25 de agostode - Revista Ônibus
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25 de agostode - Revista Ônibus
Para responder aos desafios das cidades, a Marcopolo lança o Viale BRT que redefine a identidade dos ônibus urbanos brasileiros. O novo Viale BRT expressa velocidade, conforto, acessibilidade e segurança por meio de linhas fluídas e elementos estéticos inspirados nos mais modernos sistemas de transporte mundial. O produto atende a todas as exigências dos sistemas de plataformas de embarque do país, podendo ser configurado para atender às necessidades específicas em números de passageiros e acessibilidade. APROXIMANDO PESSOAS w w w. m a r c o p o l o . c o m . b r Respeite a sinalização de trânsito Ande mAis de Ônibus. menOs POLuiÇÃO, mAis PReseRVAÇÃO... TeRRA mAis ViVA. sumário Revista Ônibus – Ano XII – Número 66 – Agosto/Setembro de 2011 meio ambiente Seminário debate sustentabilidade para o transporte_______ 12 meio ambiente Diesel de cana-de-açúcar entra em teste no Rio_ __________ 18 produtos e serviços M2M oferece sistema de monitoramento de frota _________ 22 entrevista 34 Diretor da MAN fala sobre novos produtos da marca_ ______ 24 produtos e serviços Volvo lança chassis de ônibus com motor dianteiro_________ 30 renovação Fetranspor lança nova logomarca _____________________ 34 comunicação 38 Indo & Vindo a Revista do Rodoviário __________________ 38 inovação BRS chega aos bairros de Ipanema e Leblon______________ 42 inovação Obras do BRT TransOeste avançam_____________________ 44 pesquisa Estudo do IPEA mostra como está a mobilidade no Brasil_ ___ 50 recorde histórico Vendas de veículos batem recorde em 2011______________ 52 exemplo Motorista fica famoso por devolver R$ 74 mil ao dono_ _____ 56 premiação Setransduc destaca seus melhores rodoviários_ ___________ 58 seções Editorial: José Carlos Reis Lavouras_ ______________________8 52 Artigo: Lélis Teixeira_________________________________10 Terminal_ ________________________________________58 5 Revista Ônibus editorial José Carlos Reis Lavouras Novos caminhos O segmento de transporte rodoviário de passageiros do Estado do Rio de Janeiro tem vivido dias de grandes mudanças, muito dinamismo e investimentos no futuro. Após o processo licitatório na capital, com o início da operação de forma consorciada, a aproximação dos grandes eventos que aqui ocorrerão vem provocando inúmeras oportunidades de crescimento do setor e aprimoramento do serviço prestado. A implantação dos corredores BRS (Serviço Rápido de Ônibus) em Copacabana acarretou considerável melhoria, com encurtamento do tempo das viagens, maior conforto e segurança, e aumento do número de passageiros. Os investimentos em tecnologias de cartões tornaram possível o bom funcionamento do Bilhete Único, em sua versões Intermunicipal e Carioca, e a criação de opção de pagamento eletrônico para os deslocamentos do público que assistirá às apresentações do Rock’n Rio. Enquanto os governos investem na infraestrutura necessária à realização de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímplicos, o empresariado de ônibus investe em ônibus articulados de última geração e na educação dos profissionais que atenderão aos visitantes, com cursos que incluem noções de marketing, urbanismo e até das línguas inglesa e espanhola. Uma publicação da Diretoria: Presidente: Lélis Marcos Teixeira Diretor Administrativo e Financeiro: Paulo Marcelo Tavares Ferreira Diretora de Mobilidade Urbana: Richele Cabral Diretor de Marketing e Comunicação: Edmundo Fornasari Conselho de Administração: Titulares: Presidente: José Carlos Reis Lavouras Vice-presidente: João Augusto Morais Monteiro Conselheiros: Narciso Gonçalves dos Santos Generoso Ferreira das Neves Florival Alves José Carlos Cardoso Machado Marcelo Traça Gonçalves João dos Anjos Silva Soares Francisco José Gavinho Geraldo Alexandre Antunes de Andrade Amaury de Andrade Joel Fernandes Rodrigues Suplentes: Isidro Ricardo da Rocha Manuel João Pereira Manoel Luis Alves Lavouras Domenico Emanuelle Siqueira Lorusso Mas ainda não param aí as iniciativas do segmento. Estudos sobre combustíveis mais limpos, programas de responsabilidade social que criam, entre outras coisas, acesso a vagas de trabalho nas empresas de ônibus, para moradores das áreas onde foram instaladas UPPs, demonstram um reposicionamento A implantação dos corredores BRS do setor diante da (Serviço Rápido de Ônibus) em sociedade, possível graças a uma Copacabana acarretou considerável trajetória de mais melhoria, com encurtamento do de meio século e muito trabalho em tempo das viagens, maior conforto e prol da mobilida- segurança, e aumento do número de de da população. passageiros. Todas essas José Carlos Reis Lavouras mudanças levaé presidente do Conselho de ram a Fetranspor a Administração da Fetranspor adotar nova logomarca, anunciada à imprensa no dia primeiro de agosto. Este novo símbolo passa a traduzir a Fetranspor de hoje, com design moderno e dizeres que representam nosso maior desejo: Mobilidade com Qualidade. Jacob Barata Filho Marco Antônio Feres de Freitas Conselho Fiscal: Efetivos: Valmir Fernandes do Amaral Luiz Ronaldo Caetano Humberto Valente Suplentes: Carlos Alberto Souza Guerreiro Jorge Luiz Loureiro Queiroz Ferreira Fábio Teixeira Alves Delegado representante / CNT Efetivo: Narciso Gonçalves dos Santos Suplente: Jacob Barata Filho Revista Ônibus Editora chefe: Tânia Mara Gouveia Leite Redação: Roselene Alves Renato Siqueira Andréa Cardoso Roberta Araujo Luciana de Baére Fotografia: Arthur Moura Jorge Revisão: Tânia Mara Patrícia Gonçalves Luiza Ribeiro Responsável comercial: Otakar Guilherme – (21) 3221-6300 Projeto gráfico: Vladimir Calado Editoração, impressão e representação comercial: www.ArquimedesEdicoes.com.br (21) 2253-3879 Rua da Assembléia 10, 39º andar – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20011-901 – Tel.: (21) 3221-6300 – Fax: (21) 2531-3711 /cosan.mobil ® Todos os nomes dos produtos Mobil constantes nesta peça são marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou de uma de suas subsidiárias. A Cosan Combustíveis e Lubrificantes S.A. é a distribuidora autorizada pela Exxon Mobil Corporation para o desenvolvimento da atividade de distribuição de produtos Mobil no Brasil, sendo sua a responsabilidade pelo exercício local dessa atividade. @cosan_mobil S e m a r o u pa fica maiS intereSSante. QUALIDADE QUE VOCÊ JÁ CONHECE NA QUANTIDADE QUE VOCÊ PRECISA. O lubrificante Mobil Delvac MX é um produto premium, que prolonga a vida útil dos motores a diesel. E agora, com a Troca Inteligente, gera mais economia e sustentabilidade para o seu negócio, pois elimina o descarte de embalagens, melhora o controle de estoque, otimiza sua área de armazenagem e evita contaminação no manuseio. A Troca Inteligente é muito prática, segura e está disponível em tanques de 400 e 1.000 litros, com filtro e visor transparente, lacres de segurança, selo de qualidade e manutenção permanente do equipamento, garantindo qualidade total do lubrificante. É mais vantagem para o seu negócio e para o meio ambiente. w w w. c o s a n . c o m . b r / m o b i l FILTRO COM VISOR PARA VOCÊ CONFERIR A QUALIDADE. artigo Lélis Marcos Teixeira O poder da marca Lélis Marcos Teixeira é presidente executivo da Fetranspor Revista Ônibus 10 Todos convivemos, nesta sociedade de con- empreendimentos bem ou mal sucedidos, ações de sumo, com uma série de marcas. Palavras, si- grande magnitude social, enfim, tudo o que conheglas ou desenhos, conhecidos como logomarcas ce sobre ela vai ser lembrado, mesmo que de uma (símbolo+nome) ou logotipos (apenas nome), nos forma muito sutil. As marcas também envelhecem, se desgasremetem a ideias e conceitos, e servem para identificar produtos e serviços. Mas são muito mais do tam, tais como as ideias, conceitos e pessoas. que apenas uma imagem. Refletem tudo o que está Mudam, com o tempo. Quando uma empresa modifica seu comportamento, a marca precisa reflepor trás do produto ou serviço que simbolizam. No mundo moderno, são cada vez mais valori- tir essa nova realidade. Então, é preciso recriá-la, zadas, pois se tornaram uma forma fácil e rápida de para que recupere seu poder de comunicação. A Fetranspor, felevar o consumidor a deração que reúne tomar uma decisão. Ao “Quando uma empresa modifica seu os dez sindicatos de se deparar com aquele comportamento, a marca precisa empresas de ônibus símbolo, o comprador deste Estado, é uma sabe imediatamente se refletir essa nova realidade. Então, é entidade que já tem o produto é confiável preciso recriá-la, para que recupere mais de meio século ou não, de qualidade de existência. Neste superior ou mediana, seu poder de comunicação” período, mudou muito tem preço mais ou mesua forma de atuação, nos caro etc. Mas não é só isso: ao ver uma marca, o indivíduo acessa cresceu, o sistema que representa se modernizou, todas as informações armazenadas em sua mente criou ações voltadas para a proteção do meio quanto à organização a que se refere. Valores, cul- ambiente, para geração de conhecimento, enfim, tura da empresa, sua imagem perante a sociedade, era preciso ter uma marca que representasse essa nova Fetranspor. E foi criada a nova logomarca, cada vez mais associada a todas as ações voltadas para a Mobilidade com Qualidade. A partir de agora, em todas as publicações da Fetranspor, bem como documentos, campanhas e projetos de mobilidade, tecnologia do transporte, educação ou capacitação profissional para o sistema de transporte por ônibus do Estado do Rio de Janeiro, nossa nova marca estará presente. meio ambiente tecnologias sustentáveis no Transporte Seminário discute Principal desafio do setor é saber como equilibrar a conta da sustentabilidade Luciana de Baére O Brasil é rico em matrizes energéticas e tem tecnologia suficiente para produção de combustíveis renováveis. Porém, sustentabilidade não é apenas uma questão ambiental, mas econômica e social. As soluções devem ser discutidas com todos os atores envolvidos e adotadas em conjunto, com planejamento confiável de médio e longo prazos, de acordo com características locais de operação, através de marco regulatório que defina a parte de cada um na divisão dessa conta. Estes são alguns dos pontos que ficaram claros no “1º Seminário de Tecnologias Sustentáveis no Transporte: Alternativas Energéticas para o Transporte – Copa 2014 e Revista Ônibus 12 Olimpíadas 2016”, realizado nos dias 26 e 27 de julho, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. Iniciativa inédita dentro do Estado, o Seminário reuniu um público de cerca de 350 pessoas, entre representantes de instituições, do governo, das esferas municipal, estadual e federal e de órgãos dos setores de Transporte, Meio Ambiente e Energia, além de empresários e pesquisadores. A fim de buscar soluções que conjuguem eficiência energética, ganhos ambientais efetivos e viabilidade econômica para o modal, a Fetranspor promoveu o encontro, que integrou os principais representantes do setor, num amplo e aprofundado debate sobre as matrizes alternativas disponíveis, aliadas às novas tecno- logias, para geração de combustíveis mais limpos e renováveis. Foram apresentados os resultados obtidos a partir dos biocombustíveis (ainda em fase de teste) – como biodiesel, etanol e diesel de cana –, além da eletricidade e do gás natural veicular (GNV). R$ 230 milhões de investimentos Na solenidade de abertura, o presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, ressaltou que, há mais de 12 anos, a entidade vem contribuindo com programas ambientais e, ultimamente, tem se empenhado na pesquisa, entre outras, dos ônibus híbridos, dos motores Euro 5 e do diesel obtido através da canade-açúcar. Observou ainda que a adoção destas alternativas já é uma realidade promissora no Brasil, que tem potencial para dar o exemplo de como usá-las e se encontra em posição privilegiada para definir uma política de sustentabilidade no setor. O secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Delgado Assad, anunciou que, ainda este ano, serão investidos R$ 230 milhões na redução de emissão de gases de efeito estufa nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo. Deste valor, R$ 30 milhões serão recursos não reembolsáveis, e os R$ 200 milhões restantes serão gerenciados pelo BNDES (com diretrizes claras e juros atrativos) e destinados ao fomento e à implantação dos ônibus movidos a etanol, GNV e hidrogênio, além dos veículos híbridos. Já o superintendente da Área Social do BNDES, Ricardo Ramos, enfatizou que tecnologias ambientalmente sustentáveis têm de ser também economicamente viáveis. Segundo ele, o BNDES está revendo sua política de apoio a iniciativas nessa área para incentivar a adoção dessas tecnologias. Aumento da demanda Para o secretário de Transportes do município do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão, os sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e BRS (Bus Rapid Service) já contribuem para o transporte coletivo operar de forma mais sustentável. O secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, disse que o Rio ganhou 178 milhões de novos passageiros em 2010, referindo-se aos resultados obtidos com as ações do governo estadual para a melhoria do transporte público. Também foram lembrados por Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da NTU, os R$ 30 bilhões que o governo federal destinou para obras de infraestrutura urbana nas cidades que sediarão os jogos da Copa em 2014. E, desde maio, pesquisadores da Coppe/UFRJ vêm monitorando o primeiro ônibus urbano flex, abastecido com 70% de GNV e 30% de diesel. De acordo com o diretor de Assuntos Acadêmicos da instituição, Edson Hirokazu Watanabe, o veículo passará por testes durante um ano. “Os sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e BRS (Bus Rapid Service) já contribuem para o transporte coletivo operar de forma mais sustentável” Alexandre Sansão, secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro “Este ano serão investidos R$ 230 milhões na redução de emissão de gases de efeito estufa nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo!” Eduardo Delgado Assad, secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente