos agentes públicos últimos anos, afetando a qualidade de vida.
e privados dentro do sistema, é preciso,
Não são poucos os desafios para
259 pú- 216
500urgentemente, da adoção de
políticas
aprimoramento20das condições de vida e
208
blicas voltadas para a construção de uma de mobilidade das pessoas nos centros
Auto
mobilidade urbana sustentável do ponto de urbanos. De acordo
com a pesquisa,
Ônibus
social e ambiental.
seguindo as tendências atuais, à medida
Trens
0vista econômico,
Bonde
Para identificação destas políticas, a que o transporte público vai perdendo
partir de uma retrospectiva dos sistemas competitividade e aumentando suas
de transporte adotados até hoje no País, deficiências, o individual motorizado, por
carros ou motocicletas, vai crescendo em
3%
ritmo acelerado, a despeito de todos os
Mobilidade nas áreas
efeitos negativos inerentes ao seu uso,
seja no meio ambiente ou no trânsito.
metropolitanas do Brasil – 1977
A adoção de políticas públicas eficazes
para aumentar a participação do
transporte público é fundamental
e cada vez mais necessária,
sob pena do surgimento de crises crônicas
nos sistemas de mo49%
51%
bilidade das metrópoles brasileiras.
1500
Perda de demanda
Automóvel
Revista Ônibus
50
Ônibus
Enquanto políticas de incentivo ao uso do modal são escassas (foi constatada, entre 1997
e 2005, perda de demanda de
2,8% ao ano), tem-se observado que,
historicamente, o poder público sempre
investiu mais recursos no uso de carros
particulares, deixando precárias as condições de circulação a pé, em bicicleta ou
ônibus. O estudo retrata o cenário encontrado nas grandes cidades, provocado por
esta visão. Nele, pode-se verificar que a
adoção tanto de motocicletas quanto de
automóveis tornou-se mais conveniente
do que a de ônibus – mais do que avanço tecnológico e conforto dos veículos
individuais, tal perfil é decorrente das
decisões de políticas públicas favoráveis
a este modelo, em detrimento do transporte coletivo.
Para reversão desse quadro e desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, sendo o transporte público
um serviço essencial, o estudo mostra
que seu financiamento deve ser priorizado e visto de forma especial, e não
enquadrado em esquemas monetários
rígidos, como o da sustentabilidade
financeira a qualquer custo. E que o
aporte de recursos para viabilizar operações economicamente deficitárias seja
visto como investimento, e não como
desperdício. Outras medidas apontadas
para diminuir os prejuízos oriundos,
principalmente, do uso intensivo dos
automóveis são: restrição à circulação
destes veículos e aumento de seus custos de aquisição e operação.
Distribuição das viagens urbanas na cidade do Rio de Janeiro
1950
2005
1.641
2000
1.525
1500
1000
649
208 259
500
216
20
Auto
0
Bonde
Regulamentação
Trens
3%
Ônibus
de transportes urbanos integrados, exigidos em municípios com mais de 500
mil habitantes, conforme Estatuto da
Cidade (Lei nº 10. 257, de 10 de julho
de 2001). E, para êxito da implantação
destes planos, deve-se ampliar a escala
de observação do território, ultrapassando os limites do município.
De acordo com o IPEA, diminuir o custo
51%
das tarifas
é outro desafio a ser superado,
já que o acesso de usuários de baixa renda
ao transporte público está cada vez mais
difícil em função do seu encarecimento,
estimulando ainda mais o uso do transporte
individual ou deslocamentos a pé.
Rever as atuais formas de regulamentação e contratação para atrair os
investimentos necessários, sejam públicos ou privados, também é fundamental.
Muitas das dificuldades do transporte
coletivo podem ser provenientes da
ausência de um modelo regulatório que
49% aos órgãos gestores melhor
permita
controle da atividade. Outro problema,
ainda no âmbito da regulamentação,
levantado no trabalho do IPEA diz respeito à integração metropolitana dos
serviços, que não deve ficar restrita a
aspectos somente operacionais, mas
Automóvel
Ônibus
abranger planejamento de transporte,
Integração de serviços
gestão financeira, jurídica e institucional.
