Na casa das máquinas
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Portugal Inovador Índice 5 - Editorial 6 - Introsys: “Mandatária da robótica móvel nacional” 9 - Distrito de Setúbal 33 - Guimarães 49 - PME Excelência Página Exclusiva 4 Portugal Inovador Editorial Exportar para crescer Fala-se muito na necessidade de exportar. Frequentemente ouvimos líderes políticos, analistas e outros a exortar os nossos empresários a que apostem nesta via. O apelo não é feito por acaso. O reforço das exportações é, por variados motivos, uma situação altamente vantajosa tanto para as empresas como pelos seus impactos macroeconómicos. Relativamente às empresas, tem, sobretudo, o efeito de libertá-las da dependência face a um só mercado. Uma empresa que esteja em contacto com um conjunto de diferentes mercados e que, por conseguinte, não esteja inteiramente dependente das flutuações de um único mercado em particular, tem mais hipóteses de garantir uma situação de estabilidade nos seus níveis de facturação. Naturalmente, há ainda as vantagens que se prendem com o acréscimo de reconhecimento e prestígio que uma marca recebe ao tornar-se um player de dimensão internacional. Uma boa dinâmica exportadora é também necessária para manter a nossa balança comercial numa situação sustentável. Se os portugueses pretendem manter os seus níveis de consumo (assentes em grande medida em produtos importados) em acordo com os padrões ocidentais, é imperativo que o nosso papel exportador saia reforçado. Neste sentido, é um facto que o País tem conseguido apresentar números animadores. Portugal, no primeiro trimestre de 2012, registou o quarto melhor resultado da UE quanto à subida das suas exportações. Outros dados mostram-nos que, entre os 15 membros mais antigos da União, somos o segundo em que, nos últimos seis anos, as exportações mais cresceram. Podemos ainda constatar uma ampla diversidade de destinos: de acordo com dados referentes ao ano passado, Portugal conseguiu fazer vendas superiores a um milhão de euros em 155 países. Estes índices deixam-nos com boas expectativas e traduzem aquilo que a Portugal Inovador se orgulha de mostrar a cada edição que passa: a surpreendente capacidade de adaptação do nosso tecido empresarial. Estamos cá para continuar a divulgar este bom trabalho. Página Exclusiva 5 Portugal Inovador Mandatária da robótica móvel nacional Dez anos de I&D vêem agora a luz do dia. A Introsys acaba de lançar o IntroBot, um robô de serviço todo-o-terreno para vigilância de perímetros exteriores. Um conceito único de robustez e flexibilidade que surpreende o mercado europeu pela positiva, numa altura em que poucos o esperariam. Ousadia e coragem fundem-se num denominador comum: Introsys! A Introsys está nas bocas do mundo. Uma conquista meritória para esta PME Excelência, sedeada na Moita, que apostou tudo na investigação e desenvolvimento de um produto 100% nacional, capaz de fazer frente aos gigantes de I&D mundiais. O segredo? Paixão, empenho e dedicação. Obter financiamento Os cortes nas verbas destinadas à investigação, impostos às diversas universidades públicas nacionais, é uma realidade que dói a todos os que lutam pela inovação dentro do país. Mas será possível assegurar a sobrevivência dos centros de I&D do nosso país? Uma resposta plausível estará, porventura, na estratégia empresarial adoptada pela Introsys: “Esta empresa nasce em 2002, por iniciativa minha e Página Exclusiva 6 do Luís Flores. Estávamos saturados de trabalhar na indústria automóvel e o objectivo era criar um robô móvel destinado à aplicação em desminagem/EOD [Explosive Ordnance Disposal]. Ano e meio depois, como resultado da nossa inexperiência e, provavelmente, da nossa visão poética/romântica do negócio, chegámos à conclusão que ninguém vive de I&D ou robótica móvel em Portugal. A solução passou assim por vocacionar a Introsys para uma actividade semelhante à que desempenhávamos antes de iniciar esta empresa, mantendo, em paralelo, um centro de I&D interno dedicado à robótica móvel. Em 2004, já depois de termos recrutado o Eurico Nogueira Dias para director operacional da empresa e uma equipa de engenheiros recém-licenciados, a In- Introbot Manobrabilidade (possui quatro rodas motrizes direccionáveis e eixo central rotativo); visualização em tempo real da pose e estado (cinemática) do robô por representação tridimensional do mesmo; planeamento de trajectos geo-referenciados com suporte de mapas obtidos através do Google Maps; reconhecimento facial; detecção de obstáculos baseada em visão estereoscópica; detecção de trilhos baseada em visão; sistema intuitivo de diagnóstico e recuperação de falhas; entre outras. trosys lança o seu primeiro projecto de automação, naquele que continua a ser o core business desta empresa – a implementação de soluções avançadas de controlo para a indústria automóvel”, re- Portugal Inovador comunitário (Índia). Relação com AutoEuropa lembra Nuno Flores, sócio-fundador e actual director geral e gestor de clientes da empresa. Mais tarde, a Introsys conseguiria ainda o apoio do PORLISBOA (QREN/FEDER) para o seu projecto de I&D, financiando 535 mil dos 859 mil euros referentes ao investimento necessário à materialização do IntroBot. Desconstruir a actividade Mas afinal, o que são estes sistemas avançados de controlo para a indústria automóvel que garantiram a evolução de uma facturação de 40 mil euros, em 2003, para uma facturação de 6,1 milhões de euros em 2011 e entusiasmantes expectativas de alcançar os 8,5 milhões em 2012? “Restringindonos ao sector automóvel, onde a Introsys actua, primeiramente temos de interiorizar que na construção de um automóvel existe uma componente mecânica e uma componente eléctrica. Atrás de um construtor de carros está sempre um construtor de máquinas, sendo que, atrás desse construtor de máquinas existem empresas como a Introsys. Ou seja, na cadeia de valor nós somos uns alegres secondtier. Situamo-nos na segunda linha do produto, com toda a componente eléctrica associada, fazendo sistemas de controlo de automação. A nossa responsabilidade é animar a componente mecânica [o robô] para que possa produzir. É, de certa forma, dar vida ao ferro”, explica Luís Flores, responsável pela área da engenharia na Introsys. A especificidade deste tipo de produto não permite margens para erros e é também aí que a Introsys tem um dos seus trunfos. A qualidade apresentada em cada projecto permitiu-lhe, em 2011, trabalhar com diversas OEM (Original Equipment Manufacturer) do sector automóvel. Volkswagen, Audi, Ford e BMW são os responsáveis por 94% da facturação da Introsys no mercado externo. 84% no mercado inter-comunitário (Alemanha e Áustria) e 12% no mercado extra- Com sede na Moita e competências comprovadas no sector automóvel, seria de esperar uma ligação (até dependência) da AutoEuropa. No entanto, segundo Luís Flores, não é algo que aconteça: “Apesar da AutoEuropa estar aqui, sempre recusámos que a Introsys fosse um satélite da mesma. Sabíamos, de antemão, que iria dar mau resultado”. Nuno Flores complementa: “O sistema em que trabalhamos individualmente na AutoEuropa, ainda antes de formarmos a Introsys, era um sistema de produção Ford. Ou seja, a nossa base é Ford, o que leva a que dentro do Grupo Ford exista uma maior facilidade em fazer a balança tender para o nosso lado. Segmentando este assunto, do ponto de vista comercial, a Introsys tem uma posição muito privilegiada dentro do grupo Ford porque falamos de um standard mais difícil de implementar dentro daquilo que são sistemas de produção para a indústria automóvel. Por outro lado, dentro do Grupo Volkswagen temos a possibilidade de trabalhar de uma forma periférica. Sabemos que muito dificilmente vamos ter um projecto dentro da Alemanha porque as unidades de produção desse país são suportadas por empresas alemãs do nosso core business. O mercado é tão forte que mantém essas empresas ocupadas anos a fio, tornando-se muito proteccionistas”. Ainda assim, a Introsys traba- Página Exclusiva 7 Portugal Inovador lha com a AutoEuropa para a Volkswagen: “No Grupo Volkswagen as portas abriram-se para a Introsys, quase por uma questão fortuita. Na altura, do lançamento do VW EOS, fomos convidados para trabalhar com a Volkswagen no sentido de sermos o parceiro local para suportar os construtores de linhas de produção. E assim entramos dentro do sistema, que é a parte mais difícil. Depois os trabalhos surgem de forma natural. O sistema, desde que o trabalho seja bem executado, autoalimenta-se”, explica Nuno Flores. Essas reticências em trabalhar algo que diverge do métier intrínseco ao historial da Introsys levaram a que apenas agora a empresa esteja a relacionar-se com novas OEM: “Sabemos que quem diverge muito, acaba por perder know-how e qualidade. Por isso, estivemos a trabalhar desde 2004, quase em exclusivo para a Ford e para a Volswagen como second tier. Só este ano decidimos que vamos adicionar mais uma OEM – a Página Exclusiva 8 BMW. Insere-se no mote de ‘fazer bem aquilo que trabalhamos’. Por que outros motivos trabalharíamos para outra coisa que não fossem os melhores construtores de carros do planeta?”, refere Eurico Nogueira Dias. IntroBot Com uma “arquitectura mecânica fabulosa”, como Luís Flores o definiria, o IntroBot é a concretização de um sonho. A verdadeira razão da existência da Introsys e o seu maior segredo até aos dias de hoje. Apresentado hoje, o Introbot tornase num dos motivos de orgulho dos portugueses: “Pensámos que poderia haver lugar no mercado para uma empresa que oferecesse este produto na Europa. Não é um conceito totalmente novo, mas o nosso objectivo é alcançar um posicionamento europeu semelhante ao iRobot [criado pela equipa de Rodney Brooks, na Heartland Robotics Inc.] nos EUA. Era um objectivo trazer esse conceito dos EUA para a Europa. Os alemães já o tinham, mas com o handicap de não serem robots ágeis e fáceis de operar. O Introbot não. Foi trabalhado ao nível de OCU, tele-operação aumentada”, explica Luís Flores. “O IntroBot é uma plataforma extremamente flexível, adaptável e genérica que se pode configurar de acordo com as necessidades de cada missão. Seja ela search&rescue, com controlo tele-operado, seja como um agente de telepresença, como controlo de multidões, videovigilância, explosive ordnance disposal, electronic mule… enfim. É verdade que o primeiro objectivo foi prepará-lo para demining, mas a verdade é que as aplicações deste IntroBot, com uma capacidade para traccionar 300kgs, são infindáveis”. Reconhecimentos Com o IntroBot em marcha, os administradores deixam um último agradecimento: “A Introsys não é mais do que um conjunto de profissionais extraordinários. A primeira geração de engenheiros selecionados para trabalhar nesta casa revelou profissionais de um calibre extraordinário. Seja na equipa operacional, que faz com que os projectos aconteçam, como na equipa de I&D, que faz com que o que sonhamos aconteça. Algo que começa a ser cada vez mais difícil de encontrar nos nossos processos de recrutamento. Concluímos que o processo de Bolonha, salvo raras excepções, não serviu a empresas de cariz tecnológico. Os engenheiros que saem das universidades vêm cá tirar a especialidade, e o que observamos é uma matéria-prima cada vez mais, deficitária. E a qualidade da equipa é fundamental para o sucesso de uma empresa. Por outro lado, tendo esta empresa sido incubada no UniNova, é impossível não referir o nome do Prof. Dr. Adolfo Steiger Garção, presidente do Departamento de Engenharia Electrotécnica. Sem o seu carinho e amizade, a Introsys nunca seria o que é hoje”, rematam. Portugal Inovador Nasce a Casa do Arroz A APARROZ – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado está prestes a conquistar mais uma vitória com a inauguração da Casa do Arroz. Anos de luta para a concentração de esforços na defesa dos produtores de arroz nacional têm o seu auge este mês com a criação desta interprofissional do arroz. A luta é antiga, tendo iniciado, para a APARROZ, em 1998, data em que é inaugurada. O histórico agrupamento conta hoje com 30 associados, representando um total de 13 mil hectares de área produtiva. Uma verdadeira organização de defesa do sector e, em último caso, da região onde se insere. Funcionando quase como uma ‘central de vendas’, a APARROZ acrescenta valor ao produto, apoiando, em simultâneo, os agricultores que a ela recorrem: “Trouxemos uma mais-valia a esta região quando, em 2003, contratámos diversos técnicos superiores para dar apoio técnico aos agricultores que nos procuravam. Actualmente, embora Alcácer do Sal seja o concelho que regista maior produção de arroz, não nos dedicamos à transformação do produto final. A nossa vocação é a produção. No entanto, a APARROZ está a ensaiar uma marca própria, descascando, a título experimental, e fornecendo, posteriormente, para alguns restaurantes de gama média/alta. É o chamado Arroz de Alcácer, uma marca nossa que pretendemos desenvolver se a opção da APARROZ passar por uma vertente industrial”, explica João Reis Mendes, presidente da APARROZ. Casa do Arroz O arroz produz-se, normalmente, em áreas protegidas, criando um equilíbrio natural entre o arroz e o meio ambiente: “Como temos quatro meses de zonas alagadas conseguimos fixar animais e plantas típicas de zonas húmidas. Há uma simbiose interessante que nos garante também algum apoio para manter o arroz nestas zonas. A Casa do Arroz beneficia desta característica, tratando-se de um dos passos mais importantes na história da defesa do arroz nacional. Trata-se de uma organização interprofissional que junta a produção, indústria, distribuição e consumidor. Uma organização de fileira com um estatuto regulamentado pela legislação comunitária e nacional, que permitirá que todos os agentes que trabalham o arroz em Portugal pensem o negócio em conjunto. Um processo longo, mas que finalmente vê a luz do dia. É importante realçar o apoio governamental que percebe a importância de um produto verde, que ajuda ao desenvolvimento das regiões e que não tem dificuldades em ser escoado nos mercados”, frisa João Reis Mendes. Página Exclusiva 9 Portugal Inovador A tranquilidade de um espaço O Palmela Village Golf Resort, entre Azeitão e Palmela, é a unidade hoteleira de referência da região. O vasto conjunto de infraestruturas criado pelo Grupo Pelicano integra-se de forma perfeita na paisagem idílica onde se encontra, sendo um atractivo irresistível para os amantes do lazer e do golfe Sob a assinatura do arquitecto Tomás Taveira, o Palmela Village Golf Resort é um projecto misto, englobando não só a vertente imobiliária, mas também a turística. Esta última, inaugurada há dois anos, conseguiu atrair, só no ano de 2011,cerca de 31 mil visitantes. Um marco importante para um complexo turístico em constante mutação que, de ano para ano, tem investido na dinamização e criação de novos Página Exclusiva 10 atractivos para os seus clientes. A multiplicidade de actividades oferecidas pelo Palmela Village Golf Resort, aliada à riqueza natural da região onde se insere, não é, de resto, despicienda ao cavalgante aumento da procura: “Felizmente, beneficiamos de uma localização privilegiada. Se por um lado, estamos muito próximos de Lisboa, em cerca de 20 minutos, os nossos clientes conseguem colocar-se na capital, quer recorrendo ao comboio ou ao carro, por outro, temos aqui uma oferta natural merecedora de uma visita, seja pela área de Setúbal, pela Serra da Arrábida, que é património da Humanidade, ou pela Costa Azul. É um pack interessante, que permite toda uma interacção com a tradição regional, nesta área, um pouco saloia, mas que tem muito para oferecer e visitar. As queijarias, os azulejos, o moscatel de Setúbal, as vinhas, entre muitos outros, agregam-se numa história muito rica e que pode ser facilmente visitada por todos”, salienta João Oliveira, director comercial do complexo. Oferta diversificada Com um total de 366 apartamentos, do T0 ao T1+1, e cerca de 500 moradias, com uma área de construção média de 200m2, todas elas com piscina privativa, nas tipologias V3 até V5, o Palmela Village Golf Resort estende-se por uma vasta área de um milhão e 400 mil metros quadrados. Mas é no conjunto de facilidades oferecidas que este complexo turístico se destaca: “Desde a recepção, ao concierge, ao campo de golfe de 18 buracos, desenhado pelo arquitecto Jorge Santana da Silva, ao club house, com restaurante e bar, a uma piscina comum, com bar de apoio, ao circuito de manutenção, parque infantil, segurança 24h/dia, parking, entre muitos outros, o leque de serviços é enorme. A juntar a tudo isto, e visto o Grupo não abdicar do investimento regular na criação de novos espaços e conceitos, va- Portugal Inovador mos, a curto prazo, inaugurar mais algumas novidades. Um campo de futebol, os campos de ténis e uma área de fitness, com ginásio. Posteriormente, será também criada uma grande área destinada a reuniões e incentivos. O objectivo é alcançar o segmento MICE (Meetings Incentives Conference and Events), aumentando assim o potencial do Palmela Village Golf Resort. É um mercado bastante interessante para nós, até porque não há muitas soluções na área da Grande Lisboa, para este tipo de mercado”, explica João Oliveira. Projectar o golfe Inserido no Palmela Village Golf Resort, o campo de 18 buracos é um dos trunfos desta unidade e um dos motivos de orgulho do Grupo: “Somos procurados pelo conjunto, no entanto, o campo de golfe, pelas suas características singulares, assume-se como uma das mais-valias desta unidade. É um campo mais executivo, onde se joga mais rápido e com um grau de dificuldade mais acessível. Este é um ponto positivo porque permite às pessoas, que cada vez têm menos tempo disponível, terminar os 18 buracos em cerca de três horas e aproveitar o tempo que lhes resta para outras ocupações. Não sendo um campo profissional, apresenta os seus desafios”, refere o director. “Estamos também a desenvolver um programa junto dos mercados externos de golfe, em parceria com os outros campos aqui desta Costa Azul, e que conjuga a prática do golfe com o alojamento”. A criação de um Drive-In Range, projectado e em fase de desenvolvimento, vai dotar o Palmela Village Golf Resort de uma nova vertente: “Com este projecto terminado e com a colaboração de um profissional, estaremos em condições de começar desde já a desenvolver a área de golfe. Iremos estabelecer parcerias, nomeadamente com clubes sem campo e instituições da região, no sentido de relançar a modalidade e fazer com que o golfe passe a ser considerado um desporto acessível a todos. A política de preços a adoptar, a par do que fazemos no alojamento, irá de encontro à situação económica que se vive, tornando-se por isso num atractivo para todos aqueles que agora se iniciam na prática desta modalidade”, afirma João Oliveira. Vencer a crise Para o director comercial, a relação preço/qualidade é possível existir, mesmo num complexo de elite: “Nós começámos com uma política de preços bastante interessante. Apostamos desde sempre no verdadeiro sentido da expressão ‘value for money’, tentando oferecer aquilo que a pessoa procura a um preço inteiramente justo e coeren- te. Podemo-nos considerar como um destino competitivo. Os nossos preços sempre variaram entre os 80 e os 120 euros por apartamento, que pode ser usado por uma, duas ou três pessoas, com pequeno‑almoço incluído”. Para além disso “temos, em fase de acabamentos, uma nova fase de construção, as town house apartments (apartamentos moradia). Como profissional, tenho consciência que o sector atravessa um período difícil, não só de agora mas já há uns anos a esta parte. Temos nos dias que correm e a par da crescente oferta turística, a árdua tarefa de tentar captar uma procura cada vez mais reduzida. Felizmente, o Palmela Village Golf Resort tem vindo a crescer, principalmente nesta vertente turística iniciada apenas há dois anos. Não temos a pretensão de ser o melhor resort quatro estrelas do país, mas temos consciência que, quando todos estes investimentos estiverem concluídos, estaremos ao mesmo nível do que melhor se faz a nível europeu”, conclui João Oliveira. Página Exclusiva 11 Portugal Inovador O paladar do Golf Inseridos no magnífico Palmela Village Golf Resort, o Restaurante Moscatello, Bar 19 e Bar da Piscina assumem um compromisso de honra de dedicação ao cliente. Com vista para o campo de golfe, os três espaços beneficiam da paisagem idílica que os rodeia para, no conforto do seu reduto, receber os clientes que o visitam. Restaurante Moscatello A tradição popular afirma que um marido se conquista pelo estomâgo. O Palmela Village Golf Resort inspirou-se no provérbio, elevando o paladar a uma das principais atracções do espaço. Página Exclusiva 12 Inserido no primeiro piso do ClubHouse do Palmella Village Golf Resort, o Restaurante Moscatello está entregue à criatividade do Chef Rui Matias: “Tenho como base a cozinha tradicional portuguesa, integrando algumas influências da cozinha japonesa, sul americana e do Mediterrâneo. Felizmente, em cerca de quatro meses de trabalho, já conseguimos criar alguns best-sellers nesta casa. É o caso do prego e do hamburguer em bolo do caco. O hamburguer, com carne fresca escolhida por mim e na proporção idealizada por mim, assim como o bolo do caco, produzido ‘inhouse’, resultam em sabores particulares e únicos. O prego, que já foi considerado um dos Melhores Pregos de Lisboa, recebeu um ligeiro update…”, deixa antever o Chef que destaca, também, o salmão em crosta de pistachio e panko com polenta e parmesão em ponzu. Um prato de preparação cuidada e apresentação apelativa que se afirma numa carta plena de tentações. Nas sobremesas, a Pavlova é rainha: “Uma sobremesa Portugal Inovador tradicional australiana que levou uma pequena assinatura de diferença... Côco e lima dentro do suspiro e sustentam um creme de mascarpone com fruta fresca”. Club Lounge, Bar 19 e Bar da Piscina Sob a responsabilidade de Sandro Santos está o Club Lounge e o serviço de restauração e bebidas nas diferentes áreas de F&B: “Diversos e distintos espaços, que os clientes podem frequentar a qualquer hora do dia”, refere. “Desde casamentos, aniversários, jantares de grupo ou festas temáticas, a diversidade das diferentes áreas conjugado com o espaço exterior permitem-nos realizar qualquer tipo de eventos. Acompanhando a gastronomia oferecida pelo nosso Chef, a carta de vinhos existente possui referências das diversas regiões, bem como sete brancos e sete tintos de Palmela. Complementando, temos uma oferta diversificada de bebidas espirituosas e exóticas”. Sandro Santos aconselha por exemplo “a sangria branca, com fruta fresca, e sangria de champanhe, com frutos vermelhos. Para além disso, fazemos questão de criar mensalmente composições novas, elaboradas pelo nosso staff exclusivamente para os nossos clientes. Iremos muito em breve abrir um novo espaço, o Bar da Piscina, que através do apoio da gastronomia criada pelo Chef Rui Matias, e de um novo conceito de serviço, irá sem dúvida ser uma referência neste Verão”. https://www.facebook.com/ RestauranteMoscatello Página Exclusiva 13 Portugal Inovador Flores com aroma holandês Depois de 13 anos a repartir a produção de hortênsias em vaso, entre Holanda e Portugal, a Jacobus Van Schie pretende dedicar-se em exclusivo ao mercado nacional. Um projecto que contraria a tendência nacional, mas que tem por base o aumento exponencial deste produto específico. A flor ‘holandesa’ fica assim mais perto dos portugueses. gia, e os Invernos muito rigorosos. Perdia clientes no Inverno e tentava reconquistá-los no Verão. Achei, por isso, que era tempo de encontrar um país com outras condições para produzir. Viajei por todo o mundo… Fui à Colômbia, mas era muito distante. Estive no Quénia, mas África não me convenceu. Fui a Espanha, mas exigiam que formasse uma sociedade. Só depois vim a Portugal, onde encontrei um país agradável, com trabalhadores simpáticos, água de qualidade e um clima muito favorável à produção de cravos. Dentro do país, o Montijo, uma região com mais de 500ha de estufas, era uma localização obviamente privilegiada. Por isso, instalei-me aqui em 1999”, recorda o fundador, mais conhecido em Portugal como Jacobus. Dos cravos às hortênsias Longe vão os tempos em que a Holanda era conhecida como o país das flores. Sjaak Van Schie, administrador da Jacobus Van Schie, ajudou a reformular este conceito com a criação de uma empresa produtora em Página Exclusiva 14 Portugal: “Tinha uma empresa de produção de cravos na Holanda e, a determinada altura, tornou-se muito difícil produzir este tipo de produto no meu país. Os custos eram elevadíssimos, desde os salários à ener- Apesar dos cravos serem a principal razão da vinda de Jacobus para Portugal, actualmente são as hortênsias que justificam a actividade da empresa: “Rapidamente percebi que o lucro era muito maior em Portugal do que na Holanda, por isso, no ano seguinte deixei de produzir uma parte dos cravos na Holanda e introduzi a produção de hortênsias. Na Holanda tínhamos 10ha de estufas e o projecto foi reduzir 2ha de cravos por ano, iniciando dessa forma a plantação de hortênsias. Em 2006 decidi que era melhor começar a produzir, também em Portugal, as hortênsias e em 2007 desisti por completo dos cravos. Foi tudo muito rápido. Passamos de 5ha de cravos para produzir apenas hortênsias”, sorri o empresário. Hoje, a Jacobus Van Schie possui 27ha de terreno, seis dos quais cor- Portugal Inovador respondem a estufas. Uma produção tecnologicamente avançada, de controlo rigoroso e que tem registado um crescimento constante ao longo dos anos: “Em 2010 facturámos 2,8 milhões de euros, número que aumentou para os 3,1 milhões em 2011. Este ano esperamos chegar aos 3,5 milhões. Em parte, é o reflexo de uma aposta desta empresa no mercado português. Actualmente, colocamos as nossas hortênsias em grandes superfícies como o Pingo Doce, Lidl, Aldi, Continente, entre outras, e registamos um aumento significativo dessa procura. O meu plano é estar a comercializar o nosso produto na totalidade para o mercado português daqui a 12 anos. Estamos com um crescimento de 7% por ano das nossas vendas para o mercado nacional, pelo que acredito que será possível”, considera Jacobus. “Portugal é um excelente mercado para esta empresa, até porque nós temos o know-how de produção. Os nossos clientes reconhecem que a qualidade está ao nível das produções feitas na Holanda e que reduzimos custos com o transporte e mão-de-obra. São pontos muito importantes neste tipo de negócio e nos quais estamos um passo à frente da nossa concorrência. E mesmo que existam mais players neste mercado, acredito que teremos um futuro risonho à nossa frente. Só não podemos pensar que somos os melhores, caso contrário estaremos mais vulneráveis à queda. Temos de manter os olhos abertos e estar atentos à evolução de mercado”. Paixão por Portugal Jacobus promete continuidade e crescimento empresarial. Quanto ao país e às pessoas, este holandês, cada vez mais português, deixa um agradecimento: “Temos 80 pessoas a trabalhar nesta empresa e, sinceramente, é uma equipa da qual me orgulho muito. Sempre existirá alguém que é melhor, assim como alguém que é pior, mas se fizermos uma média sei que temos uma equipa excelente, profissional e trabalhadora. Com pessoas assim e com o empenho de todos, acredito que Portugal conseguirá sair desta crise”, conclui o empresário. Página Exclusiva 15 Portugal Inovador 44 anos de óleos essenciais A Socidestilda, dedicada à destilação de óleos essenciais, é líder nacional neste sector. A força da experiência, com mais de quatro décadas de know-how, garante-lhe a presença segura não só no mercado interno, mas também além-fronteiras. Fundada em 1966, a Socidestilda iniciou a sua actividade em 1968. Tendo por base o reaproveitamento de folhas e ramos abandonados por madeireiros, que apenas utilizavam a madeira como matéria-prima, a empresa focou a sua atenção no Cineol, substância que podia ser extraída por destilação, após selecção e tratamento das folhas, que originaria o óleo essencial de eucalipto. A ascensão ao sucesso foi rápida. Com uma produção de cerca de 400 toneladas por ano, a Socidestilda tornou-se num dos fornecedores de referência dos maiores importadores mundiais desta matéria-prima. Actualmente, a empresa extravasou a produção específica do óleo essencial de eucalipto, produzindo um manancial de produtos aromáticos sintéticos e biológicos, aplicáveis aos mais diversos tipos de actividade. Desde os perfumes, passando por tintas, pelos detergentes, ou por Página Exclusiva 16 muitos outros ramos de actividade, as hipóteses de comercialização são infindáveis. Análise de mercado Ariolindo Santos, fundador da Socidestilda, assume uma queda significativa das vendas da empresa no mercado interno: “Registámos uma facturação de 4 milhões de euros em 2011. Um valor que poderá cair um pouco este ano, em parte, devido à tendência que se verifica no mercado português. De 2009 até agora, verificámos que as nossas vendas em Portugal caíram cerca de 30%. Gostávamos de aumentar a nossa quota neste mercado, mas obriga a uma selecção muito rigorosa dos nossos clientes. Este sector mudou muito, muitos concorrentes caíram, e gerou-se um clima generalizado de desconfiança. É por isso que temos de trabalhar com uma atenção redobrada”, afirma o empresário. Portugal Inovador Actualmente, apenas 12% da facturação da Socidestilda é conseguida em Portugal, principalmente através de laboratórios de produtos farmacêuticos e naturais e indústria de produtos de higiene. A grande maioria refere-se, por isso, aos mercados externos, onde se destacam o mercado europeu e os mercados da Índia, Brasil, Japão, Singapura, Tailândia e os PALOP. “Trabalhamos com as plantas medicinais europeias e provenientes dos países do norte de África. Recolhemos plantas silvestres em várias serras do país. Temos também o mercado biológico, uma actividade que existe na Socidestilda desde 1990, em que alcançamos um mercado externo interessante. Destilamos eucalipto, alecrim, louro, pinheiro, rosmaninho e estamos a vender para o mercado europeu como óleo essencial certificado. Depois, temos fábricas parceiras no Brasil e em Espanha, em que o factor concorrência nunca é sos, entre outros. Temos também uma representação da Destilaciones Bordas Chinchurreta, SA. conceituada empresa espanhola, em que apresentamos uma gama muito boa, para o mercado continental, ilhas e PALOP, explica o administrador da Socidestilda. colocado em causa. Criámos sinergias e cada um tira o melhor partido das matérias-primas do seu país”, explica Ariolindo Santos. E é também neste contexto de exportação que a aguarrás ganha uma nova dimensão: “Estamos a transformar esta matéria-prima em cinco produtos únicos em Portugal, naquele que é hoje a nossa principal actividade. Compramos, em Portugal, cerca de 50 toneladas de aguarrás por mês – um valor muito significativo – que transformamos em produtos para perfumaria de gama média, detergentes multiu- Rumos paralelos Curioso é o facto da Socidestilda hoje não se tratar apenas de uma sociedade de destilação de óleos essenciais: “Enveredamos por algumas actividades diferentes do nosso métier. Hoje, a Socidestilda tem 13 dos seus 23 colaboradores alocados a uma actividade rural que envolve 300 cabeças de gado, culturas de trigo, aveia e de plantas aromáticas em MPB e, ainda, explora um montado de Sobreiros numa área de 100 hectares na sua Herdade do Ribeiro em Vendas Novas. É uma actividade paralela com tendência a crescer”, acrescenta Ariolindo Santos. Página Exclusiva 17 Portugal Inovador Princípios de gestão saudáveis Sem grandes surpresas, a Sitel continua com uma presença segura no mercado empresarial. Superando dificuldades no mercado nacional e com uma perspectiva de internacionalização constante, a Sitel é um exemplo raro de sucesso no sector da construção. momento, estamos a equacionar a entrada da Sitel no Brasil. Face ao estado actual do mercado português, estar no mercado externo é obrigatório”, refere Mario Franchi, administrador da Sitel. Mercado interno Inserida no Grupo Franchi, que teve o seu início na década de 50, a Sitel é detentora de toda a experiência necessária para garantir a sustentabilidade empresarial em tempo de crise. Com uma facturação actual nos 14 milhões de euros, a empresa é especialista na área do ambiente (tratamento de aguas, águas residuais, resíduos sólidos e odores), ar condicionado, pipelines e manutenção. Estrategicamente posicionada em Angola desde 2005, através da SitelAngola, a Sitel há muito que se definiu como uma empresa de abrangência global. Com obras importantes em Angola e Argélia, a empresa sedeada em Lisboa, e com filiais na Madeira e no Norte, pondera a entrada em novos mercados emergentes: “Começámos a estudar novos mercados e, neste Página Exclusiva 18 Mario Franchi definiu uma internacionalização reflectida para a Sitel: “Os números indicam que temos estabilizado o mercado interno, por isso temos que ir lá para fora para poder crescer mas temos que ter soluções técnicas já comprovadas no mercado interno aquilo que chamei ‘experiencia na vanguarda’. Vamos para fora, isso é uma certeza, mas não vamos esquecer o mercado português”, avança o administrador. Ainda assim, e por operar não só no sector privado, mas também no sector público, a Sitel sente na pele as dificuldades inerentes ao país e ao sector onde actua: “No mercado interno o sector do ambiente está parado mas começam a notar-se indícios de reanimação embora muito ténues. O grande problema com os concursos públicos é o tempo que as decisões demoram a ser tomadas. Participamos em concursos há dois anos que ainda não possuem decisões. As empresas têm um prazo de 60 a 90 dias para apresentar uma proposta e o Estado chega a demorar anos a avançar com os projectos. Ou seja, desta forma torna-se muito complicado para as empresas dimensionarem os seus investimentos, os negócios acabam por não ir para a frente e não se cria riqueza, nem emprego. Penso que mais que lançar muitos concursos, é muito mais importante que as empreitadas postas a concurso sejam adjudicadas e iniciadas num curto espaço de tempo”, alerta o empresário. Visão empreendedora Mas é também em tempo de dificuldades que as soluções inovadoras melhor se destacam: Portugal Inovador “Vivemos não só num tempo de gestão de problemas, mas também de gestão de inovação. Refiro-me à preservação dos quadros de uma empresa que, num ambiente económico como o que Portugal