Watanabe observou que o Brasil é bastante verde em termos de geração elétrica, já que praticamente toda a energia produzida vem de hidroelétricas, permitindo grande potencial para a construção de um sistema de transporte sustentável diante da sua diversidade de matrizes energéticas. Ao longo dos dois dias, o tema foi discutido, em seus vários aspectos, nos seis painéis e três mesas-redondas. Protótipos (em teste) de ônibus que utilizam energia elétrico-híbrida, movidos a gás natural, biodiesel e a etanol, além do novo motor Proconve VII (Euro V) – a ser adotado a partir de 2012 e que reduz em cerca de 80% a emissão de poluentes – ficaram expostos durante o evento. Veja nas páginas seguintes a síntese das questões mais relevantes: 13 Revista Ônibus meio ambiente Painel 2 – Impactos da Substituição de Diesel por Gás Natural no Transporte Pesado Painel 1 – Novos Motores a Diesel no Brasil: Proconve fase VII (desafios e ganhos reais) Testes de campo para comparar resultados Combustíveis mais limpos aliados à tecnologia P7 para baixa emissão De acordo com o gerente de Soluções Comerciais da Petrobras, Frederico Guilherme Kremer, a frota de ônibus do país precisa ser renovada o mais rapidamente possível. E, para diminuição dos níveis de emissão de GEE (gases de efeito estufa), é preciso a geração de combustíveis mais limpos, aliados a motores de tecnologia P7 (equivalente à Euro 5), a fim de que os benefícios do diesel S50 (cuja concentração de partículas de enxofre é de 50 em um milhão) sejam realmente significativos. Do contrário, a variação de teor de enxofre pode inviabilizar ou diminuir as vantagens ambientais. Kremer ainda afirmou que 19 municípios do Rio de Janeiro já dispõem de diesel S50 (enquanto em São Paulo este número é de 36), e que já existem 11 polos de abastecimento do novo combustível no país, capazes de atender a 87% da demanda. Mais três polos em funcionamento serão necessários para atendimento total. Segundo ele, a Petrobras tem todas as condições de atender à demanda de S50, e a ANP já tem um plano de distribuição do novo combustível. Painel 3 – Biocombustíveis: Oportunidades e Desafios Biodiesel, Etanol e Diesel de Cana Combustível certo para a máquina certa “A redução das emissões será de 98%, no material particulado, e de 86%, no óxido de nitrogênio. Mas, antes, é preciso que o combustível certo encontre a máquina certa”, afirmou o gerente sênior de Desenvolvimento de Produtos da Mercedes-Benz, Gilberto Leal, ao avaliar o impacto das futuras regras do Proconve (P7) na indústria. Segundo ele, a renovação da frota brasileira é a palavra de O vice-coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Márcio de Almeida D’Agosto, apresentou estudo comparativo sobre sistemas a gás, especificamente o diesel-gás, visando a auxiliar na busca de um combustível que seja mais limpo, tenha eficiência energética e que possa atender à demanda do Rio de Janeiro. O trabalho considera toda a cadeia de utilização, desde a produção até o consumidor final. Valores, preços, taxas de desconto, índices de substituição e de retorno de investimento também são avaliados. D’Agosto informou que o estudo faz parte de um projeto com prazo de execução de 18 meses, com recursos liberados, e que contemplou testes de campo (ônibus que rodam em percursos determinados pelo próprio projeto, em vez de linhas regulares, para comparação dos indicadores), voltados para avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental. Segundo o pesquisador, há tempo suficiente para que esses veículos possam ser colocados ordem para se atingir esse coeficiente. O executivo observou também que os caminhões pesados (acima de 15 toneladas) são os maiores consumidores de diesel de origem fóssil no país, e a substituição pelos biocombustíveis ainda é inviável em grande escala, pelo menos no curto prazo. “Teríamos que garantir 10 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a pouco menos da metade do consumo diário de diesel. É muito, mesmo considerando a possibilidade de motores flex ou de misturas que usem o etanol ou biodiesel”, advertiu. em linhas, num segundo momento, ou para ampliação dos testes dentro do mesmo sistema. O secretário Júlio Lopes lembrou o compromisso já assumido pelo governo do Estado de ter toda a frota abastecida com B20 (adição de 20% de biodiesel ao diesel comum) até as Olimpíadas de 2016. A exemplo dos Jogos Panamericanos, em 2007 (quando a frota rodou com o B5 (diesel comum com 5% de biodiesel), na cidade do Rio de Janeiro, o secretário expressou o desejo de “surpreender o mundo com ônibus hídridos de GNV e diesel de cana já em linhas, durante o evento”. Ele salientou que a Secretaria de Transportes já vem trabalhando com a Bosch, Fetranspor, Coppe, MAN, entre outras parceiras, no estudo e desenvolvimento para avanço e bons resultados dessas novas tecnologias, e que grandes investimentos vêm sendo feitos nos gasodutos também. Otimista, Júlio Lopes concluiu dizendo que um leque de “novas e múltiplas possibilidades” será aberto a partir de 2013, quando a comercialização do gás estará liberada, permitindo a entrada de novos investidores no mercado. Leal explicou que o crescimento da frota seis vezes maior (em comparação a 1980) é preocupante e relativiza os resultados dos avanços no controle ambiental. “Assim, as emissões de material particulado serão equivalentes a 1/3 das de 1980, mas as de óxido de nitrogênio serão 18% maiores devido ao número de veículos”, afirmou. Mesmo diante de impasses como este, ele acredita ser válido incentivar o consumo dos biocombustíveis. Só considerando o ciclo total do combustível (quanto se queimou de carbono na fabricação) para se obter a redução efetiva das emissões de gás carbônico. “Por isso, enquanto na troca do diesel pelo GNV emite-se 22% a menos de CO2, chega-se a 60% ou 70% no biodiesel (óleos de dendê, mamona, babaçu ou soja esterificados), e, de forma imbatível, a 98% no diesel de cana”, conclui. Painel 4 – Ônibus Elétricos e Híbridos – Oportunidade Tecnológica Quanto maior o “anda e para”, maior a economia De acordo com Euclides de Castro, gerente comercial da Volvo para a América Latina, os ônibus híbridos são os mais adequados para o trânsito pesado das cidades e, quanto maior for o “anda e para”, maior será a economia. Isso se deve ao sistema inteligente que desliga o veículo enquanto fica parado e dá a partida utilizando energia elétrica, além de transformar 76% da energia dissipada nas frenagens em potência útil. Outras vantagens são: partida em silêncio, 35% de economia de combustível e menos 35% de emissão de CO2. Os índices de redução de emissões, comparados aos dos ônibus a diesel, são de 80%, para óxido de nitrogênio, e de 90%, para material particulado, nos modelos utilizados atualmente no Brasil (correspondentes ao padrão Euro 3). Em relação ao modelo 15180 da Volkswagen (sem ar condicionado), foi constatada uma economia de combustível de 34,96 %, em recente experimento no Rio de Janeiro, em parceria com a Fetranspor e o Rio Ônibus. Os sistemas de BRT podem funcionar, no Brasil, com ônibus híbridos movidos a eletricidade e diesel, biodiesel ou etanol, segundo José Antônio do Nascimento, administrador de contratos da Eletra. Nascimento ressaltou que, com os avanços do motor de combustão, os benefícios inerentes aos híbridos serão potencializados. Alguns deles são: redução de ruídos, da poluição e do tempo de viagem; otimização do uso da energia; maior segurança para usuário e operador; facilidade de integração com outros modais; e menor índice de emissões. O administrador apresentou também a opção trólebus, que depende de rede de eletricidade aérea para se alimentar, mas tem vida útil de cerca de 30 anos, em comparação aos 10 anos dos híbridos, além de emissão zero de poluentes, autosuficiência energética (80 a 90%), baixo risco tecnológico, menor custo operacional e de manutenção e maior velocidade média no percurso. O palestrante lembrou que os trólebus estão presentes nas principais cidades do mundo e, há mais de 60 anos, em São Paulo. Testes com os modelos híbridos da Eletra mostraram redução de emissão de material particulado (fumaça preta) em até 90%, enquanto hidrocarbonetos e monóxido de carbono tiveram diminuição de 60%, e óxido de nitrogênio, de 25%. Também foram apresentadas as características dos modelos de 12 m e de 15 m de comprimento. Quinze protótipos do modelo maior estão em operação na Expresso Tiradentes, em São Paulo, e já indicaram índices significativos de economia de combustível, após correções feitas pelos fabricantes a partir de problemas identificados na prática. meio ambiente Painel 6 – Ganhos Ambientais com os BRTs nas Cidades da Copa Painel 5 – Transporte, Energia e Mudança de Clima “Economia verde” e transporte sustentável para evitar prognósticos pessimistas Medidas simples – como incentivar o uso de bicicleta, aumentar o número de passageiros e/ ou de toneladas por veículo – e o número de cidades com bilhetagem eletrônica contribuirão significativamente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, na opinião de Márcia Vallle Real, superintendente do Clima, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro. E, “caso não sejam tomadas providências imediatas, a emissão de CO2 pode triplicar nos próximos vinte anos no Estado”, alerta. Valle Real acredita que criar novas estruturas para geração de uma “economia verde” e de um transporte mais sustentável ainda é o melhor caminho. A superintendente ressaltou que o governo federal fez um inventário de emissões por fontes móveis, a fim de identificar e localizar os principais focos, mapeando as áreas prioritárias onde deve enfatizar sua ação. “O governo federal já fez o seu dever de casa”, afirmou, ressaltando que agora é o Estado do Rio de Janeiro que está fazendo o seu, através de programas e políticas públicas de controle ambiental, como o Plano Estadual de Mudança do Clima, que ficará disponível para a população na página do governo do Estado, na internet. Revista Ônibus 16 BRT e BRS para uma mobilidade de qualidade Para o engenheiro Guilherme Wilson, gerente de Meio Ambiente da Fetranspor, o sistema de BRT é fator determinante para uma mobilidade de qualidade e para a implantação de um transporte mais sustentável. “Os benefícios são tremendos, a começar pelo aumento e renovação da frota (que terá de apresentar veículos com tecnologia Euro 5), resultando na melhoria das emissões”, defendeu. Vantagens, como racionalização do sistema tronco (redução de carros na rua), redução de acidentes e do número de ônibus nas vias, diminuição de quilômetros rodados e aumento da velocidade média dos veículos também foram destacadas. O engenheiro apresentou um trabalho que mostra os benefícios observados nos primeiros meses de funcionamento do BRS de Copacabana, onde ficou demonstrado que a implantação de 1 km de BRS no Rio de Janeiro é capaz de reduzir em 2% a emissão de CO2 pelo transporte rodoviário. De acordo com o estudo, o BRS de Copacabana significou ganho de eficiência energética para os ônibus de 17%. Houve redução de 13% no tempo de viagem, sendo que, na Barata Ribeiro, este índice pode chegar a 23%. Quanto à emissão de poluentes, houve queda de 24% de material particulado (fumaça preta), de 7% de óxido de nitrogênio, e de 44% de óxido de enxofre. Para finalizar, Wilson considerou a migração modal como o maior objetivo e, ao mesmo tempo, desafio, a ser alcançado com os corredores. Segundo ele, é fundamental que se consiga diminuir a circulação de carros particulares na rua e atrair este contingente motorizado para dentro dos transportes coletivos, arriscando uma projeção baseada nos sistemas de BRTs TransCarioca e TransOeste, previstos para começarem a funcionar no Rio até 2016. “Com 554 km de BRT, poderiam ser eliminados 50% da poluição global decorrente do transporte rodoviário”, disse. meio ambiente Mercedes apresenta resultados de testes com diesel de cana Veículos em operação em São Paulo atestam a eficiência ambiental do novo combustível Revista Ônibus 18 Fotos: Divulgação Se o caminho para a eletrificação do transporte ainda vai demorar, em face da inviabilidade econômica das tecnologias, o jeito é buscar alternativas menos poluentes para impulsionar os motores do ciclo diesel existentes no país. Depois do diesel, biodiesel, etanol, GNV, chegou a vez do diesel de cana – combustível que, de acordo com as primeiras experiências, pode ser a solução para a redução de emissões de poluentes no ar das grandes cidades, sem comprometer o desempenho dos veículos em operação. Mostrando pioneirismo no desenvolvimento tecnológico de veículos comerciais no Brasil, a Mercedes-Benz foi a primeira a testar o diesel de cana no país. Em evento realizado no mês de junho, a marca apresentou os resultados iniciais com o uso deste combustível alternativo ao diesel derivado do petróleo. Em conjunto com diversos parceiros, a Mercedes-Benz testou, em bancos de prova e, posteriormente, em operações regulares de ônibus urbanos, a mistura de 10% de diesel de cana e 90% de diesel comercial (com teor de enxofre S50). O novo combustível proporcionou redução de 9% nas emissões de material particulado, sem aumentar as de NOx. Menos poluente De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes, Gilberto Leal, o uso do diesel de cana será a grande alternativa para a diminuição de emissões de poluentes. A produção em larga escala deve ser iniciada já a partir de 2012, mas a tendência é que, para abastecimento das frotas, o volume necessário esteja disponível somente em 2014. Segundo Leal, as vantagens para adoção do diesel de cana começam ainda no processo de extração. “É preciso moer a cana, fazer a fermentação, para então se extrair uma levedura, geneticamente modificada. Após este processo, o combustível sai quase puro. Não precisa destilar nem passar pela centrifugação”, explica. A manutenção do desempenho foi um resultado importante demonstrado nos testes com o diesel de cana. Nos ensaios comparativos, os parâmetros de controle do motor permaneceram exatamente iguais, o que reforça a confiança da 19 Revista Ônibus meio ambiente A produção em larga escala deve ser iniciada já a partir de 2012, mas a tendência é