Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação - Fapac
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Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação - Fapac
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE JORGE VIANA Governador SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL SEPLANDS GILBERTO DO CARMO LOPES SIQUEIRA Secretário FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DO ACRE - FUNTAC JOÃO CÉSAR DOTTO Diretor Presidente TÂNIA LÚCIA GUIMARÃES Diretora Técnica EQUIPE DE EXECUÇÃO Josefa Magna Alves de Souza Antonio Luiz Jarude Thomaz Dixon Gomes Afonso APRESENTAÇÃO............................................................3 1.0 INTRODUÇÃO...........................................................5 2.0 A POLÍTICA DE CT&I DO MCT.................................8 3.0 O CENÁRIO LOCAL E AS OPORTUNIDADES PARA A INOVAÇÃO..........................................................17 4.0. DIRETRIZES PARA O PLANO................................39 5.0. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DO PLANO.................42 6.0. OBJETIVOS 6.1. Objetivos Estratégicos...........................................43 6.2. Objetivos Específicos............................................44 7.0. PROGRAMAS.........................................................45 7.1 PROGRAMAS HORIZONTAIS.................................45 7.1.1.Infra-estrutura educacional..................................45 7.1.2. Infra-estrutura de saúde......................................46 7.1.3. Infra-estrutura de Segurança Pública.................46 7.1.4. Infra-estrutura habitacional.................................47 7.1.5.Infra-estrutura de água e saneamento................47 7.1.6. Infra-estrutura de Transporte..............................48 7.1.7. Infra-estrutura energética....................................48 7.1.8. Infra-estrutura de TIC..........................................48 7.1.9. Infra-estrutura para conservação ambiental.......49 7.1.10 Infra-estrutura de apoio à produção e à comercialização...........................................................49 7.2. PROGRAMAS VERTICAIS.....................................50 8.0. MODELO DE GESTÃO..........................................51 9.0. PARCEIROS...........................................................52 9.1. MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia............52 9.2. ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica...........................................52 9.3. FUNTAC – Fundação de Tecnologia do Estado do Acre.......................................................................53 9.4. UFAC – Universidade Federal do Acre..................53 9.5. EMBRAPA/AC – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.........................................................53 9.6. SEPLANDS – Secretaria de Estado do Planejamento............................................................................53 9.7. SEMEIA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente.. ......................................................................................53 9.8. FIEAC - Federação das Indústrias do Estado do Acre.......................................................................53 9.9. ELETRONORTE – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A...............................................................54 9.10. Instituto Estadual de Des. da Educação Profissional Dom Moacir Grech........................................54 9.11. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis....................54 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Apresentação E ste documento, é resultado de um esforço que, de há muito, a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC, iniciou e representa o resultado, de um processo de discussão bastante amplo e participativo visando melhor organizar a Política de Ciência Tecnologia e Inovação para o Estado do Acre. Para ser fiel aos diversos momentos do Plano, ora formalmente tornado público, o processo iniciou-se em fevereiro de 2001, quando, com a colaboração da ABIPTI, foi elaborado o documento “Condicionantes para a Elaboração do Plano de Ciência e Tecnologia do Estado do Acre”. Em julho de 2004, a FUNTAC, para melhor cumprir o seu papel de Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Acre, submeteu ao Ministério da Ciência e Tecnologia, um projeto que foi aprovado por aquele Ministério, onde uma das Metas consistia na elaboração do Plano Estadual de Ciência e Tecnologia. Desde então, com o apoio do MCT, foram dois anos de estudos, discussões, com os principais segmentos representativos da sociedade acreana, na tentativa, inclusive, de paralelamente, organizar o Sistema Local de Inovação. As Diretrizes do Plano, retratam esta forma de trabalho, que acreditamos deva permanecer durante sua implementação. No Capítulo de Introdução, é fácil perceber que as condicionantes à elaboração do Plano, discutidas em 2001, foram muito bem assimiladas por aqueles que participaram da construção deste documento. Entre elas, está a importância da sintonia com as diretrizes do Governo Federal, fato que é dado particular destaque, no Capítulo que trata da Política de CT&I do MCT. De outra parte, entenderam os que participaram da construção do referido documento, que era fundamental analisar os resultados do que vem sendo feito no Estado do Acre, com visão prospectiva, identificando e evidenciando oportunidades. É o que está colocado no Capítulo: “O Cenário Local e as Oportunidades para a Inovação”. Ao apresentar o Plano Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação, a FUNTAC, tem como objetivo maior, programatizar o apoio necessário à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, principalmente, através do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FDCT, induzindo a apresentação de projetos alinhados com uma proposta de desenvolvimento para o Estado do Acre. O Plano ora tornado público, desce ao nível de Programas, separando-os em horizontais e verticais, como forma de atender aos Objetivos Estratégicos. A leitura do documento, permitirá perceber que, a idéia é gerar, adaptar e difundir tecnologias relevantes para o desenvolvimento sustentável do Estado do Acre, além de propiciar melhores condições para o atendimento de serviços tecnológicos, compreendidos no conceito de Tecnologia Industrial Básica – TIB, de acordo com as Opções Estratégicas indicadas no Plano. Não se pretende, que o Plano seja um “livro documento”, e sim, um instrumento gerencial, dinâmico, que vai requerer, na sua implementação, ajustes e, sobretudo, a ampla participação da sociedade organizada. Por entendê-lo assim, é que nos propusemos a apresentar, ainda que de forma sucinta, um Modelo de Gestão que se inicia com a aprovação do referido Plano pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT, e incorpora todas as instituições que, por meio de parcerias, possam vir a contribuir para o êxito dos Programas apresentados. As referidas instituições, de acordo com suas competências, e de modo a atender aos Objetivos Estratégicos, estão apresentadas no último Capítulo do Plano e, ratificando a afirmativa de que ele será dinâmico, outras se incorporarão à proposta ao longo do tempo. Nossos agradecimentos a todos, que de uma forma, ou de outra, contribuíram para a elaboração do presente documento, particularmente a equipe da FUNTAC, responsável pela Coordenação do Plano, e àqueles que se incorporarão ao processo com idéias, sugestões e parcerias. Rio Branco, agosto de 2006 João César Dotto Diretor Presidente da FUNTAC Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 1 Introdução O desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, com reflexo nas inovações (CT&I), tem, efetivamente, mudado a face do planeta e possibilitado o surgimento de uma crescente e complexa variedade de produtos e processos, que afetam as mais diferentes necessidades das populações. Todos os segmentos fundamentais ao bem-estar das sociedades, estão sob o impacto (positivo ou negativo), do significativo avanço da CT&I: economia, transportes, meio ambiente, saúde, educação, etc. Se, por um lado esse avanço tem aproximado as sociedades, por outro, também tem levado a desastres, degradação ambiental e contribuído tanto para o desequilíbrio econômico, como para altos índices de exclusão social. No novo paradigma do mundo globalizado, onde há uma liberação e integração dos mercados, os benefícios advindos dos avanços da CT&I, são distribuídos de forma desigual entre os países, e também, entre as sociedades provocando o aumento das desigualdades regionais e sociais. Isso, resulta dos seus ritmos e processos de desenvolvimento, diferenciados e assimétricos e, principalmente, da forma de implementação das mudanças estruturais. Cada vez mais ativos, tangíveis são substituídos por ativos intangíveis, passando os conhecimentos científicos e tecnológicos a ocuparem papel de destaque na produção e distribuição da riqueza. Segundo a: UNESCO, “o que distingue hoje os pobres, dos ricos (seja país ou pessoa), não é apenas o fato de terem menos recursos, mas também, o fato de que estão largamente excluídos da educação e dos benefícios do conhecimento científico”1. E essa distribuição desigual da CT&I, UNESCO. A CIÊNCIA PARA O SÉCULO XXI: Uma visão nova e uma base de ação. Brasil, 2000. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Entende-se a C&T como elementos diferenciados, capazes de gerar conhecimento e inovação, de construir vantagens competitivas e, como tal, de possibilitar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável. tem criado um distanciamento crescente entre os países do chamado Primeiro Mundo em relação aos demais. No mundo globalizado, é inevitável, portanto, o reconhecimento de que se estabelece uma nova relação entre Ciência e Tecnologia (C&T), e a sociedade, como forma de se vencer problemas globais urgentes, entre eles: a pobreza; a degradação ambiental; o atendimento à saúde pública inadequado; as condições de segurança alimentar e a ameaça da insuficiência de água. Entende-se a C&T, como elementos diferenciados, capazes de gerar conhecimento e inovação, de construir vantagens competitivas e, como tal, de possibilitar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável. Ao longo do século XX, o Brasil, embora ainda integrante do conjunto dos países periféricos, vem desenvolvendo esforços significativos para a construção de uma competência técnico-científica, fortalecida nas últimas décadas com a plena institucionalização da pós-graduação e da criação de mecanismos de gerenciamento e investimentos financeiros, sobretudo governamentais, que tentam implementar uma política de CT&I sólida. Está desenhado, em meio a todas as conturbações da crise do Estado no final do século, um Sistema Nacional de CT&I sob a égide do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, e suas agências: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Financiadora de Estudos e Pesquisa - FINEP, que deveria encontrar correspondência nos Sistemas Regionais e Estaduais. Isto porque, o Brasil, precisa distribuir melhor os investimentos na área de C&T, mais que isso, para que os Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação referidos investimentos venham a contribuir efetivamente para o desenvolvimento, há que pensá-los com base local. O processo de geração e transmissão do conhecimento não pode ser genérico nem difuso. Deve sim, atender características setoriais, de mercado e de organizações produtivas. As instituições, as práticas sociais, as convenções, entre outros, são fatores relevantes ao fluxo do conhecimento. Por essa razão, as políticas nacionais, devem ser flexíveis e considerar as características de cada região, visando o atendimento das demandas locais e, consequentemente, a redução das desigualdades regionais, que segundo Kliksberg, é questão “fundamental para uma sociedade e básica para uma democracia: é estratégica para obtenção de desenvolvimento real e sustentado”2. Sabe-se, também, que o desenvolvimento econômico atual, exige um processo alicerçado em três pilares básicos: auto-sustentação; absorção, criação, transferência e difusão de tecnologia; e gerenciamento planejado do Sistema Local de CT&I. Isto requer, necessariamente, um bom nível de capacitação tecnológica, dos agentes interativos de referido Sistema, bem como, pressupõe uma articulação das Políticas de CT&I nas três esferas de Governo e com as demais Políticas Públicas. Por outro lado, a exemplo do que acontece com os países desenvolvidos na atualidade, não pode subsistir desenvolvimento científico e tecnológico se, não houver uma simbiose entre o governo, a universidade e instituições de ensino e pesquisa tecnológica e o setor produtivo. Há, que haver atitudes sociais receptivas em relação às atividades de CT&I. Nenhum desses agentes, de forma isolada, poderá desenvolver, a contento, programas de descobertas tecnológicas e, sequer, programas de absorção de novas tecnologias. É necessário, reunir agentes individuais e institucionais, num Sistema Integrado, voltado para Ciência, Tecnologia e Inovação. Assim, somente com um processo bem planejado, e estruturado sobre o tripé antes referido, que dele participem os agentes do Sistema Local de Inovação pode-se chegar ao objetivo do desenvolvimento auto-sustentado. Foi com essa filosofia e com essa concepção, que o Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Acre foi construído. 2 A exemplo do que acontece com os países desenvolvidos na atualidade, não pode subsistir desenvolvimento científico e tecnológico se não houver uma simbiose entre o governo, a universidade e instituições de ensino e pesquisa tecnológica e o setor produtivo. KLIKSBERG, Bernardo. DESIGUALDADE E CRESCIMENTO ECONÔMICO. Folha de São Paulo - Opinião Econômica. São Paulo, 1997. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação A Política de CT&I do MCT E stando as ações de CT&I do Governo Federal, sob a coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, necessário se faz conhecer os objetivos estratégicos indicados por aquele Ministério, constantes do Plano Plurianual de Ação - PPA 20042007. Os referidos objetivos estratégicos apresentados a seguir, é bom que se frise, foram estabelecidos dentro do princípio de consolidar e expandir o Sistema Nacional de CT&I, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos, para atender, não só, às necessidades específicas do processo de desenvolvimento da ciência, mas também, às necessidades sociais e econômicas do País, permitindo viabilizar a inserção de CT&I nas políticas gerais de desenvolvimento: • desenvolver tecnologias que promovam a modernização industrial, a inovação e a inserção internacional, além de privilegiar setores estratégicos em concordância com a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior - PITCE do Governo Federal; • investir nas tecnologias espacial e nuclear para Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação atender às necessidades nacionais nas áreas de telecomunicações, levantamento e prospecção de recursos naturais, impactos ambientais, vigilância de fronteiras, bem como nas áreas de energia, indústria, saúde, agricultura e recursos hídricos; • contribuir para a melhoria dos indicadores de inclusão social, por meio de investimento em tecnologias, que permitam o acesso ao conhecimento, à geração de empregos e ao combate à fome; • disseminar o desenvolvimento científico e tecnológico no espaço geopolítico do País, bem como, implantar novos padrões nas relações internacionais afetas aos temas de ciência e tecnologia; • implantar um modelo de gestão adequado às novas exigências políticas, econômicas e sociais, estimulando e fomentando uma postura gerencial que privilegie a ética e a transparência; • valorizar a capacitação e a preservação dos recursos humanos qualificados, para pesquisas em áreas estratégicas, assim como, promover a integração, a capacidade de iniciativa e a criatividade; e • buscar a racionalização, a simplificação, a descentralização e o uso compartilhado dos recursos, visando a eficiência para enfrentar novos desafios. A partir dessas diretivas, foram eleitos três eixos para compor o Plano Estratégico do MCT: • Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior; • Objetivos Estratégicos Nacionais; e • Inclusão Social Contribuir para a melhoria dos indicadores de inclusão social, por meio de investimento em tecnologias que permitam o acesso ao conhecimento, à geração de empregos e ao combate à fome. Um quarto eixo; denominado Fortalecimento, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, foi concebido visando à articulação dos programas e ações instrumentais, que promoverão a infra-estrutura e a formação de recursos humanos, qualificados para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação nacionais. Para a consecução dos objetivos estratégicos nacionais na área de CT&I, o MCT, aponta as seguintes ações a serem alcançadas no período 2004-2007: • incentivar e apoiar a ampliação de parcerias entre instituições dos poderes executivos federal, estaduais e municipais, com instituições do terceiro setor Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Implantar laboratórios de ciências nas escolas. Incentivar e apoiar a expansão dos mecanismos de difusão do conhecimento científico e tecnológico para a popularização da ciência. envolvidas em atividades de C&T, e as sociedades científicas e profissionais em geral; • expandir a base de recursos humanos do País, existentes nas instituições de pesquisa e nas empresas nacionais; • definir políticas de fixação no País da mão-de-obra qualificada; • apoiar, indistintamente, a pesquisa básica e a pesquisa tecnológica; • investir na recuperação, ampliação e modernização da infra-estrutura de pesquisa e serviços tecnológicos; • implantar o Instituto Nacional de Pesquisa do SemiÁrido; • incentivar e apoiar a expansão dos mecanismos de difusão do conhecimento científico e tecnológico, para a popularização da ciência; • implantar laboratórios de ciências nas escolas; • induzir e apoiar processos de transferência de tecnologia e suporte à inovação empresarial, inclusive com diversificação dos instrumentos de apoio à P&D privada; • contribuir para a política de combate à fome do Governo Federal; • estimular o crescimento das exportações de produtos, processos e serviços e o aumento da competitividade das empresas nacionais; • contribuir para a geração de emprego e renda; e • definir nova política de cooperação internacional, de base ampla. Finalmente, como programação estratégica o MCT, considera as áreas a seguir especificadas, com as respectivas justificativas e formas de atuação: •Á rea Espacial - as características territoriais e geopolíticas do País, tornam a tecnologia espacial a única alternativa viável para o atendimento de necessidades nacionais como as telecomunicações, o levantamento e a prospecção de recursos naturais, e recursos hídricos, o acompanhamento de alterações no meio-ambiente, o monitoramento das atividades agropecuárias e a vigilância das fronteiras. • Área Nuclear - o desenvolvimento científico e tecnológico do setor nuclear, para fins pacíficos, a capacitação de profissionais altamente qualificados e a formação de instituições, de pesquisa de reco- 10 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação nhecida excelência, impõem prioridade ao setor, considerando como linhas básicas de atuação a geração de energia e as aplicações na medicina, na agricultura, em processos industriais e no desenvolvimento de novos materiais. • Biotecnologia e Uso Sustentável da Biodiversidade - a biotecnologia poderá promover o aumento da produtividade agrícola, gerar novas técnicas de controle biológico, melhorar o teor nutritivo dos alimentos e, possibilitar avanços no setor da terapêutica. Uma vez que, a biotecnologia faz uso da biodiversidade, com o objetivo de gerar produtos mais eficazes e de maior valor agregado, possibilita que o imenso potencial genético disponível no País, seja utilizado com maior eficácia. Os recursos da biodiversidade, podem ser aproveitados para fins industriais diversos, ampliando a capacidade produtiva, com maior absorção de mão-de-obra especializada. Além disso, a exploração racional da imensa variedade de espécies vegetais, oferece diferentes oportunidades de utilização no campo do extrativismo, em benefício da sociedade, principalmente no setor terapêutico. • Área de Fármacos - o domínio da área de Fármacos, tem impacto direto sobre a melhoria das condições de vida da população brasileira, e remete à questão do grande déficit social do país. O setor de fármacos tem ampla aplicação nas áreas de saúde e alimentação, e em outros setores da indústria, tornando-se estratégico para o desenvolvimento econômico e social. A atuação do MCT, estará balizada por quatro grandes linhas de atuação: fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico em biotecnologia e engenharia genética; utilizar instrumentos de incentivos fiscais e não-fiscais, como o poder de compra do Estado do Acre, para estimular o desenvolvimento da tecnologia e da indústria local; criar mecanismos de financiamento que estimulem a inovação (relativos ao processo produtivo básico, produtos genéricos); e apoiar a industrialização pioneira. • Tecnologias da Informação e Comunicação - a sociedade da informação, é um novo ambiente global, baseado em comunicação e informação cujas regras e modos de operação vêm sendo construídos, em todo o mundo, há pouco menos de uma década. A apropriação das oportunidades desse Os recursos da biodiversidade podem ser aproveitados para fins industriais diversos, ampliando a capacidade produtiva, com maior absorção de mão-de-obra especializada. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 11 A promoção de “novos negócios eletrônicos” traz oportunidades para as micro e pequenas empresas que precisam ser geradas e incentivadas. 3 futuro ambiente está sendo conduzida e planejada por diversos países em seus aspectos industriais, econômicos, sociais, culturais, educacionais, científicos e tecnológicos, entre outras e em muito larga escala. Não somente redes físicas e sistemas lógicos de comunicação digital, estão sendo pesquisados e implantados em todo o mundo, mas uma miríade de novos serviços e aplicações, bem como, modelos e regras de uso, estão sendo discutidos e implementados, em escala global. O paradigma tecnológico e as conseqüências industriais, sociais, econômicas e culturais, da era da informação serão cada vez mais sustentados por setores intensivos em conhecimento, associados às tecnologias da informação e comunicação. É bem possível, que nesta nova matriz tecnológica, industrial e econômica, esteja a maioria dos produtos e serviços do futuro, fundamentais para atrair investimentos e criação sustentada de empregos em qualquer país. Além disso, a universalização do acesso a serviços, proporcionada pelas tecnologias da informação e comunicação, especialmente os governamentais, educacionais e sociais, é instrumento de cidadania e de inclusão social. A promoção de “novos negócios eletrônicos”, traz oportunidades para as micro e pequenas empresas, que precisam ser geradas e incentivadas. Concluise, portanto, pela necessidade da continuidade de ações estratégicas no mais alto nível de governo, da qual devem participar vários ministérios e representantes de governos estaduais, da comunidade científica e de setores empresariais, para assegurar os instrumentos de estímulo dos investimentos em ciência e tecnologia, imprescindíveis para a inserção adequada do País na Sociedade da Informação3. Fonte: Governo Federal/MCT/CNPq/IBICT. Bases para o Brasil na Sociedade da Informação: conceitos, fundamentos e universo político da indústria e serviços de conteúdo. Vieira, A. S. Brasília, CNPq/IBICT. São Paulo, Instituto UNIEMP, 1998. 164 p. 12 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação •M icroeletrônica - o processo de modernização brasileiro, nos últimos anos tem custado ao País, um preço extremamente alto. O impacto disso pode ser sentido no crescimento vertiginoso do déficit da balança comercial brasileira. O segundo item, que mais contribui para este déficit (US$ 3 bilhões em 2000), é a importação de componentes eletrônicos para a indústria, sendo que mais da metade dos quais se deve a circuitos integrados. Os constantes avanços da tecnologia de microeletrônica, têm proporcionado uma contínua miniaturização de componentes eletrônicos permitindo que sistemas de computação completos possam ser produzidos em uma única pastilha de silício. O uso de módulos de propriedade intelectual (Intellectual Property ou IP), permite que tais sistemas de computação possam ser construídos a partir de módulos IP individuais, que são interligados. Com relação às atividades de projeto de componentes IP, a SEPIN/MCT propôs, ao final de 2001, o Plano Nacional de Microeletrônica (PNM/Design House), um conjunto de políticas cujo objetivo é estimular a atividade neste setor. Todos os sinais emitidos internacionalmente são um claro indicativo de que a indústria de módulos de IP, abre oportunidade ímpar para o Brasil, que não pode ser desprezada. Exemplo disso, são os estudos de várias empresas de análise de mercado, como Dataquest e Cahners In-Stat, que apontam, para a área, taxas de crescimento de 35% nos próximos 4 anos. • Mudanças Climáticas - estudos recentes, mostram a correlação existente entre o efeito estufa e o aquecimento global com as conseqüentes mudanças climáticas mundiais. Esta área visa promover o desenvolvimento, aplicação e difusão, inclusive transferência, de tecnologias, práticas e processos que controlem, reduzam ou previnam as emissões antrópicas de ga- O Plano Nacional de Microeletrônica (PNM/Design House), um conjunto de políticas cujo objetivo é estimular a atividade neste setor. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 13 Considera-se estratégico para o País, investir em CT&I, na área de fontes alternativas e renováveis de energia. 4 ses de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal, em todos os setores pertinentes, inclusive nos setores de energia, transportes, indústria, agricultura, silvicultura e tratamento de resíduos. Pelo princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada dos países, o Brasil, não tem compromissos de redução ou limitação, de suas emissões antrópicas de efeito estufa4. No entanto, já existe no País, uma série de programas que, apesar de não terem sido desenvolvidos levando em conta a redução do aquecimento global, acarretam uma redução considerável das emissões de gases de efeito estufa. Algumas dessas iniciativas, são responsáveis pelo fato de o Brasil, ter uma matriz energética relativamente “limpa”, e foram tomadas devido ao aumento da dependência externa de divisas quando dos choques de preço de petróleo, como no caso do álcool, ou para adiar investimentos em novas centrais elétricas ou refinarias de petróleo, no caso dos programas de aumento de eficiência energética. Diversas outras iniciativas, que estão sendo implementadas, em particular no combate ao desflorestamento, também contribuem para a inflexão da curva de emissões de gases de efeito estufa no País. • Fontes Renováveis de Energia - A matriz energética brasileira, tem se caracterizado pelo uso intensivo de hidrelétricas geradoras de energia “limpa”, cujo potencial encontra-se, no entanto, praticamente esgotado e do petróleo, fonte não renovável, poluente e com previsão de esgotamento dentro dos próximos 50 anos. Em decorrência, considera-se estratégico para o País, investir em CT&I, na área de fontes alternativas e renováveis de energia. Em parceria do MCT, com o MME, serão priorizados investimentos em projetos de pesquisa e difusão de energia eólica, energia so- Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, ratificada pelo Brasil em 1994. 