BOLETIM No 12 - BGS Resources Server
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BOLETIM N.o 12 DOS SERVI<;OS DE GEOLOGIA E MINAS DE ANGOLA iNDICE N.O de pagina ESTUDOS: ANTONIO FERREIRA DA COSTA ALGUMAS OONSIDERAC6ES SOBRE OS TRABALHOS DE ASTRONOMIA GEODSSIOA EFEOTUADOS NA REGIAO DO OASSAI-SUL (ANGOLA) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 5 J. A. HORTA DA SILVA OONTRIBUICAO PARA 0 OONHEOIMENTO DASAREIAS VERMELHAS DA REGIAO DE LUANDA dfUOEQUE» - ESTUDO DA FRAOCAO ARGILOBA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . .. FRANCISCO A. FLORES .e' HEITOR DE CARVALHO UTILIZACAO PAS AGUAS SUBTERRA.NEAS PARA 0 ABASTEOIMENTO DE AGUA A REGMES ARIDAS E SEMIARIDAS ... ... 43 J. M. DA MOTrA ·MARQUES POSSIBILIDADE IMEDIATA DE IN8TALACAO AGUA NO BAIXO OUNENE ... ... ... ... DE PONTOS DE ... ... ... ... ... 83 NOTA SOBRE ALGUMAS ROOHAS ALOALINAS DA REG1AO IMPULO-OHONGOR61 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 95 FERNANDO GRACA GONCALVES 2178-LUANDA-IMPRENSA NACIONAL DE ANGOLA-1966 C. D. U. 551.49:628.1 (252) (673-14) , U tilizac;ao das Aguas .Subterraneas para 0 Abastecimento de Agua em , Regioes Aridas e Semiaridas Por FRANCISCO A. FLORES HEITOR DE CARVALHO Eng.o do! Servicros de Geologia e Minas de Angola Ge61ogo dos Servic;:os de Geologia e Minas de Angola RESUMO No presente trabalho poe-se em evidencia a possibilidade de utiliza¢o de aguas subterTaneas, no abastecimento de popula.¢es rurais e gado em regi6es aridas e semiaridas, tomando .como base de estudo a pros~o, pesquisa. e capta~o de aguas subterraneas, realizadas pelos Servi~s de Geologia e Minas de Angola nos distritos da Huila e de Mo¢medes. Assim, alem de uma anaJise sucinta das condi~oes climaticas, geol6gicas e hidrol6gicas que condicionam 0 problema da ocorrencia de agua subterranea em tais regi6es, apresenta-se, aindlil, .uma descri¢o sumaria dos processos utilizados para pesquisa mecanica e os tipos de .capta~oes construidas. Verifica-se que os resultados obtidos tem sido favoraveis, 0 que permite as entidades responsaveis encarar com optimismo a resolu¢o dos problemas de abastecimento de agua -subterranea as regiOes aridas e semiaridas, do Sud oeste de Angola. 13 certo que, quase sempre se verifica desequilibrio no balan~o hidrico regional. No en tanto, procura-se obviar esta dificuldade recorrendo-se, sempre que necessario, a execu¢o de dispositivos de recarga artificial, a partir das aguas superficiais. SYNOPSIS This report shows the possibilities to use ground-water supply for men and livestock in arid and semi-arid zones. . The work described was based upon prospecting, water well drilling and screened well -construction carried out by Servi~os de Geologia e Minas, in South Western Angola. So, it is given a succint analysis of the climatic, geological and hydrological conditions which limit the supply of ground-water to such regions and a brief description of the methods used in water well drilling and, screened wen construction. What has been done, is still not enough to assure a dependable water supply for the whole South Western Angola: however, the results already obtained permit to be optimistic about the resolution of such a problem as the ground-water supply to the arid and semi-aria areas of Angola. In many regions, it has been verified that the water balance is not at equilibrium. Then, to overcome this difficult, the Servi~os de Geologia e Minas has been studying means of water apreading to improve recharging of graund-water reservoirs. ..., .p' IIJ ~ C) CUlllne F.. do 170t-- 16° ISo 14° " 12° 12° oS U 0 O~_ 13° J 13° 5~ oS s un u '9 0 E S ,. ~ 14° 14° 0 E S T E C ~- It. n 15° JA ISo E It. SpO 16° 16° A NGO LA 40,0 Kin 17° 17° 0 ... , A, C~rlo. ~ '.Ift •• reo 16° . 15° 14" 18" ====-, a:: .... ~ til ~ s;: cu 0 g ~ cu ~ ~ ~ .... B tI:l &5 ~ ~ ."':1 tx:I ~ ~ ~ ~ 4 JULHO. A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 45 INTRODU<;AO A presente comunicayao pretende evidenciar a possibilidade de utilizayao das aguas subterraneas, no abastecimento a regioes aridas e semhiridas. Os Serviyos de. Geologia e Minas de Angola, tem executado, com exito, trabalhos de prospecyao, pesquisa e captayao de aguas subterraneas nas regioes aridas e semiaridas do SW da Provincia de Angola. (Fig. 1). Na prjmeira parte da presente comunicayao, elaborada pelo ge610go Heitor de Carvalho, analisar-se-ao em linhas gerais, as condiyoes c1imaticas, geol6gicas e hidro16gicas que condicionam a prospecyao, a pesquisa e a captayao de aguas subterraneas naquelas regioes. N a segunda parte, elaborada pelo eng.o Francisco A. Flores, descrever-se-ao os processos utilizados para pesquisa das aguas subterraneas e os tipos de captayoes construidas. Os resultados obtidos ate agora, permitem encarar com optimismo a utilizayao das aguas subterraneas na resoluyao do grave problema de abastecimento de aguas as regioes aridas e semiaridas do territ6rio de Angola. Tem-se verificado, no entanto, que, em muitos casos, devido ao desequilibrio do balanyo hidrico e necessario recorrer quer a dispositivos de recarga artificial, a partir das aguas superficiais, quer ao armazenamento destas aguas, mediante obras muito simples de engenharia civil. Como adiante se vera as aguas subterraneas oferecem a grande vantagem de dispensarem tratamento, dado que tem sido possivel, sempre, obter aguas com teores de mineralizayao baixos e praticamente isentas de materiais em suspensao. 1. CLIMA o c1ima do Sudoeste de Angola e varia~el em virtude da area se estender do litoral ao interior, atraves de varias centenas de quil6metros, com altitudes diversas. Os valores medios anuais da precipitayao, medidos durante 0 periodo de 1953 a 1959, nos postos situados na area considerada, encontnlm-se discri. minados no quadro da pagina 46. Os meses em que se verificam quedas pluvionletriCaS, sao, em gera] , de Dezembro a Abril. o valor da temperatura media anual do ar, nas regioes consideradas, oscila de 20,0 0 C a 24,5 0 C. As medidas extremas indicadas, verificaram-se, respectivamente, enl MOyamedes e Curoca Norte. A amplitude da variayao diaria da temperatura chega a atingir, em certos locais, cerca de 30,0 0 c. Os valores medios anuais da evapotranspirayao potencial, referentes ao periodo de 1953 a 1959, nos locais que vimos analisando, podem ser encontrados no quadro da pagina 46. o balanyo hidrico destas regioes e francamente negativo. BOLETIM DOS· SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS 46 Segundo 0 dr. Matos Silveira, os dimas que vigoram nas regioes consideradas, sao: Clima arido, megatermico: Caraculo, Curoca Norte, Chitado e Oncocua. Clima arido, mesotermico: Mo~amedes e Lucira. Clima semiarido, megatermico: Vila Arriaga, Lungo, Bruco, V. Pereira d'E~a, Clima semiarido, mesotermico: Chao da Chela, Chibemba, Quihita, Mulondo, culungo, Otchinjau e Cahama. Chiulo e Cafu. Ro~adas, Mupa, Namu- 2. METODOS UTILIZADOS NA PROSPEC<;AO DE AGUAS SUBTERRANEAS 2.1 PROSPEC<;AO GEOL6GICA Tern sido utilizados os elementos geologicos fornecidos pelos levantamentos, na escala 1 :100.000, das areas onde existem trabalhos desta natureza. Nas regioes onde nao existem trabalhos de cartografia geologica, na escala 1 :100.000, tem-se procedido a reconhecimentos geologicos, antes de se iniciarem os trabalhos de prospec~ao e pesquisa de aguas. Valores da precipita~io Postos Lola ........ . Chao da Chela .. . Vila Arriaga. Lungo... . .. Bruco ... . .. Curoca Norte Caraculo ... Lucira... . .. M~medes .. Chibemba ... Quihita·. Mulondo .. . R~adas . . . . Mupa ..... . Namuculungo Otchinjau ... V. Pereira d'~ .. Chiulo ... Cahama. caru ... Chitado .. Onc6cua e evapotranspira~io relativos as regioes consideradas Precipita~io 838mm 579mm 683mm 577mm 466mm 175mm 123mm 104mm 37mm 675mm 625mm 623mm 654mm 616mm 600mm 554mm 577mm 578mm 499mm 608mm 405mm 360mm Evapotranspiracio potencial 1185 mm 1015 mm 1263 mm 1180mm 1218mm 1342mm 1162mm 1020mm 962mm 1045mm 985mm 1046mm 1138 mm 1100mm 1137mm 1075mm 1140mm 1216mm 1059mm 1283 mm 1284mm 1182mm JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 47 Em pequenas areas onde sao pedidos varios pontos de agua, e; por vezes, possivel, com um pouco mais de trabalho, aproveitar os elementos de ordem geologica colhidos nos itinenirios feitos para a prospecc;ao e elaborar esboc;os, apoiados na interpretac;ao fotogeologica. E 0 caso das regioes de Ediva-Otchinjau e do Chitado. . Nas restantes zonas, dada a grande dispersao dos pontos de agua pedidos, nao tem sido possivel efectuar~ conjuntamente, a prospecc;ao e a cartografia geologica. A fotogeologia tern sido amplamente aplicada na prospecc;ao e pesquisa de aguas subterraneas. Os elementos fornecidos pela fotointerpretac;ao, sao verificados no terreno, por meio de percursos feitos ape. Todas as observac;oes sao anotadas na fotografia aerea. 2.2 PROSPECCAO GEOFISICA A prospecc;ao geofisica (metodos geoelectricos e sismicos) tern sido utilizada sempre que as observac;oes geologicas superficiais se revel am insuficientes. Nas areas onde ocorrem formac;oes do Sistema do Kalahari, os acidentes geotectonicos do «bed-rock» nao se observam it superficie. 