que, para abastecimento das frotas, o volume necessário esteja disponível somente em 2014 empresa no uso desse biocombustível, pois não requer alteração na estrutura da frota atual. “O diesel de cana não apresenta elemento corrosivo, uma vez que na sua composição não há oxigênio, somente carbono e hidrogênio”. Consumo reduzido Outra característica fundamental do novo combustível é a manutenção do consumo reduzido. Para os clientes, o diesel de cana será certamente uma opção a mais no uso de combustíveis alternativos no já conhecido e eficiente motor diesel MercedesBenz. Gilberto Leal afirma que três ônibus rodaram na cidade de São Paulo, e os ganhos ambientais foram significativos. Além desses, os veículos utilizados para transporte dos participantes da C40 Summit – conferência ambiental que reuniu prefeitos e representantes das 40 maiores cidades do mundo, em São Paulo – também utilizaram o diesel de cana. A Mercedes empregou o AMD em outros dez microônibus de clientes, e a única alteração efetuada foi a substituição do filtro de combustível. Dentre os ganhos ambientais, foram observadas as seguintes reduções: 6,3% em volume de NOx, 12,5% de material particulado, 3,2% de CO2, 11,8% de hidrocarbonetos e 34% de monóxido de carbono. O mais interessante é que todos esses testes foram realizados com o AMD misturado ao diesel S50 e com motor padrão Euro V, que estará disponível somente a partir de janeiro de 2012; o que significa dizer que, se utilizados com diesel S500 e motor padrão Euro III, os números serão ainda melhores. Viação Saens Peña testa o combustível no Rio de Janeiro Se em São Paulo as avaliações tanto de campo quanto de laboratório trouxeram bons resultados, no Estado do Rio, a parceria firmada entre a Mercedes-Benz e a Fetranspor, para uma bateria de testes ainda maior, deverá comprovar a eficiência do combustível. Trinta veículos da Viação Saens Peña vão operar com 30% de diesel de cana durante um ano. Segundo Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz, os objetivos da ampliação destes testes são: comparar na rua o que já foi atestado em laboratório e obter um pouco mais de dados estatísticos, além de avaliar os veículos em diferentes temperaturas, verificando as condições gerais de operação. Baseada no experimento de São Paulo, com ônibus urbanos abastecidos com 10% de diesel de cana, que resultaram na redução de 9% nas emissões de material particulado, sem aumentar as de óxido de nitrogênio, a Mercedes decidiu elevar o volume de diesel de cana para 30%, nos testes que já estão sendo realizados no Rio de Janeiro. “Mostramos ao mercado que o diesel de cana é a mais viável alternativa de combustível limpo para o nosso país, sem exigir alterações na motorização do veículo e contribuindo para o negócio dos operadores. Mais uma vez a Mercedes-Benz indica o caminho a seguir”, afirma Ricardo Silva, vice-presidente de Ônibus América Latina da fabricante. “Queremos proporcionar à Viação Saens Peña, à Fetranspor e aos órgãos gestores do Rio de Janeiro a mesma satisfação obtida com os resultados verificados em São Paulo, consolidando nosso trabalho conjunto na busca de soluções sustentáveis”, conclui. Os testes no Rio de Janeiro serão realizados com ônibus urbano modelo OF 1722, em parceria que envolve também a Amyris Brasil, fabricante responsável pelo desenvolvimento do diesel de cana no país. produtos e serviços Redução de custos e melhor oferta de serviços Monitoramento de frota auxilia gestão da empresa Que tal com poucos cliques visualizar todo o panorama da frota em circulação? E saber as condições técnicas e operacionais de cada veículo? Estas são apenas algumas das possibilidades que o empresário que optar por gerenciar sua frota terá ao seu alcance. Hoje estão à disposição sistemas que viabilizam esse controle. Trata-se de solução estratégica envolvendo ferramentas capazes de otimizar a frota, regular linhas, além de fornecer informações confiáveis para melhorar a gestão de diversos setores da empresa. Obviamente, a operação de uma empresa de transporte coletivo depende da atuação proativa de diversos agentes, desde o momento que o ônibus sai da garagem, ainda de madrugada, até seu retorno no final do dia. E uma das vantagens para o frotista que investe em sistemas de monitoramento é justamente poder ter acesso às informações durante os períodos de fraca operação, não dependendo necessariamente de relatórios emitidos por fiscais ou despachantes. Entre as informações que nunca estarão contidas nos relatórios destes profissionais, destacam-se, por exemplo, vícios de direção, como manutenção de pé na embreagem durante o percurso, fre- Revista Ônibus 22 nagens bruscas e desvios de rotas devido a acidentes ou congestionamento. Contudo, elas podem ser identificadas por esses sistemas, que permitem também planejar o tempo das viagens, mesmo em horários de pico, estabelecendo o período ideal para cada uma delas. 1.800 veículos em Fortaleza Mas quando isso começou? De acordo com Leonardo Costanza, sócio-diretor da M2M Solutions, as primeiras transmissões de dados ocorreram em 2003, com a utilização da tecnologia GPRS. “Fomos para a França testar um equipamento que seria usado pela Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP), empresa pública que gerencia os transportes na capital francesa. A partir dos resultados, decidiram implementar esse tipo de sistema no país”, explica. Costanza explica que, para que o sistema seja aproveitado em sua totalidade, todos os agentes envolvidos no transporte devem atuar: poder público (com infraestrutura), operadores e seus colaboradores, além dos usuários do transporte coletivo, que podem obter informações sobre frequência dos ônibus e tempo de viagem por meio de aparelho celular. Como exemplo, ele A Viação Alpha implantou o sistema em 2006 e, entre outros benefícios, conseguiu a redução de 60% em gastos com oficina cita a implantação do sistema na cidade de Fortaleza, que promoveu a reestruturação do transporte e hoje oferece uma ótima estrutura para seus usuários. “São aproximadamente 1.800 veículos sendo monitorados, e os passageiros sabem exatamente quando o ônibus vai chegar, graças aos painéis instalados nos terminais”. “Manter intervalo constante entre seus veículos ajuda nesse processo de fidelização. A Real é um exemplo, cujo carregamento aumentou 8% ao implantar essa medida” Leonardo Costanza, sócio-diretor da M2M Solutions Além da pontualidade e do conforto gerados pelo monitoramento, outro item que melhorou e muito em Fortaleza foi a segurança. De acordo com Leonardo, antes da implantação do sistema eram registrados aproximadamente 20 assaltos por dia. Hoje, este número foi reduzido a uma ocorrência. “A integração com o centro de operações da polícia é algo que traz sensação de segurança para todos. O tempo de interceptação de um veículo em perigo é de apenas três minutos”, afirma. Monitoramente em Guarulhos A empresa acaba de fechar contrato com a cidade de Guarulhos. São mil veículos que serão 100% monitorados. “É uma cidade onde o transporte também funciona de forma consorciada, e o ideal é tentarmos operar melhor do que em Fortaleza, mas se conseguirmos chegar ao nível da capital cearense já estará muito bom”, diz. No Rio de Janeiro, a M2M Solutions opera com aproximadamente 55% do mercado. Entretanto, a cidade ainda não está totalmente preparada para proporcionar aos usuários a gama de serviços que a empresa pode oferecer, embora algumas empresas que decidiram pela implementação do sistema já tenham obtido bons resultados, graças à mudança de cultura gerada pela contratação desse serviço relativamente novo. Um dos casos citados pelo diretor como sendo de sucesso na cidade do Rio é o da Viação Alpha, que implantou o sistema em 2006 e, entre outros benefícios, conseguiu a redução de 60% em gastos com oficina, em virtude do mapeamento das rotas e da identificação dos principais pontos de acidentes envolvendo os veículos da empresa, permitindo controlar a velocidade destes nos trechos afetados. Real também está monitorada Outra empresa citada é a Real Auto Ônibus, que implan- tou um painel na estação de embarque do seu serviço especial, na linha que circula entre os aeroportos Internacional Antonio Carlos Jobim e Santos Dumont, o que tem rendido muitos elogios à empresa por parte dos passageiros, que podem acompanhar o tempo de espera dos ônibus, assim como a localização dos veículos. Com a reestruturação do setor e a implantação dos sistemas de BRT, a perspectiva é que sejam instalados painéis nas estações. Costanza explica que numa cidade onde ainda existe disputa por passageiros ante a superposição de linhas de ônibus, com monitoramento e gestão inteligente da frota, é possível à empresa fidelizar seu cliente. “Manter intervalo constante entre seus veículos ajuda nesse processo de fidelização. A Real é um exemplo, cujo carregamento aumentou 8% ao implantar essa medida”, conta. O monitoramento faz parte do que os usuários, empresários e órgãos gestores podem vislumbrar para o futuro. Identificar as necessidades primordiais da empresa, da região e o que os passageiros realmente desejam é fundamental para a consolidação da mobilidade inteligente. “Desta maneira podemos evoluir ainda mais. Esse sistema pode ser constantemente flexibilizado, e suas funções podem ser visualizadas com segurança de qualquer lugar, basta utilizar um computador”, finaliza Constanza. 23 Revista Ônibus entrevista José Ricardo Alouche MAN se prepara para as exigências ambientais Diretor de Vendas e Marketing para o Mercado Nacional da MAN Latin America fala dos novos produtos da marca Por Renato Siqueira Na segunda entrevista da série que a Revista Ônibus traz com os principais executivos das grandes montadoras e encarroçadoras do setor, conversamos com o diretor de Vendas e Marketing para o Mercado Nacional da MAN Latin America, José Ricardo Alouche. Entre outros assuntos, foram abordados temas importantes, como a nova legislação ambiental e as expectativas para o lançamento de novos produtos, visando às transformações que o transporte de passageiros vem passando no país. Fotos: Divulgação Revista Ônibus 24 RÔ – Em recente entrevista, o senhor afirmou que a Man Latin America apresentaria algumas novidades ao longo do ano. O que o mercado de transporte de passageiros pode esperar? JRA – Ao longo deste ano, vamos apresentar todos os proRevista Ônibus – Como dutos que iremos comercialia MAN Latin America está zar a partir do início de 2012. se preparando para atender Seguindo o histórico da nossa às normas do COmarca, pretendemos NAMA Proconve oferecer ao mercado P7? Já está defias melhores soluções “O biodiesel e o diesel de cana já são nida a tecnologia para cada necessiuma realidade. Nossos motores atuais que será utilizada? dade de transporte. Foi desenvolvida Procuramos trabalhar já podem trabalhar com combustíveis aqui no Brasil ou com tecnologias que que tenham até 10% de diesel de cana tragam resultado povocês trouxeram o know-how da sitivo para a operação, somados a 5% de biodiesel, ou até Alemanha? mas que não penali20% de biodiesel” Jo s é R i c a r d o zem demasiadamente Alouche – A partir de o valor de investimenjaneiro de 2012 todo to inicial na aquisição caminhão ou ônibus produzido no fase P7 são equivalentes às da do veículo, ou seja, teremos país deverá atender à norma de norma Euro 5, vigente na Europa, tecnologia onde for necessário. emissões do Conama na fase P7. nos baseamos na tecnologia já RÔ – A fábrica da Man Para que isto aconteça dentro do conhecida. Porém, considerando Latin America foi designada prazo, estamos trabalhando com as diferenças culturais, nossos como centro de desenvolpraticamente 100% do nosso efe- engenheiros tiveram de traba- vimento de ônibus para a tivo de engenheiros em projetos lhar árdua e rapidamente para América Latina e países em que envolvem, direta ou indireta- preparar nossos motores para a desenvolvimento. O que isto mente, veículos com motorização nova fase. significa na prática? De que “Procuramos trabalhar com tecnologias que tragam resultado positivo para a operação, mas que não penalizem demasiadamente o valor de investimento inicial na aquisição do veículo” adequada à P7. Ao longo deste ano, teremos toda a nossa linha de caminhões e chassis para ônibus preparada e homologada conforme os novos limites. E, em janeiro de 2012, todos os nossos produtos estarão de acordo com a legislação. Os prazos para desenvolvimento, testes e homologação são muito longos; por isso a tecnologia foi definida em 2008. Como as exigências da 25 Revista Ônibus entrevista Ricardo Alouche maneira frotistas e passagei- trabalham continuamente em so- diferenças entre os ônibus ros são beneficiados com essa luções alternativas para promover fabricados no Brasil e aqueo transporte. Entre as possibilida- les produzidos na Europa? decisão? JRA – Nosso know-how des em estudo estão muitos dos JRA – Ainda é cedo para para desenvolver e produzir combustíveis já utilizados em dizer. Temos muito a fazer e veículos para países em desen- soluções veiculares, mas os que testar para decidir. O que dá volvimento é resultado da nossa têm mostrado melhores resulta- para afirmar é que não podemos experiência no mercado brasileiro dos operacionais para aplicação simplesmente tirar da prateleira nas últimas décadas, fabricando imediata são aqueles que utilizam e colocar para rodar aqui, pois veículos para suportar as severas o ciclo diesel como base. O bio- as aplicações são diferentes, o aplicações e a baixa qualidade de diesel e o diesel de cana já são relevo é diferente, o pavimento pavimento a que são submetidos uma realidade. Nossos motores é diferente e os carregamentos os veículos que operam por aqui. atuais já podem trabalhar com são bem diferentes dos nossos. A Os caminhões e ônibus que pro- combustíveis que tenham até maior diferença entre os ônibus duzimos estão aptos para atuar 10% de diesel de cana somados brasileiros e os europeus é basicamente a altura do piso em todos os países em em relação ao solo – a disdesenvolvimento, pois tância da base do veículo estes se assemelham ao “Nosso know-how para desenvolver ao solo que eles utilizam nosso país em décadas lá é quase