atravessa, se torna ainda mais trabalhoso. A Sitel, em conjunto com a Ecoatlântico (empresa criada pelo Grupo na Madeira), agrega 150 colaboradores e luta pela permanência desses postos de trabalho. Há alguns anos, por exemplo, ganhámos muitas obras no Norte de Portugal que nos levaram a empregar novos técnicos. Quando as empreitadas terminaram e deixámos de ter novas obras, constatámos que tínhamos pessoas a mais. A solução passou por dar oportunidade a esses colaboradores de procurarem novos mercados. Criámos um departamento Norte da Sitel, onde foram eles a encontrar novas obras e novos clientes. Actualmente, esse departamento já representa quase 15% da nossa facturação, o que é notável. A conclusão é que temos que ser inovadores de forma a não ter de abdicar dos nossos técnicos. A Sitel, enquanto empresa, procura encontrar sempre novas soluções para que os seus técnicos continuem a ser úteis a toda a estrutura. E essa é uma mensagem que nós como empresários devemos assimilar”, conclui Mario Franchi. Página Exclusiva 19 Portugal Inovador “Há espaço para todos!” A Fabricor, uma das empresas nacionais bem equipadas do sector da cortiça, mostra-se descontente com o rumo do sector onde actua. A falta de união entre os industriais portugueses aliada à significativa redução nos apoios, por parte do Estado e da Banca, são, na perspectiva da Fabricor, os principais entraves ao desenvolvimento do sector corticeiro nacional. A fundação da Fabricor remonta ao ano de 1988, ano em que José Manuel Brito decide revolucionar o sector da cortiça. Vinte e quatro anos depois, a empresa assume um esta- tuto de referência em Portugal e no mundo. A visão do empresário, rejuvenescida após a entrada de Luís Brito, filho e actual vice-presidente da Fabricor, deu asas ao investimento contínuo e potenciou o desenvolvimento necessário à estabilidade da empresa. Actualmente, a Fabricor emprega 68 pessoas determinadas a manter a qualidade da produção e o reconhecimento além-fronteiras. Com 90% da sua facturação a destinar-se ao mercado externo, a Fabricor move-se essencialmente no mercado português, asiático e europeu. Mercados em expansão considerados determinantes pela empresa para a sobrevivência num sector cuja “tendência negativa se poderá agravar nos próximos anos”, afirma Luís Brito. Um novo start-up A dureza das palavras é, apesar de tudo, reflectida e baseada em argumentos que Luís Brito não se coíbe de expor: “Muitas das empresas que Página Exclusiva 20 entram em processos de falência são viáveis, no entanto as grandes dificuldades em obter cashflow operacional positivo levam-nas a esse fim. Não falo apenas do sector da cortiça, mas sim de um problema transversal aos diversos sectores de actividade. A verdade, é que as empresas não têm dinheiro para investir e estão assim dependentes do que a Banca permite ou não. E, neste momento, a Banca passou de aliado a entrave constante às empresas. Todas as empresas, sem excepção, das maiores às mais pequenas, precisavam de um novo start-up. O objectivo das empresas é o lucro, é gerarem dinheiro, mas as que investiram na década passada, pensando em desenvolver-se, hoje enfrentam um passivo elevado, dívidas a fornecedores, e o risco de uma falência iminente. Não há qualquer hipótese de se trabalhar com base neste paradigma. Sem cashflow não há sustentabilidade empresarial”, frisa o empresário que vai mais longe: “A minha previsão é que, neste Portugal Inovador ciclo negativo, depois de já termos assistido à falência de diversas PME, poderemos estar prestes a assistir à falência de grandes grupos económicos de um dia para o outro e sem que a maioria o antecipe. É um cenário plausível se tivermos em conta o ciclo económico negativo que Portugal e também a Europa atravessam neste momento”. Mas para Luís Brito o problema principal não se resume à Banca. Os principais intervenientes neste cenário de degradação económica são os industriais que nele actuam: “Estamos a afundar-nos continuamente num fosso económico criado pelos industriais. Primeiro quisemos crescer, porque houve um apoio da comunidade europeia. Entretanto, quem investiu, hoje não está numa boa situação, excepto uma pequena percentagem, dado que não consegue recuperar o investimento e consolidar a empresa. No sector da cortiça em particular - o que melhor conheço - o cinismo empresarial está a condenar o sector à ruína. Nos congressos e feiras, todos lutam pelo mesmo e são todos amigos, mas na verdade, quando regressam a Portugal a prioridade é acabar com os concorrentes. E nesta guerra desenfreada, muitas empresas com potencial acabam por ser sufocadas. O que ninguém quer perceber é que há espaço para todos! Não se está a matar a concorrência… Está-se, aos poucos, a matar o sector, dando oportunidade a outros tipos de vedantes, lamenta o empresário. Romper paradigmas Para que este cenário negro não se prolongue por muito mais tempo, Luís Brito deixa o repto: “Em suma, há uma necessidade urgente de mudar mentalidades, seja dos empresários ou dos colaboradores. Só assim conseguiremos inverter esta tendência negativa”. Para quebrar o gelo, o vice-presiden- te da Fabricor deixa ainda, em jeito de brincadeira, uma afirmação no ar: “Mas nem tudo é mau. Hoje, na Fabricor, temos mais dois funcionários alocados a tempo inteiro às cobranças. Algo que num ciclo económico positivo seria desnecessário. Ou seja, em tempos de crise também se criam postos de trabalho”. Página Exclusiva 21 Portugal Inovador O estaleiro das PME A Andaluga é especialista no aluguer de andaimes, gruas e equipamentos. Com um parque de equipamentos digno de registo, a Andaluga tem tudo para fornecer clientes particulares/empresariais da área industrial ou de construção civil. Face à quebra do sector no mercado interno, a empresa procura compradores para alguns dos equipamentos em excesso. Não soubemos vender esse know‑how ao mundo. O país entrou em recessão económica, as obras pararam e as empresas do sector ficaram entregues a um cenário de desespero. Não acredito que exista sector em que a concorrência seja tão desleal como este. Cometem-se disparates para ganhar negócios a qualquer preço”, lamenta. “Na Andaluga, apesar de termos facturado sete milhões de euros em 2011, também sofremos uma quebra. Deixámos de ter negócios compatíveis com a nossa força laboral e sentimos necessidade de redimensionar a empresa no sentido de passar de 75 para cerca de 50 colaboradores”. Encontrar soluções Apesar do cenário parecer negro, à partida, Carlos Vidinha reconhece que existem soluções para os problemas do sector: “Falta apenas direccionar os investimentos para os segmentos correctos. Se PortuA Andaluga, empresa com três décadas de existência, não escapou à quebra do sector da construção em Portugal. A ausência de grandes obras e de investimento no país ditou uma quebra de 6% nas vendas de 2011 e a necessidade de reestruturação interna. Carlos Vidinha, sócio-gerente da Andaluga, explica: “Portugal é reconhecidamente um país com know-how neste sector. Ganhámos muita experiência com grandes obras – como a Expo, uma obra muito apreciada em todo o mundo – mas não soubemos tirar partido nisso. Página Exclusiva 22 gal tem algumas das cidades mais bonitas da Europa, que se enchem de turistas durante todo o ano, porque é que o Estado as deixa ao abandono? Porque não apostar na requalificação urbana? É uma solução viável, não só para o sector da construção civil, mas para a própria sociedade. É imperativo que se estruture uma mudança, que possa ser implementada de forma gradual e ordenada. Para que não se cometam erros que já aconteceram no passado, por exemplo com o sector imobiliário”, alerta o empresário. “Temos capacidade e condições ideais para contornar estas dificuldades, apenas necessitamos do devido apoio. Seja ele do Governo ou da Banca. Porque a verdade, nua e crua, é que as empresas se encontram descapitalizadas. Esta recapitalização nacional está a fazer muito sangue no sector empresarial e a falta de crédito tornou-se um cancro para as PME. As empresas que tiveram Portugal Inovador a coragem de chegar até aqui, suportando inúmeros sacrifícios, deveriam sentir-se apoiadas nos seus investimentos”. E com investimentos, Carlos Vidinha refere-se também à internacionalização. Com apenas 300 mil euros anuais de facturação no mercado externo, a Andaluga sente que poderia fazer mais: “Pedese para as empresas exportarem, mas tudo é muito complicado. No caso da Andaluga, um alugador que pode comercializar alguns dos seus equipamentos em excesso fora do país, torna-se quase impossível. Os custos de transporte e os custos aduaneiros são elevadíssimos, é preciso uma estrutura de organização e de formação, enfim… A internacionalização de uma empresa como a nossa requer muito investimento material e financeiro. Criar linhas de crédito a longo/médio prazo para que as empresas o possam fazer pode muito bem ser o primeiro passo”, sugere o gerente. Gerar riqueza Com filiais no Norte, Centro e Sul do país e com uma diversidade de equipamentos que supera a sua concorrência, a Andaluga preocupa-se neste momento em manter a solidez empresarial: “Neste momento, os projectos da Andaluga são muito limitados. A preocupação principal é manter a empresa, honrar os seus compromissos e segurar o máximo de postos de trabalho para que a empresa consiga cumprir a sua função social. De resto, cabe ao país gerar a riqueza interna necessária para que possa sair mais forte desta crise. Pessoalmente, acredito que é possível. Portugal, a Europa e o Mundo não vão acabar!”, frisa, com confiança, Carlos Vidinha. Página Exclusiva 23 Portugal Inovador Medicina e reabilitação como, análises clínicas, electrocardiogramas, electromiogramas, enfermagem e tratamentos específicos como a drenagem linfática, ginástica pré e pós-parto e pilates, entre outros. Uma policlínica, no verdadeiro sentido da palavra, criada de raiz para servir a região de Sesimbra. Aposta na qualidade Com uma média de 250 utentes por dia em tratamento, a Mediconde conseguiu alcançar o reconhecimento generalizado pela qualidade de serviço. Implantada na Quinta do Conde, em Sesimbra, a Mediconde está a tornar-se na clínica médica de referência desta região. O espaço oferece não só consultas de fisiatria, cardiologia, clínica geral, dermatologia, neurocirurgia, ortopedia e reumatologia, tratamentos de reabilitação/ fisioterapia, mas também exames complementares de diagnóstico Página Exclusiva 24 Rui Miguel, fundador e director clínico da Mediconde, descreve a filosofia do espaço: “Percebemos que, nesta área geográfica, havia necessidade de melhorar a qualidade do serviço prestado na área da saúde. Por isso, apostamos em instalações criadas de raiz, em equipamentos modernos e sofisticados e em pessoal qualificado. Somos muito rigorosos quanto à selecção dos nossos profissionais. Temos critérios obrigatórios, como o profissionalismo, a dedicação e o respeito pelos doentes, porque sabemos que só se desloca à Mediconde quem necessita. A esses temos o dever de oferecer o melhor tratamento possível. Hoje, contamos com 16 colaboradores e um ambiente de trabalho fantástico. Todos se respeitam e isso leva a que exista um relacionamento de amizade entre todos”, salienta. “Para além disso, temos acordos com, praticamente, todas as entidades, incluindo companhias de seguro e tentamos apoiar, sempre que possível, as empresas e instituições desta região. É um papel social que não esquecemos”. Quanto ao futuro, o director clínico é ponderado: “A Mediconde tem apenas dois anos nas novas instalações, o que significa que estamos ainda numa fase de implantação da nossa imagem. Projectamos estes 800m2 para os próximos dez anos. Talvez depois seja possível crescer. A curto/médio prazo temos o objectivo de consolidar as novas especialidades médicas que temos na clínica e evoluir para mais alguns serviços na área da saúde”, avança. Portugal Inovador Apoio social às crianças O Externato Santa Joana, IPSS de referência no concelho de Sesimbra, trabalha diariamente para suprir as dificuldades económicas e financeiras, numa perspectiva de sustentabilidade. Florindo Paliotes, presidente da direcção da instituição desde 2007, faz um apelo ao Estado e às empresas para apoiarem as famílias e as crianças. de 1,1 milhões de euros, a IPSS concluiu em 2010 um projecto de ampliação e remodelação das suas instalações. Apoiado pelo PARES, o investimento permitiu aumentar a capacidade em creche e o número de postos de trabalho, remodelar e restaurar o antigo edifício, renovar a área da cozinha, construir o refeitório e duas novas salas de actividades, e ainda reformular os espaços exteriores. Momento actual e o futuro O Externato Santa Joana subdividese em esforços para salvaguardar a qualidade de ensino e o carácter social que esteve no alicerce da sua origem. Com um investimento Florindo Paliotes fala das contrariedades: “Nesta intenção solidária, gostaríamos que surgissem mecenas para permitir à instituição engrandecer o trabalho que desenvolve em prol da comunidade e, sinceramente, aprovaríamos que a função social das empresas se estendesse às instituições… Salvamse raras excepções, e neste caso concreto a Jerónimo Martins, recentemente, assumiu a dívida de um dos seus colaboradores e continua a pagar a mensalidade escolar dos filhos dos funcionários. É importante esta postura, quando as famílias estão em dificuldades”, considera. “Temos capacidade para 202 crianças e temos um projecto de alargamento do berçário, onde gostaríamos de aumentar a oferta. Enaltecemos o ensino pré-escolar, numa perspectiva de preparação para a vida escolar futura valorizando o protocolo que mantemos com o Ministério da Educação. Gostaríamos, ainda, que o ensino em creche fosse integrado no sistema nacional de ensino”. A Direção da Instituição enaltece e reconhece que “o excelente trabalho realizado é consequência e fruto da competência da notável equipa de profissionais do Externato Santa Joana. Eles são os verdadeiros arquitectos do futuro das nossas crianças e o Estado tem o dever de o assumir nas suas políticas”, alerta. Página Exclusiva 25 Portugal Inovador Bacalhau com tradição Falar de Portugal sem referir o bacalhau, enquanto prato tradicional, é o mesmo que falar de empresas portuguesas de transformação de bacalhau sem falar no Grupo Riberalves. A Riberalves tem o seu pulmão na Moita, através da empresa Comimba, e é a referência por excelência do bacalhau nacional. Habituámo-nos desde cedo a associar bacalhau à Riberalves. De facto, aquando da aquisição da empresa Comimba, no final de 2002, o Grupo Riberalves tornou-se detentor da mais moderna unidade de produção de bacalhau no mercado nacional. Graças ao investimento de 40 milhões de euros, nos últimos dez anos, a Comimba é hoje uma das ‘filhas’ prodígio do Grupo e uma das empresas melhor equipadas a nível mundial deste sector. Desde a escala, à salga, passando pela cura, secagem, corte, demolha, ultracongelação e embalamento, a Comimba acolhe nas suas instalações de 44.000m2 todo o processo de transformação do bacalhau seco até ao produto demolhado e ultracongelado. São cerca de 25 mil toneladas Página Exclusiva 26 de bacalhau a passar anualmente pela empresa. Um volume de negócios importante para a região e que levou a Câmara Municipal da Moita a premiar a empresa, em 2011, com uma Medalha de Mérito Económico e Social: “Foi um reconhecimento pelo impacto do nosso trabalho nesta região. Investimos muito nesta unidade, trouxemos desenvolvimento e criámos muitos postos de trabalho. Quando a Riberalves adquiriu a Comimba, a empresa tinha 50 colaboradores. Hoje tem 268”, frisa o administrador da empresa, Ricardo Alves. Riberalves no mundo Com um estatuto consagrado em Portugal, o Grupo Riberalves está a voltar-se para o mercado externo em busca de novas oportunidades. 