projeto gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos
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projeto gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos
Organização do Tratado Fundo Para o Meio de Cooperação Amazônica Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA Maio/2014 1 Organização do Tratado Fundo Para o Meio de Cooperação Amazônica Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUDANÇA CLIMÁTICA OTCA/GEF/PNUMA Atividade III.2.2 Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Transfronteiriça do MAP Relatório Final Consolidado contendo a definição da infraestrutura necessária para o funcionamento e disseminação de um Sistema de Comunicação em Emergência na fronteira MAP (Produto 2) Coordenação da Atividade Elsa Reneé Huamán Mendoza Maio/2014 2 RESUMO A atividade III.2.2 Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Transfronteiriça do MAP, desenvolvida na parte alta da bacia do Rio Acre, na fronteira do Estado Acre e AmazonasBrasil, Departamento de Pando-Bolívia e Departamento de Madre de Dios-Peru, vem através deste trabalho, propor o desenvolvimento de um sistema de comunicação em emergência na fronteira, mais especificamente, na região MAP, para facilitar a comunicação entre os três países, principalmente, em períodos de acontecimentos de desastres naturais ou provocados pelo homem, objetivando a redução, minimização e a mitigação dos efeitos, danos e prejuízos aos sistemas sociais e humanos. Este trabalho apresenta o diagnóstico atual da estrutura de comunicação existente na região, com a finalidade de criar um sistema de comunicação em emergência em condições de superar óbices como falta de energia, sabotagens cibernéticas, dentre outras, e com capacidade de alcançar localidades e comunidades remotas nesta região de fronteira, com tecnologia apropriada e accessível. Sugere-se a utilização das redes existentes para potencializar o sistema a ser implementado. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................8 2. DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO MAP ................................................11 2.1. Sistema de Comunicação de Alerta do Acre - Brasil .......................................................12 2.2. Sistema de Comunicação de Alerta de Pando - Bolívia ...................................................15 2.3. Sistema de Comunicação de Alerta de Madre de Dios - Peru...........................................15 3. ALCANCE DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO MAP.............................................................17 4. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO PROPOSTO PARA A REGIÃO MAP ....................................19 4.1. Recomendações Técnicas para melhor funcionalidade do sistema de comunicação ........20 4.2. Instituições de resposta, responsáveis e contatos ..............................................................22 4.3. Levantamento dos Sistemas de Comunicação no campo ..................................................23 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................23 4 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 5º BEPCIF 5º Batalhão de Educação, Proteção Ambiental e Combate a Incêndio Florestal A.B.T. Autoridad de Bosque y Tierra AC Acre ANA Agência Nacional de Águas BM Bombeiro Militar BO Bolívia BR Brasil CBMAC Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre CEDEC/AC Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Acre CEGdRA Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo COED Centro de Operações de Emergências Departamental – Bolívia COEN Centro de Operações de Emergências Nacional – Peru COER Centro de Operações de Emergências Regional – Peru COMDEC Coordenadoria Municipal de Defesa Civil CPRM Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais DIRESA Direción Regional de Salud EWBS Sistema Nacional de Comunicação de Alertas de Emergência FUNTAC Fundação de Tecnologia do Acre GEF Global Environment Facility (Fundo Global para o Meio Ambiente) GIRH Gestão Integrada de Recursos Hídricos HF High Frequency (Alta Frequência) ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IMAC Instituto de Meio Ambiente do Acre INDECI Instituto Nacional de Defensa Civil INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais LABRE Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão MAP Madre de Dios-Peru, Acre-Brasil, Pando-Bolívia MDD Madre de Dios OPAS Organização Pan-Americana da Saúde OTCA Organização do Tratado de Cooperação Amazônica PE Peru PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente RENER Rede Nacional de Emergência de Radioamadores SA Sociedade Anônima SCO Sistema de Comando em Operações 5 SEMA Secretaria Estadual de Meio Ambiente SENAMHI Servicio Nacional de Meteorología e Hidrología SIPAM Sistema de Proteção da Amazônia TC Tenente Coronel UCEGEO Unidade Central de Geoprocessamento VHF Very High Frequency (Frequência Muito Alta) 6 LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1 Parte alta da bacia do Rio Acre, na fronteira Brasil, Bolívia e Peru Figura 2 Níveis de funcionamento da Unidade de Situação e Resposta do Estado do Acre Figura 3 Fluxograma da comunicação no estado do Acre – Brasil – Zona Urbana Figura 4 Fluxograma da comunicação no estado do Acre – Brasil – Zona Rural Figura 5 Fluxograma da comunicação de Pando - Bolívia Figura 6 Fluxograma da comunicação de Madre de Dios - Peru Figura 7 Localização das estações usadas nos experimentos 