impraticável por passadas. O benefício e produzir veículos para países aqui. Sem dúvida teremos desta nova situação virá em desenvolvimento é resultado os ônibus MAN rodando no médio prazo, com o no país em breve, após os aumento dos volumes da nossa experiência no mercado testes e análise das alterde produção, o que trará brasileiro nas últimas décadas” nativas acima descritas. ganhos de escala para RÔ – Na última a nossa empresa, peredição da Fetransmitindo investimentos mais frequentes para a melhoria a 5% de biodiesel, ou até 20% Rio, a marca apresentou o de biodiesel, alterando apenas o protótipo do chassi para constante dos nossos produtos. RÔ – A busca por transpor- plano de manutenção, ou ainda ônibus articulado. Ele já te sustentável é um dos desa- com combustíveis com percen- está homologado e pronto fios para montadoras, encarro- tual de biodiesel entre 20% e para comercialização? Em çadoras, operadores e agentes 100%, com aplicação do kit de caso afirmativo, quantos públicos. Nesse contexto, cada duplo combustível, seguido de já foram vendidos e quais um necessita fazer a sua parte. plano de manutenção específico. serão as primeiras praças O que a empresa está fazendo Estamos trabalhando em um contempladas? JRA – Nosso chassi para no que diz respeito ao uso projeto de veículos híbridos com de combustíveis alternativos, tecnologias diferentes das até ônibus articulado ainda está em como diesel de cana, etanol, então utilizadas no país. Tão logo processo de homologação. Temos entre outros? E veículos híbri- tenhamos os primeiros protótipos, que finalizar nossos testes de rodagem para garantir a segurança dos? Existe algum projeto da informaremos. RÔ – Existe alguma pre- do veículo. Os primeiros veículos empresa para isto? JRA – Como já disse, ante- visão quanto à chegada de para passageiros devem entrar em riormente, os processos de de- algum modelo de ônibus da operação no segundo semestre senvolvimento demandam muito MAN para o mercado na- deste ano. tempo. Por isso, nossos técnicos cional? Quais as principais Revista Ônibus 26 produtos e serviços Chassis 17.280 Chassis 15.190 MAN apresenta linha 2012 Chassis 17.230 Montadora adota duas tecnologias para atender às exigências do Proconve P7 Com a aproximação do mês de janeiro e, consequentemente, da mudança na legislação no que diz respeito às emissões de poluentes, as grandes marcas do segmento começam a apresentar suas novidades para este novo momento da indústria de veículos pesados. A MAN Latin America anunciou seus lançamentos no dia 19 de julho, em São Paulo. De acordo com o presidente da empresa, Roberto Cortes, para atender aos requisitos legais, bastaria que a MAN fizesse a mudança pura e simples dos motores da linha Volksbus. No entanto, impulsionados pela crescente participação de mercado, a empresa foi além. “Desenvolvemos uma linha totalmente renovada, com uma série de inovações tecnológicas que agregam mais valor aos veículos”, explica Cortes. A MAN, que possui aproximadamente 34% de participação no mercado de ônibus no país, anunciou crescimento de cerca de 7% em vendas, somente no período de janeiro a junho deste ano. Na sua fábrica em Resende, município localizado na Região Sul Fluminense, são produzidos 70 ônibus por dia. A partir de agora, boa parte destes veículos trará a grife do motor MAN. Isto graças a um acordo tecnológico que permitiu à empresa participar da fabricação dos motores da marca MWM. Outros chassis permanecerão com os tradicionais motores Cummins. Dessa maneira e objetivando trabalhar com produtos capazes de atender 27 Revista Ônibus “Desenvolvemos uma linha com uma série de inovações tecnológicas que agregam mais valor aos veículos” Roberto Cortes, presidente da MAN aos diversos tipos de segmento do transporte de passageiros, independentemente da aplicação – do miniônibus ao rodoviário, passando pelo urbano articulado –, a MAN busca a preservação das suas principais características: robustez, confiabilidade e baixo custo operacional. Aliás, o custo reduzido pode ser evidenciado na escolha da tecnologia EGR (recirculação dos gases de escape) em três chassis: 15.190, 17.230 e 17.280 (equipado com motor traseiro). Como estes modelos devem ser os de maior procura por parte dos frotistas, não apresentam em sua configuração original tanque para armazenamento do Arla 32, voltado para motores dotados com a tecnologia SCR (redução catalítica seletiva), o que inicialmente pode representar menor valor de aquisição ante os concorrentes. Entretanto, esta vantagem pode não ser tão significativa, pois, teoricamente, a tecnologia EGR apresenta queima de combustível menos eficiente, ou seja, maior emissão de material particulado, o que pode refletir em aumento no consumo de diesel. Um pouco mais sobre os chassis com tecnologia EGR VW 15.190 OD Idealizado para o transporte urbano em linhas distribuidoras, operando como midibus ou em fretamento de curtas e médias distâncias, conta com novo conjunto de trem de força, com o compromisso de aliar desempenho e custo operacional. Equipado com novo motor MAN D08 de 4 cilindros, foi desenvolvido exclusivamente para a aplicação ônibus. Possui dois estágios de sobrealimentação (dois turbocompressores), sistema de injeção Common Rail, objetivando oferecer melhor desempenho mesmo em baixas rotações. VW 17.230 OD Concebido para suportar as severas operações do transporte urbano e também como alternativa para o serviço de fretamento. O 17.230 OD alia a tecnologia de um motor MAN, aplicado com sucesso em diversos lugares no mundo, à robustez e confiabilidade já reconhecidas do modelo. Também é equipado com motor MAN de 4 cilindros, garantindo torque e potência compatíveis com a operação. Para atendimento do Proconve P7, o motor com tecnologia EGR garante melhor aproveitamento do espaço do chassi, não exigindo tanque adicional e, portanto, não interferindo no encarroçamento do veículo. Este modelo será oferecido também na versão V-Tronic, com transmissão automatizada. VW 17.280 OT Projetado para aplicações de fretamento e rodoviárias de curta distância, bem como para urbanas com alta demanda Revista Ônibus 28 de passageiros, seja com piso normal ou mesmo piso baixo (Low Entry), o Volksbus 17.280 OT está agora equipado com conjunto powertrain, para atender a todas as finalidades. Possui motor MAN D08 com 6,9 litros, distribuídos por 6 cilindros e 280 cavalos de potência. Sua nova transmissão mecânica, ZF 6S 1010 de 6 velocidades, com servo assistência e transmissão por cabos, garante maior conforto ao motorista e durabilidade a todo o conjunto. Também pode utilizar a caixa de transmissão automática ZF 6HP 502C e ser apresentado na versão V-Tronic. Ideal para carrocerias de até 13,2 metros, o modelo é oferecido com entre eixo de 6.000 mm, na versão urbana (piso alto ou piso baixo), ou de 3.000 mm (fretamento), o que permite a instalação de bagageiro passante. Nos demais produtos, a tecnologia SCR Assim como outras grandes marcas do mercado, a MAN aposta na linha de produtos dotados da tecnologia de redução catalítica seletiva, que utiliza o Arla 32, para atender às medidas estabelecidas pelo programa de controle de emissões veiculares. A tecnologia foi adotada nos modelos de maior e menor capacidade de transporte da marca. Caberá aos empresários definir, considerando as planilhas de custos das operadoras, qual será a melhor tecnologia a ser empregada. Importante lembrar que, até o momento, as estimativas apontam que o preço do litro do Arla deve ficar em torno de 70% em comparação ao litro do óleo diesel, significando aumento no custo operacional do frotista. produtos e serviços Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America, apresenta o B270F Motor dianteiro: a nova aposta da Volvo Montadora lança seu primeiro chassi para ônibus com motor frontal Com direito à presença do presidente mundial, Hakan Karlsson, a Volvo do Brasil, que iniciou a produção de ônibus no País em 1979, apresentou, no dia 5 de julho, em São Paulo, o seu mais novo chassi para ônibus. Seguindo uma tendência de mercado, lançou o B270F, primeiro da marca equipado com motor dianteiro. O veículo promete acirrar ainda mais a disputa, cuja demanda vem aumentando, gradativamente, ano a ano. Segundo Hakan Karlsson, o lançamento do novo chassi coincide com o ótimo momento vivido pela economia brasileira, quando os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, que será sede de grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Revista Ônibus 30 Olímpicos. Entusiasmado, Karlsson ressaltou a participação da empresa no mercado nacional e lembrou o início da fabricação dos ônibus híbridos, previsto para o próximo ano. O B270F é um excelente projeto desenvolvido no Brasil para satisfazer as necessidades, tanto do mercado urbano quanto do rodoviário. “Ele chega para complementar a nossa ampla linha de produtos voltada para mercados específicos, com a qualidade e robustez dos produtos da Volvo”, disse. Conforme declarações de Karlsson, o B270F é o mais leve de sua categoria e vem equipado com motor de sete litros, molas parabólicas, volante ajustável e chassi em aço especial, além de atender aos mais rigorosos padrões de qualidade, segurança, performance e respeito ao meio ambiente.Alguns destes atributos, somados à tradição da marca, podem ser considerados os principais argumentos para a comercialização do novo chassi, consolidando a Volvo nesse mercado bastante competitivo, como ressalta Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America: “Nós temos uma receptividade muito boa no mercado de ônibus. Somos respeitados como líderes em produtos para BRT e temos uma interface muito interessante com os clientes. Aqueles que operam com ônibus tradicionais também sempre nos solicitaram por produtos complementares, e parece que reservaram um lugar para receber esse novo chassi”. Inspiração em caminhão O segmento de mercado dos ônibus 4x2 com motor frontal é composto por 60% de ônibus urbanos e 40% de rodoviários, sendo estes últimos utilizados em operações de médias e curtas distâncias, de aproximadamente 200 quilômetros, e também em fretamento. Trata-se do segmento imediatamente abaixo do dos pesados (acima de 16 toneladas), e logo acima do dos médios, situando-se na faixa entre 16 e 17 toneladas. Um dos principais trunfos do novo veículo está no fato de ser inspirado na plataforma dos caminhões Volvo VM, já consagrados pelo mercado de semipesados, principalmente devido à sua robustez e economia de combustível. “O projeto para o ônibus, contudo, priorizou as necessidades específicas do transporte de passageiros, com atenção especial a itens como conforto, segurança e cuidado ambiental, até porque o veículo terá uma parte expressiva das vendas destinada ao mercado de urbanos”, explica Gilcarlo Prosdócimo, da Engenharia de Vendas da Volvo Bus Latin America. Do ponto de vista técnico, o B270F se apresenta para o mercado de maneira bastante flexível e ver- sátil. Um atributo muito citado é a preocupação com o meio ambiente. O chassi foi concebido em duas versões: uma com motorização padrão Euro III, com 260 cavalos de potência, que servirá para atender ao mercado da América Latina; e outra já com a tecnologia SCR, que utiliza o Arla 32, com dez cavalos a mais, atendendo assim aos novos padrões de emissões do mercado brasileiro. Transmissão diferenciada Além disso, o B270F pode ser configurado para atender aos segmentos de transporte urbano e de fretamento, pois permite a utilização de carrocerias de até 3,6 metros de altura e 13,2 metros de comprimento. Desta forma, pode transportar até 90 passageiros, se utilizado em linhas urbanas, ou até 50 viajantes, quando adaptado ao mercado de fretamento eventual ou contínuo. “O projeto do B270F contempla inovação e cuidado com detalhes que podem fazer muita diferença no custo operacional e no desempenho do veículo”, observa José Luis Gonçalves, gerente de ônibus rodoviários da Volvo Bus Latin America. É o caso, por exemplo, do volante ajustável em ângulo, único neste segmento do mercado e que terá a opção de ajuste em altura, a partir do próximo ano. Gonçalves lembra que atenção especial também foi dada aos conjuntos de transmissão, eixos traseiros e sistemas de freios, cuja concepção compreende tanto aspectos de produtividade e performance como de segurança e conforto para os passageiros. No que diz respeito aos frotistas, estes podem escolher entre duas opções de caixas de câmbio mecânicas. A transmissão FSO 6406A destina-se a aplicações rodoviárias, com rotação ideal de consumo na última marcha (overdrive). Já a caixa FSB 6406B (direct drive) é a alternativa apropriada para aplicações urbanas e metropolitanas. Ambas combinam robustez com operação suave e reduzido nível de ruído, para maior conforto dos passageiros e do motorista. “Isto é possível graças ao sistema de acionamento por cabo dos movimentos da alavanca, para as trocas de marchas. Este sistema também permite melhor posicionamento da alavanca do câmbio no painel do veículo, resultando em melhor ergonomia e eliminando a transferência de ruído e calor para o interior do veículo”, diz Gilcarlo Prosdócimo. 