Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009. 1 Sessões

Transcrição

Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009. 1 Sessões
Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Sessões Plenárias Participantes
Principais pontos apresentados ou discutidos
e Painéis
Cerimônia de Abertura, Dia 01 de junho, das 09h00 às 12h00
William Waack
William Wack, jornalista convidado para chefiar a cerimônia de abertura do Ethanol Summit e mediar alguns
debates que ocorrerão ao logo dos três dias de evento, deus as boas vindas aos participantes e anunciou o início do
Cerimônia de
evento que para ele se revestia como marco na história do etanol brasileiro, pois sediaria grandes discussões, com
abertura
a presença de importantes autoridades atuantes na área de energia em todo mundo.
Marcos Jank,
Presidente da UNICA
Adhemar Altieri
Diretor Corporativo da
UNICA
Eduardo Leão de
Souza
Diretor Executivo
Marcos Jank, presidente da UNICA, além de apresentar as boas vindas aos participantes, apontou sua satisfação
em ter apoiado a organização do 2° Ethanol Summit, dois anos depois da primeira edição, realizada em 2007,
igualmente em São Paulo. Disse que o evento ofereceria aos participantes 29 painéis e 6 sessões plenárias, que
tratariam de temas modernos e densos, como a bioeletricidade, a proteção de ecossistemas, o papel do petróleo e
dos biocombustíveis na matriz energética mundial, a tecnologia flexfuel, entre outros.
Agradeceu a colaboração e a presença dos 127 associados da UNICA, dos representantes dos escritórios da
entidade, instaladas na Europa e nos EUA e comunicou o início da implantação do terceiro escritório da Ásia.
Apresentou agradecimentos aos patrocinadores. Apontou que o Brasil é o único país do mundo que mistura 25%
de etanol à gasolina. Hoje, 90 % dos carros brasileiros são flex, o que representa 600 milhões de toneladas de
redução de emissões nos últimos anos.
Lançamento dos Projetos da ÚNICA
Projeto Agora - Projeto de Comunicação da Cadeia Sucroenergética Brasileira
Adhemar Altieri, diretor corporativo da UNICA apresentou o Projeto Agora, que pretende desenvolver
ferramentas de comunicação direcionados a opinião pública e ao governo (formuladores de políticas), com vistas à
fortalecer a imagem do etanol Brasileiro no país e no exterior.
“Temos que ir além da história de que colocar álcool no carro é mais barato”
Projeto de Requalificação de Trabalhadores da Cana-de-Açúcar
Eduardo Leão de Souza, Diretor Executivo da UNICA apresentou o Projeto que terá como objetivo ofertar
cursos profissionalizantes a trabalhadores rurais da cana-açúcar, tendo em vista a crescente mecanização vivida
pelo setor nos últimos dois anos. Para a safra 2008 e 2009
O Projeto pretende treinar e requalificar 7 mil trabalhadores rurais, com cursos direcionados aos
trabalhadores do setor, como:
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-Motoristas e operadores de máquinas
-Eletricistas de colhedoras e caminhões
-Mecânico de colhedoras
-Mecânico de tratores
-Eletricista de tratores
Além disso, há ainda a oferta de cursos direcionados para outros setores, nas seguintes áreas de Hotelaria
e Turismo; Computação; costura; horticultura, artesanato, costura, construção civil e apicultura e reflorestamento.
Élio Neves, Presidente da Federação de Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo-FERAESP,
parabenizou a UNICA pelo Projeto, a ser implementado em conjunto com a instituição que preside, que garantirá
importante aperfeiçoamento os trabalhadores rurais do setor. Disse sentir-se orgulhoso por ter sido um cortador de
cana e de ter podido participar do primeiro acordo coletivo para o corte da cana-de-açúcar no Estado de São
Paulo, na década de 70. Finalmente parabenizou a UNICA e, em especial o seu presidente, Marcos Jank, por ter
possibilitado o estreitamento do diálogo entre os trabalhadores rurais do setor e seus empregadores.
Luciano CoutinhoPresidente do BNDES
O etanol brasileiro é uma das principais contribuições para a sustentabilidade ambiental do país. O esforço em
torná-lo socialmente responsável tem sido fundamental.
O BNDES continua investindo no setor e visa acelerar a análise de projetos submetidos ao banco na área. Desde
2004 foram desembolsados R$ 14 bilhões para o setor sucroenergético e mais R$ 11,3 bilhões estão em curso. São
84 projetos que precisam de financiamento, dos quais 46 estão em andamento e mais 38 no “pipeline”. Destes, 19
estão em perspectiva, apesar das dificuldades estruturais do setor contra investimentos. “O crédito está sendo
destravado”, garantiu Coutinho. A estimativa é de que sejam desonerados R$ 6,5 bilhões neste ano.
O setor sucro-alcooleiro, juntamente com o Governo brasileiro, possui uma extensa agenda pela frente,
considerando a necessidade de construção de alcooldutos, de fazer frente às barreiras ao comércio, bem como
transformar o etanol em uma commodity.
Gilberto KassabPrefeito de São Paulo
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Informou ter recentemente regressado do Encontro realizado em Seul que reuniu as quarenta maiores cidades do
planeta- C40 e que teve como objetivo debater formas inteligentes para minimizar ou solucionar os graves
problemas enfrentados pelas grandes cidades do mundo, como o trânsito caótico e emissões de gases de efeito
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estufa. São Paulo sediará o encontro das C40 em 2014, ano em que a cidade pretende ter todos os ônibus
circulando com etanol.
Apontou que estamos diante de duas graves crises mundiais: a financeira e a do meio ambiente. Para mitigar os
problemas ambientais vividos pela cidade de São Paulo, dezenas de ônibus já estão operando a partir da utilização
do etanol, 62 parques são mantidos pela prefeitura atualmente e o orçamento direcionado a pasta do meio
ambiente foi quadruplicado nos últimos dois anos.
Finalmente, destacou a importância do Leilão de Crédito de Carbono realizado pela BM&F em 2007, a partir da
redução de emissões ocorridas nos dois aterros da cidade. Todo lixo orgânico depositado nos aterros são tratados,
incinerados e o gás metano proveniente desse processo passa por biodigestores que geram energia,posteriormente
utilizada no próprio aterro e, o excedente, vendido para o sistema elétrico. ....
