apostila II

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apostila II
liccom/udelar
liccom /
udelar
português
compreensão
leitora
apostila II
textos
exercícios
apêndice gramatical
Prof. Lic.
Leticia Lorier
português
compreensão
leitora
liccom/udelar
1
O dialeto do cosmopolitismo
Luís Imbiriba
Assim como não podemos considerar que exista raça,
igualmente, não podemos falar em língua pura.
Podemos até falar em língua mais ou menos
influenciada por outras. À maneira das demais
línguas, a nossa também sofre a influência
estrangeira. O início do estrangeirismo no Brasil aqui
terá como referência o processo semicolonial durante
a história dos tempos atuais; tratará de um conjunto
de jargões, ainda assim, desnacionalizados.
Uma das características que distingue o homem da
atividade psíquica dos animais é a linguagem. Ela
permite criar noções, formular leis da ciência e
penetrar na essência dos fenômenos. Sem a
linguagem o pensamento humano sequer poderia
existir.
Apesar da linguagem servir ao conjunto da sociedade
como meio de comunicação, independente das
classes sociais numa nação dada, as classes, por sua
vez, não são indiferentes à linguagem. As classes
antagônicas entre si utilizam a linguagem em
interesse próprio. As atuais classes dominantes, por
exemplo, se esforçam por utilizar um tipo de
linguagem (uma espécie de dialeto e jargões),
impondo seu léxico, termos e expressões particulares,
no que se divorciam do povo com a intenção de
dominar e oprimir; de exercer um modo de vida de
obtenção material, como o de imprimir as idéias e
teorias que são correspondentes aos seus interesses
e que os possam socorrer. Em particular, o jargão é
um código linguístico premeditadamente hermético,
com intenção de ludibriar o povo.
Esse linguajar, tão “erudito” quanto reacionário, se
desenvolve nas relações de exploração aparentando
superioridade cultural e se constitui, por fim, no dialeto
do charlatanismo. O disparatado glossário dos jargões
— que se faz passar por termos científicos e técnicos,
nos planos político, jurídico, econômico etc. —, não
raro veste uma roupagem estrangeira. É impossível
não deixar que ocorra a influência de idiomas
estrangeiros na nossa língua pátria, muita coisa
positiva vem com ela. Mas livrar-se da invasão
estrangeira é outra coisa. Tolerar o estrangeirismo
significa apoiar as barreiras sociais criadas contra o
povo, e torná-lo até mais empobrecido.
Inconscientemente, a população brasileira speak,
parla, habla e até fala português.
português
compreensão
leitora
Os tecnocratas, a serviço das classes dominantes
nativas e do capital financeiro mundial, notadamente a
burguesia monopolista do USA, ornamentam frases
em português com palavras estrangeiras, tudo para
ocultar seus propósitos sob uma falsa erudição.
É aí que se origina uma barreira à compreensão do
que é dito pelas classes oprimidas. Forma-se então
uma espécie de casta com um código “multilingue”
próprio que discrimina como inferior quem dele não
pode e nem cabe fazer uso. É próprio desse “dialeto”
fugir do sistema léxico essencial (a parte principal do
vocabulário) e do sistema gramatical da língua
nacional.
Dialeto burocrático
E esse “dialeto” surge em razão dos interesses
semifeudais, semicoloniais, e burocráticos. Mas ao se
submeter principalmente ao imperialismo ianque
adotou e ampliou uma gíria estrangeira, de
preferência saída do inglês — e que também não se
pode chamar de inglês.
A essência do estrangeirismo reside na adulteração
da linguagem com finalidade escusa e uma
degeneração ainda maior do jargão (jurídico,
filosófico, tecnicista etc.) como fala de minoria. O
jargão “economês”, o “sociologuês” e outras
convenções de comunicação pejadas por tecnicidades
e charlatanismo — é um código que afeta a estrutura
linguística, assimilando constantemente palavras e
expressões da metrópole, igualmente obscuras. A
verdadeira língua nacional torna esse “dialeto”
inaceitável, sendo que jamais poderá se incorporar à
estrutura léxica nacional ou mesmo suplantá-la.
Vocábulos assim podem figurar nos maiores
dicionários da língua portuguesa, porque são
encomendados pelas classes dominantes (ao mesmo
tempo submissas aos interesses estrangeiros), porém
nunca farão parte da nossa língua.