31 Revista Ônibus renovação A nova cara da Federação faz evento com cem pessoas para lançar a nova logomarca Século XXI, terceiro milênio..., e o mundo continua girando e... mudando e... inovando a cada minuto. Internet, redes sociais, e-mails, celulares, games, televisão digital, crescimento sustentável, aquecimento global, responsabilidade social, gestão de pessoas... Estas são algumas das palavras e expressões que surgiram ou ganharam força na primeira década do século atual. A Fetranspor, apesar de prestes a entrar na terceira idade, mantém sua mente aberta para o novo, e se renova, todos os dias, com o propósito, não apenas de acompanhar os movimentos da sociedade e estar inserida nela de forma ampla e completa, mas, sobretudo, de ser fonte de mudanças que tragam benefícios para a população do Estado do Rio de Janeiro e para Revista Ônibus 34 os trabalhadores do transporte por ônibus. E, para ser melhor lembrada e conhecida por esta forma de pensar e atuar, a Federação mudou sua marca. A nova logomarca tem como objetivo principal melhorar, esclarecer e modernizar a imagem da Fetranspor, que Os conceitos de Mobilidade, Modernidade, Qualidade, Diversidade, Sustentabilidade e Desenvolvimento estão inseridos na nova marca da Federação hoje está ligada aos conceitos de mudança, evolução, visão voltada para o futuro; porém respeitando a tradição, o papel e a identidade da instituição, sem ruptura total, mas com uma transformação lógica e necessária. Portanto, os conceitos de Mobilidade, Modernidade, Qualidade, Diversidade, Susten- tabilidade e Desenvolvimento estão inseridos na nova marca da Federação. Em prol da mobilidade Para apresentar a nova logomarca à sociedade, a Fetranspor promoveu um evento no Restaurante Real Astória, em Botafogo. Cerca de cem pessoas estiveram presentes ao almoço de lançamento, que reuniu o secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, representantes dos sindicatos filiados à Federação, dirigentes de empresas, representantes do poder público, jornalistas e colaboradores da Fetranspor: os diretores Paulo Marcelo Tavares (Administrativo e Financeiro), Ana Rosa Bonilauri (da Universidade Corporativa do Transporte), Richele Cabral Gonçalves (de Mobilidade Urbana), Edmundo Fornasari (de Marketing e Comunicação) e Arthur Cesar de Menezes, além, claro, do presidente executivo, Lélis Marcos Teixeira. “Estamos acompanhando as mudanças pelas quais a cidade e o Estado do Rio de Janeiro estão passando e temos de apresentar uma nova postura” Edmundo Fornasari, diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor Segundo Edmundo Fornasari, a nova logomarca é consequência das ações que vêm sendo realizadas pela Federação, seus 35 Revista Ônibus renovação “Este é o momento de transição. Precisamos acompanhar estas modificações, porque nunca se teve tamanha consciência para se investir em transporte coletivo, e a nossa mudança faz parte deste processo” Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor sindicatos, empresas e poder público, com a adoção de políticas importantes para a mobilidade. “É uma responsabilidade grande de transformação e que vai em busca das pessoas. Queremos que a viagem de ônibus seja prazerosa. O lançamento da marca reflete o compromisso assumido diante de vários públicos, como clientes, parceiros, fornecedores, funcionários e jornalistas. Estamos acompanhando as mudanças pelas quais a cidade e o Estado do Rio de Janeiro estão passando, e temos de apresentar uma nova postura para entregar à população todos os nossos serviços voltados para a mobilidade”, afirmou o diretor. Nova filosofia e cultura Para o presidente da Fetranspor, o lançamento da marca é resultado de uma nova cultura, que reflete a transformação vivida pelo setor, e a sociedade precisa entender que faz parte dela. “Este é o momento de transição. Precisamos acompanhar estas modificações, porque nunca se teve tamanha consciência para se investir em transporte coletivo, e a nossa mudança faz parte deste processo”, esclareceu Lélis. De acordo com o dirigente, a Fetranspor vem atuando proativamente no sentido de oferecer condições para aprimoramento contínuo do setor de transportes do Estado do Rio. “Elaboramos projetos e estudos em prol da melhoria da mobilidade; investimos nas pessoas, por meio da Universidade Corporativa do Transporte; em tecnologia, com a implantação da RioCard; e na preservação do meio ambiente e da sustentabilidade do planeta. Tudo isto comprova a evolução do setor. A marca é a culminância de todas estas ações, desta nova filosofia. Trabalhamos os conceitos básicos da mobilidade para oferecer o melhor para a sociedade”, finaliza. Uma placa em aço, na entrada da Federação, já exibe a nova logomarca Revista Ônibus 36 comunicação Rodoviários ganham publicação com a sua cara A Fetranspor acaba de lançar mais uma publicação. Desta vez, uma revista inteiramente voltada para o trabalhador rodoviário. A primeira edição da “Indo & Vindo – a Revista do Rodoviário”, que será bimestral, chegou às mãos dos 104 mil profissionais do setor de transporte por ônibus do Estado do Rio de Janeiro no começo de agosto. Os dez sindicatos filiados à Federação ficaram incumbidos de enviar o periódico para suas empresas associadas, cuja maioria aproveitou a entrega do contracheque do mês para distribuir a novidade. Na Flores, a distribuição da “Indo & Vindo” começou no dia 4 de agosto. “Fizemos da mesma forma como costumamos fazer com o nosso jornal interno, o “Folha Verde”. Colocamos a Revista à disposição dos funcionários num display que fica localizado na entrada da empresa. Faremos a reposição regularmente, até que Revista Ônibus 38 os exemplares acabem”, afirma a supervisora de Desenvolvimento Humano da Gerência de Desenvolvimento Humano e Organizacional da empresa, Cristina de Souza Araújo Gullo. Para a gerente de Recursos Humanos da Ideal, Ana Lise Maia, a Revista foi muito bem planejada e produzida. “Está leve, interessante, aborda conteúdos que têm afinidade com o rodoviário e que ele pode, inclusive, levar para dentro de casa. É uma maneira de mostrar para a família a sua realidade como trabalhador do setor e de aproximar mais esta família do dia a dia do rodoviário”, afirma. A distribuição na empresa aconteceu em 5 de agosto, com a entrega do contracheque, no setor de arrecadação. A gerente de Desenvolvimento de Pessoas da Viação Cidade do Aço, Rita de Cassia Guimarães, também vibrou com a novidade. “Fico muito feliz pelos trabalha- “Colocamos a Revista à disposição dos funcionários num display que fica na entrada da empresa, e faremos a reposição regularmente, até que os exemplares acabem” Cristina Gullo, supervisora de Desenvolvimento Humano da Flores “Está leve, interessante, aborda conteúdos que têm afinidade com o rodoviário e que ele pode, inclusive, levar para dentro de casa” Ana Lise Maia, gerente de Recursos Humanos da Ideal dores rodoviários por terem agora uma publicação só para eles. A Fetranspor marcou mil pontos com esta iniciativa, pois mostra grande respeito por esta classe e resgata o orgulho do profissional. Além disso, a Revista está linda, e as matérias estão super interessantes. Atrevo-me a dizer que ela será um Na Flores, rodoviários fazem fila para participar da promoção “Indo & Vindo Transportando Prêmios” marco para a comunicação dentro do sistema de transportes”, disse. Sobre a “Indo & Vindo” A ideia da publicação surgiu a partir da necessidade do setor de falar com seu principal público, os trabalhadores rodoviários. Para definir o projeto editorial e gráfico da Revista, foi feita uma pesquisa que identificou os assuntos de maior interesse dos profissionais que trabalham no setor de transporte por ônibus, bem como a linguagem, tanto de texto como visual, ideal para falar com os rodoviários. A “Indo & Vindo – a Revista do Rodoviário” possui formato diferenciado, no tamanho 17 x 26,5, e conta com linguagem popular, matérias curtas, muitas fotos e ilustrações, grande variedade de assuntos e passatempo para a família dos rodoviários. Trata-se da primeira publicação exclusiva para os trabalhadores do setor. Como matéria principal de capa, a primeira edição traz o perfil do motorista Joilson Chagas (da 1001), que ficou conhecido por ter encontrado, dentro do seu ônibus, um envelope com R$ 74 mil e devolvido ao dono. A história de Joilson também foi contada por vários jornais e canais de televisão. Além do exemplo de honestidade de um trabalhador do setor, a Revista apresenta matérias sobre Petrópolis, na seção “Na Estrada”, que revela ainda dicas de restaurantes e hotéis para quem quiser visitar a Cidade Imperial, e sobre o canal “Viva”, de TV por assinatura da Globosat, na seção “Cultura e Entretenimento”, com direito a um quiz acerca de antigos programas que são exibidos no canal, e com depoimentos de rodoviários. 39 Revista Ônibus comunicação “A Revista está linda, e as matérias estão super interessantes. Ela será um marco para a comunicação dentro do sistema de transportes” Rita de Cássia Guimarães, gerente de Desenvolvimento de Pessoas da Cidade do Aço Ainda no primeiro número da “Indo & Vindo”: uma enquete sobre a seleção brasileira de futebol, feita com motoristas, cobradores, despachantes e fiscais, no Terminal Rodoviário da Praça XV; dicas sobre economia de combustível para motoristas; uma receita de churrasco de forno, que pode ser feito dentro de casa e sem fumaça, na seção “No Ponto”; a programação de cursos e eventos da Universidade Corporativa do Transporte (UCT); uma matéria sobre câncer de próstata, destacando a importância do exame de prevenção em homens a partir dos 40 anos, na seção “Cuide-se”; a relação de Funcionário da Braso Lisboa garante sua participação no sorteio de prêmios serviços de saúde disponíveis nas unidades do Sest Senat do Estado do Rio; e uma página dedicada a dicas de português – “Na Ponta da Língua”. Sem falar no espaço para diversão, com palavras cruzadas, história em quadrinhos, jogo dos sete erros, labirinto e piadas. Revista sorteia mais de 100 prêmios Junto a seu variado conteúdo, a primeira edição da “Indo & Vindo” traz benefícios e uma super promoção para os trabalhadores rodoviários. Para participar, basta preencher o formulário disponível na última página da Revista, destacá-lo e depositá-lo em uma das urnas colocadas nas garagens, ou entregar o cupom no departamento de Recursos Humanos da empresa. Quem preferir, pode se cadastrar diretamente no site da publicação – www.revistaindoevindo.com.br/premios. Ao preencher o formulário (da Revista ou do site) e enviá-lo, o profissional rodoviário estará automaticamente participando do sorteio de mais de 100 prêmios, compreendendo: uma televisão LED de 42” Full HD, smartphones, câmeras digitais, cursos do IEDB, livros da editora Rocco e camarotes da Gemalto/Vivo Rio para assistir a shows, com tudo liberado. Somente poderão participar da promoção os funcionários de empresas de ônibus do Estado do Rio filiadas à Fetranspor. E apenas serão aceitas as inscrições enviadas até o dia 29 de agosto. O sorteio será realizado em 1º de setembro, no auditório do Rio Ônibus. Quem quiser presenciar deve ligar para 3221-6300 e fazer a inscrição. A divulgação do resultado ocorrerá no dia seguinte, através do site da Revista e nas garagens das empresas. Revista Ônibus 40 inovação BRS BRS chega a Ipanema e Leblon Novo corredor de ônibus visa a diminuir tempo de viagem de 19 para 11 minutos O BRS (Sistema de Ônibus Rápido), a novidade carioca que encurtou distâncias em Copacabana, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e na Rua Barata Ribeiro, acaba de chegar a Ipanema e Leblon. No dia 20 de agosto, entrou em funcionamento, nas ruas Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva, mais um corredor exclusivo de ônibus da cidade do Rio de Janeiro. “Os corredores BRS são o ponto de partida para a racionalização do sistema de ônibus em nossa cidade. A experiência bem sucedida de Copacabana, iniciada em abril, mostrou que, aumentandose a velocidade operacional dos ônibus, uma quantidade menor de veículos pode transportar o mesmo número de passageiros”, afirma o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão. Revista Ônibus 42 O sistema é o mesmo, porém com algumas adaptações, em função das características das novas vias beneficiadas. Em Copacabana, das quatro faixas das vias, duas foram destinadas aos ônibus e táxis com passageiros. Na Ataulfo de Paiva e Visconde de Pirajá, apenas uma faixa, contudo mais larga, com cerca de cinco metros, está sendo utilizada com exclusividade por estes veículos. As outras duas estão reservadas aos demais. Redução da frota Outra diferença está na redução das linhas de ônibus: em Copacabana, foi de aproximadamente 20%; em Ipanema e Leblon, de 10,6%. Ou seja: das 55 linhas que antes passavam pelas avenidas dos dois bairros da Zona Sul carioca, 50 permanecem operando no BRS – saíram de circulação as linhas 438, 439, 512, 522 e 574, todas no trecho entre as avenidas Visconde de Albuquerque e Bartolomeu Mitre. As 50 linhas do novo BRS estão separadas em três grupos: BRS1, BRS2 e BRS3, com 16 pontos, sendo seis no Leblon e dez em Ipanema, com distância de 250 metros entre si. A expectativa é de que o tempo de viagem caia de 19 para 11 minutos nas vias. “Com a diminuição da frota de veículos no novo corredor, teremos diminuição nos tempos de viagem. Além da redução do número de ônibus, a organização do tráfego também vai ajudar na fluidez. A ligação do corredor de Leblon e Ipanema ao de Copacabana dará mais conforto e rapidez para População bem informada Assim como ocorreu no primeiro BRS, equipes de divulgadores tiraram dúvidas e distribuíram panfletos explicativos em todos os pontos. Motoristas, cobradores e fiscais também receberam treinamento diferenciado, incluindo relacionamento com o público e noções de inglês e espanhol, já com vistas aos eventos de 2014 e 2016, além de atender a própria demanda já existente na Zona Sul. A campanha informativa do BRS de Leblon e Ipanema começou no dia 29 de julho. Uma equipe de 22 promotores foi distribuída em diversos pontos do corredor e também visitou comerciantes. De acordo com os divulgadores, a recepção da população foi positiva, e os cerca de mil folhetos, que mostram a divisão de linhas em BRS1, BRS2 e BRS3 e os 16 pontos por onde elas passam, foram disputados. Os promotores ouviram elogios ao corredor de Copacabana, e muitas pessoas comemoraram a expansão do sistema. quem utiliza o transporte público”, explica Sansão. Mais uma novidade do BRS de Leblon e Ipanema é que os pontos dos tipos BRS1 e BRS3 são conjuntos, em função da menor oferta de linhas nos dois bairros e da possibilidade de integração entre estes dois sistemas, aumentando as opções dos usuários. O embarque fora dos pontos não é permitido, o que, com a via preferencial, contribui para diminuir os tempos de viagem. Além disso, como existem recuos nas calçadas das duas avenidas beneficiadas com o novo BRS, dos dois lados das vias, as baias do lado direito foram reservadas para carga e descarga, pontos de táxi e estacionamento de motos, cabendo aos automóveis a utilização apenas das do lado esquerdo. Os taxistas podem circular sem passageiro para acessar os pontos; mas, neste caso, vale a mesma regra de não ultrapassar