São Paulo, cidade da televisão pág. 11 - Pró-TV

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São Paulo, cidade da televisão pág. 11 - Pró-TV
Esta é uma publicação gratuita da Pró-TV / Museu da TV Brasileira - www.museudatv.com.br
São Paulo, cidade
da televisão pág. 11
Janeiro/Fevereiro 2016 | Nº 143
editorial
Vida Alves
Salve 2016!
E chegou 2016.
Claro que já faz um mês, pois estamos em
fevereiro. Mas em verdade, quase todos os
brasileiros emendam as festas de fim de ano, com
janeiro, mês de férias. Pelo menos é assim com as
famílias que têm filhos, em idade escolar.
2
Como fechá-los em casa? Os miúdos precisam
de movimento, de distração, de passeios, de ar...
Eta molecada danada!
Se observarmos bem as crianças, veremos o
quanto elas são bem mais espertas que nós, os
adultos. E muito mais ainda que os velhos. Se
levam um tombo, levantam, choram e passa. Lá
vem o sorriso no rosto e a vontade de fazer outra
traquinagem. Viver pra eles é tudo. E vida é
sinônimo de felicidade.
Amigos, este meu editorial não é para dar lição a
ninguém, mas é para lembrar a todos, a frase que
escrevi acima: Vida é sinônimo de felicidade. E,
enquanto estivermos vivos, vivamos!
Claro que os mais velhos têm dor aqui e acolá.
Mas passa. Em verdade passa. Que tal imitar as
crianças? Que tal copiar seu jeito alegre de viver?
Que tal sorrir mais e chorar menos? Que tal
aproveitar o sol, olhar o céu, observar os
novinhos bonitos, engraçados e até ousados
demais para nosso gosto? É óbvio que não
vamos imitá-los. Mas por que criticá-los?
Lembre, repito, a frase que escrevi acima: Vida
é sinônimo de felicidade.
Se observarmos bem, nossos momentos
felizes são bem mais numerosos que os
momentos tristes. Mas é só destes que
falamos, falamos, repetimos à exaustão.
Chega! Sejamos adultos, ou até velhos, mas em
forma, isto é, com um sorriso no rosto. Só assim
teremos amigos, agradaremos os filhos, os
netos e até os bisnetos, se os tivermos.
2016 chegou! Que ele seja um ano de paz, de
amor, de confraternização, de reunião, e de
sorrisos no rosto.
Acreditem. Até as rugas ficarão mais
simpáticas, num rosto sorridente.
Amigos, o que desejo então é um feliz 2016,
para todos vocês!
acervo
3
Atriz Betty Faria na novela Pecado Capital (TV Globo / 1975)
Vem aí Velho Chico
Acervo / Rede Globo
acontece
Elmo Francfort
4
Rodrigo Santoro durante gravação da novela
Carnaval de rua...
Falando de Carnaval, os do Nordeste tiveram cobertura novamente do SBT (com o SBT Folia ) e da
Band (com o Band Folia ). É interessante notar que, ao passar dos anos, a transmissão é cada vez
maior. Elas começam bem antes dos dias de folia. Percebe-se também o aumento do número de blocos
de carnaval não apenas no Nordeste, como também em São Paulo e Rio de Janeiro. É uma alternativa
muito boa para quem não quer se limitar aos desfiles das Escolas de Samba.
... e um carnaval cultural!
A TV Cultura fez uma programação diferente para os dias de Carnaval. Entre os programas dedicados ao
período, a emissora exibiu musicais, filmes e documentários. Tais produções abordaram grandes
nomes da música como Cartola, Adoniran Barbosa, Aracy de Almeida, Carmen Miranda e Martinho da
Vila.
Novas séries da Gazeta
Na semana de aniversário de São Paulo e da TV Gazeta (inaugurada em 25 de setembro de 1970), a
emissora estreou novas produções. Em sua faixa jovem (a partir das 23h30), até março, teremos
diversas atrações. Entre elas: o Projeto 1 Dia , revelando a rotina diária de lugares curiosos da cidade;
Humor.Docs , mostrando a vida de quem vive do humor, com apresentação de Paula Vilhena; o
gastronômico Mundo a Mesa , com mais uma temporada da atração; e Batidas & Rimas A História
do Rap Nacional , apresentado pelo ex-CQC, Ronald Rios. Aos domingos ocorre a reapresentação dos
programas, produzidos pelo jovem Núcleo de Criação da TV Gazeta.
O mar foi abrir no cinema
... 176 capítulos de novela foram transformados em 2 horas de filme. Esses números fazem parte de Os
Dez Mandamentos , da Rede Record. A história de Moisés agora foi para as telas de cinema.
Divulgação / TV Record
Um projeto antigo, uma novela nova. O Velho Chico finalmente vai virar realidade. O autor Benedito
Ruy Barbosa há tempos sonhava em escrever uma trama sobre o Rio São Francisco. Está prevista para
estrear em março, no lugar de A Regra do Jogo . A nova novela das 21 horas terá um grande elenco:
Tarcísio Meira, Rodrigo Lombardi, Chico Diaz, Marcos Palmeira, Rodrigo Santoro, Umberto Magnani,
Cyria Coentro, Pablo Morais, Lucy Alves e muitos outros. Ruy Barbosa está supervisionando a trama,
que está sendo escrita também por sua filha Edmara e por Bruno Luperi. A direção cabe a Luiz Fernando
Carvalho. Fiquemos na expectativa.
Carioca, nascida em São Gonçalo, Selma Reis
era atriz e cantora.
Divulgação
saudade
Grande perda
A veia artística veio da família, que sempre
gostou de reunir amigos, fazer serenatas.
A pequena Selma se encantava com a coisa.
Voltou ao Brasil e, em 1987, gravou seu 1º
disco, o LP Selma Reis . Mas não parou aí.
Gravou vários outros discos, alguns de muito
sucesso.
Gravou também em Londres, Madri, Miami, Los Angeles, Rio de Janeiro. Isso não a impediu de participar de
novelas.
Em 1988, teve o filho Thiago.
Morreu em dezembro de 2015. Estava com apenas 55 anos. Pena, grande pena, pois sua perda foi enorme. Era
uma grande cantora e grande atriz.
Descanse em paz! V.A.
Divulgação
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N a h o r a d o v e s t i b u l a r, e s c o l h e u :
Comunicação . Mas não fez o curso todo, pois
resolveu trancá-lo e ir para a Europa,
estudando música em Paris e travando
conhecimento com grandes músicos e artistas
famosos.
Carnaval é tempo de alegria, de festa e de cultura.
E possivelmente quem fez a ponte mais sólida
entre Car naval e televisão foi Fer nando
Pamplona.
Reprodução
Cenógrafo e carnavalesco
Carioca nato, de 28 de setembro de 1926,
Pamplona desde a juventude se ligou às genuínas
manifestações populares. No futebol era
Botafoguense, em áureos tempos de Garrincha,
Nilton Santos e João Saldanha. No teatro,
trabalhou desde logo com mestres como Oscarito,
Paschoal Carlos Magno, Dias Gomes, Pedro
Bloch, Bibi Ferreira. Foi aluno e depois professor da
Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e
professor da Escola de Teatro Martins Pena.
7
Na década de 50, já como cenógrafo contratado do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, fez
inesquecíveis trabalhos em óperas e também em
peças.
No ano de 1957 participou da Primeira Bienal de
Teatro onde pode mostrar seus trabalhos de
Cenografia Teatral. Em 1959 teve sua estreia como
carnavalesco na Acadêmicos do Salgueiro.
Neste primeiro desfile carnavalesco conquistou o
vice-campeonato e no ano seguinte, veio o
celebrado título com seu histórico enredo sobre
Zumbi e o Quilombo dos Palmares.
