BP investe no Porto de Aveiro

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BP investe no Porto de Aveiro
Este suplemento é parte integrante do Diário de Aveiro - Não pode ser vendido separadamente
Terça-feira, 19 de Setembro de 2006
Director: Adriano Callé Lucas
Director-Adjunto Executivo: Ivan Silva
De 15 em 15 dias
António Comprido, presidente da BP
Portugal considera o projecto estratégico
BP investe
no Porto
de Aveiro
Páginas 8, 9 e 10
Feira «Maison et Objet»
Porcel lança
novas peças
em Paris
Página 7
Mercado inglês
Harrods
recebe
produtos
Senda
Página 6
Actualidade
Ilustração digital
Discussão pública PNPOT
Governo privilegia tecnologia
Fernando Correia e Nuno Farinha vão orientar, a 23 e 24 de
Setembro, uma acção de formação em ilustração digital, na
UNAVE, Universidade de Aveiro. Princípios, métodos e técnicas
básicas do desenho aplicáveis às técnicas digitais e mais adequadas à ilustração no geral (nas suas diversas temáticas e vertentes) são temas em destaque no evento.
O período de discussão pública da proposta técnica do Programa
Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) foi prorrogado até ao próximo dia 31 de Outubro. A página web do PNPOT,
com o endereço www.territorioportugal.pt, mantém-se activa, podendo ser obtidas e preenchidas as fichas de participação, para envio de
observações e sugestões no âmbito da discussão pública.
Duplicar os espaços de acesso gratuito à Internet, criar uma infraestrutura nacional de fibra óptica de comunicações para fins científicos e académicos, promover mais conteúdos e serviços digitais,
adoptar progressivamente comunicações de Voz Sobre IP no ensino público e criar sistemas agrupados de compras electrónicas
integram agora aos objectivos das Grandes Opções do Plano para
2007 que o Governo português aprovou, recentemente.
No Hotel Meliá Ria
Resultados do primeiro semestre
Sol Meliá cresce
85 por cento
Passada a primeira metade de 2006, a Sol Meliá Hotels &
Resorts concluiu, em Agosto, que o seu volume de negócios
aumentou 9,1 por cento (581 milhões de euros), 13 por cento da
taxa EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações de 131 milhões de euros) e 85 por cento em lucro
líquido, ou seja, 50 milhões de euros, em relação ao período
homólogo de 2005.
O indicador de rentabilidade da operação hoteleira, o RevPAR,
revelou que todas as áreas da empresa, incluindo, Europa
(hotéis de negócios e de lazer), América e Sol Meliá Vacation
Club, registaram um crescimento de 6,3 por cento.
Tal crescimento induz esta companhia a manter uma atitude
optimista relativamente aos últimos dias Verão e ao final do ano.
Além disso, há outros factores que indiciam uma época feliz para
a companhia, como o aumento de reservas nos principais mercados emissores, nomeadamente Alemanha, Espanha e Reino
Unido, assim como a ausência de ofertas especiais nos preços
contratados e o crescimento, em 46 por cento, de fortes vendas
fechadas pelo site da Sol Meliá.
Também no primeiro semestre registaram-se consideráveis
aumentos nas vendas por meio do Sol Meliá Vacation Club no
México, República Dominicana e Porto Rico, em 102,2 por cento
(36,3 milhões de euros), com taxa EBITDA de 141,2 por cento
(8,8 milhões de euros).
Para o segundo semestre, esta companhia tem a previsão de,
igualmente, bons resultados no mercado europeu com o lançamento do Sol Meliá Vacation Club, em Espanha.
Como reforço da estratégia de gestão de activos direccionada
à compra de terrenos e imóveis, a Sol Meliá adquiriu 33 por
cento da propriedade do hotel Mallorquino Tryp Bellver, pela
quantia de 3,2 milhões de euros. A companhia passa, assim, a
ser proprietária de 100 por cento do estabelecimento, que possui
384 acomodações.
Ficha Técnica:
Director: Adriano Callé Lucas
Director-Adjunto Executivo: Ivan Silva
Textos: Ana Sofia Pinheiro e Margarida Malaquias
Fotografias: Paulo Ramos e Eduardo Pina
Grafismo e paginação: Isabel Antunes
Telefone: 234 000 031 e Fax: 234 000 032
Email: [email protected]
Coordenação da publicidade: Ivo Almeida
Telefone: 234 000 030 e Fax: 234 000 033
Propriedade de: Diaveiro - Empresa do Diário de Aveiro
Composto e impresso na FIG - Fotocomposição e Indústrias Gráficas, SA
2
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
Wellness Center
e Spa abrem portas
A pensar na saúde e condição física dos clientes, alojados ou não no hotel,
o Meliá Ria coloca à disposição dos aveirenses uma vasta variedade
de serviços de bem-estar. Massagens diversas, tratamentos com várias
finalidades, programas de spa jet são, apenas, alguns exemplos de como
se pode aliviar o stress ou até rejuvenescer, depois de um dia de trabalho
om o intuito de melhorar a
qualidade de vida das pessoas, mesmo daquelas que
não estão alojadas no hotel,
o Meliá Ria abriu as portas do Wellness Center e do Spa, com um vasto
leque de serviços, que através de diversas actividades e tratamentos podem proporcionar algumas horas de
calma, paz e descanso, oferecendo
momentos de prazer e de relaxe. Os
clientes hospedados no hotel beneficiam de um desconto de 50 por
cento na utilização livre do Wellness
Center e de 10 por cento de desconto em massagens e tratamentos.
Conforme as preferências e
necessidades, os clientes podem
optar por diferentes modalidades e
serviços, como a piscina dinâmica e
a piscina, dita normal, onde se realizam as aulas de hidroterapia (por
exemplo, duas vezes por semana,
por 55 euros) e de hidroginástica
(segundas e quintas às 17 e às
19.30 horas ou terças e sextas às
20.30 horas), pelo preço de 50
euros mensais. As diferentes aulas
de grupo, como a ginástica localizada, a ginástica para seniores, a
ginástica de manutenção, o yoga, a
preparação para o parto e alongamentos realizam-se na sala de fitness, existindo, contudo, a alternativa do acompanhamento de um personal trainer, a 25 euros por hora.
C
Momentos de relaxe
Para momentos de relaxe, o Me-
liá Ria dispõe de uma considerável
variedade de massagens (possuindo cinco salas para esse efeito), a
preços que oscilam entre os 30 e os
100 euros – massagem localizada
(terapêutica ou não), massagem
zen (a duas ou a quatro mãos),
massagem sensitiva total, duche
vichy (a duas ou a quatro mãos),
massagem localizada com pedras,
massagem com pedras quentes ou
com pedras de jade, massagem
desportiva terapêutica, shiatsu, tailandesa e massagem cupido (para
duas pessoas).
Conferindo uma sensação de
bem-estar, o Meliá de Aveiro possui «know how» em diversos tipos
de tratamentos, com preços que
variam entre os 70 e os 90 euros:
tratamentos exfoliante, desintoxicante, remineralizante, hidratante,
envolvimento corporal em vinho
ou em cacau. Para o rosto, entre 30
e 60 euros, existem vários tipos de
máscaras: hidratantes, para peles
oleosas, para peles sensíveis e contornos dos olhos.
Programas Spa jet
Nos programas de Spa jet, o
cliente pode optar por um programas de desintoxicação, redução de
stress, rejuvenescimento da pele,
redução de celulite, saúde-energia,
dormir-meditar, tratamento envolvente, tratamento kneipp, cada um
TOME NOTA
pelo preço de 45 euros. Para um
tratamento completo, o Meliá Ria
propõe programas pré-estabelecidos, que incluem várias massagens
e tratamentos, com preços entre 90
e 150 euros.
Há, também, programas com a
duração de um dia, exclusivos para
homens ou mulheres (70 euros), anti-stress (95 euros) e pré-natal (70
euros). Prolongando o programa
para dois dias, há tratamentos de relaxamento total (180 euros) e de
sentidos (220 euros). Possui, ainda,
banho turco, sauna, pilates, sala de
cardio-fitness e sala de relaxamento.
Os clientes alojados no hotel
podem desfrutar de programas
intensivos de beleza, de rejuvenescimento, de boas sensações ou de
duas noites de rejuvenescimento.
Entre as sessões de tratamento e
massagens, o cliente pode fazer
uma pausa para comer uma refeição dietética ou vegetariana, no
coffe shop do hotel.