Alberto Goldman
Vice-governador do
Estado de São Paulo
Ao dar as boas vindas aos participantes apontou o interesse direto para o Brasil e para o Estado de São Paulo em
sediar um evento dessa natureza. “O Brasil produz 1/3 do etanol consumido no mundo. No Estado de São Paulo a
cultura da cana-de-açúcar ocupa 31 % do total de terras agricultáveis e é responsável por 60% da produção
nacional.
O fim das queimadas no Estado de São Paulo foi iniciado a partir da assinatura do Protocolo Agroambiental, que
passa a garantir o aumento gradativo da colheita mecanizada em todo Estado. Em 2014 .70% da colheita será
mecanizada, sendo permitido as queimadas apenas em áreas com declividades.
Apontou que o Pro-alcool revestiu-se como proposta ambiciosa para diminuir a dependência dos combustíveis
fósseis. Hoje, como importante fator estrutural do sistema internacional apresenta-se a busca por energia limpa no
mundo.
Alguns desafios foram apontados pelo vice-governador:
-A definição do marco regulatório, pelo poder público e o empresariado, pode estabelecer as bases
importantes para o fortalecimento do setor
-A transformação do etanol numa commodity.
-Combater a desinformação sobre a produção de etanol, ao apresentar e fortalecer a imagem do processo
produtivo do etanol na Europa e em outros continentes.
-As barreiras tarifárias dificultam o maior avanço do etanol na União Européia e nos Estados Unidos. O
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Brasil deve preparar-se para esse embate na OMC.
Antônio LambertucciMinistro Interino,
Secretaria da
Previdência da
República
A cana-de-açúcar hoje é o principal produto do agronegócio brasileiro e uma importante fonte de energia
existente a partir da biomassa. Hoje o poder público e o setor sucro-alcooleiro passam por um rico processo de
negociações, tendo em vista o surgimento de um compromisso nacional para o reconhecimento público das boas
práticas.
A assinatura do Termo de Compromisso pelo Setor em Brasília, dentro de poucos dias, garantirá prazos
diferenciados para o início da adequação às novas regras de contratação de trabalhadores e trabalhadores
migrantes, sendo que para estes últimos ela poderá ocorrer através dos postos do CINE. O mencionado termo
concederá maior transparência na relação entre o empresariado e os trabalhadores e ampliará a capacidade de
diálogo setor-público-empresariado do setor e trabalhadores rurais.
O representante da Presidência retransmitiu, por fim, o convite feito pelo Presidente Lula, para que haja
uma imensa adesão dos empresários ao referido Termo de Compromisso.
Roberto Vellutini –
Vice-presidente do BID
Inicialmente apontou que o Banco apóia projetos de reconversão de mão-de-obra e direcionados para o
fortalecimento dos biocombustíveis.
Atua em quatro grandes áreas:
- Diagnóstico profundo de todo potencial de biocombustíveis na América Latina e Caribe
-Definição de políticas e formas de investir no setor
-Assistência técnica a governos da América Latina
- Fundos de Assistência Técnica
Na Colômbia o BID está financiando um Projeto Piloto que prevê a circulação de ônibus movidos à biodiesel. No
Brasil, através do BNDES, o BID está apoiando 4 projetos, com recursos na ordem de 1 bilhão de dólares.
O Banco também apóia o processo de certificação em curso para os países que futuramente irão requerer.
Finalmente, informou que o BID tem prestado assistência técnica para desenvolvimento do etanol de segunda
geração e que é preciso deixar claro que o Etanol brasileiro não compromete as reservas para a plantação de grãos.
Dallas TonsagerSubsecretário de
Agricultura dos EUA
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Deu as boas vindas aos participantes e agradeceu a UNICA pelo convite. Disse que como produtor rural acredita
na importância dos subsídios agrícolas oferecidos pelo país, tendo em vista a imensa parte do território americano
que sofre com invernos com temperaturas muito abaixo de zero e muita neve. Tais subsídios garantem a
sustentabilidade do setor e a manutenção de preços acessíveis ao consumidor.
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O Brasil, com clima favorável durante todo o ano para a produção agrícola, conta com um grande aliado.
Por fim, apontou que os biocombustíveis tem grandes chances na próxima década, como importante aliado para a
mitigação do aquecimento global.
Paulo Skaf, Presidente
da Federação das
Indústrias do Estado de
São- FIESP
Apontou a existência de vários departamentos da Federação da Indústria de São Paulo-FIESP envolvidos em
debater e promover o tema no âmbito interno e internacional (Conselho Superior do Agronegócio, Departamento
de Relações Internacionais, etc). Ressaltou também a importância do SENAI ofertar cursos profissionalizantes
direcionados ao setor sucro-alcooleiro.
“De acordo com a FAO o aumento da demanda de alimentos no mundo será de 40% e o aumento de demanda por
combustíveis líquidos será de 50%, conforme dados da Agência Internacional de Energia. Diante desse canário, é
preciso desenvolver tecnologia para o aumento da produtividade dos grãos e das fontes necessárias para a
produção dos biocombustíveis, como a cana-de-açúcar. O Brasil e grande parte do restante do continente latinoamericano, parte da Ásia e África reúnem as condições ideais intertropicais para a produção dessa cultura.”
Allan Kardec
Diretor Agência
Nacional de PetróleoANP
Estamos diante de um novo paradigma para o sistema energético mundial. O Brasil tem construído uma solução
há 30 anos para se tornar menos dependente dos combustíveis fósseis, a partir dos esforços do setor sucroalcooleiro e da Academia. O país tem muito o quê falar em termos de energia limpa
Dezesseis por cento de aumento no consumo de etanol neste ano de 2008 demonstram a importante recuperação e
motivo de otimismo para o setor.. É preciso parabenizar os cientistas, os produtores e os trabalhadores do setor e
reiterar a importância de se investir em pesquisa e tecnologia de forma a manter nosso poder competitivo.
O diretor da ANP classificou como “absurdo” as críticas internacionais alegando que o Brasil está desmatando a
Amazônia para plantar cana-de-açúcar. Ao contrário, afirmou ele, o Brasil agora está demonstrando como se faz
para investir em energia limpa. “Em 2008 economizamos de 86% a 90% em emissões de CO2”, citou ele.