dois quarteirões. Outros veículos podem entrar no BRS para acessar transversais à direita ou garagens; contudo, quem circular por dois quarteirões será multado. Monitoramento por câmeras O BRS, em funcionamento das 6h às 21h, é monitorado por três câmeras espalhadas pelas vias, que ajudam na fiscalização e na troca de informações entre as equipes que trabalham nas ruas e os controladores da CET-Rio, que ficam no Centro de Operações da Prefeitura. Uma das câmeras está localizada na esquina da Ataulfo de Paiva com a Afrânio de Melo Franco, no Leblon. As outras duas, na Visconde de Pirajá (Ipanema) – uma na altura da Praça Nossa Senhora da Paz e outra na esquina da Gomes Carneiro. Além disso, o Centro de Operações possui mais quatro câmeras em vias de acesso aos bairros, sendo duas na Lagoa, uma na praia de Ipanema e outra na praia do Leblon, facilitando ainda mais o trabalho das equipes. De acordo com o secretário Alexandre Sansão, o BRS de Leblon e Ipanema terá uma semana de adaptação, a contar do dia 20 de agosto, para que motoristas e usuários do sistema de transporte conheçam e entendam o novo esquema. Ainda segundo ele, a intenção é que, em setembro, as ruas Prudente de Moraes, em Ipanema, e General San Martin, no Leblon, também ganhem corredor de ônibus. Em outubro, a Prefeitura quer levar o BRS para as avenidas Presidente Vargas, Rio Branco e Primeiro de Março, no Centro do Rio. 43 Revista Ônibus inovação BRT Obras da TransOeste começam a acelerar Tempo de viagem na Zona Oeste cairá pela metade A Avenida das Américas, aos poucos, vai sendo redesenhada pela TransOeste – corredor expresso, de 56 km, que vai ligar o Jardim Oceânico (início da Barra) ao Recreio, Guaratiba, Santa Cruz e Campo Grande. Este BRT (transporte rápido por ônibus) prevê a construção de viadutos, pontes e de 53 estações de transbordo (para ônibus articulados de linhas expressas e paradoras), ao longo de todo o traçado, além Basicamente, o projeto da TransOeste corresponde à adequação da Avenida das Américas para receber o corredor Revista Ônibus 44 da integração com os corredores TransCarioca e TransOlímpica e com a linha 4 do Metrô, incluindo a abertura do Túnel da Grota Funda, interligando toda a Zona Oeste. O projeto faz parte do plano de preparação e adaptação viária da cidade do Rio para à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016, e foi orçado em cerca de R$ 800 milhões, de acordo com compromisso firmado entre os governos estadual e municipal com o Comitê Olímpico Internacional (COI). B a s i c a m e n t e, o p r o j e t o da TransOeste corresponde à adequação da Avenida das Américas para receber o corredor, compreendendo ampliação das pistas, para implantação da via exclusiva e das estações de embarque situadas no canteiro central onde pararão os BRTs. Nesta via, o transporte público será totalmente racionalizado e contará com linhas troncais expressas e paradoras, bem como com sistema alimentador para as estações e suas respectivas integrações, dispostas ao longo da Avenida das Américas. O sistema pretende atender, inicialmente, cerca de 220 mil passageiros por dia, trazendo maior mobilidade, rapidez, conforto e economia, além de reduzir pela metade o tempo de viagem entre Barra, Campo Grande e Santa Cruz. As estações viabilizarão o embarque nos ônibus, com a tarifa paga antecipadamente em bilheteria, diminuindo, também, o tempo de parada nos embarques. Cinco lotes de obras As obras, ao longo do traçado, foram divididas em cinco lotes: Na visão de Eduardo Fagundes, a maior dificuldade, até agora, não é a abertura do túnel, na Pedra da Grota Funda, mas conseguir a estabilidade do terreno para adaptação das pistas do outro lado do túnel, no trecho em Guaratiba, onde o solo é úmido e mole começa no lote 0, no Jardim Oceânico, próximo à linha 4 do Metrô (que ainda não foi licitado e é de responsabilidade do governo do Estado); segue para os lotes 1, 2 e 3, cujas obras já estão em andamento; e termina no lote 4, que compreende o trecho da Estrada da Pedra até Santa Cruz (passando pela Av. Felipe Cardoso) e Campo Grande, pela Av. Cesário de Melo. De acordo com Eduardo Fagundes, engenheiro e gerente de Implantação de Vias Especiais da Secretaria Municipal de Obras (SMO), os trabalhos estão avançados nos três primeiros trechos (ou lotes). No que corresponde ao lote 1 (Av. das Américas entre o Terminal Alvorada e a Av. Benvindo de Novaes), será utilizada uma faixa de rolamento no trecho já duplicado da Avenida das Américas até Salvador Allende. Esta via será o corredor do BRT, com mudanças na sinalização e construção de dois viadutos: um já inaugurado no cruzamento com a Avenida Salvador Allende; e outro, que será na altura da Av. Benvindo de Novaes. A pista foi elevada, minimizando o problema do tráfego no local com a transposição das vias. No lote 2 (Av. das Américas entre a Av. Benvindo de Novaes e No dia 18 de agosto, foi concluída a abertura total das duas galerias do túnel da Grota Funda 45 Revista Ônibus inovação BRT Construção de ponte sobre o canal Alceu de Carvalho (Rio Morto) a Estrada da Matriz, em Guaratiba) estão sendo executadas a duplicação da via e a implantação das pistas laterais da Av. das Américas, desde a Av. Salvador Allende até o Canal de Sernanbetiba. A ponte sobre o canal da Alceu de Carvalho até a Estrada do Pontal também será duplicada, onde, inclusive, foi aberto o Túnel da Grota Funda – composto por duas galerias de 1.100 metros, ele começa na Estrada do Pontal (no Recreio) e segue até o Canal do Portinho (em Guaratiba). O término da escavação, que começou em setembro de 2010, aconteceu no último dia 18 de agosto. O corredor não terá pedágio, e a Estrada da Grota Funda continuará em funcionamento. Serão criadas alças de acesso a Guaratiba, readequando as vias, tanto para as entradas na Ilha como na Barra de Guaratiba. O trecho da Av. das Américas, depois do túnel, será duplicado até a Estrada da Matriz, em Guaratiba. Também já estão em construção o viaduto de Guaratiba e a ponte do Canal de Sernambetiba. Ponto crítico Já no terceiro lote (Av. das Américas entre a Estrada da Matriz, em Guaratiba, até a Estrada da Pedra, em Santa Cruz), está sendo duplicada a Avenida Paulo VI, recebendo novas vias, canteiro central e faixa segregada para o Tempo de viagem na Zona Oeste cairá pela metade Klara Calado da Silva, moradora há 20 anos no Recreio, diz que o corredor vai valorizar os imóveis e só irá trazer benefícios para o bairro, já que hoje tudo se concentra na Barra, onde não é fácil o acesso para quem mora no Recreio. Também contemplará as pessoas que precisam passar tempo demasiado em ônibus ainda com problemas de superlotação, vindo da Zona Oeste, além de desafogar a Estrada da Grota Funda, diminuindo os constantes acidentes provocados pelo tráfego pesado e as condições perigosas da via. “Tem comerciante que não está gostando porque vai perder o espaço do recuo da avenida, mas todo mundo sabe que aquele recuo já estava reservado para o alargamento da pista. A própria prefeitura informa, foi assim comigo quando adquiri minha casa”, observa. Moradora da Pedra de Guaratiba há mais de dez anos, Romy Schreiner também aposta no avanço e nas benfeitorias trazidas pelo sistema: “Aqui na Pedra, principalmente, tudo é muito precário. Tirando o Largo da Pedra, a maioria das ruas adjacentes não é pavimentada e, quando chove, alaga tudo. Espero que com a Vila Olímpica aqui e as obras do BRT, o lugar cresça e tenha não só transporte de qualidade, como saúde, lazer e urbanização para atrair o turismo”, fala. Já Marilza Bigio não tem dúvidas que o projeto trará desenvolvimento para a região e fortalecerá o bairro da Pedra, onde mora há cinco anos, mas se espanta com a velocidade das obras: “A cada dia os bairros por onde passa o traçado vão recebendo os contornos do BRT e as mudanças surgem quase da noite para o dia. Espero que, com o movimento, o turismo também seja atraído e cresça o pólo gastronômico local, agora que o bairro ficará acessível “, observa. Revista Ônibus 46 Para Nelson Faria Marinho, a TransOeste já vem tarde. Há 22 anos no Recreio, ele lembra que quando chegou ao bairro precisava fazer estoque de pão e tinha de ir até a Barra para comprá-lo no único hipermercado da época, como também, onde hoje está um supermercado era um lago com jacarés. Nelson reconhece as melhorias resultantes do crescimento da Barra, mas acredita que o projeto do BRT vai trazer infraestrutura para atender antigas demandas não resolvidas, como água potável e saneamento, além de mobilidade, transporte eficiente e acessível. “Sem contar que, mesmo com toda a pavimentação realizada aqui, será preciso respeitar a Lei Orgânica da cidade, que não permite transformar a região em uma selva de pedra, como aconteceu com o bairro de Copacabana” alerta. 47 Revista Ônibus inovação BRT Serão criadas alças de acesso a Guaratiba, readequando as vias, tanto para as entradas na Ilha como na Barra de Guaratiba BRT, passando a ter três faixas por sentido, levando o acesso até a alça que liga Campo Grande à Pedra de Guaratiba. A Estrada da Pedra já está duplicada e levará a via até o centro de Santa Cruz. “Os lotes 1, 2 e 3, situados no traçado entre o Terminal da Alvorada até a Estrada da Pedra, foram os primeiros a receberem as obras, por demandarem prazo de execução maior. São lotes diferenciados, onde estão sendo feitas adaptações na própria viatronco da Barra, que é a Avenida das Américas, para adequação do sistema BRT, como alargamento de pistas e novas obras de arte (viadutos e pontes). A inauguração destes três lotes está programada para acontecer até junho do ano que vem”, avalia o gerente. Apesar de terem começado só agora, as obras do lote 4, situadas no traçado que sai da Estrada da Pedra e faz a bifurcação para chegar ou a Santa Cruz ou a Campo Grande, também estão previstas para acabar até o segundo semestre do próximo ano, pois não exigem alargamento de pistas, mas apenas construção das estações, para que o BRT possa continuar seguindo. “Já no lote 0, que representa o traçado que liga o Terminal da Alvorada à Região Oceânica (início da Barra), as obras ainda não foram licitadas e são mais complexas. Este trecho é mais complicado, precisando ser adaptado para ganhar novas faixas e obras de arte, a fim de integrar o BRT à linha 4 do Metrô (que já passa a ser de responsabilidade do governo do Estado)”, fala. Enquanto muitos acham que a abertura do túnel, na Pedra da Grota Funda, é o ponto crítico do projeto, na visão de Fagundes, a maior dificuldade, até agora, foi conseguir a estabilidade do terreno para adaptação das pistas do outro lado do túnel, no trecho em Guaratiba, onde o solo úmido e mole, característico de regiões costeiras, precisou ser drenado. “O adensamento do solo, nesta região, foi problemático e representou um desafio. Até hoje este trecho ainda está com aterro de sobrecarga, sendo monitorado para ver o quanto já cedeu”, fala. Com relação às estações do BRT, o gerente adianta que, até outubro, dois protótipos já estarão prontos: um no Novo Leblon, e outro na altura da Estrada do Magarça com a Avenida das Américas, em Guaratiba: “A projeção é terminarmos pelo menos umas quinze até o final do ano”, estima. Asfaltamento de trecho da Avenida das Américas Revista Ônibus 48 pesquisa IPEA faz balanço da mobilidade urbana 1950 2005 2000 Estudo alerta sobre falta de incentivo público 1.641 para o transporte coletivo 1.525 Um estudo do Instituto de Pesquisa focando as principais transformações e efeiEconômica Aplicada (IPEA) sobre mobi- tos provocados na coletividade, o trabalho lidade urbana, que analisou o período apresenta o impacto negativo causado por entre 2001 e 2010, mostra que, para se políticas federais no padrão de mobilidade 1000vislumbrar um cenário promissor e discutir das regiões metropolitanas (RMs), nos 649 os principais desafios dos agentes públicos últimos anos, afetando a qualidade de vida. e privados dentro do sistema, é preciso, Não são poucos os desafios para 259 pú- 216 500urgentemente, da adoção de políticas aprimoramento20das condições de vida e 208 blicas voltadas para a construção de uma de mobilidade das pessoas nos centros Auto mobilidade urbana sustentável do ponto de urbanos. De acordo com a pesquisa, Ônibus social e ambiental. seguindo as tendências atuais, à medida Trens 0vista econômico, Bonde Para identificação destas políticas, a que o transporte público vai perdendo partir de uma retrospectiva dos sistemas competitividade e aumentando suas de transporte adotados até hoje no País, deficiências, o individual motorizado, por carros ou motocicletas, vai crescendo em 3% ritmo acelerado, a despeito de todos os Mobilidade nas áreas efeitos negativos inerentes ao seu uso, seja no meio ambiente ou no trânsito. metropolitanas do Brasil – 1977 A adoção de políticas públicas eficazes para aumentar a participação do transporte público é fundamental e cada vez mais necessária, sob pena do surgimento de crises crônicas nos sistemas de mo49% 51% bilidade das metrópoles brasileiras. 1500 Perda de demanda Automóvel Revista Ônibus 50 Ônibus Enquanto políticas de incentivo ao uso do modal são escassas (foi constatada, entre 1997 e 2005, perda de demanda de 2,8% ao ano), tem-se observado que, historicamente, o poder público sempre investiu mais recursos no uso de carros particulares, deixando precárias as condições de circulação a pé, em bicicleta ou ônibus. O estudo retrata o cenário encontrado nas grandes cidades, provocado por esta visão. Nele, pode-se verificar que a adoção tanto de motocicletas quanto de automóveis tornou-se mais conveniente do que a de ônibus – mais do que avanço tecnológico e conforto dos veículos individuais, tal perfil é decorrente das decisões de políticas públicas favoráveis a este modelo, em detrimento do transporte coletivo. Para reversão desse quadro e desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, sendo o transporte público um serviço essencial, o estudo mostra que seu financiamento deve ser priorizado e visto de forma especial, e não enquadrado em esquemas monetários rígidos, como o da sustentabilidade financeira a qualquer custo. E que o aporte de recursos para viabilizar operações economicamente deficitárias seja visto como investimento, e não como desperdício. Outras medidas apontadas para diminuir os prejuízos oriundos, principalmente, do uso intensivo dos automóveis são: restrição à circulação destes veículos e aumento de seus custos de aquisição e operação. Distribuição das viagens urbanas na cidade do Rio de Janeiro 1950 2005 1.641 2000 1.525 1500 1000 649 208 259 500 216 20 Auto 0 Bonde Regulamentação Trens 3% Ônibus de transportes urbanos integrados, exigidos em municípios com mais de 500 mil habitantes, conforme Estatuto da Cidade (Lei nº 10. 