2014-1 e 2014-2. EERA = Estação Ecológica do Rio Acre; ICMBIO = Sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em Assis Brasil, Acre; COER = Centro de Operaciones de Emergencia Regional em Puerto Maldonado, Madre de Dios; Quartel = Quartel de Corpo de Bombeiros Militar do Acre em Epitaciolândia, Acre; PT8CW= casa do Aldo Cruz. Base: Google Earth. Figura 8 Localização das estações usadas no experimento 2012-1. Rio Branco = Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre; 080, 081, 082 e 083 = Pontos marcados no GPS para comparação do nível de ruído; Epitaciolândia = Quartel de Corpo de Bombeiros Militar do Acre em Epitaciolândia, Acre. Base: Google Earth Figura 9 Esquema de comunicação proposto para a região MAP Figura 10 Antena tipo Bazooka na configuração “V invertido” Figura 11 Antena direcional tipo Yagi de 5 elementos para VHF construída por Aldo Cruz – PT8CW. G = gôndola; R = refletor; I = irradiante; D1, D2 e D3 = diretores. Figura 12 Mapa de comunidades no âmbito da bacia do Rio Acre na região MAP Tabela 1 Distância e azimute da estação da casa do Aldo Cruz, PT8CW e orientação, altura e substrato da antena dipolo na estação. Tabela 2 Lista das instituições e responsáveis com contatos 7 1. INTRODUÇÃO O projeto "Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia do Rio Amazonas Considerando a Variabilidade e a Mudança Climática", financiado pelo GEF, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), através de sua Secretaria Permanente (SP/OTCA), tem como objetivo fortalecer o marco institucional para planejar e executar, de maneira coordenada e coerente, as atividades para a proteção e gestão sustentável dos recursos hídricos da Bacia do Rio Amazonas. O projeto utilizará mecanismos de participação como base para a compreensão dos desafios e perspectivas atuais e futuras de Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH). Tal entendimento servirá de base para o desenvolvimento de um programa sustentável e responsável de capacitação, de fortalecimento institucional, da aplicação de instrumentos econômicos viáveis e importantes avanços nos campos social e econômico. A partir desta base, o projeto proposto irá cumprir os objetivos estratégicos do GEF em relação à resolução de possíveis conflitos transfronteiriços pelo uso dos recursos em tempos de mudanças climáticas e estimular a ação dos países da bacia para uma gestão sustentável dos seus recursos. Neste sentido, este trabalho apresenta o desenho de um sistema de comunicação em emergências para a região transfronteiriça MAP, visando estabelecer uma rede de comunicação que contribua para minimizar os efeitos de possíveis desastres ou incidentes que possam afetar a população regional, através da administração dos desastres, em especial, os relativos a inundações e secas do rio Acre e incêndios florestais nesta região de fronteira. A comunicação em situações de crise ou emergência é um processo interativo de troca de informações e opiniões entre pessoas, grupos e instituições, geralmente incluindo múltiplas mensagens sobre a natureza do risco, a expressão de preocupações, opiniões ou reações a cerca das mensagens sobre o risco ou dos arranjos legais e institucionais para a gestão do risco. (National Research Council, 1989). Uma comunicação eficaz facilita a administração do risco uma vez que ajuda pessoas a tomarem decisões baseadas nas informações in loco, reduzindo reações de ansiedade, apatia ou indignação, minimizando o impacto negativo sobre a economia, aliviar os sofrimentos dos envolvidos e salvar vidas. Segundo Ferreira (1988) a informação de riscos é o ato de passar esclarecimentos, informes, notícias sobre algo ou alguém; acontecimento ou fato de interesse geral, tornando o conhecimento público ao ser divulgado pelos meios de comunicação. De acordo com RECTOR e NEIVA (1997), a diferença entre informação e comunicação é que a informação é um processo unidirecional praticamente estático, ou seja, a partir de um emissor (ex: indústria) o fato (acidente ambiental) é divulgado ao receptor (ex: órgão ambiental). A comunicação é um processo multidirecional, dinâmico, ou seja, a informação ou o fato “vai e volta” entre o emissor e o receptor, e tende a crescer à medida que novos informes são incorporados ao contexto. Na prática, as informações são utilizadas quando a 8 situação está em seu nível normal, sendo mais intensificadas no período pré-evento: daí a importância de ter a informação e transmiti-la com tempo hábil, para que a população reaja a tempo. Já a comunicação em emergência entra em funcionamento quando há um alerta ou ao longo do evento propriamente dito. Desta forma, pensando na elaboração de um sistema de comunicação em emergência, é importante saber também que uma emergência é um evento que ocorre de forma repentina, e muitas vezes inesperadamente, e que exige ação imediata. Uma emergência interfere na rotina normal e gera incerteza e estresse. Pode ser um evento natural, como um terremoto ou um furacão, ou pode ser causada pelo homem: como uma explosão, um escândalo ou um conflito. Basicamente, pode ameaçar a reputação de uma pessoa e/ou de uma organização. Uma situação de emergência bem administrada, no entanto, pode não só preservar reputações e credibilidade, como pode também melhorá-las e até salvar vidas. A chave para a comunicação eficiente durante uma situação de emergência é estar preparado antes que ela aconteça. No momento em que uma emergência ocorre, não há tempo para pensar e menos