Ruídos na comunicação
O matiz estrangeiro fica comprovado nas mais
diversas relações, tanto na base econômica como na
superestrutura. Nos letreiros que indicam um local de
venda de produtos diversos, usa-se a palavra
portuguesa mercado. Mas para indicar maior
sofisticação, a palavra adequada passa a ser
shopping. No Rio de Janeiro há um bairro inteiro,
Barra da Tijuca — para onde se transferiu uma parte
da burguesia e da camada alta da pequena burguesia
que reside na cidade —, em que tudo é escrito em
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inglês, o “idioma dos gatos”, como dizia a
jornalista Jurema Finamour.
Pejorativamente o povo chama o bairro de
Miami.
Cargos que nas empresas brasileiras eram
conhecidos por diretor executivo, presidente e
gerente, súbito passam a ser chamados de
chairmans e managers. Essa gíria não vem
suprir nenhuma necessidade provocada pela
falta de palavras correspondentes em
português. Surgem de forma espúria,
ilegítima, adulterada e trapaceira.
Quando o proletariado e o campesinato, em
aliança, destruírem as relações semifeudais
no Brasil, e as palavras assumirem o seu
verdadeiro significado, quem se atreverá a
utilizar na presença do povo expressões como
latifúndio improdutivo, sem terra etc.? É
evidente que o sistema de latifúndio é estéril
pela sua própria natureza e agregar-lhe o
nome de improdutivo significa adulterar o seu
conteúdo autêntico, criar mais um empecilho
para extingui-lo na economia de nosso país, a
pretexto de que alguns são produtivos...
Assim acontece com a expressão sem terra.
Os trabalhadores do campo não querem
apenas a terra e essa expressão busca
corromper o caráter de classe e da luta dos
camponeses.
No Brasil, as classes dominantes, que
representam
uma
ínfima
minoria
da
população, além da hierarquia de seus
empregados de luxo, usam um vocabulário
totalmente artificial, que não surgiu de uma
necessidade de emancipação das classes
oprimidas e de independência nacional, e
tenta com isso sobrepor seus interesses
escusos aos dos demais brasileiros. Os
exemplos dessa invasão artificial estão
presentes no nosso dia-a-dia. Qual a real
necessidade de uma loja colocar um cartaz
em sua vitrine com a palavra sale, quando
caberia perfeitamente a palavra venda?
Quando Carlos Pimentel Mendes, profundo
conhecedor do idioma nacional, arrisca a
fazer alguns cálculos relativos à incorporação
de palavras estrangeiras na nossa língua,
deduz com muita lógica: “O idioma português
tem algo como 300 mil palavras. Em apenas
um ano, cerca de 3 mil palavras estrangeiras
português
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leitora
foram incorporadas aos dicionários, portanto
1% do total. Se considerarmos que o 1%
recém-incorporado tem uso pleno, a invasão
estrangeira ganha proporções estatísticas
ainda mais alarmantes. Digamos que 60 mil
palavras sejam efetivamente usadas, então a
proporção dos neologismos é de 5%”, calcula
o jornalista.
o
A
discriminação
que
acompanha
estrangeirismo, em certos momentos, está
bem camuflada, a ponto da população quase
sempre não perceber a sua nocividade. Se os
governos imperialistas nos classificam como
nação inferior, uma das razões (além da
circulação prioritária de todas as suas
corporações e produtos em território
brasileiro, em detrimento da vida material do
nosso povo) reside na imposição das
expressões da literatura e da arte, hábitos,
costumes, sistema jurídico, moral etc. e, em
especial, na valorização excessiva do idioma
estrangeiro.
É aberto um espaço para que esse idioma
cresça e tire nosso próprio espaço. O
mercado mundial encontra-se sempre fechado
à circulação dos produtos da América Latina
— os mais legítimos e de utilidade
comprovada —, seja por imposição de preços
aviltantes, ou simplesmente barrando o seu
ingresso para manter a supremacia das
mercadorias sob domínio dos monopólios. Em
contrapartida, as classes dominantes nativas
e seu governo favorecem a entrada de
festejos como o halloween (dia das bruxas),
música,
literatura,
filmes,
brinquedos,
imprensa da pior qualidade e divulgando as
mensagens
mais
perniciosas,
entretenimentos, vestuário etc. Além disso, há
uma febril produção de literatura e arte
ianques no Brasil.
