utilização da silagem de cana-de-açúcar para vacas em
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UTILIZAÇÃO DA SILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA VACAS EM LACTAÇÃO Marcos Inácio Marcondes1; Mateus Pies Gionbelli2; Felipe Leite de Andrade3; Rafael Alberto Vergara Vergara3; Tadeu Eder da Silva4; Eusébio Manuel Galindo Burgos3 1 Professor adjunto, DZO/UFV, [email protected]; 2Doutorando em Zootecnia, DZO/UFV, [email protected]; 3Mestrando em Zootecnia, DZO/UFV; 4 Graduando em Zootecnia, DZO/UFV INTRODUÇÃO Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia e mais tarde para a Europa, sendo trazida para América por Cristóvão Colombo. A cana-deaçúcar é, talvez, o único produto de origem agrícola destinado à alimentação que ao longo dos séculos foi alvo de disputas e conquistas, mobilizando homens e nações. A planta que dá origem ao produto encontrou lugar ideal no Brasil. Durante o Império, o país dependeu basicamente do cultivo da cana e da exportação do açúcar. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e maior exportador de álcool e açúcar. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção de cana-de-açúcar na safra 2011/2012 deverá ser de 588,9 milhões de toneladas (5,6% menor do que a safra anterior). Deste total, cerca de 51% será destinado à produção de etanol e 49% à produção de açúcar. Não são encontradas informações sobre a quantidade de cana-de-açúcar produzida que é destinada à alimentação animal. O potencial do uso da cana-de-açúcar como alimento para ruminantes em regiões tropicais e temperadas já foi discutido em uma série de revisões (Chapman et al., 1964; James, 1975; Preston, 1977; Pigden, 1978; Valadares Filho et al., 2008), onde são encontrados relatos reportando o uso da cana-de-açúcar para alimentação de bovinos desde que é cultivada. No Brasil, os primeiros estudos utilizando a cana-de-açúcar como forragem só foram realizados em 1940, por Athanassof (1940), que a associou à mandioca e observou melhores resultados para mantença do que para a produção de leite. Em função da elevada capacidade de produção de matéria seca por unidade de área, a cana-de-açúcar ganha destaque na capacidade 244 - 1st International Symposium of Dairy Cattle de fornecimento de energia para ruminantes, conforme pode ser visto em simulação realizada por Alzamánet al. (1998) (Figura 1). Figura 1 - Potencial calorífico como energia metabolizável estimado de alguns alimentos para ruminantes (adaptado de Alzamánet al., 1998). Com a implantação do Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), na década de 70, a cultura da cana-de-açúcar recebeu grande incentivo no Brasil, resultando em avanço nas técnicas de cultivo e no lançamento de variedades com maior potencial de produção de biomassa e de açúcar. Por consequência, houve, também, a expansão da cultura para regiões tradicionais de pecuária e de produção de grãos, criando a oportunidade do seu uso no confinamento de bovinos de corte e leite. Devido à facilidade e à tradição de cultivo, a cana-de-açúcar é adotada como volumoso suplementar para a seca em bovinos, apresentando, sobretudo, vantagens competitivas em relação a outras fontes forrageiras. A cana-de-açúcar é tida como uma das opções mais interessantes para minimização dos custos de rações para ruminantes e maximização da projeção da receita líquida na atividade (Nussio et al., 2002). A alta produtividade de massa verde (80 a 120 t/ha), o baixo custo por unidade de matéria seca (MS), a manutenção do valor nutritivo até seis meses após a maturação e o período de colheita coincidente com o período de escassez de forragem nas pastagens III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 245 (Silva, 1993), aliados à facilidade de obtenção de mudas e plantio, e à possibilidade de atingir taxas de ganhos de peso razoáveis, têm atraído os pecuaristas para a utilização da cana-de-açúcar como alimento volumoso para bovinos (Tabelas 1 e 2). Tabela 1 - Avaliação do potencial de utilização de cana-de-açúcar in natura na alimentação de vacas leiteiras Referência Pires (1999) Fernandes et al. (2001) Sousa et al. (2002) Magalhães et al. (2004) Mendonça et al. (2004) Costa et al. (2005) Santos et al. (2006) Relação V:C 50:50 50:50 50:50 72:28 60:40 60:40 60:40 60:40 60:40 60:40 60:40 50:50 60:40 50:50 40:60 43,4:56,6 41,5:58,5 39,5:60,5 % cana na dieta 12,5 25 37,5 54 60 53 46 20 40 60 60 50 60 50 40 43,4 41,5 39,5 CMS (%PV) 2,28 2,77 3,11 3,01 3,51 3,44 3,27 2,9 3,1 2,7 3,0 3,3 2,73 2,82 2,76 Produção de leite (kg/dia) 16,6 18,1 14,8 10,1 18,6 19,7 20,6 25,0 24,4 21,4 19,0 20,1 16,9 18,8 19,8 22,4 22,6 22,4 Um dos principais problemas da utilização da cana-de-açúcar in natura na alimentação de ruminantes é a necessidade da colheita diária. A produção de silagem de cana-de-açúcar resolve esse problema, pois permite a racionalização da mão-de-obra, através da concentração do processo de corte da cana em uma determinada época do ano ou período de tempo, a maior facilidade de manejo diário na fazenda e a maximização da utilização de maquinário. Os primeiros relatos da produção de silagem de cana-de-açúcar para alimentação de bovinos são da década de 30, nos Estados Unidos, como volumoso para alimentar o rebanho bovino durante o inverno na região da Flórida (Kirk e Crown, 1942). No Brasil, as informações são bastante escassas, sendo os primeiros trabalhos científicos com silagem de cana-de-açúcar oriundos do final da década de 90 (Andrade et al., 1999ab). 246 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 2 - Avaliação do potencial de utilização de cana-de-açúcar in natura na alimentação bovinos de corte Referência Fernandes et al. (2007) Babilônia (1999) Aferriet al. (2005) Rodrigues et al. (1994) Fernandes et al. (2006) Silva et al. (2006) Rangel et al. (2005) 1 Sexo1 Relação V:C FE MC MI MI MI MI MI MC MC MC MI MI MI FE MC MI MI MI MI FE FE FE 40:60 40:60 40:60 19:81 19:81 19:81 40:60 40:60 40:60 20:80 40:60 60:40 45:55 60:40 75:25 % cana na dieta 40 40 40 19 19 19 40 40 40 20 40 60 45 60 75 CMS (%PV) 2,19 2,27 2,37 2,47 2,50 2,48 2,51 2,45 2,08 2,29 2,40 2,30 2,20 2,19 2,27 2,37 - GMD (kg/dia) 1,32 1,30 1,65 0,998 1,005 0,957 0,914 1,169 1,107 1,204 0,832 0,823 0,599 1,32 1,30 1,65 1,128 0,908 1,063 0,802 0,657 0,601 FE = fêmeas; MC = machos castrados; MI = machos não castrados. Neste capítulo serão abordados os principais aspectos relacionados à produção de silagem de cana-de-açúcar e sua utilização para vacas em lactação; desde os motivos que levam à ensilagem da cana-de-açúcar, o efeito dos aditivos comumente utilizados sobre a qualidade da silagem e os relatos de trabalhos avaliando o desempenho de vacas de leite consumindo silagem de cana-de-açúcar. PORQUE PRODUZIR SILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR A alta produtividade da cana-de-açúcar e a coincidência do seu ponto de amadurecimento (maiores teores de açúcar na matéria seca) com a época de menor produtividade das pastagens fazem com que a mesma seja uma boa opção de forragem in natura para uso na seca. Entretanto, fatores como excesso de produção ou disponibilidade de mão-de-obra e máquinas para o seu corte diário, podem favorecer a III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 247 decisão pela ensilagem, apesar da menor digestibilidade e consumo da cana ensilada, quando comparada com a cana in natura (Thiago & Vieira, 2002). A ensilagem da cana-de-açúcar é uma técnica que permite que grandes áreas sejam cortadas em um curto espaço de tempo, na época em que a cana apresenta seu maior valor nutritivo, coincidindo ainda com a estação do ano mais propícia à movimentação de máquinas no campo (Ferreira, 2004). Nos casos de incêndios acidentais dos canaviais e da ocorrência de geadas, a ensilagem da cana pode ser ainda a única forma de evitar perda total da forragem. Nessas situações, se a utilização da cana não for feita de forma rápida, as reações químicas provocadas pelas geadas ou queimadas modificarão a qualidade da cana, provocando queda rápida e irreversível de sua qualidade. A sobra de cana-de-açúcar ao final da estação seca pode gerar um excedente de forragem, uma vez que as pastagens e capineiras têm seu crescimento acelerado com o início da estação das águas. No início do período das águas é comum observar também alto índice de tombamento nos talhões, tornando dificultoso o corte da cana-de-açúcar em épocas chuvosas. Esse problema foi relatado inclusive em outros países (Preston et al., 1976), e junto com a observação de maior valor nutritivo da cana-de-açúcar quando atinge a maturidade (Alvarez & Preston, 1976; Banda & Valdez, 1976), motivaram precursores para o desenvolvimento de estudos com produção de silagem de cana-deaçúcar em países de clima tropical (Preston et al., 1976). A utilização da cana-de-açúcar in natura fora do período de safra também sofre restrições pela baixa qualidade nutricional que a forragem apresenta, em virtude do baixo teor de sacarose (Matsuoca e Hoffmann, 1993). Além disso, a utilização dessa forrageira em grandes propriedades fica impossibilitada, uma vez que o tempo e mão-de-obra necessária para colheita de grandes quantidades de cana-de-açúcar fresca prejudicaria o manejo regular das mesmas. Quando comparados os custos de produção da silagem de canade-açúcar em relação à utilização de cana-de-açúcar in natura, observam-se maiores custos com a ensilagem. Numa simulação realizada em 2010 (Amaral & Bernardes, 2010), foi observado um custo de R$ 66,60 para cada tonelada de matéria verde de silagem de canade-açúcar sem aditivo e R$ 37,50 para cada tonelada de matéria verde de cana in natura cortada manualmente. De acordo com os autores, a 248 - 1st International Symposium of Dairy Cattle utilização de aditivos microbiológicos, cal e uréia, pode reduzir em cerca de 10% os custos de produção da silagem de cana-de-açúcar, pelo fato de reduzirem as perdas de matéria verde. Os maiores custos observados para a silagem de cana-deaçúcar, se comparada à cana in natura, ocorrem em função de dois fatores principais: as perdas de matéria seca que ocorrem no processo de ensilagem e os custos com maquinário, mão-de-obra e enlonamento para o processo de ensilagem. Em função dos fatos observados, a ensilagem de cana-deaçúcar mostra-se como uma opção estratégica na produção de volumosos. Se por um lados são observados maiores custos em relação à cana in natura, por outro lado se observam algumas vantagens, como, por exemplo: o talhão da cana poderá ser manejado de forma homogênea, ou seja, as práticas agronômicas serão realizadas no mesmo período de tempo, de forma a colher-se a cana para a ensilagem no melhor ponto, além da inexistência da necessidade do corte diário da cana-de-açúcar. Esses fatores tem feito com que a prática da ensilagem de cana-de-açúcar tenha ganhado espaço entre produtores nos últimos anos, de forma que algumas empresas passaram a produzir aditivos específicos para produção de silagem de cana-de-açúcar. Esses fatos tem incentivado experimentos com silagem de canade-açúcar em diversas regiões do país. Entretanto, apesar da grande quantidade de trabalhos com silagem de cana-de-açúcar desenvolvidos nos últimos anos, poucas vezes se observa a avaliação do desempenho animal, principalmente vacas de leite, recebendo silagem de cana-deaçúcar. O PROCESSO DE ENSILAGEM