ainda para planejar. Sem um plano para enfrentar situações de emergência, você pode ficar dominado pelos acontecimentos. Mais recentemente os sistemas de comunicação vêm abandonando a ideia de fragmentar o sistema entre os que são utilizados em situações normais e os que são utilizados em emergência: redundância em comunicação é muito benéfica e evita erros. Ter um sistema de comunicação que trabalhe com linguagens comuns como internet e telefonia concomitantemente a outras tidas como alternativas, como a radiocomunicação, torna o sistema mais robusto e pessoas mais capacitadas para atuarem em adversidades. "Um bom plano de comunicação para situações de emergência baseia-se em um sistema que já esteja em vigor, diz o ex-secretário de imprensa da Casa Branca Marlin Fitzwater. Em casos de emergência só é preciso fazer os ajustes e aperfeiçoá-lo. Se a sua rotina já incluísse um informe diário à imprensa, você só teria de ajustá-lo para poder realizá-lo três vezes ao dia. Em uma situação de emergência não é o momento de desenvolver um sistema novo". De acordo com OLIVERIA (2009), a filosofia do Sistema de Comando em Operações – SCO, usado pela Defesa Civil no Brasil, “as comunicações devem garantir que todos possam comunicar-se durante a operação de acordo com suas necessidades, mesmo que isso ocorra entre pessoas de diferentes organizações. A capacidade de comunicação entre os diferentes atores do SCO é fundamental para o sucesso de qualquer operação. Para tal, faz-se necessário o desenvolvimento de um plano de comunicações (que diz quem conversa com quem e como) que estabelecerá diferentes redes de comunicação, de acordo com as necessidades de cada caso. O plano de comunicações pode incluir: uma rede de comando (integra a comunicação entre o comando e sua assessoria ou staff, do comando e o staff principal (operação, planejamento, logística e administração); uma rede tática (integra a comunicação entre as pessoas e equipes subordinadas, ao coordenador de operações); uma rede administrativa (integra a comunicação não operacional entre o comando e sua assessoria, com órgãos externos que estão cooperando com o SCO); uma rede logística (integra a comunicação da logística para tratar de assuntos referentes a suprimentos, serviços e instalações); e uma rede 9 de operações aéreas (integra a comunicação do pessoal de operações aéreas).” Este sistema é comum na estrutura do Corpo de Bombeiros e nas Defesas Civis, que o faz funcionar através de seus Planos de Contingências e/ou Planos Operacionais, dependendo das circunstâncias. Portanto, visando beneficiar a população da fronteira Brasil-Bolívia-Peru, Região MAP, através de um sistema de comunicação efetivo, este trabalho contempla a área geográfica da sub-bacia do Alto do Rio Acre, conforme Figura 01, buscando integrar os sistemas existentes na região, para maior funcionalidade. Figura 1: Parte alta da bacia do Rio Acre, na fronteira Brasil, Bolívia e Peru Além das instituições de resposta que trabalham com os planos contingência e/ou operacionais, a região conta desde 1999 com um movimento de colaboração fronteiriça – a Inciativa MAP que tem colaborado e intensificado atividades integradas por brasileiros, bolivianos e peruanos em várias frentes demandadas pela sociedade civil regional, dentre as quais: gestão de risco e defesa civil, manejo de bacias hidrográficas, direitos humanos, permitindo um estado de comunicação constante entre seus membros, através dos mini-MAPs (grupos de trabalho temático). Existe, também, comunicação sendo realizada por sistemas alternativos que atuam de forma voluntária como é o caso da Rede Nacional de Emergência de Radioamadores – Rener e da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão - Labre, que possui alcance para comunicação entre os três países da Região MAP, contribuindo para a socialização e repasse das informações de emergência. Este sistema vem sendo testado por radioamadores, através de experimentos de comunicação entre os três estados: Madre de Dios, Acre e Pando, e já pode ser utilizado como alternativa de comunicação na região MAP, caso colapse a energia elétrica, meios de comunicação, transporte e outros. 10 2. DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO MAP A Região MAP apresenta especificidades ímpares, por tratar-se de uma área de fronteira e com uma diversidade de informações que pode influenciar o cotidiano dos cidadãos. Isso se traduz em desafios para se prover sistemas de comunicação eficazes que permitam o acesso à informação em tempo real para ações preventivas em defesa civil, tanto pela população como por órgãos/instituições governamentais. Em determinadas situações de risco, a inexistência, atrasos ou não envio de informações podem comprometer as respostas e tomada de decisão por parte dos órgãos responsáveis. Na região é comum a ocorrência de desastres naturais, sendo os mais frequentes, os decorrentes de eventos hidrometeorológicos ou climáticos que causam as enchentes/inundações, enxurrada, erosão linear, erosão diferencial, deslocamento de massa, estiagens prolongadas, entre outros. Neste contexto, é importante que a comunidade local possa ter a percepção dos riscos aos quais estão sujeitas, em função das ocorrências de desastres naturais comuns e cíclicas inerentes a região, com maior capacidade e resiliência para resistir aos impactos provocados pelos mesmos. Segundo LIMA e SILVA (1999), o risco é a probabilidade ou frequência esperada de ocorrência dos danos decorrentes da