artesanato em fibra

Transcrição

artesanato em fibra
Amazônia
A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta. Ocupa uma área de 650 milhões de
hectares, distribuída pelos territórios de Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guiana,
Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.
A floresta abriga uma das maiores variedades de fauna e flora do mundo. Porém, toda
essa riqueza está ameaçada por queimadas, obras de infra-estrutura, agricultura e
pecuária extensivas, mineração e extração
ilegal de madeira, dentre outros fatores.
de contribuir para a manutenção da biodiversidade, promovem a inclusão social de
milhares de famílias. Na região, o WWFBrasil atua nos blocos de conservação AcrePurus, Itenez-Mamoré, Juruena-Apuí, Terra
do Meio, Tumucumaque e Rio Negro.
Mais de 20 milhões de brasileiros vivem
na Amazônia. Muitos deles dependem
diretamente dos recursos da floresta para
sobreviver. Para o WWF-Brasil, o manejo
de recursos florestais é um dos caminhos
para alcançar o desenvolvimento sustentável na região.
Em 2006, o WWF-Brasil criou o Programa
de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável
(PADS). As estratégias do Programa se
baseiam na utilização responsável dos recursos naturais, em sintonia com a criação
e implementação de áreas protegidas de
uso sustentável, como reservas extrativistas e florestas nacionais e estaduais, além
de territórios indígenas. A maior parte dos
projetos é viabilizada por parcerias com
organizações locais.
Foto: WWF-Brasil /
Edison Caetano
Sabemos que é necessário reduzir drasticamente o desmatamento por meio de projetos
de desenvolvimento sustentável, que além
Pantanal
Um dos mais valiosos patrimônios naturais do Brasil, o Pantanal é a maior área úmida continental do planeta, com quase 160 mil km 2 de terras inundáveis. Este paraíso abriga 122
espécies de mamíferos, 263 de peixes, 93 de répteis, 656 de aves e 1.647 de plantas.
Inserido na bacia hidrográfica do rio Paraguai, ocupa parte dos estados do Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul e se estende
até a Bolívia e o Paraguai. Ao todo, esta
bacia abrange uma área de 624.320 km2,
sendo aproximadamente 62% no Brasil,
20% na Bolívia e 18% no Paraguai. A região, onde vivem aproximadamente três
milhões de pessoas, possui recursos hidrológicos importantes para o abastecimento
das cidades.
Foto: Zapa
O WWF-Brasil atua na bacia desde 1999,
através do Programa Pantanal para Sempre, com uma visão de longo prazo, propondo soluções que conservem os recursos
naturais, promovam o desenvolvimento
sustentável e beneficiem a população.
Estimular a criação de reservas particulares
em toda a bacia hidrográfica, proteger os
recursos hídricos e a biodiversidade, apoiar
iniciativas econômicas ecologicamente
corretas e promover o uso racional dos
recursos naturais renováveis e a educação
ambiental são algumas das ações da organização para a região.
Neste catálogo, o WWF-Brasil apresenta
o resultado de iniciativas de seus parceiros locais, demonstrando que alternativas
produtivas sustentáveis são viáveis, e fornecem opções de produtos que atendem a
demanda cada vez mais crescente de consumidores preocupados com o meio ambiente. Através de suas atitudes de consumo consciente, eles podem gerar mudanças
positivas em nosso planeta.
ARTESANATO EM FIBRA
Árvores como o açaizeiro (Euterpe oleracea) a bacaba (Oenacarpus bacaba) e a bananeira
(Musa spp.) são mais conhecidas do público pelo aproveitamento de seus frutos para a alimentação. Porém, no Projeto de Assentamento Agroextrativista São Luís do Remanso (Acre), um
grupo de mulheres utiliza as fibras dessas espécies para fazer arte e utensílios diversos.
O Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA), entidade parceira do WWF-Brasil, começou a trabalhar com o artesanato na região já nos anos 1980. O objetivo principal do
apoio é capacitar as comunidades locais e gerar alternativas de renda que promovam
inclusão social e conservação da biodiversidade.
Com a participação do WWF-Brasil, o Grupo de Artesanato de São Luís do Remanso, composto por cerca de 20 mulheres, conseguiu apoio para comprar maquinário e equipamentos
para produzir o artesanato em fibras e jóias a partir de sementes.
Foto: WWF-Brasil /Juvenal Pereira
A capacitação das mulheres busca não só repassar técnicas e conhecimentos práticos
sobre a atividade produtiva, como também fortalecer a organização do grupo. O trabalho
favorece a mobilização em torno de objetivos sociais e políticos e a produção do artesanato acontece de forma mais profissional e organizada.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
As mulheres se organizam para coletar o material
em grupo. A produção acontece de forma artesanal,
em um galpão que também é usado para estocar
castanha durante a safra.
