anti-retrovirais
Transcrição
anti-retrovirais
Sigla Posologia para adultos e adolescentes Como tomar e armazenar Efeitos colaterais Notas 1 comprimido de 150mg a cada 12 horas ou 2 comprimidos de 150mg uma vez ao dia Sem restrições alimentares Náuseas, vômitos, fadiga e dor de cabeça Abacavir (comprimido de 300mg) ABC 1 comprimido de 300mg a cada 12 horas Sem restrições alimentares Reações de hipersensibilidade em 5% dos pacientes Zidovudina (cápsula de 100mg) AZT 2 comprimidos de 100mg a cada 8 horas ou 3 comprimidos de 100mg a cada 12 horas Sem restrições alimentares Anemia, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e toxicidade da medula óssea Não combinar com d4T Biovir (combina num comprimido 300mg de AZT + 150mg de 3TC) AZT + 3TC 1 comprimido a cada 12 horas Sem restrições alimentares Veja AZT e 3TC Combinação de AZT e 3TC numa pílula tomada duas vezes ao dia Estavudina (cápsula de 30mg ou 40mg) d4T Pessoas com 60kg ou mais de peso: 1 cápsula de 40mg a cada 12 horas Pessoas com menos de 60kg: 1 cápsula de 30mg a cada 12horas Sem restrições alimentares Neuropatia periférica, dor de cabeça, calafrios, febre, diarréia e náuseas Não combinar com AZT Zalcitabina (comprimido de 0.75mg) ddC 1 comprimido de 0.75mg a cada 8 horas Sem restrições alimentares Neuropatia periférica, erupções cutâneas, úlceras na boca, dor de garganta e tosse persistente Não combinar com ddI ddI Didanosina (Videx) Comprimido tamponado de 25mg ou de 100mg (Videx-EC) Comprimido revestido para liberação entérica de 250mg ou de 400mg (não disponibilizado pelo SUS) - ddI comprimidos tamponados: Pessoas com 60kg ou mais de peso: 2 compridos tamponados de 100mg a cada 12 horas Pessoas com menos de 60kg: ajustar a dose para 125mg a cada 12horas ou para 250mg a 300mg uma vez ao dia Videx: mastigar ou dissolver em água Videx-EC: tomar sem mastigar Em ambos os casos, tomar em jejum; com uma hora de intervalo do indinavir ou duas horas de intervalo do ritonavir Diarréia, pancreatite, dor abdominal, neuropatia periférica, náuseas e vômitos Não combinar com ddC Tenofovir (comprimido de 300mg, não disponibilizado pelo SUS) 1 comprimido de 300mg uma vez ao dia Tomar com alimentos Tomar duas horas antes ou uma hora depois de ter tomado ddI Náuseas, vômitos e perda do apetite (de grau leve) Trizivir (combina num comprimido 150mg de 3TC + 300mg de AZT + 300mg de abacavir) Não disponibilizado pelo SUS 1 comprido a cada 12 horas Sem restrições alimentares Veja AZT, 3TC e abacavir Combinação de AZT, 3TC e abacavir numa pílula tomada duas vezes ao dia Como tomar os - ddI (Videx-EC) Pessoas com 60kg ou mais de peso: 1 comprimido de 400mg uma vez ao dia Pessoas com menos de 60kg: ajustar a dose para 250mg uma vez ao dia ou 125mg a cada 12 horas Pode diminuir a resistência ao AZT InfoRed SIDA Nuevo México 3TC + Lamivudina (comprimido de 150mg) anti-retrovirais disponíveis Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos e Nucleotídeos (INTRs) (nome genérico e apresentação para adultos e adolescentes) Folhas Informativas Classe Anti-retroviral Série C 1 Inibidor de Fusão (IF) Inibidores da Protease (IPs) Inibidores da Transcriptase Reversa Não-análogos de Nucleosídeos (INNTRs) 1 comprimido de 200mg uma vez ao dia durante 14 dias, e na ausência exantema começar com dose plena de 2 comprimidos de 200mg a cada 12horas 8 cápsulas de 150mg a cada 12 horas Associado com o ritonavir, as doses são: 4 cápsulas de amprenavir de 150mg + 1 cápsula de 100mg de ritonavir a cada 12 horas 2 cápsulas de 400mg a cada 8 horas Associado com o ritonavir, as doses são: 2 cápsulas de indinavir de 400mg a cada 12 horas + ritonavir de 100mg 1 ou 2 cápsulas a cada 12 horas NVP APV IDV Nevirapina (comprimido de 200mg) Amprenavir (cápsula de 150mg) Indinavir (cápsula de 400mg) 1 injeção subcutânea de 90mg duas vezes ao dia A dose é de 400mg ao dia Atazanavir (cápsulas de 100mg, 150mg e 200mg, não disponíbilizadas pelo SUS Enfuvirtide (Fuzeo, T-20) (injeção subcutânea, não disponiblizada pelo SUS) Associado com ritonavir: 2 cápsulas (moles ou duras) de saquinavir de 200mg a cada 12 horas + 4 cápsulas de ritonavir de 100mg a cada 12 horas; ou 5 cápsulas (moles ou duras) de saquinavir de 200mg a cada 12 horas + 1 cápsula de ritonavir de 100mg a cada 12 horas Associado com saquinavir: 4 cápsulas de ritonavir de 100mg a cada 12 horas + 2 cápsulas de saquinavir de 200mg a cada 12 horas; ou 1 cápsula de ritonavir de 100mg a cada 12 horas + 5 cápsulas de saquinavir de 200mg a cada 12 horas Associado com indinavir: 1 ou 2 cápsulas de ritonavir de 100mg a cada 12 horas + 2 cápsulas de indinavir de 400mg a cada 12 horas Associado com amprenavir: 1 cápsula de ritonavir de 100mg a cada 12 horas + 4 cápsulas de amprenavir de 150mg a cada 12 horas RTV Ritonavir (cápsula de 100mg) Saquinavir - Invirase (cápsula mole de 200mg) - Fortovase (cápsula dura de 200mg, não disponibilizada pelo SUS) 3 cápsulas de 250mg a cada 8 horas ou 5 cápsulas de 250mg a cada 12 horas NFV Nelfinavir (comprimido de 250mg) 3 cápsulas de LPVr a cada 12 horas Associado com efavirenz ou nevirapina, ajustar a dose para: 4 cápsulas de LPVr a cada 12 horas 3 cápsulas de 200mg uma vez ao dia ou 1 cápsula de 600mg uma vez ao dia AFV Efavirenz (cápsulas de 200mg e 600mg) LPVr Lopinavir (Kaletra) (cápsula que combina 133,3mg de lopinavir + 33,3mg de ritonavir) 4 comprimidos de 100mg a cada 8 horas Posologia para adultos e adolescentes DLV Sigla Delavirdina (comprimido de 100mg) (nome genérico e apresentação para adultos e adolescentes) Classe Anti-retroviral Injeção subcutânea (pedir esclarecimento ao médico sobre como e onde aplicar a injeção) Tomar com alimentos Tomar durante as duas horas que se seguem a uma refeição completa ou a um lanche reforçado Guardar em geladeira Tomar durante as refeições Guardar na geladeira Tomar com duas horas de diferença da ingestão do ddI Tomar com alimentos ou com lanche Tomar com alimentos Manter à temperatura ambiente ou na geladeira, se fizer calor Tomar com bastante água, em jejum, ou com alimento com baixo teor de gordura Guardar em lugar ventilado e seco Tomar com ou sem alimentos Evitar alimentos gordurosos Tomar com uma hora de diferença dos antiácidos Sem restrições alimentares Sem restrições alimentares, mas evitar comidas muito gordurosas Tomar antes de dormir Sem restrições alimentares As pílulas de 100mg podem ser dissolvidas em água Tomar com uma hora de diferença do ddI e de antiácidos Como tomar e armazenar Reações no local da injeção (dor e inflamação que podem durar até uma semana) Outras reações: dor de cabeça, dor e adormecimento das pernas, insônia, tontura Coloração amarela da pele por aumento da bilirrubina Náuseas leves, diarréia e problemas abdominais Náuseas, vômitos, diarréia, adormecimento e formigamento ao redor da boca Diarréia, náuseas, gases, dor abdominal e debilidade Diarréia, fadiga, dor de cabeça e náuseas Dor de cabeça, náuseas, dor abdominal e pedras (cálculos) nos rins Náuseas, diarréia, vômitos, erupções cutâneas, adormecimento ao redor da boca e dor abdominal Erupções cutâneas, febre, dor de cabeça e náuseas Sonhos vívidos, ansiedade, erupções cutâneas, náuseas, tontura, diarréia, dor de cabeça e insônia Erupções cutâneas, náuseas, diarréia, vômitos, fadiga e dor de cabeça Efeitos colaterais Enfuvirte (T-20) é uma nova classe de medicamento que impede a fusão do HIV com a célula. Os inibidores da protease e os INNTRs são metabolizados no fígado como muitos outros remédios As interações entre os medicamentos podem causar aumento ou diminuição nos níveis sangüíneos dos remédios que você esteja tomando. Isso pode significar concentrações baixas e não efetivas ou superdosagem que podem ser mortais Comunique a seu médico sobre todos os medicamentos que você esteja tomando, além dos anti-retrovirais Notas Folhas Informativas Série C Os números de comprimidos aqui listados referem-se às recomendações mais usuais prescritas para adultos. No entanto, atualmente, os médicos estão combinando os anti-retrovirais de novas maneiras. Nessas novas combinações, as doses de cada anti-retroviral podem ser diferentes do que já foi preconizado, ou seja, podem ser maiores ou menores em relação às doses já estabelecidas na prática médica e clínica. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 1 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Nomes e fabricantes de medicamentos contra o HIV 2 Série C Nenhum dos remédios abaixo mencionados pode matar o HIV, apenas a combinação das várias classes desses medicamentos é que pode diminuir a multiplicação (replicação) do vírus de uma forma específica. · Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos e nucleotídeos(INTRs): foram os primeiros medicamentos antiHIV a surgirem. Bloqueiam a transcrição reversa (a criação do ADN viral a partir do ARN) ao produzirem elos que interrompem esse processo. A maioria é de análogos de nucleosídeos, exceto o tenofovir, que é análogo de nucleotídeos. Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por 1987 Zidovudina Retrovir AZT, ZDV GlaxoSmithKline 1991 Didanosina Videx ddI Bristol-Myers Squibb 1992 Zalcitabina Hivid ddC, dideoxicitidina Roche 1994 Estavudina Zerit d4T Bristol-Myers Squibb 1995 Lamivudina Epivir 3TC GlaxoSmithKline 1997 Zidovudina/ Combivir Combina AZT + 3TC GlaxoSmithKline Lamivudina 1998 Abacavir Ziagen 1592U89, ABC GlaxoSmithKline 2000 Zidovudina/ Trizivir Combina AZT + 3TC GlaxoSmithKline Lamivudina/Abacavir 2001 Tenofovir + abacavir Viread Bis-poc PMPA Gilead Sciences Outros nucleosídeos que estão sendo estudados em humanos: Coviracil (FTC, emtricitabina) e DAPD (amdoxovir), da Triangle Pharmaceuticals, e o MIV-130, de Medivir. · Inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (INNTRs): esses também interrompem a transcrição reversa ao se unirem à enzima transcriptase, impossibilitando a sua atividade. Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por 1996 Nevirapina Viramune NVP, BI-RG-587 Boehringer Ingelheim 1997 Delavirdina Rescriptor DLV Agouron Pharmaceuticals 1998 Efavirenz Sustiva DMP-266 Bristol-Myers Squibb Outros INNTRs que estão sendo estudados em humanos: +/-Calanolida A, da Sarawak MediChem Pharmaceuticals; Capravirina (AG1549), da Agouron Pharmaceuticals; DPC083, da Bristol-Myers Squibb; MIV-150, da Medivir; TMC 120 e TMC 125, da Tibotec-Virco. Folhas Informativas 2 Série C · Inibidores da protease (IPs): bloqueiam a ação da protease, enzima que corta os elos de proteínas do HIV em pedaços específicos de proteínas necessários para se fazer uma nova cópia do vírus. Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por 1995 Saquinavir Invirase SQV Roche 1996 Ritonavir Norvir RTV Abbott 1996 Indinavir Crixivan IDV Merck 1997 Nelfinavir Viracept NFV Agouron Pharmaceuticals 1997 Saquinavir Fortovase SQV Roche 1999 Amprenavir Agenerase APV, 141W94 GlaxoSmithKline 2000 Lopinavir Kaletra ABT-378/r Abbott 2003 Atazanavir Reyataz BMS-232632 Bristol-Myers Squibb Outros IPs que estão sendo estudados em humanos: GW433908, da GlaxoSmithKline; L-756,423, da Merck; Mozenavir (DMP-450), da Triangle Pharmaceuticals; Tipranavir, da Boehringer Ingelheim; e TMC114, da Tibotec Virco. ·Inibidores da fusão (IFs): impedem que o HIV se junte à célula. Ano de aprovação Nome genérico 2003 Enfuvirtide (T-20) Outros IFs que estão sendo estudados em humanos: FP21399, da Fuji Pharmaceuticals; PRO 452, da Progenics Pharmaceuticals, Inc. (em fase I/II de estudo); SCH-C, da Schering; T-1249, da Trimeris e Roche (em fase I de estudo); e TNX-355, da Tanox. ·Inibidores da integrase: bloqueiam a ação da integrase, enzima que insere o ADN do vírus dentro da cadeia de ADN da célula infectada. Ainda não foi aprovado nenhum inibidor da integrase. O S-1360, da Shionogi e GlaxoSmithKline, está atualmente em fase II de estudo. · Medicamentos anti-sentido: são como imagens em espelho de partes do código genético do HIV. Esses remédios se unem ao vírus para impedir o seu funcionamento. Um medicamento antisentido é o HGTV43, da Enzo Therapeutics, que está em fase II de estudo. · Estimuladores do sistema imune: esses medicamentos utilizam as mensagens químicas do corpo para estimular a resposta imune. Interleucina-2 (IL-2, Aldesleukin, Proleukin, da Chiron Corporation) encontra-se em fase III de estudo. Multikina, da Cel-Sci Corporation, encontra-se em fase I de estudo e Reticulosa, da Advanced Viral Research Corporation, está em fase III de estudo. O HRG214, da Virionyx, encontra-se em fase I de estudo, e o Resveratrol, que é um químico vegetal, também está em fase I de estudo. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + Terapia anti-retroviral O que é terapia anti-retroviral? Terapia anti-retroviral quer dizer tratar infecções virais como, por exemplo, o HIV, com medicamentos. Os remédios inibem a reprodução do vírus, o que permite retardar a progressão da doença causada pelo HIV. Como o HIV é um retrovírus, esses medicamentos, às vezes, são chamados de anti-retrovirais. A imagem de um trem tem sido usada pelos médicos para explicar a seus pacientes a importância da terapia antiretroviral e dos exames de CD4+ e de carga viral (ver Folhas Informativas C5 e C6). Imagine que exista um abismo no trajeto de um trem. Esse abismo é a AIDS. A distância para o trem chegar até o abismo é medida pelo CD4+. A velocidade com que a locomotiva caminha em direção ao abismo é a carga viral. O esperado da terapia anti-retroviral é que diminua a velocidade do trem (carga viral) e aumente a distância até o abismo (contagem de CD4+). Importante O fator adesão não é o único responsável pelo sucesso da terapia anti-retroviral e pela melhoria da qualidade de vida das pessoas HIV positivas. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais. O desejo de viver, sonhar, aceitar a soropositividade, reduzir ou eliminar os medos, a culpa, a vergonha, o preconceito, a raiva, a depressão, o isolamento e o estresse ajudam a viver mais e melhor. O suporte da família, dos amigos, dos grupos de apoio, das organizações não-governamentais e dos profissionais de saúde capacitados e experientes também pode ajudar você a conviver com a soropositividade.. 3 InfoRed SIDA Nuevo México Série C Qual é o ciclo de reprodução do HIV? Há vários passos no ciclo de reprodução do HIV (Veja ilustração na Folha Informativa C4): 1. O HIV entra e circula no sangue. 2. Depois, o vírus se une a uma célula. 3. Em seguida, abre o seu conteúdo genético dentro da célula (infectando-a). 4. O código genético (ARN) do HIV muda para ADN pela ação de uma enzima chamada transcriptase reversa. 5. O ADN do vírus se insere no ADN da célula infectada pela ação de uma enzima chamada integrase. 6. Quando a célula infectada se multiplica, ativa o ADN do HIV que produz partículas (matéria-prima) para formar um novo vírus. 7. As partículas virais se juntam para formar um novo vírus e saem da célula infectada. 8. Os vírus imaturos (ainda não formados completamente) empurram a membrana da célula para fora. Essa etapa é o brotar. 9. Os vírus imaturos saem da célula infectada. 10. Os novos vírus maturam: uma enzima chamada protease junta todas as partículas e forma um vírus completo. Como agem os medicamentos anti-retrovirais? Cada tipo ou classe de medicamento contra o HIV ataca-o de diversas formas. A primeira classe de medicamentos contra o HIV a surgir foram os inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (INTRs). Esses remédios bloqueiam a etapa 4, quando o material genético do HIV é convertido de ARN em ADN. Nove medicamentos dessa classe já foram aprovados: AZT (ZDV, zidovudina, Retrovir) ddI (didanosina, Videx) ddC (zalcitabina, Hivid) d4T (estavudina, Zerit) 3TC (lamivudina, Epivir) Abacavir (Ziagen) Tenofovir (Viread), que é um nucleotídeo. Não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde Combivir (combina AZT e 3TC num mesmo comprimido). Também é conhecido como duplivir ou zidolam Trizivir (combina AZT, 3TC e abacavir num mesmo comprimido). Não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. Outra classe de medicamentos bloqueia a mesma etapa, mas de forma diferente. Esses remédios são chamados de inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (INNTRs). Três deles já foram aprovados: Nevirapina (NVP, Viramune) Delavirdina (DLV, Rescriptor) Efavirenz (EFV, Sustiva). A terceira classe de medicamentos contra o HIV são os inibidores da protease (IPs),que bloqueiam a etapa 7. Já foram aprovados sete IPs: Saquinavir (SQV, Invirase e Fortovase). O Fortovase não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde Indinavir (IDV, Crixivan) Ritonavir (RTV, Norvir) Nelfinavir (NFV, Viracept) Amprenavir (APV, Agenerase) Lopinavir (LPV, Kaletra) Atazanavir (Reyataz). Não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. Ainda existe uma outra classe de medicamentos contra o HIV: os inibidores da fusão, que bloqueiam a etapa 1 da replicação do HIV. Já Folhas Informativas foi aprovado o enfuvirtide (T-20, Fuzeon), que não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. Como usar esses medicamentos? Quando o HIV se multiplica, muitas cópias novas são mutações, ou seja, ligeiramente diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamentos contra o HIV. Nesse caso, o remédio deixa de funcionar. Isso se chama resistência ao medicamento (veja a Folha Informativa C7). Quando se toma só uma classe de medicamento anti-retroviral, o vírus pode desenvolver facilmente a sua resistência. Por essa razão, não se utiliza apenas um medicamento ou uma classe de medicamento. Tomando-se dois remédios, um vírus mutante resistente tem que escapar dos dois ao mesmo tempo. No caso de tomar três medicamentos, é muito mais difícil para uma mutação do HIV resistir aos três ao mesmo tempo. Esses medicamentos são uma cura para a AIDS? Alguns pesquisadors acreditavam que a terapia anti-retroviral poderia matar por completo todos os vírus em nosso corpo, mas essa teoria não foi confirmada. Como se mede a quantidade de vírus no sangue? Através do exame de carga viral. As pessoas com cargas virais mais baixas permanecem saudáveis por muito mais tempo. A carga viral de algumas Série C pessoas é tão baixa que não pode ser medida através dos exames de laboratório existentes. Essa carga viral indetectável não significa que a pessoa esteja livre do vírus ou que esteja curada. Para mais informações sobre carga viral, veja a Folha Informativa C6. Quando a terapia anti-retroviral deve ser iniciada? Não há uma resposta definitiva para essa pergunta. A maioria dos médicos leva em consideração três pontos: 1. A carga viral. 2. A contagem de células T (CD4+). 3. Qualquer sintoma apresentado. Geralmente, inicia-se a terapia contra o HIV quando a carga viral é maior que 30 mil cópias e se a contagem de células T (CD4+) estiver inferior a 350 células, ou se a pessoa apresentar qualquer sintoma da doença, proveniente do HIV. As recomendações oficiais brasileiras, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde (veja Anexo 1), preconiza que, quanto mais próximo for o CD4+ de 200 e a carga viral de 100 mil cópias, mais fortes tornam-se as indicações para o início do tratamento. Essa é uma decisão importante que tem que ser discutida entre o paciente, o médico e/ou outros profissionais de saúde. Que medicamentos usar? Lembre-se: todo medicamento contra o HIV tem efeitos colaterais. Alguns são sérios. Para saber mais sobre o assunto, consulte as Folhas Informativas desta série que descrevem cada um dos medicamentos anti-retrovirais. Uma mesma combinação de medicamentos é usada para sempre? Quem vai dizer isso é o exame de carga viral, usado para ver se os medicamentos contra o HIV estão funcionando. Se a carga viral não abaixa, ou se abaixa mas volta a aumentar, pode ser o momento de se pensar em mudar de combinação. Importante Novos medicamentos de todas as classes mencionadas estão sendo desenvolvidos. Os pesquisadores também estão tentando desenvolver novos tipos de remédios que funcionem em outras etapas do ciclo de vida do HIV, como os inibidores da fusão (etapa 2 onde já foi aprovado o enfuv irtide, ou T-20, ou Fuzeon) e medicamentos para fortalecer o sistema imune. Algumas combinações de medicamentos são mais fáceis de tolerar que outras e alguns funcionam melhor porque são mais fácies de serem inseridos na vida diária. Você deve decidir com o seu médico quais são os remédios mais indicados no seu caso. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 3 Folhas Informativas + 4 InfoRed SIDA Nuevo México Série C Ciclo de reprodução do HIV 1 Vírus livre ou circulante 2 União e fusão: o vírus se une à célula pelos receptores CD4 e CCR5 Receptor CD4 3 Infecção: o vírus entra na célula e esvazia seu conteúdo genético Receptor CCD5 4 Transcrição reversa: as cadeias simples de ARN viral são convertidas em cadeias duplas de ADN viral pela ação da enzima transcriptase reversa 5 Integração: o ADN viral é integrado ao ADN da célula pela ação da enzima integrase 6 Transcrição: quanto a célula infectada se reproduz, faz uma leitura do ADN viral e são formadas longas cadeias de proteínas 7 Junção: grupos de cadeias de proteínas virais se juntam 8 Brotamento: um vírus imaturo brota da célula 9 O vírus imaturo libera-se 10 Maturação: as cadeias são cortadas pela enzima protease em proteínas individuais que se combinam para formar um novo vírus completo Ilustração: Mauro Neto de Moraes da célula infectada Folhas Informativas Série C Inibidores de fusão: T-20 = Fuzeon® Impede que o HIV se junte à célula Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos: Zidovudina = Retrovir = AZT, ZDV Didanosina = Videx =ddI Zalcitabina = Hivid = ddC = dideoxicitidina Estavudina = Zerit = d4T Lamivudina = Epivir = 3TC Zidovudina + Lamivudina = Combivir = Biovir Abacavir = Ziagen Zidovudina + Lamivudina + Abacavir = Trizivir Inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleotídeos: Tenofovir = Viread Inibidores da transcriptase reversa nãoanálogos de nucleosídeo Nevirapina = Viramune Delavirdina = Rescriptor = DLV Efavirenz = Sustiva Bloqueiam a ação da protease, e impedem a formação cópia do vírus Inibidores da protease: Saquinavir = Invirase = SQV Ritonavir = Norvir =TRV Indinavir = Crixivan = IDV Nelfinavir = Viracept = NFV Saquinavir = Fortovase = SQV Amprenavir = Agenerase = APV Lopinavir = Kaletra Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 4 Folhas Informativas + 5 InfoRed SIDA Nuevo México Série C Exame das células T O que são as células T? São um tipo de linfócito (glóbulo branco), constituindo-se em partes importantes do sistema imune. Existem dois tipos principais de células T: as T-4 (ou CD4+) e as T-8 (ou CD8+). As células CD4+ são ajudantes, ou seja, as que dirigem o ataque contra as infecções. As células CD8+ são supressoras, as que finalizam uma resposta imunológica. As células CD8+ também podem matar células cancerosas e células infectadas por vírus, sendo por isso também chamadas de assassinas. Os pesquisadores podem diferenciar as diversas classes de células T através de proteínas específicas que se encontram na superfície de cada célula. A T-4 é uma célula com moléculas CD4 na sua superfície. Esse tipo de célula T também é chamado de CD4 positiva ou CD4+. Por que as células T são importantes na infecção pelo HIV? Quando o HIV infecta humanos, as células mais afetadas são os CD4+, que, ao se multiplicarem para combater infecções, também criam mais cópias do HIV. Quando alguém está muito tempo infectado pelo HIV, o número de células CD4+ abaixa. Esse é um sinal de que o sistema imune está debilitado. Quanto mais baixo for o número de células T, maiores são as possibilidades de a pessoa ficar doente. Importante Importante Existem milhões de famílias diferentes de células T. Cada uma delas é destinada a combater um