'A prospecc;ao geofisica podera fornecer elementos que contribuam para a implantac;ao criteriosa das sondagens de pesquisa de aguas subterraneas. Os metodos geoe16ctricos tern, ainda, sido utilizados em zonas onde as formac;oes de cobertura mascaram, localmente, 0 seguimento de certos acidentes tectonicos. Podem ainda utilizar-se os metodos' gravimetrico e magnetico na deterrninac;ao da profundidade e· natureza das rochas de base dos sedimentos do Kalahari. Urn dos vastos campos de aplicac;ao dos rnetodos de prospecc;ao geofisica, relaciona-se com a execuc;ao de dispositivos de recarga artificial. Na verdade, a localizac;ao de obras, tais como pequenos ac;udes nos leitos das «mulolas» (1) adjacentes as captac;oes, so podera ser feita, com seguranc;a, desde que se conhec;a, o mais pormenorizadamente possivel, qual 0 processo de infiltrac;ao e caminho seguido pela agua ate ao aquifero. A prospecc;ao geofisica podera por em evidencia a rede de fracturas que permite,m a infiltrac;ao da agua. 3. HIDROGEOLOGIA Nas regioes consideradas, ocorrem rochas eruptivas, rnetassedimentares e' sedimentares. A fim de nao alongarmos a presente comunicac;ao, nao nos ocuparemos da analise destas formac;oes. Os principais dados geologicos das zonas onde se tem procedido it prospecc;ao, pesquisa e captac;ao de aguas subterraneas, poderao ser encontrados em trabalhos do autor da primeira parte da presente comunicac;ao, do eng. o Neves Ferrao, dos ge610gos Sousa Vale, Motta Marques, Cardoso Simoes, Antonio Peres e Lapido Loureiro e do eng. 0 Jeremias Godinho. (1) Cursos de agua de regime temporario. 48 BOLETIM DOS SERVI(X)S DE GEOLOGIA E MINAS Para resolver 0 problema do abastecimento de agua as regioes do SuI de Angola, tern sidoencaradas varias solu~oes que se relacionam com as condi~oes climaticas, topograficas e geologicas que vigoram nas diferentes zonas de tao extensa area. ' ~ A regiao situada entre 0 litoral e a escarpa da Serra da Chela, em virtude dos varios tipos de clima e das diferentes condi~oes topogrrl.ficas existentes, podera ser dividida em tres zonas, no que se refere a execu~ao de obras destinadas a obten~ao de pontos de agu~. Junto it escarpa da Serra da Chela, onde a precipita~ao media anual e superior a 400 mm, poderemos, de urn modo geral, optar, pela constru~ao de a~udes de reten~ao de aguas superficiais. Na verdade, os cursos de agua sao juvenis, 0 que proporcionara boas condi~oes topograficas para a execu9ao de obras do tipo referido. Alem de mais, recebem, de um modo geral, as aguas que se precipitam do planalto da Serra da Chela. , Nestas zonas, poderao, tambem, sempre que as condicoes geohidrologicas o aconselhem, ser executadas sondagens de pesquisa que conduzam it capta~ao de aguas subterraneas. Em certas areas das imedia~oes da base da escarpa da Serra da Chela, o manto de deposito de vertente atinge, por vezes, grandes' propor~oes. Dada a constitui9ao argilosa, dos produtos de altera~ao, e possive], em certas regioes (proximidades de Vila Arriaga), executar reservatorios escavados. A zona que vimos analisando, em particular, abrange as areas de Cainde - Vila Arriaga - Lola. A Oeste desta regiao, 0 valor da precipita~ao media anual come9a a diminuir. As «mulolas» correm abundantemente, ainda, durante a epoca das chuvas, numa faixa de varios quilometros de largura, paralela it escarpa da Chela. ' Em certos 10cais, existirao, tambem, condicoes topograficas aceitaveis para serem executados a~udes de reten9ao. Noutros, porem, a sua constru9ao sera, economicamente, inviavel. Esta sera uma zona mista em que se podera propor a execucao de a9udes de reten~ao ou de capta~oes de aguas subterraneas. A escolha da solu~ao depende das condi~oes geohidrologicas e topograficas existentes nos locais, onde sao pedidos os pontos de agua. Esta regiao compreende uma faixa mais ou menos paralela it anterior e abrange a zona situada entre 0 Cainde e Virei, no Munhino, Caitou, Camucuio e Serra da Neve. A terceira zona aprange as areas de Capolopopo, Virei, Caraculo, Maungo e Cairofa, estendendo-se paralelamente,' as anteriores. , Dada a fraca precipitacao e caracteristicas topograficas apenas se podera, ao encarar a resolucao dos problemas de abastecimento de agua, optar, em regra, pela execu~ao de capta~oes de aguas subterraneas. o problema da prospec~ao, pesquisa e capta~ao de aguas subterraneas, liga-se, quase sempre, na zona situada entre 0 litoral e escarpa da Serra da i Chela, ao da recarga dos aquiferos. Dada a escassez das chuvas, essa, recarga efectua-se, quase exclusivamente, atraves dos rios e «mulolas». As sondagens de pesquisa mectinica deverOo ser sempre localizadas nas imediafoes das «mulolas». JULHO A DEZEMBRO - 1965 - NUMERO 12 49 Do ponto de vista geologico, devemos ter em conta, no que se refere a de sondagens mecanicas com vista a obten~ao de agua, os seguintes acidentes: localiza~ao a) Filoes de quartzo e de rochas basicas: Geralmente, junto dos encostos dos filoes, as rochas eruptivas ou metassedimentares, apresentam-se alteradas e fracturadas. Os filoes, ou se encaixam numa zona previamente fracturada, ou a sua instala~ao provoca 0 aparecimento de fracturas. As aguas das «mulolas» tern tendencia a infiltrar-se atraves das fendas das rochas situadas a montante dos filoes, que se oporao it sua passagem para jusante. Os filoes referidos funcionam, de urn modo geral, na zona considerada, como barragens subterraneas desde que a espessura seja apreciavel (para cima de 2 metros) e 0 estado de fractura~ao pouco acentuado. b) Zonas de contacto entre rochas de textura e composi~iio diferentes: Nas rochas graniticas que ocorrem na regiao, verifica-se, frequentemente, a existencia de diferencia~oes, quer no que diz respeito ao tamanho do grao e textura, quer no que se refere it constitui~ao. Estas diferenciacoes conduzem, por vezes, a diversos estados de alteracao e fracturacao das rochas. Nestas regioes, situadas junto das «mulolas», surgem, com frequencia, zonas onde as rochas' graniticas inteIisamente fracturadas e alteradas, se dispoem a montante de afloramentos frescos e pouco fracturados. Estes funCionarao como barragens subterraneas, retendo as aguas contidas nas rochas fendilhadas que ocorrem a montante. As sondagens de pesquisa localizadas nestas zonas de rocha alterada e fracturada, tern, geralmente, conduzido a exito no que se refere a obtencao de agua. c) Zonas de afloramentos do complexo granitico-gnaissico muito fractura- dos e laminados: Trata-se de rochas graniticas, dioriticas e granodioriticas, mas principalmente graniticas. Ocorrem ainda, aqui· e' alem, testemunhos de rochas metassedimentares, tais como xistos, quartzitos e calcarios cristalinos, mais antigos que as rochas eruptivas. 0 granito apresenta-se, geralmente, muito endomorfisado e orientado devido it proximidade do contacto com as rochas metassedimentares. Estas formacoes encontram-se, em certos locais, extraordinitriamente fracturadas e laminadas. Tomam, aqui e alem, aspecto xistento devido it laminagem intensa. Nas imediacoes das «mulolas», oferecern boas condicoes para a pesquisa deagua por meio de sondagensmecanicas. Os caudais obtidos sao, de urn modo geral, apreciaveis. . 50 BOLETIM DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS d) Zonas da proximidade do contacto entre rochas eruptivas e rochas xisto-quartzfticas: Em muitos locais da area considerada, ocorrem rochas xisto-quartziticas. posteriores, Nas~proximidades do contacto com as rochas eruptivas, que the sao e normal 0 aparecimento de rochas migmatiticas e metam6rficas. Nas zonas onde afloram os dois tipos de formacoes referidas e a distancia da superficie ao contacto com as rochas eruptivas nao e muito grande nem demasiado pequena, ha possibilidades de localizar com exito, sondagens de pesquisa mecanica. Nas imediacoes das «mulolas», as rochas. xisto-quartziticas, obedecendo as condicoes procedentes, dado ° estado de alteracao e fracturacao intensa que normalmente apresentam, permitem a infiltracao da agua que ficara retida em profundidade, dada a proximidade do contacto com as rochas metam6rficas e eruptivas, impermeaveis. Oscaudais obtidos em furos de sonda efectuados nas zonas que obedecam as condicoes enunciadas, sao geralmente, apreciaveis. e) Fa/has bem definidas: Estes acidentes tectonicos oferecern condicoes ideais para a execucao, com exito, de sondagens de pesquisa e captacao de aguas subterraneas. Estas deverao ser localizadas, sempre que possivel, nas imediacoes das «mulolas», junto do ponto de encontro das falhas com as linhas de agua. Como 'ja .referimos as chuvas sao, de um modo geral, escassas na regiao situada entre 0 litoral e a escarpa da Serra da Chela. Normalmente 0 volume de agua extraido dos furos, e superior aquele que alimenta os aquiferos. Este facto podera conduzir ao esgotamento completo das reservas aquiferas subterraneas e introduzir modificacoes profundas nas caracteristicas fisio~aficas das regioes afectadas. . . E 0 que vern acontecendo na area do Caraculo. Algumas das captacoes existentes esgotaram-se completanlente; noutras, 0 caudal da ordem de 1000 lib, em 1950, reduziu-se a 200 1/h, em 1964. Para tentar remediar esta situacao, devera, desde ja, pensar-se em: - localizar as captacoes de aguas subterraneas nas margens das «mulolas». ~ localizar as captacoes a montante de filoes ou em zonas em que o «bed-rock», por qualquer motivo, tenha a forma de pequena «cuvette» . - proceder a construcao de dispositivos de recarga artificial sempre que as condicoes naturais nao sejam favoniveis it alimentacao dos aquiferos. Como ja referimos, a alimentacao dos aquifer~s na reglao, proce.ssa-se principalmente atraves das «mulolas», apesar do seu caracter temponirio. JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 51 Nestas condi~oes, os dispositivos de recarga artificial, a executar, deverao ser, de urn modo geral, constituidos por pequenos a~udes~ o problema da localiza~ao dos dispositivos de recarga artificial, nas «mulolas» adjacentes as capta~oes, implica um conhecimento, tao completo quanta possivel, da tect6nica local, a fim de permitir compreender seguramente, qual 0 processo e 0 caminho de infiltra~ao da agua, das «mulolas» para os aquiferos. 