Com o auxílio de linhas feitas a partir de fibras de
carrapicho, elas transformam as fibras do açaí e da
bacaba em jogos americanos, luminárias, caminhos de
mesa e descansos para panelas. As fibras da bananeira, após serem prensadas e secas, viram papel, capas
de agendas, porta-retratos e blocos de anotações.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A retirada das fibras das palmeiras se dá de forma sustentável, sem causar impactos negativos às árvores. A produção do artesanato agrega valor à floresta, que passa a ser vista
como fonte de riqueza pelas comunidades da região, aumentando substancialmente os
incentivos para que ela seja mantida em pé.
IMPACTOS SOCIAIS
Com aquisição de maquinário e capacitação técnica das associadas, a produção de
artesanato em São Luís do Remanso se valorizou. Gradualmente, as mulheres conseguem
incrementar a renda familiar, reduzindo a forte dependência econômica em relação aos
maridos, situação comum na região.
Trabalhando na agricultura, a remuneração diária máxima por pessoa é de aproximadamente
R$ 15. Considerando a capacidade produtiva de artesanato do grupo, existe o potencial de
renda superior a R$ 30 por dia, mais do dobro do que ganham na roça, trabalhando por menos
horas e podendo conciliar a atividade com os afazeres domésticos. Mas para esse potencial se
realizar plenamente, é preciso que sejam criadas demandas regulares para a produção.
Foto: WWF-Brasil /
Juvenal Pereira
Marineide Antonio da Silva tem 30 anos. Mãe
de cinco filhos com idades entre quatro e 13
anos, ela é uma das fundadoras do Grupo de
Artesanato de São Luís do Remanso. Enquanto
confecciona jogos americanos com fibras de
açaí e bacaba, controla de longe as panelas
que deixou no fogo, na casa que fica a 300 metros do galpão de artesanato.
Com as mãos ocupadas pelo trabalho, ela divide os olhares entre o artesanato e os filhos, que
brincam no gramado entre as casas do vilarejo.
Marineide destaca que o trabalho já vem rendendo algum dinheiro que ajuda a completar
o orçamento, mas para o grupo se fortalecer e
conseguir a adesão de mais mulheres à iniciativa, é necessário encontrar novos compradores.
‘‘
Hoje a vida já está melhor que antes. Acredito que a
situação vai melhorar mais, já temos treinamento e conseguimos fazer os produtos
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: CTA – Centro de Trabalhadores da Amazônia e Grupo de Artesanato de São Luís do Remanso
ARTESANATO INDÍGENA
A confecção de adornos e utensílios para o dia-a-dia utilizando matérias-primas da floresta
é uma tradição de diversos povos indígenas. Na Amazônia, não é diferente. Sementes,
cocos, palhas e outros materiais são transformados em arte. Além de gerar objetos que
carregam em si cultura, história e beleza, o processo produtivo ajuda a manter tradições,
rituais e costumes passados de pai para filho.
No Território Indígena Sete de Setembro(RO), os cerca de 1.200 indígenas da etnia Paiter
(também chamada de Suruí) produzem e comercializam uma série de objetos feitos a partir
de materiais colhidos na floresta, de forma artesanal.
A Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que trabalha desde 1999 na região,
coordena o Projeto de Valorização da Cultura Paiter, criado em 2003. A iniciativa, que
conta com o apoio do WWF-Brasil, busca valorizar as tradições culturais e o artesanato
do povo Suruí, proporcionando a transmissão de conhecimento entre as gerações. Foram
realizadas diversas oficinas com a participação dos Paiter, buscando adaptar a produção
às demandas do mercado, sem que fosse alterado o caráter tradicional do processo.
Foto: Kanindé
Usos e informações técnicas
Para fazer o artesanato, os indígenas utilizam os cocos tucumã (Astrocaryum aculeatum) e inajá (Maximiliana maripa), além de algodão, sementes de diversas árvores, fibras, palhas e argila. Os produtos finais
são anéis, colares, pulseiras, cocares, arcos, flechas,
cintos, redes, brincos e machados, entre outros.
Impactos ambientais
O artesanato Paiter colabora para a conservação das florestas existentes dentro dos cerca
de 250 mil hectares do Território Indígena Sete de Setembro. A coleta do material acontece
de forma sustentável, pois se dá em pequena escala e obedece a rituais que garantem o
não-desperdício.
Os indígenas realizam projetos de reflorestamento de áreas degradadas dentro de seu território, utilizando espécies florestais que fornecem matéria-prima para a confecção do
artesanato. A principal preocupação é manter a floresta em pé para que as novas gerações
possam aprender os rituais e o processo de produção.