O desenvolvimento da cultura (do ponto de
vista restrito, interpretada como a vida
espiritual de uma nação) tem por base a vida
econômica da nação. Ambas precisam ter
marcante a expressão nacional, científica e de
massas. Nesse processo, a cultura que serve
a uma nação deve se opor à opressão
nacional, à dominação estrangeira. Deve ser
científica, combater o misticismo e tudo o que
representa de velho e reacionário para o
povo. Necessita ser de massas porque os
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É muito perigoso adotar palavras de uma língua
estrangeira por imposição, desprezar a sonoridade e a
estrutura gramatical que sustentam o manancial
vocabular da língua nacional. Isso resulta em utilizar
um “dialeto”, uma codificação ilegítima, colonial e sem
estrutura linguística verdadeira. É o que se passa com
as classes dominantes, cada vez mais alienadas. A
imensa maioria da população se depara com vários
casos do uso de palavras “inglesas”, na realidade
muitas vezes nem passam de gírias de vida tão
duradoura quanto a circulação de um produto, ou
maneira de usá-lo, lançado no mercado pelas
corporações estrangeiras, que é prontamente
substituído por outro. Não é resultado de qualquer
elaboração mental ou consideração sobre a sua
utilização. Tampouco reflete qualquer abstração
superior, por serem palavras, expressões etc. fora do
contexto nacional.
Como o X de cheese que vira sanduíche (mesmo sem
queijo), ou do funcionário da firma de entregas a
domicílio que não sabe o que é o delivery estampado
na frente da loja. E diz delivérri, tentando imitar a
pronúncia e imaginando ser algum produto novo
vendido pelo patrão. Não conhece o original
estrangeiro e também não sabe para que serve tal
palavra “em português”. Há de se reconhecer a
contribuição das palavras estrangeiras ao nosso
idioma, mas é preciso rechaçar com toda força a
inserção delas, na sua forma de dominação,
inteiramente
dispensável
por
não
haver
correspondência com a vida nacional. Tolices como
linkar em vez de ligar (no sentido de pôr em
comunicação) estão cada vez mais presentes no diaa-dia do brasileiro.
Principalmente nas grandes empresas, termos
completamente desnecessários são utilizados por
seus diretores e executivos. Diretores associados a
empresas estrangeiras e à hierarquia dos empregados
sentem-se felizes ao ver divulgada sua criação de
verbos completamente fúteis. Por exemplo, foram
criados os verbos: estartar — oriundo da palavra
inglesa start; tem por função demonstrar o início de
determinada atividade ou processo: “Vamos estartar a
reunião”. “O processo foi estartado”. Estopar —
também oriundo de outra palavra inglesa: stop; tem
por função demonstrar o encerramento de
determinada atividade ou processo.
O combate ao estrangeirismo
Na França, o governo e autoridades linguísticas estão
envolvidos desde 1973 em uma campanha maciça
para manter a soberania da língua nacional sem a
interferência de outros idiomas. O governo francês
indica palavras, com a publicação de listas nos
jornais, que podem substituir os termos estrangeiros e
foi criada lei que proíbe a utilização de palavras
estrangeiras em documentos oficiais e também a
utilização em emissoras de televisão, rádio, anúncios,
letreiros, transporte coletivo, lugares públicos e
contratos de trabalho.
Em 1999, o senador Ronaldo Cunha Lima subiu à
tribuna para fazer um dos primeiros ataques ao
estrangeirismo na nossa língua. Irônico e sarcástico, o
parlamentar paraibano descreveu uma manhã
hipotética do seu cotidiano, usando quase que
somente palavras estrangeiras. A manhã terminava
com ele abrindo o freezer em busca de uma coke para
combater a sede provocada pelo cooper.
O escritor português José Saramago, ao se recusar a
pronunciar a palavra mouse, prefere usar rato. Mas
por que essa tão inútil tradução? Não bastaria
comando, ou coisa assim? Comentando recentemente
sobre a atração que as palavras estrangeiras exercem
sobre os brasileiros, ele afirmou não entender por que
bradamos tanto contra a colonização se no fundo
gostamos de ser colonizados.
É evidente que o povo trabalhador e todas as demais
pessoas progressistas também não apreciam essa
formulação de Saramago, porque elas não apreciam a
colonização.