257, de 10 de julho de 2001). E, para êxito da implantação destes planos, deve-se ampliar a escala de observação do território, ultrapassando os limites do município. De acordo com o IPEA, diminuir o custo 51% das tarifas é outro desafio a ser superado, já que o acesso de usuários de baixa renda ao transporte público está cada vez mais difícil em função do seu encarecimento, estimulando ainda mais o uso do transporte individual ou deslocamentos a pé. Rever as atuais formas de regulamentação e contratação para atrair os investimentos necessários, sejam públicos ou privados, também é fundamental. Muitas das dificuldades do transporte coletivo podem ser provenientes da ausência de um modelo regulatório que 49% aos órgãos gestores melhor permita controle da atividade. Outro problema, ainda no âmbito da regulamentação, levantado no trabalho do IPEA diz respeito à integração metropolitana dos serviços, que não deve ficar restrita a aspectos somente operacionais, mas Automóvel Ônibus abranger planejamento de transporte, Integração de serviços gestão financeira, jurídica e institucional. É grande também a deficiência de Faz-se necessário o desenvolvimento de uma política de transporte público válida integração entre os serviços do sistema para toda a região metropolitana, e não de transporte público, a qual pode ser corrigida graças aos avanços tecnológicos apenas para o núcleo central. A integração do planejamento ur- disponíveis para programação e controbano em escala metropolitana também le. No entanto, o sistema precisa rever deve ser considerada para os sistemas de seus índices de produtividade a fim de mobilidade nas cidades. Neste sentido, é melhorá-los, seja pela oferta diferenciaimportante o desenvolvimento de planos da ou reprogramação dos serviços, seja pela substituição de tecnologias. No caso dos ônibus, que transportam 90% dos passageiros do transporte público, a prioridade de circulação é mínima na maioria das cidades – cerca de 30% inferior em relação à praticada em sistemas adequados. Por isso, é essencial a reversão das tendências de queda de confiabilidade e competitividade através de operacionalização adequada, por meio de projetos físicos, como faixas, canaletas exclusivas e corredores, ou mesmo por controle eletrônico do uso do espaço viário. Ainda de acordo com o estudo, apesar de a maior parte dos sistemas municipais de ônibus apresentar estabilidade econômica, o mesmo não acontece com os intermunicipais, sendo necessário equilibrar os custos gerados pela melhoria da infraestrutura e por sistemas deficitários e o potencial de redução dos custos operacionais provenientes de medidas de racionalização e controle. A pesquisa também mostra que os investimentos federais de mobilidade nos centros urbanos se restringem aos sistemas metroferroviários, que são de pouca abrangência, mas lança uma luz no fim do túnel ao apontar os novos marcos jurídicos para a formação de consórcios públicos intermunicipais e de parcerias público-privadas como uma saída para que o setor consiga aporte financeiro necessário, por meio da criação de instituições que possibilitem financiamentos. Atenta à necessidade destas mudanças e à sua parcela de responsabilidade dentro do contexto apresentado, a Fetranspor vem investindo e atuando de forma proativa para o desenvolvimento de ações que viabilizem a construção dessa mobilidade sustentável e que resultem em benefícios socioambientais para o estado. 51 Revista Ônibus mercado de veículos Mais carros nas ruas Vendas de veículos batem recorde no primeiro semestre de 2011 Por Roselene Alves As vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) tiveram alta de 9,97% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, com 1.737.275 unidades emplacadas, contra 1.579.716 em 2010. Com isto, bateram o recorde para os primeiros seis meses. Os dados foram divulgados pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Revista Ônibus 52 O segmento de automóveis e comerciais leves registrou 286.938 emplacamentos em junho, uma alta de 15,93% em relação a junho de 2010 (247.501 unidades vendidas). No acumulado do ano, a expansão é de 9,52% – 1.638.082 veículos emplacados, frente a 1.495.691 dos seis primeiros meses de 2010. Quanto às vendas de ônibus, junho fechou com 2.628 ônibus comercializados. Em comparação a junho do ano passado (2.298), o aumento foi de 14,36%. No acumulado (16.371), a alta é de 23,57% em relação ao mesmo período de 2010 (13.248). Considerando apenas julho, foram licenciados 306,2 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, representando uma nova marca para o mês. O número aponta leve crescimento de 0,6%, ante junho, e de 1,3% sobre o montante contabilizado no mesmo intervalo, no ano passado. A perspectiva para todo o ano é de que as vendas cheguem a 3,69 milhões de veículos, com crescimento de 5% em comparação a 2010, segundo projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Registramos, na última década, aumento na frota do Estado do Rio de Janeiro da ordem de 40%. Deste percentual, 63% são representados pelos automóveis” Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor A Revista Ônibus conversou com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, e com o presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, sobre as questões que envolvem este recorde de venda de veículos no Brasil. Eles apontaram os motivos que levaram a este crescimento, mas também analisaram as consequências que podem advir especialmente da entrada em circulação de novos carros. Veja abaixo as entrevistas: Que reflexos o recorde de vendas de carros e a entrada de novos veículos no mercado podem gerar para o trânsito e para a qualidade de vida da população? Lélis Teixeira: À medida que as cidades crescem, aumentam as necessidades de deslocamentos da população, e não há como se resolver os problemas que o aumento de veículos provoca – como viagens mais longas em decorrência de congestionamentos cada vez maiores e mais frequentes – apenas com obras de engenharia, como vias alternativas, pontes e viadutos. É preciso planejar esses deslocamentos, preparar a cidade para funcionar por meio da priorização do transporte coletivo, e oferecer condições de conforto, rapidez e facilidade de integração, suficientes para que as pessoas deixem seus automóveis em casa. Do contrário, veremos cidades com problemas crescentes de falta de fluidez no trânsito, pessoas que saem de suas casas cada vez mais cedo e voltam cada vez mais tarde, aumento da poluição e, consequentemente, dos problemas respiratórios, ou seja: uma queda continuada na qualidade de vida. Cledorvino Belini: A elevação do nível socioeconômico do país, nos últimos anos, leva, certamente, ao aumento da frota de veículos em toda a sua gama: veículos para transporte de bens, veículos para transporte coletivo de passageiros e, naturalmente, automóveis. Surgem, portanto, as “dores do crescimento”, ou seja, as questões de trânsito e mobilidade ganham a ordem do dia. O desenvolvimento também faz com que a infraestrutura e a engenharia de tráfego ganhem relevo. Outros “Os recordes sucessivos de vendas e de produção de ônibus novos (dotados de tecnologias contemporâneas) oferecem ao cidadão seu direito fundamental de transporte, que é um direito de todos” Cledorvino Belini, presidente da Anfavea 53 Revista Ônibus mercado de veículos países, com frotas mais densas que a nossa, como os da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Japão, resolveram com equilíbrio a questão da mobilidade, gerando espaço para todos os tipos de veículos e investindo fortemente em transporte público de primeira qualidade. É o que também precisamos no Brasil. Temos a convicção, entretanto, de que a infraestrutura de transportes vai avançar, porque é condição sem a qual não atingiremos os desejados níveis de superior desenvolvimento de países maduros. Megaeventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, serão certamente indutores relevantes nesse processo. Em resumo, no trânsito e na mobilidade deve haver lugar para todos. A produção de ônibus segue no mesmo ritmo da de carros? Qual a diferença? O que é preciso para equilibrar esta balança? Revista Ônibus 54 Lélis Teixeira: Re“Da mesma forma que o transporte coletivo gistramos, na última década, aumento na precisa ser bem planejado, os cidadãos precisam frota do Estado do Rio se conscientizar quanto ao uso do veículo de Janeiro da ordem de 40%. Deste percentual, particular, seja carro de passeio, utilitário ou 63% são representados motocicleta” pelos automóveis, que Lélis Teixeira, chegavam a 1.860.000 presidente da Fetranspor em fevereiro deste ano. O número de ônibus que circulam no Estado é de aproxima- Metropolitana para os eventos de damente 21 mil. Acreditamos que 2014 e 2016, acreditamos que é mais necessário usar esta frota vai haver grande melhoria. Para de uma forma mais planejada do tanto, já foram adquiridos 85 que aumentá-la. Ônibus de maior ônibus articulados, que circularão capacidade, trafegando em vias no BRT TransOeste, ligando a Barra segregadas, com recursos tecno- da Tijuca a Santa Cruz. Quarenta lógicos que aumentem o conforto novos ônibus rodarão, a partir de dos passageiros, e melhor distribu- setembro, no BRS inaugurado em ídos, de acordo com a demanda, agosto, entre Ipanema e Leblon. proporcionando integração com O empresariado está investindo os outros modais. Este é o melhor em novos modelos, com motor caminho para otimizar a nossa traseiro, automáticos, acessíveis às mobilidade. Com as novas alte- pessoas com deficiência. É um salrações que prepararão a Região to na qualidade do transporte por ônibus, que vai beneficiar a todos, desde a indústria até o passageiro. Cledorvino Belini: Pelo menos desde 2006, as vendas de ônibus novos no Brasil vêm batendo recordes. Em 2010, foi ultrapassada a marca das 28 mil unidades; foram licenciados exatos 28.422 ônibus, recorde histórico. Em 2011, nos primeiros sete meses do ano, as vendas de ônibus somam 18,9 mil unidades, expansão de 21% sobre igual período de 2010 (15,6 mil ônibus novos licenciados). Ou seja, é bastante provável que, neste ano, novo recorde de vendas de ônibus seja alcançado. Como o mercado interno é abastecido predominantemente pela produção nacional, esta segue o mesmo caminho dos licenciamentos, ou seja, de crescimento gradual e contínuo. Em 2010 foi atingido o recorde de 40,5 mil unidades produzidas. Quais os aspectos positivos dessa alavancada? E os negativos? Lélis Teixeira: Isso demonstra crescimento na economia do Estado, é reflexo do aumento do poder aquisitivo da população, mas não traz benefícios à vida nas cidades. Da mesma forma que o transporte coletivo precisa ser bem planejado, os cidadãos precisam se conscientizar quanto ao uso do veículo particular, seja carro de passeio, utilitário ou motocicleta. Estes veículos poluem mais e transportam menos. Pequenos deslocamentos de rotina podem ser feitos por meio do transporte público, a pé ou de bicicleta. As grandes cidades de todo o mundo acompanham esta tendência. Todos podem ter seus automóveis, é um item de conforto que todos querem ter, mas eles devem ser usados de forma consciente. Vivemos num mundo em que estas preocupações precisam fazer parte do dia a dia. A utilização de energia, de recursos naturais, de combustíveis e de meios de transporte tem de levar em conta o meio ambiente e priorizar o coletivo em detrimento do individual. Cledorvino Belini: Os recordes sucessivos de vendas e de produção de ônibus novos (dotados de tecnologias contemporâneas) oferecem ao cidadão seu direito fundamental de transporte, que é um direito de todos, obrigação constitucional do Estado. O que a Fetranspor está fazendo para combater os problemas de trânsito e de poluição ocasionados pela enorme quantidade de carros nas ruas? Lélis Teixeira: A Fetranspor vem investindo em projetos voltados para uma melhor mobilidade, com parceria do poder público. Sempre defendeu a implantação de sistemas que priorizem o transporte público nas vias, como os BRSs e BRTs, que vão significar um salto de qualidade não apenas do transporte por ônibus, mas da própria vida da cidade e de seus habitantes. Investe também em tecnologia de ponta, como os cartões RioCard em suas diversas versões (Vale-Transporte convencional, Vale-Transporte habilitado como Bilhete Único Intermunicipal ou Carioca, Vale-Transporte Rápido e os cartões Jovem e Expresso). Participa de experimentos voltados para uma mobilidade sustentável, como ônibus híbridos, diesel de cana-de-açúcar, diesel S50 e outros. A preocupação com o meio ambiente não é novidade para nós. Participamos do Programa EconomizAR, que tem excelentes resultados na diminuição de emissão de gases de efeito estufa há 14 anos. E, como não poderia deixar de ser, a Federação investe cada vez mais no profissional do setor, por meio da educação. A Universidade Corporativa do Transporte proporciona cursos de capacitação e aprimoramento profissional que abrangem toda a pirâmide, desde o Fundamental até o MBA. Para refletir esta essência do nosso trabalho, adotamos nova logomarca, que ostenta os dizeres: Mobilidade com Qualidade. É isto que buscamos. 