14 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação lar, energia da biomassa e células combustíveis. Atenção especial terá o biodiesel, que é um combustível obtido a partir de óleos vegetais e álcool. Além de beneficiar a balança de pagamentos com a redução das importações, a adoção do biodiesel, poderá incrementar a produção agrícola brasileira, e incentivar novos investimentos no setor industrial. Um dos resultados imediatos esperados, será a movimentação de parte significativa da economia brasileira, com ganhos sociais importantes, como a fixação do homem no campo e diminuição do consumo nacional de petróleo, registrando-se, no entanto, a importância de que a expansão do uso do biodiesel seja fundamentada em técnicas e métodos que busquem a preservação ambiental. • Nanociências e Nanotecnologias5 - dizem respeito ao entendimento, controle e exploração de materiais e sistemas cujas estruturas e componentes exibem propriedades e fenômenos físicos, químicos e biológicos significantemente novos e modificados devido à sua escala nanométrica (1-100nm). O que se busca é explorar estas propriedades para ganhar controle das estruturas e dispositivos ao nível atômico, molecular e supramolecular e aprender a fabricar e usar eficientemente estes dispositivos. Manter a estabilidade das interfaces e a integração destas nanoestruturas em escalas micrométricas, e mesmo em escalas macroscópicas, é a grande meta a ser alcançada. O conhecimento científico, tecnológico e de engenharia em nanoescala está explodindo mundialmente. A razão para isto, é a grande disponibilidade de equipamentos adequados, o alto grau de inter e multidisciplinariedade inerente à área, bem como, a inter e multiinstitucionalidade, nacionais ou supranacionais, criando uma grande sinergia, e a rápida disseminação de resultados. Na comunidade científica internacional, é reconhecidamente alto o impacto da nanociência e nanotecnologia, através dos benefícios potenciais, que são bastante penetrantes em diversas áreas, como materiais e fabricação, nanoeletrônica e tecnologia de computadores, medicina e saúde, aeronáutica e exploração espacial, energia e meio ambiente, biotecnologia e agricultura, segurança 5 O conhecimento científico, tecnológico e de engenharia em nanoescala está explodindo mundialmente. A razão para isto é a grande disponibilidade de equipamentos adequados, o alto grau de inter e multidisciplinariedade inerente à área. Fonte: MCT/CNPq – Grupo de Articulação criado a partir de reunião realizada no CNPq, em 22/11/2000. Programa Nacional de P&D em Nanociências e Nanotecnologias – Plano de Implementação/2001-2005 (Documento preliminar para discussão). Gomes, A. (Coord.). Brasília, abril/2001. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 15 A utilização da tecnologia social com ênfase, atualmente, no desenvolvimento da agricultura familiar deverá resultar na geração e disseminação de novas tecnologias sociais. 16 nacional, educação e competitividade nacional. Simultaneamente, o grande interesse tecnológico em aplicações, completa a cadeia deste sistema. O momento, portanto, é adequado para que o Brasil estabeleça um programa coordenado de investimentos para apoiar uma iniciativa de longo prazo em nanociência e nanotecnologia, permitindo as condições necessárias para uma competição em igual nível, com países de todo o mundo. • Tecnologias sociais - entende-se como tecnologia social, todo processo, técnica, metodologia, instrumento ou ferramenta, capaz de provocar transformações sociais, no meio em que tiver sido gerada, bem como, capaz de ser reproduzida em regiões diferentes daquelas de origem, tendo como vetores a criação e a utilização de meios, que resultem em novas oportunidades de expansão e/ou reconversão produtiva, auto-sustentável, para o maior número possível de agentes econômicos do entorno social considerado. Diante disso, as tecnologias sociais, assumem papel estratégico enquanto instrumento nacional, fortemente voltado ao desenvolvimento social de regiões caracterizadas por adensamentos populacionais historicamente marginalizados pelas políticas públicas do País – inclusive as de CT&I –, cuja inclusão é, hoje, considerada uma das prioridades maiores do Governo Federal, com repercussão direta no resgate da auto-estima dessas comunidades. A utilização da tecnologia social, com ênfase, atualmente, no desenvolvimento da agricultura familiar, deverá resultar na geração e disseminação de novas tecnologias sociais, por meio de soluções simples e criativas, capazes de resolver ou minimizar problemas em outras áreas, tais como: recursos hídricos, alimentação, saúde, educação, energia, habitação, meio ambiente, emprego e renda. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Ratificam tal assertiva as seguintes informações sobre o Estado do Acre: • o Estado do Acre é parte integrante dos Eixos de Integração Sul Americana, projeto priorizado pelo Ministério dos Transportes que consolidará a integração fronteiriça entre Brasil, Peru e Bolívia, e entre Brasil e Venezuela, permitindo o crescimento das relações comerciais e do turismo, fortalecendo as economias regionais; • um dos investimentos previstos no Estado do Acre, que facilitará tal integração, é a Estrada do Pacífico, que promoverá a integração física e econômica entre Brasil e Peru, especialmente com a utilização dos Portos de Ilo e Matarani, no Oceano Pacífico. Particularmente, a utilização do Porto de Ilo permitirá a ligação por via marítima com Beijing, reduzindo 1.803 km, e economizando 14 dias até atingir a China, ampliando as possibilidades do comércio internacional. A referida estrada, funcionará como um Corredor Turístico necessário à viabilização do circuito turístico planejado entre Rio Branco/Puerto Maldonado/Cuzco e Lima; • as principais atividades econômicas do Estado do Acre (Extrativismo florestal, agropecuária, construção civil e comércio), considerado os últimos cinco anos, duplicaram o valor adicionado, sendo que a indústria de transformação triplicou esse indicador no mesmo período; • o Estado do Acre, com a parceria do Governo Federal, vem assumindo investimentos de apoio à produção, O Cenário Local e as Oportunidades para a Inovação N os últimos anos, o Estado do Acre, superou dificuldades, saneou suas finanças, reorganizou sua administração, recuperou sua infra-estrutura. E agora, está pronto para crescer. Pode iniciar um novo tempo, de prosperidade, pois estão assentadas as bases do desenvolvimento sustentável. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 17 As ações do Estado na área do meio ambiente, destacando-se, entre elas, o manejo florestal implementado na Floresta Estadual do Antimary, que mereceu certificação Forest Stewardship Council - FSC 18 como forma de induzir o desenvolvimento econômico. Os referidos empreendimentos deverão, posteriormente, serem repassados, em regime de concessão, à iniciativa privada, preferencialmente organizada em associações sob as mais diversas formas. Entre os empreendimentos, destacam-se: as Usinas de Beneficiamento de Castanha do Brasil, em Brasiléia e Xapuri; o Abatedouro de Frangos em Brasiléia; a Fábrica de Preservativos Masculinos em Xapuri, como forma de consolidar a cadeia produtiva do látex coletado dos seringais nativos; o Complexo Industrial Florestal de Xapuri, que fabricará pisos e decks de madeira; e a Usina de Produção de Álcool Verde no Município de Capixaba; • as ações na área do meio ambiente, destacandose, entre elas, o manejo florestal implementado na Floresta Estadual do Antimary, que mereceu certificação Forest Stewardship Council - FSC; a criação do Parque Estadual do Chandless, com 695 mil ha.; a existência de 45,9% de Áreas Naturais Protegidas, representadas por Florestas Estaduais, Parques Estaduais e Nacionais, Reservas Extrativistas e Terras Indígenas;os programas de Recuperação de Nascentes e de Combate a Incêndios e Queimadas; e o fortalecimento do sistema de gestão, monitoramento e controle ambiental são impulsionadores para o Ecoturismo no Estado do Acre; • com relação, a infra-estrutura necessária à distribuição da produção, o Estado do Acre, vem se beneficiando de investimentos do Governo Federal e Estadual na construção de estradas que interligam o Estado do Acre, de leste a oeste e ao Amazonas; • da mesma forma, a infra-estrutura energética, tem sido objeto de atenção, seja através da expansão Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação da rede de eletrificação rural para atender os Pólos Agro-Florestais, os Projetos de Assentamento, de Manejo Florestal e demais áreas de produção rural e florestal, em parceria com o Governo Federal, no âmbito do Programa Luz para Todos, ou através do Programa Luz no Campo; seja através da construção de linhas de energia elétrica, visando a substituição de parques térmicos de baixa eficiência energética; • também a infra-estrutura aeroportuária, com a implantação do novo terminal de passageiros e de carga de Cruzeiro do Sul, irá beneficiar as relações comerciais fronteiriças, principalmente com o Peru; • no tocante à infra-estrutura social, é importante comentar, entre outros, o investimento realizado pelo Estado do Acre, na área educacional, que permitirá interiorizar a informação e o conhecimento, representado pela implantação de unidades geradoras (TV) , em Rio Branco e Cruzeiro do Sul e retransmissoras nos outros 20 municípios do Estado do Acre. Soma-se a isso, a atenção, que vem sendo dada à formação de professores da rede oficial, tanto de nível médio, como formação superior em licenciatura plena, seja para docentes da área urbana ou rural, inclusive de municípios de difícil acesso; • finalmente, merece registro a Universidade da Floresta, já em funcionamento, estruturada com o fortalecimento da Universidade Federal do Estado do Acre, em Cruzeiro do Sul, cujos objetivos são: desenvolver tecnologias e soluções locais, para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais e humanos; valorizar os conhecimentos tradicionais das populações indígenas, extrativistas e ribeirinhas; integrar a pesquisa de ponta, ao ensino básico na execução de projetos de desenvolvimento regional. Já em funcionamento, estruturada com o fortalecimento da Universidade Federal do Acre em Cruzeiro do Sul. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 19 Ademais, existe uma orientação segura, para o desenvolvimento sustentável do Estado do Acre, trata-se do: Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE, que teve sua primeira etapa executada e conta com financiamento garantido para a segunda etapa. Na primeira etapa, o ZEE produziu mapas com a situação, as riquezas e o potencial futuro de todas as regiões do Estado do Acre. Na segunda etapa, as referidas regiões, serão detalhadas em novos estudos, de modo que, em cada comunidade, representantes dos governos municipais, empresários, cooperados e demais representantes das forças econômicas e sociais, possam planejar seu futuro. O ZEE, se constitui, pois, em importante ferramenta para a expressão espacial de políticas públicas. Pode ser definido, como um instrumento estratégico de planejamento regional, e gestão territorial, envolvendo estudos sobre o meio ambiente, os recursos naturais, e as relações entre a sociedade e a natureza. Na verdade, é bom que se comente, que o ZEE, já embasou a estruturação, negociação e implementação do Programa de Desenvolvimento Sustentável, viabilizado, através de parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. O Programa tem como objetivo geral, a promoção do crescimento econômico ambientalmente sustentável e a diversificação produtiva do Estado do Acre. Sua finalidade é melhorar a qualidade de vida da sua população, e preservar seu patrimônio cultural a longo prazo, tendo como diretriz estratégica o crescimento racional, de setores produtivos, com vantagens comparativas, que leve em consideração, as aptidões naturais, a alta biodiversidade e a diversidade cultural existente no Estado do Acre. O referido Programa vem gerando resultados animadores no Estado do Acre, nas mais diversas áreas, com reflexos positivos na CT&I. É conveniente ressaltar também, que o Estado do Acre, orienta-se por Diretrizes Estratégicas, que ratificam um cenário propício à inovação. Entre elas, podemos enumerar: • o fortalecimento, a diversificação e a expansão das atividades econômicas, gerando ocupação com distribuição de renda; • o avanço na consolidação da participação da sociedade na elaboração dos Planos e Orçamentos do Estado do Acre, ratificando a democracia e a cidadania; • a elevação dos índices da qualidade de vida de população; 20 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação • a promoção do uso racional dos recursos naturais, conciliando ações de conservação, preservação e recuperação ambiental e ações de desenvolvimento econômico; • o fortalecimento do desenvolvimento do capital humano, visando seu preparo para o exercício da cidadania, e sua qualificação para o trabalho; e • o aproveitamento das potencialidades, de forma efetiva, da pesquisa e do conhecimento, colocados à serviço do desenvolvimento social, econômico e cultural do Estado do Acre. Desta forma, o Estado do Acre, que surge inserido no contexto internacional, como economia primário-exportadora, almeja fortalecer um modelo de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável, pode ser compreendido, como um novo padrão de desenvolvimento, que tem como princípio, assegurar condições dignas de vida para as gerações atuais, baseado em modelos de produção e consumo, que mantêm os estoques de recursos naturais e a qualidade ambiental, de forma a permitir condições de vida, iguais ou superiores, às gerações futuras. Desse modo, as metas básicas do desenvolvimento sustentável, incluem: o combate à pobreza e a outras formas de marginalização social, (inclusive a discriminação por gênero, raça ou etnia), o respeito à diversidade cultural, a eficiência das atividades econômicas, o uso duradouro dos recursos naturais e a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. No caso particular do Estado do Acre, o modelo de Desta forma, o Estado do Acre, que surge inserido no contexto internacional como economia primárioexportadora, almeja fortalecer um modelo de desenvolvimento sustentável. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 21 O setor educacional foi, sem dúvida, favorecido pelo processo de urbanização do Estado. A maior densidade populacional permitiu uma eficácia maior dos serviços de educação, fato que se reflete na queda dos índices de analfabetismo. 