exposição às condições adversas ou a um evento indesejado. Para a CETESB (2003) é a medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre a frequência de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (consequências), entendendo-se por frequência, o número de ocorrências de um evento por unidade de tempo. Para a Organização Pan-Americana da Saúde – Opas é a probabilidade de ocorrer um dano como resultado da exposição a um agente seja este químico, físico ou biológico. Muitas vezes a palavra risco é empregada como sinônimo de perigo. SHAREDER-FRECHETTE (1994) entende que o risco pode ser voluntariamente escolhido ou involuntariamente imposto. Por exemplo, o voluntário abrange os riscos assumidos pelas pessoas quando expostas às ações de combate, enquanto o involuntário abrange os perigos aos quais a comunidade está exposta, por morar ou trabalhar próximo a um local perigoso. São várias as formas de avaliar ou estimar o risco: o risco objetivo, segundo NARDOCCI (2002), é estimado a partir de cálculos estatísticos e metodologias quantitativas, enquanto o risco subjetivo é avaliado com base em julgamentos intuitivos. Desta forma, o conhecimento e a percepção das situações de riscos e/ou emergências, permitem que as pessoas fiquem cada vez mais preparadas para enfrentar situações adversas, sendo a pró-atividade, através das ações preventivas, as mais efetivas e menos onerosas para o enfrentamento das adversidades, dentre as quais a informação e a comunicação em situações de emergência. Segundo Luciana Fernandes Portal Gadelha, Procuradora da República e coordenadora do Grupo de Trabalho Desastres Naturais e Moradia, “a difusão de alertas de desastres naturais, antes da ocorrência de eventos como enchentes e deslizamentos, através dos diversos meios 11 de comunicação, constitui-se em importante instrumento para o funcionamento do Sistema de Proteção e Defesa Civil, apto a resguardar a vida e a integridade física de pessoas sujeitas a riscos de desastres naturais, já sendo praticado, com sucesso, em outras nações, a exemplo dos Estados Unidos e Japão”. Segundo a procuradora, “muito embora várias emissoras de rádio e televisão já divulguem alertas da defesa civil, é preciso que esse assunto seja devidamente regulamentado pelo Ministério das Comunicações e Anatel, conferindo funcionalidade, segurança e celeridade a esse sistema, com foco na divulgação dos alertas antes da ocorrência dos eventos e não apenas após”. Para o INPE, a maioria dos desastres naturais que ocorreu no Brasil não poderia ser evitada, mas ações preventivas poderiam minimizar ou reduzir os impactos dos mesmos. Por outro lado, certas práticas agravam a situação, entre elas os desmatamentos, as queimadas, o assoreamento de rios, o acúmulo de lixo, a ocupação urbana desordenada, as edificações mal construídas e a ausência de planos diretores nos municípios. Todas essas práticas são assuntos passíveis de serem pautados pelos veículos de informação e dizem respeito à prevenção de catástrofes. A bacia do Rio Acre, na região transfronteiriça do MAP, já apresenta estes problemas, listados e enumerados com os levantamentos realizados pela equipe do projeto. Durante o diagnóstico dos sistemas de alerta associado à comunicação observou-se que os três estados da tríplice fronteira, de uma forma ou outra, possuem um sistema de comunicação funcionando individualmente. Nas condições em que se encontram uma possível integração entre eles funcionaria de forma muito precária, pois as poucas informações trocadas são totalmente dependentes da internet, não possuindo redundância em termos de meios de comunicação. Para melhor compreensão, os sistemas de cada estado são relatados a seguir: 2.1 - Sistema de Comunicação de Alerta do Acre - Brasil No estado do Acre foi criada a Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais do Acre (CEGdRA), através do Decreto estadual 3415 de 12/9/2008, vinculada a Secretaria de Estado de Meio Ambiente – Sema, tendo como coordenador o Secretário de Estado de Meio Ambiente. Fazem parte desta Comissão 41 (quarenta e uma) instituições governamentais (nacionais, estaduais e municipais), não governamentais e representantes da sociedade organizada, divididas em três Câmaras técnicas e Grupos de trabalho, estabelecidos quando as situações de riscos o exigirem. Um dos objetivos principais da CEGdRA é propor e avaliar programas, ações e atividades voltadas para a prevenção, controle e mitigação dos impactos decorrentes de queimadas, secas, desmatamentos, enchentes, acidentes com produtos químicos perigosos e outros eventos de riscos ao meio ambiente decorrentes das atividades antrópicas e dos efeitos das mudanças climáticas globais, bem como, promover mecanismos para alimentação, atualização e disponibilização de sistemas de informação para subsidiar a gestão de riscos no Estado. A CEGdRA tem como unidade operativa a Unidade de Situação de Eventos Hidrometeorológicos, na Fundação de Tecnologia do Estado – Funtac/Unidade Central de 12 Geoprocessamento-Ucegeo, e a Unidade de Resposta situada no Corpo de Bombeiros/Defesa Civil, conforme estrutura a seguir indicada. NÍVEIS DE FUNCIONAMENTO Estratégico Gabinete Civil IMC/FUNTAC/SEMA Gabinete Civil Coordenadoria da Defesa civil Tá co CZS UCEGEO Servidor ANA Rede de estações Metereológicas CBMAC TAU Unidade de situação SENA EPIT Figura 2. Níveis de funcionamento da Unidade de Situação e Resposta do Estado do Acre A Unidade de Situação de Monitoramento de Eventos Hidrometeorológicos