13 quase sempre impossivel, por elementos colhidos it superficie, ficar com o problema totalmente resolvido. . Recorrer-se-a a prospec~ao geofisica que fornecera, sem duvida, elementos de grande valia. Nas regioes de Gamoos, Chitado e Baixo Cunene, dadas as con.di~oes climaticas, poderemos sempre, de um modo geral, ao encarar a resolu~ao do pro blema do abastecimento de agua, optar pela execu~ao de sondagens mecanicas, a~udes ou reservat6rios escavados. A escolha da solu~ao dependera das condi~5es topograficas e geohidrol6. gicas locais. A execu~ao de reservat6rios escavados e, quase sempre, possivel, nas regi5es onde ocorrem forma~5es do Sistema do Kalahari. Na verdade, a topografia plana e a nature:z;a geol6gica das forma~5es (em geral argilo-arenosas) constituem condi~5es favoraveis para a constru~ao deste tipo de obra. Nas areas onde ocorrem rochas do complexo gabro-anortositico (RegUlo dos Gambos), os problemas respeitantes it pesquisa de aguas subterraneas, sao, em geral, facilmente resolvidos se localizarmos as sondageils mecanicas em acidentes tect6nicos ou em zonas de contactos geol6gicos. As sondagens de pesquisa localizadas em rochas de natureza gabr6ica, na regiao do Chitado, forneceram caudais muito elevados, por vezes superiores a 30000 l/h. Foram, em regra, localizadas a montante de fil5es doleriticos, junto das margens das «mulolas» que atravessam. As zonas de intenso esmagamento, correspondentes a falhas; proporcionam tatnbem caudais apreciaveis. Tanto na regiao dos Gambos como no Chitado, terao maiores probabilidades de exito, no que se refere it obten~ao de caudaiselevados, as sondagens mecanicas localizadas nas imedia~5es da intercep~ao dos acidentes geol6gicos referidos, com linhas de agua. Devera ter-se em conta, nas regi5es onde ocorrem rochas do complexo gabro-anortositico, 0 facto de as falhas apresentarem, por vezes~ um enchimento argiloso muito abundante. Quando as caixas de falha se apresentam preenchidas por ~aterial francamente argiloso, em regra proveniente da saussuritiza~ao das plagioc1ases do complexo gabro-anortositico, este material pode, em muitos casos, colmatar integralmente as fendas que permitiriam a circula~ao das aguas subterraneas. Nestas condi~oes, ap6s alguns ensaios efectuados na regiao dos Gambos, constatou-se ser de toda a conveniencia localizar as sondagens de pesquisa nas zonas marginais destes nuc1eos argilosos, por serem as mais propicias a uma facil circula~ao e, consequentemente, proporcionarem maiores caudais. Na regiao de Ediva-Otchinjau, alem das forma~5es do Sistema do Kalahari, ocorrem rochas eruptivas e metassedimentares. Estas sao apenas permeaveis em grande, devido a existencia de fracturas. As fracturassao, em geral, pouco 52 BOLETIM DOS SERVIQOS DE GEOLOGIA E MINAS espessas e de pequena extensao, nao permitindo a circula~ao da agua. As falhas sao, nesta zona, os elementos que oferecern tnelhores condiyoes para a pesquisa e capta~ao de aguas subterraneas. Os acidentes tectonicos sao, muitas vezes, mascarados por cobertura detritica que dificulta as observacoes superficiais. 'Tem-se recorrido, com insistencia, nestes casos, it prospec~ao geofisica (metodos geoeIectricos). A prospecyao de aguas subterraneas, na regiao do Baixo Cunene, onde ocorrem forma~oes do Sistema do Kalahari, tem-se revelado extremamente dificil. o eng.o Neves Ferrao analisa este assunto na publica~ao. «A hidrogeologia e 0 problema do abastecimento de agua ao Baixo Cunene (Angola)>>, de que transcrevemos as considera~oes. seguintes: «A prospec~ao de toalhas aquiferas de pequena profundidade e extremamente dificil, na maior parte da regiao, dadas as caracteristicas de que se reveste a sua ocorrencia». «As aguas ocorrem a profundidades variaveis, em zonas onde as areias e gres possuem menorcoeficiente de reten~ao 0 qual varia tam bern muito, lateralmente» .. «As chanas (l) em cujas margens· afloram camadas gresosas sao as mais favoraveis it ocorrencia de aguas artesianas de baixa salinidade e com caudais apreciaveis. N·estas, devem exc1uir-se os locais de deposiyao . de argilas negras». «Por outro lado sao geralmente favoraveis as depressoes destas chan as com solo arenoso e as zonas marginais, que, situando-se entre 0 limite das camadas gresosas e os depositos mais argilosos dos leitos das chanas, sao as mais permeaveis. Deve ser esta a razao da existencia frequente de Diospyros de grande porte, nestas zonas». «E possivel encontrar agua de qualidade aceitavel em certas depressoes fechadas que parecem constituir formas remanescentes de antigas chanas, assoreadas» . «Verifica-se que nem sempre e possivel utilizar o. metodo geologico na prospec~ao destas toalhas aquiferas, dadas a ausencia de afloramentos das rochas do bed-rock e as caracteristicas hidrogeologicas da regiao. Os elementos de natureza fisiognifica assumem grande importancia, por se tratar de aguas pouco profundas, cuja alimenta~ao se faz, localmente, ou a pequenas distancias, a partir das aguas superficiais. As fotografias aereas sao por isso urn instrumento precioso para a delimitayao das zonas favoraveis e mesmo para a escolha de locais de pesquisa.A sua utilizayao requere, no entanto, experiencia e urn conhecimento profundo da regiao». «Os metodos de prospec~ao electrica podem, provitvelmente, prestar urn valioso auxilio na localiza~ao das toalhas aquiferas, nao directamente, .dadas as caracteristicas da sua ocorrencia e 0 elevado coeficiente de retenyao (1) Areas quase planas, com· pr~dominancia de vegeta~ao herbacea (savana), por onde normalmente se processa 0 escoamento das aguas superficiais~ Na chana raramente ha afloramentos. 0 solo e, geralmente, constituido por materialargilo-arenoso. JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 1~ 53 de toda a forma~ao das areias inferiofes, mas fornecendo elementos acerca das caracteristicas hidrol6gicas. 13 possivel que a execu~ao dassondagens electricas nas zonas jaconhecidas como favoraveis a ocorrencia de aguas subterraneas possa fornecer «perfis-tipo» que sirvam depois para caracterizar outras zonas, identicamente favoniveis». «Os metodos de recarga artificial tern na regiao do Baixo Cunene uma importancia fundamental para 0 caso das toalhas aquiferas pouco profundas». «A sua aplica~ao devera consistir em ampliar e melhorar a· recarga natural a partir das aguas superficiais e, dada a quase ausencia de relevo, a tecnica indicada sera a constru~ao de pequenos a~udes de reten~ao, de depositos escavados ou de valas. Os dep6sitos podem ser abertos para servirem, simultaneamente, como capta~5es e como meios de recarga artificial das toalhas aquiferas, mas isso tern inconvenientes, como e 6bvio». 3.1 CONSIDERA<;OES GERAIS Sao de notar os elevados caudais obtidos em algumas das sondagens efectuadas em 1964, os quais poderao ser considerados anormais, tanto no que diz respeito a natureza das rochas-armazem, como as condi~5es climaticas que vigoram nas areas onde foram encontrados. Na verdade, obtiveram-se, em sondagens efectuadas 'na area de Virei-Capolopopo (Distrito de Mo~amedes), onde as condi~5es climaticas· e hidrogeo16gicas sao identicas as que vigoram na regiao do Caraculo, caudais superiores a 15 500 I/h. Ocorrem, nesta zona, rochas graniticas. Na regiao dos Gambos, obtiveram-se, em media, debitos horarios da ordem dos 8000 litros. A. sondagem deChiange Novo forneceu urn caudal de 30 000 I/h, tendo sido localizada na proximidade de· uma mulola, em rochas muito fracturadas do complexo gabro-anortositico, situadas a montante do contacto ,com rochas graniticas.· Na area do Chitado, obtiveram-se, ate a data, em varias sondagens, caudais superiores a 30 000 l/h. Uma capta~ao fomeceu urn debito horario· de 70000 litros. As sondagens tern sidoefectuadas, de urn modogeral, em rochas de natureza gabroica. Na zona, de Ediva-Otchinjau, os caudais medios obtidos sao da ordem dos 7000 l/h, tendo-seconseguido, em tres sondagens, cerca de 13 000 I/h. 4. QUALIDADE DAS l\GUAS APROVEITADAS Sobre a qualidade das aguas aproveitadas em anos anteriores a 1963, na regiao do Caraculo, faremos urn resumo das considera~5es inseridas pelo eng.o Neves Ferrao na publica~ao «A hidrogeologia e 0 problema do abastecimento de aguaa' Reserva Pastoril do Caraculo (Angola)>>. «Quase todas as aguas sao cloro-sulfatadas e altamente mineralizadas sendo a sua constitui~ao bastante uniforme. 76 % possui mineraliza~ao . total superior a 1500 mg/i. · 54 BQLETIM DOS SERVIQOS DE GEOWGIA E MINAS «0 pH destas aguas varia de 5,4 a 7,8 sendo os valores mais frequentes ligeiramente superiores a 7». «Os teores em silica sao sempre elevados - superiores a 50 mg/lo que equivale a teores relativos de 0,3 % a 8 %». «A fim de efectuar urn estudo dos varios tipos de agua encontrados, reuniram-se no diagrama de Piper (Fig. 2) os resultados de algumas analises, representativas dos varios locais onde se captaram aguas subterraneas». «A analise do diagram a mostra que: 1) As aguas captadas sao caracterizadas por uma grande uniformidade de constitui<;ao. Todas sao, com raras excep<;oes, altamente mineralizadas e cloro-sulf.atadas. 2) No diagrama dos anioes ve-se que os pontos representativos das analises se acumulam num pequeno sector, correspondente a altas percentagens de sulfatos (0 a 20 ~Io). 3) No diagrama dos catioes, a dispersao dos pontos e maior do que no anterior. A percentagem de calcio e inferior a 60 % e a de magnesio inferior· a 50 %. As percentagens da associa<;ao sodio + potassio sao muito variaveis, de 10 % a 100 %. 4) As aguas assinaladas com os numeros 11 e 22 sao de tipo urn pouco diferente de todas as outras, em particular. a primeira que apresenta nitido predominio de carbonatos. 