22 desenvolvimento sustentável, deve ter a Educação, como vetor da transformação, priorizando a erradicação do analfabetismo e a melhoria no padrão de qualidade do ensino. Deve estar atento, às questões de segurança alimentar, utilizando-se, para tanto, das vantagens que são concedidas ao Estado do Acre, quando se coloca como fronteira do avanço da pecuária, e dos investimentos já realizados pela EMBRAPA, em pesquisas no setor, sem falar na oportunidade de reaproveitamento de áreas degradadas, como conseqüência da expansão da atividade. Deve, ainda, fazendo uso dos recursos agro-florestais, promover o conceito de eco-desenvolvimento. Finalmente, a industrialização deve apoiar-se nos recursos locais, priorizando o beneficiamento de frutos tropicais. Nesse sentido, convém destacar, sucintamente, as oportunidades que se apresentam no Estado do Acre para a Inovação, seja no campo social ou de infra-estrutura, seja no campo das atividades produtivas. Iniciando-se pelo campo social e de infra-estrutura, é conveniente destacar: • o setor educacional, foi sem dúvida, favorecido pelo processo de urbanização do Estado do Acre. A maior densidade populacional, permitiu uma eficácia maior dos serviços de educação, fato que se reflete na queda dos índices de analfabetismo. Contudo, muito ainda há, que ser feito para se erradicar o analfabetismo e se proporcionar um ensino de qualidade; • no setor saúde, indicadores como a esperança de vida ao nascer situam o Estado do Acre, próximo à média brasileira, o que evidencia, que a vida na floresta, pode ter suas vantagens. No entanto, as taxas de mortalidade infantil mostram níveis maiores no Estado do Acre, do que a média do Brasil. Essa informação, por si só, já justificaria espaço para inovações no setor de saúde, fato que é ratificado, pela existência de epidemias características da região e pela biodiversidade que, bem utilizada, poderá reverter-se em favor da melhoria das condições de saúde da população acreana. É importante frisar que a diversidade biológica, associada à diversidade étnica-cultural, existente no Estado do Acre, pode permitir inovações nas políticas e nas práticas de saúde públicas do Estado do Acre, desde que, conhecimentos específicos sejam gerados; Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação • no que diz respeito, à segurança pública, apesar do Estado do Acre, não apresentar altas taxas de mortes violentas, nem conviver, ainda, com as erupções de violência dos grandes centros urbanos, sabe-se que, redes criminosas se espalham pelo País, utilizando recursos bélicos inéditos, associando o tráfico de drogas ao tráfico de armas, e gerando uma situação em que a autoridade pública, aparece cada vez mais fragilizada. Assim, corrupção e violência se alimentam num processo ininterrupto, sendo necessário, portanto, não só pesquisar as causas desse fenômeno, como melhorar as condições de segurança pública da população; • a migração da área rural, para a área urbana, nas últimas décadas, coloca a questão da habitação, em parâmetros distintos, principalmente se considerarmos que o Estado do Acre, ainda importa a maior parte dos insumos da construção civil. Identificam-se, em muitos espaços da capital acreana, moradias construídas com material aproveitado, sem nenhuma tecnologia, assemelhando-se às favelas dos grandes conglomerados urbanos. Por outro lado, na área rural, as habitações vêm sendo construídas com o material disponível na floresta. Em ambas, as situações há muito que ser pesquisado, com campo para inovações; • no tocante aos serviços de água e esgoto, há que se comentar que, na área rural, a baixa densidade demográfica e o acesso mais fácil às fontes de águas naturais minimizam os problemas em relação aos núcleos urbanos. Embora, permaneça a necessidade de um equacionamento correto das No tocante aos serviços de água e esgoto, há que se comentar que, na área rural, a baixa densidade demográfica e o acesso mais fácil às fontes de águas naturais minimizam os problemas em relação aos núcleos urbanos. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 23 Outra área que, devido às características do Estado do Acre, principalmente no sentido do curso dos seus rios, merece uma atenção especial é a logística de transporte, terrestre e fluvial, necessária, inclusive, ao deslocamento da produção. 24 condições sanitárias. Nesses núcleos, os riscos de contaminação da água, pelo uso do recurso de poços profundos, em função do regime pluvial do Estado do Acre, que facilita o processo de infiltração, vinculado a uma rede de esgoto deficiente, são altos. Isso sem contar a parcela da população urbana que, apesar de habitarem nas margens dos rios e riachos, utilizando-os como escoadouros de dejetos, consomem estas mesmas águas. Tais informações, por si só, já evidenciam o amplo campo de trabalho para a área de pesquisa e desenvolvimento – P&D, com vistas à inovação. Some-se a isso, a ameaça de escassez desse recurso natural; • outra área que, devido às características do Estado do Acre, principalmente no sentido do curso dos seus rios, merece uma atenção especial, é a logística de transporte, terrestre e fluvial, necessária, inclusive, ao deslocamento da produção. • apesar dos esforços que vem sendo realizados, sabe-se que, a infra-estrutura energética do Estado do Acre, requer investimentos em pesquisas, principalmente em fontes alternativas de energia, sobretudo quando se pensa em expandir a economia a partir de atividades produtivas que vão requerer maiores insumos energéticos; • infra-estrutura de Tecnologia da Informação e Comunicação –TIC, imprescindível na era do conhecimento, o Estado do Acre, deverá conferir toda uma prioridade a esse segmento que deverá ser usado não só como instrumento de Governo,mas, conferindo-lhe a transparência necessária e auxiliando no processo de inclusão de renda, mas também como fonte de negócios competitivos; • infra-estrutura para conservação ambiental, assim entendida, os meios necessários à utilização dos benefícios, ou serviços ambientais, ou seja, a manutenção dos ecossistemas florestais, a melhoria da qualidade do ar, água, solos e da biodiversidade. Neste particular aspecto, embora muito já venha sendo feito, há que se considerarem inúmeras oportunidades para a inovação, que vão desde a educação ambiental, para a conservação da fauna silvestre, por exemplo, até o gerenciamento de resíduos sólidos, passando pelo reflorestamento, com espécies nativas da região, visando diminuir os impactos do efeito estufa com o seqüestro de carbono da atmosfera; Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação • finalmente, há que se comentar sobre a infra-estrutura de apoio à produção e a comercialização, representada pelo suporte da Agência de Negócios do Estado do Acre, e pela Política de Incentivos às Atividades Industriais no Estado do Acre, consubstanciada no Anexo Único ao Decreto 4198, de 1º de outubro de 2001. Uma análise do referido Anexo e dos instrumentos legais, que constituem parte integrante de referida Política (Comissão da Política de Incentivos às Atividades Industriais – COPIAI); Fundo de Desenvolvimento Sustentável – FDS; Incentivos Fiscais, conforme a Lei 1358 de 29.12.00; e disponibilidade de bens móveis e imóveis, nas abrangências dos Distritos Industriais, conforme a Lei 1359, de 29.12.00), permite visualizar que, apesar do nome restritivo às atividades industriais, a Política contempla todos os setores produtivos importantes para o desenvolvimento do Estado do Acre, enfatizando a atualização tecnológica, a agregação de valor a atividade produtiva, a utilização de normas de qualidade no processo de produção, entre outros aspectos relacionados à CT&I. Contudo, a exemplo do Governo Federal, onde a Política Industrial e a Política de CT&I se integram à Política Industrial, Tecnológica, e de Comércio Exterior – PITCE, objetivando promover a competitividade das empresas e gerar inovação, é possível inovar também na Política de Incentivos às Atividades Industriais do Estado do Acre, e em seus instrumentos legais, conforme veremos no Capítulo apropriado. Passemos agora as oportunidades produtivas, trabalhando, prioritariamente, com a visão de cadeia produtiva e incentivando a organização de Arranjos Produtivos Locais – APL,s: • o Estado do Acre, possui um rebanho variado, destacando-se, em ordem de importância os bovinos, suínos e ovinos. Assim, há que incentivar a produção de carnes e laticínios. Até porque, a promoção do poder aquisitivo da população, através de programas de geração de emprego e renda, acrescidos da verticalização da atividade que, também, gera emprego e renda, é um estímulo para o aumento da produção e do consumo. Particular ênfase, pode ser conferida à pecuária orgânica; Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 25 A maior concentração de áreas cultivadas no estado situa-se nos municípios de Sena Madureira e Acrelândia, que são responsáveis por 75% da área plantada no Acre. 26 • a pesca na Amazônia, é uma atividade extrativista, condicionada, portanto, ao nível das águas dos rios, com escassez durante a época da cheia. Há que se estimular, portanto, a criação de peixes em cativeiro, dada a potencialidade de comercialização no mercado local, nacional e internacional. A piscicultura no Estado do Acre, tem que deixar de ser alternativa de subsistência, para ser encarada como negócio. Para tanto, a transformação da Estação de Alevinagem de Rio Branco, em um Centro de Pesquisas em Piscicultura, é fator de enorme importância, assim como, dar dinâmica à fábrica de filetagem de Senador Guiomard. Há que lembrar, a possibilidade de aproveitamento da carne de animais silvestres, e outros produtos derivados visando sua inserção no mercado internacional. • cadeia produtiva do café que, no Estado do Acre, reveste-se de importância pela sua potencialidade na geração de receita por reduzir as importações do produto de outros Estados, bem como contribuir para a melhoria da renda dos pequenos produtores que, mesmo explorada como cultura de subsistência, proporciona geração de empregos, constituindo-se como importante fator de fixação do homem à terra. Com base nos plantios existentes, considera-se o Estado do Acre apto a desenvolver o seu cultivo com amplas possibilidades de êxito. A produção estadual de café provém, predominantemente, de pequenas propriedades e de pequenas lavouras e a mão-de-obra utilizada em todas as fases da lavoura é predominantemente familiar. A maior concentração de áreas cultivadas no Estado do Acre situa-se nos municípios de Sena Madureira e Acrelândia, que são responsáveis por 75% da área plantada no Estado do Acre. Este fato é atribu- Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação ído à proximidade de agroindústrias de torrefação e moagem de café e também devido à localização privilegiada em relação ao município de Rio Branco, maior mercado consumidor do produto. Embora o café tenha se tornado uma das culturas permanentes de maior destaque, sendo cultivado em quase todos os municípios do Estado do Acre, ainda há uma demanda insatisfeita; • processamento de frutos tropicais, particularmente o açaí e o cupuaçu. O cupuaçu, apesar de não existir um volume de oferta e organização da produção suficiente para atender a demanda, trata-se, de um fruto que está conseguindo ampla penetração no mercado nacional. O Estado do Acre, vem inclusive, produzindo bombons de cupuaçu. Vale ressaltar que, já existem contatos com instituições de pesquisas do país, feitos por ingleses, norteamericanos, japoneses, franceses e suecos, com grandes pedidos do produto, ainda não concretizados devido ao problema de oferta; • cadeia produtiva da mandioca, já que, este é o produto agrícola de maior produção no Estado do Acre, possuindo, cada município produtor, pelo menos uma “casa de farinha”. Mas, é o município de Cruzeiro do Sul, que possui fábricas de farinha com produção comercializada na região. Por essa razão, o APL de Farinha, de Cruzeiro do Sul, foi apoiado pelo MCT, envolvendo inúmeras instituições locais no processo de aprimoramento da produção. Ressalte-se, no entanto, que a mandioca vem sendo subutilizada em seu potencial produtivo. A industrialização, aparece como uma das formas de maior possibilidade de aproveitamento do produto, que pode ser direcionada para o consumo humano, na forma de farinhas, crua ou torrada, e polvilhos doce e azedo, e para consumo animal, na forma de raspas e resíduos da própria indústria, ou, simplesmente, transformada em fécula ou amido A mandioca é o produto agrícola de maior produção no Estado, possuindo, cada município produtor, pelo menos uma “casa de farinha”. Mas é o município de Cruzeiro do Sul que possui fábricas de farinha com produção comercializada na região. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 27 para fins industriais. A diversidade da aplicação do amido da mandioca como matéria prima na indústria, oferece-lhe uma ampla oportunidade tanto no mercado interno, quanto no externo; • O Brasil é o maior produtor, exportador e consumidor de palmito do mundo. A região amazônica, dá suporte a mais de 95% da produção nacional de palmito, oriundo da extração nativa. No Estado do Acre, o cultivo de pupunha (Bactris gasipaes (H.B.K.) Bailey) para produção de palmito, vem, a cada dia, expandindo-se mais. A indústria de conserva de palmito apresenta uma estrutura tecnológica relativamente simples, que não demanda elevados investimentos e depende da eficiência das operações manuais de corte e acondicionamento do produto. Para a agroindústria do palmito, a pupunheira desponta, como uma excelente alternativa. Apresenta a vantagem de não oxidar após o corte, sendo bem aceito no mercado nacional e internacional. Nativa da Região Amazônica, com boa adaptação às condições edafoclimáticas locais, tem mercado promissor e vem tornando-se uma excelente alternativa econômica para pequenos, médios e grandes produtores rurais. Portanto, investimentos em torno da cultura nativa serem realizados, de modo a que o Estado do Acre, possa vir a atender a demanda do mercado externo, principalmente de países europeus. • aproveitamento da castanheira, árvore responsável pela castanha-do-Brasil, onde o Estado do Acre, se coloca como grande centro produtor nacional da amêndoa, produto de maior valor. Da amêndoa, se extrai um óleo de bom coeficiente de digestibilidade, e que, pode ser empregado como lubrificante na moderna aviação. Do resíduo da extração, por processo mecânico, ou por solvente, obtém-se a torta e o farelo, de amplo uso na alimentação humana, como mistura em farinha, usada na fabricação de biscoitos, ou na alimentação animal. O “leite de castanha”, similar ao de coco (Cocos nucifera L.) e rico em proteínas, é outro subproduto de grande valor na culinária regional, com potencial de mercado. Muitas aplicações têm sido encontradas para a castanheira. Os ouriços, podem ser usados como combustível ou na fabricação de diversos objetos. A casca, fornece estopa de qualidade superior, empregada em calafetagem de embarcações. No en- 28 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação tanto, a castanheira é uma árvore protegida por lei, sendo proibido seu abate. O plantio comercial é uma grande oportunidade de negócio, entre outras; • o látex extraído da seringueira (Hevea spp.) para produção de borracha bruta, usado na fabricação de pneumáticos, foi responsável pela impulsão econômica do Estado do Acre no século XIX e nas primeiras décadas do séc. XX. Entretanto, houve uma desaceleração nesse processo na década de 70 causando a desativação de muitos seringais, no entanto, o Estado do Acre ainda produz cerca de 4mil ton/ano de borracha bruta. Desta forma, para retomar o incentivo a esse grande potencial e desviando o caminho da produção tradicional de borracha bruta, o governo propõe uma linha de diversificação no uso do látex, e concentram as ações rumo a alternativas potenciais, como a produção de preservativos masculinos. A instalação de uma fábrica de preservativos masculinos no Município de Xapuri é a concretização dessa alternativa. A fábrica possui uma unidade centrifugadora de látex, esse látex centrifugado, abre portas para os mais diversos ramos de produção industrial, como luvas domésticas, médicas e cirúrgicas, bicos de mamadeira, balões de aniversário e publicidade, adesivos, borrachas, esponjas, entre tantos outros. • extração de safrol da pimenta longa (Piper hispidinervum), planta invasora que ocorre nas áreas de capoeira do Estado do Acre, produz óleo essencial com rendimento médio de 3,5% e teores de safrol entre 88% e 95%. O safrol tem alto valor econômico sendo que subprodutos deste óleo são utilizados na indústria de cosméticos e na produção de inseticidas biodegradáveis. Atualmente, o Brasil importa referido óleo da China e do Vietnã, sendo que a produção da China está ameaçada pela extinção das árvores. Trabalhos desenvolvidos a partir de 1995, por pesquisadores da Embrapa do Estado do Acre, resultaram em um sistema de produção agroindus- O Estado produz cerca de 4mil ton/ano de borracha bruta. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 29 Existe grande interesse na produção de pimenta longa por parte de indústrias processadoras de safrol no Brasil e na Itália. 30 trial dentro do enfoque de P&D, condizente com a agricultura familiar preponderante nesta região. Os conhecimentos, as práticas e processos desenvolvidos vêm agregando valor a este recurso natural amazônico, com inserção no mercado, e tornandoo uma fonte alternativa de renda e emprego para os produtores organizados em pequenas associações do meio rural, principalmente, nos Estados do Acre e Rondônia. Existe grande interesse na produção de pimenta longa por parte de indústrias processadoras de safrol no Brasil e na Itália; • cadeia de produtos naturais, pode ser alimentada ampliada e complementada, através de pesquisas e aproveitamento tecnológico nas diversas áreas; como de fitoterápicos em torno das seguintes espécies vegetais – andiroba (Carapa guianensis), para utilização na fabricação de cosméticos, “unha-degato” (Uncaria spp), copaíba (Copaifera ssp), melão de são-caetano (Momordica charantia L.), quina (Geissospermum sericeum [Sagot] Benth. et Hook. e G. Laeve Baill.), crajiru (Arrabideae chica (Humb. &Bonpl.) Verlot), entre outras. Ainda na área de fitocosméticos, a extração de óleos de espécies oleaginosas como andiroba (Carapa guinensis), buriti (Mauritia flexuosa L.), açaí (Euterpe oleraceae Mart. e Euterpe precatória Mart.), murmuru (Astrocaryum murmuru Mart.), patauá (Jessenia bataua [Mart.] Burret) e copaíba (Copaifera ssp) na busca de inovação tecnológica, para apoiar o desenvolvimento das agroindústrias ligadas ao extrativismo. O Estado do Acre, vem priorizando o estudo de cinco espécies oleaginosas em toda sua cadeia produtiva, que são: Andiroba (Carapa guianensis), buriti (Mauritia flexuosa L.), açaí (Euterpe oleraceae Mart. e Euterpe precatória Mart.), murmuru (Astrocaryum murmuru Mart.) e copaíba (Copaifera ssp). Algumas dessas espécies, já vêm sendo utilizadas na fabricação de sabonetes e outros produtos. Há que destacar, também, o beneficiamento de óleo que pode ser obtido a partir do dendê e da mamona, espécies exóticas. Por outro lado, no tocante a área de fármacos, há que considerar, ainda, a possibilidade de produtos naturais obtidos de zoofármacos. • cadeia produtiva de madeira e móveis, conseqüência do potencial madeireiro do Estado do Acre. Referida cadeia produtiva no Estado do Acre, vem, Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação também, sendo apoiada pelo MCT, através do seu Programa de APL,s. Contudo, ainda há muito a ser feito, embora, já esteja definida a formulação de um modelo mais equilibrado, para o desenvolvimento de um setor florestal/madeireiro. Uma iniciativa, que merece ser pensada é a introdução, no mercado, de novas espécies. Há que se investir, ainda, em tecnologias aplicadas no processo de secagem da madeira, no acabamento, no design, no processo produtivo e, principalmente, na qualificação de mão de obra. Há que se estimular cada vez mais, a produção de produtos de maior valor agregado, como já vem sendo feito em empreendimentos pioneiros, realizados por iniciativa do governo. Com relação à indústria moveleira, a produção de móveis de alto padrão de qualidade, ainda está em fase inicial, e a produção sob encomenda é outra característica desta indústria. Há que se destacar, também, com relação à cadeia produtiva da madeira, o potencial que poderá representar para o Estado do Acre, o trabalho de pesquisa que vem realizando a FUNTAC, de construção de casas, utilizando-se madeira pré-cortada em regime de encaixe. A proposta, ainda que concebida para habitação popular, poderá ser aprimorada, patenteada e transformar-se em negócio, inclusive no comércio internacional. De igual forma, convém chamar a atenção para o potencial do aproveitamento de resíduos da madeira para a fabricação de peças, inclusive jogos educativos artesanais; • cadeia da construção civil, a partir do estímulo às indústrias de produtos minerais não metálicos, principalmente o beneficiamento da areia lavada e de argilas, e a fabricação de material oleiro cerâmico, principalmente tijolos, telhas e pisos, com potencial para a produção de cerâmicas e ladrilhos, hoje importados de outros Estados. Destaque-se, que tanto o governo como o setor privado alavancam a atividade da construção civil do Estado do Acre, e que o Estão do Acre, Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 31 possui abundância de referidos recursos naturais. Ressalte-se, também, que a fabricação de material oleiro cerâmico vem, há algum tempo, sendo prioridade do Governo do Estado do Acre, que tem contado com o apoio do MCT, no sentido de organizar os produtores em torno de um APL, trabalho coordenado pela FUNTAC. Outro fato que merece registro, desenvolvido pela FUNTAC, em parceria com um empresário local, é o de substituição da brita pela “pedra de barro”, demonstrando que há bastante campo para inovar. Além de tecnologia de materiais, está em curso, também na FUNTAC, o desenvolvimento de tecnologias de processos de produção e novos produtos. Dentre os produtos com potencial para exploração e uso, sobretudo em construções, destacam-se: os cerâmicos; as madeiras; materiais para uso em solos estabilizados e os rejeitos, além dos não madeireiros, entre eles, na área de materiais cerâmicos, telhas, tijolos para pavimentação e blocos especiais. Na área da madeira, estão sendo trabalhadas novas espécies e formas de usos. Com relação aos rejeitos, do pó-de-serra, por exemplo, estão sendo estudados para fins energéticos; • cadeia do turismo – embora o turismo no Estado do Acre, ainda seja incipiente, tanto, na infra-estrutura, quanto na organização, existe enorme potencialidade, principalmente para o turismo ecológico. O Ecoturismo, como é também conhecido, deverá aproveitar os atrativos que o Estado do Acre, apresenta, representado por rios piscosos e belezas naturais, distintas às demais regiões do país, além dos atrativos da “indústria cultural”, e da singularidade que apresenta o artesanato, sobre o qual vem sendo conferida prioridades por parte das Instituições que fazem o Sistema Local de Inovação; • as oportunidades em torno da “indústria cultural”, representadas pela grande diversidade étnica-cultural, que o Estado do Acre, abriga, aproximadamente 20 (vinte) etnias, associado aos numerosos grupos que habitam as regiões circunvizinhas, nos Estados do Amazonas e Rondônia, e nos Países limítrofes, Peru e Bolívia, podem ser fruto de um trabalho de pesquisa aplicada direcionada para a área, fortalecendo, inclusive a cadeia do turismo; • por último, cabe ressaltar que no Estado do Acre, a possibilidade da diversificação do artesanato, a par- 32 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação tir da utilização de insumos local que potencializam outras cadeias produtivas, é um fato, e o desenvolvimento tecnológico, vem e pode vir a agregar cada vez mais valor, seja nos artefatos de madeira e marchetaria, seja na utilização de sementes nativas, que se transformam em adornos exóticos, seja em produtos a partir do couro vegetal, seja em iguarias como biscoitos e bombons utilizando frutos tropicais; Finalmente, convém registrar o cenário local e as oportunidades para inovação, decorrentes da infra-estrutura de CT&I disponível no Estado do Acre. Iniciemos por explicitar a organização administrativa do poder executivo, vigente no Estado do Acre, dividida em cinco áreas, conforme a Lei Complementar 115 de 31.12.2002: • Área de Gestão e Desenvolvimento Econômico Sustentável; • Área de Finanças e Gestão Pública; • Área de Desenvolvimento Humano e Inclusão Social; • Área de Infra-Estrutura e Integração; e • Área de Gestão e Segurança Institucional. A área de Gestão e Desenvolvimento Econômico Sustentável, tem como órgãos da Administração Direta: a Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável – SEPLANDS; a Secretaria de Estado de Floresta - SEF; a Secretaria de Estado de Extrativismo e Produção Familiar – SEPROF; a Secretaria de Estado de Agropecuária – SEAP; a Secretaria de Estado de Turismo - SETUR; a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA; e a Secretaria de Estado de Assistência Técnica e Extensão Rural – SEATER. Vinculadas à SEPLANDS, como órgãos da Administração Indireta, integrando o Sistema Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável, figuram a Agência de Negócios do Estado do Acre – ANAC; o Instituto de Terras do Estado do Acre – ITERACRE; o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal – IDAF e a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC. A FUNTAC, tem como missão a produção de soluções tecnológicas, priorizando o uso sustentável dos recursos naturais locais para a melhoria da qualidade de vida da população, a partir de sua reestruturação, em dezembro de 2003, ficou com a competência de elaborar, coordenar, supervisionar e executar a Política e o Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 33 Plano Estadual de C&T, no âmbito do Sistema SEPLANDS, uma vez aprovado, o referido Plano, pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT. Ressalte-se que o CEMACT foi criado em 21.01.1992, através da Lei 1.022 e, posteriormente, em 29.12.2003, através da Lei Complementar 124, a estrutura organizacional da FUNTAC, foi reformulada, para dar suporte ao Fundo de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – FDCT, aprovado e criado através da Lei complementar 128, da mesma data, e às novas diretrizes para a condução das ações de CT&I. É importante destacar as competências atribuídas à FUNTAC, por referida Lei: I – elaborar, coordenar, supervisionar e executar a Política e o Plano Estadual de Ciência e Tecnologia de acordo com a legislação vigente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT, e das diretrizes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia; II – promover a articulação e integração entre o setor público e a comunidade científica e tecnológica, nacional e internacional; III – promover e apoiar a capacitação técnica nas áreas do conhecimento científico e tecnológico; e IV – executar e gerenciar política estabelecida para o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FDCT. Por sua vez, constituem objetivos da FUNTAC: I – contribuir para o desenvolvimento na área florestal e de infra-estrutura, promovendo o desenvolvimento sócio-econômico; II – proporcionar apoio às diversas atividades dos setores econômicos do Estado do Acre, através de um modelo tecnológico apropriado à realidade regional; III – operacionalizar em conjunto com outras instituições o Plano Estadual de Ciência e Tecnologia; IV – ampliar parcerias nacionais e internacionais em sua área de atuação; V – estabelecer política de estudo e pesquisa, com desenvolvimento e geração de tecnologia, baseandose na utilização sustentável dos recursos naturais das florestas do Estado do Acre; VI - realizar atividades de avaliação de estratégias e de impactos econômicos e sociais das políticas, progra- 34 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação mas e projetos científicos, tecnológicos e de inovação; VII - difundir informações, experiências e projetos à sociedade; VIII – prestar serviços relacionados com a sua área de atuação, tanto aos órgãos e entidades públicas de qualquer esfera, quanto à iniciativa privada; IX – desenvolver estudos e pesquisas nas florestas bem como em áreas de conservação de recursos naturais ou, ainda, em outras unidades correlatas, criadas por lei; X – buscar a