Revista Caminhar Sempre Edição 5
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Revista Caminhar Sempre Edição 5
... na presença misericordiosa do Deus Menino Periódico das Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada | N° 05 - SETEMBRO a DEZEMBRO de 2015 Rua Silvio Romero, 146 | Passo Fundo – RS | Fone: 54 3313 2465 | www. ursulinas. com. br Sumário EM ESCUTA Editorial |Ir. M. Celia Lourdes Welter....................................................................................................................................... 3 Comunhão de certezas e de graça |Madre M. Luciana Spada........................................................................................................................................... 4 A devoção a Nossa Senhora Aparecida |Padre Mateus Danieli................................................................................................................................................. 6 “Ele não é para si, é para vós” |Padre Sérgio Zanon....................................................................................................................................................... Periódico das Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada Rua Silvio Romero, 146 Passo Fundo – RS Fone: 54 3313 2465 www. ursulinas. com. br N° 05 – Setembro a Dezembro de 2015 7 RICAB Iniciação Cristã |Irmã Ivone Hofer........................................................................................................................................................... 8 Palavra de Deus, fonte de catequese 10 |Irmã Izoldi Gluitz...................................................................................................................................................... Família, berço da vida e do amor 11 |Comunidade Centro Juvenil Mericiano....................................................................................................... Grupo de Redação: Ir. M. Célia Lourdes Welter Ir. M. Ivone Hofer A Missão Educativa Infantil 12 |Comunidade Centro Educativo Imaculada Conceição ........................................................................ Ir. M. Rosangela Briato “Ide e evangelizai” (Mc 16,15) Ir. M. Elisângela Bassi |Comunidade Centro Juvenil Padre Agostini............................................................................................. 13 Juventude construindo uma nova sociedade Design, diagramação e impressão: Imperial Artes Gráficas Passo Fundo - RS 54 3313. 5434 atendimento@graficamperial. com. br |Irmã Katiane e jovens da Área Missionária do Alto Rio Madeira – Porto Velho RO............. Ser mãe na corresponsabilidade formativa 15 |Comunidade Missionária Santa Ângela Mérici........................................................................................ Uma retrospectiva do ano de 2015 |Equipe técnica: Analu Bernardi – Assistente Social | Irmã Vivian Anese – Pedagoga........ DESDE 1960 54 3313.5434 14 16 Lectio Divina 18 |Irmã Denice Schulz................................................................................................................................................. Em Escuta Editorial |Ir. M. Célia Lourdes Welter – Superiora Regional Estimados/as leitores/as! Estamos chegando mais uma vez em vossos lares com a 5ª edição da revista “Caminhar Sempre! ”. Desejamos-vos uma profícua e agradável leitura, momento especial de graça para apreciar e agradecer os tantos sinais da presença amorosa de Deus em nossas vidas e missão de cada dia como cristãos batizados, chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo. Como Irmãs Ursulinas temos a alegria de partilhar fragmentos de nossa vida e missão nas diferentes realidades e áreas de atuação pastoral e social, junto as famílias, lideranças leigas, sacerdotes, jovens, adolescentes e crianças. Com a força do amor misericordioso de Deus Pai somos impelidos a “oferecer continuamente os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rom 12,1), deixando-nos transformar com a sua graça em pessoas adultas na fé, plenas de amor e animadas na esperança, sempre disponíveis para realizar unicamente a sua Vontade, o que é bom, agradável e perfeito a Ele. Madre Luciana na sua reflexão nos faz o convite para ‘viver com fé cada fragmento de nossa vida’, fazendo dela uma perene liturgia, ação de graças. Maria, a mãe da misericórdia, ensina-nos a viver especialmente neste Ano da Misericórdia o silêncio orante que nos permite escutar atentamente a Palavra de Deus e ser dóceis a ação do Espírito Santo. Nutridos pelo Pão da Palavra e da Eucaristia possamos ser sinais da ternura de Deus no cuidado da vida e no serviço de evangelização como Igreja em saída, estado permanente de missão, que mais do que nunca é chamada a ser casa de iniciação à Vida Cristã por meio de processos que conduzam ao “encontro com Jesus Cristo”, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso apostólico (CNBB, 83). Esta é a missão que recebemos no batismo e que somos chamados a viver corajosamente no dia a dia em meio a tantas situações de não vida, e que necessita de um autêntico testemunho de fé e de caridade cristã. “Ter cada pessoa esculpida em nosso coração” com cuidados de amabilidade e zelo incansável torna-se a característica peculiar em nossa missão formativa e educativa no desejo de colaborar com o Senhor em sua obra de salvação, revelando com palavras e gestos o seu rosto amoroso indo ao encontro dos/as irmãos/ as e de situações mais vulneráveis, necessitadas de nossa ajuda e testemunho de solidariedade e fraternidade. Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe, ajude-nos a viver a dinâmica do Reino com o coração aberto e disponível para reconhecer e acolher os “vestígios do Espírito Santo” e ir ao encontro dos irmãos para comunicar a boa notícia, que em Jesus Cristo se fez homem e veio habitar no meio de nós. Neste Santo Natal possamos acolher o abraço misericordioso de Deus Menino que nos visita e com Ele começar uma vida nova, de comunhão e de doação ao serviço do Reino. 3 Em Escuta Comunhão de certezas e de graça |Madre Luciana Spada – Superiora Geral “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Esse mistério é grande: eu me refiro a Cristo e à Igreja!” Ef.5,31 O Sínodo sobre a família, anúncio do “Jubileu da Misericórdia”, uma Igreja que se redescobre chamada e enviada, e por isso “em saída”, a consciência da universal chamada à santidade, a missão dos leigos na Igreja e no mundo, o rol da mulher...: todas ocasiões para uma reflexão, “antiga e sempre nova”, sobre o sentido profundo daquilo que cada um é chamado a ser, como pessoa e também, com frequência, como membro de uma instituição. Faz parte da experiência humana ter intuições, sonhar, desejar ... E não tudo é depois aprofundado, realizado, porque o imediato, os problemas, as distrações, as urgências... absorvem as energias. Mas o Senhor cuida os germens do Bem e da Verdade que Ele mesmo suscita no coração de quem confia Nele e a Ele confia a realização, o cumprimento daquilo que Ele mesmo iniciou. Dois pensamentos, estes, que levam a reconhecer e a comtemplar com gratidão o bem, aonde quer que floresça; a olhar com serenidade a história, o passado, com a consciência que a vida continua, é necessário cuidar das raízes; a buscar sempre o que é Bom, Verdadeiro, Belo,... porque somente o Bem permanece. Neste conjunto de pensamentos, re- 4 colho para mim e para todos os leitores de “Caminhar Sempre”, um fragmento de luz que, como vento leve e chama saltitante, tocou no passado, já uma vez, a minha vida e hoje volta a marcá-la em profundidade, com uma mensagem assim tenra e forte a ponto de transportar o coração até o limiar da Vida verdadeira. Trata-se de uma carta, escrita no dia primeiro de fevereiro de 1990 pelo professor Giorgio Zanotto1 ao amigo Lodovico Montini2. A circunstância, o desaparecimento da senhora Giuseppina Montini, torna-se ocasião para reler, à luz da fé, a vida, o matrimônio, a figura da mulher... 