Durante toda a década de 60, Pamplona
presenteava o público com memoráveis desfiles,
exaltando particularmente personalidades da
negritude brasileira, como Aleijadinho (1961) e
Dona Beija (1968). Também entraram para a
história as homenagens feitas à escritora Eneida
em 1965 e a Bahia em 1969. No Salgueiro foi
tetracampeão do Carnaval Carioca, nos anos de
1960,1965,1969 e 1971.
Na televisão teve seu reconhecimento na TV Rio,
em 1956, como cenógrafo do programa Cássio
Muniz Follies, que reunia ídolos da música e do
teatro, numa histórica produção geral de Carlos
Machado. Esse primoroso trabalho de cenografia
de Fernando Pamplona lhe rendeu o Prêmio da
Revista do Rádio e também o Prêmio Barros
Barreto da Revista Radiolândia.
Conciliando a cenografia da TV Rio, os carnavais
no Salgueiro e trabalhos teatrais em marcantes
peças de Sérgio Viotti ( Vamos Brincar de Amor em
Cabo Frio ) e de Paulo Pontes ( Um Edifício
Chamado 200 ) foi fazendo história nos anos 60 e
70.
No final desta década aceitou mais um desafio:
história
Fábio Siqueira
coordenar a equipe de transmissão de Carnaval da
TV Educativa do Rio de Janeiro (a atual TV Brasil).
Em 1984, foi peça chave da pioneira transmissão
de Carnaval da Rede Manchete, quando da
inauguração do Sambódromo Carioca. Brilhou
com precisos comentários ao lado de especialistas
da música e do samba, como Haroldo Costa,
Albino Pinheiro, Adelzon Alves e Sergio Cabral e
também junto à marcante narração de Paulo Stein.
Ficou na TV Manchete até 1997, sempre emitindo
opiniões coerentes, corajosas e imparciais.
Colecionou discípulos como Joãosinho Trinta,
Rosa Magalhães, Arlindo Rodrigues, Maria
Augusta, Renato Lage e incontáveis amigos.
Em 2013 lançou uma autobiografia intitulada O
Encarnado e o Branco , pela Editora Nova Terra e
faleceu logo após completar 87 anos, em 29 de
setembro daquele ano.
E hoje, nesse 2016, Fernando Pamplona celebraria
seus 90 anos e com certeza, a exemplo das
comoventes homenagens do mundo do samba
(1986 foi o enredo do Salgueiro e em 2015 da São
Clemente), e das memórias de sua querida esposa
Zeni Pamplona e filhos, seu legado e seu exemplo
de beleza, arte e talento estão mais vivos do que
nunca.
Viva Fernando Pamplona e sua cenografia singular
e popular na arte, na televisão e no Carnaval!
A Revista Pró-TV já existe há bastante tempo, tanto
que já está no número 143.
Nos orgulhamos dela, e a fazemos com todo amor e
capricho possíveis. Mas, como ela é feita por nós,
seres humanos e falíveis... só agora observamos uma
falha grande: nunca nos detivemos ou nos lembramos
de enfocar grandes atores brasileiros. Isso é errado. É
falha mesmo.
E assim nos lembramos hoje de homenagear o
grande ator Marco Nanini, tão grande e tão ativo, que
até nos emocionamos ao ler sua biografia.
E só hoje, neste artigo, vamos reverenciá-lo. Sua
atividade artística não se restringe apenas à televisão.
E ele não é apenas ator. É também diretor, produtor,
editor, autor e humorista. E suas funções são
exercidas em televisão, cinema e teatro.
Imaginem todos que só em teatro, ele atuou 38 vezes,
sendo que uma delas, quando fez: O Mistério de Irma
Vap , o trabalho foi reconhecido pelos Guinness
Book , como a peça que manteve o mesmo elenco
por mais tempo, ou seja, nos onze anos em que ficou
em cartaz.
E como autor de peças, no distante 1973, ele
escreveu a peça: Descasque o Abacaxi Antes da
Sobremesa e a peça infantil: A Floresta Encantada ,
na qual também participou.