É grande também a deficiência de
Faz-se necessário o desenvolvimento de
uma política de transporte público válida integração entre os serviços do sistema
para toda a região metropolitana, e não de transporte público, a qual pode ser
corrigida graças aos avanços tecnológicos
apenas para o núcleo central.
A integração do planejamento ur- disponíveis para programação e controbano em escala metropolitana também le. No entanto, o sistema precisa rever
deve ser considerada para os sistemas de seus índices de produtividade a fim de
mobilidade nas cidades. Neste sentido, é melhorá-los, seja pela oferta diferenciaimportante o desenvolvimento de planos da ou reprogramação dos serviços, seja
pela substituição de tecnologias.
No caso dos ônibus, que transportam 90% dos passageiros do
transporte público, a prioridade
de circulação é mínima na maioria das cidades – cerca de 30%
inferior em relação à praticada em
sistemas adequados.
Por isso, é essencial a reversão das tendências de queda de
confiabilidade e competitividade
através de operacionalização adequada, por meio de projetos físicos,
como faixas, canaletas exclusivas e
corredores, ou mesmo por controle
eletrônico do uso do espaço viário.
Ainda de acordo com o estudo,
apesar de a maior parte dos sistemas municipais de ônibus apresentar estabilidade econômica, o mesmo não
acontece com os intermunicipais, sendo
necessário equilibrar os custos gerados pela
melhoria da infraestrutura e por sistemas
deficitários e o potencial de redução dos
custos operacionais provenientes de medidas de racionalização e controle.
A pesquisa também mostra que os
investimentos federais de mobilidade
nos centros urbanos se restringem aos
sistemas metroferroviários, que são de
pouca abrangência, mas lança uma luz no
fim do túnel ao apontar os novos marcos
jurídicos para a formação de consórcios
públicos intermunicipais e de parcerias
público-privadas como uma saída para
que o setor consiga aporte financeiro
necessário, por meio da criação de instituições que possibilitem financiamentos.
Atenta à necessidade destas mudanças
e à sua parcela de responsabilidade dentro
do contexto apresentado, a Fetranspor vem
investindo e atuando de forma proativa
para o desenvolvimento de ações que
viabilizem a construção dessa mobilidade
sustentável e que resultem em benefícios
socioambientais para o estado.
51
Revista Ônibus
mercado de veículos
Mais carros
nas ruas
Vendas de veículos batem recorde
no primeiro semestre de 2011
Por Roselene Alves
As vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e
ônibus) tiveram alta de 9,97% no
primeiro semestre, em relação ao
mesmo período do ano passado,
com 1.737.275 unidades emplacadas, contra 1.579.716 em 2010.
Com isto, bateram o recorde para
os primeiros seis meses. Os dados
foram divulgados pela Federação
Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Revista Ônibus
52
O segmento de automóveis e
comerciais leves registrou 286.938
emplacamentos em junho, uma alta
de 15,93% em relação a junho de
2010 (247.501 unidades vendidas).
No acumulado do ano, a expansão
é de 9,52% – 1.638.082 veículos
emplacados, frente a 1.495.691 dos
seis primeiros meses de 2010. Quanto às vendas de ônibus, junho fechou
com 2.628 ônibus comercializados.
Em comparação a junho do ano
passado (2.298), o aumento foi de
14,36%. No acumulado (16.371),
a alta é de 23,57% em relação ao
mesmo período de 2010 (13.248).
Considerando apenas julho,
foram licenciados 306,2 mil automóveis, comerciais leves, ônibus
e caminhões, representando uma
nova marca para o mês. O número
aponta leve crescimento de 0,6%,
ante junho, e de 1,3% sobre o
montante contabilizado no mesmo
intervalo, no ano passado. A perspectiva para todo o ano é de que as
vendas cheguem a 3,69 milhões de
veículos, com crescimento de 5%
em comparação a 2010, segundo
projeções da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Registramos, na última década,
aumento na frota do Estado do Rio
de Janeiro da ordem de 40%. Deste
percentual, 63% são representados
pelos automóveis”
Lélis Teixeira,
presidente da Fetranspor
A Revista Ônibus conversou
com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, e com o presidente
da Fetranspor, Lélis Teixeira, sobre
as questões que envolvem este
recorde de venda de veículos no
Brasil. Eles apontaram os motivos
que levaram a este crescimento,
mas também analisaram as consequências que podem advir especialmente da entrada em circulação
de novos carros. Veja abaixo as
entrevistas:
Que reflexos o recorde de
vendas de carros e a entrada
de novos veículos no mercado
podem gerar para o trânsito e
para a qualidade de vida da
população?