1 Giorgio Zanotto (Verona, 19 de dezembro de 1920 – Santhià, 24 de outubro de 1999) foi um político, professor e economista italiano, foi prefeito de Verona de 1956 a 1964 e presidente do Banco Popolare di Verona. Além disso foi membro do Comité executivo da Católica Assegurações, assumindo também o cargo de vice presidente. 2 Lodovico Montini (Brescia, 08 de maio de 1896 – 12 de fevereiro de 1990) foi um político italiano, já deputado e senador da democracia cristã e membro da Assembleia Constituinte. Em Escuta Querido Lodovico, recebi com atraso a notícia do desaparecimento da tua senhora. Estou perto de ti na oração por ela e por ti: e estou perto de ti na afetuosa fraterna participação à tua dor de hoje e na lembrança do dom de Deus que ela foi para ti e, no sacramento, para a Igreja. Estar perto de ti hoje significa ser participes do teu sofrimento, mas significa também ser participe do agradecimento. Deveria parar aqui porque nas horas nas quais a grandeza da linguagem de Deus se torna mais solene, nós deveríamos fazer somente silencio. Todavia amo pensar que as horas do silencio sejam, na tua jornada, já tão grandes e luminosas que me permito fazer seguir a elas um momento de colóquio para dizer-te alguns pensamentos que a morte de tua mulher suscitou em mim: estes pensamentos provem do fato de saber que tu és repleto dos dons do Senhor, presentes que pertencem à nossa vocação matrimonial. Parece-me, que nas horas como estas, apareça em toda a extraordinária grandeza, o dom de uma mulher. As suas palavras, mas sobretudo os seus silêncios, as expectativas e as esperanças das quais ela enriqueceu a tua vida, a partilha dos eventos feita de humildade e de nobreza, de esperança e de aceitação, sempre iluminada pelo amor, foram para ti o sal do qual Jesus fala, o sal que dá gosto às coisas. Olhando no profundo, se reconhece a força do amor nupcial que é evocado por João na narração das Bodas de Caná. Parece que o inicio da revelação de Jesus não possa acontecer senão mediante a alegria de um amor esponsal. Maria, que é a mulher por excelência, tem o cuidado para que não falte na vida o fervor, o gosto de viver os eventos queridos pelo Senhor, o gosto da beleza e do amor à vida: “eles não têm vinho” – para abrir o capítulo da revelação do Senhor precisa este vinho do coração. Cada esposa dá grande força ao seu esposo; e daquele dom a vida se faz capaz de iniciar o caminho do seguimento a Jesus. O termino, depois do Calvário, é o gozo do Reino. É extraordinária esta grandeza da mulher em nossa vida: essa é o dom de Deus para empreender, com confiança e fervor, uma estrada em subida. Caro Ludovico, nós somos, quem um pouco mais, quem um pouco menos, no limiar da nossa vida. Eu sou cheio de alegria ao ver que esta última nossa idade é belíssima, é a mais bonita de todas; nela nos é dado de fato de gozar da beleza de todas as coisas queridas e abençoadas por Deus, um misterioso fascínio da historia da salvação, a percepção das realidades eternas, cheias de luz e de vida, uma explosão de amor e de grandeza: não há tristeza no esperado destaque desta nossa vida terrena; está a dor por não ter sempre respondido, um profundo temor frente às coisas grandes que nos esperam, temor vencido pela misericórdia de Deus. Mas nesta tua hora de destaque doloroso da tua senhora, de espera temorosa e confiante, creio que nos momentos de luz fervida e quase cintilante de intuições e esperanças, seja belo deter-se por um pouco sobre o sentido da nossa escolha – o matrimônio – à luz da perfeição a qual Deus nos chamou. Posso não falar-te destes meus pensamentos? E por que não deveria fazê-lo se és tu a suscitá-los no meu coração? Certamente temos aprendido que aquela da virgindade é uma via mais perfeita: isso não por causa de alguma imperfeição no matrimonio, mas porque essa chega a Deus, por assim dizer, diretamente, nós por meio das criaturas. Quem se casa não dá um passo atrás a respeito do estado precedente: dá um passo a frente. Quem se consagra na virgindade dá dois passos. Agora nós cumprimos um passo: podemos cumprir agora outro. A vida nos leva, à cruz, a uma separação dolorosa: a natureza sofre, a angústia enche o coração. Mas se tudo isso é purificação não assumida, não acolhida como momento fora do nosso matrimonio, mas dentro disso, como momento de um amor conjugal firme e perene, que conhece a passagem direta a Deus, então nós verdadeiramente teremos cumprido o segundo passo, alcançaremos, pela graça sacramental, o ponto de chegada da nossa perfeição. Sei que estes pensamentos são muito imperfeitos à respeito da luz da qual Deus inunda a alma dos seus discípulos: mas sei também que o meu estar perto de ti hoje pode ser benevolamente aceito por ti não somente como comunhão de afetos, mas também como comunhão de certezas e de graça. Estou perto de ti, então, com toda a alma! Teu Giorgio Zanotto A carta foi apresentada no dia 28 de setembro passado, pela Fundação “Zanotto”, na sala dos “Convegni”, junto a “Banca Popolare di Verona”, na presença da esposa, senhora Giovanna, dos filhos, das autoridades da cidade e dos amigos, para celebrar a sua memoria, mas, sobretudo para oferecer aos participantes um momento formativo cultural. Os relatores, os cônjuges Magatti e Giaccardi, docentes da Universidade de Milão e Pe. Martino Signoretto, Vigário da Cultura em Verona, ajudaram a acolher toda a riqueza humana e de fé desta carta. É muito belo, num contesto de dor falar de dom, de graça, de grandeza do dom de uma mulher, sublinhou pe. Martino Signoretto, colando em evidencia que, neste modo, também o ultimo respiro se torna vida. Na carta se colhe uma comunhão de certezas, uma amizade vivida na fé, que antecipa os fragmentos do paraíso sobre a terra. O ponto central da espiritualidade, em Giorgio Zanotto, é claro, é o sacramento do matrimônio, a história de uma vida de amor impregnada de Espírito Santo, que pode ser contada justamente porque é vida vivida. E é vida iluminada pela fé, numa síntese que enriquece o homem, tornado capaz de colher e de dizer o sentido e o significado profundo da realidade, de ler a experiência humana de modo espiritual, como um dançarino que aprendeu um movimento, um ritmo, um estilo que se torna parte de si. Como em cada sinfonia, estão os “movimentos” próprios que na sequencia das notas e dos acordes, mantem a tonalidade e o “tema dominante”, esta carta canta as relações que nos habilitam a viver, é um hino à mulher, à graça, é vida vivida que não somente fala, mas exprime a harmonia das mil notas das quais