certificação de processos e produtos tecnológicos; XI - comercializar produtos e serviços oriundos das atividades desenvolvidas; XII – criar, adaptar e transferir tecnologia de interesse regional para o desenvolvimento econômico do Estado do Acre; e XIII – formar e aperfeiçoar recursos humanos necessários aos planos, programas, projetos e atividades de natureza científica e tecnológica. Os dois atos legais do final de dezembro de 2003, foi, sem sombra de dúvidas, um reforço ao Sistema Estadual de CT&I, do Estado do Acre, principalmente porque no CEMACT, órgão maior de decisão da Política Estadual de CT&I, estão representantes de 19 (dezenove) instituições. Paralelamente, no Conselho Superior do FDCT-CSF, se fazem representar, além da FUNTAC, a SEPLANDS, a SEMA, a UFAC, a EMBRAPA, a Federação das Indústrias do Estado do Acre – FIEAC, a Federação da Agricultura do Estado do Acre - FAEAC, e a classe política, através da Assembléia Legislativa. O CSF, reúne, portanto, representantes dos subsistemas que integram o Sistema Local de Inovação. Com relação ao FDCT, deve-se mencionar que o mesmo é vinculado à FUNTAC, se constitui de dotações fixadas no Orçamento do Estado do Acre, de até meio por cento da receita líquida mensal, proveniente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, arrecadado pelo Estado do Acre; receitas decorrentes da aplicação de seus recursos; doações a qualquer título; repasses e subvenções da União, do Estado, de Município, de outros órgãos ou de agências de desenvolvimento nacionais ou internacionais; recursos a fundo perdido, empréstimos, financiamentos e convênios, de origem interna e externa. Assim, pouco a pouco, o Sistema Local de CT&I do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 35 Estado do Acre, vem se consolidando, através de outras instituições, inclusive da iniciativa privada e do terceiro setor, que, de uma forma, ou de outra, contribuem para o desenvolvimento tecnológico. São exemplos de instituições, que fazem a infra-estrutura de CT&I do Estado, além das anteriormente mencionadas, o Instituto de Ensino Superior do Estado do Acre - IESACRE; o Grupo de Pesquisa em Extensão e Sistemas Agroflorestais do Estado do Acre - PESACRE; o Centro dos Trabalhadores da Amazônia - CTA; a SOS Amazônia; a WWF Brasil; a Ecoamazon, a Uninorte, e a Eletronorte. O Estado do Acre, necessita de um número maior de pessoal titulado, estimando-se que o número de doutores esteja em torno de 124 (cento e vinte e quatro), enquanto o número de mestres ultrapassa os 200 (duzentos). O potencial da pesquisa pode ser evidenciado, principalmente, pelo trabalho da EMBRAPA, que conta atualmente com 55 (cinqüenta e cinco) projetos de pesquisa. A UFAC, em mais de três décadas, de sua existência, consolidou-se como a única instituição de ensino superior pública e gratuita no Estado do Acre, com forte participação na história da sociedade acreana. Desta forma, a UFAC, tem como missão produzir, sistematizar e difundir conhecimentos, articular saberes e formar pessoas, mediante ações de forma integrada com o ensino, pesquisa e extensão, visando contribuir com a melhoria de vida da comunidade, na formação de uma consciência crítica e de cidadania, proporcionando assim uma sociedade igualitária e democrática. A Pós-Graduação, também merece destaque, no que se refere à capacitação acadêmico-científica, nas diversas áreas de conhecimento, visando à integração da universidade com a sociedade, bem como, a elevação do nível dos Programas de Pós-Graduação, tentando alcançar a excelência na formação de especialistas, mestres e num futuro próximo, doutores. Situação semelhante encontra-se a pesquisa, a qual não pode estar desarticulada dos problemas gerais que afetam o viver das pessoas na comunidade, onde hoje se faz necessário, atuar nas múltiplas discussões econômico, social, política, ambiental, ética, moral, institucional entre outras, como forma de delinear uma política de pesquisa, que estimule a criação de mecanismos visando o fomento aos pesquisadores compromissados com tais problemáticas. Por outro lado, a extensão, enquanto prática acadê- 36 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação mica deve interligar as ações da universidade integradas, com o ensino e a pesquisa, em consonância com as demandas acadêmicas internas e externas, a própria instituição, possibilitando a formação do profissional cidadão e com isso se credenciar cada vez mais, junto à sociedade como local privilegiado de produção e reprodução do conhecimento, visando a superação das desigualdades sociais. Cabe relatar, que estas atividades, acima mencionadas, também guardam estreita relação com a política de expansão da UFAC, no campus de Cruzeiro do Sul, como também, nos diferentes cursos de graduação, oferecidos no interior do Estado do Acre, como o convênio com o Governo do Estado do Acre, visando não só a formação de profissionais, como também registrar e contribuir com o desenvolvimento regional, e mostrando a presença da UFAC, no interior do Estado do Acre. Esta estrutura física, composta por diferentes unidades, se constitui no arcabouço para que a UFAC, também se constitua em referência, e se desenvolva nas cinco áreas prioritárias, a saber: Meio Ambiente, Saúde, Cultura e Sociedade, Educação, Tecnologia e Desenvolvimento Regional, de forma integrada com os diferentes segmentos que desenvolvem a ciência, tecnologia e informação no Estado do Acre. De igual forma, a FUNTAC, também representa outra força ao sistema local, merecendo destaque alguns trabalhos que vêm sendo realizados pela Instituição: fortalecimento da sustentabilidade do manejo florestal, através do Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável – PROMANEJO, com resultados exitosos representado pela consolidação do manejo na Floresta Estadual do Antimary, com premiação da Fundação Getúlio Vargas, prêmio de Gestão e Cidadania; consolidação do projeto CASTANHAC, financiado pela FINEP, e executado em parceria com a EMBRAPA, que vem trabalhando diversos aspectos ligados ao aproveitamento produtivo da castanha do Brasil; apoio tecnológico para a implantação da Fábrica de Preservativos Masculinos em Xapuri; lançamento de dois produtos naturais medicinais; participação no Programa Estadual de Biodiesel, apoiado pela EMBRAPA/ FINEP/ELETRONORTE/UFAC; controle tecnológico de obras públicas e privadas; projeto de habitação popular em madeira; além de outros projetos conveniados em andamento, totalizando 29 (vinte e nove). Para a realização de referidos trabalhos, a FUNTAC, Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 37 conta com os seguintes laboratórios: Laboratório de Certificação e Melhoria da Qualidade das Sementes e Mudas de Espécie Nativas; Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento de Produtos Naturais; Laboratórios para Controle Tecnológico nas áreas de pavimentação asfáltica, concreto, solos, madeira e cerâmica; Laboratório de Geoprocessamento, que deverá transformarse no Centro de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre; Centro de Referência de Energias Renováveis, visando implementar e desenvolver estudos de alternativas energéticas nas unidades (plantas industriais para pesquisa), já instaladas, para produção de biocombustíveis a partir de duas rotas que são as tecnologias do craqueamento, e da transterificação, além de projeto para produção de energia a partir de uma unidade residencial, denominada de fogão ecológico. No entanto, o Sistema Local, ainda enfrenta dificuldades que devem ser destacadas no Plano, objetivando superá-las e, desse modo, fortalecer as oportunidades para a inovação. As principais dificuldades residem na: • necessidade de melhoria na infra-estrutura física dos laboratórios de pesquisa, seja por questões de atualização, seja pelo aumento na demanda; • necessidade de qualificação dos pesquisadores pois, a falta de titulação vem dificultando a participação em editais nacionais e, consequentemente, limitando as possibilidades de captação de recursos financeiros; • necessidade de ampliar a competência local em áreas fundamentais ao Estado do Acre, dotando-as da infra-estrutura necessária. Finalizando, é importante assinalar a necessidade de se organizar uma Rede das Instituições integrantes do Sistema Local de Inovação, assim como, realizar um minucioso levantamento da competência instalada no Estado do Acre, em termos de recursos humanos e laboratoriais, por área do conhecimento. O referido levantamento servirá de subsídio ao planejamento das ações com vistas ao melhor aproveitamento das oportunidades de inovar que o Estado do Acre apresenta. De certa forma, como já foi dito na “Apresentação” do documento, a dinâmica que se pretende imprimir ao Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, é uma oportunidade para a estruturação da referida Rede. 38 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Diretriz 1: Utilizar a Ciência, Tecnologia e Inovação como fator de desenvolvimento sustentável - significa pensar Programas que utilizem e respeitem o rico ecossistema existente no Estado do Acre, potencializando os recursos naturais e a sabedoria dos povos tradicionais, melhorando a qualidade de vida da população, ampliando mercados e, consequentemente, melhor posicionando o Estado do Acre na economia nacional e internacional. Significa conceber Programas em áreas estratégicas para o Estado do Acre. Diretriz 2: Promover a Inclusão Social a partir do desenvolvimento tecnológico – significa, estar atento às oportunidades ,que a CT&I, podem proporcionar à sociedade, e estruturar um amplo Programa de Difusão Tecnológica. É nesse contexto, que as Tecnologias Sociais se colocam como áreas Estratégicas no Plano de CT&I do Governo Federal, e serão priorizados nos Programas a serem definidos para o Estado do Acre. Particular atenção, deverá ser conferida, às demandas das famílias de baixa renda, egressas de áreas originalmente florestais, expulsas pela expansão do desmatamento e outros segmentos populacionais, inclusive os responsáveis pelas altas taxas de favelização no Estado do Acre. Com esse fim, o Plano deverá, contemplar a massificação do acesso a Programas de capacitação Diretrizes Para o Plano D e tudo o que foi exposto até o momento, facilmente pode-se identificar quais devam ser as Diretrizes que deverão nortear o Plano Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação: Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 39 tecnológica, na lógica do agenciamento e da difusão da inovação. Diretriz 3: Promover Capacitação Científica e Tecnológica, como fator de Competitividade - Entender a competitividade, como função do conhecimento científico e tecnológico significa priorizar a consolidação da cadeia do conhecimento, assim entendida, a educação em todos os níveis e em todos os segmentos, com particular ênfase para a formação dos trabalhadores e empresários. Significam estimular a formação de novas competências, capazes de alterar o quadro histórico e oportunizar novos setores da economia. Significa, provocar uma revolução no ensino, despertando a habilidade para aprender. Significa, apoiar tecnologias portadoras de futuro, identificando as possibilidades e limitações de acompanhamento do progresso técnico nacional e internacional. Significa colocar a informação e o conhecimento em todos os elos das cadeias produtivas. Significa, por fim, apoiar ações com vistas a assistir as lideranças locais no processo de reestruturação competitiva. Diretriz 4: Trabalhar com visão sistêmica – significa, que os gestores do Plano, deverão estar atentos às demais Políticas Públicas, trabalhando para e de acordo 40 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação A figura abaixo ilustra as Diretrizes do Plano e suas inter-relações: com a demanda advinda dos diversos setores. Deverão, também, articular Políticas Públicas nas três esferas de Governo. Deverão desenvolver Programas capazes de despertar na sociedade em geral e, particularmente, na classe política, a importância de investimentos em CT&I. Deverão valorizar o conhecimento tácito, permitindo a participação da comunidade no processo. Deverão estimular mudanças e/ou atualização tecnológicas no conjunto dos setores do sistema produtivo, inclusive nas atividades convencionais. Deverão promover mecanismos que estimulem a modernização das pequenas e médias empresas – PME’s. Deverão, finalmente, reestruturar e fortalecer institucionalmente o Sistema Estadual de CT&I. Diretriz 5: Buscar sinergia é ampliar a conectividade entre distintas instituições, relacionadas com o “cluster” do conhecimento, e estruturar redes de grupos interdisciplinares de pesquisa com forte conexão interna e externa, principalmente no âmbito da região amazônica. É apoiar iniciativas de transferência do conhecimento das universidades e institutos de pesquisa para a sociedade. É trabalhar priorizando as aglomerações produtivas. É permitir a participação da sociedade organizada. É estimular o associativismo e o cooperativismo. É identificar formas de acelerar o processo de criação de competências locais, através da utilização de estratégias de atração e fixação de capital humano. É identificar fontes alternativas de recursos para financiar projetos de pesquisa cooperativa. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 41 Opções Estratégicas do Plano 42 Como conseqüências das Diretrizes que norteiam o Plano, têm-se as seguintes opções estratégicas: • Transformação Social; • Transformação Produtiva; • Competitividade Sistêmica; • Inserção da Economia Acreana nos Sistemas Econômicos Nacionais e Internacionais; e • Consolidação do Sistema Local de Inovação. A Transformação Social, deverá ser resultado do desenvolvimento sustentável e da deliberada decisão de inclusão social, inclusive com melhorias no sistema de distribuição da riqueza acreana. A Transformação Produtiva, reflexa das inovações em produtos, processos, inclusive gerenciais, ganhará ênfase como resultado da Diretriz de se ter CT&I como fator de competitividade. Em outras palavras, como resultado de se colocar o conhecimento, como o grande atrativo para a modernização, expansão e atração de empresas no Estado do Acre. A Competitividade Sistêmica, resultará do fato de se trabalhar com visão sistêmica e buscando sinergias. É dela, que resultará a Inserção da Economia Acreana, nos Sistemas Econômicos Nacionais e Internacionais. No entanto, para assegurar as opções anteriores é fundamental que, a exemplo da sua construção, a implementação do Plano ocorra dentro da visão sistêmica e tendo a sinergia como elemento dinamizador. Desse modo, será possível Consolidar o Sistema Local de Inovação. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação As Opções Estratégicas antes referidas, deverão ser referendadas através da consecução dos seguintes objetivos estratégicos: • aumentar a competitividade das cadeias produtivas importantes para o Estado do Acre, através da promoção do desenvolvimento tecnológico; • apoiar processos de transferência de tecnologia e suporte à inovação empresarial; • propiciar o oferecimento de serviços tecnológicos, capazes de fortalecer o desenvolvimento do setor produtivo; • implementar novos instrumentos de apoio à inovação no Estado do Acre; • melhorar as condições de competitividade nos segmentos exportadores; • contribuir para a realização de atividades capazes de facilitar a inclusão social; • estimular o associativismo e o cooperativismo; • investir em tecnologias, que facilitem o acesso ao conhecimento, permitam a geração de emprego e contribuam para o combate a fome e a outras condições de marginalidade; • incentivar ações capazes de aumentar a produtividade da agricultura familiar; • promover ações de popularização e socialização da ciência, estimulando o espírito inovador; • melhorar a qualificação profissional da população; • propiciar a criação de novas competências no Estado do Acre; • expandir a base de recursos humanos das instituições de ensino e pesquisa, e das empresas acreanas; • fortalecer a base do capital humano, a partir de esforço de atração de profissionais titulados; • apoiar iniciativas de estudantes de mestrado e doutorado, que venham a trabalhar linhas de pesquisas sobre temáticas de interesse para o Estado do Acre; • implantar um modelo de gestão compartilhada e transparente, inclusive quanto ao uso dos recursos; • promover parcerias nas três esferas de governo; • promover a articulação entre as diversas políticas públicas estaduais, principalmente entre a política industrial e a política de CT&I; • propor mecanismos legais e institucionais capazes Objetivos 6.1. Objetivos Estratégicos Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 43 de fortalecer a competitividade das empresas locais; • promover parcerias entre o setor privado e a academia; • estimular a participação nos Programas de instituições do terceiro setor, de inventores independentes e da sociedade em geral; • estruturar redes de pesquisas interdisciplinares e interinstitucionais; • estimular a consolidação de arranjos produtivos locais; e • promover ações capazes de fortalecer o Sistema Local de CT&I. 6.2. Objetivos Específicos • potencializar os recursos naturais a partir da agregação de valor, oriundo do conhecimento; • aportar recursos destinados a ações de formação, pesquisa e extensão; • investir em pesquisas aplicadas; • apoiar tecnologias estratégicas para o Estado do Acre; • promover pesquisas relacionadas ao conhecimento tradicional; • induzir a investigação nas áreas de segurança, educação, saúde e segurança alimentar; • investir em ações relacionadas à tecnologia industrial básica, entre elas, design, propriedade intelectual, normalização e certificação de processos; • estimular a modernização tecnológica de PME’s, e de setores tradicionais; • gerar e difundir tecnologias de produtos e processos capazes de melhorar a qualidade de vida das populações; • propiciar a organização de banco de dados sobre a capacitação humana e laboratorial existente no Estado do Acre; • estimular a organização de grupos de pesquisas interdisciplinares e interinstitucionais; • promover programas de capacitação tecnológica; • promover programas capazes de elevar o perfil educacional da população; • incentivar a pós graduação de graduados, mestres e doutores; • apoiar iniciativas de cursos de especialização; • apoiar a criação de infra-estrutura laboratorial e fortalecer as já existentes; 44 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Programas O bjetivando atender as Diretrizes do Plano, atentos às oportunidades de inovação identificadas ao se analisar o cenário local, e de acordo com os Objetivos Estratégicos, serão apresentados Programas, para os quais deverão ser, posteriormente, concebidos ou identificados projetos, que possam vir a se beneficiar de recursos públicos e privados, locais, federais ou internacionais. Os referidos Programas deverão, sobretudo, fundamentar a atuação da FUNTAC, instituição à qual se vincula o FDCT, e responsável pela operacionalização do Plano, no sentido de buscar parceiros e fontes alternativas de recursos, para viabilizar as ações que forem acordadas a partir da fundamentação do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Para facilitar a operacionalização, os Programas serão apresentados sob a forma de Programas Horizontais ou Programas Verticais, de acordo com as oportunidades identificadas no cenário local, sejam elas, oportunidades no campo social e de infra-estrutura, sejam elas, oportunidades produtivas, respectivamente. Os Programas deverão vir a ser desdobrados em projetos de formação, pesquisa aplicada, ou difusão, em consonância com os objetivos estratégicos do Plano. 7.1 PROGRAMAS HORIZONTAIS Aqui, serão enunciados os Programas que darão suporte à infra-estrutura social, física e financeira, necessários à promoção do desenvolvimento sustentável, onde se pretende ter a CT&I, como alavanca. Os diversos Programas deverão contemplar projetos de Tecnologias Sociais. 7.1.1.Infra-estrutura educacional: • Programa de Erradicação do Analfabetismo; • Programa de Excelência na Educação (ensino fundamental e médio); • Programa de Capacitação Profissional (voltado, prioritariamente, para os setores produtivos); • Programa de Formação Empresarial – enfocando CT&I, como fator de Competitividade; • Programa de Educação Associativa; • Programa de Educação Ambiental (inclusive de preservação e conservação da fauna silvestre, prevenção e combate de queimadas, preservação e controle da água); Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 45 • Programa de Estímulo à Atividade Criativa; • Programa de Criação de novas Competências – através da implementação de cursos de extensão, especialização, graduação, mestrado e doutorado em novas áreas do conhecimento ainda não existentes no Estado do Acre, destacando-se: logística de transporte; engenharia elétrica; geoprocessamento; ecoturismo; • Programa de Fortalecimentos de Áreas Estratégicas (extensão, especialização, profissionalizantes, seqüenciais, graduação, mestrado e doutorado) – nas áreas de saúde; hidrologia; modelagem; química ambiental; engenharia sanitária; limnologia; ecologia aquática; engenharia de pesca e biologia; biologia da conservação, etnociências; TIC (rede, banco de dados, linguagem de programação para web, telemática, metodologias de desenvolvimento); monitoramento ambiental (meteorologia geral e aplicada, poluição ambiental, física e química da atmosfera, radiometria solar). 7.1.2. Infra-estrutura de saúde: • Programa de Combate às Epidemias; • Programa de Antropologia da Saúde; • Programa de Etnomedicina e Etnofarmacologia; • Programa de Utilização de Espécies Medicinais – de origem animal e vegetal; • Programa de Gestão em Saúde • Programa de Saúde Ambulatorial (atenção primária); • Programa de Medicina Preventiva Familiar; e • Programa Nutricional Básico – ações com vistas a assegurar uma correta dieta nutricional, utilizandose de produtos regionais. 7.1.3. Infra-estrutura de Segurança Pública: • Programa de Planejamento em Segurança Pública – a partir da gênese das questões que afetam a segurança; • Programa de Combate à Violência; • Programa Anti-Droga; e • Programa de Eficiência na Segurança Pública – capaz de combinar políticas sociais e preventivas com políticas policiais e repressivas. 46 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 7.1.4. Infra-estrutura habitacional: • Programa de Tecnologias Habitacionais – aplicáveis para habitação popular, inclusive no espaço rural; • Programa de Desenvolvimento de Novos Materiais – a serem usados como insumos na construção civil; • Programa de Consolidação de Casas de Madeira; • Programa de Aproveitamento de Resíduos. 7.1.5.Infra-estrutura de água e saneamento: • Programa de Aproveitamento Energético - represamento de água visando sua utilização como fonte energética; • Programa de Distribuição da Pluviosidade (espacial e temporal) – visando identificar, inclusive, o comportamento de espécies florestais, assim como, a disponibilidade de água e a probabilidade de inundações; • Programa de Gestão de Recursos Hídricos (monitoramento da qualidade e quantidade de água dos mananciais; análise de resíduos do “metabolismo urbano”; mapeamento das águas subterrâneas; Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 47 caracterização de bacias hidrográficas; recuperação e conservação de nascentes); • Programa de Controle Ambiental (metais pesados na água, no solo e na biota; indicadores biológicos; poluição; enquadramento de corpos d’água; impactos antropogênicos sobre os recursos hídricos; e tratamento de águas residuais); e • Programa de Ecologia e Manejo da Fauna Aquática, (recuperação e conservação de ecossistemas aquáticos e de processos aquiculturais; controle de qualidade dos açudes – com o objetivo de estimular a produção de peixes em cativeiro). 7.1.6. Infra-estrutura de Transporte: • Programa de Logística de Transporte nas “Estradas Aquáticas” - estudo da navegação de médio e pequeno porte nos rios acreanos; e • Programa de Tecnologias de Pavimentação. 7.1.7. Infra-estrutura energética: • Programa de Energia Solar; • Programa do Biodiesel ( espécies exóticas e prospecção de espécies nativas; ensaios de durabilidade de sistema de injeção de motores, e de desempenho, combustão e emissão de gases; diagnósticos socioeconômicos); e • Programa de Energias Alternativas (biomassa; lenha, resíduos, pequenas hidroelétricas). 7.1.8. Infra-estrutura de TIC: • Programa de Inclusão Digital; • Programa de Democratização da Comunicação (disponibilização de canais de comunicação públicos para toda a população); • Programa de Desenvolvimento de Software (software livre); • Programa de Desenvolvimento do Sistema de Informação (na área de CT&I, saúde, segurança pública, recursos hídricos, educação, finanças, entre outros: padronização e interface de banco de dados); e • Programa de Fortalecimento da Indústria de TIC (incubadoras, parques tecnológicos, produção de hardware, comunicação de dados voz e imagem). 48 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 7.1.9. Infra-estrutura para conservação ambiental: • Programa de Conservação e Manejo de Florestas; • Programa de Reflorestamento; • Programa de Monitoramento, Conservação e Manejo da Fauna Silvestre (diagnóstico do status de conservação da fauna silvestre, da pressão de caça local, bem como, do potencial de criação de algumas espécies em cativeiro); • Programa de Monitoramento Climático(medição de gazes, pluviometria, temperatura, poluição ambiental, radiometria solar); • Programa de Prevenção de Impactos Climáticos (alternativas tecnológicas para o desenvolvimento limpo); e • Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 7.1.10 Infra-estrutura de apoio à produção e a comercialização: • Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Sustentável - mudar o nome da Política de Incentivo às Atividades Industriais; incluir na composição da COPIAI e de sua Câmara Técnica a participação de representantes da FUNTAC, enquanto coordenadora da Política de CT&I; admitir reestruturar o Programa de Incentivos Fiscais ora existentes conforme proposta abaixo; e • Programa de Estímulo à Competitividade redução proporcional de alíquota de ICMS, para empresas que: propiciarem treinamento técnico a seus funcionários; promoverem a melhoria de produtivida- Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 49 de de seus fornecedores agrícolas; promoverem e financiarem a vinda de cientistas para trabalhares como pesquisadores no Estado do Acre; propiciarem bolsas de estudo, em áreas tecnológicas para estudantes de nível médio e superior das escolas públicas; desenvolver tecnologia com obtenção de patentes; aumentar sua produtividade, a partir de absorção tecnológica em produto e/ou processo e promover a atualização tecnológica de seu parque fabril. 7.2. PROGRAMAS VERTICAIS Aqui, serão enunciadas as oportunidades produtivas identificadas no Capítulo 3, e que darão suporte aos respectivos Programas. Para cada um deles, poderão ser identificados projetos que contemplem a formação, o desenvolvimento tecnológico e serviços tecnológicos, entre eles: direitos da propriedade industrial, design, metrologia, e certificação. De igual modo, cada Programa poderá incluir projetos de Tecnologias Sociais. Particularmente, no agronegócio, estão previstos Programas de Melhoria do Desempenho do Sistema de Produção e Programas de Controle de Pontos Críticos. 7.2.1. Cadeia Produtiva da Pecuária; 7.2.2. Cadeia Produtiva da Piscicultura; 7.2.3. Cadeia Produtiva da Cafeicultura; 7.2.4. Aproveitamento de Frutos Tropicais; 7.2.5. Cadeia Produtiva da Mandioca; 7.2.6. Agroindústria do Palmito; 7.2.7. Cadeia Produtiva da Castanha-do-Brasil; 7.2.8. Cadeia Produtiva de Produtos Naturais; 7.2.9. Cadeia Produtiva do Látex; 7.2.10. Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis 7.2.11. Cadeia Produtiva Construção Civil; 7.2.12. Cadeira Produtiva do Artesanato; 7.2.13. A Indústria do Turismo; 7.2.14. A Indústria Cultural. 