Lélis Teixeira: À medida que
as cidades crescem, aumentam as
necessidades de deslocamentos
da população, e não há como se
resolver os problemas que o aumento de veículos provoca – como
viagens mais longas em decorrência
de congestionamentos cada vez
maiores e mais frequentes – apenas
com obras de engenharia, como
vias alternativas, pontes e viadutos.
É preciso planejar esses deslocamentos, preparar a cidade para
funcionar por meio da priorização
do transporte coletivo, e oferecer
condições de conforto, rapidez e
facilidade de integração, suficientes
para que as pessoas deixem seus
automóveis em casa. Do contrário,
veremos cidades com problemas
crescentes de falta de fluidez no
trânsito, pessoas que saem de suas
casas cada vez mais cedo e voltam
cada vez mais tarde, aumento da
poluição e, consequentemente,
dos problemas respiratórios, ou
seja: uma queda continuada na
qualidade de vida.
Cledorvino Belini: A elevação do nível socioeconômico
do país, nos últimos anos, leva,
certamente, ao aumento da frota
de veículos em toda a sua gama:
veículos para transporte de bens,
veículos para transporte coletivo
de passageiros e, naturalmente,
automóveis. Surgem, portanto, as
“dores do crescimento”, ou seja,
as questões de trânsito e mobilidade ganham a ordem do dia. O
desenvolvimento também faz com
que a infraestrutura e a engenharia
de tráfego ganhem relevo. Outros
“Os recordes sucessivos de vendas e de
produção de ônibus novos (dotados de
tecnologias contemporâneas) oferecem ao
cidadão seu direito fundamental de transporte,
que é um direito de todos”
Cledorvino Belini,
presidente da Anfavea
53
Revista Ônibus
mercado de veículos
países, com frotas mais densas
que a nossa, como os da Europa
Ocidental, os Estados Unidos, o
Japão, resolveram com equilíbrio
a questão da mobilidade, gerando
espaço para todos os tipos de
veículos e investindo fortemente
em transporte público de primeira
qualidade. É o que também precisamos no Brasil. Temos a convicção,
entretanto, de que a infraestrutura
de transportes vai avançar, porque
é condição sem a qual não atingiremos os desejados níveis de superior
desenvolvimento de países maduros. Megaeventos, como a Copa
do Mundo e as Olimpíadas, serão
certamente indutores relevantes
nesse processo. Em resumo, no
trânsito e na mobilidade deve haver
lugar para todos.
A produção de ônibus segue no mesmo ritmo da de
carros? Qual a diferença? O
que é preciso para equilibrar
esta balança?
Revista Ônibus
54
Lélis Teixeira: Re“Da mesma forma que o transporte coletivo
gistramos, na última
década, aumento na precisa ser bem planejado, os cidadãos precisam
frota do Estado do Rio
se conscientizar quanto ao uso do veículo
de Janeiro da ordem de
40%. Deste percentual,
particular, seja carro de passeio, utilitário ou
63% são representados
motocicleta”
pelos automóveis, que
Lélis Teixeira,
chegavam a 1.860.000
presidente da Fetranspor
em fevereiro deste ano.
O número de ônibus que
circulam no Estado é de aproxima- Metropolitana para os eventos de
damente 21 mil. Acreditamos que 2014 e 2016, acreditamos que
é mais necessário usar esta frota vai haver grande melhoria. Para
de uma forma mais planejada do tanto, já foram adquiridos 85
que aumentá-la. Ônibus de maior ônibus articulados, que circularão
capacidade, trafegando em vias no BRT TransOeste, ligando a Barra
segregadas, com recursos tecno- da Tijuca a Santa Cruz. Quarenta
lógicos que aumentem o conforto novos ônibus rodarão, a partir de
dos passageiros, e melhor distribu- setembro, no BRS inaugurado em
ídos, de acordo com a demanda, agosto, entre Ipanema e Leblon.
proporcionando integração com O empresariado está investindo
os outros modais. Este é o melhor em novos modelos, com motor
caminho para otimizar a nossa traseiro, automáticos, acessíveis às
mobilidade. Com as novas alte- pessoas com deficiência. É um salrações que prepararão a Região to na qualidade do transporte por
ônibus, que vai beneficiar a todos,
desde a indústria até o passageiro.