ressoa o cotidiano: é sinfonia da vida. Eis o significado dos quatro verbos sobre os quais a professora Chiara Giaccardi, entreteve os presentes: desejar, colocar no mundo, tomar cuidado, deixar partir. Significa deixar-se atravessar pela vida que recebemos; compreender que existimos porque estamos na mente de alguém, dar-se conta que, se não geramos, ficamos estéreis. O tomar cuidado, depois, é expressão de responsabilidade nas escolhas feitas, é a modalidade fundamental para dar continuidade àquilo que se iniciou... e, quando alguma coisa é bela, o destaque é fadigoso, todavia é justamente através o destaque que a vida cresce, se abre ao futuro. “Meu esposo, diz a senhora Giovanna, sua mulher, escreveu a mim e a minha família dizendo-me que o homem só não basta a si mesmo. Ele encontra o seu fundamento na fé, que é o modo alegre de estar no mundo, lembra-me que a idade anciã é a mais bonita e que lá em cima, a sala está preparada para a festa”. O professor Giorgio Zanotto, com a carta escrita ao seu amigo, escreveu... também para todos nós. Ela renova a nossa fé e nos inspira fortemente a viver com fé cada fragmento da nossa vida. 5 Em Escuta A devoção a Nossa Senhora Aparecida | Pe Mateus Danieli – Reitor do Santuário Nos dias 11 e 12 de outubro de 2015 aconteceu a 35ª Romaria em honra a Nossa Senhora Aparecida na Arquidiocese de Passo Fundo - RS. Embalados com o tema “Com a Mãe Maria vamos cuidar da vida!”, milhares de peregrinos percorreram os 7 km entre a Catedral Metropolitana até o Santuário. Mesmo a chuva que caiu durante toda a semana e no dia da romaria, não impediu que os fiéis participassem deste momento de fé e evangelização. Um dos aspectos que sempre chama atenção na Romaria é a devoção popular a Mãe Aparecida. A ligação do povo brasileiro com a Senhora da Conceição Aparecida é muito bonita. É uma relação filial mesmo, de confiança, carinho, profunda fé. Como disse uma senhora um dia, ao ser perguntada por que participava da Romaria, ela respondeu: “Mãe com mãe se entendem”. É bem assim mesmo. As pessoas se entendem com Nossa Senhora Aparecida. Sentem-se filhos, comadres, amigos, vizinhos, parentes da Mãe de Jesus. Outro ponto relevante da Romaria é a caminhada evangelizadora da Igreja, pois na Romaria a Igreja Arquidiocesana celebra sempre a temática que refletiu ao longo do ano. É um momento celebrativo de grande expressão para a pastoral e a evangelização depois de to- 6 das as atividades realizadas nas paróquias, pastorais e nos movimentos; a Igreja Arquidiocesana se reúne em torno da Mãe Aparecida para celebrar. É ainda significativa a mostra de ações sociais e solidárias que acontece durante a Romaria. Neste ano foi a segunda edição deste espaço nos quais os grupos de projetos alternativos, apoiados pela Cáritas Arquidiocesana, Fundo Diocesano de Solidariedade e Santuário, apresentam para a comunidade dos romeiros, os trabalhos realizados. É uma forma de valorizar os grupos, além de dar um caráter solidário para o espaço da Romaria que antes era de um intenso comércio, agora é a casa da solidariedade. Vale a pena destacar a participação da Família Leiga Ursulina (FLU) da cidade de Passo Fundo que, assessorada pelas Irmãs Ursulinas, é responsável pela ornamentação do Santuário. Sempre atenta aos romeiros, a Família Leiga Ursulina recebe carinhosamente as flores oferecidas para a Mãe de Jesus, ajuda os devotos, coordena a decoração do ambiente, tudo com a simplicidade, delicadeza e beleza próprias da espiritualidade Ursulina. Neste ano, a decoração do espaço foi toda motivada pelo tema da Romaria e da Arquidiocese que é o cuidado com a vida: espaço onde a vida é ameaçada, destruída; e outro onde o cuidado com a vida dá seus frutos. Uma das marcas da 35ª Romaria foi os espaços preparados com tanto carinho pela Família Leiga Ursulina. Por fim, Maria é sempre aquela que nos aponta para Jesus; Ela que ensina: “Fazei tudo o que Ele disser”. Portanto, caminhar com a Mãe de Jesus é estar cada vez mais inserido na dinâmica do Reino de Deus à qual ela contribuiu gerando Jesus. Em Escuta “Ele não é para si, é para vós” |Padre Sérgio Zanon A mados em Cristo, mais uma vez através desta Revista, quero me reportar a todos os leitores e amigos. Graça e Paz da parte de Deus nosso Pai e de Jesus Cristo nosso Senhor. Nesta edição partilho com vocês a alegria da minha próxima Ordenação Presbiteral. Estou a dias deste grande momento, que provavelmente quando estiverem lendo eu já serei um Padre da Igreja. Penso que o chamado que Deus fez para mim, foi um resgate da minha alma para o serviço do povo de Deus e da humanidade. Tenho consciência da missão e das responsabilidades que o Ministério Presbiteral me pede, e compreendo a frase de São João Maria Vianney: “O padre não é para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele não é para si, é para vós”. Penso ser conveniente fazer um breve memorial da minha caminhada vocacional. Durante todos estes anos de formação busquei colocar-me na presença do Senhor para fazer com sinceridade, de coração, o discernimento vocacional. Tenho a certeza que Deus sempre se fez presença, mesmo quando não O queria ver. Sobretudo, quan- do tomei a decisão livre de deixar tudo: profissão, carreira, vida afetiva pessoal para me entregar ao Senhor, respondendo ao seu chamado. Sua presença foi sentida por mim mais intensamente nas situações de transformação humana. Hoje posso afirmar: sou um pouco melhor que antes, no entanto, ainda necessito d’Ele para com Ele ser melhor. Porque o Amor sempre me guiou, me acompanhou e creio que será a luz para o meu ministério, escolhi por lema da minha ordenação presbiteral: “Aquele que permanece no Amor permanece em Deus e Deus permanece Nele. Nisto consiste a perfeição do Amor em nós” (1Jo 4, 16-17). Creio firmemente que o Senhor falava a mim como a um filho e exigia o meu despojamento por Amor, a minha entrega aos irmãos por Amor, e, sobretudo a doação da minha vida por Amor a Ele e ao Povo de Deus. Sou consciente do ministério presbiteral, do chamado do Senhor e mais ainda do homem que me tornarei e quero ser um servidor do Evangelho. Reconhecendo as minhas falhas e limitações, peço humildemente a todos que coloquem o meu ministério em suas orações. Que Deus pela intercessão da Virgem Santíssima, me dê a graça de poder ser sinal, luz e instrumento de Jesus Cristo no mundo para as pessoas que me confiará. 7 Ricab Iniciação Cristã |Texto organizado por Ir. Ivone Hofer Senhor Jesus [...], livrai da morte os que buscam a vida através de vossos sacramentos [...], comunicailhes, pelo vosso Espírito vivificante, a fé, a esperança e a caridade [...]