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Site: www.s elia.ria@solmeliaportu
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e-mail: sp
34 401 001
Telefone: 2
Empreendedorismo
Romper paradigmas
Trabalho em equipa
Colaboradores
A inovação é assumida pela equipa da «inovar·te» como «factor
chave» deste projecto editorial, o que, defendem, «coloca, de
modo automático, a indiscutível necessidade de romper com paradigmas».
Assim, «porque há quem leia não a figura, mas o fundo, poderse-á assumir que se trata de uma questão de arte; a arte de bem
inovar».
De acordo com a direcção da «inovar·te», «não se quer desfazer
nem subestimar o tão aclamado trabalho em equipa mas, acima de
tudo, a leitura é ainda um processo pessoal e semi-privado e a interpretação que dela resulta tem origem num indivíduo, podendo
assumir tantas interpretações quanto o número dos leitores».
A revista «inovar·te», que será lançada dia 29, está aberta à
colaboração de profissionais, professores, estudantes de pósgraduação, investigadores e parceiros editoriais internacionais. No
primeiro número, a publicação conta com a colaboração de
autores aveirenses, designadamente António Moreira e Carrizo
Moreira, docentes na Universidade de Aveiro.
Inovar·te no mercado nacional a partir do próximo dia 29
Inovação é temática central
de revista aveirense
Chama-se «inovar·te» e é o título de
uma revista nacional especializada na
temática da inovação, nascida em
Aveiro e que será lançada no próximo
dia 28, na Universidade de Aveiro
ideia é pessoal, mas
transmissível». Este é
o «slogan» de lançamento da revista
«inovar·te», que embora tenha
uma abrangência nacional, é projecto totalmente idealizado e concebido em Aveiro. O lançamento
oficial desta publicação, cuja
temática se centra na inovação,
acontecerá no próximo dia 28, na
Universidade de Aveiro, e o
primeiro número estará nas bancas no dia seguinte.
Em comunicado de imprensa,
a direcção artística da revista
«
A
salienta que «para além de um
convite à procura da inovação, a
“inovar·te” será imperativa», já
que «a aquisição e leitura deste
periódico indicia uma manifestação de inovação – quem a lê,
está a inovar ou a ser “inovado”».
A forma verbal do título é
propositadamente usada pelos
criativos da revista e especificamente dirigida à pessoa que adquire o novo periódico nacional.
De acordo a direcção artística da
revista, «as formas de encarar a
inovação (as ideias) são pessoais,
mas transmissíveis e é a “embal-
agem” que se cria para efectuar
essa transmissão que eleva e brada
aos céus os valores da inovação».
A inovação é assumida pela
equipa da «inovar·te» como
«factor chave» deste projecto
editorial, o que, defendem, «coloca, de modo automático, a indiscutível necessidade de romper
com paradigmas».
Deste modo, a revista propõese a, como linha de orientação,
seguir com «o critério fundamental» de ser inovadora, «não
apenas no sentido de fazer diferente, mas também no de fazer
melhor sem qualquer obrigatoriedade de seguir estruturas editoriais existentes».
«Na “inovar·te” serão procuradas novas formas de reflectir,
de propor, de perspectivar, de
criar, de gerir, de sistematizar, de
viver a inovação», garante a
direcção da revista em comunicado de imprensa.
Em resumo, a equipa «inovar·te» pretende ser partidária da
inovação enquanto «fenómeno
transversal do desenvolvimento
individual e organizacional».
Na procura de respostas, a
«inovar·te» obedece ao tripleto
«recombinação, mudança e
inovação».
Ainda segundo a direcção
artística da revista, esta publicação dirige-se a indivíduos e a
organizações das mais diversas
áreas, que possuam interfaces ou
interesse na temática da inovação, nas faixas etárias compreendidas entre os 25-65 anos,
designadamente universitários,
gestores e quadros superiores e
intermédios das empresas, empreendedores, investigadores e
tecnólogos.
Neste sentido, a revista está
aberta à colaboração de profissionais, professores, estudantes
de pósgraduação, investigadores
e parceiros editoriais internacionais. No primeiro número, a
publicação conta com a colaboração de autores como Rui Dias
Alves (Innovagency), Rui Falcão (Administrador Edulearn),
Jorge Marques dos Santos
(Instituto Português da Qualidade), Isabel Caetano (COTEC
Portugal), Sérgio Teles (Administrador da ELIDEV), Luísa
Cagica Carvalho e Pedro Do-
minguinhos (Docentes Instituto
Politécnico de Setúbal), António
Moreira (Docente Universidade
de Aveiro), Francisco Teixeira e
Melo (Synectics Portugal), Augusto Medina (Sociedade Portuguesa de Inovação), Casimiro
Gomes e Ana Rodrigues (Dão
Sul), Diogo Vaz Guedes (Somague), Manuel Laranja (Estratégia de Lisboa e Plano Tecnológico), Carrizo Moreira (Docente Universidade de Aveiro) e
José Basílio Simões (Presidente
do Conselho de Administração
da ISA).
Conselho Editorial
(órgão consultivo composto por um conjunto de personalidades relevantes da produção de conhecimento sobre inovação
e da sociedade em geral):
- Carlos Zorrinho
- Diogo Vasconcelos
- Guta Moura Guedes
- João Caraça
- João Paulo Girbal
- João Picoito
- Joaquim Borges Gouveia
- Jorge Alves
- José Félix Ribeiro
- José Miguel Júdice
- Luís Mira Amaral
- Miguel Matias
- Teresa Lago
Ficha técnica da inovar·te
Director – Horácio Piriquito
Direcção de Inovação – Vasco Sousa
Editor – Pedro Ary
Direcção Artística – Catarina Lélis
Design – PontoSagres, Lda - Aveiro
Paginação e produção - Companhia das Cores, Lda - Lisboa
Saiba mais em www.inovarte.net
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
3
Empresas
Prémio Internacional
Feira em Vigo
Infra-estruturas e Frota
A Rui Costa e Sousa & Irmão S.A. esteve presente na XXII
Convenção World Quality Commitment Star Award em Paris,
para receber o prémio internacional de Qualidade e Excelência «The World Quality Commitment Trophy», categoria ouro. Este
evento de projecção mundial, que ocorreu em Maio de 2005,
organizado pela Business Initiative Directions, SA, tem como
objectivo apoiar a difusão da identidade corporativa das empresas galardoadas, beneficiando do prestígio e qualidade que está
conferido à distinção.
De 03 a 05 de Outubro de 2006, o Grupo Rui Costa e Sousa & Irmão
vai estar presente numa prestigiada Feira Internacional de Produtos
do Mar Congelados - CONXEMAR, no parque de Feiras de
Cotogrande, em Vigo. Neste certame de carácter profissional, estão
representados mais de 60 países, 400 expositores e são esperados
mais de 30 mil visitantes.
Para suportar o plano de crescimento estabelecido, foram criados
entrepostos comerciais em locais estratégicos, melhores serviços
de atendimento e foi adquirida uma frota com cerca de 30 viaturas.
Os entrepostos estão localizados em Ílhavo (Julho de 1990), em
Vila Real (Janeiro de 1990), na Lousada (Julho de 1993), em
Famalicão (Julho de 1995) e na Póvoa de Santa Iría e MARL
(Mercado Abastecedor da Região de Lisboa).
Pela World Confederation Of Bussinesses, nos Estados Unidos
Grupo Rui Costa e Sousa & Irmão
ganha prémio internacional
A empresa Rui Costa e Sousa & Irmão,
S.A., com uma unidade de transformação localizada na Gafanha da Nazaré,
em Ílhavo, ganhou dois prémios nos
Estados Unidos da América
empresa que lidera o
mercado português de
transformação de bacalhau foi premiada pela
World Confederation Of Bussinesses com o prémio The Bizz
Awards 2006. Pela primeira vez,
uma empresa nacional recebeu
esta distinção, que tem como
critérios de avaliação a Liderança,
os Resultados e o Sistema de
Gestão. A Rui Costa e Sousa &
Irmão trouxe de Nova Iorque dois
galardões – Master of Business
Leadership e o Master of Business Management.
A empresa, sedeada em Tondela e que tem a sua unidade de
transformação na Gafanha da
Nazaré, tem, ao longo dos 25
anos da sua actividade, apostado
numa «modernização constante
da sua forma de trabalhar, e que
engloba para além dos sistemas
fabris, a Política de Gestão, a Comunicação e a Inovação». Em
A
nota de imprensa, o grupo salienta que este esforço foi agora reconhecido por uma das instituições de negócios mais importantes em todos os países do
mundo, a World Confederation
of Businesses.