Silagem pode ser definida como uma forragem úmida, sem ar e preservada por fermentação. Essa fermentação é realizada por bactérias que agem principalmente sobre açúcares, amido e celulose da forragem picada. As bactérias se alimentam de carboidratos na forragem picada e rapidamente produzem ácido lático e acético, principalmente (Harris Jr., 2003). Preservar culturas forrageiras de alto teor de umidade pode apresentar problemas, por isso é ideal que a forragem verde contenha em torno de 30 a 40% de matéria seca no momento da ensilagem (Hawkinset al., 1970; McGuffey & Owens, 1979). III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 249 Num processo normal de colheita de forragem, esta é frequentemente de qualidade inferior ao material disponível para a colheita, devido às condições de chuva, problemas mecânicos, colheita em época errada, entre outros. Da mesma forma, a silagem produzida não apresentará a mesma qualidade do material colhido. Todo processo de conservação de forragens implica em perdas de qualidade e quantidade do produto original (nesse caso, cana fresca picada). O processo de ensilagem é normalmente dividido em cinco fases (Figura 2). As fases 1, 2 e 3 não são claramente definidas. A fase 1 corresponde ao período final de respiração das células vegetais, a produção de calor e dióxido de carbono. A fase 2 é importante pois é onde o meio é preparado para a diminuição do pH e início da fermentação. À medida que o pH torna-se menor, as bactérias produtoras de ácido acético diminuem rapidamente. Dessa forma, durante a fase 3, inicia-se a produção de ácido lático. Os primeiros dias da silagem também incluem a fixação da forragem no silo e o aumento das taxas de perda, que atingem o pico por volta do 5º dia (Harris Jr., 2003). A fase 4 geralmente começa 3 a 5 dias após a ensilagem, e requer de 15 a 20 dias para conclusão. O sucesso da produção de silagem é determinado durante esta fase. Há um aumento gradual do teor de ácido lático até a acidez se tornar alta (pH = 3,8 a 4,2), suficiente para cessar a ação bacteriana. A fase 5 representa a conservação da silagem durante um período indefinido. Se quantidades adequadas de ácido acético e lático forem produzidas durante as primeiras fases, a fase 5 é apenas um período no qual a silagem permanece constante (Harris Jr., 2003). 250 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Fase 1 Fase 5 Respiração celular Produção de CO2 Produção de calor Depende das fases anteriores Fase 4 Fermentação acética Fase 2 Produção de ácido acético Se quantidades suficientes de ácido acético e lático forem produzidas nas fases anteriores, a silagem permanece constante nesse período Fase 3 Início da produção de ácido lático Pouco ácido provoca aumento da decomposição, redução da palatabilidade e possível deterioração 29 ºC 33 ºC Temperatura 21 ºC pH 8,0 4,2 4,0 FERMENTAÇÃO ACÉTICA 3,8 FERMENTAÇÃO LÁTICA Taxa de perda 1 2 3 4 7 12 20 IDADE DA SILAGEM (dias) Figura 2 - Fases da produção de silagem (adaptado de Harris Jr, 2003). O sucesso do processo de ensilagem está intimamente associado ao pH da forragem fermentada. A formação de ácidos acético e lático, bem como a presença de amônia e aminas, pode também influenciar o pH. Em geral, um pH final de 3,5 a 4,5 é necessário para um bom armazenamento da silagem. Para ensilar a cana com sucesso, é importante observar a época do corte (deveria ser durante a seca, quando a cana está com altos teores de açúcar e matéria seca ao redor de 30%), a eficiência de corte da cana pelas máquinas (tamanho de partículas entre 2 e 5 cm), boa compactação no silo (de preferência usando trator) e fechamento do mesmo em três dias no máximo, usando-se lona plástica e cobrindo o silo com 10 a 20 cm de terra, garantindo com isto, uma total expulsão do ar (fermentação anaeróbica). Quantidades adequadas de carboidratos solúveis são necessárias nas forrageiras a serem ensiladas para que haja III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 251 fermentação adequada, pois é a partir desses carboidratos que o processo de ensilagem é iniciado e sustentado. Na presença de carboidratos solúveis, as bactérias produtoras de ácido lático multiplicam-se rapidamente, resultando na produção de ácido lático, ácido acético e CO2 e etanol. Na cana-de-açúcar, as quantidades de carboidratos solúveis são muito altas. Esse teor de carboidratos solúveis favorece a produção de álcool e CO2 através da rápida proliferação de leveduras. O excesso de etanol produzido causa perda de MS e reduz a palatabilidade da silagem. Esse problema não é observado na silagem de milho, uma vez que o milho possui somente de 3 a 4% de açúcares na matéria seca. Segundo Rooke & Hatfield (2003), a rota metabólica predominante das leveduras é a piruvato descarboxilase acetaldeído e a subsequente redução do acetaldeído a etanol. Essa rota fermentativa ocasiona perdas de 48,9% de matéria seca e 0,2% de energia. No entanto, nem todo etanol produzido estará presente na silagem no momento da alimentação dos animais (McDonald et al., 1991). Preston et al. (1976) constataram que a cana-de-açúcar ensilada sem aditivos apresenta fermentações alcoólicas e perda do valor nutritivo. Estes mesmos autores verificaram redução de cerca de 30% no conteúdo total de açúcares para a cana ensilada em relação à cana fresca, e teor alcoólico de 5,5% na matéria seca da silagem produzida. A Figura 3 mostra a evolução temporal das concentrações de carboidratos solúveis e etanol na silagem de cana-de-açúcar (Pedroso, 2003). Pode-se visualizar valores opostos para carboidratos solúveis e etanol, de forma que nos primeiros 15 dias de ensilagem, cerca de 85% dos carboidratos solúveis foram transformados em etanol. Há que se ressaltar também, que as quantidades de etanol mostradas na Figura 3 são oriundas de leveduras, não sendo considerado o etanol produzido por bactérias heteroláticas. 252 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tempo de ensilagem (dias) Figura 3 - Evolução das concentrações de etano e carboidratos solúveis em água na silagem de cana-de-açúcar em função do tempo de ensilagem (Pedroso, 2003). Queda acentuada do pH (4,2 para 2,9) e redução dos valores de graus brix (13,8 para 9,0) foram observados por González & MacLeod (1976) quando ensilaram cana-de-açúcar pura. Esses autores observaram, também, produção significativa de ácido acético e etanol. Alii et al. (1982) verificaram que cerca de 50% da sacarose da cana fresca foi consumida por leveduras, produzindo álcool, sendo que o restante das perdas desse carboidrato teria ocorrido principalmente em função do consumo de açúcares durante a fase aeróbica pela respiração da planta e, em menor quantidade, pela produção de ácidos pelas bactérias anaeróbicas. Silva et al. (2008) fizeram um ensaio retirando níveis crescentes de carboidratos solúveis da cana-de-açúcar antes do momento de ensilagem para verificar as variações na produção de etanol na silagem. Para isso, prensaram a cana-de-açúcar moída para retirada do caldo e fizeram sua reconstituição nos níveis de 0, 50 ou 100% com água. A restituição resultou em níveis de 41,6, 34,0 e 23,0% de carboidratos solúveis com base na matéria seca. Após a abertura dos silos, esses autores observaram que a produção de etanol seria nula se a cana de III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 253 açúcar contivesse apenas 12,4% de carboidratos solúveis, com base na matéria seca (Figura 4). Porém, na maioria dos casos, quando a canade-açúcar é ensilada, os teores de carboidratos solúveis estão acima de 40%, provocando assim elevadas produções de etanol. Figura 4 - Relação entre as concentrações de carboidratos solúveis na planta de cana-de-açúcar (% da MS) e as concentrações de etanol na silagem (% da MS) (Silva et al., 2008). Num dos trabalhos pioneiros de avaliação do desempenho animal utilizando silagem de cana-de-açúcar em condições tropicais, James (1973) observou redução de um terço no consumo de matéria seca e redução no ganho de peso em bovinos alimentados com silagem de cana em comparação com cana in natura. O autor sugeriu que a redução do consumo tenha ocorrido pelo fato de que a produção de ácido acético na cana-de-açúcar ensilada teve um efeito negativo sobre o consumo voluntário. É possível, portanto, que os problemas atribuídos à ensilagem de cana-de-açúcar possam ser atribuídos para a produção de ácido acético e, principalmente, formação de grandes quantidades de álcool. É conhecido que, a fermentação de açúcares na presença de quantidades adequadas de nitrogênio produz menos álcool. Além disso, sugeriu-se que se o pH inicial do material ensilado for maior, haveria um favorecimento de bactérias, ao invés de leveduras (Preston et al., 1976). Uma fermentação controlada em condições anaeróbias poderia ser uma forma de melhorar o valor nutritivo da silagem, pelo aumento no 254 - 1st International Symposium of Dairy Cattle conteúdo de proteína verdadeira (por crescimento microbiano) e concentração de ácido lático. Aumentos desse tipo podem ser observados quando milho é ensilado, com aumento do conteúdo de proteína na silagem, em relação à planta in natura (Henderson & Geasler, 1970). Em silagem de cana, porém, os resultados são contraditórios (Preston et al., 1976; Schmidt et al., 2007; Balieiro Neto et al., 2007; Santos et al., 2008). Em função desses problemas, uma série de trabalhos tem sido realizados, buscandoalternativas que controlem adequadamente a população e a atividade de leveduras, sem prejuízo a qualidade da silagem e desempenho animal. ADITIVOS NA ENSILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR Segundo Nussio & Schmidt (2004), na ensilagem dacana-deaçúcar, a obtenção de resultados técnicos e econômicos positivos depende, invariavelmente, da escolha correta do aditivo a ser usado. Nesse sentido, resultados de estudos com vários aditivos químicos e bacterianos são encontrados na literatura na ensilagem de culturas como milho e sorgo. Além da produção de etanol, aqui já discutida, a fermentação por leveduras gera produção significativa de água, ATP e CO2. Na ensilagem da cana-de-açúcar perdas por gases tem muita importância, pois são altamente correlacionadas ao teor de etanol (90,3%) e à recuperação de MS (89,3%) (Pedroso et al., 2005). O principal foco dos estudos com ensilagem de cana-de-açúcar é a busca de aditivos que, associados à ensilagem, inibam a fermentação alcoólica dessa forragem com vistas à redução dessas perdas (Nussio & Schmidt, 2004). Diversos aditivos químicos e biológicos têm sido avaliados para controlar perdas na ensilagem. Além disso, a associação entre aditivos químicos e biológicos, e associações entre aditivos do mesmo tipo também tem sido realizadas. Com o objetivo de avaliar o efeito do uso de aditivos químicos, biológicos ou associação com outros alimentos, um banco de dados independente foi construído com base em trabalhos encontrados na III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 255 literatura nacional. Foram utilizados 59 trabalhos, publicados entre 1999 e 2011 1 . Uma avaliação descritiva sobre o uso de aditivos na ensilagem de cana-de-açúcar é apresentada na Tabela 3, onde podem ser verificados os ganhos obtidos com o uso de aditivos na ensilagem de cana-de-açúcar, tanto para composição química como para parâmetros fermentativos. Tabela 3 - Efeito da utilização de aditivos químicos, biológicos ou da associação com outros alimentos sobre a composição química e parâmetros fermentativos da silagem de cana-de-açúcar Silagem de Silagem de canaSilagem de canacana-de-açúcar de-açúcar com de-açúcar com aditivos aditivos associada com químicos biológicos outros alimentos n 59 115 54 43 MS 24,5 26,2 25,9 29,8 MO 95,5 92,8 94,9 94,1 PB 3,31 5,96 3,43 6,61 EE 1,84 1,55 7,40 FDN 65,6 59,9 64,8 52,8 CNF 17,8 21,7 21,3 21,6 LIG 7,53 7,84 8,72 6,53 DIVMS 46,6 53,5 48,6 70,6 pH 3,53 3,99 3,45 3,68 N-NH3 4,53 11,6 7,10 5,08 Etanol 7,24 4,73 7,06 5,93 Leveduras 4,95 5,01 4,51 3,00 1 n = número de médias de tratamentos consideradas (valor válido para matéria seca); MS = matéria seca; MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta, EE = extrato etéreo, FDN = fibra em detergente neutro, CNF = carboidratos não-fibrosos, LIG = lignina, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca, N-NH3 = nitrogênio amoniacal. Item1 Silagem de cana-deaçúcar Almeida Filho e Oliveira (2011); Alves et al. (2010); Bergamaschine et al. (2010a); Bergamaschine et al. (2010b); Carnevalli et al. (2010); Carvalho et al. (2010a); Carvalho et al. (2010b); Fabris et al. (2010); Fernandes et al. (2010); Franzói et al. (2010); Lopes et al. (2010); Oliveira et al. (2010); Rabelo et al. (2010); Ribeiro et al. (2010); Roth et al. (2010); Schmidt et al. (2010); Siqueira et al. (2010); Van Cleef et al. (2010); Amaral et al. (2009); Valeriano et al. (2009); Ávila et al. (2008); Mendes et al. (2008); Santos et al. (2008); Sousa et al. (2008); Balieiro Neto et al. (2007); Bernardes et al. (2007); Ferreira et al. (2007); Pedroso et al. (2007); Pontes (2007); Santos (2007); Schmidt et al. (2007); Siqueira et al. (2007a); Siqueira et al. (2007b); Bravo-Martins et al. (2006); Freitas et al. (2006a); Freitas et al. (2006b); Pedroso et al. (2006); Queiroz (2006); Santos et al. (2006); Balieiro Neto et al. (2005); Ezequiel et al. (2005); Ferreira (2005); Oliveira et al. (2005); Roth et al. (2005); Siqueira et al. (2005a); Siqueira et al. (2005b); Sousa et al. (2005); Freitas et al. (2004); Pedroso (2003); Pinto et al. (2003); Evangelista et al. (2002a); Evangelista et al. (2002b); Lima et al. (2002a); Lima et al. (2002b); Molina et al. (2002); Silveira et al. (2002); Andrade et al. (2001); Andrade et al. (1999a); Andrade et al. (1999b). 1 256 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Aditivos Químicos Aditivos químicos na ensilagem de cana-de-açúcar têm sido utilizados com vários propósitos. São observadas várias tentativas de encontrarem aditivos e doses que propiciem a produção de silagem de cana-de-açúcar com poucas perdas e com alta qualidade nutricional. São encontrados dados para os seguintes produtos: hidróxido de sódio (NaOH), benzoato de sódio, sorbato de potássio, cal (CaO), calcário (CaCO3), gesso agrícola (CaSO4), sal comum (NaCl), ácido propiônico, ácido fosfórico, ácido fórmico,uréia, amiréia, zeolita e sulfato de amônio. O NaOH tem sido utilizado com o objetivo de aumentar o pH inicial da cana-de-açúcar no momento da ensilagem, uma vez que sugere-se que valores de pH inicial maiores favoreçam a prevalência de bactérias, enquanto que menores valores de pH favoreceriam as leveduras (Preston et al., 1976). Outro objetivo da utilização do NaOH na ensilagem de cana-de-açúcar é a hidrólise de carboidratos fibrosos, tornando assim maior o teor de carboidratos não fibrosos e aumentando a digestibilidade do produto final. Os primeiros trabalhos com NaOH como aditivo para a ensilagem iniciaram-se no final da década de 70 e 80 (Castrillón et al.,1978; Alcântara, 1989) e envolviam a utilização de hidróxido de sódio na ensilagem da cana-de-açúcar. Segundo esses autores, autilização de NaOH reduzia significativamente a produção de etanol e os teores de FDN, e resultava em silagens com maior pH e maior teor de ácido lático, cinzas e carboidratos solúveis. Alguns agentes germicidas utilizados na indústria de alimentos, como o benzoato de sódio e o sorbato de potássio, têm sido utilizados como aditivos para silagens (Pedroso, 2003). O benzoato de sódio possui ação específica contra leveduras (Warth, 1998). São observados resultados favoráveis à utilização de benzoato de sódio na ensilagem de gramíneas, com redução da população de leveduras (Lättemäe & Lingvall, 1996). Os ácidos sórbico e benzóico foram avaliados em laboratório por Woolford (1975), onde o ácido sórbico, na forma de sorbato de potássio, mostrou poder inibidor sobre clostridia, leveduras e mofos. O ácido benzóico, na forma de benzoato de sódio, foi altamente eficiente contra clostridia, porém precisou ser aplicado em altas concentrações para ser efetivo contra leveduras. No Brasil, poucos estudos foram realizados com esses aditivos, principalmente devido ao alto custo dos mesmos, impossibilitando sua adoção pela maioria dos produtores. III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 257 A cal (CaO), ou óxido de cálcio, possui efeito semelhante ao NaOH, e é utilizada com objetivo de reduzir os constituintes da parede celular por hidrólise alcalina e contribuir para a preservação de nutrientes solúveis por inibir o desenvolvimento de leveduras que atuam sobre a massa ensilada, amenizando a perda de valor nutritivo durante a ensilagem e após a abertura do silo (Balieiro Neto et al., 2007). O calcário (CaCO3), assim como o gesso agrícola (CaSO4) são utilizados na silagem de cana-de-açúcar também como agentes alcalinizantes, atuando de forma semelhante ao CaO e ao NaOH. O início da utilização do calcário em silagens se deu nos Estados Unidos, nos anos 60, em combinação com a uréia (Klostermanet al., 1960; Simkinset al., 1965; Johnson et al., 1967). Sugere-se que o calcário seja eficiente em melhorar a fermentação e a aceitabilidade das silagens (Essig, 1968). O uso do sal comum na ensilagem de cana-de-açúcar é recente, e os resultados observados não demonstram eficácia de sua utilização (Rabelo et al., 2010), de forma que este não pode ainda ser considerado um aditivo eficiente para melhorar a ensilagem de cana-de-açúcar. Ácidos orgânicos ou inorgânicos fracos, como o ácido propiônico e o ácido fosfórico, respectivamente, também têm sido sugeridos como aditivos para ensilagem de cana-de-açúcar, atuando como antimicrobianos e acidificadores, sendo também utilizados como diminuidores da atividade das leveduras (Carvalho et al., 2010, Van Cleef et al; 2010). A uréia é associada à ensilagem de cana-de-açúcar como forma de melhorar o padrão de fermentação e o teor de proteína bruta. É proposto que a adição de uréia possa aumentar também o teor de proteína verdadeira na silagem, por reduzir a proteólise da planta (Buchanan-Smith, 1982). O uso da uréia na ensilagem da cana-de-açúcar no Brasil foi estudado por Schmidt et al. (2004) e Pedroso et al. (2007), não sendo observada tendência definida da utilização desse aditivo quanto a redução de perdas ocasionadas por leveduras. Pedroso et al. (2007) observaram redução das perdas de matéria seca de 18,2% (controle) e de até 6,56% nas silagens com 1,5% de uréia. No entanto, não houve efeito sobre o teor de etanol das silagens. Todavia, no estudo de Schmidt et al. (2004), usando a dose de 0,5% de uréia comparada à silagem controle, não foi verificada diferença em relação às perdas de matéria seca, sendo os resultados encontrados de 31,6 e 30,2% nas silagens controle e tratadas com 0,5% de uréia, respectivamente. 258 - 1st International Symposium of Dairy Cattle A adição de uma fonte de amido na ensilagem de cana-deaçúcar junto com a uréia, na forma de amiréia, tem por objetivo induzir uma redução da exigência de carboidratos solúveis, garantindo processo fermentativo satisfatório, impedindo o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis e tornando a silagem de gramíneas tropicais um alimento de valor nutricional adequado e de baixo custo de produção (Balsalobreet al., 2001). Resultados positivos com o uso de amiréia foram observados (Lopes & Evangelista, 2010), porém, sem haver diferenças consideráveis em relação ao tratamento com a mesma quantidade de uréia. Uma avaliação descritiva da utilização dos principais aditivos químicos na ensilagem de cana-de-açúcar é apresentada na Tabela 4. Os dados apresentados levam em consideração apenas médias de tratamentos nas quais os aditivos foram utilizados de forma pura, sem associação a outros aditivos ou alimentos. Pode ser observado (Tabela 4) que os aditivos químicos mais tradicionais, como os alcalinizantes (NaOH, CaO, CaCO3) e a uréia, proporcionam bons resultados na ensilagem de cana-de-açúcar, quando comparados à silagem não aditivada. Esses aditivos reduzem o teor de carboidratos fibrosos da silagem, por meio de hidrólise, resultando em maiores estimativas da digestibilidade da matéria seca, realizada por meio da digestibilidade in vitro. É possível que enquanto o NaOH, a CaO e o CaCO3 tem ação química sobre a parede celular, a adição de uréia durante a ensilagem da cana-de-açúcar promove um maior crescimento bacteriano, tendo como consequência uma maior degradação da FDN até a estabilização da silagem. Acentuada redução nos teores de etanol com o uso de NaOH, CaO, CaCO3 e uréia pode também ser observada. Além disso, os maiores teores de matéria seca nas silagens com estes aditivos são de grande importância, uma vez que com a redução nas perdas de matéria seca, o custo das silagens aditivadas fica menor do que o das silagens sem aditivos (Amaral e Bernardes, 2010), além de haverem também ganhos na composição bromatológica. A ensilagem de cana-de-açúcar aditivada com NaOH, CaO, CaCO3 e uréia produz bons resultados, e o uso desses aditivos parece estar consolidado. Quanto ao uso de gesso agrícola (CaSO4), benzoato de sódio, ácido propiônico, sorbato de potássio e amiréia, são necessários ainda maiores estudos para que esses compostos possam ser efetivamente utilizados por produtores. III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 259 Tabela 4 - Efeito da utilização de alguns aditivos químicos sobre a composição química e parâmetros fermentativos da silagem de cana-de-açúcar Item1,2 Controle NaOH(0,5 – 4%)5 ∆ (%) Controle CaO(0,5 – 2%)6 ∆ (%) Controle CaCO3(1 – 1,5%)7 ∆ (%) Controle CaSO4(1%)8 ∆ (%) Controle Benzoato(0,05 – 0,2%)9 ∆ (%) Controle Propionato(0,1 - 1%)10 ∆ (%) Controle Sorbato K (0,02 - 0,03%)11 ∆ (%) Controle Zeólita(0,5%)12 ∆ (%) Controle Amiréia(1,5%)13 ∆ (%) Controle Uréia (0,5%)14 Uréia (1,0%)14 Uréia (1,5%)14 ∆ média (%) n3 11 13 3 2 9 2 1 2 1 26 MS 24,1 25,8 7% 23,1 28,0 21% 28,3 32,1 13% 26,6 27,5 3% 24,4 24,4 0% 25,8 28,4 10% 22,0 21,4 -3% 23,2 25,0 8% 25,2 23,3 26,2 28,4 3% MO 94,8 90,6 -4% 95,7 90,4 -6% 96,4 94,4 -2% 98,2 94,7 -4% 94,6 93,7 -1% 94,7 93,8 -1% 95,2 93,1 -2% 95,1 95,6 1% 95,2 93,1 95,5 95,6 0% Composição química (%)4 PB FDN FDA LIG N-NH3 2,80 69,6 44,7 9,11 5,55 2,93 53,4 38,1 7,93 6,77 5% -23% -15% -13% 22% 3,83 64,7 40,2 6,11 2,91 54,9 34,4 6,66 -24% -15% -14% 9% 3,95 67,6 43,3 7,40 3,04 55,3 35,6 5,55 -23% -18% -18% -25% 3,98 7,1 43,8 3,85 61,8 39,1 -3% 770% -11% 2,95 70,5 45,8 7,41 2,57 3,26 64,0 43,2 7,70 3,63 11% -9% -6% 4% 41% 3,47 67,3 44,8 7,06 3,62 63,8 42,9 7,66 4% -5% -4% 8% 3,30 69,8 44,9 6,90 4,09 62,2 42,9 7,45 24% -11% -4% 8% 2,75 69,6 39,6 5,07 4,35 2,71 69,5 40,1 5,23 5,50 -1% 0% 1% 3% 26% 4,98 