Yoga na Terceira Idade

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Yoga na Terceira Idade
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A palavra Yoga deriva da raiz sânscrita “Yuj” que significa atar, unir... e indica o ato de dirigir e
concentrar a atenção em alguma coisa, para sua aplicação e uso. Da mesma forma, significa
união ou comunhão e é em realidade, a verdadeira união de nossa vontade com a do Absoluto.
O Yoga é um dos seis Darshanas Ortodoxos da Índia (Darshana significa “ponto de vista” ou
“Sistema Filosófico da Índia”). Este Darshana foi
codificado por um Yogue chamado Patañjali, no 4º século, antes da era cristã. Este grande
Yogue escreveu um livro chamado “Yoga Sutras de Patañjali”, a qual se tornou uma obra
clássica do Yoga e a principal referência no estudo e pesquisa desta ciência chamada Yoga.
Nesta obra o autor organiza a trajetória do praticante rumo à liberação e a remoção dos
condicionamentos físicos e mentais. Esta organização foi chamada de “Ashtanga Yoga” ou
“Yoga dos Oito Membros”. Este sistema é chamado de Yoga, porque ensina os meios pelos
quais o Jivatma, alma individual, pode se unir com Paramatma, alma Universal, alcançando
assim a liberação ou Moksha. O Yoga pode ser trilhado por diversos caminhos ou Margas, os
quais sempre conduzirão ao mesmo destino, a diferença entre eles está no meio que será
utilizado para alcançar este fim. Não existe caminho melhor que outro, mas apenas um mais
adequado que outro dependendo do temperamento do praticante. As vias ou Margas são: Raja
Yoga, Tantra Yoga, Karma Yoga, Bhakti Yoga, Jñana Yoga e Hatha Yoga. Estas vias deram
origem a uma infinidade de métodos.
O Hatha Yoga utiliza o corpo físico como meio para atingir centros mais sutis do Ser, como a
mente, as emoções e o psiquismo do praticante, que estão ligados aos centros de energia,
chamados de Chakras. Em uma prática de Hatha Yoga, utilizam-se todas as técnicas
codificadas por Patañjali chamadas de Ashtanga Yoga, que são os Yamas (regras morais), os
Niyamas (auto-purificação pela disciplina), Asanas (posturas psico-físicas), Pranayama
(controle da energia prana por meio do ritmo da respiração), Pratyahara (remoção da mente da
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influencia dos sentidos), Dharana (concentração plena), Dhyana (meditação) e Samadhi
(estado de união com o espírito Supremo ou super consciência), além de Kriya (limpezas
físicas e psíquicas), Bandhas (chaves de controle da energia prana) e Mudras (gestos
magnéticos e simbólicos).
Dentro da cultura Védica há o Ashrama ou fase da vida, onde para cada etapa da existência
exigi-se um comportamento físico, mental e espiritual, chamado de Svadharma. A vida humana
segundo este ponto de vista é dividida em quatro fases. A primeira é chamada de Brahmachari,
ou período de estudo, de disciplina, de purificação... A segunda fase é chamada de Grihastha,
onde as responsabilidades e os direitos estão vinculados ao casamento e a atividade
profissional. A terceira fase é o Vanaprastha ou retiro espiritual, que na antigüidade era
realizado numa floresta em local adequado para tal fim, onde a simplicidade e a introspecção
são trabalhadas intensamente. A quarta e última fase é chamada de Sannyasa, onde a marca
é a renúncia total. Cada uma das etapas descritas acima possui tarefas e obrigações para
consigo mesmo, para com sua família e para com a sociedade, sem abandonar a meta que é
atingir a liberação.
Uma pessoa em nossa sociedade é considerada pertencente a terceira idade a partir dos 60
anos, porém para a Geriatria, especialidade médica que estuda as doenças que afligem os
idosos, isto se dá após alcançar os 75 anos. Neste período de vida, alguns problemas de
saúde passam a ser mais freqüentes, diferentemente de outros ocorridos nas fases anteriores.
As doenças que afligem os idosos são várias, tais como: Doenças cardiovasculares (Infarto,
Angina, Insuficiência Cardíaca), diabetes, alta taxa de gordura no sangue (colesterol) e
obesidade (gordura), derrames (Acidente Vascular Cerebral – AVC), hipertensão arterial,
câncer, pneumonia, enfisema, e bronquite crônica, infecção urinária, osteoporose, osteartrose,
Alzheimer, depressão, Parkinson.
Dentre estas inúmeras doenças, pode-se destacar o Parkinson que é caracterizado pela
disfunção ou morte dos neurônios produtores da dopamina no sistema nervoso central. Este é
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o local mais importante, mas não o primordial, já que existem outras estruturas tais como as
placas intestinais e os bulbos olfativos, os quais podem ser lesados bem antes da degeneração
da substância negra presente na base do mesencéfalo, todavia, vários outros locais são
afetados no período de desenvolvimento da doença, mesmo fora do sistema nervoso central,
proporcionando ao Parkinson um caráter complexo e multi-sistêmico. Dentre vários, o
neurotransmissor deficiente, é a dopamina, produzido pela substância negra. Contudo, outras
estruturas além da substância negra podem estar acometidas, conduzindo a anormalidades de
outros neurotransmissores, como a serotonina, a acetilcolina e a noradrenalina. As áreas
atingidas no Parkinson têm funções de controle motor extrapiramidal, em outras palavras, elas
controlam os movimentos inconscientes, como por exemplo, os dos músculos do rosto,
relacionados à comunicação emocional inconsciente, ou os músculos das pernas quando o
indivíduo está de pé, na realidade não é necessário pensar de modo consciente em quais
músculos contrair e relaxar quando estamos de pé, mas eles se contraem de qualquer modo.
Estes neurônios modificam os comandos conscientes básicos vindos dos neurônios corticais
motores de modo a executar os movimentos de maneira suave e sem perder o equilíbrio. É
também este sistema extrapiramidal que impede a ação de contração e relaxamento contínuo e
alternado dos músculos agonistas e antagonistas quando dos movimentos de precisão, como
segurar um objeto, calculando inconscientemente o equilíbrio e ajustes exatos necessários
desses músculos para que o objeto permaneça fixado.
Tanto as técnicas quanto a filosofia do Yoga tem o poder de transformar não só o corpo, mas
também a mente, as emoções e a psique do ser humano, independente da idade cronológica,
proporcionando ao praticante não só qualidade de vida, mas principalmente uma visão
diferente da maior parte da humanidade. O ser humano da dita terceira idade não precisa
sentir-se fragilizado pela ação do tempo, pois a visão específica do Yoga premia o praticante
dedicado com uma segurança interna, onde este idoso toma ciência do seu verdadeiro valor e
de seu papel importante dentro da sociedade.
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