REA.4.1.2 – TXT – ALUNO-TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZ
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Relatividade Bloco IV- Relatividade Restrita REA.4.1.2 – TXT – ALUNO-TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZ A contração dos comprimentos é também como Contração de Lorentz-Fitzgerald, fenômeno segundo o qual a matéria a uma velocidade comparável à da luz, sofre uma distorção, contraindo-se ao longo da direção de seu deslocamento. Foi simultânea e independentemente imaginado pelos físicos George Francis Fitzgerald e Hendrik Antoon Lorentz para explicar os resultados negativos da experiência de Michelson e Morley, mas sem justifica-los. Defensor do éter, mesmo caminhando em sentido contrário ao exposto pela Relatividade e usando apenas a teoria eletromagnética, Lorentz acabou chegando, anos antes, aos mesmos resultados de Einstein. Para o físico holandês, a contração do corpo como um todo podia ser provocada pela reorganização das moléculas de um corpo em movimento. Uma consequência prática e importante dos trabalhos de Lorentz são as equações usadas na passagem de um referencial a outro que, em sua homenagem, foram batizadas de Transformações de Lorentz. Elas permitem que coordenadas cartesianas de tempo e espaço sejam linearmente transformadas em outro conjunto de coordenadas, com estas sendo apropriadas a um observador que se desloca a uma velocidade comparável à da luz. Ou seja, essas equações permitem transformações de coordenadas entre dois sistemas de coordenadas S e S’ de referencial inercial. Observe os sistemas S e S’ representados na figura abaixo com as respectivas coordenadas espaciais e temporais (x, y, z; t) e (x’, y’, z’; t’). As transformações entre os sistemas (x, y, z; t) (x’, y’, z’; t’) pressupões algumas condições que devem ser consideradas: Y’ y V S’ S O’ x O t’ x t Z’ z 1) Se em relação a S o movimento é retilíneo uniforme, ele também deve ser em S’ e vice-versa.; 2) Se v=0 ==> x = x’; y = y’; z = z’ e t = t’; 3) Se v< c, vale a transformação de Galileu em que o tempo é uma variável absoluta, independente do referencial; x’ = x – vt; y’ = y; z’ = z e t’ = t 4) Se a velocidade v aumentar muito, de modo que v/c ≠ 0, as relações entre S e S’ são pelas transformações de Lorentz. Considerando um pulso de luz emitido em O = O’ e em t = t’, sua velocidade de propagação será c tanto em S quanto em S’. Deste modo: (1) < == > x’2 + y’2 + z’2 – c2t’2 = 0 (2) x2 + y2 + z2 – c2t2 = 0 Mas se a velocidade v aumentar muito, de modo que v/c ≠ , as relações entre S e S’ se complicam. Relatividade Bloco IV- Relatividade Restrita A transformação geral, necessariamente linear que satisfaz essas condições pode ser demonstrada, mas faz uso de ferramental matemático que optamos por não apresentar, pois isso implicaria abordar conceitos e habilidades matemáticas para além dos objetivos deste texto. A solução encontrada por Lorentz para o movimento relativo entre S e S’, no caso do sistema S’ mover-se com velocidade v na direção x é da pelas equações (3) e a transformação inversa pelas equações (4) x’ = ϒ(x – vt) y’ = y z’ = z t’ = ϒ[t – (v/c2)x] (3) x = ϒ(x’ + vt’) y = y’ z = z’ t = ϒ[t’+ (v/c2)x’] (4) Utilizamos o 2º princípio (velocidade da luz constante em qualquer referencial inercial) para chegar às equações (1) e (2), nos apoiamos na homogeneidade do espaço e na uniformidade do tempo para argumentar que as transformações deveriam ser lineares, enfim, consideramos os movimentos das origens de S e S’, para encontrar a forma das transformações. O desenvolvimento mostrado aqui não é muito diferente do que Einstein realizou em seu artigo de 1905, quando apresentou a teoria da relatividade. As expressões que representam as transformações de Lorentz, foram obtidas supondo que os referenciais S e S’ tivessem uma origem espaço temporal comum. Nossa dedução foi feita com base nesse fato e ele está incorporado nas equações (3) e (4) . Perceba que elas relacionam o ponto (0, 0, 0; 0) no referencial S ao ponto (0, 0, 0; 0) no referencial S’. Assim, sempre que formos utilizar as transformações de Lorentz na forma dada pelas equações (3) e (4), precisamos definir um evento para ser adotado como origem dos dois referenciais. Todos os demais serão relacionados a ele. O tamanho dos efeitos relativísticos é determinado pelo quociente v/c. A sua presença no fator ϒ = 1/[1 – (v/c)2]1/2 é tal que ϒ ≥ 1, a igualdade valendo no caso particular v = 0. Note que quando v é comparável a c, o fator ϒ pode tornar-se grande e os efeitos relativísticos tornam-se importantes. Quando a velocidade relativa é muito menor do que a da luz v << c, o fator de escala ϒ aproxima-se de 1, e as transformações de Lorentz reduzem-se às transformações de Galileu. Exercício resolvido Imagine que Maria esteja numa nave espacial que se desloca com velocidade igual a 75 % da velocidade da luz c no vácuo, e que sua nave passe beirando uma plataforma espacial onde se encontra João parado. Para João, o comprimento da plataforma é L = 200 m. a) Qual deve ser o comprimento da plataforma para Maria? b) Em quanto tempo João vê Maria passar pela plataforma? c) Em quanto tempo Maria passa pela plataforma? Solução: M A B J Evento de referencia (a): a origem do referencial de Maria coincide com a origem do referencia de João no instante em que Maria passa pelo ponto inicial A da plataforma: Coordenadas do evento A nos referenciais de Maria e de João: Maria (0, 0, 0; 0) - João (0, 0, 0; 0). Evento (b): Maria, na origem do seu referencial, passa pela extremidade B da plataforma. Coordenadas: Maria (x’, y’, z’; t’) João: (L, 0, 0; L/v) Relatividade Bloco IV- Relatividade Restrita Usando as equações (3) temos: X’ = ϒ[L – v.L/v] = 0 (1) y’ = 0 (2) z’ = 0 (3) t’ = ϒ[L/v – (v/c2)L] = (1/ϒ)(L/v) b) Para João, Maria passará pela plataforma num intervalo de tempo dado por: ΔtJ = L/v = 200/0,75c = 8,9.10-7 s. c) Usando a equação (4) acima: t’ = ΔtM = (1/ϒ)(L/v) = 5,9.10-7 s. a) LM = v.ΔtM = 0,75c. 5,9.10-7 s = 133 m (4)
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