No cinema, fez 21 filmes, inclusive as adaptações
para a tela, de Irma Vap , e A Grande Família ,
grandes sucessos de televisão.
E por falar em: A Grande Família , logo nos
lembramos do Lineu, que por quase 14 anos alegrou a
todos nós, pela televisão. E de tal forma marcou, que
para alguns, ali começou e terminou a carreira de
Marco Nanini. Grande engano.
Ele fez em TV 40 trabalhos, tendo atuado na TV Tupi,
na Rede Bandeirantes, na Rede Manchete, na TV
Educativa, na TV Cultura e, naturalmente, na
importante Rede Globo de Televisão.
Inúmeras foram as novelas, muitos os seriados, e
para alegria de todos nós, ei-lo agora enfeitando a
novela: Eta Mundo Bom! , no simpático e criativo
papel de professor Pancrácio.
Não é portanto sem razão, que o pernambucano
Marco Nanini já recebeu 18 prêmios, por televisão,
cinema e teatro. Recebeu todos os mais importantes
prêmios nacionais, como APCA , Shell ,
Governador do Estado , Apetesp , Mambembe ,
Molière , Qualidade Brasil e tantos mais.
E recebeu também prêmios internacionais. Portanto,
ao dedicarmos a ele esta página, o fazemos com todo
o respeito, com toda a admiração.
Nascido em Recife, o pernambucano Nanini é glória
para o país inteiro. É então com orgulho,
agradecimento e amor, que encerramos nosso texto,
dizendo: Obrigada, Nanini, por existir . V.A.
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encontro com os artistas
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Mestre da dramaturgia
Divulgação
Clássicos na telinha
de olho na arte
Diego Nunes
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Patrícia Pillar e Selton Mello durante gravação de “Ligações Perigosas”
Em janeiro de 2016 a Rede Globo ousou ao exibir a minissérie Ligações Perigosas , com Patrícia Pillar e Selton Mello
nos papéis principais. Baseada no livro As Ligações Perigosas (Les Liaisons Dangereuses), escrito pelo francês
Choderlos de Laclos, em 1782.
A ousadia da minissérie se dá justamente por ser uma adaptação de um livro de um autor não brasileiro, algo raro na
televisão nacional nos dias de hoje. Após a era Glória Magadan , raramente a Globo levou ao ar textos que não fossem
nacionais (com exceção para os autores portugueses, como Eça de Queiroz). Clássicos da literatura mundial, hoje raros
na televisão brasileira, foram a inspiração para os primeiros dias da nossa teledramaturgia.
Inúmeros foram os autores mundiais adaptados nos teleteatros nas décadas de 50 e 60, que também servirem de base
para novelas como O Direito de Nascer (1964), Calúnia (1966), A Ponte de Waterloo (1967) e até a infantil O
Pequeno Lord (1967). O próprio Laclos foi levado às telinhas brasileiras através da TV Record, que em 1959 adaptou o
mesmo texto para a o Record Teleteatro , dirigido por Manuel Carlos e tendo no elenco Arlete Montenegro, Sílvio
Silveira, Carmen Silva e Valery Martins.
Após o sucesso de Beto Rockfeller (1968), as produções nacionais começaram a dar mais espaço para autores
brasileiros, deixando um pouco de lado clássicos universais, com algumas exceções como O Machão (1974/1975),
inspirada em A Megera Domada, de William Shakespeare, e seu remake O Cravo e a Rosa (2000), e as novelas
baseadas em textos mexicanos produzidas pelo SBT.
Na Globo, a última vez que um autor estrangeiro não português foi adaptado para a televisão foi na minissérie La Luna
Caliente (1999), do argentino Mempo Giardelli, e mesmo assim a história foi transportada da Argentina para o sul do
Brasil.
Também não podemos esquecer que um dos maiores sucessos recentes da teledramaturgia, a novela Os Dez
Mandamentos (2015), é a adaptação de um dos livros mais conhecidos mundialmente.