foi criada face à ocorrência de sucessivos eventos críticos e a necessidade de acompanhá-los em tempo real, de forma sistemática e proativa, fornecendo respostas com maior agilidade e precisão. Esta Unidade tem como objetivo identificar possíveis ocorrências de eventos críticos, através do monitoramento diário do tempo e clima, níveis dos rios, focos de calor, dentre outros aspectos, para subsidiar as decisões institucionais. Desta forma são utilizadas uma rede de plataformas de coleta de dados telemétricos em tempo real e os modelos numéricos de diferentes instituições de pesquisa na área. Para tanto o Governo do Estado do Acre vem desenvolvendo parcerias fundamentais para viabilizar o processo, dentre as quais: Agência Nacional de Água-ANA, Instituto de Pesquisas Espaciais-Inpe, Serviço de Proteção da Amazônia-Sipam, Serviço Geológico do Brasil-CPRM, dentre outras (SEMA, 2013). Na Figura 3, caixa A, estão relacionados os órgãos de resposta imediata às emergências, que lideram as ações de socorro. Estas instituições fazem parte das Unidades de Resposta do Alto e Baixo Acre. A caixa B indica as Unidades de situação e de resposta. Cada unidade de situação tem uma área definida a ser monitorada. A unidade de situação do alto Acre se localiza no município de Epitaciolândia e do Baixo Acre se localiza na cidade de Rio Branco. As informações geradas por estas unidades de situação fazem parte da região MAP. A caixa C apresenta as instituições de apoio que geram dados para as unidades de resposta, caixa B. Cada instituição fornece um determinado dado (meteorológico, hidrológico), contribuindo para alimentar o banco de dados e gerar informações mais completas sobre a situação atual nas regiões de Alto Acre e Baixo Acre, na região de estudo. 13 Estes dados são gerados por meio de equipamentos telemétricos1 e modelos meteorológicos, constantes nas caixas D e E. Depois de realizado o monitoramento e o processamento dos dados os mesmos são integrados para nas análises, pela equipe técnica da Unidade de Situação, gerando o sistema de alerta para o público, através da emissão de boletins, avisos e alertas como mostra na caixa F. Neste processo é importante a funcionalidade do sistema a ser usado, a agilidade, a expertise e o conhecimento técnico da equipe multidisciplinar para a geração destes instrumentos. Estes boletins relatam também os resultados do monitoramento das instituições federais realizados através do Inpe, Inmet, Sipam, dentre outras instituições. O conjunto de informações geradas (boletins, avisos/alertas, notas técnicas, dentre outros) é repassado para as instituições de resposta e para a sociedade em geral (urbana e rural), como mostrado na caixa G. Os instrumentos de comunicação mais efetivos para zona urbana são a televisão, internet, telefone convencional, celular (SMS, torpedo, whatsapp, entre outros) e rádio e para a zona rural o meio de comunicação mais efetivo ainda são o rádio e a televisão. Figura 3: Fluxograma da comunicação no estado do Acre – Brasil – Zona Urbana Qualquer pessoa que tenha interesse nos dados gerados pelos órgãos descritos na caixa C pode acessá-los diretamente via internet, pois estes dados são públicos e livres para uso e tratamento específico, conforme interesse do usuário. Como ponto negativo, neste sistema, podemos citar a possibilidade de falha por falta de energia elétrica e de internet, pois a maioria dos dados e informações é digital e adquirida por meio eletrônico online, bem como, a difusão, divulgação e distribuição dos mesmos. 1 Equipamentos automáticos que enviam dados via satélite de 15 em 15 minutos e disponibilizam na internet. 14 O sistema de comunicação na região MAP, no estado do Acre, é ainda precário, entretanto se identificou formas de comunicação para diferentes usuários, tais como as comunidades extrativistas, comunidades indígenas, comunidades ribeirinhas e associações de pequenos produtores, como pode ser observado na Figura 3. Figura 4: Fluxograma da comunicação no estado do Acre – Brasil – Zona Rural 2.2 - Sistema de Comunicação de Alerta de Pando – Bolívia O sistema de comunicação em Pando-Bolívia é basicamente realizado pelo Centro de Operações de Emergências Departamental - Bolívia (COED) que reúne vários órgãos responsáveis pelas decisões nas ações emergenciais, dentre os quais: a Governación, a Defensa Civil, Fuerzas Armadas e a Alcadia. As informações chegam, principalmente, via rádio comunicação e telefone rural. Na sequência os órgãos envolvidos planejam as ações de socorro necessárias. O sistema em Pando funciona conforme fluxograma a seguir: Instituciones de Apoyo Pando Bolívia GAP – Secretaria de Medio Ambiente Direccíon de Gestion de Riesgos EMERGENCIAS COED Gobernación Defensa Civil Fuerzas Armadas Alcaldias Senamhi Servicio Nacional de Hidrologia - Naval ANA Brasil Monitoreo del nível de rio Meteorolo gia (SENAMH As informações para as comunidades rurais saem da Direccíón de Gestión de Riesgos via rádio comunitária (HF na banda de 60 metros, 5 MHz). Para as comunidade urbanas se utilizam celulares e telefones convencionais. Figura 5: Fluxograma do Sistema de comunicação de emergência de Pando – Bolívia 15 2.3 - Sistema de Comunicação de Alerta de Madre de Dios – Peru O sistema de comunicação de emergência de Madre de Dios, inicia-se pelas instituições oficiais nacionais (Servicio Nacional de Meteorología e Hidrología-Senamhi, Instituto Nacional de Defensa Civil-Indeci e Centro de Operações de Emergências Nacional-Coen), que elaboram os boletins, avisos e alertas que são repassados ao Centro de Operações de Emergências Regional-Coer que funciona a nível regional e que também elabora seus próprios produtos baseados nos materiais recebidos dos órgãos nacionais, repassando-os para os órgãos de respostas locais e para a Governación regional. As informações do Coer são repassadas ao público pelos órgãos de resposta (Direción Regional de Salud-Diresa, Defensa Civil Regional, Fuerzas Armadas, Bombeiros e Defensa Civil Provincial), bem como, pelo setor de Relações Públicas da Governación. Os meios de comunicação utilizados para o contato com o público são os mais variados, tais como: telefone, internet, SMS, entre outros, de acordo com o esquema a seguir: Figura 6: Fluxograma da comunicação do Departamento de Madre de Dios – Peru 16 3. ALCANCE DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO MAP Diversos experimentos, liderados pelo pesquisador Foster Brown, foram realizados na região transfronteiriça do MAP para testar o alcance de comunicação com equipamentos em bandas de frequências HF e VHF. Quatro destes experimentos foram utilizados para validar e verificar o alcance da comunicação de emergência entre os pontos mais distantes da Região MAP, usando como referência os pontos de coleta de dados hidrometeorológicos. O primeiro experimento ocorreu nos dias 21 e 22/01/2014, entre os horários de 18h a 19h, utilizando contatos via rádio amador, com banda de 40 metros. Os participantes foram: Foster Brown e Alan Pimentel de um lado e de outro, o Sr. Aldo Silva. O contato aconteceu da sede do Instituto Chico Mendes da Conservação de Biodiversidade-ICMBio em Assis Brasil/AC para a residência do Aldo em Rio Branco/AC. O segundo experimento ocorreu nos dias 23 a 24/01/2014, nos horários de 18h a 19h, também via contatos com rádio amador, utilizando banda de 40 metros. Os participantes foram: Foster Brown e TC BM James de um lado e de outro, o Aldo Silva. O contato aconteceu da Estação Ecológica do Rio Acre, a 70 km de Assis Brasil/AC para a residência do Aldo em Rio Branco/AC. O terceiro experimento foi realizado nos dias 30 e 31/01/2014, a partir das 8h, utilizando o mesmo procedimento. O experimento foi liderado por Foster Brown e contou com a participação de vários integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre, do quartel de Epitaciolândia e do Corpo de Bombeiros de Cobija-Bolívia, também com o Aldo Silva, em Rio Branco/AC. O quarto e último experimento foi realizado no dia 08/02/2014, durante o período matutino e estendeu-se até as 13h, utilizando a mesma metodologia. Os participantes foram: Foster Brown e vários integrantes do Coer em Puerto Maldonado/MDD e de outro, o Aldo Silva. Todos os experimentos tiveram sucesso na comunicação, demonstrando que o rádio amador na banda de 40 metros é adequado para comunicação nas localidades testadas. A Tabela 1 e as figuras 7 e 8 mostram as distâncias onde aconteceram as comunicações e os detalhes de informações dos 04 (quatro) experimentos realizados: de Rio Branco/AC para Epitaciolândia/AC, ICMBio/Assis Brasil/AC, ESEC/Assis Brasil/AC e COER/MDD. Tabela 1. Distância e azimute da estação da casa do Aldo Cruz, PT8CW e orientação, altura e substrato da antena dipolo na estação. Estação Distância de PT8CW, km Azimute de PT8CW, graus Orientação da Dipolo na Estação, graus 1. Quartel de Bombeiros, Epitaciolândia-Brasil 160 219 030-210 2. COER - Peru 330 206 V invertido 220 239 148 – 328 168 - 348 290 244 ~135 – 315 3. ICMBio – Assis Brasil (Experimento 2014-1) 4. Estação Ecológica do Rio Acre (Experimento 2014-1) Altura da antena (m) e substrato 6 a 8 m, asfalto e veículos 12 a 4 m, edifícios, grama 4 a 5 m, vegetação 0.1 a 1 m alt. 17 Figura 7. Localização das estações usadas nos experimentos 2014-1 e 2014-2. EERA = Estação Ecológica do Rio Acre; ICMBIO = Sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em Assis Brasil, Acre; COER = Centro de Operaciones de Emergencia Regional em Puerto Maldonado, Madre de Dios; Quartel = Quartel de Corpo de Bombeiros Militar do Acre em Epitaciolândia, Acre; PT8CW= casa do Aldo Cruz. Base: Google Earth. Figura 8. Localização das estações usadas no experimento 2012-1. Rio Branco = Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre; 080, 081, 082 e 083 = Pontos marcados no GPS para comparação do nível de ruído; Epitaciolândia = Quartel de Corpo de Bombeiros Militar do Acre em Epitaciolândia, Acre. Base: Google Earth. 18 4. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO PROPOSTO PARA A REGIÃO MAP Quando um sistema de comunicação é desenvolvido pensando em alternativas, frequentemente se recorre a um erro: dividir em opções, resultando na utilização do mais convencional/cômodo e ignorando a parte alternativa do sistema. Quando as situações adversas se fazem presentes, a possibilidade de falhas é grande porque muitas vezes esses sistemas alternativos não sofrem manutenção constante e/ou as pessoas não conhecem o sistema ou mesmo possuem prática. A fim de evitar esse erro, a proposta de sistema de comunicação trinacional entre a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Acre (Cedec/AC), o Centro de Operações de Emergências Departamental de Pando (Coed) e o Centro de Operações de Emergências Regional de Madre de Dios (Coer) se baseiam no trabalho simultâneo com sistemas convencionais via telefonia fixa/móvel, internet (e-mail, Skype, Facebook, Twitter, entre outros) e radiocomunicadores. A ideia de transmitir