Impactos sociais
Os cerca de 1.200 habitantes do Território Indígena Sete de Setembro encontraram no
artesanato uma nova fonte de renda. Após investimentos em infra-estrutura e capacitação, a produção ganhou valor e competitividade, encontrando aceitação inclusive no
mercado externo.
Atualmente, cada clã Paiter possui uma associação de artesãos, com preços e qualidade
padronizados. Além disso, parte da arrecadação é destinada a investimentos em melhorias
na produção e comercialização e o lucro é dividido entre as famílias dos artesãos. Embora
o aumento na renda já seja uma realidade, o artesanato Paiter precisa de demandas regulares para garantir a sustentabilidade econômica da atividade.
Foto: WWF-Brasil / Bruno Taitson
Ivaneide Bandeira Cardozo, a Neidinha, é coordenadora da Kanindé. Ela participa de todas as
atividades da ONG dirigidas aos Paiter. Neidinha
destaca que os treinamentos e capacitações
para produção e venda do artesanato proporcionaram um incremento de até 20% na renda das
comunidades locais.
Segundo ela, o projeto vai além de fomentar a produção e a comercialização do artesanato indígena.
‘‘
Temos despertado neles o fortalecimento da sua identidade
cultural, bem como o compromisso em manter a floresta em pé.
Além disso, o artesanato é uma forma de passar aos não-índios importantes aspectos da história e da cultura dos Paiter
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: Kanindé – Associação Etnoambiental, Amigos da Terra, ACT Brasil e Secretaria de Extrativismo
e Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente
Carne Bovina Orgânica
A carne bovina orgânica certificada é produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Esse sistema produtivo
passa por auditoria e certificação, garantindo uma carne produzida com preocupação
socioambiental e isenta de resíduos químicos.
Ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a certeza de que está levando
para casa um alimento produzido da maneira mais natural possível. Os animais são
vacinados, tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e homeopáticos,
e alimentados em pastos sem agrotóxicos. O processo de produção garante o consumo
de um alimento seguro e saudável.
Foto: WWF Brasil / Denise Oliveira
O WWF-Brasil apóia a estruturação da cadeia produtiva da carne bovina orgânica
desde 2003, por meio de parcerias com a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (Aspranor), no estado do Mato Grosso, e com a Associação Brasileira de
Pecuária Orgânica (ABPO), no Mato Grosso do Sul, pois acredita que a Pecuária Orgânica
Certificada pode contribuir para a sustentabilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do
Pantanal como um todo e tornar-se um modelo de produção sustentável e responsável.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
A indústria JBS comercializa carne bovina orgânica, por
meio da linha de produtos denominada “Organic Beef”.
São apresentadas 15 opções de cortes in natura embalados a vácuo (contrafilé, filé-mignon, ponta de contrafilé, lagarto, coxão duro, coxão mole, patinho, alcatra,
picanha, maminha, fraldinha, capa de contrafilé, músculo, costela com osso e em tiras e cupim) e 1 congelado (hambúrguer de 56 gramas, considerado padrão,
e o de 120 gramas, que pode ser preparado na grelha).
IMPACTOS AMBIENTAIS
A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado, seguindo normas rígidas de
certificação orgânica, que determinam um sistema de produção ambientalmente correto.
Essas normas exigem que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante
a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade
rural, tais como as matas nas beiras dos rios. Além disso, a certificação exige a proteção de
nascentes e de corpos d`água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens, e por
ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo
e dos recursos hídricos localizados na unidade produtiva.
IMPACTOS SOCIAIS
No sistema de certificação orgânica a empresa certificadora exige e audita o cumprimento
da legislação trabalhista (CLT) e a proibição de trabalho infantil e escravo. As fazendas orgânicas certificadas que possuírem mais de 10 funcionários devem ter sua própria
política de justiça social. Nas fazendas associadas à Aspranor e à ABPO, os funcionários
são capacitados e valorizados, tendo acesso a condições de trabalho e de vida dignas.
‘‘
Somos uma classe de produtores diferenciados. Além da busca da
eficiência administrativa e empresarial, entendemos que devemos ter
eficiência social e ambiental, buscando sempre a sustentabilidade de
nossa produção e contribuindo para a preservação do planeta.
‘‘
Foto: Luciano Candisani
Henrique Balbino, presidente da Aspranor
‘‘
Nas fazendas de pecuária orgânica certificada no Pantanal,
bois e vacas são criados livremente entre animais silvestres
e dividem com eles as pastagens naturais e a água limpa de
rios e lagoas. Assim é o paraíso orgânico do Pantanal.
Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO
Aspranor
Rua São Paulo, 603 W. Parque das
Nações Tangará da Serra - MT
78300-000
Fone: (65) 3326 3059
‘‘
ABPO
Rua Carlos Hugney, 169, Jardim dos
Estados, Campo Grande - MS
79230-002
Fone: (67) 3383 3223
CASTANHA-DO-BRASIL
A castanha-do-Brasil é uma das principais fontes de renda das famílias extrativistas no
sudoeste da Amazônia. Também representa um importante componente na dieta alimentar
de toda a região amazônica.