determinado tipo de germe. Quando o HIV diminui o número de células T, algumas dessas famílias podem desaparecer. Com isso, você pode perder a capacidade de combater alguns dos germens que essas famílias combatiam. Se isso ocorrer, você pode desenvolver uma doença oportunista. As infecções podem ter grande impacto na contagem das células T. Quando o corpo combate infecções, o número de glóbulos brancos (linfócitos) aumenta. As contagens de CD4+ e de CD8+ também. As vacinas podem causar o mesmo efeito. Não faça um exame de células T até duas semanas após ter tido uma infecção ou de ter sido vacinado. Como são expressos os resultados dos exames de laboratório? Especifica-se o número de células por milímetro cúbico de sangue. Não existe uma unanimidade acerca de qual é o nível normal de células T. A contagem normal de CD4+ varia entre 500 e 1.600, e a de CD8+ entre 375 e 1.100. As células CD4+ podem diminuir drasticamente em pessoas HIV+ e, em alguns casos, podem chegar a zero. Algumas vezes, analisa-se a relação entre as células CD4+ e as CD8+ dividindo-se o valor das células CD4+ pelo valor das células CD8+. Em pessoas soronegativas, essa relação está entre 0.9 e 1.9, o que significa que existe de uma a duas células CD4+ para cada célula CD8+. Nas pessoas soropositivas, essa relação diminui, o que significa que há mais células CD8+ do que CD4+. O valor das células T (CD4+) muda constantemente. Os resultados dos exames podem variar de acordo com a hora do dia, cansaço e estresse. O melhor é fazer os exames de células T sempre no mesmo laboratório e no mesmo horário. Devido à grande variação nas contagens de células T, alguns médicos preferem analisar a porcentagem de células T. Essa porcentagem se refere ao total de linfócitos. Se o exame indica que a pessoa tem 34% de CD4+, significa que 34% de seus linfócitos são CD4+. A porcentagem é mais estável que o número absoluto de células T. A porcentagem normal varia entre 20% e 40%. Uma porcentagem abaixo de 14% indica um dano sério do sistema imune. É um sinal de AIDS em pessoas infectadas pelo HIV. Os números indicam o quê? O significado da contagem das células CD8+ não é claro e ainda continua em estudo. A contagem das células CD4+ é uma medida chave para determinar a competência do sistema imune. Quanto mais dano tenha causado o HIV, mais baixa será a contagem. De acordo com o Centro para o Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, considera-se com AIDS qualquer pessoa que tenha menos de 200 células CD4+ ou uma porcentagem menor que 14%. Folhas Informativas A contagem de células CD4+ é usada junto com a contagem da carga viral para se estimar o potencial dano, num futuro próximo, ao sistema imune. Para mais informações sobre o exame da carga viral, veja a Folha Informativa C6. A contagem de células CD4+ é usada também para determinar quando devemos começar o tratamento. Existem muitas variáveis a serem consideradas para se decidir trocar de medicação: o aumento da carga viral, a velocidade de queda ou de aumento do CD4+ após o início da terapia anti-retroviral são duas delas. Certamente o seu médico levará em conta o seguinte dado: quanto mais alto o nível de CD4+, maior a proteção contra as doenças. No entanto, cada caso é um caso, sendo impossível generalizar e dizer qual é o nível de CD4+ que uma pessoa deve ter para não adoecer. 5 Série C Os exames indicam quando o tratamento anti-retroviral deve ser iniciado? Quando a contagem de CD4+ chega a menos de 350, a maioria dos médicos recomenda iniciar o tratamento anti-retroviral (veja Folha Informativa C3). Alguns iniciam a terapia quando a porcentagem chega a 15%, ainda que a contagem de células CD4+ seja alta. Médicos mais conservadores esperam que a contagem de células CD4+ chegue a 200 para iniciar o tratamento. Quando iniciar a medicação para prevenir doenças oportunistas? Importante Por serem as células CD4+ indicadores importantes da competência do sistema imune, as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde (veja Anexo1), sugerem fazer exames dessas células a cada 3 a 6 meses. A periodicidade para se fazer os exames de CD4+ varia conforme o estado clínico da pessoa e conforme os níveis de CD4+ e de carga viral. Para mais informações sobre as orientações de tratamento, veja a Folha Informativa C3. A maioria dos médicos prescreve medicamentos para prevenir doenças oportunistas quando os níveis de CD4+ são iguais ou menores que 200. Veja que doenças oportunistas podem ocorrer nesses casos: Menor que 200: pneumonia por pneumocistis carinii Menor que 100: toxoplasmose e criptococose Menor que 75: complexo de micobacterium avium. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 6 Exame de carga viral Folhas Informativas O que é o exame de carga viral? Esse exame mede a quantidade de HIV no sangue. Existem diferentes técnicas: O PCR (em inglês, polymerase chain reaction) utiliza uma enzima para multiplicar o HIV de uma amostra de sangue. Depois, através de uma reação química, se marca o vírus. Os marcadores são medidos e se calcula a quantidade de vírus. O bDNA, (em inglês, branched DNA ) , u t i l i z a d o p e l o g o v e r n o brasileiro, combina a amostra com um material que emite luz. Esse material se conecta com as partículas do HIV. Depois, se mede a quantidade de luz e se calcula a quantidade de vírus. Lembre-se: com freqüência, os resultados do exame PCR são diferentes dos resultados do exame bDNA para uma mesma amostra de sangue. Por esse motivo, você deve sempre fazer o mesmo tipo de exame, PCR ou bDNA, para monitorar a sua carga viral. Geralmente, a carga viral quantifica-se em número de cópias por mililitro de sangue. O exame chega a contar até 1 milhão e 500 mil cópias - e a ciência continua aprimorando os processos para que esse exame fique ainda mais sensível. O valor mínimo que o primeiro teste de DNA chegava a medir era de 10 mil cópias. O exame de segunda geração chegava a detectar até 500 + InfoRed SIDA Nuevo México Série C cópias. Na atualidade, existem exames ultra-sensíveis que podem detectar até menos de cinco cópias. No Brasil, os exames chegam a medir até 400 cópias. O melhor resultado do exame da carga viral que se pode obter é o indetectável. Isso não significa que não exista vírus no sangue, mas que não há vírus suficiente para que o exame possa fazer a contagem. Com o exame da primeira geração, o indetectável podia significar 9.999 cópias ou menos. O valor indetectável depende da sensibilidade do exame que se utiliza. No Brasil, indetectável significa 399 cópias ou menos. Quando o exame de carga viral é utilizado? O exame é utilizado em diferentes situações: Para diagnosticar o HIV, já que pode detectar vírus em qualquer momento após a infecção. O exame de carga viral é mais sensível que o exame habitual de anticorpos antiHIV (Elisa) que pode ser negativo mesmo depois da infecção e antes do desenvolvimento de anticorpos. O exame de carga viral para diagnóstico do HIV não é prática comum aqui no Brasil. Estudos apontam que o exame demonstrou que o HIV nunca está latente e que se multiplica constantemente. Muitas pessoas, sem sintomas de AIDS e com contagem de células CD4+ altas, também podem ter carga viral alta. Se o vírus estivesse latente, o exame não acharia nenhum HIV no sangue. O exame também é utilizado para prognóstico, já que a carga viral pode orientar sobre como está evoluindo a infecção pelo HIV e sobre o tempo que uma pessoa poderá ficar bem. Quanto mais alta for a carga viral, mais rápida será a progressão à AIDS. Finalmente, o exame é usado para orientar o tratamento e para verificar se os medicamentos anti-retrovirais estão controlando o vírus. Atualmente, recomenda-se medir a carga viral antes de iniciar o tratamento. É dito que o medicamento está funcionando se a carga viral diminui ao menos em torno de 90% dentro das primeiras oito semanas de tratamento. Depois, deveria continuar diminuindo. A carga viral deve ser medida de 2 a 8 semanas após o início ou a mudança do tratamento e, depois, a cada 3 ou 4 meses. Como são medidas as mudanças na carga viral? A repetição do exame numa mesma amostra de sangue pode variar até três vezes para mais ou menos. Isso significa uma mudança que implica uma diminuição para menos de 1/3 ou um aumento maior que três vezes em relação ao exame anterior. Por exemplo: uma mudança de 200 mil para 600 mil cópias (0.3 log) está dentro da variabilidade normal do exame. Uma diminuição de 50 mil para 10 mil (0.5 log) é significativa. O mais importante é chegar a níveis indetectáveis. Às vezes, as mudanças na carga viral são expressas em logaritmos ou log. Isso é uma terminologia científica que usa o exponencial 10. Por exemplo: uma queda de 2 log quer dizer uma diminuição de 102 ou de 100 vezes. Uma diminuição de 60 mil para 600 significa uma queda de 2 log. Folhas Informativas O que os resultados significam? Não existem valores mágicos de carga viral. Não se pode dizer com exatidão por quanto tempo uma pessoa se manterá saudável com um determinado valor de carga viral. Não se sabe também, por exemplo, se uma carga viral de 150 mil é duas vezes pior que uma de 75 mil cópias. A única coisa que se sabe é que quanto mais baixa for a carga viral, melhor, e que isso geralmente pode representar uma vida mais longa e sã, com melhor qualidade. As recomendações oficiais brasileiras, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde (veja Anexo 1), dizem que o tratamento deve ser iniciado para todos os sintomáticos e para as pessoas assintomáticas que possuem CD4+ próximo de 200 e carga viral direcionando-se para 100 mil cópias. 6 Série C Importante Alguns acreditam que se a carga viral é indetectável, não se pode passar o HIV para outra pessoa. ISSO NÃO É VERDADE. Não existe um valor de carga viral sem risco. Você pode passar o vírus a outra pessoa ainda que sua carga viral seja indetectável. Não há relação entre a carga viral no sangue e a carga viral no esperma ou nas secreções vaginais, o que significa que a pessoa pode ter uma quantidade de HIV indetectável no sangue, mas não nos fluidos sexuais, podendo infectar o parceiro ou parceira. Que tipos de problemas o exame da carga viral apresenta? Apenas 2% do HIV que está no corpo ficam no sangue. O exame da carga viral não mede a quantidade de HIV em outros tecidos do corpo, como nos gânglios, no baço e no cérebro. Quando os níveis de HIV diminuem no sangue, ocorre a sua queda também no tecido linfático e no sêmem, mas não ao mesmo tempo nem na mesma porcentagem. Os resultados podem ser alterados se o corpo está combatendo uma infecção ou se você foi vacinado recentemente (como quando se toma a vacina da gripe). Espere quatro semanas após ter tido uma infecção ou ter sido vacinado para fazer o exame de carga viral. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + O exame de resistência do HIV O que é resistência? O HIV é resistente a um medicamento quando continua se multiplicando, mesmo você tomando anti-retrovirais. As mudanças ou mutações no vírus causam a resistência. O HIV muda quase todas as vezes que produz novas cópias dele mesmo. Nem todas as mutações produzem resistência. O vírus tipo selvagem é a forma mais comum de HIV. Qualquer outra forma diferente do tipo selvagem é considerada uma mutação. Os anti-retrovirais controlam a maioria dos distintos tipos de vírus. Porém, não controlam os vírus resistentes. Enquanto você toma os medicamentos, o vírus resistente é o que se multiplicará com mais rapidez. Isso se conhece como pressão seletiva. Se você deixar de tomar os remédios, não haverá pressão seletiva. No entanto, o vírus selvagem é que vai se multiplicar com mais rapidez. Ainda que o exame para a resistência possa ser negativo, a resistência pode aparecer, uma vez reiniciada a medicação. Lembre-se: os exames de resistência ajudam os médicos a tomarem as melhores decisões sobre o seu tratamento. Como se desenvolve a resistência? O HIV torna-se resistente quando alguém toma medicamentos que não conseguem controlar o vírus. Muitas pessoas se infectam com HIV que já é resistente a um ou mais remédios. Quanto mais o HIV se multiplicar, mais mutações aparecem. Essas mutações acontecem acidentalmente. O vírus não sabe que mutações resistirão aos medicamentos. Apenas uma mutação é suficiente para que o HIV desenvolva resistên- 7 InfoRed SIDA Nuevo México Série C cia a alguns remédios. Exemplos disso são o 3TC (Epivir) e alguns inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (INNTRs). Mas o HIV deve passar por uma série de mutações antes de desenvolver resistência a outros medicamentos, incluindo os inibidores da protease. amostra cresce mais do que o normal, significa que é resistente ao remédio. Importante Os exames fenotípicos são caros. Antes, demoravam até um mês para ficarem prontos, mas, hoje, o resultado fica pronto mais rapidamente. Importante A melhor forma de prevenir o desenvolvimento de resistência é controlar o HIV com uma boa adesão aos medicamentos. Se você deixa de tomar doses de seus remédios, o HIV se multiplica com mais facilidade, ocorrendo mais mutações, sendo que algumas delas podem causar resistência. Quais são os tipos de resistência? Existem três tipos de resistência: Resistência clínica: o HIV multiplica-se com rapidez no corpo, apesar de a pessoa tomar corretamente os anti-retrovirais. Resistência fenotípica: o HIV multiplica-se em tubos de ensaio no laboratório quando se administram anti-retrovirais. Resistência genotípica: o código genético do HIV tem mutações que estão relacionadas com a resistência aos medicamentos. Como se detecta a resistência fenotípica? Multiplica-se uma amostra de HIV em laboratório. Em seguida, adiciona-se um medicamento anti-retroviral. Compara-se o grau de crescimento do vírus com o grau de crescimento do HIV de tipo selvagem. Se a Como se detecta a resistência genotípica? O código genético da amostra do vírus é comparado com o código genético do vírus selvagem (código genético é uma longa cadeia de moléculas chamadas nucleotídeos). Cada grupo de três nucleotídeos, chamado de códon, define um aminoácido em particular que é utilizado para construir um novo vírus. As mutações são descritas usando uma combinação de números e letras, por exemplo, K103N. A primeira letra (K) é o código para o aminoácido no vírus tipo selvagem. O número (103) identifica o códon mutante. A segunda letra (N) é o código para o aminoácido que mudou na amostra mutante. Lembre-se: os exames genotípicos são mais baratos. Os resultados ficam prontos em aproximadamente duas semanas. As recomendações oficiais brasileiras, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde(veja Anexo1) , falam o seguinte a respeito do exame de genotipagem: Testes laboratoriais para a identificação genotípica da resistência do HIV aos anti-retrovirais continuam sendo avaliados em diversos ensaios clínicos, na tentativa de facilitar a indicação do melhor esquema Folhas Informativas para início do tratamento ou para resgate. Entretanto, apesar da maioria desses estudos mostrar benefícios na redução da carga viral com o uso do teste de genotipagem na seleção de esquemas antiretrovirais de resgate (particularmente quando associado à avaliação dos dados clínicos e da história de terapia anti-retroviral por um especialista), e alguns desses testes estarem aprovados para uso clínico, os dados disponíveis até o momento não permitem a definição de seu real papel na seleção dos esquemas terapêuticos anti-retrovirais. A Coordenação Nacional implantou uma rede para executar e interpretar testes de genotipagem, conhecida como Rede Nacional de Genotipagem (Renageno), com o objetivo de detectar a ocorrência de resistência genotípica do HIV-1 aos anti-retrovirais. Importante O exame de genotipagem indica quais medicamentos não devem ser usados. Lembre-se de que o teste de genotipagem deve sempre ser conjugado com o histórico clínico do paciente, principalmente a história de uso de anti-retrovirais. Além disso, a utilidade do teste nas decisões terapêuticas é maior no paciente que tem poucas falhas virológicas ao tratamento. 7 Série C Como se detecta a resistência fenotípica virtual? Através de um exame que combina elementos do exame de fenótipo e genótipo. Primeiro, é feita uma análise do genótipo da amostra. Depois, recorre-se à base de dados, na qual se tomam resultados do fenótipo de outras amostras com genótipos similares. Essas amostras comparadas estabelecem de que forma o vírus vai se comportar. O fenótipo virtual é mais rápido e mais barato que um exame de fenótipo. O que é resistência cruzada? Algumas vezes, uma mutação de HIV é resistente a mais de um medicamento, o que é chamado de resistência cruzada. Por exemplo: a maioria do HIV resistente ao indinavir (Crixivan) também é resistente ao ritonavir (Norvir). Isso significa que o indinavir e o ritonavir possuem resistência cruzada. É importante estar atento à resistência cruzada quando você muda de medicamentos. O médico deve indicar remédios que não possuam resistência cruzada com os que você estava tomando. Importante Ainda existem muitas coisas a serem esclarecidas sobre a resistência cruzada. Muitos medicamentos têm, pelo menos parcialmente, resistência cruzada entre si. À medida que o HIV desenvolve mais mutações, é mais difícil de ser controlado. Por isso, é fundamental tomar todas as doses dos anti-retrovirais segundo as instruções. Isso diminui o risco de se desenvolver resistência e resistência cruzada, e possibilita a você ter opções para mudar de remédios no futuro. Que tipos de problema os os exames de resistência apresentam? Os exames não são bons para detectar mutações minoritárias (que formam menos de 20% da população viral). Os exames funcionam melhor quando a carga viral é alta. Se a carga viral é baixa, é possível que esses exames não funcionem. Os resultados podem ser difíceis de serem entendidos. Algumas vezes, não explicam o que está ocorrendo com você. Os medicamentos que deveriam funcionar, de acordo com os resultados, na prática não funcionam e vice-versa. O médico pode dar mais esclarecimentos. Lembre-se: os exames de resistência não estão disponíveis em todas as partes do mundo e são caros. Porém, estão se tornando mais comuns, rápidos e baratos. Apesar das dificuldades, muitos pesquisadores acreditam que os exames de resistência chegarão a ser uma prática padrão ou comum do tratamento anti-HIV nos próximos anos. Para eles, a maioria dos médicos usará os exames de resistência antes de escolher a primeira combinação de medicamentos para avaliar se a pessoa já se infectou com um vírus resistente. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + Como tomar os medicamentos corretamente Como funcionam os medicamentos para a AIDS? O HIV pode fazer milhões de cópias dele mesmo todos os dias. Os medicamentos anti-retrovirais não podem matar o vírus, mas podem praticamente deter a sua multiplicação. Um exame de carga viral mede a quantidade de vírus no sangue. Se você toma anti-retrovirais, a quantidade de vírus no seu sangue deve diminuir. Se sua carga viral é muito baixa, é provável que você não desenvolva nenhuma doença oportunista relacionada à AIDS. Para mais informações sobre carga viral, veja a Folha Informativa C6. O que é resistência? O HIV comete erros quando faz cópia dele mesmo. Muitas das cópias novas são ligeiramente diferentes do vírus original (mutações). Muitas das mutações podem se multiplicar facilmente, ainda que você esteja tomando medicamentos para deter o HIV. Isso se chama desenvolver resistência aos remédios. Se o vírus desenvolve resistência, ele vai se multiplicar com mais rapidez e, possivelmente, a doença pelo HIV surgirá ou piorará. Se você toma apenas um medicamento, a resistência se desenvolve mais rapidamente. Se toma três, o HIV multiplica-se mais lentamente e é muito mais difícil ocorrer o desenvolvimento de resistência. O que é resistência cruzada? Às vezes, se o HIV desenvolve resistência a um medicamento que 8 InfoRed SIDA Nuevo México Série C você está tomando, também poderá se tornar resistente a outros remédios que você ainda não tomou. Isso é o que se chama resistência cruzada. Muitos dos medicamentos anti-HIV possuem resistência cruzada entre si, pelo menos, parcialmente. Importante Se você possui um tipo de vírus que desenvolve resistência a um medicamento antiHIV, é possível que não possa usar outros remédios da mesma classe. Para evitar ficar sem opções no futuro, o ideal é tomar todos os medicamentos corretamente, de acordo com as recomendações médicas. Como manter o vírus controlado? Quando você toma medicamentos, eles entram no sangue e são distribuídos pelo corpo. Depois, são eliminados através do fígado e dos rins, diminuindo a sua quantidade no sangue. Alguns remédios são absorvidos melhor pelo sangue se a pessoa estiver em jejum. Outros são absorvidos melhor pelo sangue se for feita uma refeição; outros, ainda, não necessitam dessas recomendações e podem ser tomados com ou sem alimentos. A melhor forma de manter o HIV controlado é tomar os medicamentos adequadamente, na hora certa, na quantidade prescrita e seguir as recomendações alimentares. Lembre-se: a bula de cada medicamento indica quantas pílulas devem ser tomadas, quando e como, visando chegar a quantidade suficiente de remédio no sangue. Se você se esquece de uma dose, não toma a dose completa ou não segue as recomendações (alimentares, por exemplo), os níveis de medicamento no seu sangue diminuirão. Se não existir remédio suficiente no sangue, o HIV pode continuar se multiplicando. Quanto mais ele se multiplicar, maiores são as possibilidades de desenvolvimento de resistência. O que fazer, na prática, para simplificar a adesão aos medicamentos? Pode ser difícil tomar os medicamentos corretamente. Procure simplificar ao máximo esse processo. Dicas: Fale com o médico sobre a sua rotina, de forma que ambos possam eleger os medicamentos que sejam mais fáceis de tomar. Informe-se com o seu médico sobre: O tipo de remédio que vai tomar Quantas pílulas e quantas vezes ao dia Se têm que ser tomados com alimentos ou em jejum Como fazer para conservá-los Quais são os efeitos colaterais e o que fazer caso apareçam. Folhas Informativas Planeje com antecedência a busca mensal dos medicamentos na rede pública de saúde, para que você não fique sem eles. Uma dica é usar uma caixinha para transportar os remédios. E não esquecer de contá-los com precisão: tomar a quantidade certa na hora certa é fundamental. Um relógio ou despertador é indispensável para lembrar a hora de tomar os medicamentos. Outra dica que pode ajudar você a lembrar a hora de tomar os remédios é selecionar uma atividade diária: Durante o café da manhã Ao acordar Ao assistir os programa favorito de televisão Quando voltar do trabalho. 8 Série C Quem também pode ajudar a lembrar dos horários são os familiares de quem decide comunicar sobre a sua soropositividade. Para isso, é fundamental que eles saibam como é importante tomar os remédios da forma correta. Importante As dicas acima só são válidas se os horários em que ocorrem os eventos (café da manhã, horário de acordar etc.) forem constantes. Também é possível que surjam efeitos colaterais ou que você encontre dificuldade para tomar os remédios da forma indicada. De qualquer forma, é fundamental não deixar de tomá-los nem diminuir a dose até falar com o seu médico. É ele quem dirá se há possibilidade de indicar outros medicamentos que possam ser mais fáceis de tomar. Resumindo Para que os medicamentos funcionem, siga as recomendações médicas. Se isso não for feito, o HIV pode desenvolver resistência a eles. Se o vírus cria resistência a um remédio, talvez também desenvolva resistência a outros medicamentos anti-HIV. É essencial que você se informe sobre os medicamentos receitados, assim como a quantidade que deve tomar, quando e se devem ser ingeridos com ou sem alimentos. Também deve trabalhar em colaboração com a equipe de saúde que o assiste para facilitar a adesão aos remédios. Dicas para manter o horário de medicamentos: use uma caixinha para transportá-los, tenha sempre por perto um relógio ou despertador ou não tenha constrangimento em contar com o apoio de familiares, amigos ou grupos de ajuda, caso deseje revelar a sua soropositividade. Para fazer qualquer mudança em relação aos medicamentos, consulte o seu médico. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Interrupções do tratamento O que são as interrupções do tratamento? Muitas pessoas HIV+ deixam de tomar seus medicamentos anti-retrovirais por diferentes razões. Na maioria dos casos, a carga viral aumenta rapidamente e a contagem das células T abaixa. Porém, em finais de 1997, um paciente de Berlim deixou de tomar os medicamentos e a sua carga viral aumentou por um curto período de tempo, depois voltou a descer e se manteve indetectável. Esse paciente havia começado a tomar remédios pouco tempo após ter se infectado com o vírus. Nesse caso, talvez o HIV não tenha danificado o seu sistema imunológico, ou talvez o aumento da sua carga viral tenha sido como uma vacina que estimulou seu sistema imune a controlar o vírus. Os pesquisadores tentaram imediatamente repetir o êxito do paciente de Berlim em outros indivíduos HIV+, suspendendo o tratamento de alguns deles por um período determinado ou até que a carga viral atingisse um determinado valor. Esse tipo de interrupção de tratamento é conhecido como interrupção estruturada ou estratégica de tratamento (STI, sua sigla em inglês, ou IET, em português). Em quais pacientes são realizados os estudos e por quê? Os estudos de interrupção estruturada de tratamento se dividem de acordo com três tipos de pacientes: Pacientes com o HIV controlado e que começaram o tratamento nos primeiros seis meses depois de terem se infectado. Pacientes com infecção primária, como o de Berlim, que apresentam possibilidades de controlar o HIV sem medicamento. Pacientes com o HIV controlado e que começaram tratamento há mais de seis meses após terem se infectado. Pacientes com infecção crônica que reúnem condições de tirar umas férias do tratamento ou querem diminuir os efeitos colaterais. Pacientes que não conseguem controlar o HIV com os antiretrovirais. Pacientes que, por terem algum tipo de resistência aos medicamentos, talvez desejem tirar umas férias dos efeitos colaterais, esperar novas opções de tratamento ou experimentar e ver se o vírus se transforma em tipo selvagem, que é mais sensível aos remédios. Para mais informações sobre resistência, veja a Folha Informativa C7. Importante Os médicos e pacientes devem planejar as interrupções de tratamento. A carga viral e a contagem de células T devem ser monitoradas atenciosamente. Saltar doses acarreta mais riscos do que parar com todos os medicamentos de uma vez só e não contribui para determinar como eles funcionam. NUNCA PARE DE TOMAR SEUS ANTI-RETROVIRAIS SEM CONSULTAR O SEU MÉDICO OU A EQUIPE DE SAÚDE QUE O ASSISTE. Quais são os riscos? O risco mais óbvio de uma interrupção estruturada do tratamento é que a carga viral aumente e que a contagem de células T baixe. Esse risco é maior em pessoas que não têm 9 Série C o vírus controlado. Se você tiver só 50 células T, perder 10 pode significar sérias conseqüências. Deixar de tomar e reiniciar a tomada de medicamentos pode facilitar o desenvolvimento de resistência aos remédios. Surpreendentemente, existe pouca evidência de desenvolvimento de resistência em pessoas que participaram de estudos de interrupções estruturadas de tratamento. Talvez o maior risco seja em pessoas que tomam medicamentos que permanecem no corpo por mais tempo, como, por exemplo, o efavirenz (Sustiva). Lembre-se: é possível que a pessoa que interrompa o tratamento tenha dificuldades para reiniciá-lo. Quais são os possíveis benefícios? De forma ideal, uma interrupção estruturada do tratamento causaria vários benefícios: Estimularia o sistema imunológico: na melhor das opções, seria o controle do HIV sem tomar medicamentos. Possibilitaria aos pacientes tomar menos medicamentos. Isso reduziria os efeitos colaterais e diminuiria o custo do tratamento para indivíduos e programas de assistência pública. Folhas Informativas O que dizem as pesquisas? Infecção primária: durante a interrupção estruturada do tratamento, a carga viral aumenta e a contagem de células T baixa, exceto em raros casos. Os pesquisadores não podem predizer quem será capaz de controlar o HIV sem medicamentos. Infecção crônica: aqui também aumenta a carga viral e baixa a contagem de células T. São poucos os pacientes desse grupo que controlam o HIV sem anti-retrovirais. Os pesquisadores acrescentam tratamentos que estimulam o sistema imunológico quando se interrompe o tratamento com os anti-retrovirais. Segundo as recomendações oficiais brasileiras, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde (veja Anexo 1), a interrupção estruturada de tratamento em pacientes com bom controle clínicolaboratorial como prática médica e estratégia terapêutica ainda se encontra em investigação clínica, com resultados conflitantes, não havendo tal indicação para essa prática no Brasil. Ainda segundo o consenso, a interrupção estruturada em pacientes com falha terapêutica e sem opções de tratamento, com a expectativa de reversão do HIV resistente em vírus selvagem mais sensível (drug holiday férias dos medicamentos), também não é recomendada como prática médica, pois tais pacientes com níveis de CD4+ 9 Série C já baixos podem ter o número de células de defesa reduzido drasticamente com a interrupção estruturada. Diante da necessidade de interrupção temporária do uso de um ou mais medicamentos do esquema antiretroviral, segundo as recomendações oficiais brasileiras, deve-se sempre suspender todos os antiretrovirais ao mesmo tempo e reiniciá-los em conjunto, posteriormente, para se evitar o desenvolvimento de resistência. No caso de toxicidade dos anti-retrovirais ou de introdução de novos remédios com interações com os anti-retrovirais (rifampicina para pacientes em uso de indinavir-Crixivan ou nelfinavirViracept), o esquema anti-retroviral deve ser modificado e não interrompido. Ainda segundo as recomendações, pacientes que atingem bom controle clínico e laboratorial após início do tratamento, particularmente aqueles cujo esquema inicial envolve inibidores da protease e/ou um grande número de comprimidos/cápsulas ao dia, podem ter seu esquema antiretroviral modificado para associações menos complexas e/ou com perfil de toxicidade de longo prazo mais favorável, sem perda da efetividade virológica ou imunológica, para favorecer a adesão aos antiretrovirais, ou seja, ao tratamento de AIDS em geral. Resumindo Os pacientes HIV+ podem suspender o tratamento por várias razões. Em casos raros, as interrupções de tratamento têm permitido que o sistema imunológico controle o HIV sem medicamentos. Porém, não há como afirmar quando e em quem vai ocorrer tal controle. Se aprendermos melhor como funcionam as interrupções de tratamento, talvez os pacientes possam deixar de tomar medicamentos por um período de tempo. Isso significaria ter menos efeitos colaterais e também reduziria o custo do tratamento. Porém, deveríamos aprender de que forma minimizar o desenvolvimento da resistência, a transmissão do HIV e escolher o melhor momento para interromper o tratamento, para evitar o aumento da carga viral e a queda das células T. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Controle do nível dos medicamentos O que é o controle do nível dos medicamentos? O controle do nível dos medicamentos (sigla em inglês, TDM) é feito com um exame que analisa o nível no sangue dos remédios que o paciente toma. Se o nível é demasiadamente alto, pode causar efeitos colaterais sérios; se for demasiado baixo, pode permitir que o HIV se multiplique e que haja o desenvolvimento de resistência ao medicamento. Esse controle do nível dos medicamentos geralmente não é usado, pois não há um consenso dos pesquisadores quanto a seus benefícios. Como o exame de TDM pode ajudar? Pessoas que tomam a mesma dose de um medicamento podem ter diferentes níveis do mesmo no sangue. Vários fatores podem afetar esses níveis: Alimentos: a absorção dos remédios pode depender da quantidade e do tipo de alimento no estômago. Metabolismo: quão rápido ou não são processados os medicamentos no seu corpo. Isso depende, em parte, de fatores genéticos. Interações entre os remédios: alguns afetam o metabolismo de outros e podem aumentar ou baixar seus níveis. Cigarro e bebidas alcoólicas. Suplementos de vitaminas ou de ervas: por exemplo, as cápsulas de alho podem baixar os níveis sangüíneos do saquinavir (Fortovase, Invirase). Hepatite ou outra doença do fígado ou dos rins. Gravidez. Idade: as crianças e adolescentes não processam os medicamentos como os adultos. Esclarecendo melhor: se a carga viral não baixa o suficiente, por exemplo, pode ser devido a níveis baixos de medicamentos no sangue. O médico pode, então, com o TDM, aumentar a dosagem dos remédios para controlar o HIV. Outro exemplo: se um paciente tem efeitos colaterais sérios pode ser porque os níveis dos medicamentos estão demasiadamente altos em seu sangue. Nesse caso, uma dose menor poderia manter o HIV controlado e melhorar os efeitos colaterais. O TDM serve para todos os medicamentos contra o HIV? O TDM pode funcionar bem para os inibidores da protease e para os inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos. Algumas pesquisas têm demonstrado que o nível sangüíneo desses medicamentos está relacionado com a eficácia para controlar o HIV e com os efeitos colaterais. O mesmo não ocorre com os inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos. Esses medicamentos devem ser processados dentro da célula antes de serem ativados contra o HIV. Por isso, seu nível sangüíneo é menos importante do que a quantidade do mesmo dentro das células, e essa quantidade é muito difícil de ser medida. Não sabemos ainda se o nível sangüíneo dos análogos de nucleosídeos afeta seu próprio funcionamento ou se tal nível sangüíneo desses anti-retrovirais tem relação com os efeitos colaterais 10 Série C que eles mesmos provocam. O TDM não é usado ainda com esses medicamentos. Quais são as dificuldades com o TDM? · O TDM não está indicado para ser usado em relação aos inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos. Como já dito, o nível sangüíneo dos análogos de nucleosídeos não é tão importante como o seu nível dentro das células infectadas. A tecnologia para medir esses níveis ainda não é muito boa. · Não há um nível sangüíneo ótimo para cada medicamento. A quantidade ótima de um remédio depende do nível de resistência do vírus a ele. Quanto mais resistente for o vírus, mais alto será o nível necessário de medicamento para controlá-lo. · É difícil medir com precisão o nível dos medicamentos. Com as tecnologias atuais, exames repetidos podem dar resultados muito diferentes. · A adesão é muito importante. Perder doses de um medicamento pode ter mais conseqüências do que qualquer outro fator no êxito ou fracasso do tratamento anti-retroviral. Também pode alterar os resultados do TDM. · O TDM nem sempre ajuda. Muitos médicos usam uma dose de ritonavir (Norvir) para aumentar os níveis sangüíneos de outros medicamentos. Ainda com uma dose maior, às vezes não se consegue aumentar os níveis dos medicamentos no sangue. Folhas Informativas · Baixar os níveis sangüíneos não diminui todos os efeitos colaterais. Alguns efeitos colaterais não estão vinculados à quantidade de remédios no corpo. As doses mais altas de inibidores da protease provavelmente causam mais problemas digestivos. O indinavir (Crixivan) pode