71,8 41,5 11,90 2,06 10,30 67,0 41,0 12,30 16,10 107% -7% -1% 3% 682% 3,29 69,4 44,8 7,78 3,03 8,11 63,9 42,4 6,52 13,70 12,90 62,4 40,6 8,14 16,60 14,40 62,7 41,9 8,68 19,40 259% -9% -7% 0% 447% pH 3,53 4,43 25% 3,51 4,29 22% 3,44 3,70 8% 3,40 3,43 1% 3,65 3,66 0% 3,58 3,63 1% 3,56 3,69 4% 3,43 3,46 1% 3,70 4,18 13% 3,61 3,65 3,93 4,80 14% Etanol DIVMS 9,87 43,9 5,20 63,0 -47% 44% 5,84 53,2 0,81 72,1 -86% 36% 4,62 48,7 1,46 60,2 -68% 24% 4,78 48,7 4,60 52,1 -4% 7% 6,89 42,5 6,36 45,0 -8% 6% 5,35 46,2 5,70 47,6 7% 3% 5,64 46,4 2,42 47,6 -57% 3% 46,5 46,9 1% 7,00 42,8 4,20 48,1 4,09 50,2 3,47 49,3 -44% 15% 1 NaCl, ácido fosfórico e ácido fórmico não foram incluídos; 2O número entre parênteses corresponde à quantidade de aditivo em % da matéria seca total do material ensilado; 3Número de estudos avaliados; 4MS = matéria seca, MO = matéria orgânica, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente ácido, LIG = lignina, N-NH3 = nitrogênio amoniacal, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca; 5Ribeiro et al. (2010);Siqueira et al. (2010);Pedroso et al. (2007);Siqueira et al. (2007a);Siqueira et al. (2007b);Freitas et al. (2006b);Ezequiel et al. (2005);Siqueira et al. (2005a);Siqueira et al. (2005b);Freitas et al. (2004);Andrade et al. (1999a); 6Alves et al. (2010);Carvalho et al. (2010a);Carvalho et al. (2010b);Fabris et al. (2010);Fernandes et al. (2010); Franzói et al. (2010); Rabelo et al. (2010); Roth et al. (2010);Santos et al. (2008);Balieiro Neto et al. (2007);Pontes (2007);Santos (2007);Balieiro Neto et al. (2005); 7Amaral et al. (2009);Santos et al. (2008);Santos (2007); 8Santos et al. (2008);Santos (2007); 9Siqueira et al. (2010);Bernardes et al. (2007); Pedroso et al. (2007); Schmidt et al. (2007);Siqueira et al. (2007a);Siqueira et al. (2007b);Siqueira et al. (2005a);Siqueira et al. (2005b);Pedroso (2003); 10Pedroso et al. (2007);Pedroso (2003); 11Pedroso (2003); 12Ferreira et al. (2007);Molina et al. (2002); 13Lopes et al. (2010); 14Alves et al. (2010); Carnevalli et al. (2010); Franzói et al. (2010);Lopes et al. (2010);Oliveira et al. (2010);Ribeiro et al. (2010);Siqueira et al. (2010);Ferreira et al. (2007);Pedroso et al. (2007);Pontes (2007);Schmidt et al. (2007);Siqueira et al. (2007a);Siqueira et al. (2007b);Bravo-Martins et al. (2006);Pedroso et al. (2006);Queiroz (2006);Santos et al. (2006);Roth et al. (2005);Siqueira et al. (2005a);Siqueira et al. (2005b);Sousa et al. (2005);Pedroso (2003);Lima et al. (2002b);Molina et al. (2002);Andrade et al. (2001); Andrade et al. (1999b). 260 - 1st International Symposium of Dairy Cattle O sal comum e a zeólita parecem não apresentar efeitos positivos na ensilagem de cana-de-açúcar, até porque os fundamentos da utilização destes compostos são contraditórios. Desta forma, é pouco provável que surjam estudos provando que o uso dos mesmos seja viável. Aditivos Biológicos A cana-de-açúcar in natura picada, assim como as demais forragens naturais, contém naturalmente muitos tipos de bactérias, chamadas bactérias “epífitas”, sendo algumas prejudiciais e outras benéficas ao processo fermentativo. A adição de um inoculante microbiano no processo de ensilagem visa acionar um rápido crescimento de bactérias produtoras de ácido lático, a fim de dominar a fermentação, produzindo uma silagem de qualidade. As principais bactérias utilizadas em inoculantes para silagens incluem: Lactobacillus plantarum, L. acidophilus, L. buchneri, Pediococcus acidilactici, P. pentacaceus e Enterococcus faecium.Os inoculantes microbianos contêm geralmente uma ou mais dessas bactérias, que foram selecionadas por sua capacidade de dominar a fermentação. De forma geral, o uso de aditivos microbiológicos em silagens tem o objetivo de inibir o crescimento de microrganismos aeróbios (especialmente aqueles associados à instabilidade aeróbia, ex. leveduras e Listeria), inibir ocrescimento de organismos anaeróbios indesejáveis como enterobactérias e clostrídeos, inibir a atividade de proteases e deaminases da planta e de microrganismos, adicionar microrganismos benéficos para dominar a fermentação, formar produtos finais benéficos para estimular o consumo e a produção do animal e melhorar a recuperação de matéria seca da forragem conservada (Kung Jr. et al., 2003). A obtenção de sucesso no uso de aditivos microbiológicos em silagens depende da habilidade da bactéria inoculada de crescer rapidamente na massa de forragem ensilada, da presença de substrato adequado e da população de bactérias inoculadas em relação à população epífita da forragem. São necessárias aproximadamente 108 bactérias ácido láticas por grama de forragem para que o pH decline rapidamente. No entanto, essa concentração é muito superior à suprida pelos aditivos microbiológicos e, neste caso, o inoculante deve apresentar rápida taxa de crescimento na forragem recém armazenada (Muck, 1988). III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 261 Muitas vezes, no entanto, os inoculantes utilizados não propiciam a resposta esperada nas silagens (Zopollato et al., 2009). Algumas hipóteses para o insucesso da utilização de inoculantes em silagens são sugeridas por alguns autores (Muck & Kung Jr., 1997; Kung Jr. et al, 2003), e dentre elas destacam-se: a atividade competitiva de população epífita da planta originada a partir de cepas selvagens, o baixo teor de açúcares da forragem, os efeitos do antecedente histórico da cultura agrícola utilizada como fonte de forragem, excesso de oxigênio, extremos de atividade de água na massa ensilada, problemas na aplicação do produto. Em busca realizada na literatura nacional, foram encontrados resultados da utilização de seis diferentes tipos de cepas bacterianas na ensilagem de cana-de-açúcar, sendo elas: Lactobacillus plantarum (n = 15), L. buchneri (n = 22), L. paracasei (n = 1), L. brevis (n = 1), L. diolivorans (n = 1); Pediococcus (n = 3) e Propionibacterium adicipropionici (n = 2). Uma avaliação descritiva do efeito desses aditivos sobre a composição química da silagem de cana-de-açúcar é apresentada na Tabela 5. Outra avaliação, por meio de meta-análise, foi realizada para verificar o efeito de L. plantarum e L. buchneri sobre a composição química da silagem de cana-de-açúcar e é apresentada no próximo item desta revisão. Cabe ressaltar que os dados apresentados na Tabela 5 levam em consideração apenas o efeito do aditivo puro, sem associação com outros aditivos. É comum observar na literatura trabalhos que fazem uso da associação entre aditivos microbiológicos, químicos, ou ainda entre aditivos microbiológicos e químicos. Outro fato a ser ressaltado é que na compilação de dados apresentada na Tabela 5 não foi considerado o efeito da dose do aditivo microbiano utilizado. Embora diferenças consideráveis nas doses utilizadas possam ser observadas entre os trabalhos avaliados, autores que avaliaram o efeito de dose do inoculante para silagens de cana-deaçúcar não encontraram diferenças em nenhum dos parâmetros avaliados (Freitas et al., 2004; Oliveira, 2005; Freitas et al. 2006b). Taylor & Kung Jr. (2002), testando níveis de aplicação de L. buchneri em concentrações de 105 a 106 unidades formadoras de colônia (ufc)/gde forragem, constataram que níveis iguais ou superiores a 5 x 105ufc/g foram suficientes no controle do desenvolvimento de leveduras e no aumento da estabilidade aeróbia de silagens de grãos úmidos de milho, sendo este nível o normalmente recomendado por fabricantes de inoculantes para silagens de cana-de-açúcar. 262 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 5 - Efeito da utilização de alguns aditivos microbianos sobre a composição química e parâmetros fermentativos da silagem de cana-de-açúcar Item 1 n 3 2 Controle 4 15 L. plantarum ∆ (%) Controle 5 22 L. buchneri ∆ (%) Controle 6 1 L. paracasei ∆ (%) Controle 7 1 L. brevis ∆ (%) Controle 8 1 L. diolivorans ∆ (%) MS 25,6 24,3 -5% 25,6 27,3 7% 28,6 28,4 -1% 28,6 28,5 0% 23,0 21,6 -6% MO 94,4 93,7 -1% 95,0 95,0 0% 94,8 94,5 0% 94,8 94,7 0% 97,6 96,8 -1% PB 3,08 3,55 15% 3,09 3,44 11% 3,60 4,20 17% 3,60 4,00 11% 4,00 4,51 13% Composição química (%) FDN FDA LIG N-NH3 68,4 43,6 7,60 6,55 63,0 41,4 8,70 7,39 -8% -5% 14% 13% 67,2 43,9 7,40 6,00 64,0 41,0 8,24 8,48 -5% -7% 11% 41% 60,4 37,9 11,00 66,8 37,8 10,50 11% 0% -5% 60,4 37,9 11,00 60,0 33,1 7,30 -1% -13% -34% 73,7 45,6 70,6 44,9 -4% -2% - pH Etanol DIVMS 3,52 7,60 45,9 3,43 12,69 50,6 -3% 67% 10% 3,54 6,01 44,5 3,46 5,55 47,8 -2% -8% 7% 3,57 3,47 -3% 3,57 3,58 0% 3,56 7,91 3,42 6,83 -4% -14% - 1 Pediococcus e Propionibacterium adicipropionici não foram incluídos pois só foram encontrados estudos nos quais estes aditivos estavam associados a outros; 2 Número de estudos avaliados; 3 MS = matéria seca, MO = matéria orgânica, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente ácido, LIG = lignina, N-NH3 = nitrogênio amoniacal, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca; 4 Almeida Filho e Oliveira (2011); Schmidt et al. (2010); Siqueira et al. (2010); Valeriano et al. (2009); Pedroso et al. (2007); Schmidt et al. (2007); Siqueira et al. (2007a); Siqueira et al. (2007b); Freitas et al. (2006a); Freitas et al. (2006b); Siqueira et al. (2005a); Siqueira et al. (2005b); Freitas et al. (2004); Pedroso (2003); Molina et al. (2002); 5 Almeida Filho e Oliveira (2011); Carnevalli et al. (2010); Carvalho et al. (2010a); Carvalho et al. (2010b); Siqueira et al. (2010); Valeriano et al. (2009); Ávila et al. (2008); Mendes et al. (2008); Santos et al. (2008); Sousa et al. (2008); Pedroso et al. (2007); Schmidt et al. (2007); Siqueira et al. (2007a); Siqueira et al. (2007b); Freitas et al. (2006a); Queiroz (2006); Oliveira et al. (2005); Siqueira et al. (2005a); Siqueira et al. (2005b); Sousa et al. (2005); Pedroso (2003); Molina et al. (2002); 6 Valeriano et al. (2009); 7 Valeriano et al. (2009); 8 Queiroz (2006). Conforme pode ser observado na Tabela 5, L. buchneri e L. plantarum são os inoculantes mais utilizados para a produção de silagens de cana-de-açúcar. Lactobacillus buchneri são bactérias heterofermentativas, que utilizam ácido lático e glicose como substrato para produção de ácido acético e propiônico, os quais são efetivos no controle de fungos, sob baixo pH (Muck, 2008). Oude Elferink et al. (2001) demonstraram a III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 263 capacidade do L. buchneri de degradar, em condições anaeróbias, ácido lático em ácido acético e 1,2-propanodiol, em quantidades equimolares. Vale ressaltar que a redução do ácido lático representa diminuição de substrato potencialmente fermentável por leveduras. No caso da silagem da cana-de-açúcar, esse efeito apresenta grande interesse durante o processo fermentativo e na pós-abertura. Ranjit & Kung Jr. (2000) estudaram a inoculação de L. buchneri na ensilagem de milho e avaliaram as características fermentativas e a estabilidade aeróbia dessas silagens. A inoculação com L. buchneri reduziu a população de leveduras na abertura dos silos de 6,05 (controle) para 2,02 log ufc/g de silagem, como resultado da maior concentração de ácido acético 3,6 (inoculada) vs 1,82% nas silagens não-inoculadas. Em virtude da menor população de leveduras, o pH das silagens tratadas com L. buchneri sofreu menores elevações, reduzidas perdas de carboidratos solúveis e de ácido lático e maior tempo para elevação