5) 0 estudo comparativo dos tres diagramas mostra que as varias aguas constituem estadios correspondentes a graus de «concentra<;aO» crescente em cloretos, em detrimento dos carbonatos». Os principais dados das analises quimicas das aguas aproveitadas, na zona compreendida entre 0 lit oral e a escarpa da Serra da Chela, durante 1964, sob a orienta<;ao do geologo Heitor de Carvalho, encontram-se sintetisados no quadro da pagina 57. Agrupam-se por zonas que pretendem corresponder a regioes onde as condi<;oes climaticas sao, mais ou menos, identica's. o pH dasaguas analizadas oscila entre 5,5 e 6,4. As aguas da regiao de Virei-Capolopopo, sao altamente mineralizadas e cloro-sulfatadas. Os teores em sodio, calcio e magnesio sao muito elevados. Sao ainda muito silicatadas, 0 que,certamente, se liga com a natureza granitica das rochas que as armazenam. Em virtude de conterem quantidades elevadas de bicarbonatos de caIcio e magnesio, sao aguas muito duras. . As aguas aproveitadas na regiao do Caraculo, apresentam mineraliza<;ao inferior as da zona de Virei-Capolopopo. Sao ainda muito mineralizadas e cloro-sulfatadas. Os teores em sodio, calcio e magnesio sao, tambem,. elevados. Estas aguas sao muito duras. Na regiao de Cainde, as aguas encontradas sao de melhor qualidade que as anteriores. A dureza e media, excep<;ao feita a agua aproveitada em Cavelocamo, que e muito dura. 0 teor em calcio e baixo, relativamente ao das aguas anteriormente referidas. o teor em silica da agua de Cavelocamo, e inferior ao das restantes, facto que se liga, sem duvida, a natureza da rocha~armazem (rochas xistentas). AN~LISES DE ~GUA Diagrama de Piper -c.-N! Totarsol. ~o Diss.(mgIQ pH --CI_ Total sol. Total sol. pH N! CaptaClo Diss.(mgll) pH N! Captacao Diss.(mgll) 1 5-131 15550 7.1 11 5-144 768 6.9 21 5-174 no 7.2 2 5 -132 5666 7.5 12 5-146 1372 7.0 22 5-137 6814 5.4 3 5 -133 3554 6.8 13 5- 148 3811 7.1 23 5-173 891 7.1 4 5-134 1760 7.0 14 5-149 2616 7.2 24 5-1711 471 1.3 5 5-131 2168 7.8 15 5-150 5772 7.3 25 5-1s'2 3123 5.1 6 5-137 2356 6.7 16 5-152 7258 6.9 26 5-1011 115 7.1 7 5:"138 2309 ' 7.0 17 5-163 1600 6.5 27 5-102 820 7.1 8 5-130 2392 7.1 18 5-166 43'02 5.8 28 5-118 1014 7.2 9, 5-141 5074 7.1 19 5-167 3560 7.5 29 5-111 753 7.7 10 5 -142 8160 7.1 20 5-168 1137 7.1 30 5-121 1188 7.' Fig. 2 DII.: A. C." •• ••••• 56 ~ BOLETIM DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS E curioso notar que as regioes de Virei-Capolopopo e Caraculo possuem,. de urn modo geral, identicas condi~oes c1imaticas e hidrogeologicas. Na area de Cainde, onde os teores em c1oro e s6dio das aguas aproveitadas,. sao muito inferiores aos das que oeorrem no Virei-Capolopopo e Caraculo,. o c1itna e bastante diferente (menos arido). As aguas aproveitadas destinam-se, em regra, a ser utilizadas por ovinos· e bovinos. Admite-se, de urn modo geral, 0 limite de 6 gil de mineraliza~ao, para as aguas a utilizar pelo gado (Caraculo), podendo, em periodos de emergencia, adoptar-se 0 limite de 10 gil. Apenas a agua eneontrada em Gimba-Catongo (Capolopopo), ultrapassa estes valores. Os resultados das analises quimicas, expressos em mg/l, foram implan-tados em diagramas logaritmieos de Shoeller-Berkaloff, com escala de Greene(pag. 58 a 60) Os gnificos obtidos permitem, por compara~ao, determinar 0 grau deparentesco existente entre as aguas e estudar as varia~oes das «facies» em fun~ao da concentra~ao. Em virtude de se terem obtido, em alguns casos, caudais abundantes,. e possivel utilizar a agua em irriga~ao de pequenos campos ou hortas. A esc~da de Greene permite determinar rapidamente a qualidade da agua no que se refere a sua utiliza~ao em irriga~ao. Verifica-se, pela observa~ao dos graficos, que todas as aguas sao boasou sofriveis para a uti1iza~ao em agricultura, excep~ao feita as de Gimba-Catongoe Brutuei (Capolopopo). A primeira sondagem efectuada em Saiona (Caraculo), forneceu agua extremamerite salina, incapaz de ser utilizada mesmo pelo gado, devido aofacto da mulola Saiona percorrer extensa regiao onde ocorrem roehas xistentasmuito alteradas. Foi efectuada segunda sondagem eerca de 600 metros a SuI da primeira, junto da margem direita de uma «mulola», afluente do rio Saiona, que percorre uma regiao onde afioram, principalmente, rochas graniticas poueo alteradas. Presumia-se que as aguas, eventualm(mte, encontradas junto desta «mulola», fossem menos salinas, dada a natureza e estado de altera~ao poueo avan~ado das roehas onde instalou 0 seu leito. Na verdade, dos 7 aos 11 metros de pro-· fundidade, apareeeu agua de qualidade razoavel. Dos 24 aos 25 metros, eneontrou-se a zona aquifera da primeira sondagem, com agua extremamente salgada. Os principais elementos fornecidos .pelas amUises quimicas das aguas aproveitadas na regiao dosGambos em 1964, sob a orienta~ao do ge610go· Heitor de Carvalho, encontram-se sintetizados no quadro da pag. 65. Na regiao dos Gambos as aguas sao medianamente duras. o valor maximo da mineraliza~ao das aguas eneontradas e da ordem de 0,7 gr/l. Sao aguas bicarbonatadas, apresentando teores pouco elevados em c1oretos e sulfatos. O. teor em c1oro e baixo, facto que se liga, sem duvida, com a natureza das. rochas-armazem (complexo gabro-anortositieo). As diferen~as existentes entre a mineraliza~ao das aguas eneontradas nas regioes dos Gambos e Chibia (fazenda de Aurelio Mendes), devem tambem estar ligadas a natureza das rochas que as armazenam. -- '____ " "'t, .,......-. 6,4 6,2 .. . ... ... 5,51 ... ... .. . 60,8°1 10,28 17,40 51,90 100,50 183,00 165,°°1 40,20 358,55 (aJ 1360,20 286,20 389,79 28,40 53,25 720,65 (aJ 332,60 1831,80 1413,08 (aJ 303,06 6695,30 Regiao do Caraculo. 3 Regiao de Cainde. 2 Regiao de Virei-Capolopopo. 230, 69 1 9,221 2,42 160,31 105,15 436,15 241,36 1387,50 302,70 2810,40 1 182,15 92,71 32,10 341,38 328,73 81,25 3,29 S04 121,21 123,97 423,95 192,15 231,80 433,10 422,73 576,45 636,23 675,88 469,70 243,34 47,84 43,01 233,68 214,36 771,42 516,58 2883,97 464;83 67i,00 1 025,40 341,60 534,36 24,38 Na+ AGUAS 344,65 C0 H3 Mo~arnedes 3 528,60 1 490,00 1 053,00 II 7,10 C1- (aJ Este valor nao vern indicado no boletirn de analise. Cavelocamo (3). I 5,8 ... ... 6,2 6,2 5,8 Quehelequete (3) ... Cainde (3) .. , Virei (2) ... Cutilua (2). ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Cahelengue (2) . Brutuei (2). I 515,00 12930,20 5,4 5,8 135,50 6,4 ... ... ... '" 76,70 5,5 670,20 ... 31~70 5,8 ... I 355,80 Residuo seco ... ... .. . Viombo (1) ... ... ... Saiona (1) . ... ... Chitundulo (2) . ... ... Girnba-Catongo (2) .. ... Chipia (1) . 24,30 dH Distrito de CAMCTERisTICAS QUfMiCAS DAS - _ - _ _ _ __ 5,8 \PH I __ Serra dos Gandarengos (1) .. Capta~oe8 efectuadas em 1964 ~"""'~-' 95,19 26,25 26,85 81,36 178,36 280,16 228,46 466,93 235,47 153,11 160,72 66,57 68,54 Ca++ 90,11 9,07 26,02 76,79 136,19 275,06 262,66 1436,08 233,35 93,63 44,99 38,52 17,51 Mg++ 2992,48 3834,43 1198,23 949,26 511,53 za~Ao Minerali- 76,70 68,10 70,80 95,70 92,10 67,90 76,90 - 1556,07 383,87 454,15 1439,49 1869,54 4248,39 3380,31 66,10 13630,66 94,20 59,60 76,70 70,60 32,20 Si02 VI -.,J ~' I-l I c:. ~ I t1l 0') ~ I-l I ~ ~ t::i :t:. ~ c... " •• all.,.•••• l?1JItaeaaa& .'. G G·D JPBt • • •,.lIIlII• • "."IARA 4\ ~; .. 'l .~-,; J:' DIAGRAMA Rcsiduo scco A '801. ~ 'f Mg Ca 7000 dH 400 5000 LOGARiTMICO 6000 3000 ..... 5000 200 4000 10000 9000 lOIlO 0 2000 3000 '000 100 .00 700 "c .. z" 7000 4000 6000 3000 '0000 1000 1000 70 10 60 : 'E 5 6000 200 .. 0 5000 l- 5000 3000 4000 1000 100 100 4000 300 .000 7000 1000 60 3 7000 2000 !5000 pH •ooooCD 3 . tOOO .0000 .000 1000 7000 100 10 10 70 I Seg.lda •. Schoell.r) S4 CI Gr •• ne 1000· 7000 6000 300 •••,.ITI. 2000 3000 2000 40 '000 100 100 30 700 \.000 900 20 . aoo .\= 500 '0 t 600 500 400 3~ 40 CDZ 200 livre 300 100 10 10 70 100 10 .0 60 10 70 40 1 30 0.' 0.1 0,7 Q,t 50 '0 I 40 30 0,' 0,5 30 20 '" 0, '/JO 10 0$ 1 0,5 2 OA I 20 0.4 20 1 G,3 I 0,' 0.2 10 t 10 1 0 0,8 • 0,7 0.6 0,1 0,5 Serra ---- Chipia -'--'-. Viombo --"-- Saiona Fig. 3 dos Gandarengos 0..: J.Ftlrr.ira • C.GOfMS DIAGRAMA Mg dH 400 LOGARITMICO .000 11 10000 1000 3000 200 2000 .000 300 10000 .000 1000 aooo 5000 5 200 .. o 1000 700 1000 1000 100 to eo -: 7000 aooo 1000 .00 .00 pH C03 10ooo 9000 .000 7000 300 I Segundo ., Schoeller I CI Groene 400 3000 \4000 70 2000 10 10 40 30 1000 900 20 600 aoo 700 500 400 10 COz livre 7.00 100 .0 aD 100 90 10 60 ao 1,00 70 50 100 60 ao 50 .0 40 10 40 30 60 so 0,' 0,' so 0,7 40 20 10 • 9,00 0,5 20 30 30 10 • 10 • 20 011 0;1 '.00 ~ 1 0,5 3 0.' 20 10 0,'· 0,2 • 20 0,6 1 D,9 30 40 10 1 0,9 o,a 0,7 0,& 0,1 a OJ 0,5 Brutuei Jimba . Catoogo Chitundulo Cahelengue Cutilua Virei Fig,4 Des:J.Ferreira e c.Gomes DlI ',~~ ~ \VI-J&j) &r!Si'e __ • •- DIAORAMA MI dH 400 .. 300 E 200 > LOOARiTMICO 'OooN 7000 6000 3000 5000 1000 '00 ~ 2000 1000 1000 3000 100 10 10 70 IOOOOC03 :r :> c 7.000 4000 3000 10000 .000 1000 7000 6000 2000 2000 300 7000 5000 5000 pH 9000 .000 10000 9000 .. 1000 700 600 7000 &000 eoo .. ... I Segundo II. Schoeller I CI Grc ono 5 200 6000 1000 400 3000 , 100 '0 10 • OJI QI I 4000 2000 4000 3000 60 50 1000 90 40 2000 1000 900 800 .00 pH do 100 .