No Brasil, qualquer lei que busque proibir o uso de
palavras estrangeiras acaba tendo um teor utópico e
até mesmo demagógico, cuja aplicação tornaria muito
complexa a sua fiscalização. De que adianta
aportuguesar algumas palavras estranhas às nossas
necessidades? E quem fiscalizaria diálogos, nomes de
lojas e de todas as mercadorias sem abolir o sistema
semicolonial, semifeudal e burocrático vigente em
nosso país?
Fonte: jornal on line “A nova democracia- pela imprensa popular e democrÁtica.htm”
português
compreensão
leitora
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Ler o texto “Língua Portuguesa” para responder as questoes em espanhol.
1) Qual o propósito do autor?
2) Qual foi ou foram os motivos do autor para ter escrito o texto?
3) Qual a estrutura do texto? Justifique.
- poderia sintetizar a tese do autor e expor os argumentos que apoiam essa tese?
- Classificá-los
4) Ao que faz referência o autor com a seguinte frase?
... Inconscientemente, a população brasileira speak, parla, habla e até fala português...
5) Explique a frase:
...O disparatado glossário dos jargões — que se faz passar por termos científicos e técnicos,
nos planos político, jurídico, econômico etc. —, não raro veste uma roupagem estrangeira ...
6) Procure no texto palavras com os seguintes verbetes:
__________________: palavra ou expressão estrangeira usada, emprego de palavra, frase ou
construção sintática estrangeira.
______________: linguagem deliberadamente artificializada empregada pelos membros de
um grupo desejosos de não serem entendidos pelos não-iniciados ou, simplesmente, de
diferenciarem-se das demais pessoas.
7) Procurar expressões equivalentes a :
a) impedimento______ b) gíria _______ c) disparates______
8) Escolha a opçao certa nas palavras entre parênteses (12 e 4)
9) Analise o uso do travessao e as aspas nos parágrafos 5 e 6.
10) Relacione o seguinte trecho com o texto “Língua portuguesa”
11) Escolha a alternativa certa para as palavras entre parênteses.
12) Com qual finalidade é usado o discurso direto no seguinte trecho?
...Saramago também alertou: “Nao esqueçamos que (às – as) línguas se cercam umas às
outras, nao esqueçamos que(à – a) língua inglesa as cerca de todas e a todos nos cerca” e que
“hoje, uma língua que nao se defende morre”, (nos – nós- no) que todos os falantes do Português
estarao de acordo. (Más – Mais –Mas) cada um irá defender a “sua” língua (“a língua é de quem
a fala”) à sua maneira , no seu lugar e no seu tempo. E eles sao diferentes em cada país e para
cada povo, em consonância com as necessidades da comunicaçao (é – e) o sentido das
identidades nacionais – (portanto – porque – por isso), e também, constituindo um atributo de
soberania...
...Ainda viria menos mal à língua se ela (é – fosse –seja) apenas um mero instrumento de
comunicaçao...
13) Substituir a palavra em destaque por seu equivalente : ...Ainda viria menos...
a) todavia
português
compreensão
leitora
b) ademais
c) além
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4
Conjunções
Conjunções: palavras invariáveis que servem para relacionar duas orações
uo dois termos semelhantes da mesma oração.
Coordenativa
Relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical.
Subordinativas
Ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra.
As coordenativas deividem-se em:
1 - Aditivas
Aditivas: servem para ligar simplesmente dois termos ou duas orações de indêntica
função.
•
Ex: e, nem (= e não).
2 - Adversativas
Adversativas: ligam dois termos ou duas orações de indêntica função, acrescentandolhes, porém, uma ideia de contraste.
•
Ex
Ex: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.
3 - Alternativas
Alternativas:: ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao
cumprir-se um fato, o outro não se cumpre.
•
Ex: ou (repetida ou não), e quando repetidas, ora, quer
quer,, seja, nem
nem.
4 - Conclusivas: servem para ligas à anterior uma oração que exprime conclusão,
conseqüência.
•
Ex: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim
assim.
5 - Explicativas: ligam duas orações, a segunda das quais justifica a idéia contida na
primeira.
•
português
compreensão
leitora
Ex: que, porque, pois, porquanto.
Conjunções
5
liccom/udelar
As subordinativas deividem-se em
Ex
Ex:: porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma
vez que, visto quie, visto como, que.
Causais: iniciam uma oração denotadora de causa..
1- Causais
•
2- Concessivas: : iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário
à ação principal, mas incapaz de impedi-la.
•
Ex: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem
que, por mais que, por menos que, a pesar de que, nem que.
3- Condicionais: : iniciam uma oração subordinada em que se indica hipótese ou uma
condição necessária para que seja ralizado ou não o fato proncipal.
•
Ex: se, caso, contanto que, salvo que, sem que (=se não), desde que, a menos
que , a não ser que.
4- Conformativas: : iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade
de um pensamento com o da oração principal.
•
Ex: Conforme, segundo, como (=conforme), consoante.
5- FFinais:
inais: iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração.
•
Ex: para que, a fim de que, porque (=para que)
6- Proporcicionais: iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato
realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.
•
Ex: à medida que, ao passo que, enquanto, quanto mais...mais, quanto mais...tanto
mais.
7- TTemporais:
emporais: iniciam uma oração subordinada indicadora de ciscunstâcia de tempo.
•
Ex: quando, antes que, depois que, até que, sempre que, assim que, logo que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal.
8- Comparativas: iniciam uma oração que encerra o segundo memebro de uma
comparação, de um confronto.
•
Ex: que, do que (depois de mais, menos, maior
maior,, menor
menor,, melhor e pior), qual
(depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como.
9- Consecutivas: iniciam uma oração na qual se indica conseqüência de que foi declarado
na anterior.
•
português
compreensão
leitora
Ex: de foma que, de maneira que, de modo que.
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Os operadores argumentativos:
6
Há dois tipos de operadores: os lógico-semânticos e os argumentativos,
·
os lógico-semânticos:
Os de tipo lógico são aqueles necessários e suficientes. Por exemplo, ‘a água
ferveu porque estava quente’ é uma relação entre fato e verdade, simplesmente
interligando conteúdo de duas proposições.
Tais operadores estabelecem relações lógicas de conjunção, disjunção,
equivalência, implicação, bicondicionalidade.
Entre estas, incluem-se relações de causalidade, alternância, temporalidade,
contrariedade, condicionalidade, sobressaindo o caráter da objetividade.
Se, caso, a não ser que, desde que, a menos que, exceto se, salvo se:
estabelecem relações de condicionalidade.
Quando, nem bem, logo que, assim que, antes que, despois que,
enquanto, à medida que: estabelecem relações de temporalidade.
“Quando, nem bem, logo que, assim que”: Simultaneidade
“antes que, despois que”: Anterioridade/Posterioridade
“enquanto, à medida que”: Continuidade
Para que, a fim de que: estabelecem relações lógicas de finalidade.
Ou, ora....ora : estabelecem relações lógicas de disjunção.
português
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leitora
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• operadores argumentativos:
Para além de relacionar o conteúdo de duas proposições, introduzem comprovações,
argumentos que evidenciam as intenções dos enunciados de convencer e/ou persuadir;
estabelecem relações também denominadas pragmáticas, retóricas ou ideológicas,
discursivas ou argumentativas.
Encadeiam enunciados sucessivamente, cada um dos quais resultante de um ato de
linguagem particular, sendo o segundo encadeado sobre o primeiro, este tomado
como tema. Assim, também podem ser denominados operadores ou encadeadores de
discurso.
E, também, nem, tanto... como, não só... mas também, além de, além disso,
ainda :
operadores que estabelecem relação de conjunção, ligam e adicionam enunciados,
“p” e “q”, que argumentam para uma mesma conclusão “r”. Alguns destes ligam
argumentos de mesma força argumentantiva, outros têm a função de acentuar o
argumento de maior relevância.
Mesmo, até mesmo, até, inclusive
inclusive:: estabelecem hierarquia dos elementos numa
escala e assinalam o argumento mais forte.
Mas (porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto,), embora (ainda que,
apesar
de (que), por mais que, mesmo que)
que):: assinalam oposição entre elementos
semânticos.
Isto é, quer dizer
dizer,, ou seja, em outras palavras, ou melhor
melhor,, de fato, pelo/ao
contrário, ao invés de, ou
:
ou: estabelecem relações de correção ou redefinição e
colaboram para o ajustamento da precisão de sentido, enfatizando um argumento mais
forte, mais claro, orientando para uma determinada conclusão. Semanticamente, reforçase o enunciado anterior.