Cledorvino Belini: Pelo menos
desde 2006, as vendas de ônibus
novos no Brasil vêm batendo recordes. Em 2010, foi ultrapassada a
marca das 28 mil unidades; foram
licenciados exatos 28.422 ônibus,
recorde histórico. Em 2011, nos
primeiros sete meses do ano, as
vendas de ônibus somam 18,9 mil
unidades, expansão de 21% sobre
igual período de 2010 (15,6 mil
ônibus novos licenciados). Ou seja,
é bastante provável que, neste ano,
novo recorde de vendas de ônibus
seja alcançado. Como o mercado
interno é abastecido predominantemente pela produção nacional,
esta segue o mesmo caminho dos
licenciamentos, ou seja, de crescimento gradual e contínuo. Em 2010
foi atingido o recorde de 40,5 mil
unidades produzidas.
Quais os aspectos positivos
dessa alavancada? E os negativos?
Lélis Teixeira: Isso demonstra
crescimento na economia do Estado,
é reflexo do aumento do poder
aquisitivo da população, mas não
traz benefícios à vida nas cidades. Da
mesma forma que o transporte coletivo precisa ser bem planejado, os
cidadãos precisam se conscientizar
quanto ao uso do veículo particular,
seja carro de passeio, utilitário ou
motocicleta. Estes veículos poluem
mais e transportam menos. Pequenos deslocamentos de rotina podem
ser feitos por meio do transporte
público, a pé ou de bicicleta. As
grandes cidades de todo o mundo
acompanham esta tendência. Todos
podem ter seus automóveis, é um
item de conforto que todos querem
ter, mas eles devem ser usados de
forma consciente. Vivemos num
mundo em que estas preocupações
precisam fazer parte do dia a dia. A
utilização de energia, de recursos naturais, de combustíveis e de meios de
transporte tem de levar em conta o
meio ambiente e priorizar o coletivo
em detrimento do individual.
Cledorvino Belini: Os recordes
sucessivos de vendas e de produção
de ônibus novos (dotados de tecnologias contemporâneas) oferecem
ao cidadão seu direito fundamental
de transporte, que é um direito de
todos, obrigação constitucional do
Estado.
O que a Fetranspor está
fazendo para combater os problemas de trânsito e de poluição ocasionados pela enorme
quantidade de carros nas ruas?
Lélis Teixeira: A Fetranspor
vem investindo em projetos voltados para uma melhor mobilidade,
com parceria do poder público.
Sempre defendeu a implantação de
sistemas que priorizem o transporte
público nas vias, como os BRSs e
BRTs, que vão significar um salto de
qualidade não apenas do transporte
por ônibus, mas da própria vida da
cidade e de seus habitantes. Investe
também em tecnologia de ponta,
como os cartões RioCard em suas
diversas versões (Vale-Transporte
convencional, Vale-Transporte habilitado como Bilhete Único Intermunicipal ou Carioca, Vale-Transporte
Rápido e os cartões Jovem e Expresso). Participa de experimentos
voltados para uma mobilidade
sustentável, como ônibus híbridos,
diesel de cana-de-açúcar, diesel
S50 e outros. A preocupação com
o meio ambiente não é novidade
para nós. Participamos do Programa
EconomizAR, que tem excelentes
resultados na diminuição de emissão de gases de efeito estufa há 14
anos. E, como não poderia deixar
de ser, a Federação investe cada
vez mais no profissional do setor,
por meio da educação. A Universidade Corporativa do Transporte
proporciona cursos de capacitação
e aprimoramento profissional que
abrangem toda a pirâmide, desde o
Fundamental até o MBA. Para refletir esta essência do nosso trabalho,
adotamos nova logomarca, que
ostenta os dizeres: Mobilidade com
Qualidade. É isto que buscamos.
