deltas - Oceanografia
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deltas - Oceanografia
DELTAS Deltas são formados pela acumulação de sedimentos alóctonos à frente de desembocaduras fluviais, promovendo a progradação da linha de costa. A acumulação sedimentar ocorre tanto acima como abaixo do nível do mar, sendo mais rápida do que a remoção pelos processos costeiros de transporte de sedimentos. 12_G435.pps CONTROLE TECTÔNICO 91,5 % dos deltas estão localizados em margens passivas ou à retaguarda de arcos de ilhas, devido: i) ii) iii) maior tamanho das bacias de drenagem maior extensão da plataforma menor energia de ondas..... 12_G435.pps CONDICIONANTES NA FORMAÇÃO DE DELTAS Característica da bacia de drenagem Descarga fluvial sólida e líquida • Clima • Subsidência • Topografia Taxa de mudança REGIME DELTAICO MORFOLOGIA DELTAICA Ondas e marés Característica da bacia de acumulação 12_G435.pps Eliot 1986 UNIDADES MORFOLÓGICAS DO DELTA Modelo deposicional para deltas com predomínio de carga detrítica fina Planície deltaica – um ou mais canais dependendo do gradiente da plataforma e capacidade de transporte das correntes. Diferenças morfológicas entre a parte superior (mais fluvial) e inferior (mais estuarina) da planície. LEVEES OU OMBREIRAS LAGOS PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DEPÓSITOS DE ARROMBAMENTO DE CANAIS LAGO DEPÓSITO DE ARROMBAMENTO LEVEES 12_G435.pps CANAIS DISTRIBUTÁRIOS PLANICIE DE INUNDAÇÃO CANAL DISTRIBUTÁRIO UNIDADES MORFOLÓGICAS DO DELTA Modelo deposicional para deltas com predomínio de carga detrítica fina Frente deltaica – local de intensa deposição onde a morfologia deltaica é realmente estabelecida. Sedimentos grossos depositados em barras à frente dos canais distributários, cuja morfologia depende da: 1- energia do fluxo 2 - diferenças de densidade entre a água fluvial e a marinha 3 - declividade da plataforma 12_G435.pps UNIDADES MORFOLÓGICAS DO DELTA Prodelta – região com predomínio de sedimentação fina (siltes e argilas) e localizado além do nível de base das ondas. É característicamente plana e mais horizontalizada, porém sucestível a movimentos de massa. NEM TODOS OS DELTAS APRESENTAM PRODELTA. 12_G435.pps Modelo deposicional para deltas com predomínio de carga detrítica fina Lykousis et al. ? Tremor de 1894 Lobos 1-3 de mais velho para mais novo Gardner et al. 2001 USGS Movimentos de massa no pro-delta do Mississipi 12_G435.pps PROCESSOS DEPOSICIONAIS NA FRENTE DELTAICA OS PROCESSOS IRÃO VARIAR DEPENDENDO DAS DIFERENÇAS DE DENSIDADE ENTRE AS ÁGUAS FLUVIAL E MARINHA (ESTUARINA). Condição Homopicnal – não há diferença de densidade próximo à saída do rio, e o sedimento é rapidamente depositado. Barras sedimentares próximas ao rio são formadas se a bacia receptora for rasa, bifurcando o canal distributário. Se profunda, uma barra menos proeminente será formada mais distante. = bacia profunda 12_G435.pps HOMOPYCNAL = bacia rasa PROCESSOS DEPOSICIONAIS NA FRENTE DELTAICA Condição Hypopicnal – água fluvial menos densa que a da bacia. Se a bacia for profunda a água flui sobre a água da bacia, depositando a carga lamosa gradualmente. Levees são formados e alongados para dentro da bacia. HYPOPYCNAL 1000 1005 1025 Se a bacia for rasa, barras sedimentares podem ser formadas. Bacia profunda estilo Mississippi Espuma e acúmulo de resíduos 12_G435.pps 1010 PROCESSOS DEPOSICIONAIS NA FRENTE DELTAICA Condição Hyperpicnal – água do rio é mais densa HYPERPYCNAL e flui por baixo da água da bacia. Fenômeno normalmene episódico associado com cheias fluviais. 1045 Huang He River (Wrigth et al 1986) 12_G435.pps Fluxos hypo e hyperpicnais podem ocorrer concomitantemente. Abaixo um esquema mostrando um evento de cheia com fluxo hyperpycnal, cujo depósito é posteriormente retrabalhado pelas ondas. Ao lado situação observada na plataforma continental (N da California) durante evento de cheia do rio Eel, com formação de fluxo hyperpycnal regulado pela condição de vento. De cima para baixo: vento de norte (favorece ressurgência costeira), vento de sul (favorece subsidência costeira) e ventos de sul com atividade de ondas e resuspensão do fundo. Geyer et al 2000 Bhattacharya and MacEachern 2009 12_G435.pps PROCESSO DE CRIAÇÃO E ABANDONDO DE UM CANAL DISTRIBUTÁRIO 12_G435.pps MODELO MORFOESTRATIGRAFICO DE UMA FRENTE DELTAICA ESCALA VERTICAL APROX. 