A importância deste reconhecimento internacional, já que pela
primeira vez uma empresa portuguesa recebe esta distinção, reforça a linha estratégica da Rui Costa
e Sousa & Irmão, que «há anos a
esta parte tem vindo a apostar na
racionalização dos seus recursos,
na valorização dos produtos que
coloca no mercado e, na melhoria
dos seus resultados operacionais»,
sublinha a empresa, acrescentando
a esses valores empresariais a
«preocupação constante na
Inovação, que levaram a que
tenha desenvolvido a sua actividade para outros sectores, que não
apenas a transformação e comercialização de bacalhau seco».
Solidez empresarial
A solidez da empresa foi
responsável pela atribuição do
Masters of Business Management, e a figura do empresário
Rui Costa e Sousa o motivo da
escolha como Master of Business
Leadership. Recorde-se que a
empresa tem um programa de
internacionalização da sua actividade, estando presente com uma
empresa própria no Brasil, e com
distribuidores em outros países
onde o consumo de bacalhau tem
níveis interessantes. Nesta altura,
prepara-se para alargar a sua
oferta a outros segmentos de
TOME NOTA
mercado, estando neste momento
a proceder a investimentos na sua
produção.
No ano em que comemora o
seu 25º aniversário, a Rui Costa
e Sousa & Irmão, que lidera o
mercado português de transformação de bacalhau, vê assim
reconhecida a sua actividade nos
Estados Unidos, um facto que a
empresa considera «importante
para quem tem um projecto
sério, num sector que sofreu profundas alterações nos últimos
anos, e onde a selecção natural
tem levado a que apenas os operadores credíveis mantenham a
sua actividade».
:
Irmão
e Sousa &
Rui Costa lhoeiros
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Cais dos Ba nha da Nazaré
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G
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3834-90
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Tel: 234
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9
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Fax: 23
[email protected]
E-mail: gera i.pt
cs
Web: www.r
ACIB promove seminário sobre Marketing
A ACIB – Associação Comercial e Industrial da Bairrada
vai organizar, a 27 de Setembro,
na Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, pelas 14 horas,
um seminário subordinado ao
tema «Conhecer e Fidelizar
Clientes – Um Exercício de
Marketing», com o objectivo de
explorar as ferramentas de mar-
4
keting disponíveis para fidelizar
e analisar as novas exigências
dos consumidores.
«Num mercado global e competitivo como o actual, já não
basta satisfazer as necessidades
dos clientes, que são cada vez
mais exigentes», refere o organismo em comunicado, salientando
que, como tal, «há que criar,
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
desenvolver e incrementar relações duráveis e estreitas com os
clientes de uma forma eficiente e
rentável, utilizando estratégias de
marketing».
A ACIB acrescenta que, nas
empresas, mais importante do
que ter uma atitude de preocupação para com os seus clientes, é necessário que elas se-
jam capazes de comunicar essa atitude.
«Apesar dos estudos de mercado, é uma verdade incontestada
que quase 80 por cento dos produtos e dos serviços lançados no
mercado não sobrevivem», sublinha a associação comercial e
industrial da Bairrada, defendendo a importância de «conhecer e
analisar a interacção entre o que
o consumidor procura e as ofertas do mercado».
O seminário, que ocorrerá a 27
de Setembro, irá contar com a
presença de Cidália Neves,
docente do IPAM de Aveiro, que
abordará o tema «Conhecer a
Mente do Novo Consumidor»;
José Almeida, da empresa Ideias
e Desafios, que se debruçará
sobre o tema «Raport – A Arte
de Criar Empatia nas Relações
Humanas»; e Norberto Guilherme, consultor especializado
nesta área, falará sobre «Programas de Fidelização do Cliente». No final, será ainda apresentado o testemunho das Caves
Aliança.
Automóvel
Venda de motociclos
Veículos ligeiros
Veículos Comerciais Ligeiros
Os motociclos de cilindrada superior a 50cc atingiram, em Agosto
de 2006, as 1034 unidades matriculadas, o que representa um
crescimento de 6,7 por cento face ao mês homólogo de 2005, revela a ACAP. Em termos acumulados, a venda destes motociclos
desceu, nos primeiros oito meses de 2006, 2,1 por cento face ao
verificado no ano anterior. Já os motociclos de cilindrada igual ou
inferior a 50cc e ciclomotores registaram, no mês de Agosto, um
total de 621 unidades.
No mês de Agosto, verificou-se uma ligeira subida, de 4,1 por cento
face ao mesmo período do ano anterior, tendo sido vendidos 15.565
veículos, destaca a ACAP. Este crescimento justifica-se pelo facto do
mês homólogo de 2005 ter sido um mês muito fraco em termos de
vendas, devido à antecipação da compra verificada em Junho de
2005, devido ao aumento da taxa do IVA para 21%. Assim, em termos acumulados, foram vendidas, até Agosto de 2006, 181.179
veículos, o que corresponde a uma queda de 5,2%.
O mercado de veículos comerciais ligeiros registou, em Agosto do
corrente ano, um aumento das vendas de 3,7 por cento em
relação a 2005, tendo sido vendidos 3.873 veículos. Segundo a
ACAP, no período de Janeiro a Agosto de 2006, verificou-se um
decréscimo de 5,9 por cento face a igual período de 2005, o que
corresponde a um total de 41.391 unidades comercializadas.
Esclarece ARAN
Sector automóvel
mantém-se em crise
O aumento do IVA no Verão do ano passado levou a que
muitas pessoas antecipassem a compra de automóveis no mês
de Junho, tornando reduzidas as vendas em Agosto.
Por essa razão, as estatísticas demonstram um crescimento
em Agosto de 2006
egundo explicou a
ARAN (Associação Nacional do ramo Automóvel), apesar do mapa de
vendas comparativo (de Agosto
de 2005 e 2006) demonstrar que
houve um crescimento nas vendas de automóveis ligeiros de
passageiros (4,2 por cento) e de
comerciais ligeiros (3,7 por
cento), a realidade é que esses
valores não significam um verdadeiro crescimento de vendas,
dado que o mês de Agosto de
2005 foi, anormalmente baixo,
S
devido às antecipações de decisão de compra que tinham
ocorrido em Junho desse ano,
com o aumento do IVA de 19
para 21 por cento. Além disso, o
acumulado de Janeiro a Agosto
de 2006 foi negativo, em relação
ao ano anterior.
Comparando os dados de 2003
e 2004 com os de 2006, relativos
ao mesmo tipo de veículos, verifica-se que o volume de vendas é
superior nos primeiros anos, o
que prova que os dados fornecidos pela ACAP, apesar de correc-
tos, induzem a erro, transmitindo
a ilusão de que o sector automóvel está em crescimento.
Depois de tiradas estas conclusões, a ARAN conclui que o
sector automóvel está «ainda
longe de inverter um longo ciclo
negativo que tem registado».
Para a resolução deste problema,
a associação sublinha que «é
necessária a recuperação económica do país», assim como,
uma total reestruturação da fiscalidade aplicável ao automóveis
em Portugal.
Saiba mais em
www.aran.pt
ACP Viagens
lança novo site
O ACP Viagens, a agência de viagens do Automóvel Club de
Portugal, lançou, recentemente, um novo site mais completo e
com mais funcionalidades.
Em www.acp-viagens.pt encontram-se todas as ofertas, para
sócios e não sócios, promoções actualizadas, preços de lastminute, pacotes especiais para jovens, reserva de hotéis e outras
informações úteis.
A liderar o mercado português de cruzeiros há quatro anos, o
ACP Viagens aposta também em outros públicos e outras ofertas. Os jovens são um público-alvo e para eles são criados programas especiais com preços muito competitivos.
Viagens exclusivas, cruzeiros, circuitos, reserva de hotéis,
auto-férias, pacotes especiais para jovens, câmbios, meteorologia e sistema de reserva online para hotéis em todo o mundo são
alguns dos serviços disponíveis no novo site.
Desenvolvido pela Optigest, empresa especializada na actividade do Turismo, o sítio da Internet do ACP está ligado on-line
aos operadores parceiros do ACP Viagens, garantindo, deste
modo, a permanente actualização e a qualidade.
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
5
Internacionalizaçăo
Aposta na qualidade
Mercados internacionais
Líder de mercado
Um dos principais vectores do desenvolvimento da Senda é a
qualidade, tendo obtido a certificação de acordo com a norma ISO
9001:2000, em 2002.