~ilibrio 600 I:' 6.00 10 \ 700 500 1000 20 600 900 400 aoo 500 700 300 600 , 500 10 300 400 \po 200 \ 200 100 10 100 1,00 10 90 70 100 '0 '.0 60 50 70 40 60 50 60 0,9 0,' 0,7 ~o 40 20 30 0,6 0,5 I 30 40 30 0.4 '.00 I D,5 2 0:4 , 20 10 0,3 I 0.2 10 0,9 O~ 0,7 0,6 0,1 • 0' 0,5 Cainde Quehelequete COYelocomo Fig.S JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 6f Na area da Chibia (fazenda de AureHo Mendes), ocorrem rochas grani-·· ticas. As aguas aproveitadas nesta regHio apresentam teores mais elevados que' as dos Gambos, principalmente no que se refere a sulfatos, s6dio, calcio e silica. Pela observa~ao dos diagramas de Shoeller-Berkaloff, com escala de Greene' (Fig. 6 e 7) verifica-se que as aguas sao boas no que se refere a utiliza~ao em irriga~ao. A prospec~ao de aguas subterraneas na area de Ediva-Otchinjau foi, ultimamente, levada a cabo sob a orienta~ao directa do ge610go Cardoso Simoes. As conc1us5es a que este tecnico chegou acerca da qualidade das aguas. aproveitadas sao: «As aguas captadas nas forma~5es eruptivas e metassedimentares. da regiao Ediva-Otchinjau, de urn modo geral, apresentam baixa mineraliza~ao e sao essencialmente bicarbonatadas s6dico-calcicas. No que res-peita aos teores em sais alcaliIio-terrosos, apresentam uma dureza variavel,. do tipo doce e medianamente duro, atingindo, por vezes, concentra~oes. caracteristicas das aguas muito duras - dH'> 30°». «0 residuo seco, variavel, em regra nao atinge os limites normalmente' considerados, no que respeita a potabilidade, excep~ao feita a agua captada na Ediva, que ultrapassa ligeiramente esse limite». «As caracteristicas quimicas das aguas captadas, sao resumidas noquadro da pag. 65, e encontram-se representadas no diagrama logarit-· mico de Shoeller-Berkaloff, com escala de Greene, para mais facil compara~ao (Fig. 8)>>. «Os c1oretos que se encontram dissolvidos nestas aguas, sao prove-nientes da altera~ao e dissolu~ao de alguns minerais das rochas e dos. solos interessados nas bacias de alimenta~ao respectivas». «Segundo alguns autores, a presen~a do sulfato de magnesio na agua,. em certas quantidades, pode promover desarranjos intestinais, mas as· aguas da regiao da Ediva nao oferecern este risco, porquanto podem admitir-se teores em sulfatos da ordem dos 500 mg/l, sem inconveniente' (Paterson)>> . «Os bicarbonatos. resultam, provavelmente, de dissolu~ao pela agua enriquecida em CO 2 • 13 0 aniao que se apresenta em maior concentra~ao· nas aguas colhidas para analise». «0 s6dio e 0 potassio provem da dissolu~ao de quase todas as rochas,. sendo 0 primeiro muito mais abundante que 0 segundo.» «0 calcio e 0 magnesio resultam principalmente de. rochas calcarias,. dolomiticas ou gipsiferas, raras na regiao, razao porque se apresentam . em teores relativamente baixos». «Sao os principais responsaveis. pela dureza das aguas e sua agres-· sividade» . «Como alguns dos caudais obtidos ultrapassam largamente as neces-· sidades de abeberamento, as aguas excedentes poderao ser utilizadas para cultivo de pequenos campos de luzerna, pois apresentam qualidades excelentes como aguas de rega, como facilmente se conclui por simples observa~ao do comportamento dos respectivos diagramas, relativamente a escala de Greene». 1 •••palla.,••••• DIAGRAMA Mg Gr •• n. .000N 400 1000 300 ..... 1000 3000 'E LOGARiTMICO 2000 1000 .00 .00 100 600 :. :J C 7000 4000 1000 pH 300 7000 10000 .000 1000 5 &000 200 o 5000 I- 7000 3000 &000 1000 500 100 to 10 I Segundo H. Sthoeller I C03 10000 .000 .000 10000 .000 ~ 1000 5000 200 CI l 2000 3000 4000 400 10 • 100 9 80 10 2000 3000 &0 50 1000 9 40 2000 .00 100 30 600 2000 1000 900 800 pH d. cquHil)rio 1:' &.00 700 500 1000 900 .00 100 20 400 &00 500 400 300 &00 500 200 7.00 400 COz 200 300 100 90 . 10 livre 100 200 100 I . • to 10 1,00 70 100 .0 10 70 &0 50 40 &0 ~o 1 0,' 0,' 0,1 40 40 30 0,_ 0,5 30 • 20 10 • 0,4 30 WI 50 20 20 Q.8 '.00 1 o,s 2 0,4 10 • 0,3 10 0,2 10 0.9 0.1 0,1 0,& 0,1 o.s Numpau' Nonguelengu. Chiang. Novo Tapo Capi Fig.6 Drs: J.FfN'rflira r C.Gomes DIAGRAMA Mg . 300 'E 200 dH LOGARiTMICO 7000 1000 > 1000 1000 100 4000 I Segundo R. Sch.ller J 5 1000· .. 10 10000 .000 ~ 1000 :IE ~ 7000 C03 pH 10000 tOOO 300 10000 5 1000 200 o ... 3000 3000 100 80 10 70 2000 1000 2000 I000O &0 10 3000 1000 .00 100 2000 700 40 30 600 20 400 1000 .0 .00 pH dl 100 .~ilibrio &00 1:' &.00 500 1000 800 100 700 500 100 400 300 10 200 -: .000 7.00 10 70 10 50 40 1 Q,t 30 20 • '" 0;1 '.00 0$ 1 o.s 2 Oft • OJ 10 1 0.1 Cl,I 0,7 0,& 0,& Barragem (Aurelio Mendes) Nombo (Aurelio Mendes) fig. 7 DIAGRAMA dH .. 'e 5000 .. 10000 9000 1000 2000 3000 'OOC! 100 90 .0 5000 70 4000 3000 2000 30 1000 900 .00 700 500 10 9 300 600 200 6000 1000 5000 6000 E 5 200 o .- 4000 3000 8 4000 9 lao 90 10 70 2000 3000 30 200 1000 90 800 300 10 90 80 2000 700 pH do equilibrio 600 1;' 1000 sao - ,..,1 6,00 500 400 70 £0 500 700 400 200 7.00 40 E o 300 700 600 sea 600 300 400 '" .0 _ 800 400 500 50 100 90 1 600 900 100- 300 500 10000 9000 5000 400 400 200 900 800 700 : 600-:50 400 1000 300 7000 2000 600 20 4000 500 1000 900 800 700 40 c: 3000 60 50 1000 900 BOO 600 2000 pH 7000 700 7000 H. Schoeller I 8000 5000 200 h~undo 1~:~C!03 . 6000 3000 I .000M 7000 6000 300 LOGARiTMICO COt 200 300 livre 7,00 200 lOa 90 10 70 100 90 .0 60 50 70 40 1 0.9 0.' 0,7 30 0.9 50 9 40 20 0,6 0,5 30 10 C\I 0.7 1.00 Oli I 0,5 2 0.4 9 0.4 20 10 0.3 0,3 0.2 0,1 ~lj 6 2 1 0.9 o~ 0.7 0.6 8 0,5 0.1 Ediva Gata- Borges Tchicubi Jomboueuel Nongimba 3 (Nllo foi encontrado valor para Na, porque est. ogua possui anill" nClo determinaveis no ana· lise .umario) Fig. 8 Des: J.Ferr.eirc. .. C.Gome~ ~it.~r~~'::, " ... ... ... ... ... ... ... ... ... Jomboueuei . 6,4 '" 500,80 30,18 13,00 445,30 661,85· 78,20 76,82 108,10 18,17 12,65 52,67 11,96 Na+ 7,05 37,00 ·36,80 5,8 7,07 83,02 10,60 21,20 12,05 36,70 45,93 C1- 15,35 dH 6,6 6,6 6,6 pH I, COgH- 362,95 454,45 1,60 vestig. 455,06 181,78 125,05 5,60 2,14 46,01 ---- ---- 804= 21,62 * 19,32 18,63 40,71 Na+ Distrito da Bulla -- Regiao de Ediva - Otchinjau 25,10 42,10 469,70 - 31,95 28,76 323,30 14,81 408,70 448,35 18,82 . 3,91 378,20 C03~ 5,10 - 8 0 4= - 8,95 7,10 C1- 75,35 85,21 91,22 22,65 44,49 Ca++ 52,91 89,78 56,11 73,15 65,73 51,50 91,18 Ca++ I 43,78 38,28 33,90 15,56 10,34 Mg++ 28,94 57,40 13,38 16,66 36,24 14,11 16,17 Mg++ 89,6 72,80 502,2 423,2 478,8 350,4 321,8 Residuo seco 729,1 1030,2 727,4 6 490,3 585,8 626,6 555;9 zayi'l.o I Minerali- 69,20 93,4 81,6 8i02 68,00 58,10 46,02 31,00 52,40 46,96 48,80 Si02 (*) Esta agua possui anioes nao determiml.veis na analise sumaria, razao porque nao pode ser encontrado urn valor para s6dio. Ediva ... Nangimba 476,20 19,53 6,2 ... ... ... ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Gata - Borges ... Tchicubi 314,00 25,10 5,8 668,80 357,80 31,30 6,0 46,00 397,60 18,65 5,8 6,0 397,40 Residuo seco 29,40 dH 6,2 I ... ... ... .. . ... ... ... ... ... .. . ... ... Capta~oes 1 Regiao dos Gambos. 2 Regiao da Chibia. (Aurelio Mendes) (2) Nombo (Aurelio Mendes) (2) Barragem '" ... ... Nonguelengue (1) ... ... Chiange Novo (1) ... ... Tapo (1) ... ... ... ... Capi (1) ... ... ... Numpaue (1) ..• pH Distrito da Huila - Regiao dos Gambos CARACTERisTICAS QUiMICAS DAS AGUAS ~"~~~ ............ ...-.-. ~ Captayoes efectuadas em 1964 ,.------------ ............... 0\ VI N te ~ .~ ~ I ~ ~ ·N I o ::tl b:I ~ t:I ~ o ::x:: ~ c.... -66 BOLETIM DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS Transcrevem~se as conclusoes a que chegou 0 eng.o Neves Ferrao, extraidas da publica~ao ja anteriormente citada, no que se refere a qualidade das aguas encontradas na regHio do Baixo Cunene: «Apresentam-se no diagrama de Piper (Fig. 9) os resultados das amilises de amostras representativas dos principais tipos de aguas subterranea~ encontradas na regiao, com maior frequencia». «Foram encontradas aguas com um total de s6lidos dissolvidos de 22.989 mg/l e outras com 116 mg/l, apenas. 0 pH varia de 5,7 a 8,2 mas a maioria das aguas acusa valores compreendidos entre 7,0 e 7,3». «A.s aguas mais salinas apresentam sempre elevadas quantidades de sulfatos e cloretos de calcio ou de s6dio. 0 teor em sulfatos, nestes casos, e mais frequentemente superior ao de cloretos». «As aguas menos salinas sao, geralmente, bicarbonatadas calcicas em particular na parte central da regiao. Ocorrem tambem, no entanto, aguas bicarbonatadas s6dicas, em particular na parte Sudeste, onde se encontram aguas deste tipo com elevadasalinidade». <~Todas as aguas apresentam teores relativamente elevados de silica, geralmente superiores a 40 mg/h>. «As aguas das capta~oes construidas para 0 abastecimento sao todas de baixa salinidade, a maioria com uma mineraliza~ao total inferior a 600 mg/I». 5. SONDAS UTILIZADAS NA PESQUISA DE AGUAS SUBTERRANEAS .5.1 SONDAS DE PERCUSSAO Speed Star 71 Este tipo de sondas utiliza 0 priricipio da queda livre dos corpos (coluna de sondagem), para perfurar a rocha por meio de golpes ritmicos. Os detritos da opera~ao sao removidos com limpadeira ou bomba de areia. As ferramentas para capta~ao e limpeza dos furos actuam em cabo·s separados que enrolam em guinchos independentes. Para a opera~ao de revestimento do furo, a sonda dispoe, ainda, dum cabo e guincho independentes. As sondas deste tipo que os Servi~os possuem, estao montadas em atrelados com rodas pneumaticas e sao equipadas com motor Diesel de 4 cilindros, com 60 HP de potencia, inc1uindo embraiagem, tomada de for~a, arran que electrico e torre telesc6pica de 40' (12,192 metros). Segundo informa~ao da ·casa construtora, a sonda pode atingir profundidades de 1200' (365 metros) com 0 diametro de 6". A Brigada de Sondagens dos Servi~os ja realizou fUfOS profundos, em Porto Amboim (Choba), em Catete (Onga-Zonga) e Pereira de E~a, que atingiram respectivamente 235,50; 287,40 e 210,00 metros de pfofundidade, com -diametro de 6". ANALISES DE AGUA Oiagrama de- Piper -c.-Nil Local 1 P~o 2 Po~o 109 P. Eca 244 P. Eca ---CI_ Tot~tmall sOh p H Diss. 268 1 114 Nil Local - 10 $ - 41 - 11 '.2 12 3 S - 53 P.F. - I 23 12 4 5 S - .11 P. 425 - 13 112 - 14 652 7,0 15 6 E~a 5 - 23 P. E~a s- 20 Mongua 7 S'- 25 P. F. - 5 304 6.5 8 5 - 21 p.F. - -; 413 7,0 16 17 9 5 ~2I p.F. - 6 539 7.1 18 Fig.9 Anhanca $-21 Nehone 5-47 Namacunde $-11 Chiede $-5 Evale S -21 Cuamato $-17 Cuamato 5 -1& M.C. Cuamato 5-2 P.Z. Cunene Tot~lr:}b p H Diss. 454 7.2 421 I,' 4 1 I 7,0 5&6 7.0 331 7,1 765 7,1 • 1 7 7.1 595 7. , 270 6.0 DOl.: A. c." .. , •••• 68 BOLETIM DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS 5.2 SONDAS DE ROTA<;AO PERCUSSAO DRILLMASTER-TRUCM-3 (INGERSOLL RAND) Este tipo de sonda pode actuarquer por percussao-rotaoao quer apenas rotaoao. Os detritos da operaoaosao remoyidos por uma corrente de ar sob pressao saida da cabeoa do martelo. A sonda esta montada sobre camiao accionado por urn motor International' de 6 cilindros, com potencia de 150 HP e esta equipada com urn sistema hidraulico para comando da torre e macacos de nivelamento, com compressor Gyro-Flo DR-600 com motor Diesel; dois motores a ar reversiveis de 5 cilindros, colector de poeiras, sistema de injecoao de agua «Vaposol», guinchoa ar para manobras de varas. e lubrificador de circuito do ar.A torre tern 38' e 5 3/8" (11,72 metros) de altura, quando em posioao operacional. De acordo com informaoao do fabricante, podem atingir-se profundidades da ordem dos 183 metros com 0 diametro de 6%". Este tipo de sonda, recentemente criado, permite obter rendimentos de perfuraoao verdadeiramente revolucionarios em rochas compactas, tendocomo unica objecoao 0 nao estar equipada para poder construir captaooes em que seja necessaria a colocaoao de drenos. Tal facto, obriga na maior parte das vezes, de acordo com as formaooes geologicas atravessadas, it utilizaoaode uma sonda de percussao STAR para pro ceder ao conveniente alargamento,. revestimento e desenvolvimento sempre que 0 caudal justifique captaoao. po~ 5.3 CRITERIOS QUE PRESIDEM A UTILIZA<;AO DAS SONDAS 5.3.1 SONDA DE PERCUSSAO MECANICA TIPO Star A actuaoao destas sondas e aconselhavel na pesquisa de aguas subterraneas. em formaooes de rochas eruptivas alteradas e rochas sedimentares do Kalahari, onde tern sido utilizadas com muito bons rendimentos (4,16 metros/hora em gres argiloso calcario). E certo que antes' de se dispor da sonda: Drillmaster, as sondas Star executaram muitas sondagens em areas bastante desfavoraveis.No entanto,. as dificuldades. surgidas, principalmente, em tochas compactas fracturadas, foram tais e tantas que os rendimentos eram, na maior parte das vezes, muito· baixos. . Em relaoao it sonda Drillmaster tern a vantagem de poder proceder ao desenvolvimento .das captaooes. 5.3.2 SONDA Drillmaster Apos a aquisioao desta Sonda pelos Servioos, em Abril de 1964, e depois. de alguns meses de actuaoao em diversos tipos de formaooes g~ologicas, verificou-se que a utilizaoao desta sonda era aconselhavel: 1) - Em todos os locais onde existam rochas consolidadas e compactas. com excepoao daqueles em que apareoa uma cobertura de espessura JULHO A DEZEMBRO -1965 - 69 NOMERO ·12 superior a dez metros, contendo grande quantidade de blocos de tatnanho medio. 2) - Em locais cujos acessos tenham largura superior a 3,5 metros e nao existam curvas de pequeno raio ou mulolas profundas com leito de areias soltas. 3) - Em areas em que se preveja grande numero de sondagens nas condi90es expO-stas anteriormente. :5.4 RENDIMENTOS DE PERFURA<;AO 5.4.1 AVANvos MEDIOS COM SONDA DE PERCUSSAO MECANICA TIPO Granito compacto (Regiao do Caraculo) Granito alterado ... Granito fracturado Rochas metam6rficas (Regiao do Caraculo) ... Gabro compacto ... .;. Gres quartzitico ... Gres argiloso calcario . Gres compacto ... Calcarios ooJiticos. :5.4.2 1,00 m/dia. 3,70 m/dia 2,50 m/dia 0,80 mjdia 2,00 mjdia 1,50 m/dia 20,00 m/dia 7,00 m/dia 8,00 m/dia AVANvOS MEDIOS COM SONDA DE ROTAvAO-PERCUSSAO TIPO Granito compacto. Granito alterado c/fracturas Gres quartzitico .. . Gabro compacto .. . Gabro de grao fino cjpiroxenito Parfiro granitico, alterado e fracturado Star Drillmaster 28,00 mjdia 60,00 mjdia 16,00 mjdia 36,00 mjdia 28,00 mjdia 50,00 mjdia Estes rendimentos referem-se ao dia de trabalho de 8 horas. A fim de se poder tirar 0 melhor rendimento possivel da maquina e aconselhavel que na zona prevista para a sua actua~ao seja aberta, previamente e com antecedencia, uma rede de picadas ligando os varios locais de trabalho. Actualmente, esta sonda esta a ser utilizada apenas nas operacoes de pes':!' quisa visto nao dispor de condicoes mecanicas para executar 0 desenvolvimento das, captacoes pelo metodo do embolo de surgencia adoptado geralmente por ·estes Servicos. BOLETIM DOS SERVI()OS DE GEOLOGIA 70 E MINAS Numa zona de gabros e gnaisses (Chitado), desde 28 de Dezembro de 1964 ate 12 de Mar~o de 1965, actuando em condi~oes desfavoniveis devido as chuvas, a sonda Drillmaster obteve os seguintes resultados: - Perfura~ao total. . .. - N. 0 de sondagens executadas . - N. 0 de sondagens aproveitadas para capta~ao ... - Total dos caudais provisorios a aproveitar ... - P~rcentagem de sondagens aproveitadas. - Rendimento de perfura~ao ... 1043 m 37 21 184900 l/h 56,75 % 3,75 m/h De notar que furos com caudal igual ou inferior a 1000 l/h nao foram considerados. 6. TIPOS DE CAPTA<;AO E SUA CONSTRU<;AO Ascapta~oes construidas durante os ultimos anos, pel a Brigada de Sondagens, sao revestidas com tubagem de a~o e segundo dois tipos: a) Capta~ao tubular simples: Quando a agua a aproveitar e proveniente de fendas em rocha compacta que nao se desagrega e, consequentemente, apenas se torna necessario revestir as forma~oes soltas superficiais, ficando 0 tuba encaixado na rocha compacta. b) Capta~ao tubular com dreno: Quando 0 aquifero e constituido por ou por rochas muito fracturadas. forma~oes sedimentares do Kalahari 6.1 CONSTRU<;AO DA CAPTA<;AO Os furos de pesquisa de agua sao normalmente executados com diametros de 6 ou 8 polegadas, de acordo com as condi~oes. geologicas locais. Depois de feito 0 ensaio de caudal provisorio e desde que seja justificavel 0 seu aproveitamento, da-se inicio it constru~ao da capta~ao. 6.1.1 CAPTA9AO TUBULAR SIMPLES Este tipo de capta~ao, tal como- 0 proprio nome indica, e bastante simplificado e depende, em grande parte, do criterio adoptado pelos tecnicos responsaveis em face das caracteristicas geologicas das. forma~oes atravessadas. JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 71 Assim, no caso mais geraI, furo aberto a 8" de diametro e penetrando cerca de 3,00 m na rocha compacta, a constru~ao executa-se em quatro fases: PerJura~ao com 0 dUimetro reduzido - 0 furo e retomado utilizando urn trepano de 6" de diametro e continua-se a perfura~ao ate cerca de 10,00 m abaixo da zona aquifera. 2. & Coloca~iio do revestimento - A tubagem de revestimento final, com 6" de diametro, e descida no furo ate encaixar na rocha compacta. 3.& Veda~iio do Juro - A fim de se obter uma selagem hermetica e a fixa~ao da tubagem de revestimento, introduz-se massa de betao no espa~o anular entre a tubagem e a parede do furo. Seguidamente, continua-se a encher este espaco, com argila ou areia argilosa, ate ser atingida a cota do futuro alicerce do maci~ para apoio da bomba. 4.& Mediriio do caudal definitivo - O· ensaio de caudal definitivo e realizado durante cerca de 8 horas de bombagem continua sendo registados, em mapa apropriado, todos os dados que permitarn a 'escolha da bomba a montar na capta~ao. 1.& 6.1.2 CAPTA<;AO TUBULAR COM DRENO (Fig. 10). Em sondagens de pesquisa executadas com sondas tipo STAR, 0 furo de sonda e aberto com diametro superior ao da tubagern a utilizar no revestimento final da capta~ao, por forma a deixar urn. espa~o anelar entre as paredes do furo e a tubagem que permita a constru~ao do anel de filtragem de areao, e perfurado ate it profundidade minima de 3,00 m abaixo da zona aquifera. No caso de sondagens de pesquisa executadas pela sonda Drillmaster, em que a perfura~ao e feita com broca de 6 1/ 2, a sonda Star que for construir a capta<;ao tern de proceder ao alargamento do furo para 10" de diametro ate cerca de 3,00 m abaixo da ultima camada aquifera. No caso mais geral, a constru~ao de capta<;oes deste tipo e feita em cinco fases: . 1. & Colocariio do ./iltro e revestimento - A col una de filtragem, tendo na base uma tampa soldada a electrogeneo, e descida ate ficar assente no fundo do· furo. o filtro consta geralmente de 6 a 8 fiadas de rasgos verticais abertos a oxi-acetileno, com dimensoes de 2 a 3,5 mm, de acordo com a granulometria do material do aquifero, do areao a introduzir e do caudal a aproveitar. A coluna de revestimento e geralmente descida utilizando guias para assegurar a sua centragem em rela~ao ao eixo do furo. 2. & Constru~iio do ./iltro de areiio - Areao quartzoso ou de qualquer outro tipo que nao se altere em contacto com a agua, devidamente calibrado em fun9ao do material do aquifero e, portanto, da: dimensao dos rasgos, e introduzido no espa<;o anular entre a parede e 0 revestimento do furo de modo a formar urn anel de filtragern entre a superficie do dreno e a forma~ao aquifera. Simultaneamente, faz-se actuar a bornba 2 CORTE ESQUEMATICODA SONDAGEM N~ 84. CAPT. 62/63 o.no CARACT ERfsTICAS HIDROLOGICAS Profundidade da captacao 24.00m Ocorrencia de agua dos 6.00 aos 17.00 m Nlvel estatico 3.50 m Caudal. 4.500 l/h 17.65 m Nlvel dinamico correspondente pH 6.2 294.7mg/1 Reslduo seco 3 LEGENDA Areao calibrado de 2.5 a 6 mm. ------ .----- 25.00 m de tubagem de 8" de 0 Dreno constituido por 450 rasgos de 3.150 mm colocado dos 7 aos 22.20 m 4 barras para guia do tubo Camara de decantacao Perfuracao a 16" de 0 dos 24.00 m 0.00 E S CA L A S Jill 0 ! 0 4 ! Ho-rizontal 24.00 Fig. 10 ,. i Vertical aos JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 73 de areia que alem de obrigar 0 areao a depositar-se por ordem granulometrica vai e'xtraindo as areias finas e argilas provenientes da forma~ao aquifera e do proprio areao. 3.& Desenvolvimento do furo - Constituido 0 anel filtrante de areao, monta-se um embolo de surgencia na vara mestra e da-se inicio ao desenvolvimento do furo. Esta opera~ao prolonga-se ate que a agua extraida saia limpida e se verifique. nao existirem areias na camara de decantacao do filtro. Logo que tal se verificaio nao ha possibilidades do aumento de caudal. 4.& Veda~ao do furo - Quando se verifica que 0 areao ja introduzido deixa de descer, isto e, que 0 anel :fi1trante ja se encontra formado, e desde que nao haja necessidade de vedar quaisquer camadas aquiferas superiores, continua-se a introduzir areao ate alguns metros acima do topo do aquifero. Seguidamente, preenche-se 0 espa~o anular com argila plastica ate 3,00 m da superficie e sobre esta constroi-se urn anel de betao ate ao alicerce do macico a construir para a instalacao da bomba. 5. a Medi~ao do caudal definitivo - 0 ensaio de caudal definitivo e realizado durante cerca de 8 a 12 horas de bombagem sendo anotados, em mapa apropriado, todos os dados que permitam a escolha da bomba melhor adaptada a captacao. Se 0 caudal medido for bastante inferior ao obtido no ensaio provisorio e de admitir que a construcao da captacao foi defeituosa. Para caudais ate cerca de 12000 ljh e profundidades ate 70 metros, utiliza-se uma bomba de embolo accionada pela sonda. Para caudais superiores a 12000 1/h e desde que a percentagem de submergencia 0 permita, utiliza-se a extraccao por ar comprimido. Quando esta proximo 0 final do ensaio de caudal, procede-se a colheita da amostra de agua que depois e enviada para analise no Laboratorio Quimico dos Servicos. Os drenos utilizados pela Brigada de Sondagens sao construidos pelos proprios sondadores, no local de trabalho, utilizando 0 macarico oxi-acetileno para abrir os rasgos. Quando se trata de captacoes de interesse publico, a equipa de sondagem constroi, ainda, 0 maci~o de apoio da bomba e, por vezes, procede tambem it sua montagem. 6.1.3 CAPTA<;AO TUBULAR COM DRENO, EM QUE 0 FILTRO DE AREAO FOI CONSTRUIDO POR MEIO DE FUROS PILOTO (Fig. 11). Este metoda de constru~ao foi usado pela primeira vez na Brigada de Sondagens dos Servi~os, para a execucao da capta~ao n.O 63jA destinada ao abastecimento de agua a Vila ·Pereira d'Eca. Em virtude de, nos ultimos anos, se ter vindo a verificar 0 esgotamento acelerado das toalhas aquiferas da «chana» da N'Giva, junto a Vila Pereira Fig. 11 CARACTERisTICAS H IDROL6GICAS PLANTA Profundidade do capta~lio Temperatura Nlvel nt6tico 10.80m Caudal 3.8001/10 Nlvel dingmico 23,60 pH 5.8 Residua seeo 267.6mg/1 A-8 CORTE LEGENDA 8-TUbO galvanizada de Ilk" e COlli 24.50m Introduzlda a" 001 23,00111 para medi~Clo dos nlvel. do clguo com furas dOl 10 aDs 23 mltrOI. . ~-:a co:r:::'~adl_I3.=!l:If!,. :-m.~;,.,.=i!.i:i..l:-~ :. . i:i:.~::;..•~:-:;::-.:.*.~.~~:;r;;.~~~~~~~*~J;~...,...~._~.~_;;;.~._&.~...,.~~~ -.- _.- .......... -'-'- -'-" Arllila arenosa de' cor amarilla"":' .;.;.: -: -: . ''''':':' ... .:. .....,.......:.... :..,.' ,...:... '- •• cur~~...:..-:-:...:..~...:..-:...:.. '';-:.:-:-.- _. ....... a..- ....... 0- .'~ .•.•.•.•. -::.::::-....:..-::~-:-....:...~~-: .~.,...:.~ • •-r" • • Arrjlo arenosa 0-para fora do terreno !em 1,80m d• \.:..J tubo. - -'- -....... d.:-;pr~I~~·~-; 0 - 0 lura central t.m um 0 d. 20· a 25~ Oesde os 2.00m ate 00 niv.' do ter· reno, todo 0 npa~o fai preenchido cam arllila. com veias arrllirt.ills:"",~~-:-.:... 0- -=- .-. --.a..-,-. .......... -- .-. - . _ _ '-. .-. 27,80m de tubo de 10· 0 interior. 4,40 -"'-"" 9,50 .......... Areia 0- , '.:.:.:-:-:--'.:.:.-:-:-:. -+l~~~":"':"~~f.'-..:"'."".:"".:"'.."".."".."".:"".:"".:"".---{ 7 Os cinco fur.os pilotos foram feitol a 12" 0 e atingiram a profundidad. d. 24.00m. Foram ch.iol com arlao dl 4 0 24",",. dead. os 2.00 001 24.00m Grampo d. ferro I para "lIuran~a do dreno. com 2,50m de comprimento. t;\-I~ Iro~o \.:..J de filtro. dos 1000l18m.com12 fiados d. rasgol de 150_x3.5.... com inUrvalol de 75x 75.... t;\- Tro~o d. tubo com 3.00m. Areia dl grao 15 \:..J dOl 18 aos 21m. 1";\-2~ tro~o de filtro. dOl 21 aos ~ colocado 23.00m. Q-Asos .m varao dl Yz" 0 colocadal no \.:::.J dreno, dOl 23,50 aos 24.00m. para Irar 0 dreno. ceo t;;"\- Tuba Argila arenosa, com pequenos nodulos de cilTccirio;cDr claro \,::..; com 3.00m para camara de de" canta~lio. 0-oreno asaenll aos ~6.00m com umo tampa d. 5 ..... soldoda no fundo. t;;'\-Furo dos 26,00 001 30.00m. ch.io com \.:::/ areia fino argilosa. 9 t;;'\-Dislcincial entre 0 clntro do furo central e os furos piloto.: 0.80111. Diltancla. de centro a clntro dOl furos pilato.: 1.04m. \.::.J t;;'\-caverno. dol 12.00001 23.00m. com 0 diametro aproltimada de 2,00 m. chilo com are60 nleccionado de 4 a 24 ••. \:::.J . Argila com n6dulo;de calcario de" caf57 bronCO- - ~ -~- - ESCALAS O~;~~~==~!~~~==~1m HorllOft'O' o 5 lOon WbJWE3bJl Verticol JULHO A DEZEMBRO -1965 - NOMERO 12 75 d'~a, procedeu-se a estudos com 0 objectivo de tentar definir a forma e profundidade a que ocorriam as toalhas aquiferas e, bern assim, encontrar a zona de maior permeabilidade das forma~oes superficiais por onde se admite que se faz a recarga natural do aquifero. De posse destes dados escolher-se-ia 0 dispositivo mais adequa~o para acelerar aquela recarga. Emconsequencia destes estudos localizou-se urn deposito escavado com a capacidade de 15 000 metros cubicos a cerca de 300 metros, para montante, .da capta~ao n.O 63 (capta~ao tubular com dreno). Em face do anteriormente exposto, quando a Brigada de Sondagens foi encarregada de construir a capta~ao n. 063/A, em local assinalado pela 1.& Brigada ~e Hidrogeologia, estudou-se 0 tipo de capta~ao mais aconselhavel, que e uma .adapta~ao do «Metodo de Constru~ao do anel filtrante, por meio de furos pilotos». A execu~ao deste trabalho foi realizada em dez fases: 1.& 0 furo central foi executado, com 0 diametro de 20" e levado ate it profundidade de 30,00 metros, isto e, 6,50 metros abaixo da ultima , ~ r I ~ I I camada aquifera. 0 prolongamento do furo abaixo da ultima camada aquifera, obedeceu a tres objectivos: Obter-se urn deposito de decanta~ao para os terrenos desagregados da camada aquifera e que serao ulteriormente esmagados pelo trepano. Permitir a penetra~ao total do corpo da limpadeira e da bomba de areia utilizadas no saneamento do furo. Facilitar 0 desabamento dos terrenos da camada aquifera ate a sua estabiliza~ao natural. 2. & Abertura de cinco furos pilotos, em que a sua distancia ao furo central foi fun~ao da dimensao aproximada da caverna provocada pela primeira opera~ao e de forma a alargar a sua zona de influencia. Estes furos foram abertos ate it profundidade de 24,00 metros e revestidos, provisoriamente, por tuba de 10" de diametro. 3.& A sonda foi de novo mudada para 0 furo central e procedeu-se it limpeza do material detritico arrastado para 0 deposito de decanta~ao durante as opera~oes de abertura e revestimento dos furos auxiliares. Seguidamente, pOl meio de um tn!pano de 20", directamente ligado it junta de queda livre, provocou-se 0 desmoronamento das zonas aquiferas, entre 0 furo central e os furos pilotos. Todavia, verificou-se existir, uma zona entre os 17,70 m e os 21,50 m, formada por argila arenosa com nodulos de calcario, que nao desmoronou. Assim, para se obter uma liga~ao perfeita entre os furos pilotos e 0 furo central aplicaram-se 3 cargas de gelamonite de 500 g, 600 g e 1200 g as profundidades de 22,00 m; 21,50 m e 19,50 m. 0 resultado foi urn desmoronamento completo desde os 12,50 mate aos 23,00 m. 4. & Procedeu-se a limpeza, com limpadeira e bomba de areia, de todo 0 material argilo-arenoso desprendido e seguidamente extraiu-se agua com a limpadeira durante varias horas ate se verificar a existencia de uma cavern a que, desde os 12,00 maos 23,00 m, ligava todos os furos. BOLETIM DOS SERVIQOS DE GEOLOGIA E MINAS 76 5. a Terminada a' opera9aoanterior, retirou-se parte da tubagem que revestia os furos auxiliares ficando apenas aplicada ate 10,00 metros abaixo da superficie do terreno, a fim de evitar possiveis desabamentos dos terrenos sobrejacentes. 6. a Construrao do dreno - Durante a perfura9~0 do furo central fez-s'e . a. colheita das amostras geologicas das camadas aquiferas e procedeu-se a ensaios de granulometria que forneceram os dados indispensaveis para a escolha da dimensao dos rasgos a abrir no dreno. Este foi consti-uido ein tubo de a90 de 10" e e com as seguintes caracteristicas: Dos Dos Dos Dos Dos 0,00 10,00 18,00 21,00 23,00 metros metros metros metros metros aos aos aos aos aos 10,00 18,00 21,00 23,00 26,00 - tuba dren6 tuba dreno tuba Os rasgos' com 150 mm X 3,5 mm, intervalados de 75 mm X 75 mm, e num total de 552 foram abertos com ma9arico a oxi-acetileno. o dreno foi descido ficando assente aos 26~00 metros, com a parte drenante na direc9ao das zonas aquiferas. 0 tr090 de tubagem sem rasgos, entre os 18,00 e os 21,00 metros indica a posi9ao da bomba de extrac9ao da agua que, colocada neste local, nao drenara directamente a agua das zonas aquiferas e, assim, nao alterara 0 equilibrio das mesmas. a 7. Nesta altura, colocado 0 dreno na posi9ao anteriormente assinalada, os furos auxiliares foram preenchidos com areao de granulometria apropriada, de forma a ir substituir 0 material detritico extraido da caverna formada. SimultaneameIite com esta opera9ao, procedeu-se a surgencia e limpeza do furo central de forma a permitir que 0 areao se distribuisse convenientemente em torno do dreno. Como complemento e para completo preenchimento dos espa90s vazios existentes foi, ainda, introduzido areao no espa90 anular entre as paredes do furo central e a superficie exterior do dreno. 8. a Os furos· auxiliares, terminada a sua missao, foram preenchidos por areao ate 2,00 metros abaixo do nivel do terreno e dai ate ao nivel do solo, por argila plastica cinzenta escura, a fim de reduzir ao minimo qualquer recarga directa e, consequentemente, possivel altera9ao da qualidade da agua. a 9. Terminada a opera9ao anterior, 0 embolo de surgencia, ligado a vara mestra da sonda, foi mergulhado ate uma profundidade de 2 a 5 m abaixo do nivel estatico, efectuando uina pulsa9ao inicialmente lenta que foi aumentada gradualmente, de acordQ com 0 comportamento do desenvolvimento do furo e controlada pela tensao do cabo. De notar que devido a grande estiagem que proyocou um rebaixamento do nive1 estatico foi necessario eleva-lo artificialmente, por meio X JULHO A frEZEMBRO - 1965 - NUMERO 12 77 de agua introduzida do exterior, a fim de se obterem as condi~5es tecnicas para 0 desenvolvimento pelo metodo do embolo desurgencia. 