Lembrou que em 29 de maio a agência fez um leilão de biodiesel, o primeiro realizado para atender à mistura B4
(adição mínima de 4% de biodiesel ao diesel vendido ao consumidor final), no Rio de Janeiro. Na ocasião foram
vendidos 460 milhões de litros do produto com a participação de 39 unidades produtoras.
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Dilma Russef- Ministra
Chefe da Casa Civil
As questões que formam o tripé do Ethanol Summit:
Segurança Energética
Segurança Alimentar
Sustentabilidade
O evento dará continuidade aos debates iniciados no ano passado, durante o Encontro promovido pelo Governo
Federal, para discutir o futuro dos biocombustíveis, cujas principais conclusões foram:
-O Etanol pode contribuir com o desenvolvimento sustentável de países pobres e emergentes;
- Os biocombustíveis são capazes de reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito estufa
-150 milhões de toneladas de CO2 foram evitados nos últimos anos a partir do uso do etanol.
- Existe falta de apoio político para o fortalecimento dos biocombustíveis no mundo;
O Brasil é referência mundial na produção de sementes, plantas e biocombustíveis. Consumo de Etanol no país já
superou o consumo de gasolina, no que se refere a veículos leves. De acordo com o Plano de Desenvolvimento
Energético, em 2017 o etanol representará 80% dos combustíveis utilizados nos carros brasileiros.
É preciso manter a liderança na produção de etanol de primeira geração e disputar a liderança na produção do
etanol de segunda geração. Para isso o Governo criou a Embrapa Agroenergia Para isso, o BNDES e outros
bancos têm apoiado o investimento direcionado ao aumento da produção de etanol, à co-geração de energia e
modernização do setor. O país tem buscado localizar gargalos e necessidades do setor e agora, com a assinatura do
Termo de Compromisso / Protocolo de Trabalho coloca o país no caminho para o desenvolvimento social. O
setor sucroalcooleiro também sofreu com a crise financeira e por isso a retomada de linhas de crédito para
financiar estoques.
A Ministra chefe da casa civil finalizou seu discurso apontando que o Etanol brasileiro não foi nem será
responsável pelo aumento dos preços das commodities agroalimentares.
Governador José Serra
As questões mais relevantes acerca do etanol só poderiam ser discutidas no Estado de São Paulo, responsável por
2/3 do açúcar e do etanol exportados. A terra e o clima do Estado favorecem a produção, que possui grande peso
para a economia da região. .
O Governo do Estado tem concedido apoio tributário – 12% contra 25% de outros estados- além de investir
recursos expressivos em pesquisas direcionadas ao desenvolvimento de tecnologias que possam contribuir com o
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crescimento do setor. No Brasil, 90% dos carros são flex fuels atualmente, o que tem garantido que 35 milhões de
toneladas de CO2 deixassem de ser emitidos nos últimos anos. Se 10% de etanol passasse a ser misturado à
gasolina de todo o mundo 530 milhões de toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas. .
Parabenizou o Setor, que no Estado de São Paulo, aderiu em peso ao Protocolo de redução de queimadas e ao
Programa de Recuperação das Matas Ciliares. O corte mecânico da cana será permitido apenas em áreas com
declives no Estado de São Paulo, a partir de 2014, 50% da Safra 2008/2009 resultou da colheita mecanizada. Isso
significa 2,3 milhões de toneladas de monóxido de carbono que deixaram de ser emitidas.
Ressaltou a importância da utilização dos resíduos da cana para a produção de energia. 50% da palha já é
aproveitada para a produção da bioeletricidade. Em 2012, o equivalente a 56% do potencial elétrico de ITAIPU
será produzido a partir da biomassa.
No momento em que o mundo é capaz de desenvolver o etanol celulósico, a cana-de-açúcar manterá a sua
distância relativa, tendo em vista sua composição bioquímica.
Presidente Lula
Videoconferência
Por fim, apontou que o Japão pretende adotar 10% de etanol como aditivo na gasolina. Não adota diante da
insegurança no que se refere ao abastecimento. Nesse contexto, o Brasil tem a obrigação de apoiar a expansão do
etanol na América Latina e na África. É preciso lutar pelo aumento da oferta e manutenção de estoques o que
traria alívio à pressão que o petróleo oferece.
Numa apresentação gravada em vídeo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que o Brasil usa só 1% de
400 milhões de terra destinada à agricultura para produzir etanol. “Tem terra no Brasil e África do Sul para
produzir, gerar emprego e fazer disto renda”.
Desde EL Salvador, em visita oficial por ocasião da posse do novo presidente, parabenizou os organizadores do
evento e apresentou as boas vindas aos participantes. Apontou a importância do etanol como combustível para
gerar distribuição de renda e a necessidade de deixarmos para os nossos filhos um legado melhor do que aqueles
que recebemos dos nossos pais, por meio do uso de combustíveis que possibilitem a redução de emissões de CO2.
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Painel – Etanol de Segunda Geração, 01 de junho, das 14h00 às 16h00
Nilson Boeta
Nilson Boeta, Diretor Executivo do Centro de Tecnologia Canavieira, apresentou os participantes do Painel,
Diretor Executivo do
apontando com otimismo o avanço das pesquisada do CTC para a produção de etanol de segunda geração.
CTC
Painel
Etanol de
Steen Riisgaard, CEO
A Novozymes é a segunda maior empresa da Dinamarca. Está entre uma das maiores empresas responsáveis pela
Segunda
Novozymes
conversão da celulose em biocombustíveis.
Geração
Apontou a importante aliança estabelecida entre a Novozymes e a CTC, com o objetivo de desenvolver o etanol
de segunda geração ou celulósico, a partir do bagaço da cana –de-açúcar. A parceria proporcionará um aumento
significativo da eficiência na produção de etanol combustível, além de permitir uma produção mais sustentável a
partir da potencial redução da emissão de gases de efeito estufa, melhor uso da terra. Será através da via
enzimática que o processo de produção do etanol celulósico ganhará viabilidade comercial.
Doug Berven
Diretor POET
A POET realizou parceria com o Departamento de Energia dos Estados Unidos e a Administração do Estado de
Iowa, com o objetivo de projetar e construir uma planta para produção do etanol celulósico a partir do sabugo do
milho, do grão e da palha de milho. A planta terá capacidade para produzir 125 milhões de galões por ano, sendo
25 milhões provenientes de resíduos do milho (palha e sabugo).