. (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, n. 178) 8 A Iniciação Cristã constitui um itinerário ou caminhada de preparação para integrar novos membros na vida cristã de uma comunidade de fé. Ela é o processo pelo qual nos tornamos cristãos, mediante uma inserção global na vida de fé, eclesialmente expressa nos três sacramentos que assinalam e consagram o início da vida cristã: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. O Batismo, a Crisma e a Eucaristia são os três sacramentos da Iniciação Cristã que compõem um itinerário para o mergulho completo e comprometido com o mistério pascal de Jesus Cristo. A palavra itinerário (do latim iter) significa caminho. Antigamente, as pessoas utilizavam um itinerarium, ou seja, um roteiro de viagem para realizar um caminho adequado. Na simbologia da arte cristã, o caminho pode ser entendido como processo ativo do próprio andar, uma marcha, uma viagem. O caminho de Jesus nos evangelhos sinóticos e o chamado dos discípulos constituem um itinerário de discipulado. O ápice dessa simbologia é Cristo pelo testemunho que Ele dá de si mesmo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Jesus não é só o caminho, mas a meta do caminho, ou seja, a vida. No livro dos Atos encontramos a designação “ser do Caminho” (At 9,2; 24,14), indicando uma conduta em conformidade com Cristo. É no livro dos Atos dos Apóstolos que “o Caminho” foi um dos modos de chamar a Igreja comunidade dos discípulos: “os do Caminho” eram os discípulos. Paulo dá testemunho de fé ao fazer sua defesa diante de seus acusadores, confessando antes ter sido perseguidor dos cristãos que assumiam o Caminho: “Persegui até a morte este Caminho” (Atos 22,4). Sendo o espírito do Evangelho um movimento humano no mundo, um mover de gente, de pessoas, “o Caminho” implica uma adesão consciente e livre da fé em Jesus. Daí a razão de hoje de fazer um caminho de Iniciação Cristã que ofereça condições para testemunhar a fé na Igreja e no mundo. Se a ação cristã no mundo não for um ato de fé testemunhada, pode patinar no patamar humano e cair na tentação do ter, poder e prazer, onde o homem tenta satisfazer suas próprias necessidades egoístas. A iniciação catequética nos primeiros séculos do cristianismo era, antes de tudo, litúrgica. Isto signi- fica que o catecúmeno (do grego: aquele que ia ser iniciado) participava de celebrações litúrgicas, sobretudo da liturgia da Palavra, da Missa e depois era ajudado a compreender a Palavra que lhe tinha tocado o coração. Quando amadurecido o suficiente, numa determinada noite da vigília pascal, recebia os três sacramentos: Batismo-Crisma-Eucaristia, e continuava fielmente a participar da celebração da Eucaristia, instaurando um processo permanente de assimilação do mistério da fé. Ricab Assim, o mistério era experimentado continuamente, sobretudo na Missa, e aprofundado por um desejo crescente e inesgotável do conhecimento de Deus. O deixar-se conduzir ao mistério pela celebração litúrgica e fazer desta experiência iluminada pelo conteúdo da catequese, é conhecida como “mistagogia”. A pessoa se deixa envolver pelo mistério celebrado que lhe toca o coração e, a partir disto, se entrega a uma sincera e substanciosa vontade de conhecer e o que a experiência de Deus lhe proporcionou na liturgia. Na Iniciação Cristã, o elemento celebrativo é anterior ao discursivo. Primeiro se reza, e daí é que brota o interesse de se aprofundar o conteúdo da oração, fazendo rezar melhor ainda. É a oração que toca o nosso mundo afetivo e nos abre ao desejo do conhecimento de Deus. O contrário não funciona. Falar-se teoricamente de uma realidade que não nos toca, pode servir para um exame ou uma prova, mas não para uma iniciação na fé, que exige um envolvimento afetivo direcionado a uma entrega confiante e total. Tal visão apóia-se na experiência da Igreja primitiva, cujo esquema básico foi res- gatado pelo Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), do Concílio Vaticano II: catequese – catecumenato – celebração dos sacramentos – mistagogia. Para celebrar os sacramentos, como momento histórico da salvação, é necessário fazê-lo com consciência. A prática sacramental atual necessita ser revista porque tem apresentado notáveis dificuldades, sobretudo, no campo da perseverança, o que pode indicar justamente a falta de mistagogia. Este problema é antigo e está sempre de roupagem nova. O que no passado as devoções significaram em termos de tentativa de iniciação na fé, por causa de uma liturgia inexpressiva, agora são os novos movimentos eclesiais que tomam a dianteira do processo de iniciação. As devoções, no entanto, são um fenômeno positivo, algumas delas sempre subsistirão e irão compor com a liturgia o caminho de conduzir ao mistério. Mas é preciso voltar às fontes da Iniciação Cristã e beber na mais pura Tradição o método que compromete a vida cristã de forma radical com Jesus Cristo e seu evangelho, em outras palavras, com o Reino de Deus já presente na história. 9 Ricab Palavra de Deus, fonte de catequese |Ir. Izoldi Gluitz - Assessora da Catequese na Paróquia Louvor e glória, pela caminhada da catequese ao longo do ano de 2015 na Paróquia São José, do bairro São José de Passo Fundo RS. A 10 catequese tem a missão de fazer ressoar na vida dos catequizandos a Palavra que lhes possibilita o encontro pessoal com Deus no mistério de Jesus Cristo e os abre para a experiência comunitária na fé. A Bíblia é por excelência o livro da catequese. O grande biblista Frei Carlos Mesters diz: “A Bíblia é como côco de casca dura. Esconde e protege uma água que mata a sede do romeiro cansado”. Os catequistas, como anunciadores da palavra, são romeiros, muitas vezes também cansados, buscam saciar a sede unicamente na Palavra de Deus, que é fonte de água viva. A Bíblia é o prego seguro e firme que sustenta a vida de quem nela se agarra e por ela se orienta. É um mapa que indica a estrada, mostra onde devemos chegar, faz saber o valor das coisas e das pessoas, orienta para o que é certo e adverte sobre o erro. Mostra a esperança que podemos alimentar e nos faz enxergar um futuro novo. (cf. Estudo bíblico - Centro Diocesano Pastoral) Ao longo do ano, fortes momentos marcaram a caminhada da catequese na Paróquia e na Arquidiocese, iluminada pelo tema do ano: “O cuidado com a vida”. Mensalmente nas comunidades era apresentado um tema com reflexões e celebrações para os catequizandos, as famílias e os catequistas. Os catequistas das comunidades da Matriz, de Coxilha e do Mato Castelhano se reuniam aos sábados para a formação, tendo sempre como fonte e base a Palavra de Deus; dois símbolos significativos acompanharam a caminhada da catequese e o envio para a missão: o sal e a vela. O sal, alimento natural que dá sabor aos alimentos e os conserva: “Vós sois o sal da Terra” (Mt 5, 13). A vida do catequista deve ser sempre temperada daquela sabedoria que o torna amável, atento, e seguro para responder aos desafios da missão. A vela, pequena luz capaz de ultrapassar a sua potência. O catequista que assiduamente ascende a sua vela com a Palavra de Deus é como um fósforo aceso, capaz de descerrar a noite e incendiar de fogo a terra inteira: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 14). Os encontros de formação, reflexão e oração com os pais dos catequizandos também marcaram a nossa missão catequética, pois a família é o melhor espaço para formar e orientar os filhos a uma vida verdadeiramente humana, cristã, feliz. Tanto a família, quanto a catequese tem uma missão em comum: educar para o amor, transmitindo valores humanos e cristãos. Por isso a nossa meta foi caminharmos com a catequese de mãos dadas com as famílias; sabemos que continua sendo um desafio, mas não percamos a esperança e a confiança. Com os catequizandos e catequistas, ricos momentos de convivência, partilha, orações, dinâmicas, enriqueceram esta