Desde há três anos a Senda investe «fortemente» na internacionalização, tendo, de acordo com a empresa, conseguido encomendas
importantes um pouco por todo o mundo, em mercados como
Espanha, Qatar, Oman, Alemanha, Áustria, Chipre, França e
Dinamarca.
A Senda é, em Portugal, «líder de mercado dos sanitários em aço
inoxidável», defende a empresa, salientando que, em 2005, as
exportações duplicaram face ao ano anterior, representando
quase nove por cento do volume total de negócios, que cresceu
27 por cento, no mesmo ano.
Empresa aveirense parte para mercado inglês
Senda presente no Harrods
A empresa
aveirense Senda
está, desde sextafeira passada, a
vender os seus
produtos no
Harrods, em
Londres
esde a passada sextafeira que os sanitários
em aço inoxidável da
empresa aveirense Senda
estão à venda no Harrods, o mais
famoso armazém do mundo, com
mais de um século de história e
que actualmente é propriedade
do egípcio Al-Fayed.
O armazém inglês, que alia o
prestígio nacional e internacional
a uma atracção turística, tem uma
área de vendas superior a 100 mil
D
metros quadrados e 330 departamentos. Assim sendo, o processo
de selecção dos produtos comercializados é «altamente exigente», pelo que a Senda considera
«muito gratificante e prestigiante» ter sido seleccionada para «o
restrito e exclusivo conjunto de
fornecedores do Harrods».
De acordo com nota da
empresa aveirense, a presença da
Senda no Harrods demonstra
que «a aposta no design, soluções inovadoras e na qualidade
do produto é, de facto, a única
forma de uma empresa como a
Senda de competir e vencer no
mercado global».
Refira-se que a Senda, localizada na Zona Industrial de
Taboeira, em Aveiro, foi fundada
em 1995, especializada no desenvolvimento e produção de sistemas sanitários em aço inoxidá-
vel, oferecendo uma gama abrangente de produtos com aplicações em casas de banho de espaços públicos, salas de banho
domésticas de gama alta e equipamento profissional, nomeadamente equipamento hospitalar.
IdeiaBiba estreia Crianças na Lua na Polónia
Estreou, no passado dia 1 de
Setembro, no Manufaktura
(Lodz, Polónia), a primeira missão internacionaldo «Dzieciaki
na Ksiezycu» (Crianças na Lua),
onde irá estar patente até 15 de
Outubro.
A abertura foi, segundo a
Ideiabiba, empresa aveirense
mentora do projecto, «um enorme sucesso», tendo contado,
apenas no primeiro dia de actividade, com a presença de
mais de 400 «candidatos a astronautas» e, numa semana de
actividade, ultrapassaram as
1800 crianças.
Estão previstas diversas acções complementares ao
evento, como a presença do
antigo astronauta polaco - Miroslaw Hermaszewski, e a
estreia do filme «Stacja Kos-
6
miczna 3D» (Espaço Cósmico),
versão IMAX 3D.
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
O evento conta ainda com
novos componentes, como uma
réplica do telescópio Hubble
com quatro
Colecçőes
Solidotel equipa Club de Golfe
História do Design
Propriedade Industrial
A Solidotel ganhou aquele que é, segundo a empresa, «o maior
fornecimento jamais feito por uma empresa do sector da
Região Centro». Trata-se do equipamento do Club de Golfe da
Ilha Terceira, nas Lajes, Açores, no valor global de 550 mil
euros (acrescido de IVA). A empresa aveirense forneceu, em
2005, o novo aeroporto da Cidade da Praia e o Hotel Cosmos,
em Cabo Verde.
No próximo dia 2 de Novembro, será lançado, na ESAD, o livro da
autoria do prof. Bürdek «História, Teoria e Prática do Design de
Produtos», editado pela Edgar Blücher, do Brasil, que estará também
à venda em Portugal. A mesma apresentação será feita, no dia 3, no
Centro Português de Design. Bernhard Bürdek é Professor no
Departamento de Design de Produtos na Escola de Design de
Offenbach am Main, na Alemanha, colaborador permanente da
Revista Form e autor de inúmeros artigos e publicações.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial leva a efeito, nos
dias 2 e 3 de Outubro, no Centro de Congressos de Lisboa, as I
Jornadas de Propriedade Industrial. As inscrições são gratuitas e
on-line, através do e-mail [email protected] ou pela página web
www.jornadas-inpi.com.pt/inscricao_online.
Na Feira Maison et Objet
Porcel lançou novass
peças em França
A Porcel esteve presente na Maison
et Object e lançou novos produtos
para o mercado
empresa Porcel, sedeada
em Oliveira do Bairro,
lançou, na Feira Maison
et Objet 2006, em Paris,
França, algumas decorações, des-
A
ignadamente a «HoundsTooth», a
«Tamarillo» e a «Fusion».
A colecção «HoundsTooth»
utiliza um padrão clássico. As
peças que outrora deslumbraram
em casacos, carteiras, chapéus
são aplicados à porcelana, num
serviço imaginado pela designer
Vanda Semedo.
Já a decoração «Tamarillo», da
autoria de Laura Isola, apela aos
sentidos exóticos e utiliza os tons
vermelho e preto».
«Fusion» é a decoração assina-
da pelo designer italiano Avantgard e que espelha as tendências
do próximo Inverno. O fio condutor de toda a linha passa pela
combinação de cores neutras
com outras fortes e vivas, num
estilo moderno e actual.
Feira Internacional de Cerâmica e do Banho, em Itália
Sanindusa presente
na CERSAIE 2006
A CERSAIE 2006 – Feira
Internacional de Cerâmica e do
Banho, será como habitualmente
o ponto alto do calendário das
feiras internacionais do sector.
Durante cinco dias de exposição, que terá lugar em Bologna – Italia de 26 a 30 de Setembro, profissionais de todo o
mundo terão a oportunidade de
vislumbrar as tendências e propostas apresentadas neste sector e
que surgirão no mercado nos
próximos meses.
Esta exposição ocupa uma
área total de 156.000 m2 e conta
com a presença de cerca de 1.030
expositores de todo mundo.
Mediante a importância desta
feira no panorama internacional,
a Sanindusa irá participar pela 6.ª
vez em mais uma edição deste
certame.
A Sanindusa irá aproveitar a
oportunidade para lançar e dar a
conhecer as suas mais recentes
propostas em termos de produtos.
A empresa espera obter o
mesmo sucesso atingido nos
eventos anteriores.
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
7
Entrevista
Mercado competitivo
Produtos disponibilizados
Mercado de lubrificantes
A BP opera em Portugal há 77 anos e, durante algumas décadas,
e empresa teve de «aprender a viver com o mercado, que inicialmente crescia sistematicamente e com regularidade, de uma
maneira sustentada, evoluindo para um mercado que não cresce e
onde há cada vez mais concorrência, mais operadores e, portanto,
um mercado muito mais competitivo e, consequentemente, com
margens mais baixas». António Comprido salienta que «o mercado, hoje, é, sob o ponto de vista de rentabilidade, menos interessante do que há uns anos atrás».
A BP tenta ser, ao nível dos produtos que disponibiliza, inovadora. O
presidente da empresa salienta que a BP foi inovadora em muitos
aspectos: «a primeira companhia que introduziu em Portugal, há já
vários anos, uma gasolina com baixo teor de enxofre; fomos a
primeira empresa que trouxe uma gasolina sem chumbo; fomos a
primeira empresa que introduziu um gasóleo diferenciado em
Portugal; fomos a primeira empresa que introduziu uma gasolina
com um nível de octana diferente do normal», projectos que, nalguns
casos ditaram sucesso comercial e noutros não.
A BP tem duas marcas de lubrificantes, em Portugal, a BP e
Castrol, que são líderes no mercado. «A Castrol é uma marca,
reconhecidamente líder no mercado, com produtos de elevada
qualidade e suportados por trabalho de investigação bastante
sério», defende o presidente da BP Portugal.
Afirma António Comprido, presidente da BP Portugal, referindo à dependência do mercado petrolífero
«BP está apostada na procura
Qual é a quota de mercado da
BP em Portugal?
