Balanço das Exportações e Importações Brasileiras de Rochas no

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Balanço das Exportações e Importações Brasileiras de Rochas no
Informe 08/2012
Balanço das Exportações e Importações
Brasileiras de Rochas no Período de Janeiro a
Julho de 2012
Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais – ABIROCHAS
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BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS
ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO NO PERÍODO JANEIRO-JULHO DE 2012 1
EXPORTAÇÕES
No período de janeiro a julho de 2012 as exportações brasileiras de rochas
ornamentais e de revestimento somaram US$ 618,28 milhões e 1.292.003,46 t, observandose variação de respectivamente 9,08% e 3,00% frente ao mesmo período de 2011. As rochas
processadas representaram 77,31% do total do faturamento e 48,99% do volume físico
dessas exportações. Em faturamento, chapas de granito e rochas similares constituem o
principal produto exportado, seguindo-se os blocos de granito, os produtos de ardósia, os
produtos de quartzito foliado, os produtos de pedra-sabão e as chapas polidas de mármore.
Foram positivas, tanto no faturamento quanto no volume físico, as taxas de variação
das exportações de chapas de granitos, mármores e, presumivelmente, de pedra-sabão,
tendo-se variação negativa para blocos de granito, produtos de ardósia e de quartzito
foliado. A queda nas vendas de ardósia e quartzitos foliados pode ser atribuída à crise
econômica europeia, devendo-se à desaceleração da economia chinesa o recuo dos blocos
de granito.
É negativa a taxa de variação do preço médio da venda de chapas de granito pela
posição 6802.93.90, o que parece já sinalizar para “descontos” oferecidos a partir da
valorização do US dólar em 2012.
Mesmo que sobre uma base ainda relativamente baixa, é notável o incremento das
exportações de mármores, possivelmente em chapas, pelas posições 6802.21.00 e
6802.91.00. É também notável a persistência da queda das exportações de ardósia e, mais
recentemente, também do quartzito foliado. A atividade produtiva de quartzito foliado, em
sua maior parte realizada em Minas Gerais, pode ser sustentada pela boa penetração de
seus produtos no mercado doméstico, o mesmo não ocorrendo com a ardósia.
EUA e China continuam seguindo respectivamente como principais destinos das
exportações de chapas e blocos. Persistindo as tendências do período janeiro/julho, as
exportações brasileiras de rochas ornamentais poderão fechar 2012 com desempenho
similar ao de 2011, caso decline o preço médio de chapas e blocos.
Deve-se por fim destacar que as exportações efetuadas especificamente no mês de
julho somaram US$ 98,2 milhões e 205,3 mil t, ficando em um patamar muito semelhante ao
do mês de junho. Essas exportações de julho/2012 mostraram elevação de 6,80% no
faturamento e 4,81% no volume físico, frente a julho/2011.
1
Este texto foi elaborado pelo geólogo Cid Chiodi Filho – Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos, para a ABIROCHAS – Associação
Brasileira das Indústrias de Rochas Ornamentais, em 13 de agosto de 2012, Belo Horizonte – MG. Os dados primários sobre exportações e
importações foram obtidos a partir de consulta à Base ALICE do MDIC (www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br). Foto da capa: quartzitos
esbranquiçados com aspecto semelhante ao de mármores, expostos pela Tracomal na Feira de Xiamen 2012.
Informe ABIROCHAS 08/2012
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IMPORTAÇÕES
As importações de materiais rochosos naturais, do período janeiro-julho de 2012,
somaram US$ 33,33 milhões e 55.211,65 t, correspondentes a uma variação negativa de
respectivamente 13,64% e 8,12% frente ao mesmo período de 2011. Do total importado,
24% são referentes a rochas brutas e 76% a rochas processadas. Quase 97% desse total,
tanto em valor quanto em peso, envolve rochas carbonáticas (mármores, travertinos e
calcários).
A variação negativa das importações de materiais rochosos naturais tem sido
compensada por um notável incremento das importações de materiais rochosos artificiais
(composite stones, compound stones, etc.). No período considerado, essas importações
somaram US$ 28,62 milhões e 41.346,84 t, pela primeira vez aproximando-se daquelas de
materiais rochosos naturais. O incremento em valor foi de 84,67%, com variação positiva de
152,84% no volume físico importado. O preço médio das importações de produtos artificiais
sofreu queda de 26,96%, derivada de um incremento de 10,52% no preço médio dos
produtos importados pela posição 6810.19.00 e de um recuo de 50,45% no preço daqueles
produtos registrados na posição 6810.99.00.