Com ares de produção cinematográfica, Ligações Perigosas foi toda gravada em 4K (tecnologia que proporciona
quatro vezes mais resolução de imagem que o HD), a minissérie além de receber inúmeros elogios da crítica, também foi
um sucesso de audiência no horário, atingindo uma média de 22,3 pontos no Ibope.
Êta novela boa!
O horário de novela das 18 horas, na
Rede Globo, voltou a apresentar
grandes sucessos.
Divulgação
em foco
Elmo Francfort
Reencontrou novamente a fórmula
certa na primeira fase de Além do
Tempo ...Se perdeu um pouco na
segunda. Só que agora voltou com
força total com a comédia Êta
Mundo Bom! , de Walcyr Carrasco.
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Estávamos com saudades de
tramas que você realmente tem que
torcer por alguém. Quem é o herói
agora é Sérgio Guizé, que interpreta
o humilde Candinho. Talvez, naquele
caipira simples, você lembre um
pouco do Carlitos de Chaplin, do
Chaves de Bolaños e principalmente
dos inúmeros tipos de Amácio
Mazzaropi (inclusive o Jeca Tatu).
Sérgio Guizé como Candinho, de Êta Mundo Bom!
O que fala a trama? De esperança. Algo que na sociedade atual, em tempos de crise, precisamos cada vez
mais. Queremos lutar por alguém, por algo, ter heróis. Agora é a vez do Candinho.
Sobre ele, Guizé chegou a citar tanto Chaves e Mazzaropi como referências. Sobre este último, a
comparação com Mazza é inevitável. Isso porque o autor se inspirou não apenas no conto Cândido ou
o Otimismo (1759), do iluminista Voltaire, como no filme Candinho (1954), de Abílio Pereira de Almeida.
Neste, Candinho foi interpretado por Mazzaropi. Carrasco faz ainda referências ao universo das
radionovelas (recriando dentro da trama Herança de Ódio , sucesso de Oduvaldo Vianna) e ao conto O
Comprador de Fazendas , de Monteiro Lobato.
Retomando, em Êta Mundo Bom! a temática principal é a esperança de dias melhores. Inúmeras vezes o
Professor Pancrácio (Marco Nanini) fala a Candinho: Tudo que acontece de ruim na vida é pra melhorar .
Reprodução
O nosso herói caipira repete a frase diversas vezes, fortalecendo seu otimismo. Ele nasce em uma família
rica, mas é abandonado no rio. Sua família não quer se desgraçar por conta de uma gravidez indesejada
da Condessa de Goytacazes (Nathalia Dill / Eliane
Giardini), uma mãe solteira .
Candinho então é achado no rio pela família de
Conegundes (Elizabeth Savala) e Quinzinho (Ary
Fontoura). Ele é desprezado pela maioria e expulso
do rancho quando adulto, seguindo para São
Paulo. De azar em azar, ele sobrevive.
A simplicidade aliada ao humor de Carrasco, já faz
de Êta Mundo Bom! uma grande novela. Nos faz
inclusive ter saudades dos filmes de Mazzaropi e
de Chaplin, que torcíamos até o fim.
Portanto, arranje um tempo para assistir a novela.
Vai mexer com seu coração e proporcionar boas
risadas. Se você questiona a teledramaturgia atual
e acha que ela está ruim , lembre-se: com tramas
como Êta Mundo Bom! ela pode meiorá .
Mazzaropi no filme Candinho
Alguns anos antes de 1950, ano em que foi
inaugurada a televisão no Brasil, Assis
Chateaubriand ficou sabendo que vários países
da Europa, além dos Estados Unidos, estavam se
preparando para implantar a televisão.
Na verdade esse movimento começara antes da
2ª Guerra Mundial. Mas, exatamente por isso,
vários países só se dedicaram a armar exércitos,
etc e tal. E a televisão foi esquecida. Foi o caso da
Alemanha, entre outros. E, por fim, os Estados
Unidos, a Inglaterra e a França é que a
implantaram.
aceleradamente e seria em breve, uma das
maiores metrópoles do mundo.