55 Revista Ônibus exemplo Honestidade trouxe fama a Motorista Joilson Chagas encontrou R$ 74 mil dentro do seu ônibus e devolveu ao dono Sua história atravessou as fronteiras do País. Correu o mundo através dos principais telejornais, jornais e revistas, além da internet, sendo até hoje reproduzida. Desde 19 de abril, o motorista Joilson Chagas da Silva, da Auto Viação 1001, vem recebendo homenagens, elogios e convites para participar de programas de TV, dar entrevistas e até palestras. Tudo por ter achado e devolvido ao dono R$ 74.800 reais e um celular, esquecidos dentro do ônibus da linha Friburgo-Castelo, que dirigia. “Deveria ser mais do que natural o que fiz”, observa demonstrando espanto pela inversão de valores na sociedade. O fato aconteceu no Terminal Menezes Côrtes, Centro do Rio, após o fim da viagem Friburgo-Castelo. O que era para ser apenas mais uma inspeção de rotina, igual a tantas já feitas por Joilson dentro do seu veículo, depois do desembarque dos passageiros, virou uma história de televisão. Ao chegar à poltrona 13, o motorista encontrou um celular e um pacote embrulhado em papel de pão, amarrado com barbante. Estranhando o volume, resolveu checar o conteúdo e, além de documentos, se deparou com um bolo de notas de cem reais. Revista Ônibus 56 Sem recompensa Joilson relatou o fato a seu superior, que o instruiu a retornar a Friburgo com o pacote. Porém, ainda no terminal, encontrou um senhor muito simples e transtornado por ter perdido seus documentos. “Tinha um monte de pessoas em volta consolando-o. Quando me aproximei, ele me reconheceu, e não foi preciso checar muitas informações para constatar ser ele o dono do dinheiro”, conta o motorista. Joilson abriu mão de R$ 2 mil reais como recompensa, oferecidos pelo humilde agricultor que acabara de vender seu caminhão para pagar o transplante da filha adolescente. ”Posso ser considerado um otário para muita gente, mas a admiração do meu pai, do meu filho e de toda a minha família não tem preço”, afirma, sem arrependimento. O fato repercutiu nas mais diversas mídias, de blogs e redes sociais a revistas e emissoras de rádio e TV. Joilson foi tema de artigo, como o da colunista Ruth de Aquino, da “Revista Época”, participou do “Domingão do Faustão” e recebeu mensagens e convites até do Japão, pelo Facebook, além da Holanda, Espanha e Estados Unidos. E enquanto cresce a fama deste motorista que não fez nada além de agir da forma como foi educado, ele colhe os louros do reconhecimento. Recebeu uma placa e uma carta assinada pelo diretor de relações institucionais da 1001, Flávio Almada; a chave da sua cidade, Nova Friburgo; a Medalha Pedro Ernesto, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro; e uma homenagem, no Palácio da Guanabara, do governo do Estado. “Não imaginava que fosse causar tanta repercussão assim. Com certeza, não me arrependo de nada. Pelo contrário, posso dormir tranquilo e saber que o que ensino ao meu filho é o mesmo que pratico”, defende Joilson. A tragédia das enchentes Apesar de todo o prestígio, o rodoviário vive uma fase difícil, que o faz perder o sono desde o início do ano. Vítima das enchentes que atingiram Friburgo em janeiro, ele ainda se lembra da imagem da família fugindo, instantes antes de sua casa ser levada pelas águas. Hoje, longe dos holofotes, poucos sabem que a sua principal preocupação tem sido terminar a reconstrução da casa para acomodar o filho, Gabriel, e a esposa, “Posso ser considerado um otário para muita gente, mas a admiração do meu pai, do meu filho e de toda a minha família não tem preço” Érica, grávida de uma menina que irão batizar de Maria Eduarda. Mesmo diante de tamanha tragédia, Joilson não se considera uma vítima. “Diante de tudo que vi, de tanta gente desabrigada, que não só perdeu o que tinha, mas também a família, o emprego, sou um afortunado por toda a ajuda que recebi”, reconhece. Primeiro, ficou alojado, por quase dois meses, na garagem da 1001, com a família. Depois, foi morar com a irmã. “Gostaria muito de concluir a obra. Tenho dedicado praticamente tudo que recebo a ela, mas ainda faltam telhas, piso, portas e janelas”, explica. “Com certeza, não me arrependo de nada. Pelo contrário, posso dormir tranquilo e saber que o que ensino ao meu filho é o mesmo que pratico” 57 Revista Ônibus premiação O Troféu foi entregue a 15 trabalhadores rodoviários, nas categorias motorista, cobrador, operacional, administrativo e manutenção, e a sete lideranças de empresas filiadas ao Setransduc Melhores Rodoviários do Setransduc são premiados Sindicato entrega o Troféu Setransduc de Qualidade no Desempenho Profissional No dia 21 de julho, o Look Salão de Festas, no Município de Duque de Caxias, ficou pequeno para a emoção do público presente na edição 2011 do “Troféu Setransduc de Qualidade no Desempenho Profissional”. Cerca de 350 pessoas, entre rodoviários, familiares e empresários, prestigiaram o evento, que este ano contou com 72 candidatos e nove das 13 empresas filiadas, caracterizando Revista Ônibus 58 o sucesso da iniciativa promovida pelo Sindicato. Como parte das celebrações por seus 50 anos de fundação, o Setransduc ainda ofereceu uma homenagem de reconhecimento às lideranças das empresas participantes. Cinco categorias foram contempladas – motorista, cobrador, operacional, administrativo e manutenção. Os três primeiros lugares de cada uma delas receberam, além do troféu, certificado e medalha de honra ao mérito, prêmios no valor de R$ 2 mil, R$ 1 mil e R$ 500,00, respectivamente (veja os nomes dos vencedores na página 60). Os concorrentes foram avaliados por meio de critérios, como conduta ética dentro e fora do ambiente de trabalho, capacidade de ser um profissional proativo, dinâmico e criativo, relacionamento interpessoal com clientes internos e externos, participação em atividades de cidadania e investimento em aperfeiçoamento pessoal e profissional. Os participantes foram também homenageados pelo Dia do Rodoviário (25 de julho). Local maior “A gente fica comovido ao ver a proporção que tomou esta festa graças a vocês. Ver este lugar repleto e o entusiasmo de todos aqui nos anima a dar continuidade a esta proposta, que começou com poucas pessoas acreditando. Se continuar com esta repercussão, teremos de encontrar um local maior para o evento no próximo ano”, disse José Carlos Cardoso Machado, presidente do Setransduc, no seu discurso de boas-vindas. Além do presidente, integraram a mesa-diretora: Alex Barbosa Boa Ventura (coordenador de Vistoria do Detro); Edmundo Fornasari (diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor); José Rodrigues da Costa (presidente do Sindicato dos Rodoviários); Floresval Alves (diretor da Transporte Fábios); Manuel Luiz Lavouras (diretor da Trel); e Bruno Teixeira (diretor da Auto Viação Reginas). “Mais do que o prêmio, este evento representa o coração de vocês e a vontade de cada um de dar o melhor de si no desempenho da sua função. Ele constitui também uma mudança de comportamento dentro das empresas, uma nova mentalidade, preocupada com a qualidade dos serviços que presta, buscando atingir este resultado num esforço conjunto”, ressaltou o diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor, Edmundo Fornasari. O coordenador de Vistoria do Detro parabenizou o Sindicato pela ideia, e disse que todos – empresários, empregados e a sociedade – saíram ganhando ao final. “É admirável a preocupação que demonstram com relação à responsabilidade social da empresa que dirigem, reconhecendo o lado profissional, mas não esquecendo o lado humano dos seus funcionários”, afirmou para os diretores presentes. no patamar da excelência na prestação de seus serviços ao público e à sociedade como um todo. E este desenvolvimento começa internamente, dentro de seus quadros, a partir da revisão e identificação do que pode ser melhorado e de que forma cada uma pode contribuir para a qualidade de vida da população”. O processo de avaliação foi dividido em: reconhecimento, Prêmio de Qualidade das Empresas Setransduc (PQES) O Sindicato também entregou o Certificado de Reconhecimento, o Troféu Destaque em Liderança 2011 e medalha às lideranças das empresas que se destacaram em 2011, como forma de homenageá-las e incentivá-las a se tornarem modelos de gestão e de qualidade (veja nomes na página 60). A iniciativa faz parte das celebrações pelos 50 anos do Setransduc. O certificado é o primeiro passo de um trabalho na busca pela excelência que a entidade pretende fazer com as associadas, por meio de seus líderes de equipe ou de departamento, nos próximos três anos, como explica Rosa Maia, gerente de Gestão de Pessoas do Setransduc: “Nosso objetivo maior é fazer com que nossas filiadas busquem aperfeiçoar suas práticas constantemente, a fim de se manterem “Mais do que o prêmio, este evento representa o coração de vocês e a vontade de cada um de dar o melhor de si no desempenho da sua função. Ele constitui também uma mudança de comportamento dentro das empresas, uma nova mentalidade, preocupada com a qualidade dos serviços que prestam, buscando atingir este resultado num esforço conjunto” Edmundo Fornasari, diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor 59 Revista Ônibus premiação MANUTENÇÃO 1º Lugar: Edvard Soares de Figueiredo (Trel) 2º Lugar: José Antonio Coelho (Trel) 3º Lugar: Alex Fontes Farias (Limousine Carioca) OPERACIONAL destaque das lideranças e busca da excelência. Eficiência no atendimento ao cliente, renovação da frota e investimento em treinamento e em programas de responsabilidade social e ambiental são alguns dos parâmetros avaliados para o recebimento do certificado. Para definir as empresas que serão certificadas em 2012, um questionário será distribuído a todas elas, ainda em 2011, para autoavaliação. Nele constam os indicadores que serão mensurados pelo Setransduc. No ADMINISTRAÇÃO ano que vem, na próxima edição do evento, as indicadas já receberão o Prêmio de Qualidade das Empresas Setransduc (PQES), cujo layout foi apresentado em vídeo durante a solenidade do dia 21. “Esperamos contar com a adesão de todas as nossas empresas e com a colaboração de suas lideranças. Até porque, ao final deste processo, cada uma terá um retrato fiel do seu desempenho e desenvolvimento. No quarto ano, passaremos então para uma certificação de qualidade, um selo que será expedido por um órgão oficial ainda a ser escolhido”, explica Rosa Maia. 1º Lugar: Adeilton da Silva Lemos (Trel) 2º Lugar: Fabiano da Silva de Oliveira (Trel) 3º Lugar: Alonso Antunes Ribeiro (Limousine Carioca) COBRADOR 1º Lugar: Almira Ferreira Barbosa da Silva (Trel) 2º Lugar: Eliane da Rosa Alves (Trel) 3º Lugar: Márcia da Silva Custódio Maia (Fabio’s) MOTORISTA 1º Lugar: Cristiane Garcia Pereira (Machado) 2º Lugar: Sonia Alves de Miranda (Fábio’s) 3º Lugar: Jaime Pires Vareu (Machado) 1º Lugar: Clóvis Roberto Lima (Machado) 2º Lugar: Edson Dores da Silva (Trel) 3º Lugar: Rildo Santana Rocha (Reginas) Revista Ônibus 60 LIDERANÇAS EM DESTAQUE Auto Ônibus Vera Cruz − Gilson Ramos da Silva; Transturismo Rei Ltda. (Trel) − Miguel Mendes e Almeida; Auto Viação Reginas − Jorge Ventura Pinto; Viação União − Alexander Bento de Souza; Transporte e Turismo Machado − Raphael José de Almeida Machado; Transporte Fabios − José Maria dos Santos; e Empresa Auto Viação Jurema − Carlos Alberto Pereira Mendes. Informações e inscrições no site: WWW.ANTP.ORG.BR Apoio: terminal Fetranspor lança manual do meio ambiente Publicação traz 50 dicas para ficar de bem com o planeta e a natureza O homem usou e abusou de forma predatória da natureza, de- ambiente. E todos devem fazer a simples para evitar desperdício de sua parte. água e energia, gerar menos lixo sequilibrando o ecossistema e dei- A Fetranspor sabe disso muito e poluentes, reciclar e preservar a xando o planeta vulnerável. Agora bem. Pioneira na implantação natureza, bem como dicas fáceis, está assustado e tenta reverter os de projetos que contribuam para que podem ser incorporadas ao resultados da sua indiferença. A aumentar a qualidade de vida das dia a dia sem nenhuma dificuldade. ciência e a mídia vêm alertando: a pessoas, também está alinhada O guia mostra que usar um sociedade precisa viver de forma com a luta para diminuição do copo ao lavar os dentes ou fazer a responsável e consciente enquan- aquecimento global e preservação barba, mantendo a torneira fecha- to ainda pode preservar o meio do ecossistema, tendo o meio da, pode poupar até 10 litros de ambiente como uma de suas prio- água. Apresenta também a melhor ridades há mais de uma década. forma de economizar energia na Seu comprometimento com a hora de usar eletrodomésticos, sociedade vai além das causas do revelando o percentual poupado: transporte, e promover o engaja- ferro de passar (25 a 30%); lava- mento da população nesta luta dora de roupas (2 a 5%); geladeira tem sido o foco de muitas de suas (25 a 30%); TV (10 a 15%); ar- ações, como a elaboração condicionado (2 a 5%); e chuveiro do manual “50 dicas para elétrico (até 30%). ficar de bem com o meio Constam ainda da cartilha ambiente”, que traz alguns conselhos: subir ou descer orientações até dois andares de escada; andar de bicicleta; usar transporte coletivo; compartilhar automóveis; não jogar óleo de fritura no ralo da pia (evitando assim, também, o entupimento dos canos); armazenar, em garrafas PET, o óleo utilizado e entregá-lo em pontos de coleta; limpar restos de comida antes de lavar a louça; e descartar resíduos que podem contaminar o solo e causar doenças; entre outros. Revista Ônibus 62 DPZ MOBI LIDADE COM QUALI DADE. 63 Revista Ônibus 08h30 às 17h30 São Paulo, 25 de agosto de 2011 Caesar Business Paulista O Brasil nunca recebeu tantos investidores e oportunidades e o maior objetivo dessa conferência é identificar na prática ideias e soluções para que sua empresa possa receber investimentos, expandir e tornar-se estratégica. 5 MOTIVOS PARA PARTICIPAR Conhecer os planos de Investimentos de fundos nacionais e estrangeiros. Preparar suas operações de compra e venda de empresas. Desenvolver os fundamentos para a expansão em diversas modalidades de investimento. Casos Práticos. Palestrantes reconhecidos pelo mercado nacional e estrangeiro. PROGRAMAÇÃO: CREDIT SUISSE SERGIO MACHADO Quais os Segmentos que os Fundos de Investimentos Buscam para Investir? JBS FRIBOI JOSÉ BATISTA JÚNIOR Como Preparar sua Empresa para Ter um Sócio Brasileiro com Expansão Mundial? Revista Ônibus 64 R$ 545,00 INVESTIMENTO POIT ENERGIA WILSON POIT Como se Preparar para a Escolha de Sócio Investidor? BRAZIL PHARMA ANDRÉ SÁ Plano de Expansão no Varejo Brasileiro. www.b2law.com.br ou pelo Telefone (041) 3018-6951 Realização: