Monitor CPA Outubro de 2014

Transcrição

Monitor CPA
COMÉRCIO EXTERIOR
Outubro | 2014
Análise das Exportações de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
GOVERNADOR
Alberto Pinto Coelho
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
SECRETÁRIA
Renata Maria Paes de Vilhena
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
PRESIDENTE
Marilena Chaves
CENTRO DE PESQUISAS APLICADAS MARIA APARECIDA ARRUDA
DIRETORA
Elisa Maria Pinto da Rocha
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
ASSESSORA-CHEFE
Olívia Bittencourt
FICHA TÉCNICA
ELABORAÇÃO
Elisa Maria Pinto Rocha (coordenação)
Ester Carneiro do Couto Santos
Felipe Lopes Vieira Vasconcelos (estagiário)
Jane Noronha Carvalhais (pesquisadora-visitante/Fapemig)
Mauro Araújo Câmara
Mauro Gonçalves Novaes (estagiário)
Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR Análise das Exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados Belo Horizonte v.1 n.3 p. 1-22 out. 2014
Monitor CPA Comércio Exterior
Análise de Desempenho das Exportações de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados
Belo Horizonte
Outubro 2014
Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, por qualquer meio, desde que citada a fonte
Disponível também em: <<http://www.fjp.mg.gov.br>>
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
CENTRO DE PESQUISAS APLICADAS MARIA APARECIDA ARRUDA (CPA)
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M744
Monitor CPA Comércio Exterior; análise de desempenho das
exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados, ano 1,
n.3, outubro 2014. Belo Horizonte, Fundação João Pinheiro,
Centro de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida Arruda, 2014.
1. Comércio exterior – Minas Gerais – Periódicos. 2. Exportação –
Produtos tecnológicos – Minas Gerais – Periódicos. I. Fundação
João Pinheiro, Centro de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida
Arruda.
CDU 382.1(815.1)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Destaques das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados – Minas Gerais jan./ago. 2014......................................................................................................
11
Gráfico 1 – Exportações das modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados - Minas Gerais.
jan./ago. 2014....................................................................................................
8
Gráfico 2 – Comportamento das exportações gerais e do grupo de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados - Brasil e Minas Gerais - jan./ago. 2014 (em %)...............................
12
Gráfico 3 - Balança comercial - Minas Gerais - jan./ago. 2013 – jan./ago. 2014 (US$ mil FOB)..........
13
Gráfico 4 - Comportamento das exportações de Minas Gerais segundo principais blocos e países jan./ago. 2014 (%).......................................................................................
15
Gráfico 5 - Comportamento das Importações Minas Gerais segundo principais países de origem jan./ago. 2014 (%).......................................................................................
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Indicadores dos resultados das exportações de Minas Gerais e do Brasil de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados - jan./ago. 2014.................................................
7
Tabela 2 – Desagregação das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados segundo
modalidades e segmentos de produtos - Minas Gerais e Brasil - jan./ago. 2014............
10
Tabela 3 – Destaques setoriais das exportações – Minas Gerais – jan./ago. 2014.........................
14
Tabela 4 - Destaques setoriais das importações – Minas Gerais – jan./ago. 2014.........................
16
Tabela 5 – Ranking das dez maiores empresas exportadoras - Minas Gerais – jan./ago. 2014..........
18
Tabela 6 – Ranking dos vinte maiores municípios exportadores - Minas Gerais – jan./ago. 2014......
20
Tabela 7 – Exportações mineiras do segmento Fármacos, segundo destino - jan./ago. 2014..........
22
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... ..........
5
2 SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS....................................................................................................
6
3 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS: JANEIRO A AGOSTO DE 2014 .............................................................
7
4 COMPORTAMENTO GERAL DA BALANÇA COMERCIAL MINEIRA...........................................
12
4.1 Empresas exportadoras e exportações municipais........................................................
17
5 EM FOCO: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS EXPORTAÇÕES MINEIRAS DO SEGMENTO DE FÁRMACOS
SEGUNDO PAÍS DE DESTINO....................................................................................
21
5
1 INTRODUÇÃO
O Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR é uma publicação quadrimestral que analisa de forma sucinta e objetiva
a evolução recente das exportações de um grupo específico de produtos denominado Produtos Intensivos em
Informação e Conhecimento (PII&C)
Sofisticados
– aqui referenciados de modo geral como Produtos Tecnologicamente
– e divulga com exclusividade análises e informações sobre eles.
Além disso, o Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR analisa o comportamento geral da balança comercial
mineira, das principais empresas e dos municípios exportadores do estado, utilizando-se dos mais recentes
dados colocados à disposição pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) até o
fechamento de cada edição da publicação.
Tendo em vista a base produtiva do estado de Minas Gerais e do Brasil, a maioria dos estudos, das pesquisas
e dos levantamentos sobre comércio exterior tende a enfocar produtos e setores reconhecidamente
característicos de sua economia, a exemplo da mineração, siderurgia e de commodities agrícolas e
minerais. Entretanto, o atual momento de transformações vivenciado pelas sociedades resulta na
emergência de novos produtos e processos e na reconfiguração de produtos já existentes e que não são
ainda plenamente conhecidos ou suficientemente representados nas estatísticas e nos dados oficiais. É esse
o contexto no qual se insere este informativo, que metodologicamente se apoia em tipologia de
classificação de produtos originalmente desenvolvida pela Fundação João Pinheiro (FJP), com o apoio da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Por meio da adaptação e ampliação de metodologias desenvolvidas por organismos e instituições brasileiras
e internacionais
– como a United Nations Conference on Trade and Development (Unctad), Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica
(Protec), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)
– e do esquema de
classificação sugerido por Keith Pavitt, mapeou-se a classificação para os PII&C utilizada nesta análise.
Nesse sentido, entende-se que a metodologia aqui adotada é fruto de diversas contribuições e insights e
que se encontra em processo de aperfeiçoamento.
Embora representem, ainda, apenas pequena parcela da pauta total das exportações, os Produtos
Tecnologicamente Sofisticados possuem importância estratégica para a ampliação das inovações
tecnológicas e da competitividade do país, de regiões e empresas.
Finalmente, ao disponibilizar para a sociedade, governos, associações representativas da sociedade civil e
para os veículos de comunicação este recente produto de informação, o CPA-FJP, cumpre seu propósito de
analisar dados e informações relevantes para subsidiar processos decisórios no âmbito do planejamento e do
monitoramento das políticas públicas de desenvolvimento industrial e comércio exterior, desenvolvimento
científico e tecnológico.
6
2 SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE SOFISTICADOS
As exportações mineiras de Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C)
Produtos Tecnologicamente Sofisticados
– aqui denominados
– somaram US$ 1,9 bilhão nos primeiros oito meses de 2014 (US$
2,2 bilhões no mesmo período de 2013), o que representou queda de 14,8%. No caso das exportações
brasileiras, houve retração de 10,2% na mesma base de comparação.
O ritmo mais acelerado de queda das exportações mineiras de PII&C, em comparação com a retração
observada das vendas nacionais desse grupo de produtos, ocasionou um ligeiro recuo na participação
relativa de Minas Gerais no valor das vendas externas brasileiras de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados: de 6,5% nos primeiros oito meses de 2013 para 6,2% em 2014.
Com a manutenção da conjuntura internacional adversa e tendo em vista a comparação tanto com a taxa de
crescimento das exportações brasileiras de PII&C (retração menor que a mineira) quanto com o resultado
geral das vendas externas mineiras (queda de 8,2%), observa-se que, nos primeiros oito meses de 2014, o
desempenho das exportações mineiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados ainda apresenta-se
bastante desfavorável.
Conforme já observado ao longo do ano, entre as cinco modalidades que compõem o grupo PII&C, em Minas
Gerais registrou-se queda das exportações para três deles no acumulado janeiro a agosto de 2014 em
comparação com o mesmo período do ano anterior: produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e
das Comunicações, produtos da Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de Precisão e produtos da Indústria
Automotiva-Aviação-Ferroviária-Naval. Por sua vez, as vendas externas mineiras relativas às modalidades
produtos Biotecnológicos voltados para
Saúde Humana
e Animal-Fármacos-Químicos e produtos
Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio Ambiente-Sinergia apresentaram taxa de crescimento
positiva.
Nos primeiros oito meses de 2014, as exportações mineiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados
corresponderam a 328,5 milhões de dólares a menos do que o valor observado no mesmo período de 2013.
Os segmentos que exerceram maior influência nessa queda foram: Veículos-Tratores-Ciclos, Máquinas e
Equipamentos Mecânicos e Ferroviária-Naval. Embora o valor das vendas externas mineiras de determinados
segmentos – Fármacos, Válvulas Cardíacas, Adubos e Fertilizantes e Milho para Semeadura, entre outros –
tenham apresentado expansão digna de nota, tal movimento não foi suficiente para compensar a retração
média das exportações mineiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados.
Apesar do desempenho global relativamente desfavorável, a manutenção da hegemonia de Minas Gerais
como praticamente o único exportador nacional de segmentos como Lentes Intraoculares, Medicamentos
Contendo Insulina e Válvulas Cardíacas confirma a preponderância e grande relevância do estado nas
exportações brasileiras de determinados segmentos de Produtos Tecnologicamente Sofisticados.
7
3 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE SOFISTICADOS:
JANEIRO A AGOSTO DE 2014
As exportações mineiras do grupo de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) – aqui
denominados Produtos Tecnologicamente Sofisticados – somaram US$ 1.890,2 milhões nos primeiros oito
meses de 2014 (US$ 2.218,8 milhões no mesmo período do ano anterior), o que representou queda de 14,8%
(tabela1).
Esse resultado pode ser considerado desfavorável tanto quando comparado com o resultado das vendas
brasileiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados (que apresentaram diminuição de 10,2% entre janeiro
e agosto de 2014 comparativamente ao mesmo período de 2013) quanto quando comparado com o resultado
geral das exportações estaduais (retração 8,2% na mesma base de comparação).
Tabela 1 – Indicadores dos resultados das exportações de Minas Gerais e do Brasil de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados - jan./ago. 2014
Valor (US$ mil FOB)
Part. % MG/BR (1)
Variação %
Especificação
Minas Gerais
Brasil
2013
(2)
2013
2014
2014
2.218.752
1.890.205
6,5
6,2
-14,8
34.014.455
30.553.629
100,0
100,0
-10,2
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC)
Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida Arruda (CPA).
Nota: FOB = Free On Board.
(1) Participação do valor total das exportações do estado em relação ao valor total das exportações brasileiras no
período de referência.
(2) Variação do valor das exportações no período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior.
Comparando-se o período de janeiro-agosto de 2014 com igual período do ano anterior, observa-se que,
entre as cinco modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados exportados por Minas Gerais,
registrou-se queda para três deles: produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das
Comunicações (vendas externas de US$ 8,0 milhões e retração de 68,5%); produtos da Indústria MecânicaElétrica-Instrumentos de Precisão (exportações de US$ 517,4 milhões e queda de 15,0%) e produtos da
Indústria Automotiva-Aviação-Ferroviária-Naval (vendas externas de US$ 652,5 milhões e retração de
30,4%). Duas modalidades de PII&C exportados por Minas Gerais apresentaram variação positiva no período:
produtos Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos (exportações de US$
702,4 milhões e crescimento de 9,8%) e produtos Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio
Ambiente-Sinergia, cujas exportações alcançaram US$ 9,8 milhões e apresentaram taxa de crescimento
positiva de 38,3% (gráf. 1 e tab. 2).
Por outro lado, outro aspecto importante confirmado pelo estudo é a manutenção da preponderância e
grande relevância de Minas Gerais nas exportações brasileiras de determinados segmentos de produtos do
8
grupo PII&C. Para segmentos como Medicamentos Contendo Insulina, Válvulas Cardíacas e Lentes
Intraoculares, Minas Gerais caracteriza-se por ser praticamente o único exportador nacional: as empresas do
estado responderam por, respectivamente, 99,99%, 99,23% e 100,0% das exportações brasileiras desses
produtos nos primeiros oito meses de 2014 (tab. 2 e fig. 1).
Gráfico 1 – Exportações das modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados - Minas Gerais
jan./ago. 2014
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
(1) Participação da exportação do segmento/produto no valor do Grupo PII&C.
Comparando-se os primeiros oito meses de 2014 com o mesmo período de 2013, as vendas externas de PII&C
das empresas de Minas Gerais apresentaram retração de US$ 328,5 milhões em valores absolutos. As
modalidades e os segmentos que mais influenciaram esse resultado negativo são relacionados a seguir (tab.
2 e gráf. 1):
a) Produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das Comunicações
A modalidade, que respondeu por 0,4% do total das exportações mineiras do grupo PII&C, realizou vendas
de US$ 8,0 milhões nos primeiros oito meses de 2014 (US$ 25,4 milhões em igual período de 2013), com
variação negativa de 68,5%. Por sua vez, as exportações brasileiras do segmento também registraram queda
de 31,1% no período analisado.
O desempenho desfavorável das vendas externas mineiras se deu pela retração das exportações de todos os
segmentos que compõem essa modalidade: Impressoras-Máquinas-Aparelhos para Impressão-Suas Partes
(24,6%),
Outros
Equipamentos
e
Aparelhos
Comunicação-TV-Componentes
(25,0%),
Máquinas
e
9
Equipamentos de Processamento Dados-Automação-Periféricos (79,9%) e Aparelhos e Equipamentos
Telecomunicações-Telefonia Pública-Terminais Portais e Fixos (38,6%).
b) Produtos da Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de Precisão
A diminuição das exportações desse segmento pode ser explicada, principalmente, pelo comportamento das
exportações de Máquinas e Equipamentos Mecânicos, que responde por 17,4% das exportações de PII&C e
cujas vendas nos primeiros oito meses de 2014 caíram para US$ 329,5 milhões, contra US$ 405,6 milhões em
igual período do ano anterior, o que correspondeu a uma queda de 18,8% no período sob consideração e de
Máquinas e Equipamentos Elétricos (US$ 1688,0 milhões nos primeiros oito meses de 2014 e US$ 183,8
milhões em igual período de 2013), retração de 8,6%. Embora apresente pequena representatividade no
conjunto das exportações dessa modalidade, vale destacar a elevação de 4,4% das exportações de
Instrumentos Médicos de Ótica e Precisão (tab. 2 e fig. 1).
c) Produtos da Indústria Automotiva-Aviação-Ferroviária-Naval
Responsável por 34,5% das exportações mineiras do grupo PII&C, essa modalidade de produtos apresentou
queda das receitas de exportações de 30,4% nos primeiros oito meses de 2014, com vendas externas de US$
652,5 milhões (US$ 937,4 milhões no mesmo acumulado em 2013). Tal retração está associada, sobretudo, à
queda registrada para o segmento de Veículos-Tratores-Ciclos, que responde por 34,4% do conjunto das
exportações mineiras de PII&C e cujas vendas externas caíram 26,4% no período de janeiro-agosto de 2014
em comparação com o mesmo período do ano anterior. As exportações desse segmento alcançaram US$
649,5 milhões no período acumulado janeiro-agosto em 2014, contra US$ 882,3 milhões em igual período de
2013 (tab. 2 e fig. 1).
Vale destacar também as expressivas quedas nas exportações dos segmentos
Ferroviária-Naval e Aviação-Aeroespacial da ordem de 93,5% e 98,0% respectivamente.
No tocante às modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados exportados por Minas Gerais, são as
seguintes as que obtiveram taxas de variação positiva nos primeiros oito meses de 2014 em relação ao
mesmo período de 2013:
a) Produtos Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos
O segmento apresentou crescimento de 9,8% (exportações de US$ 702,4 milhões no período janeiro-agosto
de 2014 e de US$ 640,0 milhões no mesmo período de 2013). Destacam-se nesse grupo as exportações de
Fármacos, US$ 88,6 milhões e crescimento de 147,6%, de Próteses Arteriais-Mamárias-Substitutivas de
Membros, cujas exportações alcançaram US$ 2,6 milhões, o que representou um crescimento de 16,9% em
relação ao mesmo período do ano anterior, e de Válvulas Cardíacas, com crescimento de 23,1% e valor
exportado de US$ 37,2 milhões ou 99,2% das exportações brasileiras desse segmento.
b) Produtos Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio Ambiente-Sinergia
Essa modalidade apresentou taxa de crescimento positiva de 38,3% e somaram, no período US$ 9,8 milhões.
Destacaram-se nessa modalidade os segmentos Milho para Semeadura, com expansão de 35,9% (exportações
de US$ 5,6 milhões em janeiro-agosto de 2014 contra US$ 3,1 milhões no mesmo período de 2013) e Adubos
e Fertilizantes cujas vendas externas alcançaram US$ 4,3 milhões nos oito primeiros meses de 2014 (US$ 3,0
milhões no mesmo período do ano anterior), elevação de 41,6% (tab. 2).
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Tabela 2 – Desagregação das exportações de produtos tecnologicamente sofisticados segundo
modalidades e segmentos de produtos - Minas Gerais e Brasil - jan./ago. 2014
Indicadores
Exportações
Especificação
(US$ mil FOB)
MG
Produtos Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal-
BR
Part. % no Grupo
Part. %
PII&C (1)
(2)
MG
BR
Var. % (3)
MG/BR
MG
702.445
7.306.114
37,16
23,91
9,61
Cavalos e Bovinos Reprodutores Raça Pura
0
0
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Sêmen e Embriões de Animais
0
0
0,00
0,00
-
-100,0
-100,0
37.215
37.503
1,97
0,12
99,23
23,11
21,66
357
357
0,02
0,00
100,00
-48,40
-49,47
2.595
20.909
0,14
0,07
12,41
16,93
597,17
81
272
0,00
0,00
29,83
-2,50
5,55
223.827
223.851
11,84
0,73
99,99
-5,27
-5,26
88.634
820.659
4,69
2,69
10,80
147,55
6,18
349.737
6.202.562
18,50
20,30
5,64
4,49
0,03
9.814
291.587
0,52
0,95
3,37
38,29
-15,13
0
0
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
5.562
33.963
0,29
0,11
16,38
35,85
-23,32
0
0
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
4.252
257.623
0,22
0,84
1,65
41,63
-13,92
8.010
497.625
0,42
1,63
1,61
-68,45
-31,14
45
24.704
0,00
0,08
0,18
-24,62
-44,38
4.086
119.907
0,22
0,39
3,41
-79,87
-34,15
1.138
Fármacos-Químicos
Válvulas Cardíacas
Lentes Intraoculares
Próteses Arteriais-Mamárias-Substitutivas Membros
Soro Antiofídico-Outros Soros
Medicamentos Contendo Insulina, em doses
Fármacos (4)
Produtos Químicos (5)
Produtos Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio
Ambiente-Sinergia
Soja para Semeadura
Milho para Semeadura
Etanol
Adubos e Fertilizantes
Produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das
Comunicações
9,75
BR
0,85
Impressoras- Máquinas-Aparelhos p/Impressão-Suas Partes
Máquinas e Equipamentos de Processamento Dados-AutomaçãoPeriféricos
Aparelhos e Equipamentos Telecomunicações-Telefonia PúblicaTerminais Portais e Fixos
Outros Equipamentos e Aparelhos Comunicação-TV-Componentes (6)
Produtos da Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de Precisão
224.584
0,06
0,74
0,51
-17,17
-38,63
2.742
128.429
517.410 11.355.212
0,15
27,37
0,42
37,16
2,14
4,56
-25,00
-15,02
-1,37
1,71
Máquinas e Equipamentos Mecânicos (7)
329.478
8.289.155
17,43
27,13
3,97
-18,77
2,75
Máquinas e Equipamentos Elétricos (8)
167.969
2.509.540
8,89
8,21
6,69
-8,64
-0,85
19.878
556.354
1,05
1,82
3,57
4,43
-1,59
85
162
652.526 11.103.092
0,00
34,52
0,00
36,34
52,21
5,88
-74,74
-30,39
-68,07
-23,64
0,01
7,49
0,01
-98,02
-3,92
Instrumentos Médicos de Ótica e Precisão (9)
Aparelhos Raio X p/Diagnóstico Médico-Cirúrgico
Produtos da Indústria Automotiva-Aeroespacial-Ferroviária-Naval
Aviação-Aeroespacial
Ferroviária-Naval
Veículos-Tratores-Ciclos
Total Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C)
231
2.287.274
2.807
2.236.699
0,15
7,32
0,13
-93,53
-27,35
649.487 6.579.119
1.890.205 30.553.629
34,36
100,00
21,53
100,00
9,87
6,19
-26,39
-14,81
-27,55
-10,17
Nota: FOB = Free On Board. PII&C = Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento. MG = Minas Gerais. BR = Brasil.
(1) Participação da exportação do segmento/produto no valor do Grupo PII&C. (2) Participação do segmento/produto exportado pelo Estado
no valor da exportação brasileira do segmento/produto. (3) Variação no valor exportado no período de referência em relação ao mesmo
período do ano anterior. (4) Exclui Soro Antiofídico-Outros Soros, Medicamentos Contendo Insulina, em doses. (5) Exclui Fármacos, Adubos e
Fertilizantes, Soros e Medicamento contendo Insulina. (6) Componentes incluem cartões inteligentes, discos e fitas magnéticas, etc. (7)
Exclui Impressoras-Máquinas-Aparelhos p/Impressão-Suas Partes e Máquinas e Equipamentos de Processamento de Dados-AutomaçãoPeriféricos. (8) Exclui Aparelhos e Equipamentos Telecomunicações-Telefonia Pública-Terminais Portais e Fixos e Outros Equipamentos e
Aparelhos Comunicação-TV-Componentes. (9) Exclui Próteses Arteriais-Mamárias-Substitutivas de Membros e Aparelhos Raio X p/Diagnóstico
Médico-Cirúrgico.
11
Em termos gerais, pelos resultados do Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR, pode-se verificar que, nos
primeiros oito meses de 2014, o desempenho exportador do grupo de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados em Minas Gerais mostrou-se mais desfavorável tendo em vista os resultados observados para o
conjunto das exportações brasileiras desses produtos. Nesse período, enquanto as exportações nacionais
apresentaram retração de 10,2%, se comparadas com os primeiros oito meses de 2013 (19,8% do total da
pauta do país), as vendas externas mineiras de PII&C apresentaram retração de 14,8% e participação
relativa de 9,5% no total da pauta do estado (gráf. 2).
Portanto, pode-se afirmar que, mantidas as incertezas quanto à recuperação da economia norte-americana
e quanto ao panorama de crise tanto na Argentina como nos países europeus, fatores da conjuntura
internacional cujos efeitos negativos se fazem sentir no dinamismo das exportações mineiras desse grupo de
produtos, a possibilidade de recuperação das vendas externas torna-se mais delicada, uma vez que esses
países são importantes compradores de Produtos Tecnologicamente Sofisticados originários de Minas Gerais.
Figura 1 – Destaques das exportações de produtos tecnologicamente sofisticados – Minas Gerais –
jan./ago. 2014
Mais Fortes Variações no
Maior Representatividade PII&C MG
Maior Participação no Grupo
Grupo PII&C (1)
no PII&C BR (2)
PII&C (3)
Fármacos
Adubos e
Fertilizantes
Milho para
Semeadura
147,55%
41,63%
35,85%
Medicamentos Contendo
Insulina, em Doses
Válvulas
Cardíacas
Lentes
Intraoculares
99,99%
Veículos-TratoresCiclos
34,36%
Máquinas e
99,23%
Equipamentos
17,43%
Mecânicos
100,00%
Produtos
Químicos
18,50%
Nota: FOB = Free on Board. PII&C = Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento. MG = Minas Gerais. BR = Brasil.
(1) Variação do valor exportado no período de referência em relação ao mesmo período do ano anterior. (2) Participação
percentual do valor exportado por Minas Gerais no segmento/produto PII&C em relação ao valor exportado pelo Brasil no
segmento/produto PII&C. (3) Participação percentual do valor exportado do produto/segmento no total do valor das exportações
de PII&C.
12
Gráfico 2 – Comportamento das exportações gerais e do grupo de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados - Brasil e Minas Gerais - jan./ago. 2014
Fontes: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Nota: FOB = Free on Board. Part. = participação. PII&C = Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento. Cresc. =
Crescimento
(1) Participação no valor total das exportações do estado no período de referência.
4 COMPORTAMENTO GERAL DA BALANÇA COMERCIAL MINEIRA
Em comparação com os primeiros oito meses do ano anterior, registrou-se queda de 8,2% no valor total das
exportações de Minas Gerais no mesmo período de 2014. As importações, por sua vez, apresentaram
retração ainda maior, 12,6%. Esses movimentos influenciaram o resultado da balança comercial mineira,
cujo superávit sofreu uma diminuição de 5,5% em relação ao mesmo período de 2013.
Em termos de valor, as exportações de Minas Gerais de janeiro a agosto de 2014 alcançaram US$ 20,0
bilhões (contra US$ 21,8 bilhões de janeiro a agosto de 2013) e as importações somaram US$ 7,2 bilhões
(contra US$ 8,2 bilhões em igual período de 2013). Em decorrência, o superávit comercial de Minas Gerais
atingiu US$ 12,8 bilhões no período analisado, contra US$ 13,6 bilhões no mesmo período do ano anterior
(gráf. 3).
Por sua vez, o volume total exportado pelo estado nos primeiros oito meses de 2014 registrou expansão de
2,7%, quando comparado com o mesmo período de 2013 (119,8 milhões de toneladas em 2014 e 116,7
milhões de toneladas em 2013). Dentre os segmentos que apresentaram as taxas de crescimento do volume
físico exportado mais elevadas destacam-se os seguintes: Minérios (5,2%), Laticínios (82,6%), Produtos
Químicos Orgânicos/Inorgânicos (10,6%), Explosivos e Pólvora (33,0%) e Papel e Celulose (8,6%).
Tendo em vista a retração de 8,2% registrada para o valor das exportações mineiras e de 1,7% nas
13
exportações brasileiras nos primeiros oito meses de 2014, relativamente ao mesmo período de 2013, o
coeficiente de participação relativa das vendas externas mineiras no valor total exportado pelo Brasil
apresentou ligeira diminuição: passou de 13,9% em 2013 para 13,0% em 2014.
Gráfico 3 - Balança comercial - Minas Gerais - jan./ago. 2013 – jan./ago. 2014
Nota: FOB = Free on Board.
Comparando-se os oito primeiros meses de 2014 com o mesmo período de 2013, observa-se que as vendas
externas totais mineiras apresentaram decréscimo absoluto de 1.775,9 milhões de dólares. Entre os
segmentos que exerceram maior influência nesse resultado destacam-se Minérios, cuja participação no valor
total da pauta estadual representou 43,9% de janeiro a agosto de 2014, com retração de 14,8% no valor das
vendas externas; Veículos-Tratores-Ciclos, com participação de 3,2% e queda de 26,4%; Papel e Celulose,
com participação de 2,0% e retração de 7,5% e, por fim, o segmento Pedras e Metais Preciosos, que
representou 4,8% no valor da pauta nos primeiros oito meses de 2014 e apresentou recuo de 17,2% no valor
das exportações em relação ao mesmo período de 2013. Destaca-se que dois desses quatro segmentos
apresentaram aumento do volume exportado no período: Minérios e Papel e Celulose, com taxas de
crescimento de 3,0% e 2,7%, respectivamente (tab. 3).
Entre outros segmentos exportadores que também contribuíram para a queda das vendas externas de Minas
Gerais no período em análise destacam-se Carnes, que representou 3,0% da pauta e diminuição de 1,6%, e
Açúcares-Confeitaria-Achocolatados, com participação de 2,8% e retração de 19,0%.
Diferentemente da tendência geral de retração nas exportações mineiras registrada nos primeiros oito
meses de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, observou-se expressiva elevação no valor das vendas
externas de importantes segmentos exportadores do estado como Laticínios, que representa 0,5% da pauta
e registrou elevação de 434,9% no valor das exportações; Café, com participação de 12,4% e aumento no
14
valor das vendas de 23,1% e Produtos Siderúrgicos, com participação de 12,8% e aumento de 2,5% no valor
exportado (tab. 3).
Além desses segmentos de produtos exportados, o Monitor CPA Comércio Exterior acompanha outros que,
embora possuam participação relativa ainda relativamente baixa na pauta geral das vendas externas de
Minas Gerais, também apresentaram desempenho positivo no período. Nesse grupo destacam-se Brinquedos
e Artigos Esportivos, Farmacêuticos, Cosméticos e Perfumaria e Cerâmicos. Suas taxas de crescimento nos
primeiros oito meses de 2014, em comparação com o mesmo período do ano anterior, foram de 41,1%,
14,8%, 29,3% e 8,1% respectivamente.
Tabela 3 – Destaques setoriais das exportações – Minas Gerais – jan./ago. 2014
Segmentos e Produtos
Participação % (1)
Variação % (2)
Minérios
43,9
-14,8
Produtos Siderúrgicos
12,8
2,5
Café
12,4
23,1
Pedras e Metais Preciosos
4,8
-17,2
Papel e Celulose
2,0
-7,5
3,2
-26,4
Laticínios
0,5
434,9
Carnes
3,0
-1,6
Açúcares-Confeitaria-Achocolatados
2,8
-19,0
Ressalta-se que entre os três principais segmentos de produtos exportados pelo estado, Minérios, Produtos
Siderúrgicos e Café, que representam em conjunto 69,1% do valor total da pauta, apenas as exportações de
Café apresentaram elevação tanto na receita e como no volume físico exportado. No caso das exportações
de Minérios houve queda na receita e elevação do volume, indicando alguma retração dos preços no período
em análise. Já as vendas externas de Siderúrgicos apresentaram aumento da receita e queda do volume
exportado.
15
No que diz respeito ao conjunto dos quatro principais blocos e regiões compradores de produtos mineiros, o
comportamento no período janeiro a agosto de 2014, em comparação com o ano anterior, foi o seguinte:
retração das exportações para a União Europeia (-5,0%), para o Mercado Comum do Sul (Mercosul), -21,8% e
para a Ásia, (-10,6%), blocos que responderam por, respectivamente, 22,5%, 6,2% e 47,5% do valor total das
exportações mineiras no período e crescimento das vendas para Tratado Norte–Americano de Livre Comércio
(Nafta), +18,7%, responsável, por 9,9% do valor total da pauta mineira (gráf. 4).
Gráfico 4 - Comportamento das exportações de Minas Gerais segundo principais blocos e países jan./ago. 2014 (%)
Nota: Nafta = North American Free Trade Agreement. Mercosul = Mercado Comum do Sul FOB = Free on Board.
Destaca-se, ainda, o comportamento desfavorável das exportações para a Europa Oriental. Elas
responderam por 1,1% da pauta nos oito primeiros meses de 2014 e apresentaram grande retração de 23,8%
em relação ao mesmo período de 2013. Já as exportações para a Associação Latina de Integração (Aladi),
excluindo o Mercado Comum do Sul (Mercosul), representaram 3,3% da pauta no período e sofreram
retração de 7,5%. Por sua vez, as exportações para a Liga Árabe, responsável por 6,3% das vendas externa
mineiras, apresentaram aumento de 12,3%.
Em termos de mercados individuais, as exportações mineiras para a China – maior comprador de produtos de
Minas Gerais – responderam por 31,2% do valor total das vendas externas do estado e alcançaram US$ 6,2
16
bilhões nos primeiros oito meses de 2014. Isso correspondeu a uma queda de 14,6% em relação ao mesmo
período de 2013.
Salienta-se também o aumento de 18,6% nas exportações para os Estados Unidos (US$ 1.641,4 milhões em
2014, contra US$ 1.383,8 milhões em 2013), que representam o segundo maior mercado individual de
exportações mineiras em 2014, com participação de 8,2% do valor total das exportações do estado no
período. Já as exportações para o Japão, responsável por 6,5% das vendas externas mineiras no período,
apresentaram queda de 7,1% e totalizaram US$ 1.299,0 milhões de janeiro a agosto de 2014, contra US$
1.398,8 milhões no mesmo período de 2013. Por sua vez, as vendas para a Argentina apresentaram retração
de 22,8%, US$ 1.438,9 milhões em 2013, contra US$ 1.111,5 milhões em 2014 (gráf. 4).
No que diz respeito ao comportamento das importações mineiras – que diminuíram 12,6% do valor no
acumulado em janeiro-agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 – os segmentos que mais
contribuíram para esse desempenho foram: Equipamentos Mecânicos (responsável por 18,5% do valor total
das importações, com retração de 18,7%); Veículos-Tratores-Ciclos (participação de 20,7% e queda de
25,4%); Máquinas e Aparelhos Elétricos (participação de 9,0% e queda de 12,1%) e Combustíveis, com
participação de 6,7% no valor da pauta geral de importações de Minas Gerais e retração de 17,1% no período
em consideração (tab. 4).
Tabela 4 - Destaques setoriais das importações – Minas Gerais – jan./ago. 2014
Segmentos e Produtos
Participação % (1)
Variação % (2)
20,7
-25,4
Equipamentos mecânicos
18,5
-18,7
Máquinas e aparelhos elétricos
9,0
-12,1
Combustíveis
6,7
-17,1
Madeira, Carvão Vegetal e Outros
0,0
118,2
Confecções
0,2
24,4
Calçados
0,0
66,7
Bebidas
0,1
22,9
17
Em termos de ritmo do crescimento do valor das importações de Minas Gerais nos primeiros oito meses de
2014, em relação ao mesmo período de 2013, as taxas de aumento mais expressivas ficaram por conta dos
segmentos Madeira, Carvão Vegetal e Outros, com crescimento de 118,8%; Confecções, com elevação de
24,4%, Calçados, aumento de 66,7% e Bebidas, cuja expansão foi de 22,9% (tab. 4). Além desses segmentos,
observou-se aumento expressivo das compras externas do segmento Alimentar (+67,0%), Móveis (+10,4%) e
Frutas (+8,8%).
Quanto aos principais mercados de origem das importações mineiras nos primeiros oito meses de 2014, os
seis principais fornecedores de produtos representaram 66,4% do valor das importações. Os Estados Unidos
se posicionaram como os maiores fornecedores do estado e responderam por 15,8% da pauta de importações
mineiras, com importações de US$ 1.128,5 milhões, apesar da retração de 17,7% das compras mineiras nos
oito primeiros meses de 2014, em relação ao mesmo período de 2013. Foram seguidos pela China, cujas
importações foram de US$ 1.126,0 milhões em 2014 (participação de 15,7% e retração de 4,1%) e pela
Argentina, com importações de US$ 1.110,9 milhões – participação relativa de 15,5% e queda de 25,8% na
mesma base de comparação. Por fim, vale destacar o aumento das importações mineiras oriundas da
Alemanha, US$ 482,4 milhões, e a sexta colocação observada para o México, com importações de US$ 200,9
e participação relativa de 2,8% (gráf. 5).
Gráfico 5 - Comportamento das importações de Minas Gerais segundo principais países de origem jan./ago. 2014
18
4.1 Empresas exportadoras e exportações municipais
Com exportações no valor de US$ 6,8 bilhões nos primeiros oito meses de 2014, a Vale S.A manteve a
posição de maior empresa exportadora de Minas Gerais e, apesar da queda de 18,6% das vendas externas,
ainda respondeu por 34,2% do valor total das vendas mineiras.
Com participações relativas mais modestas, posicionaram-se a Companhia Brasileira de Metalurgia e
Mineração, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Fiat Automóveis S.A. As três responderam por,
respectivamente, 5,6%, 5,0% e 3,2% do valor total das vendas externas mineiras no período, ou seja,
segunda, terceira e quarta principais empresas exportadoras (tab. 5).
No fechamento dos primeiros oito meses, as dez maiores empresas mineiras exportadoras responderam por
aproximadamente 59,8% do valor total das exportações estaduais. Como no mesmo período de 2013, o
percentual correspondente às dez maiores empresas foi de 63,2% do valor total exportado por Minas Gerais,
verifica-se uma tendência de ligeira diminuição do grau de concentração das exportações nas grandes
empresas exportadoras, já observado no decorrer de 2013.