Portanto, então, logo, por conseguinte, pois, em decorrência, conseqüentemente,
enfim, assim, afinal
afinal:: operadores que estabelecem relações de conclusão, encaminhando
o leitor e buscando a adesão deste para uma dada conclusão r, sendo, assim, responsáveis
também pela progressão textual.
Ou, ou então, quer
...quer
quer...quer
...quer,, seja... seja, seja... ou
ou: estabelecem relação de disjunção
argumentativa. Constituem dois enunciados distintos, com orientações discursivas diferentes,
em que um tem por função provocar o interlocutor de forma a levá-lo a modificar sua
opinião, ou, no mínimo, aceitar a opinião expressa pelo outro enunciado.
português
compreensão
leitora
liccom/udelar
8
Mais... (do) que, menos... (do) que, (tanto, tão, tal, assim)... como, (tanto,
tão)...
quanto, de longe
longe:: operadores que estabelecem relação de comparação, apontando
inferioridade, superioridade ou igualdade. Têm caráter argumentativo por serem aplicados
quando se tem em vista uma dada conclusão; os enunciados tendem a favorecer ou
desfavorecer algo ou alguém.
Porque, que, já que, pois
pois:: estabelecem relações de explicação ou justificativa.
“Porque” é utilizado para introduzir argumento desconhecido.
“Já que” parece encabeçar argumentos caracterizados como conhecidos e de caráter
consensual.
“Pois”, por sua vez, apresenta um argumento tido, pelo locutor, como obviamente
conhecido.
Um pouco, pouco, quase, apenas, só, somente
somente:
“Pouco” limita, restringe, assim como as diferentes formas de negação.
“Um pouco” aponta para uma direção positiva, no sentido da afirmação.
“Apenas”, “só” e “somente” argumentam com caráter de restrição, de exclusão e
valorizam o argumento apresentado.
“Quase” restringe, e direciona para a negação.
Ele trabalhou um pouco
pouco. Ele vai conseguir.
(DUCROT, 1989, apud GUIMARÃES, 2002 b, p. 55)
Ele trabalhou pouco
pouco. Ele não vai conseguir.
(DUCROT, 1989, apud GUIMARÃES, 2002 b, p. 55)
“A ligação é grátis. O cartão é grátis. O dicionário é grátis. O primeiro mês de
assinatura é quase
quase.”
(ALMEIDA, 2001, p. 108)
A assinatura no primeiro mês NÃO é gratuita.
Por exemplo
exemplo: Por meio dessa expressão, tecem-se especificações, particularizações,
esclarecimentos e/ou exemplificações, que tendem a servir de suporte à argumentação.
Tão/tanto (a)... que
que:: estabelecem relação de comprovação a respeito da primeira
asserção apresentada, via mecanismo discursivo de causa/conseqüência, em cuja
construção frasal o advérbio confere intensidade ao enunciado
Quanto mais/mais, quanto mais/maior
mais/maior: dão a idéia de proporção, em que os
argumentos são equivalentes, tendo sua veracidade fundamentada na superioridade do
outro.
Ao menos, pelo menos, no mínimo
mínimo: estabelecem hierarquia dos elementos numa
escala e assinalam o argumento mais fraco. Marcam uma condição favorável a uma
conclusão r mínima, marcando um elemento que, numa escala argumentativa, encontrarse-ia na zona inferior.
Fonte: Mirella de Oliveira Freitas, “Técnicas e operadores argumentativos em redações de
universitários”. Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia, MG, Brasil.
português
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Diminutivos
Aumentativos
Diminutivos
Aumentativos
inho / inha
ão / ona
Exemplos: Esse cachorrinho é seu?
Essa lanchonete vende um pastelão de
frango e catupiry bem grandão.
Vamos tomar uma cervejinha?
Carla esta é minha amigona Cássia!
·
Usos
Usos:-para destacar objetos grandes ou pequenos
-com intenção carinhosa
-com intenção pejorativa
-uso comum da língua.
Formação do diminutivo
Acrescenta-se zinho / a nos seguites casos:
-palavras terminadas em:
sílaba tônica mulher / mulherzinha
duas vogais chapéu / chapeuzinho
som nasal coração / coraçãozinho
-palavras monossilábicas: mão / mãozinha
português
compreensão
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