Ian Dobson
Gerente de Tecnologia,
BP Biocombustíveis
Realidade atual
Produção
mais
sustentável
Diferentes feedstocks
Diferentes produtos
Possibilidade do amanhã
(o biocombustível ideal)
O Gerente de tecnologias da BP informou que pesquisas tem sido desenvolvidas para o início da produção, em
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escala comercial, do biobutanol, combustível que possui densidade energética mais comparável à da gasolina e é
mais tolerante à água.
Discursou sobre a importância da parceria realizada entre a BP e a DUPONT para produzir biocombustíveis de
segunda geração, em especial o biobutanol. Ele pode ser produzido a partir das fontes já existentes de
biocombustíveis e das fontes celulósicas (resíduos de madeira, cascas, etc). Apontou ainda as parcerias realizadas
com empresas americanas e brasileiras produtoras de biocombustíveis, a exemplo daquela feita com a Veranium
nos EUA e com a Usina Tropical em Edéia-GO, no Brasil.
Ricardo Madureira
O presidente da Canavialis desde 2005apontou o desenvolvimento de novas variedades de cana com mais celulose
Presidente da
e menos sacarose, com vistas a obter redução de custos na hidrólise enzimática no processo de produção do etanol
Canavialis/MONSANTO de segunda geração. Há previsão de se ter uma variedade que permitirá que o valor da biomassa seja triplicado.
Estão também sendo desenvolvidas variedades que possibilitarão o incremento de 15% a 20% de incremento de
sacarose por hectare.
Nesse sentido, o representante da MONSANTO indicou a flexibilidade das espécies desenvolvidas pela empresa
para atender as novas demandas.
Palestra Magna- Dia 01 de junho, das 17h00 às18h00
Palestra Magna
Bill Clinton
Ex-presidente dos
Estados Unidos
Convidado de honra do Ethanol Summit 2009, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton apontou que,.na
avaliação dele, o Brasil precisa estar preparado para produzir combustível renovável de forma sustentável e assim
aumentar sua competitividade no comércio internacional de Etanol. . "Se o mundo resolver ajudar o Brasil e
importar mais etanol para resolver seu problema, poderemos aumentar a devastação da Amazônia".
Clinton foi recebido pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, que em seu
discurso falou sobre as vantagens do etanol e da necessidade de o mundo derrubar as barreiras protecionistas
contra o produto. "A energia limpa deveria circular pelo mundo sem barreiras, como ocorre com o petróleo, que é
finito e caro."
Além de Jank, Clinton foi recebido também por crianças atendidas pelo projeto de Cidades pela Paz, da cidade de
Frutal, financiado pelo Grupo Moema, que lhe entregaram alguns presentes típicos, como artesanatos feitos a
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partir da palha da cana. Em seguida, ele iniciou seu discurso e evitou falar muito sobre as tarifas que seu país
impõe sobre o etanol brasileiro. Por outro lado, bateu bastante na tecla de que o Brasil precisa diminuir o
desmatamento da Amazônia.
Segundo Clinton, o País tem de demonstrar que é possível reduzir as emissões de gás carbônico do mundo sem
provocar danos à sua própria natureza. "O Brasil terá de preparar-se melhor para fazer frente a esse problema
interno, local, para depois buscar contribuir para a resolução do problema global, estando mais preparado para o
debate.”
Ele destacou que 75% da emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa no Brasil decorre da agricultura e
do desmatamento - número que coloca o País em oitavo lugar no ranking de emissões, ao lado de China e Índia.
"Se a importação de etanol aumentar, o País terá de elevar o plantio da cana em áreas de pastagem, o que vai
empurrar a soja e o gado para a Amazônia."
Apesar da crítica, Clinton afirmou que o mundo já conhece o potencial do etanol feito da cana-de-açúcar, muito
mais eficiente que os combustíveis feitos de outras fontes primárias, como o milho, nos Estados Unidos. Por isso,
ele acredita que o Brasil precisa tomar algumas medidas que assegurem a sustentabilidade do combustível. "A
partir daí vocês terão uma aceitação muito melhor no mundo."
O ex-presidente disse ainda que o Brasil pode ser líder mundial na questão da eficiência energética, assim como
fez na produção de energia. "Vocês podem liderar nosso caminho para um futuro melhor", disse Clinton, que
minutos antes havia brincado com a frase do presidente Lula de que "a crise mundial foi criada por homens de
olhos azuis", arrancando risos da platéia.
Clinton cobrou trabalho conjunto entre Brasil e Estados Unidos para o desenvolvimento de um modelo de
agricultura sustentável, que valorize a redução de emissões de gases de efeito estufa e possibilite o crédito de
carbono.
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Sessão Especial The Economist Group: “ Um Debate sobre o combustível do futuro” Dia 02 de junho, terça-feira, das 08h30 às 10h00
Geofreey Carr
Organizado pela The Economist, a Sessão plenária especial teve como objetivo discutir os possíveis
The Economist
combustíveis do futuro. O ponto principal debatido foi a viabilidade do carro híbrido, movido a
Group
Editor de Ciência da The eletricidade e a algum tipo de combustível líquido. Esse será, possivelmente, o carro do futuro.
Economist
“Um Debate
Geofrey Carr deu as boas vindas aos participantes e deu início aos debates.
sobre o
Henrik Fisker
Henrik Fisker realizou um sonho ao desenhar e criar carros menos poluentes.. Já considerado uma lenda
combustível do
Presidente da Fisker
no campo de design automotivo com criações que incluem a BMW Z8, o Aston Martin DB9 e o Aston
Futuro”
Automotive
Martin V8 Vantage, Fisker busca atualmente produzir o Fisker Karma, o primeiro híbrido plug-in de
08h30- às 10h00
luxo do mundo. Fisker começou sua carreira na Alemanha com a BMW. Um de seus trabalhos mais
notórios na BMW incluem o conceito Z07 (apresentado em 1997) e o Z8 (lançado em 1999). Em janeiro
de 2001, Fisker se tornou Presidente e CEO de uma subsidária de design Industrial da Designworks
localizada nos EUA, chamada BMW California. Mais tarde nesse mesmo ano, Fisker levou seu talento
para a Ford Motor, onde ele acumulou diversos cargos importantes como: Diretor de Criação no centro
de design e criação na Ford em Londres, Ingeni; Membro do Conselho Administrativo e Diretor de
Design para Aston Martin; e por fim, Diretor do Estudio de Design Avançado (CAPC) da Ford em
Irvine, California. Outros carros conceito Fisker desenhou durante seu tempo na Ford incluindo o
Lincoln Zephyr. Em 2005, Sr. Fisker e seu sócio, Bernhard Koehler fundaram a Fisker Coachbuild. Em
2007, a Fisker Coachbuild, a LLC e a Quantum Technologies se fundiram e criaram a Fisker
Automotive, a companhia de carros americanos verdes.