55
Revista Ônibus
exemplo
Honestidade
trouxe fama a
Motorista
Joilson Chagas encontrou
R$ 74 mil dentro do seu
ônibus e devolveu ao dono
Sua história atravessou as fronteiras do País.
Correu o mundo através dos principais telejornais,
jornais e revistas, além da internet, sendo até hoje
reproduzida. Desde 19 de abril, o motorista Joilson
Chagas da Silva, da Auto Viação 1001, vem recebendo homenagens, elogios e convites para participar
de programas de TV, dar entrevistas e até palestras.
Tudo por ter achado e devolvido ao dono R$ 74.800
reais e um celular, esquecidos dentro do ônibus da
linha Friburgo-Castelo, que dirigia. “Deveria ser
mais do que natural o que fiz”, observa demonstrando espanto pela inversão de valores na sociedade.
O fato aconteceu no Terminal Menezes Côrtes,
Centro do Rio, após o fim da viagem Friburgo-Castelo. O que era para ser apenas mais uma inspeção
de rotina, igual a tantas já feitas por Joilson dentro
do seu veículo, depois do desembarque dos passageiros, virou uma história de televisão. Ao chegar à
poltrona 13, o motorista encontrou um celular e um
pacote embrulhado em papel de pão, amarrado com
barbante. Estranhando o volume, resolveu checar o
conteúdo e, além de documentos, se deparou com
um bolo de notas de cem reais.
Revista Ônibus
56
Sem recompensa
Joilson relatou o fato a seu
superior, que o instruiu a retornar
a Friburgo com o pacote. Porém,
ainda no terminal, encontrou um
senhor muito simples e transtornado por ter perdido seus
documentos. “Tinha um monte de
pessoas em volta consolando-o.
Quando me aproximei, ele me
reconheceu, e não foi preciso
checar muitas informações para
constatar ser ele o dono do
dinheiro”, conta o motorista.
Joilson abriu mão de R$ 2 mil
reais como recompensa, oferecidos pelo humilde agricultor que
acabara de vender seu caminhão
para pagar o transplante da filha
adolescente. ”Posso ser considerado um otário para muita gente,
mas a admiração do meu pai,
do meu filho e de toda a minha
família não tem preço”, afirma,
sem arrependimento.
O fato repercutiu nas mais
diversas mídias, de blogs e redes
sociais a revistas e emissoras de
rádio e TV. Joilson foi tema de
artigo, como o da colunista Ruth
de Aquino, da “Revista Época”,
participou do “Domingão do
Faustão” e recebeu mensagens e
convites até do Japão, pelo Facebook, além da Holanda, Espanha
e Estados Unidos. E enquanto
cresce a fama deste motorista
que não fez nada além de agir da
forma como foi educado, ele colhe os louros do reconhecimento.
Recebeu uma placa e uma carta
assinada pelo diretor de relações
institucionais da 1001, Flávio
Almada; a chave da sua cidade,
Nova Friburgo; a Medalha Pedro
Ernesto, da Câmara Municipal do
Rio de Janeiro; e uma homenagem, no Palácio da Guanabara,
do governo do Estado. “Não
imaginava que fosse causar tanta
repercussão assim. Com certeza,
não me arrependo de nada. Pelo
contrário, posso dormir tranquilo
e saber que o que ensino ao meu
filho é o mesmo que pratico”,
defende Joilson.
A tragédia das
enchentes
Apesar de todo o prestígio, o
rodoviário vive uma fase difícil,
que o faz perder o sono desde o
início do ano. Vítima das enchentes que atingiram Friburgo em
janeiro, ele ainda se lembra da
imagem da família fugindo, instantes antes
de sua casa ser levada
pelas águas. Hoje, longe dos holofotes, poucos sabem que a sua
principal preocupação
tem sido terminar a
reconstrução da casa
para acomodar o filho,
Gabriel, e a esposa,
“Posso ser considerado um
otário para muita gente, mas a
admiração do meu pai, do meu
filho e de toda a minha família
não tem preço”
Érica, grávida de uma menina que
irão batizar de Maria Eduarda.
Mesmo diante de tamanha
tragédia, Joilson não se considera
uma vítima. “Diante de tudo que
vi, de tanta gente desabrigada,
que não só perdeu o que tinha,
mas também a família, o emprego, sou um afortunado por toda
a ajuda que recebi”, reconhece.