Tabela 5 – Ranking das dez maiores empresas exportadoras - Minas Gerais – jan./ago. 2014
Empresa
Exportação
(US$ mil FOB)
Part. (1) (%)
Var. (2) (%)
Vale S.A.
6.846.389
34,2
-18,6
Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração
1.111.871
5,6
6,1
Companhia Siderúrgica Nacional
998.379
5,0
38,4
Fiat Automóveis S.A.
643.957
3,2
-28,0
Nacional Minérios S.A.
491.061
2,5
-24,7
Kinross Brasil Mineração S.A.
426.118
2,1
-22,6
Celulose Nipo Brasileira S.A.
392.452
2,0
-7,7
Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil Ltda.
386.389
1,9
48,3
Anglogold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S.A
331.577
1,7
-20,4
Gerdau Açominas S.A.
330.959
1,7
-12,0
Por outro lado, cinco entre elas apresentaram queda nas exportações nos oito primeiros meses de 2014, em
relação ao mesmo período de 2013. Os destaques vão para duas empresas: a Fiat Automóveis S.A., cujas
vendas externas sofreram retração de 28,0% (de US$ 894,5 milhões no período janeiro-agosto de 2013 para
19
US$ 644,0 milhões no mesmo período de 2014), e a Nacional Minérios S.A., cujas exportações recuaram de
US$ 652,2 milhões nos primeiros oito meses de 2013 para US$ 491,1 milhões no mesmo período de 2014,
queda de 24,7%.
Ainda no que diz respeito às dez maiores empresas mineiras exportadoras, chama a atenção a manutenção
do forte crescimento das vendas externas da Companhia Siderúrgica Nacional. O valor exportado saltou para
US$ 998,4 milhões nos primeiros oito meses de 2014, contra US$ 721,6 milhões no mesmo período de 2013,
o que correspondeu a um crescimento de 38,4% no período (tab. 5).
É importante destacar também o expressivo crescimento das exportações da Vallourec & Sumitomo Tubos
do Brasil Ltda. Suas vendas externas nos oito primeiros meses de 2013 apresentaram crescimento de 48,3%
(salto de US$ 260,6 em janeiro-agosto de 2013 para US$ 386,4 milhões no mesmo período de 2014). Já a
Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, segunda maior empresa exportadora de Minas Gerais,
apresentou um crescimento das exportações de 6,1% no período analisado.
Ao se analisarem as exportações dos municípios, 250 cidades mineiras realizaram exportações entre janeiro
e agosto de 2014, e as 20 maiores foram responsáveis por 73,6% do valor total exportado por Minas Gerais, o
que indica elevado grau de concentração espacial das exportações (tab. 6). Esse resultado se mostrou ainda
mais acentuado quando considerado o conjunto dos dez maiores municípios exportadores. Sua participação
relativa nas exportações mineiras alcançou 52,8% nos oito primeiros meses de 2014. Por outro lado, no
mesmo período de 2013, esses percentuais eram de 73,5% para os 20 maiores e 57,5% para os dez maiores,
indicação de uma ligeira diminuição da concentração das exportações entre os municípios mineiros (tab. 6).
O município de Nova Lima mantém a liderança entre os municípios exportadores mineiros, apesar da queda
de 23,9% de suas exportações (de US$ 2.483,6 milhões nos primeiros oito meses de 2013 para US$ 1.889,7
milhões no mesmo período de 2014), ocasionada, principalmente, pelas quedas das exportações de minérios
e ouro (19,6% e 38,9%, respectivamente).
Em termos de ritmo de crescimento das exportações nos oito primeiros meses de 2014 em relação ao
mesmo período de 2013, entre os 20 principais municípios exportadores, os destaques positivos foram:
Santa Juliana, com aumento de 752,8% das receitas de exportação em razão da elevação de 29,4% das
exportações de Soja e Açúcar; Jeceaba, cuja elevação de 48,8% das exportações se deu, basicamente, em
razão da alta das exportações de Produtos Siderúrgicos; Montes Claros, com o aumento de 17,1% das
exportações de Produtos Farmacêuticos, Produtos Têxteis, Calçados e Equipamentos Mecânicos. Vale
destacar as exportações de Congonhas que alcançaram US$ 517,3 milhões nos primeiros oito meses de 2014.
Nesse mesmo período de 2013, suas vendas externas foram nulas.
Por outro lado, metade dos 20 maiores municípios exportadores de Minas Gerais contribuíram
negativamente para a evolução das vendas externas do estado. Dentre eles, destaca-se Betim (-28,0% e
participação relativa de 4,5%) em razão, principalmente, da queda das exportações de Produtos
Siderúrgicos, Veículos e Equipamentos Mecânicos> Nos casos de São Gonçalo do Rio Abaixo (-27,2% e
participação relativa de 4,8%), Itabira (-14,9% e participação relativa de 5,4%), Itabirito (-10,4% e
participação relativa de 3,6%) e Mariana (-22,4% e participação relativa de 2,9%), a retração foi causada,
basicamente, pela diminuição das exportações de Minérios.
20
Nos casos de Paracatu, Belo Oriente e Ouro Branco, a retração se deu em razão do desempenho negativo
das exportações de Ouro, Papel e Celulose e Produtos Siderúrgicos, respectivamente.