boletins diários via internet, telefone e radiocomunicadores garante que as informações sejam socializadas, que ocorra um feedback e, principalmente, que as pessoas mantenham contato entre si, se conhecendo e facilitando os trabalhos na hora da emergência. Além de estarem familiarizadas com todo o sistema de comunicação. Tendo as informações regionais em boletins diários socializadas entre os três países, o sistema de comunicação passa a ser regional voltado para as comunidades rurais (ribeirinhos, indígenas e produtores rurais) e urbanas, cada qual com suas características próprias. Sendo a Defesa Civil – Brasil, o Coed – Bolívia e o Coer – Peru os órgãos responsáveis pelo monitoramento e gerenciamento dos desastres, são esses os pontos em que as comunicações devem ser fortificadas entre si e suas comunidades (ribeirinhos, indígenas e produtores rurais), bem como com a área urbana, como apresentado na Figura 7. Figura 9. Esquema de comunicação proposto para a região MAP. 19 4.1. Recomendações Técnicas para Melhor Funcionalidade do Sistema de Comunicação A iniciativa de um sistema de comunicação trinacional, usando linguagem comum e meios alternativos será um trabalho pioneiro e ainda poderá apresentar falhas, as quais merecem nossas reflexões e monitoramento para aperfeiçoamento. Algumas recomendações a seguir visam facilitar a aplicação da presente proposta: 1) Os experimentos mostram consistência e robustez na radiocomunicação. Para um sistema piloto é possível utilizar um recurso previsto nas leis que regulamentam o serviço, indicando que, por se tratar de serviço de utilidade pública, em ocasiões excepcionais, as frequências podem ser solicitadas para serem utilizadas como reserva técnica para a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, entre outras, e em caso de emergência, as restrições de uso de frequências são abolidas e todas passam a ser livres. Desta forma, recomenda-se que sejam utilizadas as frequências 146.600 (VHFFonia), 145.100 (VHF-Digital), 7.130 (HF-Fonia) e 7.040 (HF-Digital), que são frequências radioamadoras de uso internacional para emergências. Futuramente, se possível, recomenda-se a adoção de frequências próprias. 2) Para os casos de Brasil e Bolívia que ainda não possuem estações para as frequências HF indicadas, recomenda-se a instalação da antena dipolo tipo Bazooka que pode ser instalada na configuração “V invertido”, como indicado na Figura 10. Figura 10. Antena tipo Bazooka na configuração “V invertido”. 3) Para os três países, recomenda-se a utilização de antenas direcionais tipo Yagi de 5 elementos para a comunicação em VHF, como indica a Figura 11. 20 Figura 11. Antena direcional tipo Yagi de 5 elementos para VHF construída por Aldo Cruz – PT8CW. G = gôndola; R = refletor; I = irradiante; D1, D2 e D3 = diretores. 4) As antenas devem ser fixadas em hastes ou, preferencialmente, em torres com altura entre 10 e 15 metros, conectadas por cabos coaxiais RG213 para a antena de VHF e RG213 ou RG58 para a HF. 5) Os rádios devem ser, preferencialmente, de banda corrida. Na impossibilidade do mesmo, recomenda-se o rádio Yaesu FT-857D. 6) As fontes de energia podem ser via corrente elétrica ou alternativas: como geradores e baterias. Recomenda-se o uso de nobreak para a migração dessas fontes sem prejuízo à comunicação. No caso de se adotar geradores, é necessário efetuar testes para saber se o modelo escolhido não gera interferência, bem como se for adotada bateria, que seja de caminhão, com capacidade de 150Ah e, também, que sejam providenciados carregadores solares com reguladores de voltagem para garantir longevidade na autonomia. 7) Foi realizado um levantamento de custos dos equipamentos propostos, baseados no mercado brasileiro, podendo sofrer alterações nos outros países: I. Torre autossustentável de 15m fabricada com material de 1,5 polegada: US$3000 II. Cabo coaxial RG213: US$3/metro III. Antena VHF Direcional, fabricada pela Electril, modelo 1DX 5/2m: US$80 IV. Antena Bazooka para 40m, manufaturado*: US$50 V. Rádio Yaesu FT-857D: US$1500 VI. Fonte marca Montel, modelo MTAC 1226F HAM PLUS: US$250 VII. Baterias (2) marca Heliar de 150Ah: US$250 VIII. Interface digital, manufaturado*: US$10 IX. Adaptador DB9/USB: US$15 * Estes equipamentos não foram encontrados no mercado brasileiro nem em buscas pela internet. Há meios alternativos para conseguir utilizando peças manufaturadas. 21 4.2. Instituições de resposta, responsáveis e contatos Tabela 2. Lista das instituições e responsáveis com contatos. PAÍS INSTITUIÇÃO COER/MDD/Sede PERU INDECI/MDD DEFENSA CIVIL/MDD COED/Pando BOLÍVIA Defensa Civil Pando SENAMHI/Pando BRASIL A.B.T./Pando Defesa Civil Estadual/Acre 5º BEPCIF Epitaciolândia COMDEC Assis Brasil COMDEC Brasileia COMDEC/Rio Branco Unidade de Situação/Acre Unidade de Situação/Acre Unidade de RespostaCBMAC/Acre SEMA - Acre Corpo de Bombeiros Militar CBMAC/Rio Branco RESPONSÁVEL/CARGO Oficina COER Raul Ramos Jefe de COER Jaime Rios Evaluador Frank Cardenas Modulo de Monitoreo William Carpio Ayte Modulo Comunicación Angela Aybar Modulo de Operaciones Sheyla Jeri Modulo de Logistica Ing. W. Gonzales Coordenador Ing. Edgar Caceres Jefe de la Defensa Civil Cap. Nav. Hugo Mendez Queirolo Alberto Ticona Cap. Ing. Franklin Vargas Benitez Tec. Met. Jose Luis Aruquipa Lazo Ing. Jacob Carballo Tirina Cel BM Carlos Gundim Coordenador - Cedec Cap BM Fernandes Comandante Helen Sabrina /Coordenadora Reginaldo Guerra Coordenador TC BM George Coordenador TC BM James