50 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Modelo De Gestão P ara que o Plano Estadual de CT&I, seja instrumento de consolidação do Sistema Local de Inovação, é fundamental adotar um modelo de gestão compartilhada. Desse modo, a partir de sua aprovação pelo CEMACT, o Plano deverá, ser coordenado pela FUNTAC, que, por sua vez, estimulará a formação da Rede das Instituições integrantes do Sistema Local de Inovação. Na verdade a constituição da referida Rede, deverá iniciar com a formalização das parcerias, que participaram da construção do Plano, conforme descritas no Capítulo 9. Ela, será alimentada, a partir da execução de projetos no âmbito dos diversos Programas do Plano, os quais, serão implementados contando com a contribuição de diversas Instituições e profissionais, conforme suas áreas de competências. Como forma de estimular a interação e a visão sistêmica, a FUNTAC, deverá promover, reuniões periódicas, em torno das diversas temáticas abordadas no Plano, além de efetivar um acompanhamento sistemático das diversas ações decorrentes do Plano, dando visibilidade e transparência a essas informações. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 51 Parceiros A qui, estão apresentadas as Instituições que participaram da construção do Plano Estadual de CT&I, e que deverão se fazer presentes na sua implementação, de acordo com suas competências e de modo a atender aos Objetivos Estratégicos. Ratificando a afirmativa de que ele será dinâmico, outras Instituições se incorporarão, como parceiras, ao longo do tempo: 9.1. MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia Responsável pela formulação e implementação da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, o Ministério da Ciência e Tecnologia tem suas ações pautadas para o atendimento dos anseios da comunidade científica e tecnológica nacional. Sua área de competência abriga: o patrimônio científico e tecnológico e seu desenvolvimento; a política de cooperação e intercâmbio concernente a esse patrimônio; a definição da Política Nacional de Ciência e Tecnologia; a coordenação de políticas setoriais; a política nacional de pesquisa, desenvolvimento, produção e aplicação de novos materiais e serviços de alta tecnologia. No estado do Acre tem apoiado diversos projetos nas mais diversas áreas do conhecimento. As ações do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT são norteadas pela determinação de transformar a ciência, a tecnologia e a inovação em instrumentos do desenvolvimento nacional, de forma soberana e sustentável. Este princípio se transformou em quatro eixos orientadores da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação: 1. consolidar, aperfeiçoar e modernizar o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, expandindo a base científica e tecnológica nacional; 2. criar um ambiente favorável à inovação no País, estimulando o setor empresarial a investir em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação; 3. integrar todas as regiões e setores ao esforço nacional de capacitação para ciência, tecnologia e inovação; 4. desenvolver uma ampla base social de apoio à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. 9.2. ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica, tem como missão, promover a participação das instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no estabelecimento e na 52 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação execução da política de desenvolvimento nacional. 9.3. FUNTAC – Fundação de Tecnologia do Estado do Acre. Compete-lhe, proporcionar apoio às atividades dos diversos setores econômicos, através de modelo tecnológico apropriado à realidade regional. Criar, adaptar e transferir tecnologia de interesse regional, em especial no campo de aplicação a indústria, caracterizando-se como sua função primeira. 9.4. UFAC – Universidade Federal do Acre, Instituição pública de ensino superior, tem como missão, produzir, sistematizar e difundir conhecimentos, articular saberes e formar pessoas, mediante ações de forma integrada com o ensino, pesquisa e extensão, visando contribuir com a melhoria de vida da comunidade, na formação de uma consciência crítica e de cidadania, proporcionando, assim, uma sociedade igualitária e democrática. A UFAC, atua, prioritariamente, em cinco áreas, a saber: Meio Ambiente, Saúde, Cultura, Sociedade, Educação, Tecnologia e Desenvolvimento Regional, de forma integrada com os diferentes segmentos que desenvolvem a ciência, tecnologia e informação no Estado do Acre. 9.5. EMBRAPA/AC – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária tem como missão, viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do espaço rural amazônico, com foco no agronegócio e no uso dos recursos naturais e socioeconômicos do Estado do Acre, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias em benefício da sociedade. 9.6. SEPLANDS – Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável, é Órgão de Gestão Superior, diretamente subordinado ao Governador do Estado, que tem como principal função, a formulação do Planejamento estratégico estadual 9.7. SEMEIA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente 9.8. FIEAC - Federação das Indústrias do Estado do Acre, cuja missão, consiste em promover a competitividade da indústria do Estado do Acre, influenciando a criação de um ambiente favorável aos negócios, estimulando o desenvolvimento humano e tecnológico. Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 53 Constituído do: SESI – Serviço Social da Indústria, com a missão, de promover a qualidade de vida do trabalhador e seus dependentes, com foco em educação, saúde, lazer e estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial; IEL – Instituto Euvaldo Lodi, objetivando promover o aperfeiçoamento da gestão, a capacitação empresarial e a interação entre as empresas e os centros de conhecimento, contribuindo para a competitividade da indústria e o desenvolvimento sustentável do Estado do Acre; SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que visa promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria do Estado do Acre. 9.9. ELETRONORTE – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A, tem como finalidade principal, a realização de estudos, projetos, construção e operação de usinas geradoras e de sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica, diretamente ou por meio de suas subsidiárias integrais. 9.10. Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr Grech, é vinculado à Secretaria de Estado de Educação, tem autonomia administrativa, financeira e pedagógica. Através dos centros, o Instituto tem promovido ensino, pesquisa e extensão para garantir a inclusão social através de formação, aperfeiçoamento e atualização profissional. São quatro unidades atuando com cursos de nível técnico e de formação inicial e continuada de jovens e trabalhadores em Rio Branco: Centro de Educação Profissional “Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha”, Centro de Educação Profissional “Escola da Floresta Roberval Cardoso,” Centro de Educação Profissional em Serviços “Campos Pereira”, e em Cruzeiro do Sul: Centro de Formação e Tecnologias da Floresta – CEFLORA. 9.11. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, entidade autárquica que tem como finalidades: I - executar as políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais permanentes, relativas à preservação, à conservação e ao uso sustentável dos recursos ambientais e sua fiscalização e controle; e, II - executar as ações supletivas da União, de conformidade com a legislação em vigor e as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente. 54 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação O Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação constitui - se em uma ferramenta indispensável para nortear as ações governamentais subsidiando suas estratégias de políticas públicas. Dado a sua importância, este documento não poderia deixar de contar com a participação, imprescindível, não só das instituições, mas principalmente das pessoas sem as quais sua realização não seria possível. Coordenadora Josefa Magna Alves de Souza – FUNTAC Consultora Teresa Lenice Nogueira da Gama Mota – TPJeconomistas Colaboradores Adailton de Sousa Galvão – UFAC Alejandro Fonseca Duarte – UFAC Alexsande de Oliveira – UFAC Ana Flávia Vilela Aragão – FUNTAC Antonio Luiz Jarude Thomaz – FUNTAC Carlos Alberto França – UFAC Catarina de Souza Almeida - FUNTAC Celso Luís Bergo - EMBRAPA ACRE Christian Ricardo de Araújo – SEAP Claudemir Carvalho de Mesquita – SEMEIA Concilio Barros de Oliveira – FUNTAC Creso Machado Lopes – UFAC Daisy Aparecida Pereira Gomes Silva – FUNTAC Dixon Gomes Afonso – FUNTAC Dorila Silva de Oliveira Mota Gonzaga – EMBRAPA ACRE Ecio Rodrigues da Silva – Associação Andiroba Edson Moreno da Silva – FUNTAC/CNPQ/PIBIC Jr. Elisabete Brocki – FAPEAM Emerson Magno Nantes – FUNTAC Foster Brown – UFAC Guilherme Ferreira Pereira – UFAC Hewerton Araújo do Nascimento - FUNTAC Irailton de Lima Sousa – Instituto de Educação Dom Moacir Grech Isael Minzon Gomes – SEE Itamar Lopes da Silva – FUNTAC Jarbas Anute – SEPLANDS Javã Sousa Costa – FUNTAC João César Dotto – FUNTAC Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 55 João de Jesus Silva Melo – SEATER Jonas Ribeiro Soares – SEE Jonny Everson Scherwinski Pereira – EMBRAPA ACRE José Roberto de Lima – ABIPTI Karina Martins – EMBRAPA ACRE Kátia Núbia Guedes da Costa - FUNTAC Keyla Oliveira da Silva – FUNTAC/CNPQ/PIBIC Jr. Lisandro Juno Soares Vieira – UFAC Lucas Araújo Carvalho – UFAC Lúcia Helena de Oliveira Wadt – EMBRAPA ACRE Lucimar Araújo Ferreira – FUNTAC Luís Cláudio de Oliveira - EMBRAPA ACRE Luis Pedro de Melo Plese – SEAP Lynaldo Cavalcanti Albuquerque – ABIPTI Marcílio José Thomazini – EMBRAPA ACRE Marcinéia Moraes Melo - ADACRE Marcos Antonio Gomes de Oliveira - SEBRAE Marcos Silveira – UFAC Marcus Alexandre Médici Aguiar – SEPLANDS Margarete Barbosa Diógenes – FUNTAC Maria Angélica Paiva – UFAC Maria Rosélia – UFAC Maricilda Conceição de Souza - FUNTAC Mario Jorge dos Santos Ferreira – FUNTAC Mary Catherine Menton – UFAC Moacir Haverroth – UFAC Mônica Nunes da Silva - FUNTAC Nadma Farias Kunrath – SEPLANDS Neutemir de Souza Feitosa – EMBRAPA ACRE Patricia Maria Drumond – EMBRAPA ACRE Paulo Guilherme Salvador Wadt – EMBRAPA ACRE Paulo Sérgio Brana Muniz – SEMEIA Pedro Jorge Ramos Viana - IPECE Raimundo Barros Lima – SEATER Regis A. Paiva – UFAC Renato Rocha Almeida – SENAI/CETTEM Rivadalve Coelho Gonçalves – EMBRAPA ACRE Robinson Antonio da Rocha Braga – UFAC Ronald Polanco Ribeiro – Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Acre Rosa Maria Gondim - FUNTAC Rosana Cavalcante dos Santos – SEMA/IMAC Rosiane Anute – SESACRE 56 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Rosilene Gomes Sabóia - UFAC Sandra Márcia Carvalho de Oliveira – UFAC Sérgio Antonio Francalino Rocha - SEMTI Sídia Maria Cordeiro de Sousa Gomes – FESPAC Silvia Luciane Basso – FUNTAC Silvio Simione da Silva – UFAC Solange Maria Chalub B. Teixeira – FIEAC Soraya Pereira da Silva – EMBRAPA ACRE Tânia Lúcia Guimarães - FUNTAC Terezinha de Freitas Ferreira - UFAC Valsimar Meireles da Costa – UFAC Vera Lúcia Gurgel – SEATER Waledya Melo – SEMSA Wanderley Soares – UFAC Wilker Luis Gadelha Maia – UFAC Willian Abreu da Silva - FUNTAC Siglas ABIPTI - Associação Brasileira das Instituições de Pesquisas Tecnológicas ADACRE - Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado do Acre ANAC - Agência de Negócios do Acre APL - Arranjos Produtivos Locais BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento CEMACT - Conselho Estadual do Meio Ambiente de Ciência e Tecnologia CETEMM - Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COPIAI - Comissão da Política de Incentivos às Atividades Industriais CTA - Centro dos Trabalhadores da Amazônia ELETRONORTE - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A EMBRAPA/Acre - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Acre FAEAC - Federação da Agricultura do Estado do Acre FAPEAM - Fundação de Amparo a Pesquisas do Estado do Amazonas FDCT - Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FDS - Fundo de Desenvolvimento Sustentável FESPAC - Fundação Escola do Servidor Público do Estado do Acre FIEAC - Federação das Indústrias do Estado do Acre FINEP - Financiadora de Estudos e Pesquisa FSC - Forest Stewardship Council FUNTAC - Fundação de Tecnologia do Estado do Acre IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IDAF - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 57 IEL - Instituto Euvaldo Lodi IESACRE - Instituto de Ensino Superior do Acre IMAC - Instituto de Meio Ambiente do Estado do Acre IMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IP – Intellectual Property (Propriedade Intelectual) IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará ITERACRE - Instituto de Terras do Acre MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia MME - Ministério de Minas e Energias P&D - Programa de Pesquisa e Desenvolvimento PESACRE - Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre PITCE - Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior PME’s – Pequenas e Médias Empresas PNM - Programa Nacional de Microeletrônica PPA - Plano Plurianual de Ação PROMANEJO – Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia SEAP - Secretaria de Estado de Agropecuária SEATER - Secretaria de Estado de Assistência Técnica e Extensão Rural SEBRAE - Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas no Acre SECIAS - Secretaria de Estado de Cidadania e Assistência Social SEE - Secretaria Estadual de Educação SEF - Secretaria de Estado de Floresta SEMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais SEMEIA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco SEMSA - Secretaria Municipal de Saúde SEMTI - Secretaria de Modernização e Tecnologia da Informação SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SEPIN/MCT - Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia SEPLANDS - Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sustentável SEPROF - Secretaria de Estado de Extrativismo e Produção Familiar SESACRE - Secretaria de Estado de Saúde do Acre SESI - Serviço Social da Indústria SETUR - Secretaria de Estado de Turismo TIB - Tecnologia Industrial Básica TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação UFAC - Universidade Federal do Acre UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura UNINORTE - Centro Universitário do Norte ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico 58 Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação