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Após a leitura do livro Ser Digital de Nicholas Negroponte para uma posterior
apresentação do tema retratado e também para um conhecimento pessoal do
mesmo estruturei três pontos principais.
1º A ligação inicial Homem – Máquina.
2º A complementaridade actual Homem – Máquina.
3º E a sua futura inversão de papeis.
1º
Inicialmente o Homem é considerado apenas como um receptor de uma mensagem
que é transmitida ou passada a este receptor através de uma Máquina (canal de
transmissão da mensagem, Rádio, Telefone, Televisão…), esta mensagem é enviada
por um emissor também Homem através de um meio (ar, éter ou cabo, cobre, fibra)
para essa máquina,
Antes da máquina, os meios de comunicação que nos transmitiriam a informação
seriam o texto escrito, o jornal impresso ou o livro, e a informação seria em átomos,
agora com o rádio o telefone ou a televisão a informação é em Bits digitais.
Contrariamente ao átomo o bit não têm cor, tamanho nem peso e pode viajar a
velocidade da luz, podem-se juntar sem esforço, misturar, podem ser usados e
reusados em conjunto ou separados.
Estes bits por sua vez puderam ser texto, imagens, vídeo ou áudio, a agregação destes
bits chama-se Multimédia.
Em jeito de curiosidade a multimédia surgiu em 1978 com este senhor e outros
investigadores numa experiência militar para o exército do Estados Unidos da América,
após terem ficado impressionados com a vitória Israelita na noite de 3 de Julho de
1976 num ataque bem sucedido ao aeroporto de Entebbe, no Uganga.
Essa vitória deveu-se ao facto dos Israelitas construírem no deserto um modelo físico, à
escala, do aeroporto de Entebbe, praticando assim as suas acções exactas antes do
ataque. Contudo estas simulações reais eram impossíveis de realizar em todas as
situações, tinham que ser feitas através de computadores mas era necessário recorrer
ao foto-realismo, de forma a conseguir um sentido real do lugar, decidiu-se então num
local específico (Aspen, no Colorado), filmar todas as ruas, em ambos os sentidos, com
imagens de metro em metro e cada curva nos dois sentidos.
Foi então colocado os segmentos rectos das ruas num videodisco e as curvas noutro,
assim o computador conseguia proporcionar uma experiência de condução em que
se aproximasse-nos de um cruzamento, no leitor de disco 1, e o leitor de disco 2
alinhava-se com o cruzamento, lendo o segmento correspondente caso quisesse-mos
virar à esquerda ou à direita, enquanto estivesse a ser efectuada a leitura da curva o
leitor 1 ficava livre para procurar o próximo segmento recto da próxima rua.
A partir daqui Nicholas Negroponte diz-nos existir outro género de Bit, e que este
contrariamente aos outros bits agregados que têm como função a melhoria das
imagens, do vídeo do áudio, daquilo que é transmitido do emissor para o receptor,
estes são “bits-acerca-de-outros”, que informam e descrevem os dados fornecidos
pelos bits agregados.
Dai partimos para o segundo ponto: o da complementaridade entre o Homem e a
Máquina (o computador).
2º
Aqui o receptor já não é um ser passivo à mensagem, ele através dos “bits-acerca-deoutros” pode decidir se quer receber essa mensagem, ou não, se a recebe de forma
integral ou parcelada ou até como ou quando a quer receber.
Neste ponto já existe uma interacção entre este e a máquina em que o receptor é um
ser inteligente e comanda a máquina (o computador) e escolhe só o conteúdo da
informação que lhe interessa, o emissor debita os bits por inteiro.
O Homem têm que ser cada vez mais inteligente no modo de usar os meios de
comunicação para obter os resultados de que necessita, por exemplo no canal de
transmissão de mensagens por ar (o éter) a sua largura de banda é finita já que este
existe de forma limitada, e os sinais podem interferir uns com os outros, vemos bem isso
na rádio em que podemos apanhar numa estação ruído de outras.
Já na fibra a largura de banda é infinita, sendo o canal ilimitado e com grande
capacidade de passar informação por segundo, mas como este envio ilimitado têm
um custo mais elevado, o receptor cria assim sistemas de compressão de informação
através do conhecimento partilhado que permite o envio pelo emissor de menos bits
em forma de código, que será descodificado pelo receptor poupando-nos custo e
tempo no envio de informação.
Os bits deixam a estação enquanto informação, sem forma específica, para ser usada
e transformada de uma série de modos diferentes, personalizados de acordo com
uma série de programas informáticos e arquivados ou não segundo os interesses do
receptor.
A interacção está então implícita em todo o multimédia.
Negroponte diz-nos: “ Num mundo digital o meio não é a mensagem. È uma sua
encarnação”
A mensagem poderá ter vários tipos de encarnação derivável dos mesmos bits.
A informática está então a tornar-se um meio para a expressão criativa, tanto no seu
uso como no seu desenvolvimento, o negócio dos jogos electrónicos é um bom
exemplo disso.
Então a concepção e a função do interface é muito importante; este não se reduz
apenas ao ver e ao sentir um computador, trata-se da criação de personalidade, da
concepção de inteligência na construção de riqueza sensorial de máquinas que
possam reconhecer a expressão humana.
Hoje em dia um exemplo de bom design de interface é o usado no Macintosh.
Chegamos então ao ponto em que se começa a assistir a uma troca de papéis no
sistema Homem-Máquina
3º
Esta inversão não é feita na medida em que o Homem deixa de ser Homem e passa a
ser Máquina e vice-versa mas em que a Máquina cada vez se assemelha mais ao ser
humano e este torna-se parte integral desta.
Ele constrói a máquina e dá-lhe sentido, compreende-a e melhora-a, aperfeiçoa-a e
por fim interage com ela de forma já quase irracional; vemos cada vez mais isso nas
novas gerações em que parece já nascem a saber mexer com todos estes sistemas
informáticos.
A realidade virtual é feita com base na nossa visão em que cada olho consegue ver a
mesma imagem de ângulos diferentes, capacitando assim a 3º dimensão e o
holograma que produz todas as vistas possíveis de um determinado objecto num
plano de modulação de luz, são já tentativas mais avançadas de simbiose homemmáquina.
E talvez não estejamos tão longe assim de colocar o computador a ver e a sentir por si
próprio; o sistema de teleconferência pode ser um ponto de partida para tal.
E através da realidade virtual que usa o movimento do olhar para produzir imagens,
talvez cheguemos ao ponto de com um simples olhar e algumas palavras (que
também através da fala conseguimos transmitir sensações e estados de espírito)
interagirmos com o nosso computador e ele nos consiga responder da mesma forma.
A evolução digital está em constante inovação e essa é “dobrada” todos os dias num
crescimento exponencial em que amanhã ela evoluirá o dobro de todos estes anos
juntos desde que apareceu, e assim sucessivamente.
Se por um lado o “Ser Digital” é uma coisa boa que nos trará vantagens e nos faz
evoluir na nossa aprendizagem de conhecimento e no nosso modo de vida, por outro
lado esse “Ser Digital” também nos trará consequências principalmente para as
gerações anteriores, um dos principais factos é o de perca de postos que antes eram
ocupados pelo Homem de forma profissional cada vez mais são ocupados por simples
máquinas cada vez mais fáceis de “comandar”.
Outro facto é a dificuldade que estas gerações tem a se adaptar a esta era digital e
aquilo que o autor do livro defende acreditando nesta mudança digital de uma forma
optimista é que o interesse têm de ser mútuo, a máquina deverá ser fácil de utilizar
com interfaces ajustáveis, e cada vez mais todos nós deveremos ter o interesse de
estar em constante renovação de conhecimento, informação.
Foi para estas pessoas que dizem ser analfabetos de informática, mas são-o é de falta
de vontade própria por estar em continua educação do seu conhecimento, que
Nicholas Negroponte escreve o seu livro (dai a forma impressa de átomos), de fácil
leitura e compreensão.

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