10.a Seguidamente procedeu-se ao ensaio definitivo de caudal durante 18 h e 30 m, e, finalmente, it colheita da amostra para analise. Caracteristicas da capta~iio: Nivel estatico ... Profundidade da capta~ao Temperatura. Nivel dinamico ... Caudal... . .. pH. Residuo seco 10,80 m 26,60 m· 26 0 C 23,60 m 3800 1/h 5,8 267,6 mg/l Esta capta~ao foi executada ap6s um periodo de estiagem excepcional e, assim, e de preyer que, em condi~5es normais, 0 caudal melhorara grandemente. Os trabalhos de pesquisa, constru~ao da capta~ao, desenvolvimento e ensaio de caudal foram concluidos em 375 h e 30 min. Em compara~ao com os resultados obtidos na mesma regiao, em capta~5es construidas por outros metodos e tendo em conta a diminui~ao acelerada dos caudais, verificada nos ultimos anos, a escolha deste tipo de capta~ao foi bern sucedida. <l.IA - r Il , k CAPTAyAO TUBULAR COM DRENO EM FORMAyOES ALTERNADAS DE ARGILA E AREIAS (ALUVIOES) (Fig. 12). Neste tipo de forma~5es as sondagens sao normalmente efectuadas com :aguas pesadas (lamas) ap6s 0 furo ter sido emboquilhado com a tubagemconsi-derada indispensavel (l ou dois tubos). Para a execu~ao das sondagens pete metoda das aguas densas e necessario ·0 emprego da limpadeira com valvula esferica de patilha a fim de extrair 0 mateIial desagregado durante a opera~ao de perfura~ao e, ao mesmo tempo, movimentar as aguas pesadas de forma a poder-se manter uma· densidade media .em toda a col una de lamas. Por outro lado, 0 nivel deste meio dense devera ser mantido it cota da superficie do terre no ou mesmo urn pouco abaixo. Durante a perfura~ao do furo sao colhidas as amostras geol6gicas das forma~5es atravessadas e observadas as toalhas aquiferas, quanto. a qualidade e capacidade de produ~ao,a fitn de poderem ser escolhidas as susceptiveis de aproveitamento. A execu~ao deste trabalho e realizado em cinco rases: 1. a Procede-se it analise granulometrica das areias dos aquiferos a aproveitar e, seguidamente, constr6i-se 0 filtro abrindo os rasgos de forma CORTE E5QUEMATICO DA CAPTACAO NA 5-1 C.F.B. -----~--0 0,00 _ _ _ _ _ _ _.... Protec~15o do copta~15o com arl)Omossa de cimento e areia, ate b profundidade de 1,50m. .·0:·:·':":·:..:r-.·. ~ ... •••••• ~ ••••~ •••.oJ'. ••• ~. ... J-... .,r. . ...,r. ... ".Ii ... Tubal)em de a\:o, tipo de IO"de ...... ~ ... .,fl ... metro .:r. ... .:r. interior. dia - :·:0·:·:~·:·:~·:·:~·:· ......", ... \.Ii . .. ..,. ... ;.,.. . ...;,.:.: -0:.: ~:. :0·:·: :::::::~:.::::~:::::;j;:::::~: Primeira zono drenonte -tubOQeD perfurado de. 10", . .:-.;,\.:-:-~:.:-:v.:-:-: ..:,.;-:.:-: : :Qrcisi~i~ir!: .P?~C~: ~r~l7:::: ::I~S~:: ~:::: :0::::::0::· .:.:.~.:.:.:o:/:':.:.:"":.: 10,00 .... :::::::~~~:::a:q~i!i:r~::::::::: .: V\.:.: .~.:.:. ~:.:.: V'.:.:.: ::::::~:::::~:::::~::.::~:: ..,.. ..,.. ArQila de car cinzento- oJ' -escura, pouco arenosa, o o cam restos de conchas. oJ' oJ' oJ' S'Qunda zono drenonte -tubOQe".. perfurado de 10", TrO\:o de tuba de 10" de dicimetro interior, com base de ferro, a fi~ de evitor assoreamento. oJ' oJ' 15 ,00 .......-.-.....-..:.-.-..;..,..........=....,j :·:·:·:·~::-:·:~:·:-:~-:.::0: .:. :.:l':.:.:,J!.:.:.~:-:. :ci-:.:.:. :::::::: ~~~~~: :~~~~:::::::::: ~~~~~t~0.t~~~<~~t~~ 19,50 oJ' oJ' oJ' • ..,.. ..,.. ..,.. oJ' ..,.. oJ' ..,.. ..,.. ..,.. CARACTERISTICAS oJ' oJ' HIDROLOGICAS ..,.. N(vel estatico ',04"" 120.0001/", Caudal 26,70 HIve! dinomico correspondente 28,80 6,45m. 29,70 Comadas aquiferos aproveitadoSl - I~ dol 29,70 aos 32,60m. - 2.:. cIcis 34,20 aas 45,70"" ............ , ... ................................. • 0.0 ••••••••• 00, ••••••••••• 0 •••• ::::!::::il ::~r~:: ~':: ~~:: ~~II~:::: ESCALAS :~: :~~~.~~: :P~~~ :C!~:::: ::~I~~~ •••• o :::::::::::::::::;:::::. 00 .0 40 ·~uu~o V.,flcol ,- ,'. ' , ' , ' : :gg 30 100.. •••••••• :.:-:-:-:.:.:-:-:-:-:-:.:.:-:.:-: :~ 20 Ho,12onrol ........ ........ ... ............. ................ 45 .70 10 ...... , ' .... ,' ........ . ArQila de cor cinzento-escura oJ' oJ' oJ' oJ' ..,.. ..,.. oJ' oJ' :.:At9i1ci. ·de ·cor·ciht.iltO=cla·r\L ..;;.... ::..: ..;.;: .~ ..;;.... ;:,.: ........•. ·Cg!nl!da:. ·dg!dfttc!.·.·.· ... Fig. 12 • 0 ... : A. C.".6 s ••• , JULHO A DEZEMBRO -1965 - 2. a 3. a 4.a 5. a 6.1.5 - NrJMERO 12 79 a permitir umapassagem de material fino da zona aquifera, da ordem dos 10 a 15 %. 0 numeio de rasgos do filtro e fun~ao do caudal a extrair do aquifero. Para isolamento das camadas aquiferas que nao interessa aproveitar procede-se it limpeza das lamas existentes no interior da capta~ao por meio de limpadeira ou bomba de areia e, terminada esta opera~ao,· deixa-se a capta~ao em repouso durante cerca de 24 horas. Verificada a prisao da tubagem da coluna do filtro, o que indica a veda~ao das zonas que se pretend em isolar por. aperto das argilas contra as paredes da tubagem de revestimento, procede-se it extrac~ao dos finos e ao desenvolvimento da capta~ao pelo metoda do embolo de surgencia. Terminada a opera~ao anterior, faz-se a extrac~ao dosdetritos depositado·s no interior da capta~ao utilizando a bomba de areia. Seguidamente, por meio de bomba ou de ar comprimido, extrai-se a agua ate sair completamente limpa. Finalmente, procede-se ao ensaio de caudal definitivo, geralmente durante 24 horas, e colhe-se a amostra de agua a ser enviada para 0 Laborat6rio. CONSIDERA<;OES FINAlS SOBRE AS CAPTA<;OES TUBULARES COM HLTRO DE AREAO. Em todas as capta~5es deste tipo, a coluna metalica e form ada por troc;os de tubagem ligados entre si por soldaduras a electrogeneo de forma a garantir a estanqueidade indispensavel para 0 bom exito do desenvolvimento pelo metodo do embolo de surgencia. Nas capta~5es construidas em rocha fracturada, 0 desenvolvimento com .() embolo de. surgencia resume-se a mergulhar esta ferramenta, directamente ligada it vara mestra, cerca de 1,50 m abaixo do nivel estatico e executar 0 movimento alternado de pulsa~ao. Em captac;5es construidas em forma~5es argilo-arenosas, 0 desenvolvimento pode ser completado, se necessario, procedendo ao desenvolvimento directo das zonas aquiferas, fazendodescer a ferramenta metro a metro ao longo de toda a zona aquifera e executando a opera~ao de pulsa~ao. Se se verificar uma chamada brusca de finos que se acumulam em torno do filtro impedindo a entrada da agua na capta~ao, devem tomar-se as seguintes medidas: l.a Colocar-se oembolo em bloco (valvula fechada) e elevar a ferramenta de forma a ficar cerca de 3,00 m acima do nivel estatico. Entao, deixa-se a ferramenta cair livremente de forma a obter 0 maior choque possivel contra a superficie livre da agua e, assim, obrigar 0 material fino a recuar para 0 aquifero. Seguidamente, faz-se uma limpeza da da capta~ao com bomba de areia. Estas opera~5es repetem-se alternadamente ate obter 0 resultado desejado e, entao, retoma-se a opera~ao de desenvolvimento. 80 BOLETIM DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS 2. a Se 0 processo anteriormente descrito nao der 0 resultado que se pretende,. deve-se, entao, adicionar agua limpa" do exterior, em quantidade suficiente, para completar a desobstrucao do filtro. Esta adicao de agua e feita sem parar a operacao descrita no paragrafo anterior. 7. RESUMO DOS TRABALHOS DE PESQUISA E CAPTA~AO DE AGUAS SUBTERRANEAS REALIZADOS NO SUL DE ANGOLA,. DE 1 DE JULHO DE 1948 A 31 DE DEZEMBRO DE 1964. Perfuracao ... . . . . .. Sondagens executadas Captac5es construidas Caudais obtidos Caudais aproveitados Luanda, Abril de 1965. 44159 m 1 309 322 1 865 528 1fh 1461 112 1/h BIBLIOGRAFIA CARVALHO, HEITOR DE - Contribui~iio para 0 conhecimento Hidrogeol6gico do SW de Angola. Relat6rio inedito dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola, n.O 1-903. Luanda, 1965. FERRAO, CARLOS A. NEVES - A Hidrogeologia e 0 problema do abastecimento de agua a Reserva Pastoril do Caraculo (Angola). Boletim n.O 5 dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1962. - - - Abastecimento de Agua as Regioes Pastoris do Sui de Angola - Plano de Coordena~iio. Relat6rio inedito da Direc<;ao Provincial dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1963. - - - A Hidrogeologia e 0 problema do abastecimento de dgua ao Baixo Cunene (Angola) Laborat6rio Nacional de Engenharia Civil, n. ° 22, Lisboa, 1964. - - - Plano de Coordena~iio para 0 abastecimento de agua as Regioes Pastoris do Sui de Angola - Relat6rio Anual de 1963. Relat6rio inedito da Direc<;ao Provincial dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1964. - - - Plano de Coordena~iio para 0 abastecimento de agua as Regioes Pastoris do Sui de Angola - Relat6rio Anual de 1964. Relat6rio inedito da Direc<;ao Provincial dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1965. FLORES, F. DE A. E AREIAS, J. M. - Relat6rio dos trabalhos efectuados pela Brigada de Sondagens durante 0 ana de 1963, nos Distritos da Hufla e Mo~timedes. Relat6rio inedito da pirec<;ao Provincial dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1964. - - - Relat6rio dos trabalhos efectuados pela Brigada de Sondagens durante 0 ana de 1964, nos Distritos da Huila e Mo~timedes. Relat6rio inedito da Direc<;ao Provincial dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola. Luanda, 1965. GORDON, R. W. - Water Well Drilling with Cable Tools - Published by Bucyrus - Erie Company. South Milwaukee Wisconsin, 1958. HALPENNY, L. 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