Primeiro, ficou alojado, por quase
dois meses, na garagem da 1001,
com a família. Depois, foi morar
com a irmã. “Gostaria muito de
concluir a obra. Tenho dedicado
praticamente tudo que recebo a
ela, mas ainda faltam telhas, piso,
portas e janelas”, explica.
“Com certeza, não me arrependo de
nada. Pelo contrário, posso dormir
tranquilo e saber que o que ensino ao
meu filho é o mesmo que pratico”
57
Revista Ônibus
premiação
O Troféu foi
entregue a 15
trabalhadores
rodoviários,
nas categorias
motorista,
cobrador,
operacional,
administrativo e
manutenção, e
a sete lideranças
de empresas
filiadas ao
Setransduc
Melhores Rodoviários
do Setransduc são premiados
Sindicato entrega o Troféu Setransduc de
Qualidade no Desempenho Profissional
No dia 21 de julho, o Look
Salão de Festas, no Município de
Duque de Caxias, ficou pequeno
para a emoção do público presente na edição 2011 do “Troféu
Setransduc de Qualidade no Desempenho Profissional”. Cerca de
350 pessoas, entre rodoviários,
familiares e empresários, prestigiaram o evento, que este ano contou
com 72 candidatos e nove das 13
empresas filiadas, caracterizando
Revista Ônibus
58
o sucesso da iniciativa promovida
pelo Sindicato. Como parte das
celebrações por seus 50 anos
de fundação, o Setransduc ainda
ofereceu uma homenagem de
reconhecimento às lideranças das
empresas participantes.
Cinco categorias foram contempladas – motorista, cobrador,
operacional, administrativo e manutenção. Os três primeiros lugares
de cada uma delas receberam,
além do troféu, certificado e medalha de honra ao mérito, prêmios
no valor de R$ 2 mil, R$ 1 mil e R$
500,00, respectivamente (veja os
nomes dos vencedores na página
60). Os concorrentes foram avaliados por meio de critérios, como
conduta ética dentro e fora do
ambiente de trabalho, capacidade
de ser um profissional proativo, dinâmico e criativo, relacionamento
interpessoal com clientes internos
e externos, participação em atividades de cidadania e investimento
em aperfeiçoamento pessoal e
profissional. Os participantes foram também homenageados pelo
Dia do Rodoviário (25 de julho).
Local maior
“A gente fica comovido ao
ver a proporção que tomou esta
festa graças a vocês. Ver este
lugar repleto e o entusiasmo de
todos aqui nos anima a dar continuidade a esta proposta, que
começou com poucas pessoas
acreditando. Se continuar com esta
repercussão, teremos de encontrar
um local maior para o evento no
próximo ano”, disse José Carlos
Cardoso Machado, presidente do
Setransduc, no seu discurso de
boas-vindas.
Além do presidente, integraram a mesa-diretora: Alex Barbosa
Boa Ventura (coordenador de Vistoria do Detro); Edmundo Fornasari
(diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor); José Rodrigues
da Costa (presidente do Sindicato
dos Rodoviários); Floresval Alves
(diretor da Transporte Fábios);
Manuel Luiz Lavouras (diretor da
Trel); e Bruno Teixeira (diretor da
Auto Viação Reginas).
“Mais do que o prêmio, este
evento representa o coração de vocês e a vontade de cada um de dar
o melhor de si no desempenho da
sua função. Ele constitui também
uma mudança de comportamento
dentro das empresas, uma nova
mentalidade, preocupada com a
qualidade dos serviços que presta,
buscando atingir este resultado
num esforço conjunto”, ressaltou
o diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor, Edmundo
Fornasari.
O coordenador de Vistoria do
Detro parabenizou o Sindicato pela
ideia, e disse que todos – empresários, empregados e a sociedade
– saíram ganhando ao final. “É
admirável a preocupação que
demonstram com relação à responsabilidade social da empresa
que dirigem, reconhecendo o lado
profissional, mas não esquecendo
o lado humano dos seus funcionários”, afirmou para os diretores
presentes.
no patamar da excelência na
prestação de seus serviços ao
público e à sociedade como um
todo. E este desenvolvimento
começa internamente, dentro de
seus quadros, a partir da revisão e
identificação do que pode ser melhorado e de que forma cada uma
pode contribuir para a qualidade
de vida da população”.