caminhada. Que o bom Deus nos conceda fidelidade e perseverança. Ricab Família, berço da vida e do amor |Comunidade Centro Juvenil Mericiano O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal celebrado no mês de outubro. A família, como sabemos, é imagem de Deus do qual tem sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação e fim último na comunhão de amor das três pessoas. Ao tornarem-se pais, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade. O seu amor paterno e materno, deve ser para os filhos o sinal do próprio amor de Deus, pois, “É de Deus que deriva toda a paternidade no céu e na terra” (Familiaris consortio. n 14). A família é a primeira sociedade humana, saída do coração de Deus, de um valor imensurável pelo ensino e a transmissão dos valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosos; ela contribui de modo único e insubstituível para o bem. Antes de tudo, é uma instituição natural, uma comunidade simples estabelecida pelo próprio Deus (cf. Gn 1,28). Após concluir a obra da criação, Deus por sua benevolência e vontade, cria o homem e a mulher a sua imagem e os envia a povoar a terra (cf. Gn 1,28), a família delineia-se no desígnio do Criador, um “lugar primário da ‘humanização’ da pessoa e da sociedade” e “berço da vida e do amor”. (Exortação Apostólica Chistifideles laici n.40). No sentido bíblico a família não é somente um dado sociológico, porque convive um com o outro, ou econômico de proteção, embora também envolva isso, mas a família é o lugar onde o homem aprende a crescer na sua integridade de pessoa humana. O Diretório da pastoral familiar CNBB. n.116, nos lem- bra que “A família é a primeira escola das virtudes sociais de que a sociedade tem necessidade”. Ela traz em si inúmeros valores essenciais que por nada podem ser ofuscados, tirados ou menosprezados, pois a família não é somente um lugar de crescimento pessoal, dos afetos, da transmissão da cultura entre as gerações, mas sim uma comunidade de amor, o lugar do direito e do princípio do cuidado, da solidariedade, partilha, amizade, do companheirismo, respeito e da unidade. O Papa afirma: “A verdadeira alegria que se vive na família não é algo de superficial, não provém das coisas, das circunstâncias mais ou menos favoráveis. A verdadeira alegria provém da harmonia profunda que reina entre as pessoas, aquela alegria que todos sentem no fundo do seu coração e que os faz viver a beleza de estarem juntos, ajudarem-se mutuamente no caminho da vida.” Com o intuito de ajudar as família a crescerem na comunhão e alegria e na sua missão, o nosso Centro Juvenil Mericiano, situado no Bairro São José, ofereceu às famílias atividades formativas para crianças, jovens, pais e mães. Neste ano foram bem acolhidas as atividades realizadas em parceria com algumas instituições. Nas quartas e sextas-feiras os estudantes voluntários da UPF (Universidade de Passo Fundo) da área de psicologia, alimentação saudável e artes, trabalharam competentemente com os grupos, diversos temas relacionados aos valores, às atitudes, ao cuidado com a alimentação, ao desenvolvimento do ser humano por meio da arte. Um grupo do Observatório da UPF desenvolveu com os nossos jovens, encontros que favo- recem uma cultura de paz, visando formar pessoas construtoras e portadoras de paz nos ambientes em que se encontram. O Observatório da UPF colaborou nos encontros formativos, direcionados à família, ajudando-a a lidar com os conflitos internos e externos aos quais ela está sujeita, sem prejudicar o seu clima de serenidade e paz. O acompanhamento personalizado de alguns membros das famílias teve bom êxito. Foram incentivados a cultivar na família a oração e o respeito entre os seus membros que se tornou uma atitude espontânea de bondade. 11 Ricab A Missão Educativa Infantil |Comunidade Centro Educativo Imaculada Conceição O Centro Educativo Imaculada Conceição, atua na Educação Infantil, que a partir de sua filosofia, inspirada em princípios cristãos, considera a criança um grande presente de Deus, com características próprias. Proporciona todos os meios para que a criança possa crescer e ir aprimorando seu ser relacional, pautado em valores que estimulem uma prática equilibrada, harmônica, integrada, construindo sua personalidade. As nossas crianças são provindas de famílias da Comunidade da Vila Maria M.T. Acolhemos crianças de dois anos e meio até quatro anos. A grande maioria das crianças permanece por período integral. As professoras, a partir do Projeto Político Pedagógico, organizam seu plano de ensino anual, tendo presente a faixa etária que lhes é confiada. As crianças maiores, no turno inverso, participam dos Projetos, os quais basicamente são perpassados pelas atividades lúdicas. No decorrer do processo de aprendizagem vai acontecendo certa autonomia em todos os sentidos. As atividades lúdicas estão bem presentes no contexto escolar, pois as suas dinâmicas despertam na criança muitas possibilidades para introduzi-las no mundo da escrita e da leitura, respeitando as potencialidades e os limites de cada uma. As interações e brincadeiras estão continuamente presentes nos planejamentos diários. No processo educacional, tem-se presente que o cuidar e o educar caminham juntos, pois enquanto se cuida também se educa, valorizando e ajudando a criança no desenvolvimento de suas capacidades. Em sintonia com as famílias realizamos para elas encontros formativos que 12 ajudam a esclarecer a maneira de educar os filhos, como também lhes permite de acompanhar o processo educativo do filho, pois o filho é para sempre e a escola é passageira. O que fundamenta o nosso estilo educativo é a pedagogia de Santa Ângela Merici que o nosso Fundador, Bem-aventurado Padre Zefirino Agostini, nos propõe e que é enraizada nos seguintes valores: atenção a cada criança, tendo-a esculpida no coração e na mente, e não somente o nome, mas também as suas características pessoais; amabilidade materna caracterizada pelo amor que se doa sem medida, sabe esperar na oração e trabalha com paciência e generosidade; suavidade e firmeza procurando sempre ser afáveis e constantes; retidão e coerência disponíveis à avaliação do nosso ser e operar como educadoras, como nos recorda Santa Ângela: “sejam tais que possam espelhar-se em vocês e tudo o que querem que façam, façam primeiro vocês”. Ursulinas Educadoras trabalhamos incansavelmente com a característica própria do zelo apostólico do nosso Fundador, enraizado na Eucaristia e alimentado no ‘lar da recíproca caridade’. Em atitude de acolhimento com o espírito do nosso Fundador prestamos uma atenção particular às crianças mais pobres e esquecidas. Nossa gratidão a Deus por estarmos inseridas nesta realidade onde podemos ajudar as famílias e crianças carentes; nossa gratidão a tantos benfeitores que fraternalmente ajudam generosamente para que a nossa Missão Educativa possa ter continuidade para poder cantar a glória de Deus com os anjos desta terra. Ricab “Ide e evangelizai” (Mc 16,15) |Comunidade Centro Juvenil Padre Agostini A missão primordial é o mandato missionário que Jesus Cristo deu aos apóstolos e aos discípulos no termo de sua existência terrena. É um ato de obediência fundamental que a Igreja deve prestar, até o fim da história, à vontade de seu