A castanheira (Bertholletia excelsa) é encontrada em florestas no Brasil, Peru e Bolívia,
podendo atingir aproximadamente 1.000 anos de idade. As flores são polinizadas
por abelhas. Um ouriço (fruto arredondado de casca dura), que contém entre 15 e 24
castanhas, leva cerca de 15 meses para se desenvolver e cair no solo, sendo recolhido por
extrativistas ou por animais como a cutia, que se alimenta das castanhas ou as enterra,
realizando a dispersão das sementes.
Cerca de 3.000 famílias, nos blocos de conservação Acre-Purus (AC) e Itenez-Mamoré
(RO) participam do manejo da castanha. O WWF-Brasil apóia a atividade desde 2001,
com ações de capacitação. Centenas de produtores foram treinados em melhores práticas
de coleta, transporte, armazenagem, secagem e manuseio da castanha-do-Brasil, de modo
a agregar valor à produção. As certificações orgânica e de comércio justo estão entre as
Foto: WWF-Brasil / Juvenal Pereira
metas a serem alcançadas pelas comunidades.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
A castanha-do-Brasil tem elevados percentuais de calorias e é uma importante fonte de proteínas para moradores da floresta. É amplamente consumida em todas as
regiões do Brasil, bem como em outros países. Também
é utilizada como ingrediente para o preparo de bolos,
pães, biscoitos, óleos, mingau e leite de castanha.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A coleta da castanha-do-Brasil não agride o meio ambiente. Os ouriços são apanhados e
abertos depois de caírem no chão. O manejo acontece em cerca de 3 milhões de hectares
ao longo das bacias dos rios Purus e Madeira, contribuindo para a manutenção da floresta em pé. Parte dessa área está localizada no interior de reservas extrativistas, territórios
indígenas e projetos de assentamento agroextrativistas.
IMPACTOS SOCIAIS
Com a capacitação em boas práticas e a organização em associações, os produtores vêm
conseguindo agregar significativo valor à castanha-do-Brasil. Anteriormente, sem o
domínio de técnicas que melhoram a qualidade e garantem o máximo aproveitamento do
produto e sem articulação para prospectar mercados, os extrativistas vendiam o produto
para atravessadores a preços baixíssimos. Após os projetos e apoios do WWF-Brasil e
outras organizações, a valorização do preço pago ao produtor foi de até 500%.
A Cooperacre, principal parceira do WWF-Brasil nas iniciativas de manejo do produto,
obteve a concessão do uso de duas usinas de processamento da castanha-do-Brasil, localizadas nos municípios acreanos de Xapuri e Brasiléia. Por meio da cooperativa, composta
por 19 associações comunitárias, o extrativista vem conseguindo participar de todas as
fases da cadeia produtiva, desde a coleta até a venda da castanha descascada, processada
Foto: WWF-Brasil / Bruno Taitson
e embalada, aumentando significativamente a renda familiar.
Celso Custódio da Silva, presidente da Associação
de Produtores Extrativistas da Comunidade de
Porongaba, afirma que antes do apoio do WWFBrasil e instituições parceiras, uma lata com 10
quilos do produto era vendida por R$ 2. Atualmente, o preço pago aos produtores da região é de
aproximadamente R$ 10 por lata.
‘‘
Vendíamos nossa produção por preços muito baixos.
Agora nossas castanhas têm uma melhor qualidade e ganhamos mais dinheiro. Recentemente consegui, pela primeira
vez na vida, comprar uma geladeira
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Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: Acre: Cooperacre – Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do
Acre (congrega 19 associações comunitárias no estado)Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Rondônia: Associação Jupaú, Associação Pandereehj
ARTESANATO EM COURO DE PEIXE
A pesca é considerada uma importante atividade no Pantanal, uma prática tradicional realizada por muitas comunidades.
A partir de oficinas para aproveitamento e reciclagem, mulheres de pescadores e pescadores do Pantanal passaram a aproveitar a pele de peixe, antes descartada, na produção
de artesanato.
A oportunidade de exercer uma atividade que está inserida no universo social e ambiental
das comunidades e com potencial de geração de renda, fortalece as mulheres.
Organizadas em associações a partir de 2003, recebem o apoio de diversas instituições para
cursos em diferentes áreas de produção (curtimento, corte, costura e bordado) e treinamento
em técnicas para melhorar a qualidade e o design do artesanato em couro de peixe.