40% da facturação do Grupo já se encontra além-fronteiras, mas Ricardo Alves prevê um aumento a curto-prazo: “O nosso objectivo é chegar aos 50%, sendo o Brasil e os mercados africanos alguns dos mercados mais interessantes para a concretização deste objectivo. Tentamos, desde há vários anos, exportar para onde existem portugueses e para onde a tradição do consumo do bacalhau é mais forte. Portugal deveria valorizar e apoiar mais este sector de actividade, até porque, e talvez o público em geral não saiba, mas somos o maior consumidor mundial de bacalhau, com um consumo anual de 6,5kg per capita! Temos tradição, por isso devemos valorizá-la”, finaliza o empresário. Portugal Inovador Veículos comerciais à medida Dedicada à construção, adaptação e montagem de caixas de carga para veículos comerciais ligeiros e pesados de pequena tonelagem, a J. Pinto Carroçarias é um dos parceiros de referência de marcas tão prestigiadas como a Mercedes, Toyota, Mitsubishi ou Iveco. Uma PME Excelência cujo principal enfoque é a fidelização dos clientes. Com duas décadas de actuação no mercado nacional, a J. Pinto Carroçarias é um dos sobreviventes de um sector que continua a baixar as suas vendas. Segundo José Augusto Pinto, fundador e administrador da empresa, as razões que explicam esta solidez no mercado construíram-se ao longo dos anos: “A J. Pinto Carroçarias preparou-se com antecedência para os tempos difíceis que vivemos. Muitas empresas correram riscos ao tornar-se demasiado dependentes da Banca. Hoje todos reconhecem que foi um erro. Temos que ser rigorosos na nossa actuação”. Talvez por isso, na J. Pinto Carroçarias os casos de crédito malparado ao longo de 20 anos de existência são residuais. Sector em análise Mas é na qualidade do serviço que a J. Pinto Carroçarias se destaca: “Em Portugal, é difícil implementar a venda produtos com características e dimensões standard, por isso, além das representações Dhollandia e Liderkit, fazemos sobretudo um trabalho por medida, ajustado às necessidades dos nossos clientes. Para exportação temos efectuado algumas vendas para a Alemanha e para África, em- bora residualmente. Infelizmente, trabalhar com qualidade e honestidade pode não ser suficiente para o mercado... Temos grandes alterações a introduzir sobretudo na Justiça. Verifico que se tornou vulgar uma empresa encerrar hoje e outra nascer de seguida pelas mesmas mãos, deixando dezenas de funcionários no desemprego e muitas dívidas por liquidar. Neste, como em qualquer outro sector de actividade, este tipo de concorrência não conseguimos combater”, lamenta José Augusto Pinto que deixa um alerta: “Além disso, temos um Estado que teima em sobrecarregar a economia com impostos. No último OE, o ISV passou a ter incidência sobre as viaturas de 3.500kg desde que tenham caixa fechada. Isto significa que já não se está a taxar a viatura, mas sim o equipamento através da viatura. É mais um imposto que está a ter repercussões muito negativas na actividade e que, desde Abril, já nos custou a anulação de encomendas no valor de dezenas de milhares de euros, e que certamente não representa mais receita para o Estado”. Página Exclusiva 27 Portugal Inovador Genuinamente nacional A Regina Cork transformou o granulado de cortiça num produto economicamente rentável. O crescimento empresarial registado no último triénio concretiza um reconhecimento positivo pelas políticas de gestão adoptadas, mas também, e talvez mais importante, serve de garantia a um futuro sustentável. Em 1998, quatro anos após a sua fundação, a Regina Cork dá os primeiros passos na trituração de falca e aparas. Não demoraria muito a que empresa percebesse que os granulados de cortiça seriam o produto do futuro: “De facto, fazemos um trabalho muito importante ao nível da limpeza de matas e florestas portuguesas. Infelizmente, este é um produto que não se adapta muito às características climáticas do nosso país… Ainda as- Página Exclusiva 28 sim, o reconhecimento do mercado externo é elevadíssimo. Hoje, não há ninguém no mundo que pense em revestimentos e não equacione a cortiça como solução. E isso é muito positivo”, considera Carlos Garcia, fundador e administrador da Regina Cork. Sustentar o futuro Ainda que a sua empresa não se ocupe do produto final, Carlos Garcia assume a importância da Regina Cork no sector da cortiça: “Actualmente, em qualquer canto do mundo que se compre revestimentos ‘made in Portugal’, sejam para chão ou parede, existe uma elevada probabilidade do granulado ter sido feito na Regina Cork! Isto acontece porque 15% do nosso produto é para exportação directa e o restante se refere a exportação indirecta através dos nossos clientes. EUA, China, Alemanha e países de Leste são os principais interessados”, avança o administrador. “Não demorará muito a que todos reconheçam os benefícios da utilização deste produto. Pena é que o Governo português não reconheça as empresas que exportam uma matéria-prima genuinamente nacional e que dependem apenas da importação de combustíveis/energia. E até isso está a mudar. A Regina Cork tem um projecto fotovoltaico para começar a gerar 50% da energia que consome e que já estará a produzir energia em 2014. Inclui-se num conjunto de investimentos, em que está também prevista a criação de uma nova unidade de trituração. São apostas que incidem, maioritariamente, na consolidação e na redução de custos, de forma a assegurar a sobrevivência da Regina Cork no futuro”, avança. Portugal Inovador “O mercado irá recuperar” As palavras são de António Cabrita, fundador e responsável pela Gorin Portugal. Especialista na consultoria, em particular nas áreas de project finance, organização, estratégia empresarial e reestruturação de empresas, a Gorin Portugal não despreza as dificuldades actuais de mercado, mas antecipa uma evolução optimista. “Consideramo-nos uma microempresa, uma vez que operamos apenas com seis colaboradores fixos, especialistas nas áreas de consultoria e formação empresarial. Ainda assim, o nosso passado revela um espírito empreendedor e criativo que explica parte deste sucesso. A Gorin foi, por exemplo, a primeira empresa em Portugal a criar um consórcio de consultores e a única a conseguir aprovar um projecto de uma bomba de gasolina no QREN”, relembra António Cabrita. Esperança viva Para uma empresa com uma taxa de, praticamente, 100% de aprovações na área do project finance (a taxa de reprovações aos projectos QREN superará os 75%) e clientes que vão desde a Coca-Cola, Projecto Computador Magalhães, Grupo Antarte ou Governo S. Tomé e Príncipe, o currículo fala por si. A Gorin Portugal e o seu rosto principal, António Cabrita, dispensam grandes apresentações. A revista Portugal Inovador foi conhecer as opiniões dos verdadeiros especialistas de economia de mercado: Por isso, mas não só, vale a pena escutar as palavras de quem conhece o mercado: “A Gorin trabalha no que se poderia chamar de contraciclo. Os projectos em que estamos envolvidos permitem-nos analisar o mercado de uma outra perspectiva e antecipar a sua evolução. E é nessa base que acreditamos que dentro de um a dois anos o mercado privado irá recuperar. São esses os nossos indicadores”, avança António Cabrita. O empresário mostra-se receptivo à expansão da Gorin Portugal para trabalhos no mercado externo: “Sempre concorremos pela dife- rença, fazendo um bom trabalho, com uma equipa fantástica que cria um elo de ligação muito forte com os nossos clientes. O resultado são clientes que, praticamente, nos caem nas mãos. O mesmo acontece com o mercado externo que, diariamente, nos requisita para parcerias. Neste momento, estamos com o Brasil e sabemos que o mercado angolano tem um grande potencial para a nossa actividade. A prioridade é, ainda assim, manter-nos seguros e com a qualidade de serviço que temos demonstrado até hoje”, reitera António Cabrita. Página Exclusiva 29 Portugal Inovador Estacas e garfos certificados A empresa Viveiros Vitícolas Pierre Boyer já assegurou a atribuição de 80% da sua produção para o ano corrente. Uma empresa pró-activa e um parceiro indispensável na produção dos melhores vinhos nacionais. Dedicada ao sector vitivínicola desde o início do último século, a família Boyer decide apostar em Portugal no ano de 1994. A produção de castas portuguesas em França, rapidamente evoluiu para a produção e comercialização de estacas, garfos e vinha em Portugal. Actualmente, com duas empresas - Pierre Marie Michel Boyer e Viveiros Vitícolas Pierre Boyer – a família emprega um total de 10 pessoas, chegando a atingir os 30 postos de trabalho nos picos de produção. Com 1,4 milhões de facturação e perspectivas de crescimento de 5 a 10% para 2013, as duas empresas respiram saúde, excepto o problema da dificuldade de receber em Portugal. Página Exclusiva 30 Qualidade prioritária Pierre Boyer acredita que existe um futuro para a produção de plantas em Portugal: “Os portugueses estão a exportar cada vez mais o seu vinho, o que significa que precisam de vinho de grande qualidade. Para isso é necessário renovar e actualizar as vinhas. Esse é o futuro e também uma das razões pelas quais fazemos questão de visitar cada um dos nossos clientes, no primeiro trimestre de cada ano. Queremos perceber, antecipadamente, quais as intenções de plantação para o ano seguinte”. Todos os produtos Pierre Boyer possuem uma etiqueta de certificação, atestada pela Direcção Regional do Vale do Tejo. Um factor importante num sector onde a competitividade aumenta de dia para dia: “Há um conjunto de regras que definem o que é uma boa planta. Há quem não as respeite e dê início a uma guerra de preços… São opções que cada um é livre de tomar, mas esta empresa sempre se pautou por critérios de qualidade”, salienta Pierre Boyer. E é essa garantia atestada que permite que Pierre Boyer trabalhe com nomes tão sonantes como a Quinta da Aveleda, Esporão, Casa Santos Lima, Dão Sul entre muitos outros. As estacas, garfos, enxertos prontos (de raiz nua e em vaso) e prestação de serviços de Viveiros Vitícolas Pierre Boyer estão a tornar-se, cada vez mais, numa referência no sector vitivinícola nacional. Portugal Inovador Alfaiates da pedra Com soluções para tudo o que se refere à pedra natural, a Sigramar é uma das especialistas nacionais na execução de produtos tecnicamente avançados. Com capacidade para elaborar produtos à medida dos desejos dos clientes mais exigentes, a empresa equaciona agora soluções de negócio no mercado externo. Afirmar ser capaz de realizar todo e qualquer produto em pedra e não possuir um stock de apresentação pode parecer, à partida, uma estratégia comercial arriscada. No entanto, foi com este modelo de negócio que a Sigramar conseguiu assegurar a sua evolução no mercado: “Esta empresa iniciou actividade em 1993, numa sociedade com a Aurimármore. A determinada altura, devido à expansão da construção civil, as empresas caminharam para a especialização em produtos de fácil produção. A Sigramar, talvez pelas características da região onde se insere e das necessidades dos seus clientes, fugiu sempre a esta vertente. Manteve a sua polivalência e equipou‑se com tecnologia adequada para responder a um mercado mais exigente, o que acabou por ser uma mais-valia face à situação actual da economia, em particular do sector da construção civil”, e que pode potenciar a entrada em nichos nos mercados internacionais, reflecte Leonel Lourenço, fundador e administrador da empresa. Como exportar? Actualmente a empresa está capacitada para realizar trabalhos especializados, em diversas áreas, mas com especial foco em pavimentos e revestimentos de alto design, e valor acrescentado, utilizando a técnica bookmatched, que torna alguns mármores nacionais em pavimentos ou revestimentos únicos de rara beleza, e também na área do mobiliário e decoração, que são campos que a empresa entende ter potencial a desenvolver, para criar uma gama elevada de produtos, pautados pela qualidade de execução e que poderão ser facilmente exportados: “O mercado externo será uma das soluções para o crescimento das empresas e a Sigramar não é excepção. Por enquanto temos feito negócios pontuais no mercado africano, e temos uma parceria com uma empresa francesa, com quem, recentemente, fizemos uma exposição na Feira de Paris. Estamos também a estudar a melhor forma de abordar os mercados de Leste, para o qual estamos desenvolvendo uma parceria com uma empresa da área da extração de mármores da região de Borba. Sabemos que quando empresas desta dimensão se propõem a ir para fora, enfrentam inúmeros problemas. Seria importante perceber o que é que as entidades públicas podem, ou devem fazer, no sentido de potenciar as vontades que estas pequenas empresas têm de dar o seu humilde contributo para ajudar o país a ultrapassar o mau momento que todos temos nas mãos ”, alerta Leonel Lourenço. Página Exclusiva 31 Portugal Inovador Distribuir com competência A CARF é uma empresa de distribuição de peças para automóveis. Sediada em Camarate, dispõe de uma frota de 32 viaturas, distribuindo peças para todo o tipo de automóveis entre as regiões de Setúbal e Leiria, com especial incidência na Grande Lisboa. O percurso foi iniciado em 2003. Na altura, a empresa de Paulo Carvalho e Zélia Coito começou com três funcionários. Hoje, trabalham ali 46 pessoas. Começaram com um “armazém que era metade do actual gabinete, enquanto que hoje o espaço é de 2.400 metros quadrados e já é pequeno.” “Felizmente, temos crescido todos os anos,” conta Paulo Carvalho. “Todos os anos entram clientes novos. Começam a olhar para os custos que eles próprios têm com a distribuição e vêem que há aqui uma alternativa que consegue darlhes uma amplitude maior.” Esta dinâmica já chegou a um nível em que, agora, “à volta de Lisboa, di- Página Exclusiva 32 ficilmente se fala em transporte de peças de automóveis sem que se associe à CARF.” Este reconhecimento não foi conseguido de forma fácil. O trabalho envolve “muito stress”, considera Zélia Coito. “Cada funcionário às vezes chega a ir quatro vezes por dia bater à mesma porta entregar o mesmo material. Já tivemos aqui situações de homens que bloqueavam a meio do caminho e começavam a chorar. Eles têm uma média de 30 entregas por período,” acrescenta. Daí que a empresa “tenha muito a agradecer ao grupo de trabalho.” Hoje, passam pela CARF cerca de 50 mil despachos por mês, o que traduz bem todo este crescimento. O êxito leva a que se pense numa eventual expansão mas, para já, o objectivo passa por “cimentar a posição da empresa na Grande Lisboa.” Como refere a dupla de gerentes, “há muita gente a pretender que a empresa cresça para outros locais e nós temos vontade de crescer, mas também temos de levar as coisas com algum cuidado. Para trabalharmos noutra zona qualquer, terá que ser como fazemos aqui.” Acima de tudo, a CARF é uma empresa que continua “apostada em prestar um bom serviço, em respeitar o cliente e em conhecer as necessidades desse cliente.” Portugal Inovador Guimarães Página Exclusiva 33 Portugal Inovador Promover o tecido económico Em entrevista à Portugal Inovador, Carlos Teixeira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, considera a região vimaranense “um bom exemplo de capacidade e vitalidade empresarial”. Qual o contributo da ACIG para o desenvolvimento e dinamização da actividade económica vimaranense e quais os benefícios que advêm desta parceria? Criada em 1865, por alvará régio, a ACIG tem assumido ao longo dos seus quase 150 anos de existência, um papel determinante na promoção e dignificação do tecido económico local e regional. Também a Formação Profissional tem sido, desde 1986, privilegiada pela ACIG, através da criação do CFIG – Centro de Formação e Informática de Guimarães e em 1991, da Escola Profissional CISAVE que, conjuntamente, já formaram mais de 12.000 profisPágina Exclusiva 34 sionais em áreas diversificadas. Actualmente, deparamo-nos com um novo marco na vida desta vetusta Associação: o Projecto de Recuperação e Ampliação do Edifício Sede que possibilita um incremento qualitativo e quantitativo do apoio ao tecido empresarial vimaranense. Tratou-se assim de proporcionar à instituição, a possibilidade de aumentar o seu quadro técnico e consequentemente o número de serviços que presta, proporcionando simultaneamente um aumento das receitas e do número de associados. As obras implicaram um investimento superior a 1.800.000,00 €, comparticipados em cerca de 50% pelo PRIME e pela Câmara Municipal de Guimarães, tendo sido precedidas de prolongadas escavações arqueológicas que deram a conhecer vestígios considerados muito importantes para a história da cidade e deram lugar à criação de um Núcleo Arqueológico aberto ao público. De que modo a nomeação de Guimarães como Capital Europeia da Cultura 2012 pode beneficiar o tecido comercial e industrial da cidade? Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 (CEC) representa uma ocasião singular para a economia vimaranense e respectivo desenvolvimento endógeno, uma possibilidade única de promoção Portugal Inovador e divulgação de Guimarães. Este enorme potencial deve ser gerido como uma semente para os anos vindouros, o seu sucesso ditará muito do futuro da economia local e regional e cabe-nos a todos nós congregar sinergias para que o amanhã se torne mais apetecível. Muitos dos projectos concretizados já são parte do nosso futuro: projecto Campurbis; renovação urbana; instalação de indústrias criativas; investimentos na hotelaria, restauração e afins; modernização e especialização do comércio local; formação de recursos humanos; criação de novos públicos, etc. A CEC 2012 é sem dúvida motivo de orgulho e motivação para fazermos mais e melhor. O balanço dos primeiros meses é extremamente positivo tanto no que concerne ao número de espectáculos, ao público presente e ao respectivo impacto na comunicação social. Torna-se premente transformar estas vitórias em ganhos reais para as empresas locais. No âmbito da Associação, que iniciativas ambicionam desenvolver num futuro próximo junto dos empresários e empresas de Guimarães? A nossa região sempre foi um bom exemplo de capacidade e vitalidade empresarial. Os nossos produtos sempre foram reconhecidos a nível nacional e internacional. Devemos utilizar todos os meios ao nosso alcance para que esta situação continue a ser uma realidade. Guimarães possui potencialidades acima da “A nossa região sempre foi um bom exemplo de capacidade e vitalidade empresarial. Os nossos produtos sempre foram reconhecidos a nível nacional e internacional.” média: uma delas é sem dúvida o Avepark, Parque de Ciência e Tecnologia, que assumiu, recentemente, uma nova linha estratégica de crescimento ambiciosa, mas essencial, visando um Parque capaz de concorrer com os seus congéneres, contribuindo, de forma efetiva, para o desenvolvimento endógeno de Guimarães, nomeadamente em áreas empresariais de alta tecnicidade, com recurso a meios humanos muito qualificados. Devemos apostar em novas áreas de actividade e em projectos estratégicos, capazes de criar emprego e responder às lacunas existentes. O nosso know how e empreendedorismo são importantes qualidades, capazes de concorrer para o sucesso das nossas empresas. Página Exclusiva 35 Portugal Inovador Criatividade e Arrojo Fundada em 1987, a BORDADOS M.A. & FILHOS, LDA celebra, precisamente, este mês, 25 anos de existência. A fundadora, Maria Amélia Silva, recorda o percurso da empresa e como o investimento na inovação ajudou a ultrapassar os tempos mais conturbados. Foi pelo desejo de “inovar e evoluir”, que, em 1987, Maria Amélia Silva decidiu criar o seu próprio negócio na área dos bordados. A empresa, inicialmente em nome individual, começou o seu investimento com uma máquina de bordar de cabeças e, ao fim de um ano, já contava com três máquinas a trabalhar 24 sobre 24 horas – ajudando assim a satisfazer as solicitações dos clientes. Em 1998, os filhos Ana Teixeira e Pedro Teixeira juntam-se, em sociedade, a Maria Amélia Silva, tendo a empresa adquirido a designação de Bordados M. A. & Filhos, Lda. A empresa foi crescendo a bom ritmo, até que, na viragem do século, surgiram algumas dificuldades. “Em 2004 sofremos com algumas Página Exclusiva 36 falências de clientes nossos, e isso podia ter ditado o fim da empresa. Foi um período muito difícil mas nunca desistimos. Tive que tomar uma decisão - ou fechávamos, ou investíamos em tecnologia mais avançada”, conta a responsável. Com o apoio dos 22 trabalhadores e dos fornecedores, “que sempre acreditaram na empresa”, foi feito um investimento em máquinas com novas tecnologias, que permitiram a introdução de corte a laser, bordado de lantejoulas, missanga, vidrinho, fitas e cordão, contribuindo para que 2005 fosse o melhor ano da empresa, “o que nos deu um novo ânimo e motivação. Esse passo assertivo fez-nos perceber que a diversidade de serviços por si só não bastava, era preciso apostar também na criatividade, para nos diferenciar da concorrência. Para isso, fizemos mais um investimento, criando um departamento de design. Esta ferramenta permitiu-nos apresentar aos nossos clientes as nossas próprias criações de bordados. Tive consciência que não nos podíamos acomodar a que fosse o cliente a solicitar o serviço, e graças a isso, temos tido muito sucesso”, confirma. Anos mais tarde o cenário voltou a repetir-se. Para Maria Amélia Silva, “é em tempos de crise que temos de ser arrojados”, e foi esta forma de pensar que levou, em 2011, a um novo investimento em inovação. Hoje, graças à vasta oferta de serviços, à criatividade e capacidade de resposta, já são os clientes que procuram a Bordados M.A. “Fazemos trabalhos diferentes, sempre em parceria com o cliente, e nunca baixamos os braços; se nos pedem algo complicado, procuramos sempre a melhor forma de o fazer, ou apresentar alternativas”, conclui Maria Amélia Silva. Portugal Inovador Combustíveis de Referência A Creixoauto começou com um posto de abastecimento e, passados mais de 20 anos, é já a maior empresa de Guimarães no ramo dos combustíveis. O percurso de José Manuel Antunes no mundo dos combustíveis começou quando, em 1984, começou a trabalhar na Petrotec. Na altura, o responsável teve a seu cargo a supervisão da instalação do primeiro posto de abastecimento em regime self-service da Petrogal, no nosso país, mais concretamente, em Braga. Depois de cerca de quatro anos na Petrotec, José Manuel Antunes lançava as bases da criação da Creixoauto. “Depois da Petrotec, em parceria com um amigo, criámos uma empresa de prestação de assistência e de montagem de postos de abastecimento. Em 1989, em conjunto com o meu irmão, surgiu a possibilidade da aquisição do terreno e a construção a Estação de Serviço ESSO de Creixomil. Aqui foi o berço da Creixoauto e a partir daí começamos a crescer”, recorda o responsável. Para a criação do primeiro posto de abastecimento, a Creixoauto assinou um contrato de exclusividade com a ESSO PORTUGUESA, que se revelou uma mais-valia para empresa não só em termos financeiros, mas também “porque os princípios e rigor que a ESSO tinha na sua organização passaram para nós”. No ano seguinte, iniciou-se a comercialização de combustíveis para a Indústria (nafta), e seguiu-se a construção e compra de mais três novos postos - em Pevidém, Avanca-Estarreja e S. Mamede do Coronado (Trofa), bem como várias parcerias, espalhadas pelo país. Ainda nos anos 90, a Creixoauto alargou o seu raio de acção para a comercialização de combustíveis e passou também a fornecer vários municípios e entidades públicas. Em 2008, após a rescisão amigável do contrato com a ESSO, a Creixoauto desenvolveu uma marca e imagem próprias, e deu início ao processo de certificação da Qualidade, que permitiu “a passagem de um modelo familiar para um modelo de negócio mais empresarial”. Hoje, é “a maior empresa de Guimarães no ramo dos combustíveis”, sucesso que José Manuel Antunes justifica com três factores: rentabilidade, eficiência e dimensão. “Temos tido volumes de facturação crescentes - em 2011, ultrapassámos os 31 milhões de euros. A credibilidade que a Creixoauto construiu junto das companhias petrolíferas está directamente relacionada com o cumprimento escrupuloso das suas responsabilidades perante os seus fornecedores, e temos sempre presente o objectivo de servir cada vez melhor e promover a satisfação dos nossos clientes. Para além disso, já temos uma dimensão que nos permite singrar neste mercado, nomeadamente na relação com as petrolíferas. Estamos a caminhar para os 25 anos e o objectivo é manter este ritmo de crescimento sustentado”, conclui o responsável. Página Exclusiva 37 Portugal Inovador Grupo Saroni: uma referência no vestuário Foi num ambiente acolhedor que Aaron Chaves nos recebeu na sua empresa. Produtor de moda de algumas das mais conceituadas marcas mundiais, o Grupo Saroni destaca-se pelo bom gosto e atenção em cada pormenor, até mesmo na decoração do espaço. “Somos como uma família”, diz Aaron, e o resultado está à vista: patrões satisfeitos e colaboradores felizes. Guimarães, o berço de Portugal, é por muitos considerado um dos mais bonitos concelhos do país. Tem história, beleza natural, gastronomia, cultura e, ao mesmo tempo, animação. Talvez tenham sido estes os ingredientes que conquistaram a família Chaves. Provenientes de Verín, em Ourense, elegeram Guimarães para construir uma filial da sua empresa, cuja sede se localiza na sua cidade natal. Aaron Chaves, que ficou responsável pela empresa em Guimarães não teve dúvidas na altura de justificar a selecção da cidade. “A escolha de Guimarães foi um amor mútuo. O meu pai vinha cá com muita frequência comprar mercadoria, já conhecia bem esta terra e, como se não bastasse, estamos a apenas cerca de 135Km da nossa cidade e da empresa-mãe. Foi um amor a um concelho que é muito bonito Página Exclusiva 38 e onde conseguimos estar muito perto das pessoas”, confessa o empresário. Na altura de escolher o nome, a ideia também não podia ser mais simples. Grupo Saroni provém das letras do nome de cada um dos três irmãos: ‘Sar’ de Sara (responsável por uma filial em Arteixo, na Corunha), ‘Aro’ de Aaron e ‘I’ de Igor (que representa a empresa-mãe em Verín). Assim sendo, esta é a mais pura das empresas familiares em que no topo estão, claro está, os irmãos,- cada um encarregue de uma empresa - e os pais, que se dividem por todas, supervisionando-as. Falando da actividade propriamente dita, o Grupo Saroni dedica-se ao design e produção de vestuário de estilo casual para um universo maioritariamente feminino. Com uma produção de cerca de 60 mil peças diárias, a empresa, para além da marca própria que detém, trabalha com algumas das melhores e mais conceituadas marcas de vestuário mundiais. “Começámos em 2001 e fomos crescendo pouco a pouco. As amizades que sempre tivemos dentro dos grupos com que trabalhamos fizeram com que houvesse uma confiança mútua desde o início”, afiança Aaron Chaves. A qualidade das peças, o design contemporâneo e uma grande preocupação com os pormenores são atributos que conferem ao Grupo Saroni um prestígio e uma relevância mundiais que não são alcançáveis por qualquer empresa. Com designers em Ourense e Corunha, e produção em Guimarães (cerca de 90%), mas também na Bulgária e Marrocos, as peças do Grupo Saroni chegam a todo o Mundo. Não fosse a discrição um dos segredos da Or- Portugal Inovador ganização e iria ficar surpreendido com as marcas mundiais aqui representadas. Um Grupo, uma Família Ao todo, são 300 as pessoas que se espalham pelas três empresas do Grupo, e só em Guimarães estão 150 colaboradores com quem o clã Chaves tem uma relação muito próxima. “Para nós, os nossos funcionários são uma segunda família. Os meus pais tratam-nos como se fossem seus filhos, o que eu considero muito importante porque dá gosto trabalhar assim. Somos 150, mas é como se fôssemos cinco”, garante Aaron Chaves. O empresário ainda acrescenta: “Não considero que estar sempre em cima deles e a gritar com os nossos funcionários seja a solução. Pelo contrário, deixámolos trabalhar, eles sabem quais as suas funções. Mas obviamente que supervisionamos tudo e nada nos escapa”. Numa área onde trabalham essencialmente mulheres – cerca de 85% - é nas suas mãos, mais do que na tecnologia de que dispõem, que está o segredo da qualidade do pormenor em cada peça. “Mais importante que as máquinas que temos é o pessoal com quem trabalhamos. Para mim, a minha mãe e a minha irmã são as pessoas que mais percebem de moda. Nós desenhamos absolutamente todas as peças, que depois trabalhamos com a ajuda dos designers das empresas nossas clientes. Nós temos o melhor pessoal e, dessa forma, tudo se faz”, garante o empresário. Aliás, prova disso é o galardão recentemente atribuído ao Grupo Saroni, pela Câmara Municipal de Guimarães. O Prémio de Mérito 2012, Guimarães Território de Aprendiz@ gem, procura enaltecer a empresa pelo trabalho desenvolvido na facilitação e promoção no acesso dos seus colaboradores a processos de qualificação em parceria com as entidades que integram o Sistema Nacional de Qualificações. Do futuro, Aaron Chaves não gosta muito de falar. Um passo de cada vez é a atitude correcta e os frutos que o Grupo Saroni irá colher com essa atitude serão um corolário do trabalho, esforço, dedicação e entrega de todos, desde os patrões a todos os funcionários. “Nós apostamos em ter todo o nosso pessoal contente e os clientes satisfeitos. E, consoante isso, vamos crescendo aos poucos. Queremos continuar a evoluir aqui em Portugal, mas não gostamos de prever as coisas. Tudo o que acontecer é bem-vindo”, colmata o empresário. Página Exclusiva 39 Portugal Inovador Na casa das máquinas A revista Portugal Inovador foi conhecer o percurso profissional de Armando Mendes, uma vida dedicada ao sector têxtil. Foi na Cototece, entre os mecanismos das máquinas de tricotagem que encontrámos este empresário de Guimarães. Foi aos 14 anos que Armando Mendes iniciou a sua actividade profissional no sector de mecânica de automóveis. Dois anos mais tarde, em 1957, Artur Fernandes de Freitas, empresário têxtil, apercebendo-se das habilidades do jovem, convida-o a integrar a sua equipa de trabalho na unidade fabril onde hoje, curiosamente, está instalada a Cototece. Rapidamente o jovem se adapta ao ofício a que foi proposto, dominando de tal modo os meandros do sector que, em apenas quatro anos, aposta no estabelecimento da actividade em conta próPágina Exclusiva 40 pria. “Na altura investi na compra de dois teares, oito máquinas de confecção e, com o apoio de seis funcionários, iniciei o meu trabalho na Póvoa de Lanhoso com a Fábrica de Malhas Polan”, recorda em conversa com a revista Portugal Inovador. Mais tarde, devido a algumas divergências que surgiram Armando Mendes decide vender essa empresa deslocando a produção para Briteiros, Guimarães, onde abre outra unidade fabril que deu trabalho a cerca de 730 pessoas. A qualidade do trabalho realizado, os contactos e o sucesso alcança- dos, ano após ano, permitiram ao empresário conquistar, mais uma vez, o mercado através da compra e ampliação da Fiação de Vermoim. Nesta senda de sucesso, o gestor não vira costas à possibilidade de compra da empresa Têxteis Carides que vivia uma fase conturbada na sua gestão. Assim sendo, resgata os cerca de 1700 funcionários que corriam o risco de entrar em situação de desemprego e inicia uma década crucial para a sua carreira profissional… Fazendo frente à crise do sector têxtil que ameaçava o negócio e as centenas de postos de trabalho que sustentava, Armando Mendes muda o rumo dos seus negócios. Deste modo, abandonando a actividade de produção própria e apoiando-se nos contactos que criou com grandes Grupos têxteis, direcciona a sua actividade para a prestação de serviços de fiacção e tecelagem. Foi assim que, durante uma década, dirigiu a pulso as firmas “sem nunca receber apoios governamentais”. É com lamento que recorda esses tempos em que, “o Estado incentivava e financiava o investimento externo, não o tendo nunca apoiado, sequer, na compra de matérias-primas”. Novo rumo Com todas as dificuldades que foi enfrentando ao longo dos anos e, sentindo o seu esforço menosprezado, Armando Mendes muda estratégicamente a sua posição no mercado e com o apoio dos seus contactos dedica-se, exclusivamente, à prestação de serviços de Portugal Inovador tecelagem de tecidos e tricotagem de malhas. “É evidente que com esta mudança o país perdeu!”, lamenta. “Hoje, com todos os meus contactos e conhecimentos técnicos podia ter todas essas empresas a trabalhar durante todo o ano, mas as circunstâncias assim não quiseram”. Todos estes entraves impeliram Armando Mendes a vender a suas empresas e a afastar-se do sector têxtil, que tanto prezava, durante sete anos. Até ao momento em que, no ano de 1999, na Assembleia de Guimarães, toma conhecimento da venda da unidade fabril onde iniciou o seu percurso e, decide adquirir as instalações, onde se mantém até aos dias de hoje. É desta forma que surge a Cototece, uma empresa com 15 anos de existência que, trabalhando na base da confiança com grandes Grupos económicos do sector em Espanha, tem permitido a Arman- do Mendes manter-se de forma proactiva no sector. A actividade da Cototece consiste na recepção da matéria-prima e produção do mais variado género de malhas. Uma empresa que emprega 25 colaboradores e que, segundo o seu fundador, mantém uma boa saúde financeira. Posição marcada Após tantos anos de dedicação ao trabalho específico de fiacção, tecelagem e tricotagem Armando Mendes é peremptório ao afirmar que, “face ao desinteresse demonstrado pelo Estado já não tem qualquer interesse em agregar outros sectores de produção na Cototece”. Desiludido com todas as recusas de apoio que foi acumulando ao longo dos anos, recorda-nos a mais recente e que acabou por ser fundamental para a posição actual. “Há cerca de dois anos, em parceria com os meus clientes espanhóis, propus ao Estado, ao QREN e ao Governo Civil um projecto que tinha o objectivo de desenvolver uma estrutura com as actividades de fiação, tinturaria, estamparia e confecção e que iria criar 2500 postos de trabalho directos e indirectos”. Esta ideia não foi bem aceite e, apesar de reunir as condições necessárias para, sem apoios financeiros, erguer o projecto, o gestor decidiu desistir permitindo que este fosse implantado na Turquia. Com mais de 50 anos dedicado ao seu ofício, Armando Mendes termina a nossa conversa dizendo com orgulho que a Cototece não necessita de apoios nem do Estado nem da Banca. “Agradecia apenas que os impostos pagos por esta empresa, e outra que possui ligada ao ramo imobiliário, fossem bem aplicados em prol do país”, conclui. Página Exclusiva 41 Portugal Inovador Inovação em Três Frentes Foi em 2008 que a GoldLabel, a Étiket e a Rodrigues e Paulo, todas empresas com um vasto know-how e experiência no fabrico de etiquetas para o sector têxtil, se aliaram numa parceria que lhes tem garantido sucesso no mercado. Prova disso é a nova unidade que o grupo criou em Marrocos, no ano passado. po está certificado em OKO TEX, FSC - Forest Stewardship Council e em qualidade. Inovar dentro de portas Se tem por hábito fazer as suas compras em lojas do grupo Inditex ou El Corte Inglés, então é provável que já tenha visto alguns dos trabalhos destas três empresas. A Rodrigues e Paulo, Goldlabel e Étiket, sediadas em São Martinho do Candoso, Guimarães, produzem as etiquetas tecidas ou em cartão que se vêm nas peças destas marcas. Nasceram como empresas independentes e em alturas diferentes mas, por volta de 2008, à Rodrigues e Paulo juntaram-se a GoldLabel e a espanhola Grupo Étiket. Todas elas se dedicam ao fabrico de etiquetas, mas a associação à GoldLabel permitiu diversificar os produtos. Já no caso da Étiket, por ser uma empresa com uma vertente mais comercial, a sua inclusão no grupo ajudou a ter mais projecção, mais quota de mercado e a crescer, de forma estruturada. O grupo está presente em diversos mercados da Europa, sendo a já referida