Tabela 6 – Ranking dos vinte maiores municípios exportadores - Minas Gerais – jan./ago. 2014
Exportação
Part. (1)
Var. (2)
(US$ mil FOB)
(%)
(%)
Nova Lima
1.889.696
9,8
-23,9
Ouro Preto
1.457.491
7,6
3,8
Araxá
1.118.667
5,8
6,2
Itabira
1.035.763
5,4
-14,9
Varginha
993.758
5,2
7,8
São Gonçalo do Rio Abaixo
925.797
4,8
-27,2
Betim
869.979
4,5
-28,0
Itabirito
687.477
3,6
-10,4
Brumadinho
627.121
3,3
5,6
Mariana
562.572
2,9
-22,4
Belo Horizonte
528.789
2,7
11,2
Congonhas
517.316
2,7
-
Guaxupé
481.805
2,5
8,3
Paracatu
438.882
2,3
-22,0
Belo Oriente
392.452
2,0
-7,7
Jeceaba
386.396
2,0
48,3
Montes Claros
333.931
1,7
17,1
Ouro Branco
330.959
1,7
-12,0
Santa Juliana
315.162
1,6
752,8
Sete Lagoas
288.443
1,5
-23,7
Município
Por sua vez, a performance positiva das exportações de Araxá, Varginha e Brumadinho foram causadas pelo
aumento das vendas externas de Ferro-ligas, Café e Minérios, respectivamente.
A elevação das exportações de Belo Horizonte no período analisado pode ser atribuída, principalmente, ao
21
desempenho favorável das exportações de Café, Cosméticos e Perfumaria, Pedras e Metais Preciosos e
Produtos Siderúrgicos.
5 EM FOCO: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS EXPORTAÇÕES MINEIRAS DO SEGMENTO DE FÁRMACOS
SEGUNDO PAÍS DE DESTINO
Embora ainda não representem uma parcela expressiva do total das exportações mineiras, os Produtos
Tecnologicamente Sofisticados possuem importância estratégica no que se refere a promover a ampliação
das inovações tecnológicas e da competitividade do estado e das empresas nele instaladas. Nesse sentido,
esta seção busca analisar a performance de determinado segmento inserido nessa classificação – cujo
dinamismo frente às exportações brasileiras vem se destacando ao longo do período analisado – apontando
seus municípios exportadores, a importância relativa dos países de destino, procurando verificar de que
maneira se apresenta a sua distribuição espacial.
Nesse contexto, observou-se expressivo crescimento das exportações do segmento Fármacos. Dele fazem
parte diversos medicamentos (exceto aqueles que contém insulina e soros), materiais para suturas
cirúrgicas, preparações obtidas a partir de glândulas ou de órgãos de animais para suprir a deficiência das
glândulas ou órgãos correspondentes do ser humano, curativos, pastas, gazes, semelhantes para uso
medicinal/cirúrgico, reagentes para determinação dos grupos/fatores sanguíneos, cimentos para obturação
dentária e para reconstituição óssea, dentre outros.
Apesar da retração das vendas externas de PII&C das empresas de Minas Gerais na comparação dos
primeiros oito meses de 2014 com o mesmo período de 2013, as exportações mineiras desse segmento
apresentaram melhor desempenho dentre os 24 segmentos que compõem o grupo PII&C, com aumento de
147,6% das vendas (de US$ 35,8 milhões nos primeiros oito meses de 2013 para US$ 88,6 milhões no mesmo
período de 2014), percentual muito superior quando comparado aos 6,2% observados para o conjunto das
exportações brasileiras desse segmento. Além disso, as exportações mineiras de Fármacos representaram
4,7% do total das vendas externas de PII&C do estado e 10,8% do total das exportações brasileiras desse
segmento, tendo sido destinadas a 34 países.
Em termos de países de destino das exportações mineiras de Fármacos, a Dinamarca, maior comprador
desses produtos de Minas Gerais – respondeu por 83,1% do valor das vendas externas do estado que
alcançaram US$ 73,6 milhões nos primeiros oito meses de 2014, que correspondeu a um aumento de 223,5%
em relação ao mesmo período de 2013. Ressalta-se também o aumento de 2,9% nas exportações para
Luxemburgo, que representa o segundo maior mercado individual de exportações mineiras desse segmento
em 2014, com participação de 3,3% do valor das exportações do estado no período janeiro a agosto de 2014
(aproximadamente US$ 3,0 milhões). Já as exportações para a Bolívia, quarto maior mercado individual de
exportações mineiras desse segmento, responsável por 2,0% das vendas externas mineiras no período (US$
1,8 milhão), apresentaram aumento de 94,0% no período analisado. Por outro lado, as exportações para os
Países Baixos e para o México (terceiro e quinto mercados de destino das vendas mineiras de Fármacos, com
exportações de US$ 2,3 milhões e US$ 1,6 milhão, respectivamente) apresentaram desempenho
desfavorável (Tabela 7).
22
Por outro lado, comparando-se os oito primeiros meses de 2014 com o mesmo período de 2013, destaca-se o
desempenho das vendas para outros parceiros, que apesar da pequena importância relativa no conjunto das
exportações desse segmento, apresentaram expressivo crescimento. Exemplos Guiana (1.434,0%), Suíça
(589,5%), Chile (119,8%), Argentina (105,8%), dentre outros (tab. 7).
Tabela 7 – Exportações mineiras do segmento Fármacos, segundo destino - jan./ago. 2014
País
Exportações (US$ mil FOB)
Participação %
Variação %
2014
2013
(1)
(2)
Dinamarca
73.666
22.769
83,1
223,5
Luxemburgo
2.954
2.871
3,3
2,9
Países Baixos
2.250
2.426
2,5
-7,3
Bolívia
1.797
926
2,0
94,0
México
1.575
1.787
1,8
-11,9
Uruguai
1.415
1.339
1,6
5,7
Paraguai
988
622
1,1
58,8
Guiana
107
7
0,1
1434,0
Suíça
545
79
0,6
589,5
Hong Kong
321
119
0,4
170,1
Chile
384
175
0,4
119,8
Argentina
235
114
0,3
105,8
Guatemala
94
47
0,1
100,4
Demais
2.304
2.523
2,6
-8,7
Total
88.634
35.804
100,0
147,5
Do ponto de vista do destino das exportações desses produtos, pode-se observar elevado grau de
concentração das vendas externas de Fármacos para a Dinamarca. No entanto, os resultados também
apontaram para a presença de outros parceiros comerciais menos expressivos. O dinamismo das vendas
externas mineiras desse segmento mostrou-se bastante elevado quando comparado tanto com o
desempenho geral da pauta de exportações do estado, quanto com o do conjunto das exportações de PII&C,
indicando a possibilidade de uma diversificação maior dos países de destino das exportações desse
segmento.
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Monitor CPA Outubro de 2014

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