Autor. Por isso a Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza evangelizadora. A evangelização exprime a identidade, a vocação própria da Igreja, sua missão essencial: “Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade.” (Paulo VI “Evangelii nuntiandi”, 14) Por isto a evangelização é o núcleo central da missão da Igreja. Não é suficiente perceber a necessidade da missão, mas é fundamental tomar consciência de que toda a Igreja, e nela cada batizado ou batizada, é o sujeito da missão. Fica muito claro que toda a Igreja é por sua natureza missionária. A Igreja é missionária em seus membros que agem de diversos modos, de acordo com a multiplicidade e a variedade dos carismas e dons. É em cada um de seus membros que a comunidade cristã se coloca a serviço da evangelização, enviada a pregar o Evangelho a toda criatura. A grande missão da Igreja concretiza-se na preocupação com a pessoa humana em sua totalidade. Não é preocupação com uma salvação abstrata, mas é compromisso de fé com o ser humano, com seu crescimento no seguimento de Jesus e com sua plena realização em todos os sentidos, “porque entre evangelização e promoção humana — como sabiamente afirmou o Papa Paulo VI — existem de fato laços profundos”. Em outras palavras, a Igreja permanece sempre a serviço da pessoa humana, colaborando concretamente para a libertação da humanidade. O compromisso com a justiça é parte indispensável do processo de evangelização. Por isso Ela não pode não proclamar corajosamente a necessidade de libertação da pessoa humana, a fim de que se possa superar a situação de injustiça que exclui cada vez mais pessoas do acesso aos bens indispensáveis a uma vida digna. Esse compromisso com a libertação do ser humano concretiza-se na opção pelos pobres. A Igreja missionária a serviço do Evangelho faz da opção preferencial pelos pobres uma de suas características fundamentais. “Optar pelo pobre é condição necessária e irrenunciável do caráter evangélico da ação da Igreja” (CNBB - Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora, 194). É claro que assumir, sem meios termos, a causa dos excluídos e excluídas exige uma verdadeira reviravolta na própria vida. É preciso entrar no processo de mudança de mentalidade do qual fala o Evangelho. Papa Francisco referindo-se à sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, onde fala da “Igreja em saída”, diz: “Uma Igreja missionária não pode não ser uma Igreja em saída, pois ela não tem medo de encontrar, de descobrir as novidades, de falar da alegria do Evangelho a todos, sem distinção. Vocês representam o espírito da missão “ad gentes”, que deve se tornar o espírito da missão Igreja no mundo: sair, ouvir o grito dos pobres e dos distantes, encontrar todos e anunciar a alegria evangélica”. Em sua missão, a Igreja, além do anúncio da dignidade da pessoa humana, denuncia todas as formas de opressão. Ela é verdadeiramente missionária pois anuncia a cada ser humano que ele é filho de Deus em Cristo e se compromete com a libertação de toda a humanidade. “Exorto-os a não deixarem “roubar a esperança” e o sonho de mudar o mundo com o Evangelho, a partir das periferias humanas e existenciais. Sair pelo mundo significa superar a tentação de apenas falar entre nós, mas de ir ao encontro de tantas pessoas que esperam de nós uma palavra de misericórdia, consolação e esperança”. (Papa Francisco) 13 Ricab Juventude construindo uma nova sociedade | Irmã Katiane e jovens da Área Missionária do Alto Rio Madeira – Porto Velho RO O 14 lhando para Jesus Jovem que em meio a sua realidade, revolucionou com seu jeito de ser, de pensar, de se aproximar e relacionar com as pessoas, de afrontar os sistemas injustos e anunciar um novo reino, um reino feito de paz amor e justiça, e que, por esta causa, deu a própria vida para que todos a tivessem em abundância, percebemos que a mudança é possível, pois Ele mudou não só a sociedade local, mas o mundo todo. Nele buscamos a força e inspiração para sermos jovens inseridos nas sociedades e comunidades eclesiais, protagonizando a história com jeito jovem de ser, fazer, viver, conviver e estar no mundo: “Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27) Movidos por estas palavras que foram o nosso lema, e pelo tema “Juventude construindo uma nova sociedade”, refletimos sobre a importância do papel das juventudes na sociedade e na comunidade eclesial como bons cidadãos e autênticos discípulos e missionários de Jesus Cristo. Celebramos em sintonia com toda a Igreja do Brasil, o 30º DNJ (Dia Nacional da Juventude) nos dias 17 e 18 de outubro, na comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, em Abunã - Área Missionária do Alto Rio Madeira, com mais de 200 jovens provenientes dos distritos, setores de Jaci Paraná, Nova Mutum Paraná, Abunã, União Bandeirante, Vista Alegre do Abunã, e Paróquia São João Bosco. Damos voz aos jovens para que expressem seus pensamentos e sentimentos deste DNJ 2015. Andrey Carvalho diz: “Foi de grande importância para a juventude, o convite para sairmos do comodismo e ocuparmos nosso lugar na sociedade. O encontro foi para mim um despertar para uma vivência mais firme e acolhedora, em busca de novos desafios. Alertou a minha fé com um grande impulso para não ficar só dentro da Igreja, e sim levar a Boa Nova de amor, justiça, solidariedade à sociedade tão necessitada destes valores. Levo comigo a mensagem que sem juventude não dá, porque juventude é força, alegria de ser protagonista de uma nova sociedade”. A jovem Maria Regina compartilhou: “Mais um DNJ efetuado com sucesso! Obrigada, meu Deus, por ter me dado esta oportunidade de estar com quem eu gosto e aprender muitas coisas que me tiram dúvidas, me ajudam a crescer, e, acima de tudo ter mais fé”. Edgar Carvalho destacou: “A celebração dos 30 anos do DNJ com a temática “Juventude construindo uma Nova Sociedade”, foi muito interessante. Quem realmente vivenciou esse momento, levou consigo algo que pode mudar a sociedade. Se cada um fizer sua parte, fazendo boas ações e nunca desistir de sua missão dentro da comunidade, evangelizando sobretudo outros jovens, a Igreja será jovem porque os jovens são Igreja”. A Jovem Tiffany Souza argumentou: “O DNJ é um encontro que ajuda os jovens das comunidades a viver em Cristo. Quando os jovens se encontram, conhecem novas pessoas, fazem novas amizades e experiências de Deus que transformam a vida. Quando voltam para casa, percebem que o amor de Deus cresceu dentro dele. O nosso encontro foi dois dias de bênçãos, amor, carinho e aprendizagem. Verdadeiramente o DNJ, é o melhor encontro ao qual um jovem pode participar! Nada melhor do que louvar, cantar e dançar para Deus.” Uenderson Rocha partilhou: “O DNJ foi um tempo para renovar a fé, pois toda a juventude de nossa área missionária do Alto Madeira se reuniu para louvar e agradecer ao Senhor por tudo que Ele realizou em nosso meio. A reflexão que fizemos sobre a nossa sociedade, contribuiu para reavivar a minha esperança fazendo-me olhar a sociedade de uma forma diferente. Compreendi que as minhas pequenas ações podem fazer a diferença. Também o versículo do Evangelho de Lucas veio ao meu encontro com essa perspectiva: estar no meio da Igreja e da sociedade servindo sem medo, colocando os