Inditex um dos seus Página Exclusiva 42 principais clientes. No entanto, também trabalha para o mercado nacional, sobretudo com empresas exportadoras de têxteis-lar. De uma forma geral, este ramo de negócio obriga a ter uma máxima atenção ao detalhe, uma vez que sem todas as normas correctas e informações necessárias, todo o processo legal poderia ficar comprometido. Por isso mesmo o gru- Normas à parte, nestas empresas também há espaço para a inovação. Produzem-se etiquetas tecidas, estampadas e em cartão ou serigrafias, sempre procurando materiais alternativos. Tenta-se sempre trazer inovação para dentro de portas, acompanhando as tendências de mercado. A tecnologia é outro aspecto indissociável da inovação e, por isso, o grupo investe periodicamente em maquinaria. Uma das preocupações é estar na vanguarda, em termos tecnológicos, visto que isso permite dar uma resposta mais rápida, fornecendo um produto com qualidade a preços competitivos. No entanto, para os responsáveis, há um activo verdadeiramente importante no grupo – o capital humano. De facto, as melhorias tecnológi- Portugal Inovador cas de pouco valem sem o contributo dos colaboradores do grupo. Nas empresas, procura-se que o ambiente seja produtivo sendo que esta equipa é já, no fundo, uma grande família. Nova Unidade em Marrocos Com o objectivo de estar cada vez mais presentes para o cliente e diversificar o raio de acção, sem perder os actuais mercados de vista, o grupo expandiu-se recentemente para Marrocos, com a criação de uma nova empresa já com uma equipa e uma unidade de produção bastante completa. Página Exclusiva 43 Portugal Inovador Colorindo o Têxtil Com uma vasta experiência no sector dos bordados têxteis Pedro Teixeira decide, em 2001, apostar na criação de um projecto próprio. Através da aquisição de uma pequena empresa, este dá início à Borpedros, apoiado por duas máquinas de bordar e três funcionários. Conquistando a sua posição no mercado, quando a crise económica de 2008 surgiu a Borpedros teve que se ajustar às circunstâncias e procurar soluções que amenizassem o impacto da quebra da procura no sector. Para isso a aposta na diversificação foi a solução encontrada, como nos conta o fundador Pedro Teixeira: “A partir de 2008 verificou-se uma recessão na procura deste género de trabalhos de valor acrescentado, no entanto não ficámos resignados, optámos por diversificar de Página Exclusiva 44 forma a abranger o maior número de encomendas, estando sempre atentos às tendências divulgadas nas feiras do sector”. Tendo alcançado na última década um crescimento anual constante, hoje a Borpedros conta com uma equipa de 53 pessoas e com um parque industrial composto por dez máquinas de bordar que, para além do trabalho tradicional, produzem bordado com fita, lantejoulas, cornely, transferes, tranferes strass e sublimação. “Dificilmente existiríamos se não tivéssemos o discernimento de nos adaptarmos às necessidades do mercado. Os nossos parceiros encontram aqui uma gama de serviços abrangente que lhes permite realizar todos os trabalhos de valor acrescentado no mesmo local”, continua. Investimento dentro de portas Trabalhando em parceria com clientes do sector têxtil que colaboram com exigentes Grupos internacionais, cerca de 90% da produção da Borpedros dirige-se para o mercado externo. O trabalho e a aposta na inovação tem sido assim premiado, no entanto o empresário não deixa de lamentar os acontecimentos “extra-negócio” que os afectam: “Esta é uma casa que precisa do apoio do Governo, tal como outras centenas de empresas a nível nacional, no entanto nunca recebemos uma benece do Estado. Ouvimos dizer que há incentivos para as entidades empregadores que apostem na contratação de pessoal, no entanto, em 2011, dei trabalho a 15 pessoas e não recebi um único incentivo”. Tendo vindo a realizar trabalhos para conceituadas marcas internacionais, há cerca de um ano a Borpedros conquistou a licença para produzir o merchandising dos três principais clubes de futebol (FCP, SCP, SLB), respectivos bordados e emblemas. Futuro Com olhos no futuro, Pedro Teixeia preocupa-se em garantir o posto de trabalho dos seus funcionários, apesar das oscilações contantes no volume de encomendas. “O meu objectivo passa por manter os postos de trabalho dos meus funcionários, não quero seguir o caminho mais fácil, o despedimento. Nunca conseguiria erguer esta empresa sozinho, por isso nutro grande apreço por todos os meus colaboradores”, conclui. Portugal Inovador Agentes do Calçado A ATSO é uma empresa de agenciamento no sector do calçado, criada em 2003 por iniciativa de António Trindade. O projecto foi de tal modo bem sucedido que a entrada de Paula Trindade, como gestora administrativa, tornou-se inevitável. Mercados Trabalhando no sector do calçado desde 1988, António Trindade e Paula Trindade foram adquirindo conhecimentos e uma carteira de contactos que lhes facilitou a entrada neste mercado. “Assim que começámos a perceber a dinâmica do negócio, embarcámos nesta aventura por conta própria”, inicia o empresário, em conversa com a revista Portugal Inovador. Se a pretensão inicial da ATSO fixava-se na compra e venda de calçado, rapidamente a empresa enveredou pelo agenciamento e representação de marcas. Esta vertente num ápice ultrapassou a actividade de compra e venda, atingindo proporções que superaram em muito as expectativas da administração. A ATSO actua em dois mercados específicos: o Leste europeu, principalmente a Rússia, e Espanha. Se o cliente russo compra o produto já preparado – ou seja, colecções que a ATSO desenvolve em parceria com as fábricas portuguesas, especificamente para esse mercado; o cliente espanhol envia o produto já idealizado e à Agência compete apenas seleccionar as empresas que melhor se enquadram no desenvolvimento do produto exigido. Em ambas as vertentes, o acompanhamento da produção e dos controlos de qualidade, até gestão de pagamentos e envio da mercadoria passa pela sua supervisão. “Fazemos com que o cliente sinta que, mesmo estando longe, tem alguém que zela pelos seus interesses e pelo seu negócio”, complementa António Trindade. Este é um trabalho que exige ainda visitas frequentes aos mercados em causa e o acompanhamento dos clientes às principais feiras internacionais. Colaborando com parceiros que apresentam uma saúde financeira estável e que garantem qualidade de trabalho, a empresa tem pautado o seu caminho pela sustentabilidade e pelo rigor. Exigindo requi- sitos que não estão condicionados pela busca de um preço mais competitivo, a ATSO tem uma carteira de contactos, localizados na zona de Felgueiras e São João da Madeira, que lhe permite direccionar o produto idealizado pelo cliente para a unidade fabril mais capacitada para o produzir. Mais-Valia Com base na sua experiência António Trindade assume que a indústria nacional de calçado ainda tem muito para dar, é uma indústria versátil, tem qualidade/preço e uma excelente capacidade de resposta em prazos de entregas cada vez mais reduzidos. Por isso é que algumas das grandes marcas que tentaram outros mercados, regressaram. Realce-se a importância do trabalho realizado por esta pequena empresa sediada em Guimarães que, com apenas dois funcionários, dinamiza substancialmente a economia de Felgueiras e São João da Madeira. Actuando na sombra dos grandes negócios, fora dos grandes palcos, a ATSO incentiva muito a economia de uma região e de um sector tão específicos tendo, em 2011, agenciado uma produção media diária na ordem dos mil e quinhentos pares de sapatos. Página Exclusiva 45 Portugal Inovador Valorizar o têxtil A Startex foi criada em 2001 pelo João Paulo Apolinário, sócio gerente da empresa, com o objetivo de satisfazer as necessidades de mercado nas várias vertentes da área têxtil. Paulo Apolinário recorda como se desenvolveu o peculiar modelo de negócio desta empresa sediada em S. Martinho do Candoso, Guimarães. Antes da Startex, Lda, João Paulo Apolinário tinha uma empresa de desenho no sector têxtil à qual, fruto das dificuldades do mercado, decidiu acrescentar valor, assumindo a representação e comercialização de produtos de outras empresas, principalmente daquelas que eram clientes da empresa de desenho. Entretanto, a estratégia da empresa evoluiu também para a produção, através da subcontratação. Hoje, o seu modelo de negócio assenta numa espécie de ‘híbrido’ de actividades. “Na nossa gama, há produtos que são desenvolvidos por nós, do início ao fim. Também temos produtos que compramos em fase intermédia, e cujo processo concluímos. Apesar de trabalharmos de forma flexível, já é raro sair daqui produto em que não haja o nosso total contributo”, explica o responsável. Entre os produtos da Startex contam-se as toalhas de mesa, roupa de cama, colchas e peças de decoração (soft furnishing) para Hotelaria, Hospitais, Restauração e Têxteis-Lar e Puericultura, para além de uma recente aposta da empresa – os cachecóis publicitários. A escolha das matérias-primas e um cuidado processo de fabrico e acabamento são o garante de um produto de qualidade e adequado às necessi- Página Exclusiva 46 dades dos clientes, por isso a empresa assenta também a sua base num conjunto de fornecedores sólidos e fiáveis que têm tido também um papel muito importante no avanço do projecto Startex, Lda. Os produtos que passam pelas mãos dos colaboradores da Startex distinguem-se “pela apresentação, qualidade, técnica aplicada e sobretudo, pela criatividade, sendo todo o design e desenvolvimento de produtos feito internamente, o que garante exclusividade e diferenciação aos clientes da empresa”. Tudo isto, aliado à experiência do seu fundador, que conhece o ramo têxtil “desde menino”. Apesar de ter começado a trabalhar exclusivamente com o mercado nacio- Entre os produtos da Startex contam-se as toalhas de mesa, roupa de cama, colchas e peças de decoração (soft furnishing) para Hotelaria, Hospitais, Restauração e Têxteis-Lar e Puericultura, para além de uma recente aposta da empresa – os cachecóis publicitários nal, a Startex avançou mais recentemente para o mercado externo. “Não é fácil, chegar lá fora a bons clientes e transmitir uma imagem da nossa capacidade, mas temos conseguido”, ressalva o responsável. Países como a Inglaterra, França, Espanha e Suíça são alguns dos destinos de exportação da Startex que, lentamente, está a conseguir entrar noutros mercados, fora da Europa, como os Estados Unidos e a Oceânia. De momento, a balança ainda pesa mais no lado do mercado interno (cerca de 60%), mas a grande tendência é, sem dúvida, inverter. A Startex está atenta às evoluções do mercado, de forma a reforçar a sua presença no sector hoteleiro e institucional. Para além disso, está em curso um reforço das nossas equipas comerciais e de produção de forma a podermos servir os clientes com tudo aquilo que melhor sabemos fazer. Portugal Inovador Empresa de Valores Sediada em Azurém, Guimarães, a Maximina Frederico Alves é uma empresa portuguesa que trabalha lado a lado com grandes marcas internacionais do sector têxtil, sendo que exporta cerca de 95% da sua produção. A Maximina Frederico Alves é uma empresa familiar direccionada, fundamentalmente, para a confecção de vestuário de senhora. Estabelecida num pequeno atelier, foi em 1983 que a sua fundadora Maximina Alves decide dar um passo em frente, investindo fortemente no desenvolvimento da firma. Tendo iniciado a sua actividade através da distribuição nas lojas da região, de vestuário criado por si, a vontade de aumentar o volume de negócios levou-a à busca de novos mercados. Na altura, o Norte da Europa era um grande cliente do sector têxtil nacional, tendo-se centrando, em dois desses países, a base de negócios da firma. Posteriormente, também a França e a Alemanha se juntaram ao leque de países com quem a empresa manteve relações comercias. Em 1992 os filhos da fundadora, Anabela Teixeira e Carlos Teixeira, integram a equipa de trabalho da Maximina Frederico Alves, assumindo a sua gestão e exploração. Num mercado cada vez mais agressivo e competitivo ambos tentam incutir valores como respeito e honestidade na relação entre clientes e fornecedores. “Existe a vontade por parte da gerência de mudar mentalidades e fazer sentir, junto dos colaboradores, que a empresa é um bem comum que apoia quando há responsabilidade, honestidade e empenho no trabalho, com vista ao aumento da sua competitividade e aproveitamento de todas as oportunidades de negócio. Como todas as pequenas e médias empresas - que são a força económica deste país - a Maximina Frederico Alves sente total falta de apoio por parte de um Estado centralista e despesista que apenas olha para as empresas como fonte de rendimento, impondo impostos cada vez mais penalisadores para todas as empresas que são cumpridoras dos seus deve- res, quer fiscais quer sociais”, refere a administração. Actualmente, esta empresa portuguesa exporta 90% da sua produção quase exclusivamente para Itália, um mercado que onde se integrou bem tendo captando a sua essência e necessidade numa base de respeito e honestidade entre empresa e cliente. É com apreço que esta casa assume que, “é a moda e o gosto pela moda que nos move, dar o nosso contributo para o que se veste no Mundo é um orgulho”. Página Exclusiva 47 Portugal Inovador Saúde e Bem-estar Open Village Sports – Hotel & SPA Club: um empreendimento turístico de quatro estrelas direccionado para a saúde e o bem-estar. Situado numa encosta de Mesão Frio, o Open Village é o espaço de eleição para os amantes do desporto e da vida saudável. Sonhado por dois empresários locais, este complexo oferece a comodidade e o requinte de um hotel de quatro estrelas de ambiente minimalista, com design de vanguarda e um moderno complexo desportivo, que se destaca pela sua polivalência. No Open Village, os visitantes podem usufruir do SPA, com duas piscinas cobertas, e do acompanhamento do personal trainer do Ginásio. Cabeleireiro, sala multiusos, bar e o Village Restaurant, para saborear a tradicional cozinha portuguesa com apresentação Gourmet do Chef Hugo Morais, são outras das ofertas. Com 48 quartos e 3 suítes, o complexo tem 13 courts de Ténis (oito de piso rápido e cinco de terra batida), quatro campos de paddle e um de indoor de futebol de 5. A construção do campo de futebol de 11 está prevista para este ano e a proximidade da ciclovia que liga Guimarães a Fafe não foi esquecida, pelo que são disponibilizadas bicicletas. O director-geral, Faustino Teixeira, consciente do projecto ambicioso, explica que “o Open Village deve ser encarado como uma unidade hoteleira de serviços diversificados Página Exclusiva 48 focados na saúde e no bem-estar dos hóspedes e dos visitantes ocasionais”. Conceito que permite que os campos sejam alugados por grupos e as aulas de natação e o ginásio se estendam ao público em geral, sem esquecer a academia de ténis e a escolinha de futebol dos jovens desportistas. A dois quilómetros de Guimarães, esta unidade permite o contacto com a natureza e os circuitos internos e externos, pensados para que os utilizadores dos diferentes serviços não se cruzem, proporcionam tranquilidade, privacidade e envolvência com os espaços verdes. A eleição de Guimarães para Capital Europeia da Cultura 2012 e Cidade Europeia do Desporto 2013 proporcionou uma maior visibilidade ao recente Open Village, que já foi considerado pelo Comité da Cidades Europeias do Desporto “o espaço ideal para acolher alguns dos eventos desportivos do certame”. Portugal Inovador No caminho da “Excelência” Todos os anos o IAPMEI, em conjunto com o Turismo de Portugal e instituições bancárias, distingue um conjunto de empresas com o galardão PME Excelência. O ano que passou não foi excepção. Em 2011 o estatuto PME Excelência foi atribuído a 1368 empresas, que em diversos sectores de actividade se destacaram pelos melhores desempenhos económico-financeiros e de gestão. Segundo o IAPMEI trata-se de “empresas que apresentam rácios de solidez financeira e de rendibilidade acima da média nacional, que têm sabido manter altos padrões competitivos num contexto particularmente exigente e que estão a conseguir ultrapassar a crise com crescimento, consolidação de resultados, e contributos activos na criação de riqueza e de emprego das regiões onde se inserem”. Exclusiva 49 para o A selecção das PME Excelência é feita a partir do universo das PME Líder, criando “um instrumento dePágina visibilidade acrescida grupo de empresas que em cada ano se destaque pelos melhores resultados”. Portugal Inovador Na vanguarda da iluminação “Quem acende a luz é o primeiro a beneficiar-se da claridade”, dizia o escritor Gilbert Chesterton, apelando a conceitos como inovação e proactividade. E é justamente com base nestas premissas que a Inovodecor tem edificado um percurso de franco crescimento. Desde 1989 a dar luz aos seus projectos, esta Organização granjeou o reconhecimento dos congéneres nacionais e, há dez anos, abriu as portas ao mercado espanhol. “Criar atmosferas positivas num espaço onde a iluminação é parte integrante da arquitectura, criar um produto de excelente engenharia luminotécnica e alta eficiência Página Exclusiva 50 energética”. Assim se define a missão da Inovodecor – uma empresa que direcciona o seu ‘metier’ para o fornecimento de