Para Fisker o futuro da indústria automobilística passa pelo desenvolvimento de carros híbridos
(eletricidade +biocombustíveis ou combustíveis fósseis)
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Prabahakar Patil,
CEO Compact Power,
Inc
Compact Power, Inc. (CPI) é uma subsidiária da LG Chem, Ltd. Que está desenvolvendo uma bateria a
partir de Lítio ions e polímeros para carros híbridos.
John Melo, CEO
AMYRIS
A Amyris atua no desenvolvimento e comercialização de combustíveis e produtos químicos renováveis de cana –
de-açúcar. A empresa possui uma plataforma de fermentação e tecnologia que permite que as usinas de cana-de-
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açúcar se tornem “biorefinarias” com poucas adaptações, usando a infra-estrutura de produção e distribuição
existente.
Sediada na Califórnia, EUA, a AMYRIS implantou um centro tecnológico em Campinas, onde funcionam um
laboratório e uma planta piloto, para a produção de diesel de cana, combustível para a aviação e produtos
químicos. Uma planta de demonstração será aberta em Campinas ainda em 2009.
Para John Melo, a produção, em larga escala, de carros movidos a bioeletricidade levará algum tempo para se
tornar economicamente viável.Enquanto isso o etanol e os outros biocombustíveis ganharão grande importância
na matriz energética mundial.
Principais conclusões da Plenária
O presidente da União Nacional da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank indagou: “Temos
eletricidade verde suficiente para abastecer todo o mercado, comparado com o biocombustível?” A pergunta foi
feita aos palestrantes da Sessão Especial: The Economist Group, referindo-se ao uso específico de combustíveis
fósseis para geração de energia elétrica, a mesma que seria usada pelos veículos.
Para o CEO da Fisker Automotive, dos Estados Unidos, Henrik Fisker, não é viável passar nem 10% da atual frota
para carros elétricos em curto prazo. Justificou que as usinas elétricas já trabalham com capacidade máxima e
temos que começar a construir usinas de energia limpa: “Não dá nem para sonhar que amanhã vamos dirigir carro
elétrico, devido também ao custo das baterias para armazenar energia.”
O CEO da Compact Power, Prabhakar Patil explicou que o que as células de combustível vão oferecer se baseia
em hidrogênio. A técnica vem sendo examinada e talvez demore 30 anos para se tornar viável. Esclareceu que a
energia para carros a bateria não é uma solução para usar com a tecnologia hoje disponível. Para Patil, o
biocombustível produzido no Brasil deve ser usado, mas não é uma solução sustentável global a longo prazo; pois
outras fontes serão usadas. Ele acha que o carro híbrido faz sentido, mas ainda não existe infra-estrutura e este
tipo de veículo exigirá mais energia do que pode ser gerada hoje.
“Gostaríamos muito de ver uma transformação no mercado. Na Europa, os veículos são 50% a diesel”, disse o
CEO da Amyris, John Melo. O executivo alertou que o diesel da cana-de-açúcar do Brasil pode ser exportado sem
a tarifa extra cobrada pelo diesel, mas caso haja um aumento do volume de exportação e isso for percebido como
uma ameaça, as tarifas subirão. “A propriedade intelectual disto me preocupa”, afirmou ele. “O produto tem que
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ser facilmente identificado e há mecanismos que conferem tal proteção.”
Como desenvolvedor de carros elétricos, Fisker desmistificou a idéia geral de que este tipo de energia não pode
ser aplicada aos veículos grandes e pesados. Disse que sua empresa usou como inspiração os modelos do exército
e que não há problema em fabricar caminhão ou outro veículo para oito passageiros com 7 toneladas e que atinja
facilmente 160 milhas (257,44 Km) por hora. O problema é o consumo rápido da bateria.
O custo da bateria representa 5% de um veículo leve e 30% nos demais, estima Patil, da Compact Power, para
quem a redução de custo, em cinco ou dez anos, acelerará a penetração da tecnologia. Disse que as baterias de
lítio íon são totalmente recicláveis, o que dispensa o uso de aterros e não polui as águas. Além disto, as partes de
cobre e alumínio têm valor comercial e estão sendo montadas operações para reciclagem.
Fisker acredita que os Estados Unidos sairão na frente na corrida para a produção de carros elétricos. Entretanto,
avisa que não é simples como se imagina entrar neste negócio, pois não basta incluir a bateria no motor a
combustão para ter o novo modelo. São necessárias de 3 mil a 5 mil novas peças por veículo, além de muitos
testes cruzados. De uma forma geral, Fisker vê os carros elétricos como uma tecnologia de disruptura, na qual as
montadoras terão dificuldade em se adaptar.
Painel Do Petróleo à Energia: o Etanol como Opção para Empresas Petrolíferas, dia 02 de junho, terça-feira, das 10h20 às 12h20
Do Petróleo à
Plínio Nastari, Presidente da DATAGRO
Plínio Nastari
Energia: o
DATAGRO
EUA consomem metade da gasolina do planeta. A Europa tem como meta incluir no seu pull de combustíveis
Etanol como
10% de biocombustíveis.Nesse contexto será valorizado o biocombustível capaz de reduzir as emissões da gases
Opção para
Ricardo Dorneles
de efeito estufa. O consumo mundial já está em quase 1,8 trilhões de litros de gasolina e 123 bilhões de litros de
Empresas
Representante
biocombustíveis.
Petrolíferas
Ministério de Minas e
Painel 2
Energia
10h20-12h20
Marcos Luttes- Vice-presidente Comercial da COSAN
Mario Lindenhayan
Presidente da BP
Biocombustíveis
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O representante da COSAN vê grandes oportunidades para a produção de energia limpa, a exemplo do etanol e do
biodiesel. Informou sobre a recente aquisição da COSAN, a Esso do Brasil e apontou que para as empresas
petrolíferas, comprar o biocombustível brasileiro feito a partir da cana –de-açúcar se revestirá como a opção
economicamente mais viável.
Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Miguel Rosseto,
Presidente da Petrobrás
Biocombustíveis
Marcus Luttes
Vice-Presidente
Comercial-COSAN
Informou que a COSAN pretende comercializar 2.3 billhões de litros de etanol neste ano e desse montante 2
bilhões na rede ESSO.
“Atualmente a remuneração do açúcar encontra-se 40% maior do que o Etanol, considerando os preços melhores
no mercado internacional e interno. Diante disso, 55% da cana processada pelo grupo está sendo direcionada a
produção de açúcar e o restante para o etanol.”
Ricardo Dorneles- Ministério de Minas e Energia
Contexto Energético Mundial
O planeta ainda é altamente dependente dos combustíveis fósseis, apesar do considerável aumento da demanda
por biocombustíveis. Eles estão na interseção de diversas políticas públicas: sociais, agrícolas, entre outras.
Os riscos para a segurança energética mundial são altos no que se refere ao petróleo e ao hidrogênio, e médios
para a utilização dos biocombustíveis.
“Existirão países ou grupos que, através de um olho amigo, enxergarão os biocombustíveis como um melhorador
do combustível fóssil. Outros, através de um olhar inimigo, enxergarão nos biocombustíveis a possibilidade de
substituição dos combustíveis fósseis e tenderão a estabelecer grandes entraves.”
“Se o etanol está tecnicamente pronto para ser o oxigenante preferencial da gasolina no mercado internacional, o
que tem impedido as grandes companhias de investir no setor. Talvez a necessidade de maior regulação do setor
ou a, ainda, expectativa gerada acerca do etanol de segunda geração, podem ter atrasado os grandes investimentos
por parte grupos petrolíferos.”
Indicou, por fim, que um ano de lucro da BP compraria todo o setor sucro-alcooleiro do país.
Miguel Rosseto, presidente da PETROBRÁS BIOCOMBUSTÍVEIS
O presidente da subsidiária apontou a existência de um cenário positivo para os biocombustíveis, tendo em vista o
aumento da demanda mundial. A empresa passa por um momento de transição, considerando que passará a ser
produtora de etanol e biodiesel e que pretende se tornar uma das cinco maiores players de combustíveis do
mundo.
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Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Disse que o Plano de Negócios da subsidiária pretende assegurar que a produção de etanol seja iniciada em 2009 e
o aumento dos investimentos em pesquisa para o etanol de segunda geração, com o objetivo de preservar o Brasil
numa posição de vanguarda. As diretrizes principais da Petrobrás Biocombustíveis estarão pautadas na busca da
qualidade ambiental e na certificação do etanol. Sua estratégia de venda está direcionada para a exportação do
etanol e não para o consumo interno.
Por fim salientou que a expansão da produção de açúcar e álcool depende do estabelecimento de um marco
regulatório que aponta a expansão prevista de área, as questões ambientais e as normas trabalhistas.
Mario Lindenhayan, Presidente da BP Biocombustíveis
As estratégias da BP Biocombustíveis estão baseadas em três questões importantes:
Segurança energética
Mudanças Climáticas
Desenvolvimento Rural
Em 2020 20% da matriz mundial será formada por biocombustíveis e , em 2050, serão produzidos 2 bilhões de
toneladas desses biocombustíveis. Eles já estão contribuindo para o aumento da segurança energética.
Os investimentos da BP em biocombustíveis já chegam a 1,5 bilhões de dólares, em especial no desenvolvimento
do etanol de segunda geração, a partir da ligno celulose.Anunciou a compra da participação da Usina Tropical, em
Edéia, Goiás, para produção de etanol de primeira geração e a parceria com a DUPONT para a produção do
biobutanol.
Por fim enfatizou que existem grandes diferenças entre os ruins e os bons biocombustíveis e a BP busca investir
nos melhores biocombustíveis. Nesse contexto, o Brasil é a fonte de biocombustível mais amigável para o meio
ambiente.
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Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Sessão Plenária- Biocombustíveis em um contexto global, dia 02 de junho, terça-feira, das 1630 às 18h00
Biocombustíveis Roberto Rodrigues, Ex- Roberto Rodrigues, Ex-Ministro da Agricultura do Brasil
em um contexto
Ministro da
O Etanol já representa uma alternativa diante da crise energética que vivemos. Mostra-se como importante fonte
global
Agricultura do Brasil
energética e como importante forma de mitigar as emissões de gases de efeito estufa. Diante disso, nota-se a
importância de se estabelecer um mercado global. Para que isso ocorra quem precisa fazer o quê? A agroenergia
Lord John Browne,
Diretor Riverstone, Ex- deve assumir um papel de destaque nas negociações da OMC e, a ampliação de seu uso representará uma
mudança significativa na geopolítica mundial.
presidente da BP,
Reino Unido
Lord John Browne, Diretor Riverstone, Ex-presidente da BP, Reino Unido
José Sérgio Gabrielli
Presidente da
Petrobras
Os biocombustíveis têm capacidade de compor a matriz energética mundial no longo prazo. Disse que em razão
da crise internacional o barril do petróleo alcançou uma cotação mínima, mas a que a tendência seria de
recuperação do preço e conseqüente diversificação da matriz no médio prazo, possibilitando a redução das
barreiras.
Do and Dont´s para o setor
Pensar em políticas que evitem o desmatamento e que estabeleçam regras para o uso da terra
Os setores de biodiesel e etanol devem buscar entrar na agenda de prioridades do governo
Buscar gerar mais emprego no setor
Ter uma matriz energética ampliada
Indicar clareza nas práticas para atrair maiores investimentos (Marco regulatório)
Apontou que o mercado mundial de petróleo não era organizado. O aumento da demanda tratou de organizá-lo.