A ideia que temos, baseada nos
valores que são publicados pela
Direcção Geral de Energia e Geologia, ronda os 20 por cento. Nos
combustíveis rodoviários, nos comerciais e industriais deve andar
entre os 18 e os 20 por cento; no caso do LPG, o gás de petróleo liquefeito, o mercado é maior, rondando
os 30 por cento, assim como a quota do mercado dos lubrificantes. Já
nos mercados da aviação geral, a
quota de mercado anda na casa dos
17 por cento, nos pequenos aeródromos, com pequenos aviões, já
temos uma quota de mercado perto
dos 50 por cento. Nos lubrificantes
da marinha internacional também
temos uma quota muito significativa, mais difícil de estimar. Em termos globais, neste conjunto de mercados onde operamos, estimamos
que a nossa quota de mercado se
encontre na casa dos 20 por cento.
O mercado português tem sido
aliciante para a empresa?
Até há quatro anos atrás, Portugal foi um país em que o crescimento económico era muito grande
e foi até o segundo país com maior
crescimento dentro da União Europeia, a seguir à Irlanda. Infelizmente, esse ciclo acabou ou, pelo
menos, foi interrompido e hoje passou de «muito bom aluno» para um
«aluno abaixo da média». O mercado dos combustíveis lubrificantes e
o próprio gás acabou por se ressentir disso. Face ao crescimento económico, ainda tínhamos muitos indicadores de conforto e de desenvolvimento, como o número de automóveis por habitante e o número
de casas climatizadas por habitante.
Estávamos abaixo da média europeia, mas estávamos a crescer e
como o crescimento na Europa dos
mercados maduros tinha estagnado,
Portugal continuava a crescer com
taxas relativamente atractivas. Nos
8
António Comprido, presidente da BP Portugal, em entrevista ao DA Economia,
traça as linhas orientadoras da empresa para os próximos anos, bem como adianta
pormenores sobre os novos investimentos previstos para o porto de Aveiro
últimos quatro anos, Portugal ficou
numa situação muito parecida com
o resto da Europa, o consumo estagnou e, no caso dos combustíveis
rodoviários, verificou-se mesmo
um decrescimento no consumo das
gasolinas, nos últimos dois ou três
anos, e o gasóleo, em 2005 e 2006
abrandou, também, o crescimento,
sendo que antes era o único combustível que continuava a crescer.
Qual é, quanto a si, a vantagem competitiva da BP?
Achamos que temos um aspecto
que nos distingue dos nossos concorrentes, com produtos que, em
muitos aspectos, quase que podem
ser considerados «commodities».
Temos de tentar fugir a esse conceito de «commodities» com várias
inovações que temos vindo a introduzir. Pensamos que a nossa grande
força é a força da nossa marca, a
BP, que é, reconhecidamente, uma
das empresas líderes mundiais na
área da energia. Estamos entre as
três maiores companhias petrolíferas do mundo, estamos entre as
maiores companhias do mundo e
estamos, permanentemente, na
«frontline» dos desenvolvimentos
tecnológicos nestas áreas. Ainda há
pouco tempo, assinámos contratos
com a Dupont para o desenvolvi-
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
mento de uma nova geração de biocombustíveis, negociámos um
investimento muito grande do que
vai ser o maior centro de investigação e desenvolvimento na área dos
bio-combustíveis, nas energias
alternativas e no hidrogénio.
Portanto, a BP tem um «brand» que
é muito forte, que as pessoas associam, normalmente, a uma empresa
de vanguarda, do ponto de vista
tecnológico. Somos também uma
empresa que tem fortes preocupações na área da sustentabilidade, o
que significa o respeito pelo ambiente até como gestão estratégica da
sustentabilidade do negócio, porque
obviamente se destruirmos o ambiente não haverá negócio daqui a 15,
20 ou 50 anos e, portanto, temos
essa preocupação.
Para além de que a BP é uma
empresa de grande dimensão.
Exacto. Se olharmos para o mercado português com as últimas alterações que houve nos últimos anos
desapareceram os nossos grandes
concorrentes a nível multinacional.
Hoje, os nossos principais concorrentes, concerteza que existem empresas de dimensão grande, mas
que em Portugal têm uma dimensão reduzida, ao contrário daquelas
que, em Portugal, têm uma dimen-
são grande, mas que são empresas à
escala regional e não à escala global. Isso também nos distingue,
porque uma empresa que tem uma
escala global tem uma capacidade
bastante grande de inovação, de
aprendizagem, de trazer para Portugal novas práticas e novos produtos. Está tudo associado à dimensão
e à imagem da companhia. Outro
exemplo, na área do GPL, fomos a
primeira empresa que introduziu
uma nova garrafa mais leve, 100
por cento em materiais compósitos,
sem aço, baseadas em tecnologias
desenvolvidas nas ciências dos materiais avançados. Portanto, o que
nos distingue, em última análise são
estes dois aspectos, a força de um
«brand» e aquilo que ele representa
por um lado e, em termos mais palpáveis, a capacidade de lançarmos
novos produtos mais desenvolvidas
que vão ao encontro das tecnologias e do avanço tecnológico.
Fazendo parcerias…
Temos vindo a estabelecer parcerias estratégicas quer no domínio
da investigação, para poupar combustível, para reduzir emissões,
para utilizar combustíveis alternativos na área dos bio-combustíveis,
na área do hidrogénio, portanto,
temos com os principais fabricantes
mundiais acordos e temos vindo a
trabalhar com eles no sentido de
contribuir para soluções que possam satisfazer, simultaneamente, as
necessidades das pessoas enquanto
necessidade de transporte, tentando
o menos possível causar impacto
no ambiente. A grande questão é
que o número de pessoas que tem
acesso a esses bens continua a ser
uma fracção muito reduzida e há
muitos milhões ansiosos para poder
aceder. Portanto, o crescimento
potencial do impacto ambiental
resultante desses milhões que face
ao desenvolvimento vão ter cada
vez mais acesso a esses meios, é algo que não pode ser ignorado, não
podemos proibir as pessoas de usar
automóveis pela razão de que os
que já existem já poluem muito. Temos é que encontrar soluções para
ultrapassar esses problemas. A BP
aposta claramente nessa premissa
em conjunto com outros parceiros,
como os fabricantes dos automóveis, a universidade, os governos,
as NGO’s, porque somos apologistas que ninguém sozinho consegue
resolver o problema, mas todos juntos será possível ultrapassá-lo.
As energias alternativas são,
sem dúvida, o futuro desta área
de negócio...
Sim, a nossa posição em relação
a isso é muito clara. Não há, a curto
prazo (duas, três, quatro décadas),
alternativas credíveis aos combustíveis fósseis, no sentido de continuar a proporcionar os níveis de
conforto que temos hoje em dia. É
preciso começar a trabalhar hoje,
porque os resultados só se conseguem a longo prazo. As soluções
alternativas, inicialmente contribuirão de uma maneira modesta, mas
se se conseguirem impor irão ter
um peso cada vez maior no mix de
energia. Hoje, os combustíveis fosseis, entre carvão, gás natural e
petróleo, contribuem para mais de
90 por cento da energia primária
no mundo, mas obviamente que
acreditamos que isto se vai alterar,
a longo prazo. Irão surgir os biocombustíveis, que ocuparão uma
posição importante nos combustíveis para os transportes, quer seja o
etanol, quer seja uma nova geração
de bio-combustíveis que podem
ser misturados com combustíveis
fósseis ou mesmo, de uma maneira
autónoma, poderão suprir parte das
necessidades. O hidrogénio, que
não é uma fonte de energia primária, não existe na natureza como
tal, ou seja, é preciso gastar energia
para o produzir.
O que é que a BP está a fazer
nesse sentido?
A BP está apostada a trabalhar
com a indústria automóvel na procura dessas soluções e também na
utilização do hidrogénio para a
produção de electricidade. Foi lançado, no ano passado, um vasto
programa e foi criada uma nova
divisão autónoma chamada «alternative energy», com orçamento
próprio de cerca de oito mil milhões de dólares, para investir nos
próximos dez anos, para os quais
temos projectos na área do solar
fotovoltaico, na energia eólica, na
área dos bio-combustíveis e na
área do hidrogénio.
Entrevista
Aposta em bio-combustíveis
Energias alternativas
Marca forte
Hoje, os combustíveis fósseis, entre carvão, gás natural e
petróleo, contribuem para mais de 90 por cento da energia
primária no mundo, mas a BP acredita que é um cenário que se
vai alterar, a longo prazo. «Irão surgir os bio-combustíveis, que
ocuparão uma posição importante nos combustíveis para os transportes, quer seja o etanol, quer seja uma nova geração de biocombustíveis que podem ser misturados com combustíveis fósseis
ou mesmo, de uma maneira autónoma, poderão suprir parte das
necessidades», frisa António Comprido.