soluções personalizadas, elaborando o projecto luminotécnico, o design e o apoio técnico na implementação. Em entrevista à Portugal Inovador, Cardoso Silva, o impulsionador deste projecto, relembra o momento em que a Inovodecor dava os primeiros passos no sector na iluminação. “Estávamos em 1989 quando criámos a empresa e nos primeiros seis anos contactávamos essencialmente com instaladores e armazenistas. Porém, conscientes da qualidade dos nossos produtos e serviços, investimos na divulgação e fomos mais além. Começámos então a interagir com os prescritores – gabinetes de engenharia e arquitectura”, recorda. Com o ímpeto de promover a qualidade e fomentar o dinamismo, a Inovodecor decide dar um passo decisivo para o seu crescimento: implementar a certificação de qualidade – que se consubstanciou, a posteriori, na melhoria dos processos produtivos. “Sentíamos necessidade de credibilizar a empresa porque tínhamos capacidade para evoluir e foi então que demos início à certificação. Entrámos neste projecto num espírito realista de interesse, isto porque precisávamos de organizar a Inovodecor e aumentar a produtividade”,afiança. Inovação na linha da frente Inovação é um conceito profundamente intrínseco ao ADN da Inovodecor, está nos seus genes desde que surgiu no mercado. Almejando a evolução dos rácios de facturação, a direcção da empresa decide introduzir “um programa estratégico de gestão por resultados, cujo objectivo era o aumento da factu- Portugal Inovador ração que consiste num trabalho evolutivo em que nos vão sendo fornecidos parâmetros para cumprir. Teve duração de cinco anos e foi preponderante para conseguirmos chegar até aqui”, explica o entrevistado. Quantas vezes, enquanto dava um passeio nocturno, observou a beleza e imponência de um monumento? De facto, a iluminação tem essa potencialidade, permi fftem-nos olhar a realidade com outros olhos. Ao enfatizar formas, a iluminação enaltece a beleza natural de um espaço arquitectónico. Um exemplo paradigmático reside no património histórico português que, com os projectos da Inovodecor, encantam quem o vê. “Os arquitectos já reconhecem a importância da iluminação, apesar de na Licenciatura essa temática não ser abordada tal como deveria. É justamente quando se está a planear um espaço que se deve avaliar que pontos devem ser iluminados, é a chamada iluminação arquitectural. Esta é também uma forma de reduzir o consumo de energia”, esclarece. LED´s, o desafio do futuro Num sector em que os ‘drivers’ do mercado apresentam constantemente novas soluções, mais competitivas e economizadoras, a tecnologia LED aparenta ser o futuro da iluminação. As vantagens estão à vista: “ Trabalhamos com uma empresa americana muito conceituada que foi pioneira na introdução de LED´s. Apresentam menor consumo e maior longevidade, com uma duração média de 25 anos, sem qualquer manutenção. Por sua vez, no mesmo período e com uma tecnologia de iluminação com lâmpadas clássicas de descarga de alta pressão, estas teriam que ser substituídas seis vezes. Creio que, no máximo, em 15 anos toda a iluminação será protagonizada por LED´s. O futuro está aqui”. Percurso de meritório sucesso A planear a iluminação profissional de interior e exterior, aconselhamento e esclarecimento na fase de projecto, a Inovodecor pauta a sua actividade pela satisfação dos clientes. Para tal, para além dos projectos desenhados de acordo com as suas necessidades, a Organização disponibiliza também um serviço de assistência técnica e manutenção pós-venda. A corroborar a excelência do serviço e o know-how acumulado ao longo da sua história, a empresa conta já com algumas distinções que enchem a equipa de regozijo. PME Líder e o reconhecimento de várias entidades públicas e privadas são or corolário do profissionalismo da equipa da Inovodecor. Assim, com uma presença consolidada no panorama nacional e internacional, esta empresa permanecerá empenhada em projectar o seu futuro porque, de acordo com a mensagem veiculada pela Inovodecor, “the future is now”. Página Exclusiva 51 Portugal Inovador O seu melhor parceiro em material eléctrico A Carceluz, sediada em Póvoa de Stº Adrião, apresenta as melhores soluções no mercado na venda de material eléctrico para qualquer tipo de projecto. Uma oferta alargada de produtos aliada a um atendimento especializado faz da Carceluz uma referência para os seus clientes. Criada há 23 anos, a Carceluz é uma empresa que comercializa materiais para iluminação pública e industrial, material eléctrico, soluções para ventilação, projectores de tecto e ainda todo o tipo de quadros eléctricos e electrodomésticos. Sendo ainda hoje uma empresa de cariz familiar, Célia Fardilha conta que a empresa que hoje gere seguiu um “trajecto a pulso” até aos dias de hoje. Actualmente a Carceluz tem 11 funcionários e umas instalações amplas para melhor servir os seus clientes, “fomos crescendo à medida que ia sendo necessário”, conta Célia Fardilha, a princípio trabalhavam apenas com iluminação e agora comercializam todo o tipo de material eléctrico para a construção civil, a pequenos revendedores e ainda ao público em geral. A Carceluz tem uma equipa de comerciais a fazer negócios por Página Exclusiva 52 todo o país e faz também aconselhamento junto dos seus clientes sobre que materiais utilizar nos diferentes meios para o melhor desempenho final. A grande aposta da Carceluz passa por servir o melhor possível o cliente e isso passa por ter uma “grande quantidade de material em stock que poucas empresas actualmente no mercado têm”, refere Célia Fardilha. Todo o material comercializado existe em stock para responder às necessidades dos clientes e essa resiste em ser uma mais-valia no mercado para a Carceluz. Célia Fardilha sublinha que o “segredo da empresa é em poucos dias conseguir ter o material muito específico e os clientes sabem que escusam de ir a outro lado porque nós temos qualquer material em stock em grandes quantidades”. Esta excelente capacidade de resposta, aliada a um serviço de qualidade e a um atendimento especializado fazem da Carceluz uma referência junto do mercado. Além da venda directa ao balcão, a Carceluz também faz a distribuição dos seus produtos para vários locais a fim de satisfazer rapidamente os seus clientes. Todos os Portugal Inovador funcionários da empresa têm formação especializada sobre os produtos que vendem, mesmo à medida da evolução dos materiais. A Carceluz faz deslocar os seus funcionários aos fabricantes a fim de receberem a respectiva formação sobre os produtos em determinada área. Existe uma evolução tecnológica gradual dos produtos e o design está sempre virado para as tendências da época, “na Carceluz nós procuramos variar muito nos produtos que vendemos para ir de acordo ao gosto dos nossos clientes”, afirma Célia Fardilha. Num mercado onde tudo é mais prático e funcional, foi por “vontade própria, há cerca de seis anos, que só vendemos produtos certificados e com boa eficiência energética, tudo é certificado energeticamente, exigimos isso às fábricas pois é uma preocupação nossa”. Estas preocupações ambientais, aliadas a uma boa gestão dos negócios, valeram à Carceluz o galardão de PME Líder. “Ficámos surpreendidos e contentes, não sabíamos a amplitude deste prémio e dá-nos mais confiança para os negócios”, salienta Célia Fardi- lha. A ambição futura da Carceluz é crescer no mercado internacional, actualmente exporta para Angola, mas existe o desejo de abraçar o mercado sul-americano, como o Brasil, e crescer para outros países dos PALOP. Página Exclusiva 53 Portugal Inovador Portilavauto: Assistência de confiança Com um percurso de 24 anos, a empresa sediada em Sacavém é uma referência nos serviços de assistência em viagem. Uma das maiores da Europa “Começámos em 1988, apenas com três reboques”, recorda a gerência, da empresa. “Depois começámos a oferecer o nosso serviço às várias empresas de Assistência em Viagem, crescemos e hoje temos 62 reboques.” Na área dos serviços de assistência em viagem no estrangeiro, a sua empresa é, como refere, “uma das maiores da Europa.” Há duas coisas que fazem da Portilavauto uma solução a ter em conta. Primeiro, trabalha “com todas as companhias de seguros”. Para além disso, é “a única emPágina Exclusiva 54 presa no País que tem telefonistas durante 24 horas. Durante toda a noite, temos telefonista,” garante. Ou seja, trabalha 24 horas e nunca encerra durante o ano. Eficiência e qualidade O segredo por detrás deste cres- cimento é apenas o “profissionalismo que a Portilavauto sempre colocou no seu trabalho.” É uma empresa que “prima pela eficiência e pela qualidade.” Como conta, ao longo de muitos anos Maria Augusta Alves ficava “durante a noite a atender telefonemas enquanto o marido saía para ir prestar os serviços.” Hoje, apesar do crescimento entretanto conseguido, diz que ainda passa “mais horas a trabalhar na empresa do que qualquer um dos empregados. Costumo dizer que eu é que trabalho para eles e não eles para mim”, acrescenta. Mas reconhece, naturalmente, as dificuldades que envolve a actividade dos seus colaboradores. “Quando as pessoas precisam de assistência em viagem, o que é que aconteceu? Ou bateram ou o carro avariou. Se bateram, estão aborrecidas, se avariou, aborrecidas estão. Quem tem que lidar com isso é o funcionário que leva o reboque e, por vezes, as pessoas são agressivas com quem aparece nessa situação.” Existe, aliás, uma preocupação com o seu bemestar. A título de exemplo, a Portilavauto recorre “a pessoas que vêm à empresa fazer massagens aos empregados.” A Portilavauto tem também uma equipa de fute- Portugal Inovador bol e patrocina todos os anos os torneios com outras equipas. Responder aos desafios Há situações que se impuseram e que levaram a empresa a adaptar-se. Havia, por exemplo, uma grande despesa com reparações, assim como também havia problemas que, por vezes, surgiam nas encomendas de reboques. A resposta foi assumir esse trabalho no interior da própria Portilavauto. Criou-se então, em 2007, “uma empresa dentro desta empresa, de fabrico, que é a Portipronto. Todos os reboques são ali fabricados.” A utilidade está, sobretudo, nas reparações, tendo havido anos “em que apenas se fizeram dois reboques.” Ainda relativamente ao que a empresa está a fazer para optimizar os seus processos, tem havido “uma grande aposta na informatização.” Página Exclusiva 55 Portugal Inovador A inovar na distribuição de papel A Ferpaper está há dez anos no mercado da distribuição de papel em Portugal. Em 2010, a empresa de Miraflores trouxe para o mercado nacional um novo tipo de papel para a produção de livros, o “AlternativeBook” e “FerBook”. Inserida no mercado de distribuição de papel, a empresa Ferpaper, sediada em Miraflores, foi criada em 2002 e é formada por uma equipa com vasta experiência neste ramo de negócio. Hoje em dia a empresa é constituída por cerca de dez pessoas e uma facturação média anual de cerca de dois milhões de euros. Dentro do sector papeleiro, a Ferpaper desenvolve a sua actividade ao nível da distribuição e do agenciamento. Como distribuidores, a empresa tem à disposição dos seus clientes todos os tipos de papel, tais como papel de fotocópia, papel de jornal e revista, papel offset, papel esPágina Exclusiva 56 tucado e papel de obra de livro. No agenciamento, a Ferpaper é o interface entre as fábricas e os clientes e acompanha todo o percurso da encomenda. Grosso modo a actividade da Ferpaper pode descrever-se em 90% de papel distribuído e 10% de papel agenciado para jornais e revistas. Em 2009, a Ferpaper tomou a iniciativa de trazer para o mercado português um novo tipo de papel para obra de livro, o “A lternativeBook” e “FerBook”. Este tipo de papel começou a ser comercializado em 2010 e apresenta-se com uma gramagem mais baixa. Agora pode fazer-se um livro com a mesma espessura, mas significativamente mais leve em termos de peso, proporcionando também uma excelente superfície e uma grande opacidade. Esta estratégia de negócio afecta de algum modo o volume vendido, mas tem vantagens em termos de custo para os clientes. No entanto, segundo Fernando Lameirão, administrador da Ferpaper, “sendo previsível uma quebra de mercado, tomámos esta decisão para salvaguardar os nossos interesses, criámos armas para os editores sobreviverem e assim estamos também a defender o nosso merca- Portugal Inovador do para também sobrevivermos à crise”. Este tipo de papel, de pasta mecânica e não química, é produzido na América do Norte e Escandinávia e, posteriormente, armazenado no nosso país pela Ferpaper, ficando assim mais próximo dos locais de consumo. A Ferpaper é uma empresa PME Líder desde 2009, o que para o administrador Fernando Lameirão significa “um reconhecimento e um incentivo e é algo que temos de manter no tempo, pois também é uma motivação para fazer mais e melhor”, acrescentando ainda Fernando Lameirão, que “este galardão permite-nos manter o apoio dos bancos”. Como distribuidores de papel, a Ferpaper já notou a mudança no mercado do papel operada pela evolução tecnológica dos e-books e notebooks. O colaborador da empresa, David “Um reconhecimento e um incentivo e é algo que temos de manter no tempo, pois também é uma motivação para fazer mais e melhor”, acrescentando ainda Fernando Lameirão, que “este galardão permite-nos manter o apoio dos bancos”. Santos, considera que as novas tecnologias “são uma ameaça e estamos neste momento a assistir a um ajustamento do consumo transversal aos diferentes papéis, com a substituição de tipos de papel e movimentos de ajuste e poupança”. Apesar disto, a Ferpaper sempre foi e continua a ser uma empresa com uma gestão rigorosa, “sabemos ao dia os resultados da empresa”, explicou Fernando Lamei- rão. O administrador da empresa acrescentou que foi sempre política da Ferpaper “aplicar os resultados financeiros na empresa, fortalecendo o seu balanço e desta forma manter uma situação de conforto”, concluiu Fernando Lameirão. No futuro, a empresa de Miraflores espera continuar a apostar numa dinâmica de inovação com o objectivo de resistir, superar esta fase de crise e crescer. Um novo olhar sobre o ouro usado Rompendo com imagem tradicionalmente associada ao comércio de ouro usado, a Ducado Jóias valoriza este mercado apostando num conceito, um conceito em que estas jóias são símbolo de requinte e contemporaneidade. E foi nesta ourivesaria, um espaço onde a modernidade coabita com o clássico na perfeição, que a Portugal Inovador esteve à conversa com Paulo lobo, o impulsionador deste projecto. Mais do que um bem precioso, o ouro é uma jóia intemporal. Símbolo inequívoco de bom gosto, quem o ostenta não passará despercebido. A diferença entre uma jóia nova e uma usada está apenas no preço e é com este intuito que a Ducado Jóias surge no sector do comércio de compra e venda de ouro usado. Ao iniciar este certame, os fundadores tinham um objectivo em mente: criar um conceito que se distinguisse das congéneres. “A Ducado Jóias nasce em 2005 pela experiência que os sócios já tinham na área. Foi então que decidimos apostar numa ourivesaria. Resolvemos, porém, criá-la com base num conceito distinto. Estas lojas eram associadas a espaços antiquados, sem classe, com uma imagem ultrapassada. A Ducado Jóias prima por um conceito de modernidade, onde os clientes podem encontrar artigos mais acesPágina Exclusiva 57 Portugal Inovador síveis, desde os mais antigos até aos mais modernos, e com a mesma qualidade que uma jóia nova”, recorda Paulo Lobo. Se pensa que as jóias usadas estão danificadas ou, eventualmente, com sinais de uso, desengane-se. Tal como explica o entrevistado, “as peças danificadas que adquirimos não podem ser expostas. A qualidade é um imperativo do qual não abdicamos. Essas peças são enviadas para fundição, assim como as que não estão contrastadas. Embora nesta vertente haja a possibilidade de remeter para a contrastaria, se o valor comercial o justificar. As que estão em bom estado, por sua vez, são polidas e tratadas para ficarem com um aspecto semelhante às novas. É esta a vantagem do ouro e da prata, temos casos, inclusive, em que as pessoas passam na montra, ou até quando entram na loja, que nem reparam que se trata de artigos usados, apesar das indicações”. Crise é sinónimo de oportunidades Quando na voz dos governantes do país proliferam palavras como Página Exclusiva 58 “crise e contenção”, há que descodificar o cenário e pensar proactivamente. De acordo com Paulo Lobo, mesmo nesta fase, o ouro continua a ser um bom investimento: “O ouro é um bem transaccionável em qualquer parte do mundo e tem sempre valor. Face à actual conjuntura, o perfil do cliente alterou-se um pouco, deixámos de ter o cliente com menos possibilidades, porque este deixou de ter poder de compra. Por sua vez, aumentou a percentagem de clientes com mais posses. Há quem aposte nas jóias, nas antiguidades ou até mesmo no ouro de investimento (moedas)”, afiança. a actividade desta empresa. Mas lamenta o facto de as autoridades não terem meios para fiscalizar todas as lojas que proliferam, principalmente, nestes últimos dois anos, porque acabariam com todas aquelas que contribuem para denegrir a imagem dos que fazem tudo na legalidade. “A lei para este tipo de mercado já existe, o problema é que muitos