José Sérgio Gabrielli, Presidente da PETROBRÁS
Para o Presidente da Petrobrás, no Brasil, a gasolina tornou-se o combustível alternativo e não adianta produzir
mais para competir com o etanol. "O que temos de fazer é produzir mais etanol." Gabrielli até brincou, sugerindo
que as estações de abastecimento no Brasil não sejam mais chamadas pelos motoristas de "postos de gasolina",
mas sim de "postos de álcool". Previu que, em 2020, a gasolina representará apenas 17% do combustível usado
em veículos de passeio no Brasil, contra 75% do etanol - o restante viria do diesel. Para enfrentar esse desafio, a
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Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Petrobras reservou US$ 2,8 bilhões do seu gigantesco plano de investimento no setor de biocombustíveis. Será
esse o valor gasto pela sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis para comprar blocos acionários em usinas de
álcool e investir em projetos de P&D tanto para o etanol como para o biodiesel.
Apontou que o etanol não poderá crescer se não houver forte intervenção do Estado e que as vendas de etanol no
mundo aumentaram dez vezes nos últimos anos, significando uma mudança geopolítica importante. Disse, ainda,
que os motivadores originais para esse aumento foram segurança energética e atratividade econômica. Hoje
também são considerados os benefícios ambientais.
Para Gabrielle, o consumo do etanol crescerá no mercado internacional não tanto como combustível
isolado, mas como aditivo -- oxidante da gasolina. Nos próximos anos diversos governos tendem a
exigir o aumento dos percentuais de misturas de etanol nos combustíveis fósseis, com vistas a reduzir as
emissões de gases de efeito estufa.
Indicou, durante o debate, que a logística do setor pode deslocar o álcool de um lugar para qualquer
outro do país e que o Etanol possui um futuro glorioso.
Dallas Tonsager, Subsecretário de Agricultura dos Estados Unidos
Apontou a importância do etanol como meio para novos negócios e vetor para o desenvolvimento sustentável, a
partir da redução de gases de efeito estufa. Indicou que 5% da população mundial residem nos EUA, onde são
consumidos 25% da energia produzida no mundo.
“O setor de etano passou por dificuldades nos últimos anos, estigmatizado como grande responsável por
contribuir com o aumento do preço dos alimentos no mundo. A continuidade do etanol feito a partir do milho
depende das pesquisas relacionadas à produção do etanol de segunda geração.
Apontou que o Presidente Obama está aumentando os investimentos para o desenvolvimento de tecnologia para a
produção de biocombustíveis a partir de fontes não alimentares. Empréstimos e subsídios estão sendo
direcionados aos produtores de biocombustíveis.
Indicou, por fim, a importância de se estreitar o diálogo Brasil- Estados Unidos, através da“US Brazil Initiative
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Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
for Biofuels”, para que sejam aceleradas as pesquisas para a produção do etanol de segunda geração.
John Elkington- Co- fundador da SustainAbility
Apontou que as empresas produtoras de biocombustíveis possuem grandes dificuldades para obter bons índices de
sustentabilidade. O etanol brasileiro é economicamente eficiente e pode ser comercializado em escala global, o
que apoiaria a redução da escalada de preço do petróleo
Dow Jones Sustainability Index
Indice criadopela Dow Jones, com o apoio da SustainAbility, com o objetivo de apontar a performance financeira
das empresas líderes em sustentabilidade.
Dia 03 de junho, quarta-feira
Sessão Plenária Etanol Produção Doméstica versos Global, das 08h30 às 10h00
Sessão Plenária
08h30 às 10h00
Produção
Doméstica vs
Global
William Waack,
Jornalista
Adré A. Corrêa LagoChefe do Departamento
de Energia do Ministério
das Relações Exteriores
Bob Dinneen
presidente da Associação
de Combustíveis
Renováveis dos Estados
Unidos (RFA )
Rob Vierhout
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Exportação de etanol, tarifas, abertura de mercados, critérios de sustentabilidade e regras de comércio foram
temas discutidos durante a sessão plenária “Etanol: Produção Doméstica vs. Global”. Representantes do Brasil,
Estados Unidos e Reino Unido defenderam o status quo de seus países. Ficou evidenciado que ainda há um longo
caminho a ser percorrido em busca de um consenso que atenda aos interesses globais e de cada país. Os
debatedores insistiram num convite para que a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) integre uma
recente aliança em prol do biocombustível, mas a entidade declinou.
O presidente da UNICA, Marcos Jank, disse que tal associação só se justificaria se fosse global. A UNICA já atua
em nível internacional. Fora isto, citou Jank, existem duas associações na Europa, duas em prol do milho nos
Estados Unidos e outra de segunda geração. É difícil trabalhar assim, desabafou. Sugeriu uma única associação
que englobe tudo, com todo tipo de matéria-prima e que fale por todos os insumos, da primeira à terceira geração.
“Temos que ter mais cooperação dentro dos diferentes grupos nos países. Aí avançaremos neste processo”,
concluiu o presidente da UNICA.
O conflito de interesses ficou claro durante o debate. Até agora não estão estabelecidos nem critérios de
sustentabilidade. “O governo brasileiro é favorável à sustentabilidade, mas o debate deve ser justo e a
Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Associação Européia de
Bioetanol –E-Bio
Nick Goodall, CEO da
Agência de
Combustíveis
Renováveis do Reino
Unido
sustentabilidade deve ser discutida por todos nós”, opinou André Corrêa do Lago, chefe do departamento de
energia do Itamaraty. Mas o presidente da Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos (RFA),
Bob Dinneen, disse que as regras mudaram no meio do jogo e é impossível investir até entendê-las: “Estamos nos
tornando muito sustentáveis. Qual é a métrica usada para medir o carbono? Esta métrica vai prejudicar a evolução
contínua do setor.”
Para Corrêa do Lago, entretanto, é preciso discutir questões sobre o etanol, no âmbito da OMC, como uma fonte
energética e sair do campo agrícola. Do contrário as discussões não caminharão. São criados critérios tão
complicados, como o uso do solo, difícil de medir, que poderá nem haver produtores, disse ele, acrescentando:
“Isto é feito para acabar com o mercado de etanol como um todo.” O representante da UNICA para a América do
Norte, Joel Velasco, lembrou que o etanol e a gasolina são taxados com imposto quase igual no Brasil e, na
concorrência entre os dois combustíveis, o etanol está quase vencendo em volume de consumo. Quis enfatizar
assim que não é possível competir se o produto não for uma commodity.