Foto: www.gustavopedro.com
As associações Amor-Peixe, em Corumbá, Art-Peixe, em Miranda, e Ar-Peixe, em Coxim, no estado do Mato Grosso do Sul, também são incentivadas a participar em feiras
e exposições nacionais a fim de divulgar e vender seus produtos.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Peles de peixes (pacu, piranha, piavuçu e tilápia)
dão origem a agendas, cadernetas, porta-moedas,
chaveiros, mantas, roupas, bolsas, sandálias, cintos, brincos e outros acessórios. As peles são submetidas a limpeza e curtimento, para transformação
em couro e posterior tingimento, engraxe, pré-acabamento e acabamento final da peça.
IMPACTOS AMBIENTAIS
As peles utilizadas na confecção do artesanato são compradas em pisciculturas da região
de Dourados (MS), evitando-se que sejam jogadas nos lixões e que haja sobrepesca nos
rios pantaneiros.
A produção das peças é artesanal e as associações buscam utilizar processos naturais na produção. O curtimento das peles é feito com extratos vegetais, como óleo de coco e mocotó, ou
tanino vegetal e as associações aplicam corantes naturais.
A Educação Ambiental é um dos caminhos para promover a qualidade de vida e a consciência comunitária. Por isso, o WWF-Brasil apóia as associações na busca de alternativas de
geração de renda que harmonizem produção e conservação do meio ambiente.
IMPACTOS SOCIAIS
O envolvimento nas associações de produção de artesanato em couro de peixe fortalece
a auto-estima das mulheres, que antes ficavam em casa e cumpriam apenas os papéis de
mãe e esposa. A participação nas atividades produtivas abre novas perspectivas de desenvolvimento pessoal e de conquistas profissionais e econômicas.
Os resultados se ampliam para a comunidade com a realização de atividades socioeducativas que promovem a alfabetização de pescadores, refletindo a importância da inclusão
social de mulheres e homens do Pantanal que encontram na pesca e na produção de artesanato o seu meio de vida.
‘‘
No começo, sentia a resistência da família em relação a esse
trabalho. Aos poucos foram percebendo a importância e dando mais
apoio. Estamos obtendo renda com mais regularidade. Minha expectativa é que as encomendas e os ganhos aumentem
‘‘
Foto: www.gustavopedro.com
Maria Auxiliadora Echeverria Fernandes, Associação Amor-Peixe, Corumbá, MS
Amor-Peixe
Rua Dom Aquino, 405
79303-060 - Corumbá - MS
Fone: 67 3232 2325
E-mail: [email protected]
Ar-Peixe
Rua Evaristo Camposano, 10
79400-000 - Coxim - MS
Fone: 67 3291 3984
E-mail: [email protected]
Art-Peixe
Avenida Costa Marque, 678
79380-000 - Miranda - MS
Fone: 67 3242 1735
E-mail: [email protected]
COURO VEGETAL
A borracha é considerada um produto-símbolo para a conservação da floresta amazônica.
Representa não apenas a mais tradicional fonte de renda da região, mas também
a resistência ao desmatamento, simbolizada pela luta de Chico Mendes, seringueiro que
morreu em defesa da Amazônia e dos povos da floresta.
O couro vegetal é um tecido com consistência emborrachada, feito a partir de telas
de algodão banhadas com o látex extraído da seringueira (Hevea brasiliensis). Depois
de um processo artesanal de defumação, o tecido ganha textura, durabilidade, coloração
e propriedades similares às do couro, além de poder ser tingido em diferentes cores.
O WWF-Brasil apóia desde 1999 a Associação dos Produtores de Artesanato e Seringa (Apas), sediada na cidade de Boca do Acre (Amazonas), que congrega seringueiros
e artesãos da região do Médio Rio Purus, envolvidos na produção do couro vegetal.
Foto: WWF-Brasil / Juvenal Pereira
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
O couro vegetal tem sido utilizado desde 1999,
com bons resultados, na confecção de bolsas,
pastas, sacolas, bonés, roupas, sapatos e brindes
corporativos como porta-níqueis, estojos, capas de
agendas e cadernetas. O material tem resistência,
leveza e impermeabilidade, substituindo de forma
ambientalmente adequada o couro animal.
Avanços científicos e tecnológicos têm possibilitado novas formas de aplicação do látex
retirado das seringueiras nativas, como na
produção de preservativos masculinos, luvas
cirúrgicas e folha defumada líquida (FDL).
IMPACTOS AMBIENTAIS
A fabricação do couro vegetal apoiada pelo WWF-Brasil obedece a rigorosos critérios
ambientais, contribuindo para a conservação de aproximadamente 200 mil hectares de
florestas nativas ao longo da bacia do Rio Purus. A coleta do látex é um dos mais sustentáveis processos extrativistas da Amazônia, por não provocar danos à floresta. As comunidades envolvidas com a produção do couro vegetal desenvolveram, com apoio do
WWF-Brasil, planos de manejo para as áreas trabalhadas.
IMPACTOS SOCIAIS
A produção do couro vegetal promove a inclusão social, aumentando a renda em dezenas
de comunidades locais. Uma importante conseqüência é a fixação das famílias na floresta,
evitando o aumento das estatísticas de pobreza e desemprego nos centros urbanos. Além
disso, o couro vegetal é mais rentável do que as formas tradicionais de venda da borracha.
Cerca de 200 famílias de seringueiros foram capacitadas a fazer o produto. A demanda
atual, considerada baixa, é atendida por cerca de 45 trabalhadores, entre seringueiros,
produtores e costureiras. A microempresa Seringueira, instalada no município de Boca
do Acre e apoiada pelo WWF-Brasil, conta com capacidade técnica e operacional para
atender novas demandas do mercado de brindes corporativos em couro vegetal.
Foto: WWF-Brasil / Juvenal Pereira
Sebastião Silva da Costa, 35 anos, é filho de
seringueiro e aprendeu já na infância a atividade do pai. Com o talento semelhante ao de um
artista que pinta um quadro, ele banha de látex
e defuma a tela de algodão com extremo cuidado e habilidade. O processo é repetido por seis
vezes, durante cerca de 45 minutos. Depois, ele
mesmo dá o acabamento.
Bastião, como é chamado pelos amigos, não leva
uma vida fácil: já foi picado duas vezes por cobras, e já perdeu a conta de quantas vezes apanhou malária. Ele tem cinco filhos, e prefere fazer
lâminas de couro vegetal a outras atividades.
‘‘
Quando não há pedidos de couro vegetal, tenho que
trabalhar para madeireiro, derrubando a floresta. Não gosto.
Faço obrigado, pois tenho que dar comida para os filhos
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: Apas – Associação dos Produtores de Artesanato e Seringa, Seringueira e CVA-Couro Vegetal da Amazônia
ÓLEO DE COPAÍBA
O WWF-Brasil considera a copaíba um importante produto para a conservação da Amazônia,
uma vez que a extração do óleo, quando feita de forma planejada, seguindo técnicas de
manejo, se dá de maneira sustentável e a árvore permanece saudável após o processo.
A copaibeira (Copaifera spp.) chega a ultrapassar os 25 metros de altura. O óleo se
distribui em pequenas bolsas no interior da árvore. A extração é feita após a abertura de
um furo de reduzido diâmetro no tronco. Após o término da coleta a árvore descansa por
aproximadamente três anos.
O WWF-Brasil apóia desde 2001 o manejo, a extração, o armazenamento, o transporte e a
comercialização da copaíba na região do Alto Rio Purus (Acre), nos territórios indígenas
Foto: WWF-Brasil /Juvenal Pereira
Uru-eu-wau-wau e Igarapé Lourdes (Rondônia) e no Município de Silves (Amazonas).
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
O óleo de copaíba tem propriedades cicatrizantes,
antiinflamatórias e tonificantes. É utilizado contra asma,
gripe, úlceras, verminose, inflamações na pele e na
garganta, sinusite, infecções das vias respiratórias e
insônia, dentre outras aplicações. Moradores da floresta
também utilizam o produto em casos de picadas de
cobra e para cicatrização de feridas. O óleo também é
matéria-prima para a fabricação de sabonetes, xampus,
cremes e fixadores de essências para perfumes.
IMPACTOS AMBIENTAIS
O manejo da copaíba apoiado pelo WWF-Brasil obedece a critérios de sustentabilidade
ambiental e social, elaborados em conjunto por técnicos e pelas comunidades. Mais de
2 milhões de hectares de florestas nativas são conservadas em decorrência da atividade,
principalmente nas bacias dos rios Purus e Madeira.
A coleta do óleo é feita por meio de técnicas de manejo que buscam manter a integridade dos ecossistemas nas áreas manejadas. O fruto da copaibeira serve de alimento para
diversos animais da floresta, fazendo com que a manutenção das árvores em condições
saudáveis também beneficie a fauna local.
IMPACTOS SOCIAIS
Mais de 300 famílias são beneficiadas pelo manejo do óleo de copaíba apoiado pelo
WWF-Brasil. O produto tem um grande potencial gerador de renda, pois não é perecível
e conta com alto valor agregado. É um importante fator de inclusão social na Amazônia,
contribuindo para a fixação das comunidades extrativistas na floresta.
Com algumas vendas pontuais e não-regulares, muitas famílias já obtiveram melhora na
renda, construindo ou reformando casas, alimentando-se de forma mais adequada ou comprando equipamentos e utensílios domésticos. O WWF-Brasil apóia a estruturação da cadeia
produtiva e a prospecção de mercados, na busca de demandas regulares para o produto.
Foto: WWF-Brasil / Bruno Taitson
O indígena Erowaque Uru-eu-wau-wau tem 27
anos e mora na aldeia do Alto Jamari. Ele tem três
filhos e começou a se dedicar à coleta e produção
do óleo de copaíba em 2005. Na comunidade
dele, o WWF-Brasil apoiou a construção da
casa de copaíba, para armazenar e processar
o produto, e a compra de equipamentos para
filtrar, decantar e embalar o óleo.
Da copaíba, Erowaque obteve renda para
adquirir material de construção e fez uma nova
casa, maior, mais confortável e mais limpa que a
anterior, que era feita de palha.
‘‘
Nossa vida está melhorando muito. Com a venda do óleo
de copaíba, consigo guardar dinheiro para comprar muita
coisa que precisamos
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: Acre: Amarca – Associação dos Moradores do Projeto de Assentamento Agro-extrativista São Luís do
Remanso, Amopreb – Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Brasiléia, Amorex – Associação
dos Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri, Ampaesq – Associação dos Moradores do Projeto de Assentamento Agroextrativista Santa Quitéria, Funtac – Fundação Tecnológica do Acre Amazonas: Avive – Associação Vida Verde da
Amazônia Rondônia: Kanindé – Associação Etno-ambiental, Associação Jupaú, Associação Pandereehj.
ÓLEOS E ESSÊNCIAS VEGETAIS
A Amazônia abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, com milhares de
espécies de plantas que guardam em suas folhas, frutos, flores, caules e raízes incontáveis
propriedades medicinais, cosméticas e aromáticas, muitas delas ainda desconhecidas
pela humanidade.
Árvores como andirobeira (Carapa guianensis Aubl.), breieiro (Protium spp.)copaibeira
(Copaifera spp.), cumaruzeiro (Dipterys odorata) e puxurizeiro (Licaria puchury major)
são alguns exemplos de espécies que têm um significativo valor medicinal e cinetífico.
Desde 1999, o WWF-Brasil apóia a Associação Vida Verde da Amazônia (Avive), uma
entidade sem fins lucrativos instalada no Município de Silves, composta por mulheres
que decidiram transformar ativos da biodiversidade em fonte de renda e instrumento
para a conservação da floresta.
Foto: WWF-Brasil / Juvenal Pereira
Cerca de 175 famílias fazem parte do projeto, envolvendo extrativistas que coletam a matéria-prima para os produtos, destiladores que trabalham o material bruto, auxiliares na área
administrativa e as mulheres responsáveis pela produção, que são as sócias da Avive.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
IMPACTOS SOCIAIS
A partir de sementes, resinas, frutos e essências, a Avive
produz óleos aromáticos e medicinais, velas, sabonetes,
incensos e sachês, dentre outros itens. Os produtos são
naturais e artesanais, manufaturados em um processo
marcado pela sustentabilidade ambiental e social.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A coleta da matéria-prima para os produtos da Avive acontece no entorno do Município
de Silves, beneficiando dezenas de famílias extrativistas. A mão-de-obra foi capacitada
para realizar o manejo das espécies, praticando a extração em apenas algumas das árvores,
respeitando o tempo necessário de recuperação.
Nas áreas de coleta, localizadas em 15 comunidades, apenas adubos orgânicos são utilizados
e o emprego de pesticidas não é permitido na agricultura. A destilação e a produção são
artesanais, sem o uso de substâncias nocivas ao meio ambiente. A valorização das florestas
da região, proporcionada pela demanda por produtos florestais não-madeireiros da Avive,
desempenha um importante papel na conservação dos ecossistemas locais.
IMPACTOS SOCIAIS
A Avive pratica os princípios do comércio justo, remunerando extrativistas, colaboradores
e produtoras com valores acima dos praticados no mercado local. Após o estabelecimento
da associação, a renda das famílias envolvidas cresceu, em média, 28,5%, demonstrando
importantes resultados na promoção de inclusão social.
Dezenas de mulheres, que se dedicavam exclusivamente a afazeres domésticos e dependiam
inteiramente da renda dos maridos, hoje ganham o próprio dinheiro, conquistando
independência e dignidade.
Anete de Souza Canto, 49 anos, é uma das sócias-fundadoras da Avive. Antes de entrar no projeto,
ela passava o dia trabalhando na roça e cuidando da casa. Com cinco filhos e uma neta para criar
e contando apenas com uma pequena renda obtida pelo marido, as dificuldades eram muitas.
Foto: WWF-Brasil / Juvenal Pereira
Atualmente, com os ganhos obtidos da venda dos produtos da Avive, ela paga todas as contas
da casa e ainda consegue poupar. A qualidade de vida melhorou, assim como a auto-estima.