No que respeita às energias alternativas, a BP «aposta, fundamentalmente, nas fotovoltaicas eólicas, a tecnologia do hidrogénio e os
bio-combustíveis», pese embora existam outras como as marés, a
geotérmica, onde a BP não está neste momento a actuar. O presidente da BP Portugal, em declarações ao DA Economia, salienta
que, nas próximas décadas, a grande fonte primária de energia continuará a ser os combustíveis fósseis, fazendo-se uma utilização
menos agressiva para o ambiente dos combustíveis fósseis.
António Comprido, presidente da BP Portugal, considera que a
marca BP «é muito forte», sendo algo que pode oferecer aos
clientes, que sabem que estão a apostar numa «empresa que tem
por trás não só a tecnologia, como também a qualidade de gestão,
a qualidade de posicionamento face às comunidades e aos governos dos países onde opera, com uma atitude de grande responsabilidade e de grande cooperação».
de soluções alternativas»
Já têm algum projecto?
Temos já dois projectos-piloto a
avançar com alguns parceiros.
Aliás, estabelecemos uma parceria
há muito pouco tempo com a General Electric, para desenvolver tecnologias nesta área. A BP está a associar-se a empresas líderes mundiais nos vários ramos, como a utilização do hidrogénio para produção
de electricidade. Esse hidrogénio
provém de combustíveis fósseis,
sejam eles petróleo ou gás natural.
Feita a separação do hidrogénio e
de carbono, o hidrogénio é consumido para produzir uma electricidade praticamente limpa e o CO2 é
reinjectado na crosta terrestre em
bolsas onde se armazenava petróleo
ou gás natural.
Quais as vantagens desse procedimento?
Este processo, que neste momento ainda está em desenvolvimento, tem uma tripla vantagem.
Tem a vantagem de sequestrar o
carbono em reservatórios naturais e
seguros, evitando que vá para a atmosfera; permite prolongar a vida
das jazidas de petróleo ou de gás
natural, porque ao injectar-se o
CO2 aumenta ou mantém a pressão
hidro-estática dentro dos reservatórios; e torna-se possível retirar quase até ao fim o gás ou o petróleo.
Quando se diz que a jazida esgotou
ainda tem lá muito petróleo, só que
já não tem pressão suficiente para
vir cá para fora. Portanto, ao reinjectar-se consegue-se prolongar a
exploração. Há jazidas no Mar do
Norte onde é possível prolongar-se
a sua vida por dez ou 15 anos, através desta tecnologia.
Qual é a previsão de existência
do petróleo?
As previsões não são precisas,
mas uma coisa é clara, o petróleo é
finito e não infinito. Esta técnica
tem a vantagem de permitir estirar
mais a preços económicos, tendo,
ainda a vantagem da estabilização
da crosta terrestre. Ao se retirar gás
natural e petróleo, as jazidas, por
vezes, sofrem colapsos, provocam
pequenos tremores de terra. Injectando o CO2 estabiliza a pressão e,
consequentemente, estabiliza a
crosta terrestre. São tecnologias em
que a BP está a apostar fortemente,
tem dois projectos piloto a avançar,
está a trabalhar com a General
Electric e com outros parceiros nessa área, trabalhou com a Sonertrack, que é uma empresa argelina no
desenvolvimento da tecnologia, que
já está a sequestrar CO2 há bastante
tempo no deserto do Sahra.
Que investimentos tem previstos para breve?
A BP vai fazendo, paulatinamente, os seus investimentos. Temos em curso uma ampliação da
nossa rede de postos de combustível, exactamente, muito à volta do
acordo que fizemos com a Aenor,
vamos construir sete novos postos
de combustível. Há uma semana,
assinei o contrato para se começar a
construir em Ovar, portanto espero
que dentro de poucos meses haja já
nesta cidade um posto duplo, dos
dois lados da estrada. E outros se
seguirão. Portanto, estamos a investir bastante nessa área e estamos,
constantemente a investir no negócio com o LPG, com o aumento do
parque das garrafas leves, com a
criação de novos postos de distribuição que nos permitem criar a
nossa cobertura nacional. À parte
isso, temos que fazer investimentos
de rotina, para manter os standards
de qualidade e as certificações que
temos nas nossas instalações. Há,
permanentemente, uma necessidade de fazer investimentos. Mas os
mais visíveis e os mais notórios
são, sem dúvida, os do Porto de
Aveiro e este conjunto de postos
nas auto-estradas do norte, assim
como outros postos que temos em
vista, fora dessa zona.
Vai haver aposta em novos
mercados? Internacionais?
Em termos internacionais, o
grupo BP é muito activo. Talvez
tenha sido a empresa petrolífera
mais activa nos últimos anos. A
«join-venture» com a Mobile na
Europa acabou, mais tarde, por ser
desfeita, devido à aquisição, por
parte da BP, da maioria dos negócios, aqui na Europa, que com pequenas excepções absorveu toda a actividade da Mobile em Portugal. A
nossa entrada na Rússia, onde
somos o maior investidor estrangeiro, com a companhia TNKBT, que
é uma «joint-venture» 50/50 por
cento. Na China, temos vários
negócios, na Índia, temos já uma
boa base com o negócio dos lubrificantes, mas estamos também a tentar entrar noutras áreas de negócio.
Em Angola, a BP tem uma posição
muito forte na área da exploração, e
no Azerbeijão. Ainda há pouco
tempo, foi feito o primeiro carregamento de crude que transitou através do «pipeline» do BPC, que traz
o petróleo desde o Cáspio até ao
Mediterrâneo, na Turquia.
É um «pipeline» importante…
É um «pipeline» perfeitamente
estratégico para a garantia do abastecimento da Europa e dos países
ocidentais, tendo sido um consórcio
liderado pela BP que é o principal
accionista e operador. O maior investimento em «pipelines» que se
fez até hoje, no mundo, que é um
trabalho de muitos anos, em que a
BP está bastante desenvolvida, em
colaboração com os governos de
países como o Azerbeijão, a Geórgia, a Turquia. Portanto. A BP era
uma empresa que até há muitos
anos era uma empresa que tinha as
suas áreas de produção centradas
fundamentalmente em duas áreas –
o Alasca e o Mar do Norte e, hoje
em dia, desenvolveu uma série de
novas áreas que a pouco e pouco, já
equilibram a produção, comparada
com as nossas localizações tradicionais e rapidamente ultrapassarão.
Estou a falar em Trinidad e Tobacco, em Angola, nas águas profundas do Golfo do México (na
América do Norte), no Egipto, na
Indonésia e no Azerbeijão. Portanto
são novos «profitcenters», para
além da Rússia, onde também
temos exploração. Diversificámos
grandemente. A BP deixou de ser
dependente de apenas duas bacias e
de duas áreas de produção, para
hoje ter hoje uma implantação universal. Esse é o aspecto na área dos
combustíveis tradicionais, que vão
continuar a ser a fonte de energia
primária mais importante durante
as próximas décadas. E apostámos
nas energias alternativas, nas áreas
que já referi, também aí, por modo
próprio e em parcerias com outros
líderes mundiais nas várias áreas.
Há pouco tempo, fizemos uma
outra aliança estratégica com uma
empresa importante na área da
energia eólica, que é a Clipper, nos
Estados Unidos, que produz turbinas aerogeradores, que a BP vai
absorver.
A criação de uma central nuclear em Portugal está em discussão. Concorda com a instalação
deste equipamento em Portugal?
A BP não está na energia nuclear, contudo, somos muito pragmáticos e achamos que a energia
nuclear também tem um papel a
desempenhar dentro do mix de
energia. Acreditamos que o mix de
energia de energia, nas próximas
décadas, será menos dependente
do petróleo e do gás natural do que
é hoje. Em Portugal, acho que não
devemos ter tabus. É um tema que
deve ser discutido e analisado, em
termos dos recursos, do impacto
ambiental, da rentabilidade económica, avaliar os prós e os contras e
chegar à conclusão que é uma
solução que interessa ao país,
enquanto desenvolvimento, segurança de abastecimento, criação de
riqueza, criação de postos de trabalho. Não tenho absolutamente nada
contra a ideia. Deve ser avaliada
sem dogmatismos e conscientemente ponderada. É uma das energias que o mundo tem à sua disposição, tem inconvenientes graves,
nomeadamente o tratamento dos
resíduos, o desmantelamento das
centrais depois de serem desactivadas, que é um problema que só surgirá daqui a 40 ou 50 anos, mas
que deve ser pensado. Não tenho
qualquer posição de fundo, a favor
ou contra. É uma solução tecnológica que está disponível e, como
tal, deve ser explorada.