Michael McAdams,
presidente da Associação
de Combustíveis
Avançados dos Estados
Unidos
Dinneen disse que o Brasil poderia ajudar os EUA com sua experiência na mistura de combustível, pois os
americanos poderiam usar este composto até em barcos. Lá a mistura só pode chegar a 5% de etanol na gasolina.
“Queremos chegar a 15%. No Brasil vocês põem 25%, e os carros andam!”, surpreendeu-se o executivo. Já o
secretário-geral da eBio (Associação Européia de Bioetanol), Rob Vierhout, admitiu que a indústria européia não
goste de etanol: “A discussão de percentual de mistura é um luxo porque ainda estamos na faixa de 5%.”
Argumentou que primeiro é preciso ter carros flex fuel na Europa para depois aumentar o mercado de etanol.
Joel Velasco,
Representante da
UNICA nos EUA
“Eu era lobista, mas me recuperei. Agora sou regulador”, brincou Nick Goodall, CEO da Agência de
Combustíveis Renováveis do Reino Unido. “Se vocês querem uma força nesta batalha ‘de que o meu é melhor
que o seu’, é importante considerar o combustível renovável para o futuro. Não podemos usar meios termos em
impacto social e ambiental.”
Michael McAdams, presidente da Associação de Combustíveis Avançados dos Estados Unidos, aproveitou a
deixa para pedir que todos falassem com uma só voz. “Uma voz, mas não um cartel que controla o produto de
todos”, retrucou Velasco, da UNICA.
Bob Dinneen, da RFA, sugeriu que o Brasil não abandone o programa internacional devido a barreiras de
proteção, argumentando que o programa americano não é um obstáculo para a entrada do produto brasileiro: “Se
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Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
querem que nos Estados Unidos não tenhamos uma tarifa, os americanos estariam subsidiando o Brasil.”
Na Europa, o mercado de etanol em 2008 foi de 1,5 bilhão de litros ante 3 milhões de litros há três anos, disse
Vierhout, da eBio. Do total de exportações para aquele continente, o Brasil foi responsável por 50%, que lhe faz
considerar o mercado europeu aberto e equilibrado. “A sustentabilidade não está aí para proteger os produtores
europeus”, afirmou ele. “Só queremos que seja sustentável.”
Velasco, da UNICA, admite que seja preciso aumentar o mercado para o Brasil e reclamou que o País pagou US$
500 milhões em impostos para comercializar petróleo, enquanto o produto de origem saudita não pagou nada para
entrar nos EUA. Dinneen, contudo, tentou defender seu país: “Se você pagou US$ 500 milhões em tarifas para os
EUA é porque teve um negócio.”
Painel Alimento X Combustíveis: Dilema ou Dogma, dia 03 de junho, quarta-feira das 10h15 às 12h30
Alimento X
Combustíveis
Dilema ou
Dogma
Weber Amaral, professor
da Escola de Agricultura
Luiz de Queiroz (EsalqUSP)
A produção de combustíveis renováveis não interferiu no aumento dos preços dos alimentos em 2008. Outros
fatores contribuíram para isso, como o crescimento da demanda por alimentos no mundo, a redução dos estoques
mundiais de grãos, elevação dos custos de energia para o transporte de alimentos e seus insumos, barreiras
comerciais e a desvalorização do dólar americano.
Ron Litterer, chairman
da Associação
Americana de Produtores
de Milho (NCGA),
Os debates, mediados por Weber Amaral, professor da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP),
contaram com a participação de Ron Litterer, chairman da Associação Americana de Produtores de Milho
(NCGA), Fabian Delcros, conselheiro da delegação da Comissão Européia no Brasil, Ismael Perina, presidente da
Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul do Brasil (Orplana), e Alexandre Strapasson, diretor de
agroenergia do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Fabian Delcros,
conselheiro da
delegação da Comissão
Européia no Brasil,
Ismael Perina, presidente
da Organização dos
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“Nos Estados Unidos, a produção de milho destinada aos biocombustíveis impactou somente de 10 a 15% os
preços dos alimentos”, observou Ron Litterer. Entretanto, na visão do presidente da Orplana, no Brasil a situação
foi diferente: “Não há nenhuma ligação entre o aumento dos preços dos alimentos e a produção de etanol no País,
pois usamos apenas 1% das terras aráveis para produção de etanol de cana”.
Ethanol Summit, São Paulo, 1,2 e 3 de junho de 2009.
Plantadores de Cana do
Centro-Sul do Brasil
(Orplana),
Alexandre Strapasson,
diretor de agroenergia do
Ministério da
Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA).
“Hoje em dia, somos um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, além de termos duplicado a
produção de grãos na última década”, complementa Alexandre Strapasson. A rotatividade da cultura da cana é um
bom exemplo. Na entressafra, dependendo das condições climáticas, os produtores substituem o plantio por
amendoim ou soja, sem danificar o solo. “Hoje, em torno de 16 a 17% das áreas de cana são reformadas para a
cultura de outros alimentos”, ressalta o diretor do MAPA.
“Por conta da sua extensão territorial e condições climáticas favoráveis, o Brasil tem vocação agrícola
diversificada”, pondera Fabian Delcros, representante da União Européia (UE).
O mito de que a expansão da produção de etanol no Brasil poderá causar o desflorestamento da Amazônia
também foi rechaçado. Atualmente, 90% da produção da cana brasileira se concentram na região Centro-Sul, a 2,5
mil quilômetros da floresta amazônica. O restante das áreas de cultivo se localiza na região Nordeste, a 2 mil
quilômetros do grande bioma.“Perto de 25 milhões de hectares de pastagens degradadas do Brasil estão
disponíveis para a ampliação da cultura canavieira”, explica o executivo da Orplana.
Durante a discussão, os palestrantes também destacaram a importância de se aplicar técnicas sustentáveis na
produção dos biocombustíveis para não comprometer a segurança alimentar mundial. A redução do consumo da
água nos processos industriais foi lembrada por Strapasson como uma ação já em curso no setor sucroenergético.
A reutilização da vinhaça e a eliminação da lavagem da cana são exemplos destas iniciativas.
Por fim, Strapasson indicou a necessidade de o país aproveitar a oferta de financiamentos pelo Banco Mundial e
órgãos das Nações Unidas como a FAO para ajudar na estruturação de setores produtivos de etanol na América
Latina, na África e em outros continentes. Isso contribuiria para a consolidação de mercados locais de etanol.
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