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Já temos uma casinha, máquina de costura, cômoda, ferro elétrico,
ventilador e liquidificador. Antes, as mulheres tinham que ficar pedindo
dinheiro para os maridos. Hoje, são eles que pedem para nós
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: Avive – Associação Vida Verde da Amazônia, Care, Copronat – Cooperativa de Produtos
Naturais da Amazônia, DFID – Department for International Development, GTZ – Cooperação Técnica Alemã, KfW
Entwicklungsbank, PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Banco Mundial e Precious Woods.
PIRARUCU MANEJADO
O pirarucu (Arapaima gigas) é uma das maiores espécies de peixe de água doce do mundo,
com uma carne apreciada em várias regiões do Brasil. Tem elevado valor comercial
e representa importante fonte de renda e de proteínas para as populações amazônicas.
O WWF-Brasil apóia grupos de pescadores na Amazônia na elaboração de sistemas de
manejo do pirarucu, por intermédio do Projeto Várzea (Pará), desde 1994, e do Projeto
Alto Purus (Acre), desde 2003. As iniciativas capacitam pescadores a contar o peixe e a
avaliar se existem quantidades e condições adequadas para a sustentabilidade da espécie.
Foto: WWF-Brasil /Edison Caetano
Com apoio técnico, as comunidades constroem planos que disciplinam ou temporariamente proíbem a captura do pirarucu, de modo a garantir a reposição dos estoques e a
viabilidade da pesca no longo prazo.
USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Tradicionalmente capturado com um arpão, o pirarucu tem características favoráveis ao manejo comunitário: o peixe, que é sedentário e desova em lagos
de várzea, sobe à superfície regularmente para obter
o oxigênio necessário à respiração, o que facilita a
contagem e também a captura.
A principal destinação do pirarucu é a culinária. As escamas, de coloração cinza com detalhes avermelhados, são
utilizadas para a produção de colares, brincos e pulseiras.
Atualmente, dois dos principais desafios dos projetos são
prospectar mercados para que as comunidades comercializem a manta (carne) e o artesanato e obter a certificação do manejo para agregar valor aos produtos.
IMPACTOS AMBIENTAIS
A importância comercial do pirarucu estimula o interesse pela captura, provocando
a sobrepesca em diversas regiões. Os projetos de manejo apoiados pelo WWF-Brasil
contribuem para a conservação dos ecossistemas aquáticos em áreas de 5.000 hectares no
Pará e 20 hectares no Acre.
O pirarucu é um importante indicador de conservação da biodiversidade. Se a pesca é realizada de forma predatória ou a vegetação ao redor do lago está degradada, o peixe tende
a abandonar o ambiente. O manejo adequado cria as condições para que a espécie fique
no lago, fazendo com que os benefícios sejam usufruídos pelas famílias que habitam as
áreas manejadas.
IMPACTOS SOCIAIS
O sistema de manejo reforça a capacidade organizacional da comunidade, pois os
resultados dependem da capacidade de trabalho coletivo dos membros da equipe. Além
de se alimentarem de uma quantidade maior de peixes, as famílias participantes obtêm
um excedente para comercialização.
A renda gerada pela venda do peixe é divida entre os participantes e uma parcela é destinada para um fundo comunitário ou para a colônia de pescadores. O sistema participativo proporciona aumento de renda e distribuição justa dos lucros.
Foto: WWF-Brasil / Edison Caetano
Geraldo Bispo, 61 anos, é pescador no Lago
Santo Antônio, município de Manoel Urbano (AC).
Ele tem nove filhos e participa ativamente do
manejo do pirarucu promovido pelo Projeto Alto
Purus. Em 2004, a comunidade decidiu proibir a
captura do peixe, que estava desaparecendo.
Apenas três anos depois da proibição, foram
contados 187 pirarucus, comprovando o sucesso do manejo. Com o resultado positivo, os
pescadores obtiveram em 2007 autorização do
IBAMA para a pesca de cerca de uma tonelada
da espécie, que foi utilizada para alimentação
da comunidade e venda na região, ocasionando
um aumento na renda das famílias locais.
‘‘
Valeu a pena ter esperado por três anos. Se continuarmos com o
manejo, meus filhos e netos vão continuar podendo comer pirarucu
‘‘
Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pedidos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:
[email protected]
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil
(Escritório no Acre): (68) 3244-1705
Organizações Parceiras: IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, APPMS - Associação de Pescadores
e Piscicultores do Município de Santarém, Governo do Estado do Acre (Secretaria de Extensão Agro-florestal e Produção
Familiar) e Colônia de Pescadores Z-5 de Manoel Urbano.
O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à
conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana
com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos
naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
Projeto gráfico e ilustrações: radiola.com.br
O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Brasília, desenvolve projetos em
todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação
da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões
de pessoas, incluindo associados e voluntários.
WWF- Brasil
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