20 m Modelo conceitual (Flocks et al. 2006 JSR) do desenvolvimento recente (< 5000 anos) de um trecho do delta do Mississippi: 1) progradação initial da frente deltaica, (Unit A) e canais distributários (c1 e c2); (2) manutenção da progradação (3) progradação avança além da área do mapa, ocorrendo o desenvolvimento de uma bacia interdistributária (Units D1–D3) e depósitos de extravazamento (Unit E). Ocorre ainda a redução do fluxo nos canais distributários e início do abandono desta frente deltaica (depositos lamosos na calha dos canais); (4) Após abandono e subsidência ocorre o ravinamento pelas ondas e deposição de 12_G435.pps sedimentos marinhos (Unit F). Ilhas barreiras migram sobre a área de investigação. D E L T A C O N S T R U T I V O 12_G435.pps D O M I S S I S S I P I D E S T R U T I V O FASES CONSTRUTIVAS E DESTRUTIVAS A transgresão marinha causa erosão generalizada da planície deltaica, os vales fluviais são convertidos em estuários e o delta fluvial é empurrado para a cabeceira do estuário. Períodos de mar alto convertem o estuário novamente a um sistema deltaico com uma fase construtiva. No entanto, processos de avulsão com alternância de lobos e troca de canais ativos causa processos construtivos e destrutivos intermitentes, com progradação da área ativa do delta e erosão da área inativa. Alternacia de lobos 12_G435.pps Alternacia de canais Fases Construtivas e Destrutivas em regiões dominadas por onda e marés Woodroffe, 2002 12_G435.pps Fases Construtivas e Destrutivas em regiões dominadas por onda e marés Area dominada por ondas: subsidindo (acima) e estavel (abaixo) Area dominada por maré Destrutivo 12_G435.pps Construtivo SUBSIDÊNCIA EM ZONAS DE ELEVADA SEDIMENTAÇÃO – Rio Mississippi Tendências de comportamento do nível do mar ISOLINHAS EM PÉS 12_G435.pps A alternância de lobos tem ocorrido com frequência de 1500 anos, sendo que desde 1950 the river o rio tem tendido a tomar o rumo da baía de Atchafalaya – USACE tem impedido isto de ocorrer com estruturas de engenharia. Subsidencia e pouco aporte sedimentar causam perda da área 12_G435.pps deltaica DELTA DO GANGES-BRAMAPUTRA (MEGHNA) Excesso de sedimentos acarretou na existência de um delta progradacional durante a última trangressão ativo abandonado 12_G435.pps CLASSIFICAÇÃO HIDRODINÂMICA A morfologia do delta é condicionada inicialmente à importância relativa do transporte de sedimento pelas ondas, marés e descarga fluvial. Como processo coadjuvante (por ser mais lento) adiciona-se ainda o comportamento do nível do mar - TODOS ESTES PROCESSOS ALTERAM-SE COM O TEMPO Delta dominado por processos fluviais Nilo – forma deltaica clássica Delta dominado por ondas 12_G435.pps Delta dominado por marés 12_G435.pps Imagem do delta do rio Ebro, um delta dominado por processo fluvial reformado pelas ondas especialmente após a cosntrução de barragens e redução da vazão sólida. O mapa (b) mostra o processo evolutivo do delta no Holoceno. A subida do nivel relativo do mar resultou no estaqueamento de diversos lobos deltaicos. Seções em preto indicam agradação (lama marinha e turfa) e facies coloridas indicam progradação (facies arenosas na frente deltaica e lama pro-deltaica) Amblas et al (2004) 12_G435.pps Deltas com granulação grossa classificados como: - Deltas em leque – com textura mais grossa (seixos a matacões), ocorrem quando um leque subaéreo desemboca diretamente na zona costeira, com o talude submerso alcançando declividades de até 45º. Progradação e agradação é normalmente submersa. - Deltas Anastomosados – composto por material ligeiramente mais fino, sendo o delta alimentado por canais anastomosados que cruzam uma curta planicie costeira. O gradiente da plataforma não é tão alto, e a morfologia deltaica (com plainicie deltaica, frente deltaica e prodelta) é similar aos deltas de granulação arenosa e lamosa de costas passivas 12_G435.pps DELTAS DE MARGEM ATIVA DELTAS DE MARGEM ATIVA Ocorre inversão na sucessão textural, com aumento do calibre dos sedimentos em direção ao topo H.J.A. Berendsen 12_G435.pps DELTAS DE CABECEIRA DE ESTUARIOS - rio Tubarão, Santa Catarina (Daniel Rodriguez – IGUSP – 2011) Depositos deltaicos Planicie costeira holocênica 12_G435.pps Bloco-diagrama ilustrativo das associações de fácies de canal ativo (AT), canal abandonado (AB), finos de intercanais (FI) e bacia lagunar (BL). Modelo evolutivo para o delta do rio Tubarão em cinco etapas durante o Holoceno (de cima para baixo e da esquerda para direita). A evolução concomitante dos demais sistemas deposicionais quaternários do entorno e episódios de ocupação sambaquieira (Daniel Rodriguez – IGUSP - 2011) 12_G435.pps Delta fluvial do rio Guaíba – cabeceira da Lagoa dos Patos 12_G435.pps Artigos no FTP • Dominguez etal. 1983. Papel da deria litoranea na construcao dos deltas brasileiros. Revista Brasileira de Geocências • Dominguez. 1990. Deltas dominados por ondas – critica aos modelos existentes. Revista Brasileira de Geocências 12_G435.pps