afetar os rins, provocando cálculos renais. Porém, a reação de hipersensibilidade ao abacavir (Ziagen) não está relacionada com a dose. Nesses casos, o TDM não ajuda na orientação de como reduzir esse efeito colateral. O TDM poderia ajudá-lo? 10 Série C Crianças e adolescentes Pacientes com efeitos colaterais severos Avaliar as interações entre os medicamentos contra o HIV Avaliar as interações com outros remédios como os anticoncepcionais, a metadona usada no tratamento de dependência química para a prevenção de sintomas de abstinência - ou remédios para a tuberculose Quando os tratamentos não controlam o HIV, ainda que os pacientes tomem todas as doses. Ainda há dúvidas sobre o TDM? As pesquisas em relação a diversas questões relacionadas ao TDM continuam: · Como se relaciona o nível de cada medicamento com o controle do vírus? Que nível de sensibilidade tem o TDM? · Qual é a relação entre o nível sangüíneo do remédio e a quantidade ou severidade de seus efeitos colaterais? · Como podemos medir com mais precisão o nível dos inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos? O TDM poderia proporcionar informação útil para: Pacientes grávidas Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Interações entre medicamentos O que são as interações entre medicamentos? A quantidade de um medicamento deve ser suficientemente alta para combater a doença e significativamente baixa no sentido de evitar muitos efeitos colaterais. Alguns remédios disponíveis sem receita, drogas recreativas ilícitas, ervas ou mesmo alimentos podem causar grandes mudanças na quantidade de um remédio anti-HIV no sangue. Uma superdosagem pode provocar sérios efeitos colaterais. Uma dose demasiadamente baixa pode fazer com que o medicamento não funcione. Como o corpo processa os medicamentos? Muitos remédios são eliminados pelos rins, deixando o corpo através da urina. Outros são processados no fígado. As substâncias químicas no fígado (enzimas) modificam as moléculas dos medicamentos. Ao ser ingerido, o medicamento vai do estômago aos intestinos. Depois, passa ao fígado, antes de circular pelo resto do corpo. Se for facilmente processado pelo fígado, muito pouca quantidade chega à corrente sangüínea. Como os medicamentos interagem entre si? Por que os alimentos são importantes nesse processo? Os remédios que você toma passam pelo estômago. A maioria deles é absorvida melhor com o estômago vazio. Isso é bom no caso de alguns medicamentos, mas também pode causar mais efeitos colaterais. Alguns remédios devem ser tomados com alimentos para que sejam processados mais lentamente ou para reduzir seus efeitos colaterais. Outros devem ser tomados com alimentos ricos em gordura, já que se dissolvem na mesma e, dessa forma, são melhor absorvidos. Os ácidos estomacais processam alguns medicamentos, incluindo o ddI (Videx). Os comprimidos de ddI contêm um antiácido que protege o medicamento dos ácidos estomacais. O antiácido interfere na absorção do indinavir (Crixivan). Portanto, esses dois remédios não podem ser misturados nem podem ser tomados ao mesmo tempo. As novas formulações desses medicamentos são mais fáceis de tomar. Por exemplo: o ddI em cápsula não necessita de jejum. Quais são os medicamentos que causam a maioria das interações? Alguns remédios fazem com que os rins funcionem mais lentamente. Isso aumenta os níveis no sangue de substâncias que normalmente são eliminadas pelos rins. Os inibidores da protease e os inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos são processados pelo fígado e provocam muitas interações. As interações mais comuns entre os medicamentos derivam do fígado. Vários remédios podem acelerar ou retardar a função das enzimas hepáticas. Isso pode provocar grandes mudanças nos níveis sangüíneos de outros medicamentos que são processados por essas mesmas enzimas. Que outros medicamentos têm que ser vigiados? No caso de alguns remédios, apenas um pouco a mais da dose necessária pode provocar uma superdosagem perigosa, e se a dose for ligeiramente 11 Série C menor, talvez não funcione. Isso é conhecido como índice terapêutico estreito. Se você está tomando algum medicamento listado no Anexo 2, qualquer interação pode ser perigosa e, inclusive, mortal. Lembre-se: devemos também ter cuidado com as drogas recreativas ilícitas. Não se tem realizado estudos profundos sobre as interações com essas drogas, mas existem informes de superdosagem e mortes causadas pela combinação de drogas e medicamentos anti-HIV. Você pode encontrar mais informações no site <http:// www.hafci.org.drugs/>Party Smarty, Martys HIV/Recreational Drug Interactions. As mulheres que tomam anticoncepcionais devem consultar seus médicos sobre as interações entre esses medicamentos e os antiretrovirais. Alguns remédios anti-HIV podem diminuir a potência dos anticoncepcionais, o que poderia acarretar uma gravidez não desejada. O que ocorre com os produtos derivados de ervas? Há poucas pesquisas sobre as interações entre produtos derivados de ervas e medicamentos anti-HIV. Estudos recentes têm demonstrado que a erva de St. Johns Wort (erva de São João) e o alho podem reduzir os níveis sangüíneos de alguns antiretrovirais. Os suplementos de alho ou grandes quantidades de alho na alimentação podem provocar problemas a quem usa os inibidores da protease (IPs), como saquinavir (Fortovase, Invirase), nelfinavir (Viracept), indinavir ou amprenavir (Agenerase) como único IP no seu esquema. Folhas Informativas 11 Série C Resumindo Muitos medicamentos utilizados para o tratamento do HIV interagem com outros remédios, ervas e drogas recreativas ilícitas. Essas interações podem causar superdosagem grave ou mortal, ou podem fazer com que os medicamentos não alcancem os níveis terapêuticos suficientes. Você e seu médico devem analisar cuidadosamente as informações que constam das bulas. Peça a seu médico para fazer uma revisão de TODOS os medicamentos, drogas e ervas que você esteja tomando. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México AZT (Retrovir) O que é o AZT? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como azidodeoxithimidina, zidovudina, ZDV ou Retrovir, o AZT é patenteado pela GlaxoSmitKline. O AZT é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o AZT? O AZT foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma AZT com outros antiretrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Por ser o primeiro medicamento antiHIV aprovado, o AZT tem sido mais estudado do que outros antiretrovirais. Os remédios mais novos têm sido pesquisados a partir da comparação com o AZT. É o antiretroviral que se receita com mais freqüência por existir mais informação a respeito. O AZT reduz a transmissão do HIV da mãe para o filho. É receitado às mães soropositivas a partir do quarto mês de gravidez até que o bebê nasça e, depois, ao recém-nascido durante seis semanas. O AZT é usado, ainda, como parte de uma combinação de medicamentos em pessoas que estiveram expostas ao HIV no seu local de trabalho (perfuração com agulhas ou contato com fluidos corporais). Como tomar o AZT? A dose de AZT recomendada para adultos é de 500mg a 600mg ao dia. Está disponível em cápsulas de 100mg e 300mg, e também em forma líquida (xarope). A posologia do AZT é: 300mg (três cápsulas de 100mg), duas vezes ao dia, ou 200mg (duas cápsulas de 100mg), três vezes ao dia (veja as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, no Anexo 1). O AZT também é parte do combivir e do trizivir. O combivir contém AZT + 3TC (Epivir), e o trizivir AZT + 3TC + abacavir (Ziagen). Para mais informações sobre esses remédios, veja as Folhas Informativas C16 e C17. 12 Série C Quais são os efeitos colaterais do AZT? Ao iniciar a terapia com AZT, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de malestar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo, mas alguns pacientes que tomam AZT continuam tendo náuseas, vômitos, dores de cabeça e fadiga esporadicamente. Os efeitos colaterais mais sérios são: anemia, granulocitopenia e miopatia. Poucas pessoas têm esses efeitos. Conheça um pouco mais sobre eles: · Anemia: diminuição de glóbulos vermelhos, causada por dano à medula óssea. Se você tiver anemia, seu médico poderá diminuir a dose de AZT ou substituí-lo por outro anti-retroviral. Se a anemia for grave, e você continuar tomando AZT, é possível que precise de uma transfusão de sangue ou que precise tomar um medicamento chamado eritropoyetina. · Granulocitopenia: diminuição dos glóbulos brancos, também causada por dano à medula óssea. Se você tiver granulocitopenia, seu médico deverá substituir o AZT. A granulocitopenia pode ser tratada com um fator estimulante de colônias, chamado G-CSF e que estimula a produção de glóbulos brancos. Mas por o G-CSF ser muito caro, mudar de medicamento, para alguns, é a melhor opção. Importante · Miopatia: causa dor e debilidade muscular. Não existe tratamento específico para esse efeito colateral. NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Como o AZT interage com outros medicamentos? O AZT nunca deve ser combinado com o d4T (Zerit). Folhas Informativas Os efeitos colaterais do AZT podem piorar caso ele seja tomado com outros medicamentos. Informe ao seu médico sobre todos os remédios que esteja tomando. Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja 12 Série C tomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar seq uer um a d o se nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral:Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas O que é o ddC? + InfoRed SIDA Nuevo México ddC (Hivid) Como tomar o ddC? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como zalcitabina, dideoxicytidine ou Hivid, o ddC é patenteado pela Roche. Esse medicamento está disponível em comprimidos de 0.75mg ou de 0.375mg. A dose recomendada de ddC para adultos é um comprimido de 0.75mg, três vezes ao dia. O ddC é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. O ddC deve ser tomado em jejum: duas horas depois ou uma hora antes de qualquer refeição ou ingestão de alimentos. Nas recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, o ddC não consta como opção de terapia anti-retroviral. Quem deve tomar o ddC? O ddC foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/ compromisso em tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma ddC com outros medicamentos, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. É importante o seu médico verificar se você tem problemas no fígado ou nos rins. Se você toma ddC, ele deve monitorar cuidadosamente o funcionamento do seu fígado e dos seus rins. É possível também que ele decida que você não é um bom candidato a tomar ddC. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do ddC? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. Os efeitos colaterais mais comuns do ddC são: brotoeja, dores no peito, febre, náuseas, mudanças nos resultados dos exames da função do fígado e/ou úlceras na boca. Os efeitos colaterais mais sérios são: neuropatia periférica e, em raras ocasiões, pancreatite. Conheça um pouco mais sobre eles: · Neuropatia periférica: é uma forma de dano ao sistema nervoso. Geralmente, apresenta-se como uma 13 Série C sensação de formigamento, adormecimento ou queimação nos pés, pernas ou mãos. O dano nervoso é, em geral, temporário e desaparece se você deixa de tomar o medicamento ou se reduz a dose de ddC. Se você continua tomando ddC, depois da aparição de sintomas que demonstrem danos no sistema nervoso, tais danos podem se tornar irreversíveis. · Pancreatite: é uma inflamação do pâncreas, glândula de tamanho grande localizada atrás do estômago. A pancreatite pode ser mortal. Se você toma ddC e apresenta dores agudas perto da área do estômago, na pélvis ou nas laterais do abdômen, acompanhadas de náuseas e vômitos, suspenda o ddC e entre imediatamente em contato com o seu médico. Como o ddC interage com outros medicamentos? O ddC é mais efetivo se tomado com outros medicamentos anti-retrovirais. Mas ele nunca deve ser combinado com o 3TC (Epivir), d4T (Zerit) ou ddI (Videx). Os antiácidos ou cimetidina podem reduzir os níveis sangüíneos do ddC. Já os aminoglicósidos, anphotericin B, foscarnet ou probenecid podem aumentar os níveis sangüíneos do ddC. Alguns medicamentos podem piorar os efeitos colaterais produzidos pelo ddC. Informe ao seu médico sobre todos os remédios que esteja tomando. Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento antiretroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Folhas Informativas Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. 13 Série C Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral:Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México ddI (Videx) O que é o ddI? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como didanosina, dideoxyinosina ou Videx, o ddI é patenteado pela Bristol-Myers Squibb. O ddI é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o ddI? O ddI foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para pessoas infectadas pelo HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma ddI com outros medicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Como tomar o ddI? Esse medicamento está disponível em comprimidos mastigáveis, que também podem ser dissolvidos em água, e em pó (também para ser dissolvido em água). A dose recomendada para adultos é baseada no peso do corpo. As pessoas que pesam mais de 60 kg devem tomar um comprimido de 200mg, duas vezes ao dia, ou 250mg da fórmula em pó, duas vezes ao dia. As pessoas com menos de 60 kg devem tomar comprimidos de 125mg (um de 100mg + um de 25mg), duas vezes ao dia, ou 167mg da fórmula em pó, duas vezes ao dia. Os comprimidos revestidos para liberação entérica de 250mg ou de 400mg podem ser tomados da seguinte forma: para quem tem 60 kg ou mais, 400mg (um comprimido), uma vez ao dia. Já para quem tem menos de 60kg, 250mg (um comprimido), duas vezes ao dia, ou 125mg, duas vezes ao dia (veja as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, no Anexo 1). Em novembro de 1999, a Administração de Alimentos e Fármacos dos Estados Unidos (FDA) aprovou uma fórmula de ddI que pode ser tomada uma vez ao dia. A dose é de dois comprimidos de 200mg que devem ser tomados ao mesmo tempo. Essa nova fórmula não pode ser utilizada para ser aplicada em doses de duas vezes ao dia. No entanto, em julho de 2000, a FDA comunicou que é melhor tomar ddI duas vezes ao dia. A dose única diária deve ser utilizada apenas por adultos que, por situações especiais, só podem tomar medicamentos uma vez ao dia. Se você toma ddI e quer mudar a forma de tomá-lo, consulte primeiramente o seu médico. 14 Série C antiácido na sua fórmula. O ddI deve ser tomado em jejum ou com o estômago vazio, ou seja, 30 minutos antes ou duas horas após você ter se alimentado ou comido algo. Tomar ddI com alimento reduz os níveis sangüíneos do medicamento em mais de 50%. A Bristol-Myers Squibb desenvolveu uma nova fórmula de ddI em cápsula (cobertura entérica que é absorvida no intestino) chamada de Videx EC. Essa fórmula em cápsula pode ser tomada uma vez ao dia, não contém o antiácido e, em conseqüência disso, produz menos efeitos colaterais e menos interações com outros medicamentos. O Videx EC também dever ser tomado com o estômago vazio e deve ser ingerido sem mastigar. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do ddI? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um tempo determinado, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. Os efeitos colaterais mais comuns do ddI são: diarréia, dores de cabeça, vômitos e erupções na pele. A diarréia é causada pelo antiácido dos comprimidos e pode ser severa. Se você tem problemas no fígado ou nos rins, é possível que tenha que reduzir a dose de ddI. Os efeitos colaterais mais sérios são: neuropatia periférica, pancreatite e acidose láctica. Conheça um pouco mais sobre eles: O ddI não é absorvido num meio ácido e, por isso, contém um · Neuropatia periférica: é uma forma Folhas Informativas de dano ao sistema nervoso. Geralmente, apresenta-se como uma sensação de formigamento, adormecimento ou queimação nos pés, nas pernas ou nas mãos. O dano ao sistema nervoso é, em geral, temporário e desaparece se você deixa de tomar o medicamento ou se reduz a dose de ddI. Se você continua tomando ddI, depois da aparição de sintomas que demonstrem danos no sistema nervoso, tais danos podem se tornar irreversíveis. · Pancreatite: é uma inflamação do pâncreas, glândula de tamanho grande localizada atrás do estômago. A pancreatite pode ser mortal. Se você toma ddI e apresenta dores agudas perto da região do estômago, na pélvis ou nas laterais do abdômen, acompanhadas de náuseas e vômitos, suspenda o ddI e entre imediatamente em contato com o seu médico. Obs.: níveis altos de triglicerídeos podem causar pancreatite. · Acidose láctica: é a acumulação de ácido láctico no sangue. Ocorre quando as células produzem uma quantidade anormal de energia. Isso pode ser causado por dano na mitocôndria. A acidose láctica pode causar dano grave no pâncreas e no fígado. Os sintomas da acidose láctica podem incluir perda de peso, dor abdominal e fadiga severa. Como o ddI interage com outros medicamentos? O ddI pode ser mais efetivo se tomado com hidroxiuréia. Porém, essa combinação aumenta o risco de pancreatite. 14 Série C A metadona - usada no tratamento de dependência química para a prevenção de sintomas de abstinência - diminui os níveis de ddI no sangue. O ddI nunca deve ser combinado com o ddC (Hivid). As grávidas não devem tomar ddI e d4T (Zerit) ao mesmo tempo, já que tal combinação aumenta a possibilidade de desenvolver acidose láctica. Não tome ddI ao mesmo tempo que os inibidores da protease (IPs). O tempo que você deve deixar passar entre a ingestão do ddI e a tomada do IP depende do tipo de inibidor da protease que você esteja tomando. Siga corretamente as indicações sobre as doses e horários de cada um dos medicamentos que você esteja tomando. Os níveis de ddI no sangue aumentam quando ele é tomado junto com o tenofovir (Viread) ou com a ribavirina, usada no tratamento da hepatite C. Os pacientes que tomam ddI junto com um desses medicamentos devem prestar muita atenção ao surgimento de sintomas, tidos como efeitos colaterais do ddI. Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral:Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México d4T (Zerit) O que é o d4T? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como estavudina, didehydro-deoxythymidina ou Zerit, o d4T é patenteado pela Bristol-Myers Squibb. O d4T é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no do código genético da célula infectada. Quem deve tomar o d4T? O d4T foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma d4T com outros medicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Como tomar o d4T? Esse medicamento está disponível em cápsulas de 15mg, 20mg, 30mg e 40mg. A dose recomendada de d4T para adultos depende do peso corporal. Se você pesa 60kg ou mais, a dose é de 40mg, duas vezes ao dia. Se você pesa menos de 60kg, a dose deve ser de 30mg, duas vezes ao dia (veja as recomedações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, no Anexo 1). É importante que o seu médico saiba se você tem problemas no fígado. Se você toma d4T, ele deve monitorar cuidadosamente o funcionamento do seu fígado. É possível também que ele decida que você não é um bom candidato para tomar o d4T. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do d4T? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. Os efeitos colaterais mais graves do d4T são: neuropatia periférica, lipodistrofia e acidose láctica. Conheça um pouco mais sobre eles: · Neuropatia periférica: é uma forma de dano ao sistema nervoso. Geralmente, apresenta-se como uma sensação de formigamento, adorme- 15 Série C cimento ou queimação nos pés, nas pernas ou nas mãos. O dano nervoso é, em geral, temporário e desaparece se você deixa de tomar o medicamento ou se reduz a dose de d4T. Se você continua tomando d4T, depois da aparição de sintomas que demonstrem danos no sistema nervoso, tais danos podem se tornar irreversíveis. · Lipodistrofia: é um conjunto de mudanças na forma do corpo e na composição química do sangue. Vários estudos têm encontrado uma forte associação entre o uso do d4T e a perda de gordura nas pernas, nos braços e na face. Parece que muitos medicamentos contribuem para o desenvolvimento da lipodistrofia, mas não se sabe exatamente como isso ocorre. Algumas pessoas preferem não usar o d4T devido à sua associação com a lipodistrofia. · Acidose láctica: é o acúmulo de ácido láctico no sangue. Ocorre quando as células produzem uma quantidade anormal de energia. Isso pode ser causado por dano na mitocôndria. A acidose láctica pode causar dano grave no pâncreas e no fígado. Os sintomas da acidose láctica podem incluir perda de peso, dor abdominal e fadiga severa. Como o d4T interage com outros medicamentos? O d4T é mais efetivo se tomado com outros anti-retrovirais. Esse medicamento nunca deve ser combinado com o AZT (Retrovir) ou com o ddC (Hivid). Os efeitos colaterais do d4T podem piorar se ele for combinado com ganciclovir ou com pentamidina (remédios para doenças oportunistas). As grávidas não devem tomar d4T em combinação com o ddI (Videx), já que aumenta a possibilidade de desenvolvimento da acidose láctica. Folhas Informativas Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhe- 15 Série C cido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México 3TC (Epivir) O que é o 3TC? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como lamivudina ou Epivir, o 3TC é patenteado pela GlaxoSmithKline. O 3TC é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o 3TC? O 3TC foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/ compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma 3TC com outros medicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Como tomar o 3TC? Esse medicamento está disponível em comprimidos de 150mg e 300mg. Também está disponível em forma líquida (xarope). A dose recomendada de 3TC é de um comprimido de 300mg, uma vez ao dia, ou dois de 150mg, duas vezes ao dia. As pessoas que pesam menos de 50kg devem reduzir a dose (segundo as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, 150mg, duas vezes ao dia, ou 300mg, uma vez ao dia. O consenso também recomenda reduzir a dose para quem tem menos de 50kg. Veja Anexo 1). O 3TC pode ser tomado com ou sem alimentos. É importante que o seu médico saiba se você tem problemas nos rins, porque, nesse caso, talvez seja necessário diminuir a dose de 3TC. O 3TC também faz parte do combivir e do trizivir. O combivir contém AZT (Retrovir) e 3TC. O trizivir contém AZT, 3TC e abacavir (Ziagen). Para mais informações, veja as Folhas Informativas C12, C17, C18 e C19. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do 3TC? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar 16 Série C geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. Os efeitos colaterais mais comuns do 3TC são: náuseas, vômitos, fadiga e dores de cabeça. Algumas pessoas apresentam insônia (problemas para dormir). Em raras ocasiões, pode ocorrer queda de cabelo. Como o 3TC interage com outros medicamentos? O 3TC nunca deve ser combinado com o ddC (Hivid). O bactrim e o septra podem aumentar os níveis do 3TC no sangue. Informe ao seu médico sobre todos os remédios que você esteja tomando. Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento antiretroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. O 3TC parece reduzir a resistência ao AZT. Isso significa que se você toma 3TC depois de desenvolver resistência ao AZT, este funciona melhor. Folhas Informativas 16 Série C Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Abacavir (Ziagen) O que é o abacavir? É um dos medicamentos usados para o tratamento anti-retroviral. Também conhecido como 1592U89 ou Ziagen, o abacavir é patenteado pela GlaxoSmithKline. O abacavir é um inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o abacavir? O abacavir foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma abacavir com outros medicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Acredita-se que o abacavir penetre no sistema nervoso central e, por isso, pode prevenir problemas neurológicos, como a demência, por exemplo. Como tomar o abacavir? Esse medicamento é tomado oralmente e está disponível em cápsulas. A dose recomendada para adultos é de 300mg (uma cápsula), duas vezes ao dia. Para as crianças, está disponível o xarope de abacavir, cuja dose dependerá do seu peso corporal - o médico indicará a dosagem correta (veja as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, no Anexo 1). O abacavir pode ser tomado com ou sem alimentos. O abacavir é um dos medicamentos que compõem o trizivir. O trizivir contém AZT (Retrovir), 3TC (Epivir) e abacavir. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do abacavir? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. 17 Série C O uso do abacavir causa reação de hipersensibilidade? Entre 3% e 5% das pessoas que tomam abacavir apresentam uma reação alérgica que geralmente ocorre depois de duas semanas do início do tratamento. Porém, a alergia pode aparecer após seis semanas ou mais, depois do começo do tratamento. Os pacientes apresentam os seguintes sintomas: Febre (80% dos pacientes) Erupções na pela (60%-70%) Dores de cabeça, sensação de mal-estar, falta de energia (60%) Náuseas, vômitos, diarréia ou dor estomacal (50%) Tosse, dificuldade para respirar e dor de garganta (20%). Importante Se você tiver uma reação de hipersensibilidade, os sintomas pioram a cada dose tomada e não desaparecem até você deixar de tomar o medicamento. Caso você apresente alguns dos sintomas acima descritos quando estiver tomando o abacavir, entre em contato com o seu médico imediatamente. Se você teve uma reação de hipersensibilidade ao abacavir, nunca reinicie o tratamento com ele. Alguns pacientes que apresentaram reação de hipersensibilidade e reiniciaram o tratamento tiveram reações mortais. Se você deixar de tomar o abacavir por alguma razão - porque acabou, por exemplo-, consulte o seu médico antes de reiniciar a ingestão desse medicamento. Em casos raros, pessoas que pensavam não serem alérgicas tiveram reações severas quando reiniciaram com o abacavir. Folhas Informativas Como o abacavir interage com outros medicamentos? O abacavir deve ser tomado com outros anti-retrovirais. Interações específicas com outros medicamentos não têm sido identificadas. Apesar de a maioria dos inibidores da transcriptase reversa ser combinada com os inibidores da protease (IPs), o abacavir tem sido estudado em combinação com outros inibidores da transcriptase reversa. Os resultados foram quase tão bons como quando combinado com IPs. O abacavir funciona melhor em combinação com o inibidor da protease amprenavir (Agenerase). (Veja a Folha Informativa C28) 17 Série C Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. O abacavir parece funcionar ainda que o HIV seja resistente a outros inibidores da transcriptase reversa. Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Combivir (AZT + 3TC ) O que é o combivir? É um medicamento que contém a combinação de dois anti-retrovirais: o AZT (Retrovir) e o 3TC (Epivir). O combivir é patenteado pela GlaxoSmithKline.Veja as Folhas Informativas C12 e C16. Os dois medicamentos que formam o combivir são inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o combivir? O combivir foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma combivir com outros medicamentos anti-retrovirais, esperase que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Por conter dois medicamentos num mesmo comprido, o combivir tornase mais conveniente do que outras combinações de anti-retrovirais. Isso ajuda as pessoas a serem mais aderentes ao tratamento e a controlarem melhor a replicação do HIV. Importante As crianças com menos de 12 anos de idade e as pessoas com problemas nos rins não devem tomar o combivir. Como tomar o combivir? Esse medicamento é tomado por via oral e está disponível em comprimidos. A dose recomendada para adultos é de um comprimido, duas vezes ao dia. Cada comprimido contém 300mg de AZT e 150mg de 3TC (veja as recomendações brasileiras oficiais, da Coordenação Nacional de DST e AIDS, do Ministério da Saúde, no Anexo 1). O combivir pode ser tomado com ou sem alimentos. As pessoas que pesam menos de 50kg não devem tomar o combivir. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. 18 Série C geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. Os efeitos colaterais mais comuns do combivir são iguais aos do AZT e aos do 3TC. Incluem: dores de cabeça, mal-estar estomacal e fadiga. Os efeitos colaterais mais graves são: anemia, granulocitopenia e miopatia que ocorrem em poucas pessoas (veja a seguir). Se você apresentar esses sintomas, talvez seu médico suspenda o combivir. · Anemia: diminuição dos glóbulos vermelhos, causada por dano à medula óssea. · Granulocitopenia: diminuição dos glóbulos brancos, também causada por dano à medula óssea. · Miopatia: causa dor e debilidade muscular. Não existe um tratamento específico. Como o combivir interage com outros medicamentos? O combivir nunca deve ser combinado com o ddC (Hivid) ou com o d4T (Zerit). O bactrim e o septra aumentam os níveis do 3TC no sangue. Os efeitos colaterais do AZT (um dos remédios que compõem o combivir) podem piorar caso ele seja tomado com outros medicamentos. Informe ao seu médico sobre todos os remédios que esteja tomando. Como ocorre a resistência aos medicamentos? Quais são os efeitos colaterais do combivir? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de malestar geral. Esses efeitos colaterais Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento Folhas Informativas de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. 18 Série C Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003 Folhas Informativas + InfoRed SIDA Nuevo México Trizivir (AZT + 3TC + abacavir) O que é o trizivir? É um medicamento composto por três anti-retrovirais usados para o tratamento do HIV: AZT (Retrovir), 3TC (Epivir) e abacavir (Ziagen). O trizivir é patenteado pela GlaxoSmithKline. Não está disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. Veja as Folhas Informativas C12, C16 e C17. Os medicamentos que formam o trizivir são inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos. A transcriptase reversa é a enzima responsável pela conversão do material genético (ARN) do HIV em ADN. Essa conversão ocorre antes do código genético do HIV entrar no código genético da célula infectada. Quem deve tomar o trizivir? O trizivir foi aprovado como um medicamento anti-retroviral para tratar as pessoas infectadas com o HIV. Não existem regras absolutas sobre quando se deve começar a tomar os anti-retrovirais. Você e seu médico devem levar em consideração a sua contagem de células T, a sua carga viral, os sintomas que você tem e sua disposição/compromisso de tomar os remédios da maneira indicada. Se você toma trizivir com outros medicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua para níveis indetectáveis e que a sua contagem de células T aumente. Isso significa que você poderá se manter saudável por mais tempo. Lembre-se: não é apenas a terapia antiretroviral que prolonga a sua vida. Outros aspectos biológicos, psicológicos e sociais são fundamentais para o enfrentamento da soropositividade para o HIV e para uma melhor qualidade de vida. Para mais informações sobre terapia anti-retroviral, veja a Folha Informativa C3. Por conter três medicamentos num mesmo comprido, o trizivir torna-se mais conveniente do que outras combinações de anti-retrovirais. Isso ajuda as pessoas a serem mais aderentes ao tratamento e a controlarem melhor a replicação do HIV. O trizivir pode ser uma combinação efetiva, mas alguns médicos acham que não é muito potente em pessoas com carga viral acima de 100 mil cópias. Importante: AS CRIANÇAS COM MENOS DE 12 ANOS DE IDADE E AS PESSOAS COM PROBLEMAS NOS RINS NÃO DEVEM TOMAR TRIZIVIR. Como tomar o trizivir? Esse medicamento está disponível em comprimidos e é tomado oralmente. A dose recomendada para adultos é de um comprimido, duas vezes ao dia. Cada comprimido contém 300mg de AZT, 150mg de 3TC e 300mg de abacavir. O trizivir pode ser tomado com ou sem alimentos. As pessoas que pesam menos de 50kg não devem tomar o trizivir. Importante NÃO DEIXE DE TOMAR SEUS MEDICAMENTOS NEM REDUZA A DOSE SEM ANTES CONSULTAR O SEU MÉDICO. Quais são os efeitos colaterais do trizivir? Ao iniciar a terapia, você pode apresentar efeitos colaterais por um determinado tempo, como, por exemplo, dores de cabeça, hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais geralmente melhoram ou desaparecem com o tempo. 19 Série C Os efeitos colaterais mais comuns do trizivir são iguais aos efeitos provocados pelo AZT, 3TC e abacavir, como dores de cabeça, mal-estar no estômago e fadiga. Os efeitos colaterais mais sérios são: anemia, granulocitopenia e miopatia. Esses efeitos ocorrem em poucas pessoas, e se você apresentar algum deles pode ser que seu médico recomende parar de tomar o trizivir. Conheça um pouco mais sobre eles: · Anemia: diminuição dos glóbulos vermelhos, causada por dano à medula óssea. · Granulocitopenia: diminuição dos glóbulos brancos, também causada por dano à medula óssea. · Miopatia: causa dor e debilidade muscular. Não existe um tratamento específico. O efeito colateral mais sério do abacavir um dos medicamentos que compõem o trivizir - é uma reação de hipersensibilidade. Menos de 5% das pessoas têm essa reação, mas no caso de você apresentá-la, deixe de tomar o trivizir imediatamente e não volte a tomá-lo nunca mais, pois, ao reiniciar a sua tomada, podem ocorrer efeitos graves e até mortais. A reação geralmente pode aparecer entre uma e duas semanas após o início do tratamento com o trizivir, em razão da presença do abacavir. Os pacientes apresentam, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: febre, erupções na pele, dores de cabeça, sensação de mal-estar geral, falta de energia, náuseas, vômitos, diarréias ou dor no estômago, tosse, dificuldade para respirar ou dor de garganta. Se você tiver algum desses sintomas, entre em contato com o seu médico e pare de tomar o trizivir imediatamente. Para mais informações sobre a reação de hipersensibilidade ao abacavir, veja a Folha Informativa C17. Folhas Informativas Como o trizivir interage com outros medicamentos? O trizivir nunca deve ser combinado com o ddC (Hivid) e com o d4T (Zerit). O bactrim e o septra aumentam os níveis de 3TC no sangue. Os efeitos secundários do AZT (remédio que compõe o trizivir) podem piorar caso ele seja tomado com outros medicamentos. Informe ao seu médico sobre todos os remédios que esteja tomando. 19 Série C Como ocorre a resistência aos medicamentos? Muitas das cópias novas do HIV são mutações, ou seja, um pouco diferentes do vírus original. Algumas mutações podem continuar se multiplicando ainda que você esteja tomando medicamento antiretroviral. Quando isso ocorre, os remédios deixam de funcionar. Isso é conhecido como desenvolvimento de resistência ao medicamento. A Folha Informativa C7 oferece mais informações sobre o assunto. um medicamento, ele também será resistente a outros anti-retrovirais. Isso é conhecido como resistência cruzada. Importante A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la. Algumas vezes, se o tipo de vírus que você tem desenvolve resistência a Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003