dons que o próprio Deus me concede a disposição dos irmãos, sobretudo dos mais necessitados. A mensagem que carregarei sempre comigo deste DNJ é que Deus sempre nos surpreende e que os imprevistos muitas vezes, nos revelam o grande mistério da graça do nosso Deus, que nos faz compreender sua vontade e a ação do Espírito Santo, que nos conduz na missão. Somos Igreja Jovem que não tem medo de se doar e se lançar na missão; construir uma nova sociedade vai além de mudar uma geração toda, mas é antes de tudo mudar a si mesmo e buscar sempre o que Cristo nos pede: “Amai-vos uns aos outros.” Pen- so que somente assim podemos, de alguma forma, experimentar um pouco do céu aqui na terra. Levarei sempre comigo um coração grato pela experiência que tive e pelo encontro no qual pude experimentar a presença de Cristo Senhor.” Josuelson de Queiroz coordenador da juventude postou: “DNJ mais uma vez surpreendendo. Foi muito bom, galera animada. Quem realmente participou e veio com fé ao encontro, sentiu o que Deus pode fazer com o jovem. Agradeço a todos, de todos os lugares por mais uma vez estarmos juntos orando, louvando, cantando, se divertindo com muita fé, muita força e esperança. Que Deus continue abençoando todos nós e que possamos fazer a diferença na sociedade como jovens de Cristo.” Com o coração grato pela experiência e partilha dos jovens, reafirmamos que uma nova sociedade é possível, basta acreditar e melhor se doar, pois o jovem pode fazer a diferença na sociedade e na Igreja, como bom cidadão e bom cristão. Ricab Ser mãe na corresponsabilidade formativa |Comunidade Missionária Santa Ângela Mérici “Cada Ursulina, ‘Mãe espiritual’, assume o cuidado das jovens acompanhando-as na descoberta da vontade de Deus, por isso leva-as na oração, oferece por elas as fadigas e os sacrifícios de cada dia, cuida da qualidade da própria vida de fé para um testemunho que expresse cada vez mais a beleza e a alegria de doar-se ao Senhor” (Plano de Formação das Ursulinas F.M.I p. 76) A missão que Deus concedeu a cada uma de nós neste ano foi um verdadeiro dom, um caminho de crescimento e aperfeiçoamento no desejo de “viver a maternidade espiritual na Igreja”, acompanhando e orientando lideranças, indicando caminhos e luzes para uma vida de fé pessoal e comunitária, sempre mais “firme no Senhor”. Várias foram as propostas, itinerários formativos direcionados nas diversas pastorais e movimentos. O olhar não se fechou numa única direção, mas como apelo vindo do próprio Deus, ele se abriu e buscou acolher e ser atento a todos. Seguindo também as orientações de nossa Arquidiocese de Porto Velho que nos desafia a viver a “Acolhida: Base para construção e reconstrução das relações fraternas” (Subsídio da Arquidiocese) e despertar nas pessoas a “Cultura Vocacional”. Em meio a tantos clamores soa forte o da juventude, de modo especial o de acompanhar as jovens em seu processo de conhecimento de Jesus e auxilia-las em seu discernimento dos caminhos vocacionais para que façam uma escolha certa. O Projeto “Semear” desenvolvido pela nossa comunidade COMISAM, prevê encontros formativos com as jovens, atividades recreativas, convivências, acompanhamentos, indicação de livros e filmes que ajudam na descoberta do dom que cada uma é para Deus e ajuda-las a descobrir o caminho traçado por Deus para a sua realização e felicidade. Desde setembro tivemos a vocacionada Cláudia em nossa comunidade. Fomos desafiadas a acompanha-la em seu caminho vocacional e no conhecimento da Irmã Ursulina na sua missão. Foi um tempo de graça para ela e para nós. Assim se expressa a jovem Cláudia: “A minha permanência com vocês, irmãs, tem sido um tempo privilegiado de oração, formação e ação; tudo aquilo que experimentei na oração, tornou-se incentivo, alma das minhas ações cotidianas na convivência com vocês nesta comunidade: no estar juntas, na oração, no trabalho, no cuidado das coisas da casa até o cuidado de uma para com a outra e o cuidado da vida nas diferentes realidades das comunidades paroquiais. Tudo isso me ajudou a ir purificando o meu coração para uma maior liberdade, maior amor no serviço do Senhor. Aju- dou-me a discernir melhor a sua vontade para o meu futuro e alimentou o desejo de responder generosamente ao chamado do Senhor”. Podemos dizer que sentimo-nos interpeladas, a viver o que nos pede as Atas e Deliberações do V Capítulo Regional: “A comunidade materna é o espaço onde o Senhor Ressuscitado se faz presente, santificando as relações, tornando cada irmã sacramento de Cristo no encontro com Deus e com as irmãs; essa torna-se espaço de vida, de acolhimento recíproco e partilha dos dons; espaço privilegiado do amor e do perdão, da busca comum da Vontade do Senhor” ( Atas e Del. p. 5). Agradecemos a Deus, que pela nossa Congregação, nos ofereceu a possibilidade de crescer no estar “unidas juntas” construindo relações sólidas, duradouras e fraternas; tivemos a oportunidade de vivenciar o nosso ‘ser mãe’ na corresponsabilidade formativa. 15 Ricab Uma retrospectiva do ano de 2015 Assistência Social da Associação Educativa Agostini |Equipe técnica: Analu Bernardi – Assistente Social | Ir. Vivian Anese – Pedagoga A Associação Educativa Agostini, desenvolve serviços de Proteção Social Básica a crianças, adolescentes, jovens, mulheres e famílias no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso e Rondônia, através de espaço de convivência e socialização, formação voltada à promoção da pessoa humana e capacitação para o trabalho, de acordo com a especificidade do público e região. Neste ano, foram vários projetos realizados na sede e nas filiais. Para a concretização, contou-se com: - a colaboração de 26 voluntários que na fidelidade e perseverança doaram seu tempo para contribuir no monitoramento de oficinais e /ou atividades recreativas; - a parceria de Universidades e Faculdades no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso, na colaboração de ações infor- mativas e execução de atividades através da cedência de alunos e professores; - Parceria com a Arquidiocese de Porto Velho/RO no Projeto “Vida Feliz: Valorizando e Resgatando a Dignidade da Mulher”; - aprovação de dois projetos pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – FUMDICA de Passo Fundo/RS para o Centro Juvenil Mericiano; - aprovação do Projeto pelo Fundo Nacional de Solidariedade-Cáritas Brasileira/ CNBB para o Centro Juvenil Mericiano; - Aprovação do Projeto pela Ong Moradia e Cidadania da Caixa Econômica Federal para o Centro Juvenil Mericiano; - Aprovação do Projeto SOS Família através de uma contribuição de campanha realizada na Itália para o Lar Maria Ima- Lar Maria Imaculada O LAMI – sede da Associação Educativa Agostini, localizada em Passo FundoRS, trabalha numa perspec- tiva de acolhida de grupos de crianças, adolescentes, jovens e famílias, promovendo espaço de socialização, con- Centro Educativo Padre Agostini 16 Mato Grosso tem como característica a grande presença da população jovem devido às faculdades e universidades localizadas neste território. Deste modo, este público passou a ser prioritário no atendimento da Associação Educativa Agostini devido às questões sociais das quais muitos estavam expostos. Assim, de forma continuada, permanente e planejada, a entidade