não a cumprem. Aqui o importante não é alterar a lei, porque quem não a cumpre agora, não vai fazê-lo depois. O importante seria colocar meios à disposição das autoridades para que exista uma fiscalização mais eficaz”, refere Paulo Lobo. Precauções a adoptar se quer vender jóias Futuro: um novo desafio Neste sector é frequente encontrar organizações que não cumprem os imperativos legislativos, acabando por denegrir a imagem das que, à semelhança da Ducado Jóias, obedecem a todos os requisitos. Neste contexto, Paulo Lobo aconselha “a dirigir-se pessoalmente à loja para efectuar a venda. Nunca deve receber estranhos em casa, nem tão pouco enviar artigos pelo correio. Uma vez no estabelecimento, o cliente deve identificar-se, esclarecer a proveniência das jóias e, no final, levar um documento que comprove o que vendeu. Por sua vez, o comprador, neste caso a ourivesaria, deve ter uma balança homologada, assim como todos os dispositivos impostos por lei. Ao efectuar a compra deve preencher os formulários e enviá-los para a PJ e, decorridos 20 dias, pode então colocá-los à venda”. Porém, se dúvidas persistirem, a Ducado Jóias está disponível para esclarecê-las, sempre com a honestidade, clareza e transparência que a caracterizam. Com uma concorrência hostil e desleal no sector, a Ducado orgulha-se de poder contar com um leque de clientes fidelizados – que corroboram a lealdade que norteia Apesar das vicissitudes do mercado, a Ducado Jóias reúne sinergias para continuar na senda do sucesso. Para tal, estão já a ser desenvolvidos novos projectos para satisfazer os consumidores, tal como a loja online. “Este é um dos projectos que estamos a ultimar e que, certamente, irá agradar os clientes. Demoramos algum tempo a consolidar toda a informação porque queremos, como é nosso apanágio, cumprir com todas as disposições previstas na lei. Não pretendemos omitir nada, quem compra tem de ter conhecimento dos seus direitos, para poder fazê-lo com toda a segurança”, conclui. Portugal Inovador Exportar para crescer Albano Alves – Indústria S.A. é sinónimo de inovação, qualidade e experiência. Três qualidades que, a par de muitas outras, levam o nome desta empresa alémfronteiras e a tornam uma referência na organização e transformação de papel da Península Ibérica. Muitas vezes por aqui exaltamos a qualidade e o know-how das empresas portuguesas. Mas nunca é demais insistir nesse propósito, até porque o talento português não se esgota. Chegou a vez de apresentar aos nossos leitores uma das principais organizações que se dedica à transformação de papel. Desde um simples rolo para uma máquina registadora, até um rolo para cenários, desde papel de formulário, até papel de embrulho, tudo é passível de ser produzido na Albano Alves – Indústria S.A. Constituída em 1978, esta empresa tem no seu portefólio os mais variados e conceituados clientes em Portugal, sendo eles maioritariamente as grandes superfícies e bancos. Mas clientes destes talvez não se conquistem de um momento para o outro e, este caso, não foi excepção. O know-how adquirido ao longo de cerca de 30 anos, a par da humildade e seriedade incontestáveis de Albano Alves, serviu de mote para alcançar tal carteira de clientes. “A minha vida baseia-se em dois pilares fundamentais: não trabalho por dinheiro, mas sim por prazer, o trabalho faz parte da minha vida. Além disso, orgulho-me de dizer que ao longo da minha vida nunca despedi nenhum funcionário. Sou um homem com uma educação modesta que se conseguiu formar pela experiência de vida”, explica o administrador. Pelas palavras de Albano Alves, rapidamente nos apercebemos que todo o sucesso alcançado ao longo do tempo é fruto de muito trabalho, dedicação e entrega, características essas que tenta sempre, e com sucesso, incutir aos seus funcionários. Actualmente a inaugurar novas instalações, a aposta é na internacionalização, estando já bem estabelecidos em Angola, Marrocos, Tunísia e Espanha. “As obras que estamos a finalizar vão aumentar a Albano Alves – Indústria S.A. para o dobro. Estes seis mil metros quadrados continuarão a dedicar-se exclusivamente à transformação de papel e a aposta é, sobretudo, na exportação”, garante Albano Alves. Com um crescimento exponencial de 20% ao ano desde que a organização foi fundada, o administrador pretende que este ano o aumento ascenda aos 30%. “Temos uma constante preocupação na qualidade da matéria-prima. Esta não é uma área que dê para diversificar muito portanto temos que apostar em qualidade, inovação e fidelização dos nossos clientes. É com orgulho que digo que a Albano Alves - Indústria S.A. é uma referência nesta área na Península Ibérica”, afiança o administrador enquanto fala, orgulhoso, do estatuto de empresa certificada e PME Líder que a sua empresa detém. Para já, o advento, recente, de novos e importantes clientes, não só em Portugal, mas também fora do país, demonstra que a aposta na exportação está já a colher os seus frutos e que, em breve, se irá ouvir falar da Albano Alves – Indústria S.A. como uma referência nesta área. Página Exclusiva 59 Portugal Inovador Uma referência na segurança Crescer é um dos maiores objectivos da CentralSeg. Para isso, inaugurou uma filial em Espanha e começou a trabalhar em Angola. Em época de crise, parar não é solução e tudo conspira para que o resultado final seja o sucesso. Corria o ano de 2005 quando nasceu uma das maiores referências nacionais na distribuição de equipamentos electrónicos de segurança em Portugal, a CentralSeg. António Carreira, sócio-gerente da empresa recorda como tudo começou: “Eu e os meus sócios tínhamos experiência na área e achámos que conseguiríamos vencer no mercado. E os resultados estão à vista, uma vez que a empresa tem vindo a crescer permanentemente. Começámos com quatro funcionários e, neste momento, são 12”. No que concerne aos serviços que a CentralSeg tem Página Exclusiva 60 à disposição, o mote é variedade e qualidade. Mas ninguém melhor que António Carreira para os enumerar. “Distribuímos equipamentos de segurança electrónica nas áreas de controlo de acessos, circuitos fechados de televisão, sistemas automáticos de detecção e aspiração de incêndios, sistemas automáticos de anti-intrusão e todos os outros componentes inerentes aos sistemas de segurança”, descreve o empresário. Exemplificando o método de trabalho da CentralSeg, esta PME Excelência importa equipamentos e trabalha directamente com vários fabricantes conceituados no mercado, como é o caso da Apollo Fire – o segundo maior fabricante mundial de equipamentos de detecção de incêndios – ou a Samsung, na área de circuitos fechados de televisão. “Somos um dos dois importadores autorizados em Portugal. Mas temos também outras marcas de origem inglesa, holandesa, alemã, coreana e israelita”, conta o gerente. Exportar para crescer Não há dúvidas que o futuro da CentralSeg passa pela internacionalização e a prova disso é a abertura de uma sucursal em Espanha. “Já lá temos dois colaboradores e agora a ideia é crescer e trabalhar para alcançar o mesmo sucesso”, diz, confiante, António Carreira. Entretanto, em busca de voos mais altos, a CentralSeg desenvolveu também uma parceria com outra empresa da área, - da qual detém uma percentagem - desta feita, em Angola. “É, sem dúvida, um mercado emergente, com muito trabalho para todos e onde se pode ter sucesso sem atropelar ninguém. Esperamos que Angola venha ajudar ao incremento das nossas vendas e da nossa quota de exportação”, conclui. Bom ambiente “Já trabalhei por conta de outrem e penso que as pessoas têm que se sentir bem no seu trabalho”. Ao pensar desta forma, António Carreira tenta incutir o melhor ambiente aos seus funcionários, dandolhes as mesmas regalias que o próprio tem no dia-a-dia, seja nos automóveis que conduzem no trabalho, ou até mesmo nos seguros de saúde que são extensíveis à família. “Não somos meros números, cada um tem o seu nome”, garante o empresário. Esperando alcançar este ano um crescimento de cerca de 15%, a CentralSeg tem investido em novas instalações para poder satisfazer da melhor forma os seus parceiros e clientes. Portugal Inovador No mundo das espirituosas Degustar um bom whisky, sentir a textura aveludada de um bom vinho ou testemunhar a frescura de uma vodka faz parte da cultura do povo lusitano – um povo verdadeiramente apreciador não só do néctar dos deuses, mas também das bebidas espirituosas. A Portugal Inovador foi conhecer a Garrafeira S. João, um espaço requintado onde se pode encontrar bebidas para todos os gostos, sejam elas nacionais ou internacionais. Seja em festa, numa saída nocturna ou num ambiente mais intimista, uma bebida alcoólica será sem dúvida o acompanhamento ideal. Sediada em Lisboa, a Garrafeira S. João disponibiliza um leque diversificado de bebidas que irão surpreendê-lo. Do emblemático vinho ao tradicional gin tónico, passando pelo licor e pelo rum, a oferta é infindável. Se ainda não conhece o espaço, não perca mais tempo. Conheça e desfrute… Vítor Lopes, o mentor deste projecto, conta-nos como nasceu o sonho: “Fui vendedor da Porto Cálem e, a determinada altura, surgiu a hipótese de criar um pequeno armazém na Reboleira. Estivemos lá dois anos até que mudámos para este espaço. Aqui em Lisboa estamos mais centralizados e temos melhores condições de armazenamento”. Porém, o ‘modus operandi’ desta empresa não se esgota no comércio ao público. Com uma equipa multidisciplinar, a Garrafeira S. João tem uma equipa de vendedores que assegura a cobertura da Grande Lisboa e arredores – perfeitos conhecedores dos artigos, estes profissionais estão sempre disponíveis para o aconselhar e informar sobre as bebidas comercializadas. Profissionalismo e celeridade são as directrizes que pautam a actividade desta Organização. Numa altura em que os “clientes têm dificuldade em fazer stock, nós asseguramos uma entrega célere, no máximo em 24 horas. Esta é uma das nossas imagens de marca”, afiança. De linhagem familiar, a Garrafeira S. João tem vindo a ‘escrever’ uma história timbrada de alegrias, desafios e vitórias – tais como o galardão PME Líder. Uma história que ainda terá muitas páginas para escrever… Página Exclusiva 61 Portugal Inovador Uma casa à sua medida Há 16 anos no mercado, a Granifinas dispensa apresentações. Desde a produção de granito para a construção civil e obras públicas, artigos de decoração e jardim, peças de artesanato ou arte funerária, nada é novidade para esta empresa que garante uma qualidade certificada em todos os seus produtos. Longe vão os tempos em que construir uma casa era demasiado dispendioso e moroso. Agora, basta idealizá-la e a Gravalima faz o resto. Pertencente ao Grupo Granifinas que se dedica à exploração de um dos melhores granitos do Mundo, o de Ponte de Lima, a Gravalima encarrega-se da sua comercialização. A Granihouse, uma casa modular em granito, é um dos mais recentes e revolucionários projectos desta empresa. “Distingue-se das demais casas modulares pelo facto de ser em granito, o que lhe transmite uma solidez superior às restantes, assim como um melhor isolamento e uma beleza natural com traços inconfundíveis. Quando colocada na natureza, esta casa relembra as típicas casinhas de pedra, tão características no Norte de Portugal”, começa por destacar Nuno Gomes, director técnico e comercial da Granifinas. Como se não bastasse, tudo pode ser idealizado ao total gosto do cliente. “Com um espaço interior cotado em cerca de 48 m2, a Granihouse poderá ser colocada em qualquer terreno, com inclinação ou não, desde que haja prévia instalação Página Exclusiva 62 de pilares ou de uma base em betão de forma a nivelar o terreno. Quanto às necessidades básicas (água, electricidade, telefone e saneamento) será tratado pelo cliente com a entidade responsável, depois de obtido o licenciamento para a colocação da Granihouse no terreno, para o qual a Granifinas disponibiliza toda a documentação necessária”, afiança o empresário. Nuno Gomes diz mesmo que “há algumas aberturas na lei e, em alguns municípios, é até possível colocar uma casa deste género em locais onde não é permitida a construção regular”. Além da função de casa habitacional, a Granihouse pode também servir de escritório ou casa de apoio à piscina, bungalow ou anexo, casa de férias ou retiro. Várias possibilidades, uma certeza: em todas elas irá encontrar um serviço de qualidade ao mais alto nível. “Garantimos os melhores materiais, os melhores acabamentos e pormenores que marcam a diferença”, garante Nuno Gomes, acrescentado outra mais-valia – a rápida produção e entrega (em cerca de quatro meses) para a total satisfação do cliente. Portugal Inovador Espaço moderno e sofisticado Desfrute de todo o conforto do Hotel Riviera, localizado na zona da praia de Carcavelos. Situado na marginal entre Lisboa e Cascais e próximo de Sintra, o Hotel Riviera é sinónimo de sofisticação e conforto. A sua proximidade com a praia de Carcavelos permite aos seus hóspedes desfrutar de uma das melhores praias da Costa do Estoril. O hotel tem também à disposição duas piscinas exteriores, para adultos e crianças, rodeadas por espaços verdes, com court de ténis e snackbar aberto durante o Verão. Os quartos do Hotel Riviera são amplos, luminosos, com uma decoração moderna e varandas com vista para o mar ou para a piscina. Para a área dos negó- cios, o hotel apresenta sete salas de reunião com capacidade até 160 pessoas e equipadas com os mais modernos meios audiovisuais. O Restaurante “A Concha”, no piso térreo do hotel, tem à sua disposição uma gastronomia deliciosa, com buffet ou menu à carta, com todas as delícias da cozinha tradicional portuguesa. Seja em negócios ou lazer, o Hotel Riviera proporciona aos seus hóspedes todas as condições para uma estadia confortável e revigorante, tendo também à disposição a Clínica Spa Riviera, com os melhores tratamentos de saúde e beleza. Página Exclusiva 63 Portugal Inovador Página Exclusiva 64 Portugal Inovador O risco é não arriscar. Três, dois, um… respire fundo e atire-se. A seus pés um precipício. À sua frente, o desconhecido. Atrás, a mesma paisagem de sempre. Enfim, após hesitar, salta. Aventura-se. E, por incrível que pareça, se tiver muita vontade, é capaz de conseguir voar. Rumo a novas p aragens. Esta pode ser uma das sensações de quem arrisca largar um mundo de rotinas e se lança em direção ao que acredita. A sensação de risco, o receio de não ser bem sucedido, a dor de estômago são sintomas sentidos pelo mais seguro dos empreendedores. Mas, empreender é mesmo isto: esforço e risco. É um impulso para ir em frente, mesmo sabendo que nem tudo está garantido à partida. Vivemos um tempo de mudança. Muda o clima, mudam as potências, mudam as empresas e mudam as pessoas. Todos estamos a mudar sem dar por isso. No final de contas, o risco talvez seja esse mesmo: não arriscar. Arriscar o quê? Ideias, métodos, rotinas, projectos, países, enfim... Virar do avesso ou trocar as variáveis. Uma das palavras mais relevantes será, acredito, a palavra “Mudança”. Mudar significa sair da zona de conforto. Expôr-se, lutar, fraquejar e, por que não? Vencer. Mas, nada disto é feito por heróis. Por isso, o melhor é fazer bem o nosso T.P.C.: 1. Informação: é o aliado mais qualificado de qualquer decisão. Investir tempo a estudar uma ideia é a melhor forma de ganhar segurança. Os tempos são favoráveis – nunca como hoje a informação foi tão acessível e democrática. 2. Conhecimento: o maior activo de qualquer sociedade. O nosso futuro colectivo depende da nossa capacidade de aprender para gerar novas combinações, novas ligações. 3. Comunicação: na fragmentação de tempo, de media, de espaços, de temas e de propostas, saber comunicar uma ideia é quase tão importante como a ideia em si. Sem um plano de comunicação, um bom projecto pode nunca vir a ser conhecido. 4. Autenticidade: sem verdade, o projecto não sobrevive ao teste do seu destinatário. A comunicação apenas acelera o processo de ascensão dos atributos ou a queda do projecto, em caso de falsidade. A autenticidade, a par da mudança, aparenta ser um dos valores-chaves deste tempo. 5. Ética: conceito próximo do anterior, mas mais introspectivo e menos declarado. R evela-se de dentro para fora. Está implícito em todas as decisões e em todas as acções, ao nível micro e macro e isso subentende-se, não se comunica deliberadamente. Iria parecer… pouco a utêntico. 6. Optimismo: sem uma dose de pensamento positivo não se passa de boas intenções. Sem uma boa atitude, o risco é seguramente maior pelo simples facto de passarmos mais tempo a pensar no que não vai resultar em vez de canalizar energias para ultrapassar obstáculos. Contudo, optimismo só funciona conjugado com realismo. 7. Criatividade: rodear-se de pessoas com capacidade para pensar fora da caixa ou arriscar pôr o pensamento de pernas para o ar, pode ser o clique do negócio. 8. Resiliência: resistir, superar e até aprender a gerir a frustação, são atributos de quem pensa em saltar do sofá e aventurar-se para novas paisagens. Sara Balonas Directora da b+ comunicação Docente e Investigadora na Universidade do Minho Embaixadora do Empreendedorismo (Comissão Europeia) Página Exclusiva 65 Portugal Inovador Página Exclusiva 66 Portugal Inovador Página Exclusiva 67 Portugal Inovador Página Exclusiva 68