Concorda com a liberalização
do mercado dos combustíveis?
A BP move-se num quadro que
acredita numa economia de mercado, pelo que temos que acreditar que os mercados devem ser
liberalizados e só não o deverão
ser temporariamente e se não houver condições para uma concorrência sã e de que todos possam
tirar benefícios. Acreditamos, firmemente, que a liberalização faz
todo o sentido e sabemos que a
liberalização não é a responsável
pela alta de preços. A alta de preços é, exclusivamente, resultado
do aumento das matérias-primas
nos mercados internacionais.
(Continua na página seguinte)
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
9
Entrevista
Novo terminal em 2008
Capacidade de armazenamento
Objectivo
O novo terminal da BP Portugal, com uma área de 50 mil metros
quadrados, destina-se ao armazenamento de gasolina e gasóleo e
terá uma capacidade de cerca de 120 mil metros cúbicos. A BP
Portugal prevê movimentar, em 2008, 480 mil toneladas de carga
anuais, pelo Porto de Aveiro.
Actualmente, a empresa detém uma capacidade de armazenamento
de cerca de 46 mil metros cúbicos na CLC (Aveiras), dois mil metros
cúbicos em Matosinhos e 26 mil metros cúbicos em Nordela
(Açores). Com a entrada em funcionamento do Porto de Aveiro, a BP
irá aumentar a sua capacidade de armazenamento de combustíveis
líquidos para 194 mil metros cúbicos.
É objectivo da BP reforçar a sua posição na Região Centro do
país e, «mais importante, diversificar as fontes de abastecimento»,
sendo que a empresa espera movimentar, com a actual tipologia
de navios que podem movimentar-se no porto de Aveiro, entre
dois a três navios de 16 mil toneladas por mês.
BP Portugal investe no porto de Aveiro
(Continuação da página anterior)
Por quê a aposta no porto de
Aveiro?
Em 1999, fizemos uma análise
das fraquezas e dos pontos fortes e
verificámos que temos um grande
desequilíbrio entre a nossa implementação, a nossa dimensão, enquanto empresa de comercialização
de combustíveis, e a nossa infra-estrutura logística em temos de armazenagem e de distribuição. Este
desequilíbrio foi agravado com a
Expo 98, que nos encerrou duas
instalações, uma em Cabo Ruivo e
outra em Santa Iria, por arrastamento (porque o «pipeline» que a abastecia ficou inviabilizado). É verdade que foi criada a CLC, uma solução de indústria, mas não tem a
mesma flexibilidade, porque quer
Santa Iria, quer Cabo Ruivo tinham
abastecimento por via marítima,
portanto podíamos importar directamente produtos. Também sentimos que a zona Norte e Centro
Norte têm também algum défice
face às naturais limitações da nossa
instalação, em Matosinhos, e também das próprias características do
Porto de Leixões, das dificuldades
que por vezes existem, principalmente nos meses de Inverno.
E então pensaram construir
um novo armazém…
Sabemos que as refinarias nacionais vão continuar a ser a principal
fonte de abastecimento para as operações da BP em Portugal. Mas
achámos que era importante para a
BP, até em termos de diferenciação
de produtos, ter maior capacidade
de importação e de armazenagem
de produtos não dependentes do
aparelho refinador nacional. Explorámos as várias necessidades e
encontrámos a possibilidade do
Porto de Aveiro, que estava em desenvolvimento, tinha criado um terminal petrolífero, tinha negociado
com alguns operadores locais de
alguma dimensão, e conseguimos
um acordo com um desses operadores e adquirir o direito que tinha
concedido e avançámos para o
10
Porto de Aveiro, porque se enquadra bem nessa óptica de complementar a nossa rede.
Numa política de proximidade…
É nessa lógica que o terminal de
Aveiro se integra, dar à BP uma
maior flexibilidade para poder tirar
partido de ser parte de uma empresa
internacional que tem o seu próprio
aparelho refinador, tem um sistema
de trading a nível mundial que é dos
mais desenvolvidos e dos mais
importantes nesta área. Portanto,
comprando às nossas refinarias ou
comprando a outras refinarias,
pode-nos colocar cá produtos com
qualidade diferente, eventualmente,
a preços vantajosos. E, portanto, foi
com o intuito de reequilibrar a
nossa dimensão comercial com a
nossa dimensão logística, que apostámos no terminal de Aveiro.
Qual será a capacidade deste
terminal?
São cerca de 120 mil metros cúbicos, que em princípio, movimentará à volta das 500 mil toneladas
anuais, quando entrar em velocidade cruzeiro. Tem vários tanques de
gasóleos e gasolinas, vai ser um terminal muito evoluído tecnologicamente, portanto com pouca mãode-obra, o que não é muito simpático para a questão da política de
emprego, mas o país não pode
apostar em mão-de-obra intensiva
em todos os sectores, mas sim em
coisas com níveis sofisticados de
alternação. Não fazia sentido estar a
construir um terminal actual com as
tecnologias de há dez ou 20 anos.
E, portanto, o terminal de Aveiro
encaixa muito bem nesta nova
estratégia, quer pela sua posição
geográfica, quer pelas possibilidades que nos vai dar para a criação
de outras alternativas à introdução
de produtos no mercado português.
Quando é que o terminal estará concluído?
Neste momento, ainda não iniciámos as obras, houve algum atraso, porque a BP vai fazer isto com
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
opções mais aberto e, consequentemente, melhorar a nossa posição
competitiva, que é o que pretendemos, além de prestar um melhor
serviço aos nossos clientes e, ao fim
ao cabo, ao país.
um parceiro, especializado na construção e operação de terminais, mas
as negociações não são fáceis, porque envolvem o Porto de Aveiro,
envolvem-nos a nós e envolvem o
outro parceiro. Mas prevemos que
no quarto trimestre deste ano se inicie as obras, o que nos permitiria
operar no início de 2008.
Já houve um atraso... tinha-se
falado em 2007.
Há um atraso, porque as obras já
deveriam ter começado na primeira
metade de 2006 e não começaram,
mas acreditamos que demora 18
meses, desde que se iniciam as
obras até se começar a movimentar
o produto. Se começarmos a fazêlo em Outubro ou em Novembro,
estará pronto em Março ou Abril de
2008. Tudo faremos para antecipar,
mas seremos realistas e, por isso,
não deveremos começar a movimentar produto antes de 2008.
Quando pensam atingir a
velocidade cruzeiro?
Esperamos que seja rapidamente, julgo que poucos meses depois
do terminal estar totalmente operacional estamos em condições de
utilizar o terminal a 100 por cento,
até porque embora seja um terminal
da BP, nada obsta que, pontualmen-
te, não possa servir para outras
empresas retirarem de lá produto,
porque o objectivo é maximizar a
rotação do produto, no sentido de
reduzir os custos fixos.
Até porque é um investimento
bastante grande...
É um investimento significativo,
de 23 milhões de euros, que concerteza que tem de ser rentabilizado.
Qual é a previsão de retorno
financeiro deste investimento e
em quanto tempo?
As taxas de rentabilidade deste
tipo de investimentos nunca são
muito altas. Não tenho os números
exactos do «payback».
Mas em quanto tempo pensa
ter já o retorno financeiro?
As contas para um modelo
financeiro são feitas com um terminal a operar no mínimo durante 25
ou 30 anos.
Mas é estratégico para o desenvolvimento da BP em Portugal?
É importante para o desenvolvimento da BP em Portugal, mas
com um terminal destes nunca
esperamos que se consiga retorno
para pouco tempo depois. Este terminal vai dar-nos um leque de
Na cerimónia de assinatura do
contrato de concessão, falou que
há muito procurava um porto
que servisse a BP e que estivesse
de acordo com o posicionamento
da empresa em Portugal. Qual é
esse posicionamento?
Achámos que, por aquilo que
sabemos do Porto de Aveiro, pensamos que é um projecto também
com uma preocupação de sustentabilidade com uma visão a médio e
a longo prazo, e não apenas de
soluções imediatas. É importante
para a região e é importante para o
país. Portugal não tem tirado tanto
partido quanto deveria do facto de
ter uma costa atlântica, que podia
ser uma porta de entrada para
Europa ou, pelo menos, para a
Península Ibérica. Achamos que
Aveiro entendeu isso, tem bons
acesso por estrada e por caminhos
de ferro, aliás é notável o crescimento que Aveiro conseguiu nos
últimos anos nessa área. Desde
miúdo que conheço Aveiro e, de
facto, não era uma cidade com
muitos acessos rodoviários muito
fáceis. Vias ferroviárias sempre
teve a linha do Norte, que passa lá.
