Untitled - monmarocguide

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Jnane Tamsna
pós ter criado a Dar Tamsna, em 1989 – uma casa
procurada por ilustres conhecidos como Brad Pitt,
Donna Karan, David Bowie e Iman ou Giorgio
Armani – e, em 1999, o Ryad Tamsna – um restaurante, casa de chá, loja e galeria de arte no meio
da medina de Marrakech –, a senegalesa Meryanne
Loum-Martin, internacionalmente reconhecida
pelas suas eclécticas misturas de estilos com um
toque africano, estava determinada a criar, na Palmeraie de Marrakech, um novo projecto. Assim
surgiu Jnane Tamsna, concluído em finais de 2002
e integrado entre um sem fim de palmeiras, oliveiras e vinhas, uma propriedade com 6 hectares,
verdadeiro oásis no meio do cenário árido, seco
e bíblico da Palmeraie que rodeia a propriedade. Com a ajuda do seu marido Gary Martin,
norte-americano etno-botânico, Meryanne desenhou uma hacienda de estilo mourisco, criando
a Jnane Tamsna, uma propriedade composta por três casas (Jnane, Ylane e Moussafir). À primeira vista, pensar na fusão de estilo mexicano com marroquino pode parecer inesperado, mas
basta chegar à entrada da casa principal, com a sua galeria de arcadas amarelas, para se dissipar
qualquer ideia pré-concebida e render-se imediatamente ao charme do lugar, após atravessar-se
o imenso portão verde que se abre para um dédalo de sentidos, onde a vegetação esconde os
edifícios, por entre um sem fim de palmeiras, outras árvores e plantas aromáticas.
marrakech, marrocos
Jnane Tamsna integra na sua decoração antiguidades, arcas e móveis sírios com incrustrações
de madre-pérola, tapetes berberes, tecidos de fabrico senegalês e marroquino, antigas portas e
moucharabiehs de madeira trabalhada, assim como o uso de técnicas locais como o tadelakt, além
das originais criações de Meryanne. A artista faz peças em madeira, bronze e ferro, numa mistura de influências das várias “Áfricas”. Meryanne Loum-Martin tem, sem a menor das dúvidas, o dom de criar coisas e ambientes diferentes com um estilo muito próprio, a que alguém já
chamou de “Loum-Martin chic”. Sem dúvida que Meryanne é uma mulher do mundo. Como
ela própria diz: “a minha identidade é múltipla”. Seu pai é senegalês, a mãe de Guadalupe,
ela cresceu no Senegal e viveu em França, Inglaterra, Gana, União Soviética e Brasil. E não
deixa de viajar nunca (nesta nossa estadia Meryanne estava no Egipto). É fácil perceber porque
escolheu Marrakech para viver, esta cidade de ares exóticos, com gente de todos os cantos do
mundo e, em si mesma, cheia de influências: árabe, berbere, africana, mourisca, francesa...
As casas da Jnane Tamsna, seguindo o rigor da tradicional arquitectura da medina, apresentam
um puzzle de pátios flanqueados por um labirinto de arcos construídos entre palmeiras, glicínias
e jasmins. A sensação de serenidade envolve-nos no primeiro instante.
A casa principal, Jnane, que significa jardim grande em árabe, é de um tom amarelo
forte que nos enche de luz – com os raios do sol – e de imensa energia. Uma enorme
porta de madeira maciça abre-se para um espaço onde se vê apenas uma sucessão de
arcos, que levam a algum lado, numa mistura de sala de orações de uma mesquita com
um pequeno labirinto num jogo de arcos. A sedução pelo lugar começa logo ali. Uma
harmonia no espaço, na cor, a calma quase monacal.
O primeiro pátio dá acesso ao espaçoso living, à sala de jantar, e a outros tantos recantos, tudo
com uma decoração de extremo bom gosto. É comum os hóspedes reunirem-se todas as noites,
antes do jantar, no salão principal – repleto de confortáveis cadeiras, sofás, chaisse longues e uma
imensa alcova enquadrada por moucharabiehs. No Inverno, o fogo arde suavemente, e a música está
sempre presente, tornando a atmosfera ainda mais acolhedora (ouve-se muito música brasileira,
especialmente bossa nova. Meryanne viveu na Bahia, fala bem português e adora cachaça).
Os quartos, todos eles de decoração diferente, têm cores variadas, que vão do verde celadon
ao azul, passando por um amarelo tília e beje rosado. No mobiliário, uma mistura de móveis
desenhados por ela
(como camas em ferro
forjado), mesas, cadeiras em madeira com
incrustrações de madre
pérola, sofás anos 40,
aguarelas, para além de
óleos e fotografias de
temas orientalistas que
adornam as paredes.
Os quartos Touareg e
o Blue Animal, ambos
no piso térreo, são
espaçosos e dão para
um pequeno pátio
onde estão plantadas
oliveiras e canteiros com flores. Têm
acesso para a varanda,
que dá para o jardim e
para a piscina (todas as
três casas têm piscina).
O Blue Animal é uma
mistura de deserto com
savana, na decoração,
nos objectos, nas pinturas. Uma autêntica
viagem por África. Os
Beige e Green estão
também situados no
piso térreo, e dão para
um pátio com acesso a
uma varanda privada
na ala norte da casa. O Green apresenta uma colecção de fotos a sépia do Médio Oriente:
pessoas em trajes tradicionais, ruínas de edifícios de passado glorioso. A mesa síria, feita de
madeira e madre pérola incrustrada, dá-lhe um toque de opulência e exotismo. O White e
o Taupe são os quartos mais pequenos da casa.
A varanda virada a sul – uma espécie de sala ao ar livre –, expressa a aproximação minimalista
de Jnane ao esplendor do Oriente.