da temperatura. O 1,2-propanediol, também formado ao longo da rota de transformação do ácido lático em ácido acético (Oude Elferink et al., 2001), pode ser convertido, por outros microrganismos, à ácido propiônico, que apresenta efeito anti-fúngico documentado (Driehuis et al., 1999). Além disso, outras substâncias anti-microbianas como bacteriocinas também podem ser produzidas por L. buchneri (Yildirim, 2001). Zopolatto et al. (2009), sugeriram que o L. buchneri seja capaz de produzir bons resultados para silagens de cana-de-açúcar, embora os resultados ainda sejam inconclusivos. Lactobacillus plantarum são bactérias homofermentativas, que caracterizam-se pela taxa de fermentação mais rápida, menor proteólise, maior concentração de ácido lático, menores teores de ácidos acético e butírico, menor teor de etanol, e maior recuperação de energia e matéria seca (Muck, 2008). Os resultados com L. plantarum para ensilagem de cana-de-açúcar no Brasil ainda são inconsistentes, embora esse microorganismo seja o mais utilizado na ensilagem de gramíneas tropicais. Já foi documentado, também, que o L. plantarum possa aumentar a produção de etanol nas silagens de cana-de-açúcar (Zopolattoet al., 2009), o que é prejudicial às mesmas. O gênero Propionibacterium é caracterizado pela produção dos ácidos acético e propiônico durante a fermentação de carboidratos solúveis e ácido lático (McDonald et al., 1991). Filya et al. (2004) 264 - 1st International Symposium of Dairy Cattle estudaram a associação do Propionibacterium acidipropionici associado, ou não, ao L. plantarum na fermentação e na estabilidade aeróbia de silagens de trigo, de sorgo e de milho e observaram que o P. acidipropionici foi eficiente no controle do desenvolvimento de leveduras e fungos filamentosos nas fases de fermentação e de estabilidade aeróbia. A utilização de L. plantarum de forma isolada seria benéfica quanto ao período de fermentação (Kung et al., 2003), enquanto as bactérias do gênero Propionibacterium tiveram efeito pronunciado sobre a estabilidade aeróbia, em virtude do controle de levedurase fungos. Associação com outros alimentos A associação de alimentos secos à cana-de-açúcar para ensilagem tem por objetivo obter fermentação lática com pequena perda energética, em vez da fermentação alcoólica, mais frequentemente encontrada. Para obter isso, a adição de outros alimentos, geralmente farelos, visa gerar um composto com composição química inicial que favoreça um adequado processo fermentativo, além de melhorar o valor nutritivo da silagem. No banco de dados construído para a realização dessa revisão, foi encontrada a associação de vários alimentos à cana-de-açúcar para a ensilagem, sendo eles: milho desintegrado com palha e sabugo (rolão de milho ou MDPS), casca de café, casca de soja, polpa cítrica, farelo de trigo, farelo de soja, farelo de algodão, farelo de mandioca, milho grão moído, mandioca, resíduo de colheita de soja e planta inteira de soja. Uma avaliação da utilização destes alimentos na ensilagem de cana-de-açúcar é apresentada na Tabela 6. De forma geral, pode ser observado que a associação de outros alimentos na ensilagem de cana-de-açúcar proporciona elevação da matéria seca final da silagem, além de melhora no valor nutritivo (Tabela 6). O maior teor de matéria seca na silagem se deve a dois fatores: o aumento do teor de matéria seca do material a ser ensilado pela adição de alimentos secos e; a melhora do processo fermentativo, uma vez que a composição química do composto a ser fermentado é mais favorável à fermentação do que a cana-de-açúcar in natura. Os resultados mostrados na Tabela 6, apesar de em pequeno número, demonstram o potencial da utilização de alimentos secos na ensilagem de cana-de-açúcar. Por outro lado, há que se considerar também a maior necessidade de mão-de-obra para homogeneização do III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 265 material a ser ensilado, e o aumento dos custos de produção, uma vez que os alimentos farelados normalmente possuem maior custo do que a cana in natura. É importante ressaltar, também, que a ensilagem de um material de alta qualidade com a cana-de-açúcar proporcionará uma perda de qualidade e quantidade do material ensilado, podendo não ser vantajoso financeiramente, apesar na melhora geral da qualidade da silagem. Nesse sentido, a utilização de resíduo de colheita de soja, ou planta inteira de soja, podem ser alternativas interessantes, ficando, porém, seu uso restrito à disponibilidade dos mesmos. 266 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 6 - Efeito da associação de alguns alimentos sobre a composição química e parâmetros fermentativos da silagem de cana-de-açúcar Item 1,2 Controle 5 MDPS (4 - 12%) ∆ (%) Controle 6 Casca de café (4 – 12%) ∆ (%) Controle 7 Polpa cítrica (4 – 45%) ∆ (%) Controle 8 Farelo de trigo (4 – 12%) ∆ (%) Controle 9 Farelo de soja (4 – 14%) ∆ (%) Controle 10 Farelo de algodão (4 – 14%) ∆ (%) Controle 11 Farelo de mandioca (7 – 28%) ∆ (%) Controle 12 Resíduo de colheita de soja(10%) ∆ (%) Controle 13 Soja planta inteira (25 – 75%) ∆ (%) 1 n 4 3 4 1 2 1 2 1 1 3 4 MS 24,7 28,4 15% 27,2 29,9 10% 27,0 29,8 10% 27,0 30,7 14% 27,2 33,2 22% 27,1 33,8 25% 20,5 30,2 47% 21,7 29,2 35% 24,0 28,1 17% PB 3,81 3,88 2% 2,08 3,13 50% 2,41 2,56 6% 2,41 3,93 63% 2,81 5,82 107% 2,71 6,23 130% 3,67 11,03 201% 3,39 13,40 295% Composição química (%) FDN FDA LIG N-NH3 pH 63,6 46,3 7,20 8,09 3,74 56,6 40,8 7,20 5,89 3,50 -11% -12% 0% -27% -6% 58,1 54,0 3,27 3,39 62,9 53,9 3,73 3,63 8% 0% 14% 7% 59,2 55,4 3,13 3,40 53,8 43,2 2,22 3,61 -9% -22% -29% 6% 59,2 55,4 3,13 3,40 52,0 46,5 6,04 3,52 -12% -16% 93% 4% 58,1 54,1 3,19 3,40 47,5 41,2 4,47 3,73 -18% -24% 40% 10% 58,3 55,3 3,02 3,43 53,7 45,5 6,40 3,57 -8% -18% 112% 4% 3,90 3,50 2,30 3,50 -41% 0% 62,6 38,9 8,50 9,90 3,35 50,5 32,1 6,55 4,87 3,71 -19% -17% -23% -51% 11% 68,8 41,6 6,10 10,40 3,40 49,9 32,9 5,77 8,25 4,10 -27% -21% -5% -21% 21% Etanol 6,90 6,40 -7% 14,50 4,93 -66% - DIVMS 24,7 28,4 15% 57,6 70,6 23% 24,0 28,1 17% Casca de soja, milho grão moído e mandioca não foram incluídos por não haverem trabalhos com avaliação destes alimentos sem associação à outros aditivos, MDPS = milho desintegrado com palha e sabugo; 2O número entre parênteses corresponde à 3 quantidade do alimento em % da matéria seca total do material ensilado; Número de 4 estudos avaliados; MS = matéria seca, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente ácido, LIG = lignina, N-NH3 = nitrogênio amoniacal, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca; 5Bernardes et al. (2007);Santos et al. (2006);Evangelista et al. (2002a);Andrade et al. (1999a); 6 Evangelista et al. (2002a);Lima et al. (2002a); 7Evangelista et al. (2002a);Lima et al. (2002a);Silveira et al. (2002); 8Lima et al. (2002a); 9Evangelista et al. (2002b);Lima et 10 11 12 al. (2002b); Evangelista et al. (2002b); Oliveira et al. (2010); Freitas et al. 13 (2006a);Freitas et al. (2006b);Freitas et al. (2004); Alves et al. (2010);Bergamaschine et al. (2010a);Bergamaschine et al. (2010b);Franzói et al. (2010). III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 267 META-ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E PARÂMETROS FERMENTATIVOS DA SILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR EM FUNÇÃO DO USO OU NÃO DE ADITIVOS Frequentemente os pesquisadores querem resumir o conhecimento prévio a respeito de um determinado assunto na forma de um comentário. Nesses casos, a abordagem pode ser narrativa, onde o revisor usa a integração mental para combinar os resultados de uma coleção de estudos, sendo os resultados descritos qualitativamente (StPierre, 2001). Discussão desse tipo foi realizada no item anterior, onde foram avaliados de forma descritiva os mais diversos aditivos utilizados na ensilagem de cana-de-açúcar. Uma abordagem mais moderna consiste na utilização de técnicas estatísticas para combinar, em uma medida, o resumo dos resultados de estudos independentes voltados a uma única questão, o que chamamos de meta-análise. Uma meta-análise para verificar a influência do uso de aditivos sobre a composição química e parâmetros fermentativos de silagens de cana-de-açúcar foi realizada com base no banco de dados construído para esta revisão. Em função do número de observações, foram avaliados somente os seguintes aditivos: L. plantarum, L. buchneri, uréia, CaO e NaOH. Os aditivos microbiológicos foram avaliados de forma qualitativa (Tabela 7), sendo avaliado apenas o efeito da utilização ou não do aditivo, não sendo considerado o efeito da dose de aditivo utilizada. Já os efeitos dos aditivos químicos foram avaliados de forma quantitativa (Tabela 8), sendo quantificado o efeito da dose do aditivo sobre os parâmetros avaliados. Foram consideradas apenas as médias de tratamentos onde o aditivo foi avaliado de forma independente, sem associação com outros aditivos. Para que o trabalho pudesse entrar na meta-análise, foi necessário que tivesse também um tratamento controle, de forma que o efeito do aditivo pudesse ser estimado em cada um dos trabalhos avaliados. Foi utilizado nesta meta-análise um modelo misto, sendo o aditivo considerado como efeito fixo e o estudo como efeito aleatório. As análises foram realizadas pelo procedimento MIXED do SAS, tendo como base o trabalho de St-Pierre (2001). O método de estimação dos componentes de variâncias utilizado foi o REML (método da máxima 268 - 1st International Symposium of Dairy Cattle verossimilhança restrita). Foram testadas como matrizes de variâncias e covariâncias para os efeitos aleatórios os seguintes tipos de matrizes: simétrica composta (variância homogênea e covariância nula), simétrica composta heterogênea (variância heterogênea e covariância nula), não estruturada (variância e covariância heterogêneas) e autoregressiva (variância e covariância homogêneas). Foi adotada, para cada variável analisada, a matriz que apresentou o menor valor para o Critério de Informação Akaike (AIC) (Akaike, 1974). As comparações entre o efeito do aditivo e o tratamento controle foram feitas por meio da análise de variância, sendo adotado nível crítico de probabilidade de 5% para o erro tipo I em todos os testes realizados. Valor P de entre 0,05 e 0,10 foram considerados como tendências. Tabela 7 - Meta-análise do efeito de Lactobacillus plantarum e Lactobacillus buchneri sobre a composição química e parâmetros fermentativos de silagens de cana-de-açúcar Variável1 MS (%) MO (%) PB (%) FDN (%) FDA (%) LIG (%) CNF (%) N-NH3 (%) DIVMS (%) pH Etanol (%) Gases (%) Efluentes (%) Lactobacillus plantarum(n = 14) Controle Aditivo Valor P 26,0 25,4 0,397 94,1 93,6 0,414 2,95 3,35 0,054 68,3 62,4 0,084 43,4 43,7 0,688 7,68 8,35 0,104 6,69 6,30 0,694 44,7 44,9 0,925 3,51 3,49 0,752 7,61 10,3 0,043 17,3 18,9 0,459 69,7 52,9 0,687 Lactobacillus buchneri(n = 20) Controle Aditivo Valor P 26,2 27,7 0,005 94,6 94,4 0,784 3,09 3,53 0,371 66,2 63,7 0,177 44,2 42,8 0,091 7,67 7,94 0,346 15,0 25,2 0,012 6,00 14,32 0,401 43,4 49,4 0,032 3,58 3,60 0,838 5,90 5,79 0,920 21,4 19,3 0,076 53,4 46,6 0,438 1 MS = matéria seca, MO = matéria orgânica, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente ácido, LIG = lignina, CNF = carboidratos não fibrosos, N-NH3 = nitrogênio amoniacal, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca. Verifica-se que o Lactobacillus plantarum não apresenta efeito satisfatório sobre a silagem de cana-de-açúcar (Tabela 7). O aditivo não foi capaz de melhorar os parâmetros de composição química e III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 269 fermentação das silagens. Foram observadas apenas tendências para o aumento do teor de proteína e redução do teor de FDN. O Lactobacillus buchneri apresentou efeito positivo (P < 0,005) sobre o teor de matéria seca da silagem de cana. Foi observado também aumento do teor de CNF e da digestibilidade in vitro, quando as silagens foram inoculadas com L. buchneri. Foi observada também uma tendência de redução dos teores de FDA (0,091) e da produção de gases (0,076). Não foram observados efeitos de nenhum dos aditivos microbianos sobre os teores de matéria orgânica, lignina, nitrogênio amoniacal, pH e produção de efluentes em silagens de cana-de-açúcar. Quanto aos teores de etanol, cabe ressaltar que o L. plantarum teve um efeito prejudicial, aumentando significativamente a produção de etanol (P < 0,043), sendo efeito semelhante observado em revisão realizada por Zopolatto et al. (2009). Já o uso de L. buchneri não modificou os teores de etanol das silagens, corroborando com os resultados verificados por Zopolatto et al. (2009). A possível redução na produção de etanol por leveduras pode ter sido mascarada em parte pelo estímulo à produção de etanol causado pelo próprio L. buchneri (Kleinschmit & Kung, 2006; Oude Elferink et al., 2001), embora em quantidade muito reduzida. Esse mesmo padrão de resposta já havia sido também descrito para silagens de milho (Kleinschmit & Kung, 2006) em situação análoga. Outra explicação se refere à dificuldade metodológica para a recuperação precisa do etanol sintetizado na massa ensilada. Em revisão, Jobim et al. (2007) relataram que o teor de etanol descrito em silagens poderia representar pequena fração do etanol efetivamente produzido, induzindo à distorções na interpretação da eficiência de estratégias de controle de etanol em silagens. Com base nesses resultados, sugere-se que a utilização do L. plantarum na ensilagem de cana-de-açúcar não apresenta resultados positivos do ponto de vista de composição química e parâmetros fermentativos. Há que se ressaltar, porém, que algumas variáveis avaliadas nos trabalhos da literatura, principalmente relacionadas a parâmetros fermentativos, não foram incluídas nessa avaliação, pois não foi encontrado número de observações suficientes. A estabilidade aeróbica das silagens também não foi avaliada. A utilização do L. buchneri na ensilagem de cana-de-açúcar pode ser recomendada, pois o mesmo apresentou resultados que 270 - 1st International Symposium of Dairy Cattle mostram efeitos positivos como aumento do teor de carboidratos não fibrosos e da digestibilidade in vitro da matéria seca. Tabela 8 - Meta-análise do efeito da uréia, CaO e NaOH sobre a composição química e parâmetros fermentativos de silagens de cana-de-açúcar 1 Variável MS (%) MO (%) PB (%) FDN (%) FDA (%) LIG (%) CNF (%) N-NH3 (%) DIVMS (%) pH Etanol (%) Gases (%) Efluentes (%) Uréia (n = 23) Valor P β0 β1 (nível) 25,2 1,17 <0,001 95,2 0,767 3,18 8,11 <0,001 69,4 -3,65 <0,001 44,7 0,112 8,58 0,569 16,9 -4,84 0,036 3,80 15,28 0,010 42,4 2,28 0,061 3,58 0,56 <0,001 8,21 0,537 16,8 0,230 24,3 95,6 3,77 64,2 40,5 7,36 30,0 55,0 3,50 5,83 21,1 66,0 44,8 - 0,606 β0 CaO (n = 14) Valor P β1 (nível) 3,70 <0,001 -4,68 <0,001 -0,71 <0,001 -8,94 <0,001 -5,15 <0,001 -1,44 0,007 0,327 13,39 <0,001 0,73 <0,001 -4,45 <0,001 -10,58 0,001 - 0,517 β0 25,2 92,7 2,84 64,2 43,6 9,20 17,5 4,81 45,7 3,75 8,30 14,2 59,9 NaOH (n = 11) Valor P β1 (nível) 1,20 0,007 0,069 0,242 -6,19 <0,001 -2,80 <0,001 -0,77 0,007 12,63 <0,001 0,409 16,80 <0,001 0,34 0,001 0,188 -2,65 0,006 - 0,655 1 MS = matéria seca, MO = matéria orgânica, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente ácido, LIG = lignina, CNF = carboidratos não fibrosos, NNH3 = nitrogênio amoniacal, DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca. Os resultados da meta-análise do uso de aditivos químicos (uréia, cal e hidróxido de sódio) na ensilagem de cana-de-açúcar mostram resultados positivos sobre diversos parâmetros de composição química e de fermentação (Tabela 8). A avaliação destes aditivos foi realizada de forma diferente dos aditivos microbianos apresentados na Tabela 7. Na Tabela 8, podem ser observados os valores de β0 e β1, que correspondem, respectivamente, ao intercepto e ao coeficiente de inclinação da equação de regressão gerada. O parâmetro β0 corresponde à estimativa da variável quando o nível zero de aditivo foi utilizado, ou seja, o tratamento controle. Quando o valor P para o nível de aditivo não foi significativo (P > 0,05), o valor de β0 corresponde à média geral da variável, com ou sem a utilização do aditivo. O parâmetro β1 corresponde ao valor do efeito do aditivo para cada unidade de aditivo utilizada na ensilagem. Como exemplo, III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 271 podemos tomar o teor de proteína bruta quando uréia é adicionada na ensilagem. Quando não é adicionada uréia à ensilagem, a estimativa do teor de proteína bruta é de 3,18%. Para cada 1% de uréia que for adicionada à ensilagem, em relação à matéria seca, o nível de proteína bruta será aumentado em 8,11%. Ou seja, a estimativa do teor de proteína bruta na silagem de cana-de-açúcar, quando 1% de uréia for adicionado à ensilagem, é de 11,29% (3,18 + 8,11). A equação de regressão para este caso seria: %PB na silagem = 3,18 + 8,11 × % de uréia na silagem. Pode ser um efeito positivo da uréia, cal e hidróxido de sódio sobre o teor de matéria seca da silagem de cana (Tabela 8), com destaque para a cal, havendo elevação de 3,7% no teor de matéria seca para cada 1% de CaO que é adicionado à silagem. O teor de proteína bruta das silagens foi aumentado significativamente quando a uréia foi adicionada às mesmas, mostrando que a uréia pode ser uma opção econômica de elevação dos níveis de PB das dietas. Nesses casos, atenção especial deve ser tomada quanto aos níveis de PDR e PNDR, especialmente em vacas lactantes de alta produção, que requerem adequado balanceamento dessas frações proteicas para suportarem boas produções de leite. É sugerido que a adição de uréia possa aumentar também o teor de proteína verdadeira na silagem, por reduzir a proteólise da planta (Buchanan-Smith, 1982). Contudo, percebe-se um aumento considerável nos teores de N-NH3 quando a uréia é adicionada à cana-de-açúcar no processo de ensilagem, o que mostra que apesar de um aumento nos teores de proteína bruta do material, a maior parte dessa proteína pode estar nessa forma. O uso da cal reduziu o teor proteico das silagens de cana-deaçúcar, possivelmente por aumentar a hidrólise da fibra e liberar parte da proteína aderida a esta para ser fermentada ou perdida sob outras formas. Esse mesmo resultado não foi verificado para o NaOH, que têm forma de atuação semelhante à cal. Os três aditivos químicos avaliados foram eficientes em reduzir os teores de carboidratos fibrosos das silagens, com destaque para o CaO e o NaOH, que hidrolisam essas frações e provocaram redução dos teores de FDN, FDA e lignina. Resultados contraditórios, porém, foram observados nos teores de CNF, havendo inclusive redução destes com o uso da uréia (P < 0,036). Neste caso, a redução dos valores de CNF nas silagens acrescidas de uréia parece ser função do 272 - 1st International Symposium of Dairy Cattle elevado teor de proteína não verdadeira nessas silagens. Os valores de proteína oriundos da uréia, nesse caso, precisariam ser descontados quando é realizada a estimativa de CNF (Detmann e Valadares Filho, 2010). Porém, nesse caso, não é possível realizar essa correção, de forma que os valores de CNF gerados devem ser considerados então irreais. Houve aumento considerável da digestibilidade in vitro da matéria seca com o uso de CaO e NaOH, e tendência de aumento (P < 0,061) quando a uréia foi adicionada à ensilagem da cana-de-açúcar. Sugere-se que estes resultados tenham ocorrido em função da capacidade do CaO e NaOH em reduzir o teor de fibra das silagens, conforme aqui demonstrado. O pH final das silagens foi aumentado com a utilização dos três aditivos químicos testados. A cal foi eficiente em reduzir a produção de etanol, sendo que a cal e o hidróxido de sódio reduziram também a produção de gases na ensilagem de cana-de-açúcar. A produção de efluentes não foi afetada por nenhum dos aditivos testados. Pode-se sugerir que o CaO e o NaOH sejam aditivos eficientes para melhorar a composição química na ensilagem de cana-de-açúcar e a uréia é uma importante opção para elevar o teor proteico dessas silagens. O uso desses três aditivos químicos deve ser recomendado, sendo, porém, necessários mais estudos para que mais dados possam ser compilados a fim de avaliar os níveis adequados de utilização, por meio da realização de testes estatísticos mais detalhados. Também é importante que testes sejam realizados com animais em produção, uma vez que nem sempre os resultados bioquímicos são aplicáveis na prática, devido às diversas interações entre alimento e animal. ALGUNS RESULTADOS DE PRODUÇÃO DE LEITE POR VACAS ALIMENTADAS COM SILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR São poucos os trabalhos que avaliaram o desempenho de vacas leiteiras alimentadas com silagem de cana-de-açúcar. Ao passo que, para avaliar os efeitos de aditivos sobre a composição química e parâmetros fermentativos de silagens de cana-de-açúcar foram encontrados 59 trabalhos somente na literatura nacional. Para a avaliação do desempenho de vacas leiteiras alimentadas com silagem de cana-de-açúcar foram encontrados apenas 7 trabalhos, sendo cinco no Brasil (Santos et al., 2011; Pedroso et al., 2010; Neves Neto, 2009; III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 273 Queiroz et al., 2008; Valvasori et al., 1998) e dois estrangeiros (Suksombat & Junpanichcharoen, 2005; Harris Jr et al., 1983). As médias de tratamentos envolvendo silagem de cana-deaçúcar nos trabalhos citados são apresentadas na Tabela 9. São observadas produções de leite variando de 9,9 a 25,3 kg/dia, com média de 17,4 kg/dia. Santos et al. (2011), Pedroso et al. (2010), Valvasori et al. (1998) e Harris Jr et al. (1983) observaram redução na produção de leite quando a silagem de cana-de-açúcar foi comparada com outros volumosos. Outros autores não observaram diferenças na produção de leite quando a silagem de cana-de-açúcar foi comparada com silagem de gramínea e cana in natura (Suksombat & Junpanichcharoen, 2005) e silagem de milho e cana in natura (Queiroz et al., 2008). Curiosamente, observa-se nos trabalhos nacionais, que a produção de leite diferiu entre a silagem de cana-de-açúcar e outros volumosos de forma mais pronunciada no trabalho com menor produção de leite (Santos et al., 2011), sendo igual à silagem de milho e cana in natura no trabalho onde as vacas apresentavam maior produção de leite (Queiroz et al., 2008). 274 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 9 - Desempenho de vacas leiteiras recebendo dietas com silagem de canade-açúcar como volumoso: compilação de dados da literatura Autor Santos et al. (2011) Pedroso et al. (2010) Pedroso et al. (2010) Neves Neto (2009) Neves Neto (2009) Neves Neto (2009) Neves Neto (2009) Queiroz et al. (2008) Valvasoriet al. (1998) Valvasoriet al. (1998) Suksombat e Junpanichcharoen (2005) Harris Jr et al. (1983) Harris Jr et al. (1983) Harris Jr et al. (1983) 1 66,6:33,4 66,6 Produção de leite (kg/dia) - 7,54 - 4,14 3,06 4,58 - -1,07 HOL SP, Brasil 63:37 63 17,44 16,92 18,62 - 3,34 3,25 4,47 0,91 - HOL SP, Brasil 63:37 63 17,67 17,38 18,34 - 3,38 3,25 4,44 0,95 - HOL x JER HOL x JER HOL x JER HOL x JER SP, Brasil SP, Brasil SP, Brasil SP, Brasil 55:45 55:45 55:45 55:45 55 55 55 55 16,36 15,99 15,98 15,81 - 16,06 15,63 16,27 16,33 3,30 3,17 3,34 3,31 4,03 4,06 3,98 4,04 3,32 3,32 3,35 3,31 4,27 4,39 4,32 4,39 1,09 1,10 1,05 1,04 -0,32 0,09 -0,28 0,10 HOL SP, Brasil 40:60 40 24,40 22,10 23,50 - 3,38 3,17 4,26 0,95 - HOL HOL SP, Brasil SP, Brasil 59,6:40,4 61,2:38,7 59,6 30,6 11,78 12,34 - 14,05 13,86 2,80 2,97 3,58 3,81 - - 0,84 0,89 0,13 0,11 SC HOL Tailândia 45:55 45 12,33 10,98 13,04 3,02 3,69 2,55 4,47 0,95 -0,01 SC SC SC + Aspergillusory zae HOL HOL EUA EUA 25:75 22,5:77,5 25 22,5 23,20 24,70 - 17,20 23,60 3,67 3,05 3,61 3,01 - - 1,35 1,05 0,31 0,73 HOL EUA 22,5:77,5 22,5 25,30 - 23,90 3,72 3,71 - - 1,06 0,39 Volumoso1 SC + 1% CaO SC + uréia + benzoato SC + L. buchneri SC SC SC SC SC + L. buchneri SC SC + SSG Raça2 Local HOL x GIR MG, Brasil V:C3 %SC4 Produção de leite corrigida (4% gord.) 9,96 CMS Gordura Proteína Lactose EA6 GMD7(kg/di CMS5 (kg/dia) (% PV) (%) (%) (%) (kg/kg) a SC = silagem de cana-de-açúcar, SSG = silagem de sorgo granífero; HOL = holandesa, JER = Jersey; 3 V:C = relação volumoso:concentrado; 4 %SC = porcentagem de silagem de cana-de-açúcar em relação à dieta total; 5 CMS = consumo de matéria seca; 6 EA = eficiência alimentar (kg de leite/kg de MS consumida); 7 GMD = ganho médio diário; 2 III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 275 Quando avaliado o consumo de matéria seca, os resultados também são contraditórios, havendo inclusive aumento do consumo quando vacas holandesas foram alimentadas com silagem de cana-deaçúcar em substituição à silagem de milho (Queiroz et al., 2008). Em função disso, uma análise detalhada dos experimentos, onde a silagem de cana-de-açúcar foi comparada com outras fontes volumosas, é feita a seguir. Experimento 1 – Santos et al. (2011) O trabalho foi desenvolvido utilizando-se 12 vacas cruzadas F1 Holandês × Gir, em quadrado latino 4 × 4, onde foram avaliados quatro fontes de volumoso: silagem de cana-de-açúcar tratada com CaO (1%), silagem de sorgo, silagem de milho e cana-de-açúcar in natura. O concentrado utilizado foi formulado a base de milho moído, farelo de soja e mistura mineral e foi fornecido em função da produção de leite de cada vaca, constituindo uma relação volumoso:concentrado de aproximadamente 66,6:33,4. O consumo de matéria seca total e de volumoso, bem como o consumo de frações nutricionais, foi inferior nas dietas com silagem de cana-de-açúcar em relação às demais. As digestibilidades da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro e o teor de NDT também foram piores para o tratamento envolvendo silagem de cana-de-açúcar. Apesar de não ser analisado estatisticamente, o GMD também foi pior nas vacas alimentadas com silagem de cana-de-açúcar. Os principais resultados encontrados por Santos et al. (2011) são mostrados na Tabela 10. Os autores concluíram que o uso da silagem de cana-de-açúcar como alimento volumoso para vacas em lactação resulta em baixo consumo, baixa digestibilidade, baixa eficiência de uso do nitrogênio e alta mobilização de reservas corporais por vacas F1 Holandês × Gir, mas suporta uma produção de leite similar à cana-de-açúcar in natura. 276 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 10 - Desempenho de vacas leiteiras alimentadas com diferentes fontes de volumoso (Santos et al., 2011) 1 Variável PL (4% gordura) GMD (kg/dia) CMS (kg/dia) CMS volumoso (kg/dia) 1 2 Silagem de cana-de-açúcar 9,96b -1,07 7,54d 5,02d Volumoso2 Silagem Silagem de sorgo de milho 12,54a 13,76a 0,444 0,126 12,73b 14,58a 10,03b 11,55a Cana-de-açúcar in natura 11,13b -0,515 10,38c 7,71c PL = produção de leite, GMD = ganho médio diário, CMS = consumo de matéria seca; Médias com letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente. Experimento 2 – Pedroso et al. (2010) Os autores realizaram o trabalho com o objetivo de avaliar o desempenho de vacas leiteiras alimentadas com silagens de cana-deaçúcar tratadas com aditivos em comparação ao de vacas alimentadas com a forragem fresca. A silagem de cana-de-açúcar foi aditivada com uréia (5 g/kgMV) + benzoato de sódio (0,5 g/kgMV) ou Lactobacillus buchneri (5 × 104ufc/gMV). Vinte e quatro vacas holandesas foram utilizadas num delineameto em quadrado latino, utilizando-se uma relação volumoso concentrado de 63:37. As vacas alimentadas com silagens de cana-de-açúcar tiveram menor consumo de matéria seca e menor produção de leite do que as alimentadas com cana in natura. Porém, as vacas alimentadas com silagem de cana aditivada com L. buchneri tiveram maior porcentagem de gordura no leite, e por isso a produção de leite corrigida para 3,5% de gordura não diferiu entre este tratamento e a cana in natura. Os autores sugeriram que o maior teor de gordura na dieta com silagem inoculada com L. buchneri ocorreu provavelmente devido ao maior conteúdo de ácido acético nessa silagem, uma vez que o mesmo é um dos precursores da gordura no leite e sabe-se que altas concentrações do mesmo podem elevar os teores de gordura no leite (McCulloughet al., 1969). A eficiência alimentar (kg de leite/kg de CMS) foi maior nas vacas alimentadas com a ração produzida com silagem inoculada (0,95), intermediária para as vacas que receberam silagem tratada com a combinação de aditivos químicos (0,91) e mais baixa para as vacas alimentadas com a cana-de-açúcar fresca (0,83). III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 277 Os autores concluíram que vacas holandesas recebendo silagem de cana-de-açúcar ensilada com aditivos podem apresentar menor consumo de matéria seca e produção de leite em comparação com vacas alimentadas com a forragem fresca, embora a eficiência alimentar possa ser melhorada; o teor de gordura no leite de vacas alimentadas com silagem de cana inoculada com L. buchneri pode ser aumentado, compensando pequenas reduções na produção de leite, permitindo a produção de gordura corrigida para 3,5% de gordura semelhante à dieta com cana in natura. Experimento 3 – Queiroz et al. (2008) Os autores deste trabalho procuraram avaliar o desempenho de animais de alta produção, alimentados com rações com diferentes fontes de volumosos. Foram avaliados os seguintes tratamentos: canade-açúcar in natura; silagem de cana-de-açúcar inoculada com L. buchneri; silagem de milho; e mistura de cana-de-açúcar in natura e silagem de milho. Quarenta e oito vacas holandesas foram utilizadas, num delineamento em quadrado latino 4 × 4, recebendo dietas com 40% de volumoso nos tratamentos com cana de açúcar in natura e silagem de cana-de-açúcar, 50% de volumoso no tratamento com silagem de milho e 45% de volumoso no tratamento misto. Diferentemente de Santos et al. (2011), estes autores não observaram diferenças na produção de leite entre as fontes volumosas avaliadas (Tabela 11). O consumo de matéria seca foi maior para a silagem de cana-de-açúcar em relação às demais fontes volumosas. Porém, a eficiência alimentar foi menor para a silagem de cana em relação à silagem de milho. Os autores concluíram que rações contendo silagem de canade-açúcar ou a planta in natura atendem às exigências nutricionais de animais leiteiros de alta produção. Cabe ressaltar, entretanto, que neste trabalho não foi apresentada a variação de peso entre os animais, de forma que a mobilização de reservas energéticas não pôde ser verificada. É fundamental notar, também, que a quantidade de ração concentrada consumida pelas vacas que receberam silagem de canade-açúcar neste experimento foi significativamente maior do que no experimento de Santos et al. (2011) (11,75 vs 2,52 kg/dia), o que pode explicar as diferenças observadas entre os dois trabalhos. 278 - 1st International Symposium of Dairy Cattle Tabela 11 - Silagem de cana-de-açúcar comparada a fontes tradicionais de volumosos suplementares no desempenho de vacas de alta produção (Queiroz et al., 2008) Variável1 PL (kg/dia) PL (4% gordura) CMS (kg/dia) EA (kg/kg) Gordura (%) Silagem de cana-de-açúcar 24,4 22,1 23,5 a 0,95 b 3,38 b Volumoso2 Cana-deSilagem açúcar in de milho natura 24,6 25,5 22,1 24,0 22,3 b 21,3 c 0,99 b 1,13 a 3,34 b 3,61 a Cana-de-açúcar in natura + Silagem de milho 25,2 23,0 23,5 0,99 b 3,48 ab 1 PL = produção de leite, CMS = consumo de matéria seca, EA = eficiência alimentar (kg de leite/kg de MS); 2 Médias com letras diferentes na mesma linha são diferentes estatisticamente. Experimento 4 – Valvasori et al. (1998) Estes autores não observaram diferenças no consumo de matéria seca de vacas holandesas e schwyz quando a silagem de sorgo granífero foi substituída por silagem de cana-de-açúcar. A produção de leite foi menor para vacas recebendo silagem de cana-de-açúcar em relação às vacas recebendo silagem de sorgo (11,8 vs 12,9), porém, quando corrigida para 3,5% de gordura, não foram observadas diferenças. Também não foram observadas diferenças no ganho de peso entre os tratamentos avaliados. Experimento 5 – Suksombat & Junpanichcharoen (2005) Em estudo realizado na Tailândia, Suksombat e Junpanichcharoen (2005) avaliaram o efeito da silagem de cana-deaçúcar na alimentação de vacas leiteiras em comparação com a cana in natura e silagem de capim. Os problemas enfrentados na Tailândia com a estação seca são semelhantes aos que ocorrem no Brasil, de forma que a silagem de cana-de-açúcar é sugerida pelos autores como uma boa opção para alimentar vacas lactantes durante a seca naquele país, sem aumentar muito os custos de produção. O estudo foi realizado utilizando-se vacas mestiças Holandês × Friesian (> 87,5% Holandês), com produção média de 15,4 kg/dia, que foram alimentadas com 7,5 kg/dia de ração concentrada e volumoso à vontade. III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 279 As dietas avaliadas apresentaram valores de consumo de matéria seca e produção de leite semelhantes, porém, as vacas alimentadas com silagem de capim perderam mais peso do que as alimentadas com cana in natura e silagem de cana. Os autores concluíram que a silagem de cana-de-açúcar pode substituir sem problemas a cana in natura ou a silagem de capim para vacas leiteiras com produção média de 15 kg/dia. Experimento 6 – Harris Jr et al. (1983) Em estudo realizado nos Estados Unidos, Harris Jr et al. conduziram cinco experimentos para avaliar silagens comparadas a subprodutos volumosos acrescidos de bicarbonato de sódio, sendo dois desses estudos envolvendo silagem de cana-de-açúcar. Os estudos com silagem de cana-de-açúcar foram desenvolvidos utilizando-se 25 e 22,5% de volumoso, respectivamente. A silagem de cana-de-açúcar suportou boas produções de leite (Tabela 9), sendo estas inferiores à silagem de milho em um dos estudos, e iguais em outro. Em comparação ao bagaço de cana acrescido de bicarbonato de sódio, a silagem de cana proporcionou igual desempenho. Estes autores citam ainda trabalhos com gado de corte desenvolvidos em regiões tropicais (Gonzalez e MacLeod, 1976; Greek e Squire, 1976), nos quais o consumo foi reduzido quando silagem de cana-de-açúcar foi adicionada à dieta dos animais em substituição à silagem de milho, provavelmente pelo alto teor de álcool, que inibiu o consumo. Neste trabalho, porém, esse problema não foi observado, levando os autores à conclusão de que em dietas com alto teor de concentrado a silagem de cana-de-açúcar pode suportar boas produções de leite (± 24 kg/dia), sendo estas similares a outras fontes volumosas tradicionais, como por exemplo a silagem de milho. A EXPERIÊNCIA DA UFV (Silagem de cana-de-açúcar para vacas em lactação) Com objetivo de avaliar a utilização da silagem de cana-deaçúcar ou fontes tradicionais de volumosos (silagem de milho ou canade-açúcar in natura) para vacas em diferentes períodos de lactação, foi desenvolvido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa um projeto de pesquisa utilizando vacas holandesas de diferentes níveis de produção de leite. 