Técnico Drª Vera Reis Coordenadora MAJ BM Velasquez Edgard de Deus Secretário Cel BM Flores Comandante Geral TELEFONEWHATSAP 51-82-50-2761 51-955-601-096 51-955-601-029 51-982-329-076 51-955-601-168 51-965-384-887 RPC E-MAIL/SKYPE [email protected] [email protected] [email protected] jrios-logistica-coermdd [email protected] fcardenas-monitoreo-coermdd [email protected] william.carpio.ayte 51-82-50-2761 51-82-50-2761 51-82-571-594 51- 982-618 367 51-82-571-594 [email protected] 00+591+72917639 00+591+72937859 00+591+70546186 00+591+67660044 [email protected] [email protected] [email protected] franklinvargasbenitez@ hotmail.com [email protected] [email protected] [email protected] 00+55+68+99840232 [email protected] 00+55+68+99759740 [email protected] 00+55+68+9984 2119 [email protected] [email protected] 00+591+70333450 00+55+68+99127098 00+55+68+99852018 [email protected] 00+55+68+99289646 [email protected] 00+55+68+99714777 [email protected] 00+55+68+99318457 [email protected] 00+55+68+99850866 [email protected] 00+55+68+99291995 [email protected] 4.3. Levantamento dos Sistemas de Comunicação no Campo 22 A Expedição Trinacional no Rio Acre realizada na região transfronteiriça do MAP, além de propiciar o levantamento de dados e informações sobre a realidade enfrentada pelas comunidades rurais nas áreas consideradas críticas, informações para validação dos mapas de risco e vulnerabilidade e entrevistas com pessoas chaves na gestão da bacia hidrográfica, também possibilitou a identificação das formas de comunicação utilizadas por estas comunidades no caso de uma emergência. A Expedição foi realizada no período de 29 de novembro a 03 de dezembro de 2013 (cinco dias efetivos de viagem), com o percurso de Assis Brasil/AC a Brasiléia/AC, numa distância aproximada de 90 km em linha reta e 185km seguindo o rio. A metodologia para levantamento dos dados de campo foi através do mapeamento georreferenciado de riscos ambientais, entrevistas sobre a percepção destes riscos e meios de comunicação de emergência e validação de mapas de vulnerabilidade. Como resultado deste trabalho, obtivemos o mapeamento georreferenciado de todas as comunidades rurais ao longo do Rio Acre, no percurso de Assis Brasil-BR/BolpebraBO/Iñapari-PE a Cobija-BO/Brasileia-BR/Epitaciolândia-BR, com o diagnóstico da comunicação utilizada em casos de emergências, descrito em detalhes no sistema de comunicação de cada país. Com os dados adquiridos do trabalho de campo foi possível também elaborar o mapa abaixo, indicando a localização das comunidades rurais na bacia do Rio Acre, na Região MAP. Figura 12. Mapa de comunidades no âmbito da bacia do Rio Acre na região MAP. 23 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CETESB. Norma P4.261- Manual de orientação para a elaboração de estudos de análise de riscos. São Paulo, SP. CETESB. 2003. FERREIRA, A.B.H. Novo dicionário da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira. 2ª edição. Rio de Janeiro, RJ. 1988. LIMA y SILVA. Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro, RJ. 1999. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. Recomendação Nº 03/2013. NARDOCCI, A. C. Gerenciamento Social de Riscos. Revista de Direito Sanitário. Vol. 3 – No.1 – marzo de 2002. São Paulo, SP; p.65-78. 2002. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. “Improving Risk Comunication” 1989, 352p. Disponível em: http://books.nap.edu/openbook.php?record_id=1189&page=21. Acessado em: 22.12.2013. OLIVEIRA, Marcos de. Livro Texto do Projeto Gerenciamento de Desastres - Sistema de Comando de Operações/Marcos de Oliveira. – Florianópolis: Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, 2009. 74 p.; 21 cm. RECTOR, M. y NEIVA, E. (org.). Comunicação na era pós-moderna. Editora Vozes Petrópolis, RJ., 1997 REGINA F. POFFO, Iris. Informação e Comunicação de Riscos em Emergências Químicas. SHARADER-FRECHETTE, K. International Conference on Radiation and Society Comprehending Radiation Risk. París (Francia). 24-28 octubre 1994. Editora IAEA, Proceedings Series. p. 167-182. 1994. USINFO.STATE.GOV. Programas Internacionais de Informação. Comunicação para situações de emergência. Disponível em: http://www.embaixadaamericana.org.br/responsible/crisis.htm. Acessado em 22/12/2013. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO. Norma de ativação e execução dos serviços da Rede Nacional de Emergência de Radioamadores – RENER. Disponível em: http://www.integracao.gov.br/web/guest/defesa-civil/cenad/rener/norma-de-ativacao-eexecucao. Acessado em 20/02/2014. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO. Portaria do Ministério da Integração Nacional n° 307, de 22 de julho de 2009. Disponível em http://www.integracao.gov.br/web/guest/defesacivil/cenad/rener/norma-de-ativacao-e-execucao. Acessado em 20/02/2014. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO. Portaria do Ministério da Integração Nacional n° 331, de 7 de agosto de 2009. Disponível em http://www.integracao.gov.br/web/guest/defesacivil/cenad/rener/manual-de-procedimentos. Acessado em 20/02/2014. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO. Manual de procedimentos – RENER. Disponível em http://www.integracao.gov.br/web/guest/defesa-civil/cenad/rener/manual-de-procedimentos. Acessado em 20/05/2014 24 US DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Crises and emergency risk communication 2012 edition. Disponível em http://emergency.cdc.gov/cerc/pdf/CERC_2012edition.pdf. Acessado em 01/05/2014. 25 26