ANÁLISE DE RISCO: UMA SÍNTESE DOS

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ANÁLISE DE RISCO: UMA SÍNTESE DOS
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA
São Paulo, outubro de 2007
XX COPINAVAL
ANÁLISE DE RISCO: UMA SÍNTESE DOS SETORES
MARÍTIMO, AÉREO E NUCLEAR
Autores: Acires Dias (NeDIP/UFSC),
Bernardo L.R. Andrade (LabRisco/POLI),
Douglas Roberto Zaions (EPM/UNOESC) e
Luís Fernando Peres Calil (NeDIP/UFSC)
Sumário
➔




Introdução
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear
e marítimo
Modelo da corrente causal para análise de
incidente
Conclusões
Bibliografia utilizada nesta apresentação
Introdução
O estudo sobre risco identificou várias técnicas e métodos
para análise/avaliação de risco, tais como:
 análise/avaliação
do perigo funcional (functional hazard
assessment – FHA),
 análise
da árvore de falhas (fault tree analysis – FTA),
 análise
da árvore de eventos (event tree analysis – ETA),
 diagrama
de seqüência de eventos (event sequence diagram –
ESD) e
 análise
dos modos de falha, efeito e criticidade (failure mode
effect and criticality analysis – FMECA).
Introdução
Apesar do uso destas técnicas, incidentes ocorrem e algumas
questões formulamos:
O
que deve ser feito para evitar incidentes?
 Qual
deve ser
imponderável?
 Como
O
o
procedimento
para
lidar
com o
controlar o imponderável?
que fazer para antecipar o perigo?
 Como
estimar as perdas?
De acordo com nossa visão, acreditamos que a PRA ajuda nas
respostas destas questões.
Mas quais as principais abordagens existentes hoje?
Sumário
Introdução
➔ PRA nos setores aéreo, nuclear e marítimo

Modelo da corrente causal para análise de
incidente

Conclusões

Bibliografia utilizada nesta apresentação
✔
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor de Navegação Aéreo
Histórico
PSA: No início dos anos 60, o crescente aumento da
complexidade das aeronaves.
As instituições como: SAE, U.S./FAA, as européias JAA e
EUROCONTROL, por exemplo, dão suporte para
desenvolvendo metodologias e requisitos de segurança.
No caso da EATMP/EUROCONTROL (European Air Traffic
Management Programmer), ela propõem a ANS SAM (Air
Navigation System Safety Assessment Methodology) que
considera todo o sistema de navegação, incluindo: homem,
equipamentos, procedimentos e suas interações.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor de Navegação Aéreo
Histórico
A SAM foi elaborada com base na SAE ARP 4761 que
descreve várias técnicas para a análise de segurança de
equipamentos e sistemas de aeronaves para aviação civil e é
aplicada em conjunto com a SAE ARP 4754.
SAE ARP 4754, por sua vez, foi desenvolvida no contexto da
regulamentação norte-americana da FAR (Federal Aviation
Regulations) e da JAR (Joint Airworthiness Requirements)
partes 25, 23, 27, 29 e 33.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor de Navegação Aéreo
Abordagem da EUROCONTROL
A ANS SAM está estruturada em 3 fases (EUROCONTROL,
2006):
Análise/Avaliação do perigo funcional (FHA): analisa-se as
conseqüências em potencial para a segurança, resultantes da
perda ou degradação de uma função de um sistema.
Análise/Avaliação preliminar de segurança do sistema (PSSA):
determina como a arquitetura do sistema proposto será capaz
de alcançar aos objetivos de segurança.
Análise/avaliação de segurança do sistema (SSA): reúne
argumentos e evidências para garantir que cada elemento do
sistema cumpra com os requisitos de segurança e que o
sistema, como implementado, atenda os objetivos de segurança
ao longo de seu ciclo de vida.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor de Navegação Aéreo
Fonte: EUROCONTROL (2006)
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor de Navegação Aéreo
Fonte:SAE ARP 4761
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Nuclear
Histórico

Segurança de plantas nucleares seguia uma abordagem
determinística.

WASH-1400, de meados da década de 70, apresentou o
primeiro estudo abrangente de PRA – mas foi
desconsiderado.

Após o acidente da usina Three Mile Island, em 1979, o
relatório WASH-1400 se tornou a base para todo
desenvolvimento de PRAs.

USNRC publicou em 1982 (NUREG/CR-2300) o primeiro
guia ou diretriz para orientar a execução de uma PRA.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Nuclear




Histórico
PRA foi efetivamente considerada e incorporada no
processo de aprovação e licenciamento de plantas nucleares
nos EUA, em meados da década de 90.
No contexto internacional, a Agência Internacional de
Energia Atômica (IAEA) publicou dois guias com o objetivo
de ajudar o pessoal técnico a executar e gerenciar PRAs
(1992 e 1995).
Em 2002 a primeira destas normas ASME RA-S-2002 é
homolagada pela ANSI.
Em 2003 a American Nuclear Society (ANS) conclui e
publica a norma ANSI/ANS-58.21, relativa à consideração
de eventos externos na PRA (revisada em 2007), e está em
fase final para publicação de outras duas.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Nuclear
Abordagem IAEA

Nível 1:

Nível 2:

Nível 3: agrupar as categorias de vazamento; estimar conseqüências e riscos
identificar a seqüência de eventos que podem levar a danos no
núcleo; estimar a freqüência de danos no núcleo; fornecer indicativos das
capacidades e fraquezas dos sistemas de segurança e dos procedimentos para
prevenir danos ao núcleo.
agrupar as seqüências de acidentes conforme características
similares dos estados de danos na planta; identificar os modos pelos quais
vazamentos radioativos da planta podem ocorrer; estimar a intensidade e
freqüência dos vazamentos.
para a saúde pública e ambiental.
Evento
inicializador
Freqüência
dos acidentes
Grupo de
liberação
Grupo de
seqüência de
acidentes
Análise das
conseqüências
fora da planta
Progressão
dos acidentes
Categorias
de conseqüências
fora da planta
Categoria
de liberação
Cálculo do
risco
Fonte: adaptado de Kumamoto and Henley (1996)
Intensidade e
freqüência da
liberação
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Marítimo
Histórico
1914: primeira versão da convenção SOLAS, imediatamente
após o acidente do Titanic.
1987: acidentes do ferry “Herald of Free Enterprise”
1992: publicado relatório conhecido como “Lord Carver’s
report”, recomendou que fosse adotada uma abordagem
regulatória não-prescritiva baseada em desempenho
1993: foi proposta à IMO pelo Reino Unido a metodologia
chamada de Formal Safety Assessment (FSA)
2002: a IMO aprova a aplicação da FSA e publica uma
diretriz descrevendo a metodologia e os requisitos para sua
aplicação
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Marítimo
Abordagem IMO
1. Identificação dos perigos: objetiva identificar os perigos e os cenários
associados que poderiam conduzir a acidentes.
2. Análise/avaliação de risco:
a finalidade é investigar as causas e as
conseqüências dos cenários mais importantes, estimar as freqüências e as
conseqüências dos acidentes e identificar as áreas de risco mais elevado que
necessitam ser tratadas.
3. Opções de controle de risco: a finalidade é propor opções de controle
de risco eficazes e práticas para reduzir o nível do risco nas áreas de elevado risco.
4. Avaliação do custo benefício: a finalidade é identificar e comparar os
benefícios e os custos associados com a implementação das opções de controle do
risco.
5. Recomendações: a finalidade é definir as recomendações para a tomada
de decisão, baseadas na comparação de opções alternativas, na potencial redução
dos riscos e nos custos para implementar as alternativas.
PRA nos setores aéreo, aeroespacial, nuclear e marítimo
Setor Marítimo
Abordagem IMO
Fonte: IMO (2002)
Sumário
Introdução
✔ PRA nos setores aéreo, nuclear e marítimo
➔ Modelo da corrente causal para análise de
incidente

Conclusões

Bibliografia utilizada nesta apresentação
✔
Modelo da corrente causal para análise de incidente
Abordagem para modelo de um incidente NeDIP/UFSC
Condição
perigosa
Causa ou
condição
+
Barreiras
Evento
gatilho
Conseqüências
Incidente
Barreiras
Barreiras
PERIGO
Política de qualidade; capacitação;
regulamentação; procedimentos;
manutenção; barreiras físicas; etc.
FRAQUEZAS NAS
DEFESAS
Incidente
Profundidade
da defesa
Alguns “furos”
por falhas ativas,
outros por condições latentes
Fonte: traduzido e adaptado de Mosleh e Dias (2004) e Reason (1997)
Sumário
Introdução
✔ PRA nos setores aéreo, nuclear e marítimo
✔ Modelo da corrente causal para análise de
incidente
➔ Conclusões

Bibliografia utilizada nesta apresentação
✔
Conclusões




Os estudos desenvolvidos no presente artigo identificam que
a PRA vem sendo desenvolvido nos últimos 50 anos.
Entretanto, foi nos últimos 15 anos que alcançou-se a atual
maturidade.
Contudo o consenso para construir regras de ampla aceitação
para os diferentes setores só foi possível a partir do ano 2000.
Identificou-se muitas incertezas no processo da PRA,
especialmente nas avaliações qualitativas, fortemente
influenciadas pelas condições de trabalho, ambiente e sistema
técnico.
Conclusões


Assim, é importante considerar as particularidades de cada
setor, do sistema técnico, da cultura humana presente em
cada lugar onde o sistema opera.
É sabido que as pessoas estão envolvidas em mais de 90%
dos incidentes registrados na literatura técnica. Por isso,
normas, procedimentos, capacitação ganham tanta
importância no contexto da PRA.
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA
São Paulo, outubro de 2007
XX COPINAVAL
FIM
Luís Fernando Peres Calil
<[email protected]>
Autores: Acires Dias (NeDIP/UFSC),
Bernardo L.R. Andrade (LabRisco/POLI),
Douglas Roberto Zaions (EPM/UNOESC) e
Luís Fernando Peres Calil (NeDIP/UFSC)
Sumário
Introdução
✔ PRA nos setores aéreo, nuclear e marítimo
✔ Modelo da corrente causal para análise de
incidente
✔ Conclusões
➔ Bibliografia utilizada nesta apresentação
✔
Bibliografia utilizada nesta apresentação
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Bibliografia utilizada nesta apresentação
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