O processo de avaliação foi
dividido em: reconhecimento,
Prêmio de Qualidade das
Empresas Setransduc
(PQES)
O Sindicato também entregou
o Certificado de Reconhecimento,
o Troféu Destaque em Liderança
2011 e medalha às lideranças
das empresas que se destacaram em 2011, como forma de
homenageá-las e incentivá-las a
se tornarem modelos de gestão
e de qualidade (veja nomes na
página 60). A iniciativa faz parte
das celebrações pelos 50 anos do
Setransduc.
O certificado é o primeiro
passo de um trabalho na busca
pela excelência que a entidade
pretende fazer com as associadas, por meio de seus líderes de
equipe ou de departamento, nos
próximos três anos, como explica
Rosa Maia, gerente de Gestão de
Pessoas do Setransduc: “Nosso
objetivo maior é fazer com que
nossas filiadas busquem aperfeiçoar suas práticas constantemente, a fim de se manterem
“Mais do que o prêmio, este evento
representa o coração de vocês e a
vontade de cada um de dar o melhor
de si no desempenho da sua função.
Ele constitui também uma mudança de
comportamento dentro das empresas,
uma nova mentalidade, preocupada
com a qualidade dos serviços que
prestam, buscando atingir este
resultado num esforço conjunto”
Edmundo Fornasari,
diretor de Marketing e
Comunicação da Fetranspor
59
Revista Ônibus
premiação
MANUTENÇÃO
1º Lugar: Edvard Soares de
Figueiredo (Trel)
2º Lugar: José Antonio Coelho (Trel)
3º Lugar: Alex Fontes Farias (Limousine Carioca)
OPERACIONAL
destaque das lideranças e busca da excelência. Eficiência no
atendimento ao cliente, renovação da frota e investimento em
treinamento e em programas de
responsabilidade social e ambiental são alguns dos parâmetros
avaliados para o recebimento
do certificado. Para definir as
empresas que serão certificadas
em 2012, um questionário será
distribuído a todas elas, ainda em
2011, para autoavaliação. Nele
constam os indicadores que serão
mensurados pelo Setransduc. No
ADMINISTRAÇÃO
ano que vem, na próxima edição
do evento, as indicadas já receberão o Prêmio de Qualidade das
Empresas Setransduc (PQES), cujo
layout foi apresentado em vídeo
durante a solenidade do dia 21.
“Esperamos contar com a adesão
de todas as nossas empresas
e com a colaboração de suas
lideranças. Até porque, ao final
deste processo, cada uma terá um
retrato fiel do seu desempenho
e desenvolvimento. No quarto
ano, passaremos então para uma
certificação de qualidade, um selo
que será expedido por um órgão
oficial ainda a ser escolhido”,
explica Rosa Maia.
1º Lugar: Adeilton da
Silva Lemos (Trel)
2º Lugar: Fabiano da Silva de
Oliveira (Trel)
3º Lugar: Alonso Antunes Ribeiro (Limousine Carioca)
COBRADOR
1º Lugar: Almira Ferreira
Barbosa da Silva (Trel)
2º Lugar: Eliane da Rosa Alves
(Trel)
3º Lugar: Márcia da Silva
Custódio Maia (Fabio’s)
MOTORISTA
1º Lugar: Cristiane Garcia
Pereira (Machado)
2º Lugar: Sonia Alves de Miranda (Fábio’s)
3º Lugar: Jaime Pires Vareu (Machado)
1º Lugar: Clóvis Roberto
Lima (Machado)
2º Lugar: Edson Dores da Silva (Trel)
3º Lugar: Rildo Santana Rocha (Reginas)
Revista Ônibus
60
LIDERANÇAS
EM DESTAQUE
Auto Ônibus Vera Cruz −
Gilson Ramos da Silva;
Transturismo Rei Ltda.
(Trel) − Miguel Mendes
e Almeida; Auto Viação
Reginas − Jorge Ventura
Pinto; Viação União −
Alexander Bento de Souza; Transporte e Turismo
Machado − Raphael José
de Almeida Machado;
Transporte Fabios − José
Maria dos Santos; e Empresa Auto Viação Jurema − Carlos Alberto Pereira Mendes.
Informações e inscrições
no site:
WWW.ANTP.ORG.BR
Apoio:
terminal
Fetranspor lança manual
do meio ambiente
Publicação traz 50 dicas para ficar
de bem com o planeta e a natureza
O homem usou e abusou de
forma predatória da natureza, de-
ambiente. E todos devem fazer a
simples para evitar desperdício de
sua parte.
água e energia, gerar menos lixo
sequilibrando o ecossistema e dei-
A Fetranspor sabe disso muito
e poluentes, reciclar e preservar a
xando o planeta vulnerável. Agora
bem. Pioneira na implantação
natureza, bem como dicas fáceis,
está assustado e tenta reverter os
de projetos que contribuam para
que podem ser incorporadas ao
resultados da sua indiferença. A
aumentar a qualidade de vida das
dia a dia sem nenhuma dificuldade.
ciência e a mídia vêm alertando: a
pessoas, também está alinhada
O guia mostra que usar um
sociedade precisa viver de forma
com a luta para diminuição do
copo ao lavar os dentes ou fazer a
responsável e consciente enquan-
aquecimento global e preservação
barba, mantendo a torneira fecha-
to ainda pode preservar o meio
do ecossistema, tendo o meio
da, pode poupar até 10 litros de
ambiente como uma de suas prio-
água. Apresenta também a melhor
ridades há mais de uma década.
forma de economizar energia na
Seu comprometimento com a
hora de usar eletrodomésticos,
sociedade vai além das causas do
revelando o percentual poupado:
transporte, e promover o engaja-
ferro de passar (25 a 30%); lava-
mento da população nesta luta
dora de roupas (2 a 5%); geladeira
tem sido o foco de muitas de suas
(25 a 30%); TV (10 a 15%); ar-
ações, como a elaboração
condicionado (2 a 5%); e chuveiro
do manual “50 dicas para
elétrico (até 30%).
ficar de bem com o meio
Constam ainda da cartilha
ambiente”, que traz
alguns conselhos: subir ou descer
orientações
até dois andares de escada; andar
de bicicleta; usar transporte coletivo; compartilhar automóveis; não
jogar óleo de fritura no ralo da pia
(evitando assim, também, o entupimento dos canos); armazenar,
em garrafas PET, o óleo utilizado
e entregá-lo em pontos de coleta;
limpar restos de comida antes de
lavar a louça; e descartar resíduos
que podem contaminar o solo e
causar doenças; entre outros.
Revista Ônibus
62
DPZ
MOBI
LIDADE
COM
QUALI
DADE.
63 Revista Ônibus
08h30 às 17h30
São Paulo, 25 de agosto de 2011
Caesar Business Paulista
O Brasil nunca recebeu tantos
investidores e oportunidades e o maior
objetivo dessa conferência é identificar
na prática ideias e soluções para que sua
empresa possa receber investimentos,
expandir e tornar-se estratégica.
5 MOTIVOS PARA PARTICIPAR
Conhecer os planos de
Investimentos de fundos
nacionais e estrangeiros.
Preparar suas operações
de compra e venda de empresas.
Desenvolver os fundamentos
para a expansão em diversas
modalidades de investimento.
Casos Práticos.
Palestrantes reconhecidos
pelo mercado nacional e estrangeiro.
PROGRAMAÇÃO:
CREDIT SUISSE
SERGIO MACHADO
Quais os Segmentos que os Fundos
de Investimentos Buscam para
Investir?
JBS FRIBOI
JOSÉ BATISTA JÚNIOR
Como Preparar sua Empresa para
Ter um Sócio Brasileiro com
Expansão Mundial?
Revista Ônibus
64
R$ 545,00
INVESTIMENTO
POIT ENERGIA
WILSON POIT
Como se Preparar para a Escolha
de Sócio Investidor?
BRAZIL PHARMA
ANDRÉ SÁ
Plano de Expansão no Varejo
Brasileiro.
www.b2law.com.br ou pelo Telefone (041) 3018-6951
Realização:

Documentos relacionados