Quase 50% do volume físico dessas importações de produtos artificiais já são
provenientes da China. O preço médio chinês (US$ 670,4/t) é inferior ao preço médio geral
(US$ 1001,4/t) dos produtos importados pela posição 6810.19.00. Pela posição 6810.99.00 o
preço chinês (US$ 737,8/t) é superior ao preço médio geral (US$ 484,6/t) dessas
importações em 2012, porém já bastante inferior ao das importações de 2011 (US$ 978,0/t).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do cenário econômico interno e externo, e dos dados compilados para as
exportações e importações brasileiras de materiais rochosos no período de janeiro a julho,
pode-se expressar as seguintes tendências até o final de 2012:
• O volume físico das exportações deverá situar-se no mesmo patamar de 2011
(2,2 milhões t);
• Caso não haja desvalorização de chapas e blocos, o faturamento das exportações
poderá ter incremento de 5% a 10% frente àquelas de 2011, totalizando de US$
1,05 bilhão a US$ 1,1 bilhão em 2012;
•
A participação de rochas processadas no total do faturamento das exportações
deverá crescer entre 1 e 2 pontos percentuais frente a 2011, passando assim a
76-77% em 2012;
• Deverá continuar declinante a participação percentual, em faturamento e
volume físico, das exportações de ardósias e quartzitos foliados, que poderão
passar respectivamente a 4,5% e 2,5% do total do faturamento e a 4,5% e 4,0%
do total do volume físico das exportações brasileiras de rochas em 2012;
Informe ABIROCHAS 08/2012
3
•
Considerando-se uma presumível queda de 10% no volume físico das
importações de materiais rochosos naturais e um incremento de 150% das
importações de materiais rochosos artificiais, o total dessas importações poderá
atingir 172 mil t em 2012, o que representaria variação positiva de 26% frente a
2011;
• No ano de 2011 o volume físico das importações de materiais rochosos artificiais
representou menos de 30% das importações de materiais rochosos naturais,
prevendo-se que em 2012 as importações de materiais rochosos artificiais
poderão equivaler a quase 80% daquelas de materiais rochosos naturais;
• Está aumentando a participação de produtos chineses nas importações
brasileiras de materiais rochosos artificiais. Atualmente essa participação já é de
quase 50%;
• O preço médio das importações de materiais rochosos artificiais, que em 2011
era 50% superior ao dos materiais rochosos naturais, não deverá exceder 10% de
diferença em 2012. Essa tendência parece indicar que em um futuro próximo o
preço dos materiais artificiais se tornará menor do que o dos naturais. O
processo de queda de preço dos artificiais será provavelmente conduzido pela
China.
Deve-se finalmente referir que a maior penetração dos materiais artificiais no
mercado brasileiro pode traduzir uma tendência mundial. As atividades mínero-industriais
do setor de rochas ornamentais seriam assim negativamente afetadas no Brasil, pois aqui
ainda não são produzidos os materiais rochosos artificiais.
Estima-se que as chapas polidas agregam quatro vezes mais valor de comercialização
que o das rochas brutas que lhes deram origem, bem como que essa agregação é de dez
vezes nos produtos acabados. O grau de dificuldade para se passar da produção de blocos
para a produção de chapas, e destas para produtos acabados, é equivalente à agregação de
valor dos produtos brutos para os semiacabados e destes para os acabados.
O Brasil já é um grande produtor de blocos e chapas de granitos, quartzitos e rochas
similares, bem como se tornou um dos maiores especialistas mundiais na lavra e serragem
desses materiais. Não se pode esperar que a transformação do Brasil em um grande
fornecedor de produtos acabados seja fácil e tampouco muito rápida.
É preciso insistir no aperfeiçoamento contínuo dos processos e adequação
tecnológica da lavra e serragem de blocos; na exportação de chapas; e na qualificação das
marmorarias brasileiras. Estas seriam formas adequadas de assegurar o desenvolvimento e a
competitividade brasileira do setor de rochas ornamentais, tanto no mercado interno
quanto externo.
O aperfeiçoamento da lavra depende de uma aplicação cada vez mais intensiva das
técnicas de corte a frio, principalmente com fios diamantados. O aperfeiçoamento
qualitativo e a adequação quantitativa do parque brasileiro de beneficiamento primário,
envolvendo a serragem de blocos, dependem, por sua vez, da agregação de teares multifios
Informe ABIROCHAS 08/2012
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diamantados, em substituição àqueles multilâminas de aço. A qualificação de marmorarias
ou das atividades de marmoraria depende da agregação tecnológica em máquinas de
acabamento de face e bordas, em tornos multifuncionais automáticos; e, talvez mais
importante, em teares multifios para trabalhos seriados.
Com relação às marmorarias, quase todas as possibilidades aventadas dependem do
uso compartilhado de máquinas e equipamentos, ou seja, de parcerias técnicas e comerciais
entre empresas. A agregação dos teares multifios, particularmente, representa o que se
pode chamar de verticalização descendente da cadeia produtiva, inversa àquela que
tradicionalmente ocorre quando uma empresa de lavra também passa a executar o
beneficiamento primário dos blocos.
É preciso encontrar novos vetores de incremento das exportações, que estão
estacionadas em um patamar de US$ 1 bilhão/ano. As melhores perspectivas incluem: a
venda de chapas, preferencialmente polidas, mas até de chapas brutas, para a China e
outros países asiáticos, sobretudo Japão e Coreia do Sul; o incremento da venda de chapas
para os EUA, além de Canadá e México; o incremento da participação dos países do Oriente
Médio nas exportações brasileiras de chapas; e a venda de produtos finais e atendimento de
obras, talvez a partir de grupos de marmorarias exportadoras. Mesmo desejável, não se
pode esperar que o incremento das vendas de blocos de granito, bem como de produtos de
ardósia e quartzito foliado, permita o desejado salto quantitativo das exportações
brasileiras.