Grandes arcos, mobiliário essencial, espaço e luz, criando uma
moderna passagem mourisca
para o jardim de “ornamentação
vegetal” e para a piscina, onde
palmeiras, oliveiras, limoeiros,
laranjeiras e uma colecção única
de plantas aromáticas, dão o
tom de cenário rural.
No andar de cima, o Edward e
o Indian são os mais espaçosos,
com janelas para ambos os lados
e com acesso directo ao amplo
terraço, local ideal para uma apetecível bebida de fim de tarde, e
onde ,na maior parte das vezes, é
servido o jantar à luz de velas.
Também neste andar ficam o
Wedgwood e o Celadon, mais
pequenos, e sem varanda nem
lareiras como os outros.
Em todo o lado, além do toque
de Midas na decoração de
Meryanne, sente-se também a
mão do seu marido Gary. Jnane
Tamsna é um labirinto olfactivo.
Além das palmeiras, oliveiras, e flores vamos viajando através de um sem fim de cheiros
inebriantes: jasmim, lavanda, rosmaninho... A sua obra-prima é o pátio central, uma elegia
à fragrância das flores brancas. À noite, um misterioso e inesquecível aroma eleva-se no ar,
como mel, chocolate e papoila, tudo misturado numa mesma essência.
Na Dar Moussafir (casa do viajante), as cinco suites apresentam um tema e uma inspiração, numa mistura que integra estilos islâmicos diferentes, desde a África Ocidental
ao norte da Índia. African, Casablanca, Calligraphy, Persian e Indian são os seus nomes,
só por si uma viagem à nossa imaginação. Todas são espaçosas, com lareira no quarto,
possuem televisão, açoteia e varandas, tanto para o lado norte como para o sul, dando
para o jardim que tem uma ampla sala ao ar livre e uma piscina.
O African é uma mistura de inspiração Mali, Senegalesa e Tuaregue – talvez na cor
da areia da savana Sahel. Tradicionais forquilhas em madeira, desenhos de animais da
savana e tapetes de lã senegaleses feitos à mão recriam um ambiente africano, realçado
pela sombra de uma lareira em barro, típica da arquitectura Tumbuktu.
O Calligraphy, por seu lado, tem desenhado, ao longo das paredes do quarto, palavras em
caligrafia árabe e lareira na casa de banho ricamente decorada. O Indian está repleto com
retratos antigos de marajás e maharanis. Ainda, a Dar Ylane, a última das casas, com dois
quartos, está construída num estilo mais marroquino-zen.
O piso térreo desta tem duas imensas sala de estar, uma casa de jantar, e um grande terraço ao
nível da piscina serve também para eventos e festas. Foi ali que Meryanne abriu a sua nova
Galeria de Arte e loja – após ter deixado o Ryad Tamsna na Medina. Como que fazendo
parte do estilo Meryanne, por todo o lado se vêem quadros do pintor belga Philippe Deltour. Quem conhece o Ryad Tamsna não esquece a belíssima e imensa tela que se encontra
pendurada nas paredes do pátio ou, quem esteve na Dar Tamsna, recorda certamente o
quadro que fazia uma das paredes da casa de jantar. A loja é especializada em produtos que
não podem ser encontrados em nenhum outro lugar: exclusivos artigos de Meryanne para
decoração e acessórios de moda, joalharia e acessórios de outros designers, assim como
produtos para o corpo com cheiros inebriantes e de lugares longínquos, como o Líbano.
Espalhados pela propriedade, pomares e jardins-horta fornecem produtos frescos para a cozinha
mediterrânico-marroquina da Jnane, baseada em sabores exóticos. O pequeno-almoço inclui
uma variedade de pães e crepes marroquinos com compotas caseiras (experimente a de figo e
limão) e sumos naturais, como o de goiaba. Almoço e jantar começam com algumas experiências aromáticas, como gaspacho de pepino picante ou um creme de courgetes com gengibre e
amêndoas lascadas, divinas tartes de beringela e tomate. Os pratos principais mesclam receitas
tradicionais marroquinas com inspiração mediterrânica, com destaque para a tagine de cordeiro
com maçãs e ameixas, bolas de kefta no mais puro estilo libanês, ou tagine de frango com mel
e gengibre ralado. À sobremesa, a tendência vai sobretudo para delícias baseadas em produtos
naturais – como tartes de frutas, ou laranjas aspergidas com pó de canela e água de flor-delaranjeira – em vez dos tradicionais bolos açucarados. O jantar é muitas vezes servido lá fora,
em mesas cobertas por toalhas de linho branco e iluminado por lanternas e tochas. Não é
por acaso que a famosa americana Peggy Markel, empresária, gastrónoma, viajante, e que
organiza tours gastronómicos, escolheu Jnane Tamsna para as suas viagens a Marrocos no
programa a que chama “A Feast for the Senses”. Peggy e seus entusiastas seguidores, ligando
gastronomia, life style e cultura, fazem poiso por ali e, para além de conhecerem Marrakech
através dos sentidos, aproveitam para ter aulas de culinária tradicional marroquina com a chef
do Jnane, numa autêntica viagem sensorial. Markel prefere cozinheiros locais que possam
ensinar técnicas que passam de geração em geração, a internacionais chefs experientes. Os
seus programas são verdadeiras aventuras de imersão na alma da culinária regional, por
forma a que todos conheçam as suas origens e truques, desde os campos até à mesa.
Jnane é um lugar mágico, tranquilo e inebriante... como os cheiros de Marrakech.
Douar Abiad, Palmeraie de Marrakeck, Marrocos · Tel. 21. 390 71 70 · www.jnanetamsna.com · Jnane Tamsna fica a
cerca de 15 minutos do centro da cidade

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