A burocracia emperrou um pouco, mas nos
primeiros dias de 1950, no porto de Santos,
descia todo o material para a montagem da
televisão.
Os diretores da emissora e mais convidados,
entre os quais Walter Forster e esposa, Hebe
Camargo e outros, ali estavam, onde foi ofertado
por Chateaubriand, um grande almoço.
São Paulo seria a pioneira.
Chateaubriand não perdeu tempo.
Foi à R.C.A. americana e, recebido por David
Sarnoff, viu todas as instalações técnicas do lugar
e encantou-se com a tal televisão. Disse ao
americano: Quero comprar uma dessas . Ao que
David respondeu: Desculpe-me, doutor Assis,
mas o Brasil é um país pobre. Por que o senhor
não compra mais material para suas emissoras de
rádio, que são tantas? .
Ofendido, machucado em seu amor próprio, o
baixinho Chatô não pestanejou e respondeu:
Pois saiba, senhor, que não comprarei só uma,
mas duas. Uma daqui, da R.C.A. e outra da G.E.,
onde tenho amigos . E assim fez.
E imediatamente pensou em implantar a primeira
em São Paulo, cidade que crescia
E nesses 65 anos que então se passaram, ficou
provada que São Paulo seria de fato a maior
metrópole do Brasil e uma das maiores do mundo.
E a televisão foi se espalhando, se espalhando e
hoje, num país de mais de 200 milhões de
habitantes, não há um lar sequer que não tenha
um, ou mais aparelhos de TV.
Por isso aqui estamos para dar nossos parabéns
à grande capital, com seus 462 anos de idade, e à
televisão, que já completou 65 anos.
Portanto: Viva a Televisão Brasileira! A 4ª do
mundo!
E Viva São Paulo, a cidade que nos enche de
orgulho e mora em nosso coração! V.A.
matéria de capa
São Paulo e a TV
11
para ler
Marcela Bezelga
Crimes e romances
em São Paulo
Um homem que vive entre personagens, tramas, cenários e um mundo de criatividade
com um pé na realidade urbana. Esse é Silvio de Abreu, autor de diversas novelas de
sucesso como Rainha da Sucata , A Próxima Vítima , Belíssima , retratado no livro
Silvio de Abreu: um homem de sorte , de autoria de Vilmar Ledesma, e publicado
em 2007, pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial.
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Conhecido por tramas que mesclam sempre o bom humor a intrigantes mistérios
policiais, entrecortadas por encantadoras histórias de amor, Silvio de Abreu é um dos
novelistas de maior destaque da TV Globo.
Além das novelas com personagens marcantes, como a inesquecível Maria do Carmo
Pereira, a Rainha da Sucata brilhantemente interpretada por Regina Duarte, e os
assassinatos a serem investigados em A Próxima Vítima , são marcas registradas do
trabalho de Silvio.
Uma outra característica forte de suas tramas é ambientação paulistana. Nascido em
São Paulo, Silvio ambienta suas novelas sempre em sua terra natal, como uma
homenagem a cidade e seus bairros. Sua primeira novela foi Éramos Seis , em 1977,
exibida pela TV Tupi, uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Maria José
Dupré, que conta história da família de Dona Lola, uma bondosa senhora que luta para
manter a harmonia de seu lar. Desde então Silvio não parou mais de produzir grandes narrativas e envolver os
telespectadores em seus trabalhos.
Além de permitir ao leitor uma viagem a história da telenovela brasileira, Silvio de Abreu: um homem de sorte
traz toda a trajetória do novelista, conta também suas influências profissionais, uma delas bastante marcante, a de
Cassiano Gabus Mendes, a quem tem como mestre.
Cassiano, quando sofreu um infarto, indicou Silvio para auxiliá-lo na conclusão dos roteiros de sua novela Plumas
e Paetês . O livro está disponível na biblioteca da Pró-TV, agende sua visita de segunda a sexta-feira das 10h
às 17h pelo telefone 3842-7743 e passeie pela genialidade desse grande novelista.