Informe ABIROCHAS 08/2012
5
EXPORTAÇÕES MENSAIS DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS
2010-2012
120
US$ milhões
90
60
30
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2010 49,1
56,0
91,2
84,5
89,9
88,9
98,8
86,4
79,9
86,1
75,0
75,3
2011 48,8
62,0
81,2
89,5
93,6
99,8
92,0 103,9 89,3
85,5
73,8
80,2
2012 60,8
63,8 104,3 86,7 105,5 98,9
98,2
EXPORTAÇÕES MENSAIS DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS
2010 - 2012
1.000 toneladas
300
240
180
120
60
0
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2010 135,7
Jan
119,4
219,8
173,9
214,1
191,2
227,4
186,4
172,2
241,3
183,9
174,4
2011 123,1
150,8
168,7
194,0
189,1
232,8
195,9
220,6
177,7
193,4
161,7
190,0
2012 142,8
126,4
224,9
167,6
224,6
200,4
205,3
Informe ABIROCHAS 08/2012
6
EXPORTAÇÕES ACUMULADAS DO SETOR DE ROCHAS
2010-2012
1250
1000
US$ milhões
750
500
250
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2010
49,1
105,1 196,3 278,8 368,7 457,6 556,4 642,8 722,7 808,8 883,9 959,2
2011
48,8
110,8 192,0 281,5 375,1 474,9 566,8 670,8 760,1 845,6 919,4 999,6
2012
60,8
124,6 228,9 315,6 421,2 520,1 618,3
VARIAÇÃO COMPARADA DA TAXA DE CRESCIMENTO DO VALOR DAS
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS - 2010-2012
60
40
%
20
0
-20
Jan
Jan-Fev Jan-Mar Jan-Abr Jan-Mai Jan-Jun Jan-Jul Jan-Ago Jan-Set Jan-Out Jan-Nov Jan-Dez
2010 45,85
43,19
59,79
55,67
54,75
50,15
45,62
41,69
39,54
36,96
35,13
32,47
2011
-0,57
5,41
-2,19
0,99
1,72
3,78
1,87
4,35
5,17
4,54
4,02
4,22
2012 24,63
12,47
19,23
12,12
12,29
9,52
9,08
Informe ABIROCHAS 08/2012
7
EVOLUÇÃO DA TAXA DE PARTICIPAÇÃO DE ROCHAS PROCESSADAS NO
FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS
100
90
%
80
70
60
Jan
Jan-Fev
JanMar
JanAbr
JanMai
JanAgo
Jan-Set
JanOut
JanNov
JanDez
2010
69,27
76,93
77,99
79,40
77,64
78,31
2011
67,48
72,16
74,88
75,07
76,60
75,31
78,04
78,59
78,63
77,46
76,99
76,55
74,96
75,01
75,53
74,99
74,97
74,59
2012
72,86
78,80
77,11
77,58
77,87
77,40
77,31
Jan-Jun Jan-Jul
EVOLUÇÃO DA TAXA DE PARTICIPAÇÃO DE ROCHAS PROCESSADAS NO VOLUME
FÍSICO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS
60
50
%
40
30
20
JanAgo
Jan-Set
JanOut
JanNov
JanDez
48,91
49,62
49,78
47,63
47,02
46,56
45,62
45,71
46,28
45,69
45,67
45,29
JanFev
JanMar
JanAbr
JanMai
2010 39,76
48,67
47,48
49,90
48,34
49,30
2011 38,79
41,64
45,13
45,54
47,47
45,75
2012 44,54
50,31
49,30
49,38
49,19
49,24
48,99
Jan
Informe ABIROCHAS 08/2012
Jan-Jun Jan-Jul
8
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS ACUMULADAS DE MATERIAIS ROCHOSOS
NATURAIS - 2010-2012
120
100
1.000 toneladas
80
60
40
20
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2010
7,1
12,9
18,6
24,6
31,6
39,1
47,0
55,5
65,3
72,4
81,2
90,9
2011
8,3
17,5
26,5
32,9
41,6
49,9
60,1
69,7
79,6
87,7
96,6 105,8
2012
7,6
14,3
21,8
28,5
35,7
44,2
55,2
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS ACUMULADAS DE MATERIAIS ROCHOSOS ARTIFICIAS
(AGLOMERADOS) - 2010-2012
60
50
1.000 toneladas
40
30
20
10
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2010
3,1
5,2
7,2
8,7
10,5
12,5
15,2
17,5
20,4
22,7
25,4
27,7
2011
2,1
4,8
7,4
9,3
11,3
13,7
16,4
19,4
21,3
24,7
28,2
30,8
2012
4,4
8,0
11,5
14,5
18,1
27,5
41,3
Informe ABIROCHAS 08/2012
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