280 - 1st International Symposium of Dairy Cattle O projeto faz parte de uma dissertação de mestrado e está ainda em fase de processamento, necessitando serem ainda realizadas algumas análises laboratoriais e estatísticas. Porém, resultados preliminares de produção e composição do leite e consumo de matéria seca são aqui apresentados e discutidos. Materiais e métodos Foram utilizadas 35 vacas da raça holandesa, em delineamento de blocos casualizados com cinco períodos de 21 dias cada. A produção de leite foi adotada como fator de controle local, de forma que as vacas foram segregadas em cinco níveis de produção, que constituíram os blocos. Foram utilizados 7 tratamentos, havendo cinco repetições por tratamento, sendo as medidas de produção e consumo sendo realizadas em cada período gerando medidas repetidas no tempo. Os 7 tratamentos utilizados foram: Trat. 1 2 3 4 5 6 Volumoso Silagem de milho Cana in natura Silagem de cana Silagem de cana Silagem de cana Silagem de cana 7 Silagem de cana Aditivo CaO (0,5% da matéria natural) Lactobacillus buchneri (2,5 × 1010 UFC/g) 10 Lactobacillus plantarum (2,5 × 10 UFC/g) 10 Pediococcus pentosaceus (2,5 × 10 UFC/g) + 9 Propionibacterium acidipropionici (5× 10 UFC/g) V:C 60:40 40:60 40:60 40:60 40:60 40:60 40:60 Diferentes proporções de volumoso:concentrado foram sugeridas para silagem de milho e os volumoso provenientes da canade-açúcar com base no proposto de Costa et al. (2005), onde a produção de leite vacas não diferiu quando foi utilizada uma relação 60:40 para silagem de milho e 40:60 para cana-de-açúcar in natura. Os inoculantes microbianos descritos na tabela acima foram adicionados à cana-de-açúcar durante o processo de ensilagem, sendo previamente preparados de acordo com a recomendação do fabricante. A cal virgem (CaO) foi adicionada na proporção de 0,5% da matéria natural, também durante a ensilagem do material. As dietas foram formuladas para serem isonitrogenadas e isoenergéticas, de forma a atender as exigências nutricionais de uma III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 281 vaca com 680 kg de peso corporal, com produção de acordo com cada bloco, descrito mais a frente neste trabalho (Tabela 14), com teor de gordura de 3,5% (NRC, 2001). Para formulação dos concentrados (Tabela 12) foi considerado um teor de proteína de 3,43% para as silagens de cana-de-açúcar (Valadares Filho, et al., 2008). Com exceção da proteína bruta, a composição das silagens de cana-deaçúcar foi considerada igual à cana-de-açúcar in natura. A proporção de cálcio foi ajustada com a adição de 0,5% de CaO. O restante das composições dos alimentos foi obtido de Valadares Filho et al. (2010). Foi adicionada uréia/SA nas rações concentradas em quantidade suficiente para ajustar para o mesmo nível de proteína bruta da canade-açúcar in natura com 1% de uréia/SA. Sulfato de amônio suplementar foi adicionado para ajustar os requisitos de enxofre dos animais. Tabela 12 - Proporção dos tratamentos (%) Ingredientes Farelo de Soja Fubá de Milho Uréia Sulfato de Amônio Sal Calcário Fosfato bicálcio Óxido de magnésio Bicarbonato de sódio Mistura mineral ingredientes Silagem de Milho Cana-deaçúcar in natura Silagem de cana-deaçúcar 60,02 26,67 0,06 1,66 1,29 2,01 1,95 0,57 1,43 4,34 36,55 51,03 1,83 1,34 0,98 1,52 1,85 0,27 0,67 3,80 36,49 51,27 1,65 1,34 0,98 1,53 1,85 0,27 0,67 3,80 nos concentrados Silagem de canade-açúcar (+ aditivos microbianos) 36,49 51,27 1,65 1,34 0,98 1,53 1,85 0,27 0,67 3,80 dos Silagem de cana-deaçúcar (+ 0,5% CaO) 36,70 51,55 1,66 1,34 0,98 0,98 1,86 0,27 0,67 3,82 Os animais foram manejados em baias individuais, tipo tie stall, onde receberam alimentação à vontade duas vezes ao dia. As pesagens e amostragens dos alimentos fornecidos e sobras foram realizadas diariamente. As vacas foram ordenhadas mecanicamente duas vezes ao dia, sendo realizado o registro da produção de leite do 15º ao 21º dia de cada período. As variáveis avaliadas foram analisadas utilizando-se o procedimento MIXED do programa SAS, segundo delineamento de blocos casualizados, e medidas repetidas no tempo. Foi considerado o 282 - 1st International Symposium of Dairy Cattle nível crítico de probabilidade de 5%, com as médias sendo comparadas pelo teste de Tukey-Kramer. Resultados e discussão Não foram observadas diferenças na produção do leite entre as fontes de volumoso avaliadas (Tabela 13), mesmo quando a produção de leite foi corrigida para 4% de gordura, corroborando com os resultados obtidos por Queiroz et al. (2008). Embora diferenças numéricas mostrem vantagem da cana in natura em relação às outras fontes de volumoso, essa diferença não foi estatisticamente diferente, muito provavelmente em função da variabilidade dos dados. Tabela 13 - Produção de leite e consumo de matéria seca de vacas alimentadas com silagens de cana-de-açúcar ou fontes tradicionais de volumosos Variável1 Tratamentos2 SC SC+CaO SC+Lb SC+Lp SC+Pp+Pa 19,4 19,7 18,8 19,5 19,4 21,4 21,1 20,2 18,7 20,8 4,50a 4,16ab 3,99abc 3,29d 3,92bc 3,30abc 3,14bc 3,28ab 3,00c 3,32a 4,08 4,18 4,03 4,19 4,18 SM 18,5 20,0 4,02abc 3,16abc 4,16 CA 22,4 23,0 3,69cd 3,19ab 4,11 Sólidos totais (%) 12,5b 12,1bc 13,1a 12,6ab 12,5ab 11,6c 12,6ab CCS (×1000) Acidez CMS (kg/dia) EA (kg de leite/kg de MS) GMD (kg/dia) 227 0,158 16,7 1,12 0,64 292 0,159 19,3 1,15 0,81 373 0,159 18,1 1,05 0,55 469 0,153 17,2 1,11 0,56 412 0,159 17,1 1,09 0,23 341 0,159 17,4 1,12 0,37 488 0,158 20,2 0,97 0,77 PL (kg/dia) PLC (kg/dia) Gordura (%) Proteína (%) Lactose (%) 1 Valor P 0,768 0,620 0,007 0,008 0,906 <0,00 1 0,831 0,940 0,393 0,486 0,100 PL = produção de leite; PLC = produção de leite corrigida para 4% de gordura, CCS = contagem de células somáticas; CMS = consumo de matéria seca, EA = eficiência alimentar, GMD = ganho médio diário; 2 SM = silagem de milho, CA = cana in natura, SC = silagem de cana-de-açúcar, SC+CaO = silagem de cana + CaO (0,5% da matéria natural), SC+Lb = silagem de cana + Lactobacillusbuchneri (2,5 × 1010 UFC/g), SC+Lp = silagem de cana + Lactobacillus 10 plantarum (2,5 × 10 UFC/g), SC+Pp = silagem de cana + Pediococcus pentosaceus 10 (2,5 × 10 UFC/g) + Propionibacterium acidipropionici (5 × 109 UFC/g). III Simpósio Nacional de Bovinocultura de Leite - 283 As produções de leite observadas neste experimento (média = 19,7 kg/dia) foram inferiores à produção média esperada. Este fato ocorreu provavelmente em função de um aumento do estresse a que foram submetidos os animais durante o experimento, resultando em queda da produção de leite, principalmente das vacas de maior produção. Através da Tabela 14, pode-se observar que as vacas de maior produção (bloco 1) tiveram uma queda de produção de 57% durante o experimento, ao passo que as vacas de menor produção (bloco 5) aumentaram sua produção em 13%. Tabela 14 - Variação da produção de leite das vacas antes e durante o experimento, de acordo com o bloco de produção Bloco 1 2 3 4 5 Produção média antes do experimento (kg/dia) 37,9 29,3 23,2 16,1 11,9 Produção média durante o experimento (kg/dia) 24,1 24,9 19,5 16,4 13,6 Variação - 57% - 18% - 19% 2% 13% A observância desse fato ajuda a explicar também os resultados obtidos para o consumo de matéria seca (Tabela 13), onde não foram observadas diferenças significativas (P > 0,05) entre os tratamentos, sendo resultado semelhante observado para a eficiência alimentar. Estes resultados também vão de encontro ao que foi observado por Queiroz et al. (2008), conforme pode ser visto na Tabela 11. A redução na produção de leite para patamares menores do que 20 kg/dia fez com que a dieta formulada atendesse as exigências nutricionais para este nível de produção independente do volumoso utilizado. Ou seja, a quantidade de concentrado fornecida foi suficiente para compensar um possível efeito negativo do volumoso utilizado. Estes resultados também corroboram com a condição sugerida por Silva et al. (2005), de que vacas alimentadas com cana-de-açúcar necessitam de maior teor de concentrado na dieta, para obter produções de leite semelhantes à vacas alimentadas com silagem de milho. Com exceção do tratamento com silagem de cana + Lactobacillus buchneri, pode ser observada uma tendência para menor ganho de peso de vacas alimentadas com silagens de cana-de-açúcar, 284 - 1st International Symposium of Dairy Cattle em relação à silagem de milho e cana in natura (Tabela 13). Fato semelhante foi observado por Santos et al. (2011). É interessante observar que os valores de ganho médio diário observados são considerados altos para vacas lactantes de alta produção. Neste caso, estes valores podem ter ocorrido em função de que as vacas utilizadas no experimento possuíam mais de 90 dias de lactação e as dietas utilizadas continham quantidades de nutrientes suficientes para permitir bom ganho de peso, além da sustentação da produção de leite. Foram observadas algumas diferenças nos teores de gordura, proteína e sólidos totais entre as dietas avaliadas (Tabela 11). Em função do tipo de fermentação e do nível de ácido acético produzido pela silagem, podem ocorrer diferenças no teor de gordura do leite (Pedroso et al., 2010). Inicialmente, não são encontradas explicações biológicas para as diferenças observadas. Ainda não foram obtidos os resultados dos parâmetros fermentativos das silagens utilizadas neste experimento, resultados estes que poderiam auxiliar na explicação dessas diferenças. De forma geral, pode-se concluir preliminarmente que silagens de cana-de-açúcar são capazes de suportar produções de leite de até 20 kg/dia, com relação volumoso:concentrado de 60:40. CONCLUSÕES - A silagem de cana-de-açúcar possui potencial estratégico de utilização, pois permite que a forragem seja ensilada na época de melhor valor nutritivo; - O aditivo Lactobacillus plantarum não apresenta efeitos positivos sobre a ensilagem de cana-de-açúcar, enquanto que o L. buchneri, CaO, NaOH e a uréia podem ser recomendados para ensilagem, pois melhoram a qualidade nutricional e os parâmetros fermentativos da silagem de cana-de-açúcar; - A silagem de cana-de-açúcar como fonte de volumoso pode suportar produções de até 20 kg/dia em vacas lactantes, porém, para tal, é necessário o suprimento de quantidades adequadas de concentrado com composição química que atenda as exigências nutricionais desses animais. 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