Missa de Ação de Graças
Missa de Ação de Graças, pelas almas dos artistas falecidos em 2015
Igreja Nossa Senhora de Fátima (Av. Dr Arnaldo, nº 1831 - Bairro Sumaré, em São Paulo
Dia: 27/02
Horário: 10h
Após a missa, haverá um coffee-break, na Pró-TV, a partir das 11 horas.
Rua Vargem do Cedro, 140 - Sumaré
Colaboração: R$20,00
RSVP: (11) 3872-7743
01
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André Dias
Jorge Antonio O. Morate
Reimy Honda
Ricardo Gouveia
Débora Duarte
Rita Guedes
Flamínio Fávero
Paulo Vilhena
Cássia Kis Magro
Márcia Real
Nicette Bruno
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09
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17
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Alexandre Silva
Jeferson Poli
Jorge Luiz Oliveira
Patrícia Pillar
Renato Aragão (Didi)
Joelmir A. de Oliveira
Marco Aurélio Dias
Éderson de Oliveira
Mel Lisboa
Taumaturgo Ferreira
Nelson Gonçalves Jr.
19
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25
25
27
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José Sebastião
Marina Toledo
Brancato Júnior
Beth Goulart
Carolina Ferraz
Ary Fontoura
Dan La Laina Sene
Fernando Loureiro
Maitê Proença
Marcello Antony
Maurício Sherman
aniversariantes
Janeiro
Fevereiro
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01
01
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02
02
03
04
05
05
05
05
06
Luiz Francfort
Nadir Fernandes
Adriana Lessa
Luiz Gustavo
Maximira Figueiredo
Vivian Regina Bifulco
Bárbara Fazio
Sabrina Sato
Laurindo Guzzi
Regina Duarte
João Roman Neto
Wanda Stefânia
Cláudia Ohana
08
10
10
10
11
11
11
11
11
12
13
13
15
Vanessa Vholker
Roberto Petri
Josemar A.P. Fuzari
Cauby Peixoto
Mário Prata
Guy Loup
Flávio Prado
Paulo César Grande
Edwin Luisi
Regina Martinez
Bóris Casoy
Dino Moreno
David Leroy
15
16
18
18
18
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27
28
Tito Bianchini
Valter Leite
Fábio Rolfo
Cristiane Torloni
Priscila Fantin
Alberto Dines
David José
Aracy Balabanian
Antonio Bellini
Mohamad Said Mourad
Celso Luiz Tavares
César Monteclaro
Ruvin José
Morreu cedo, o grande ator Antônio Pompêo.
Nascido no interior de São Paulo, na cidade de São José do
Rio Preto, faleceu no Rio de Janeiro. Estava com 62 anos.
Começou sua vida profissional como artista plástico.
Depois foi para a televisão, em 1975 e para o cinema em
1976.
Mas fez muita coisa. Só em televisão foram 24 trabalhos e
em cinema 12 filmes.
Negro, o grande ator não deixou de batalhar em prol de sua
classe. Foi diretor da Fundação Palmares, ligada ao
Ministério da Cultura do Brasil.
Trabalhou para o crescimento, em todo território nacional,
de estudantes em História e Cultura Afro-brasileiras .
Sua morte foi repentina e inesperada.
Além de muito sentida por todos os seus colegas,
amigos e fãs. V.A.
Divulgação
Saudade: Antônio Pompêo
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quem faz
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Conta corrente: 76366-7
Bradesco - Agência: 0422
Expediente
Direção: Vida Alves | Design: Nelson Gonçalves Junior |
Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Élida Alves, Fábio Siqueira, Nelson Gonçalves Junior, Diego Nunes, Marcela
Bezelga e Marcos Zago.
Fotos: Francisco Rosa e Acervo Pró-TV | Secretaria: Lú Bandeira
Tel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br | Twitter: @museudatv
E-mail: [email protected] | Facebook: www.facebook.com/museudatelevisao.protv
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