por meio do Centro Educativo Padre Agostini (CEPAG), presta serviços voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e na formação e capacitação de lideranças juvenis. culada e Centro Juvenil Mericiano; - Apoio de Pessoas Físicas e Jurídicas que contribuíram de forma impar através de recursos financeiros e materiais para a continuidade e manutenção das ações da Associação Educativa Agostini; Queremos aproveitar para agradecer as pessoas que estão inscritas na Nota Fiscal Gaúcha e que indicaram a Associação Educativa Agostini –Assistência Social, e no mês de maio foi contemplada com um recurso na etapa 42, possibilitando a pintura na estrutura interna do salão do Centro Juvenil Mericiano. Agradecemos ainda a parceria encerrada com o Governo do Estado do RS através do Convênio 3539/2013 FECA que contribuiu para as atividades sociais do Centro Juvenil Mericiano de 11 de junho de 2014 a 11 de junho 2015. vivência e troca, na busca de potencializar e instigar as pessoas que atende, em especial as que encontram-se em situação de risco e vulnerabilidade social. O projeto Autogestão e Liderança Juvenil atendeu cerca de 15 jovens entre 14 e 18 anos fomentando o desenvolvimento autônomo e emancipador, de for- mação critica e responsável. “Gosto de estar aqui, aqui eu me sinto bem, me sinto em casa. É um lugar que me fala de Deus e ao mesmo tempo me faz tocá-lo com as próprias mãos, tomando consciência do dom que sou e do amor que Ele tem por mim.” (Jovem participante do Projeto ALJ) Ricab Centro Juvenil Mericiano O Projeto Despertar do Hoje, ação social desenvolvida pelo CEJUME, atende crianças acima de 06 e adolescentes, em turno inverso escolar, mulheres e famí- lias em ações de convivência e capacitação para o trabalho. As atividades executadas produzem nos envolvidos, senso de pertencimento, formação de identidade e superação das condições de risco, através do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. O Projeto possui atendimento psicológico e social para os beneficiários e comunidade em geral. “Eu noto que as crianças que fazem parte do projeto, são diferentes das que não participam, são mais calmas e colaborativas... Eu quero parabenizar o projeto que incentivou o desenvolvimento de um aluno nosso. Antes ele não sabia ler, tinha dificuldades de escrever, agora ele está bem desenvolvido” (Professora de Escola Estadual localizada no bairro). Comunidades Missionárias Santa Úrsula / Santa Angela Mérici Em Rondônia a AEA desenvolveu o projeto “Amazônia santuário da vida” através da filial COMSUR em Nova Mutum Paraná e em Porto Velho como área de atuação na COMISAM. As ações possibilitaram à mulheres, crianças, adolescentes e jovens vivências coletivas através de um espaço de socialização, no qual cada sujeito envolvido, pôde gradativamente ir descobrindo suas habilidades e potenciais conforme o fomento das atividades propostas, como alternativas para o enfrentamento das vulnerabilidades sociais existentes na comunidade. As oficinas temáticas desenvolvidas foram: pintura em tecido, bordado vagonite, crochê e teatro. Cada uma das atividades objetivaram es- timular trocas culturais a partilha de vivências, o desenvolvimento o fortalecimento de identidades e vínculos familiares e comunitários. “Me sinto muito bem aqui, fiz novos amigos, descobri que sou capaz, e que é preciso perseverar para se chegar onde se deseja, obrigada por tudo...”. (Depoimento de beneficiário participante do Projeto) Centro Educativo Imaculada Conceição As ações do CEIC são voltadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) através do Projeto “Uma Estrela no Coração de Mato Grosso” com atividades voltadas a crianças e adolescentes de 06 a 18 anos, em turno inverso ao escolar. Mulheres e famílias também foram atendidas. Além das oficinas socioeducativas, o CEIC oferece a 130 crianças com idade entre 2 anos e meio e 5 anos e 11 meses, de ambos os sexos, educação infantil gratuita em tempo in- tegral. O serviço é destinado a crianças que vivenciam situação de risco e vulnerabilidade social e econômica, através do desenvolvimento de um projeto pedagógico que vai para além da educação formal, proporcionando uma educação para a vida. 17 Ricab Aos nossos olhos aparece a Misericórdia de Deus; E a nós é reservado apertar ao coração esse Menino que é Deus feito homem. Nós o sentimos como Amigo e Irmão que veio nos trazer como herança o Paraíso.” Bv. Zefirino Agostini Invoque o Espírito Santo com a oração do Bem-Aventurado Zefirino Agostini: Suplicar Recitar Louvar É o momento de deixar que o coração expresse livremente o que o texto Bíblico suscitou. É hora do diálogo direto com Deus. Preces, hinos, mantras, salmos... Minha oração! Entre novamente em contato com o texto Bíblico e depois AGRADEÇA AS LUZES E GRAÇAS RECEBIDAS. Anote num caderninho o que Deus te falou e te iluminou nessa Lectio Divina. Isso te ajudará a recordar o que Deus realiza no teu coração. 18 Termine o momento de oração rezando o Sl 62; um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai. Ricab Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, “rico em misericórdia” (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como “Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade” (Ex 34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na “plenitude do tempo” (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus. Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado. (Misericordiae Vultus - Bula de proclamação do Jubileu extraordinário da misericórdia) As Irmãs Ursulinas agradecem a presença e colaboração na vida e missão e desejam a todos/as um Feliz e Santo Natal e um bom Ano da Misericórdia! Oração para pedir graças Senhor, nosso Pai, tu chamaste o bem aventurado sacerdote Zefirino Agostini ao seguimento de Cristo, qual mestre e pastor, e o inspiraste a fundar a congregação das Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada, para a formação humana e cristã da juventude. Digna-te, se te apraz, de glorifica-lo na tua Igreja para que resplandeça melhor no mundo a obra Redentora do teu Cristo, e concede a nós a graça... (formular o pedido) que, por sua intercessão, com confiança te pedimos. Amém. (Pai Nosso, Ave Maria, Gloria ao Pai) Pede-se para comunicar as Graças recebidas ou pedidos de oração por intercessão do Bv. Zefirino Agostini a: Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada CX. Postal 372 - 99051-150 Passo Fundo RS Fone: (54) 3313. 2465 E-mail: secretariaricab@ursulinas. com. br 19 Casa de Encontros / Pensionato Universitário Lar Maria Imaculada O Pensionato Lar Maria Imaculada é coordenado e administrado pelas Irmãs Ursulinas Filhas de Maria Imaculada e oferece uma possibilidade para a juventude feminina e famílias que buscam um espaço acolhedor e tranquilo. A casa oferece espaços de convivência, lazer e espiritualidade. Pensionato Universitário Lar Maria Imaculada Rua Silvio Romero, 146 Bairro São José Passo Fundo - RS 54 3313-2465 email: [email protected] 20 Se você deseja colaborar com a Ação Evangelizadora através da Revista Caminhar Sempre, entre em contato conosco: (54) 3313.2465 ou [email protected] ou deposite diretamente na conta: Bradesco, Agência: 3153-4 - Conta: 030975-3 www.ursulinas.com.br | www.aeagostini.com.br