Mas hoje, esses acessos foram
melhorados, nomeadamente com a
auto-estrada 25, que faz a ligação a
Espanha. Achamos que é um porto
pluridisciplinar, porque não está
muito dependente do monoproduto
e, consequentemente, está mais
defendido relativamente a essas
crises e, por todas essas razões, é
um projecto industrial de envergadura, com visão e achamos que
nesse aspecto estamos bem equacionados, para além de Sines, que é
um caso à parte, por ser um porto
de águas profundas. Aveiro é capaz
de... além dos portos tradicionais
de Lisboa e Leixões, que têm dificuldades por estarem em zonas
mais condicionadas. O Porto de
Lisboa está muito condicionado,
porque a descarga de combustíveis
na margem norte do Tejo já foi
proibida há uns anos pelo Governo. O porto de Leixões também
tem os condicionamentos que já
sabemos. O Porto de Aveiro, se
corrigir algumas coisas que tem de
corrigir é um porto que nos oferece
bastantes condições e que se enquadra dentro da nossa lógica.
Em Aveiro, afirmou que este
investimento serve os interesses
tanto estratégicos como operacionais da empresa. De que forma?
Em termos operacionais, porque
temos uma implantação, em termos
de rede de clientes, na zona centro
do país que nos permite minimizar
os custos de distribuição e, consequentemente, melhorámos as nossas margens e temos preços mais
competitivos. No aspecto estratégico, naquela lógica de queremos ter
cada vez mais flexibilidade para
introduzir novos produtos e produtos diferenciados e, assim, sermos
donos das nossas próprias instalações, para podermos definir como
as utilizar. Portanto, dá-nos essa flexibilidade, que se casa muito bem
com o nosso pensamento estratégico que implica que a empresa esteja
sempre à procura de trazer para
Portugal os produtos mais competitivos que conseguir desenvolver a
nível mundial.
Qual é a importância da Região Centro no quadro dos clientes da BP?
Tem bastante importância. As
operações da BP espalham-se pelo
país todo, mas obviamente, todos
sabemos que o litoral, o centro, a
faixa entre Viana do Castelo e Setúbal e o litoral algarvio são as zonas
mais densamente populadas, com
maior crescimento e com maior
actividade económica e, portanto,
Aveiro encaixa perfeitamente dentro dessa zona, que é uma zona bastante importante para nós, até porque tem vários pólos de desenvolvimento importantes, tal como
Coimbra, Leiria, Viseu, Guarda.
Construçăo Civil
Torre dos Clérigos
Gestão de empreitadas
Seminário debate CAP’s
Uma tela gigante da cerveja Sagres Bohemia reveste, desde o
passado fim-de-semana, os trabalhos de restauro da Igreja e Torre
dos Clérigos, no Porto, no âmbito de um protocolo de mecenato
que a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas estabeleceu com
a Agência para Modernização do Porto ao abrigo do Programa
«Porto com Pinta». A empreitada será financiada pela Direcção
Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais e pela SCC.
O ITIC - Instituto Técnico para a Indústria da Construção vai promover
um seminário subordinado ao tema «Gestão de empreitadas e o tratamento da revisão de preços», que terá lugar nos dias 16 e 17 de
Outubro, em Lisboa. O seminário destina-se a empresários, donos de
obra, directores de obra, técnicos de fiscalização, técnicos administrativos e colaboradores de empresas ou de entidades promotoras de
empreitadas, com intervenção na elaboração e/ou apreciação de orçamentos, propostas, adjudicações, contratos, facturação, revisão de
preços e, particularmente, na gestão das empreitadas.
A AECOPS - Associação de Empresas de Construção e Obras
Públicas vai promover um seminário sobre revalidação de alvarás,
no próximo dia 29 de Setembro, na Batalha, no âmbito da FEMOP
- Feira de Máquinas e Equipamentos para Construção Civil e
Obras Públicas. Inserido no certame, que irá decorrer de 28 de
Setembro a 1 de Outubro, no recinto da Exposalão, na Batalha, o
seminário conta com a participação do IMOPPI e debaterá temas
relacionados com os CAP´s, quadros técnicos e indicadores financeiros na revalidação dos alvarás para 2007.
No sector da Construção Civil e Obras Públicas
«Os próximos meses
terão de ser de acção»
Em resposta à prolongada crise que
está a ser sentida
no sector da construção civil e
obras públicas, a
AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras
Públicas), assegurou que «os
próximos quatro
meses serão decisivos para o futuro
do sector da
construção»
ace à crise instalada no
sector da construção civil e
obras públicas, com uma
quebra acumulada de mais
de 20 por cento desde 2002, a
AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e
Obras Públicas) revelou que, decorridos os primeiros oito meses
de 2006, a situação agravou-se,
adiando-se a tão esperada retoma.
Desta forma, a associação sublinha
«que é necessário que o mês de
Setembro signifique o arranque de
um novo ciclo e que até ao final do
ano sejam dados os passos necessários para uma actividade que,
reconhecidamente, é fundamental
para combater o desemprego e
gerar riqueza».
Para a AICCOPN, esta situação
é «algo de insustentável e que não
pode continuar a ser ignorado pelo
poder político», sendo necessário
F
um maior e melhor investimento
público, além de projectos ambiciosos que passem, realmente, do
papel para a prática.
«É fundamental dar um novo
alento ao sector da construção e
dotar o país das inúmeras infraestruturas de que continua carente», existindo a necessidade de
investimento em melhores estradas, nos portos, numa melhor rede
ferroviária, a conclusão e modernização das redes de captação e distribuição de águas e de saneamento, sendo igualmente importante a
construção de melhores escolas,
hospitais e tribunais, sempre com a
preocupação ambiental.
Promover
investimento público
No entender da AICCOPN, o
orçamento de Estado para 2007
«tem de ser capaz de promover o
investimento público que o país
exige e necessita». Além disso,
defende que há a necessidade
«uma administração pública mais
ágil e eficiente, de menos burocracia e celeridade nas decisões, de
melhores e mais adequadas leis».
Em resposta ao lançamento do
anteprojecto do Código dos
Contratos Públicos, por parte do
Governo, a AICCOPN refere que
«mais do que a sua aprovação em
Na primeira metade do ano
Liberty Seguros cresce 29,5 por cento
Feitas as contas relativamente ao primeiro semestre de 2006, a
Liberty Seguros atingiu os 88.870 milhares de euros, sendo 70.618
referentes ao ramo «Não Vida», mantendo-se a seguradora na
mesma posição no ranking nacional. O mesmo ramo conseguiu
uma taxa de crescimento de 5,1 por cento, o que representa um
crescimento considerável, face ao mercado, que se fixou nos 0,8
por cento.
A taxa de sinistralidade «Não Vida» manteve-se, praticamente,
constante, atingindo os 71,6 por cento, apenas com um ligeiro
crescimento de 0,7 por cento face ao período homólogo.
Centrando-se no «core business» da companhia (particulares e
pequenas e médias empresas), o produto automóvel chegou aos
42.015 milhares de euros, representado um crescimento de sete
por cento face ao mesmo período do ano anterior. Estes resultados
demonstram a aposta da multinacional no produto automóvel, visto
que o mercado apresentou um ligeiro crescimento de 0,2 por cento.
Outubro próximo, impõe-se que o
Governo analise os diferentes contributos apresentados para que o
diploma final permita salvaguardar
o interesse de todas as partes: empresas e donos de obra pública», o
que significa a sua adequação à
realidade e às necessidades do sector e a criação, por exemplo, «de
um eficaz mecanismo de salvaguarda contra a prática de preços
anormalmente baixos».
Acrescentou que é, igualmente
fundamental, «o combate aos atrasos nos pagamentos por parte dos
donos de obra pública, bem como
um apoio efectivo à internacionalização do sector, através de apoios
e incentivos fiscais e de uma diplomacia económica activa que permita, nomeadamente, ultrapassar
as dificuldades de acesso das empresas portuguesas ao mercado espanhol», uma vez que em Espanha
as empresas não têm qualquer dificuldade em actuar em Portugal.
Segundo a AICCOPN, os últimos meses do ano serão decisivos
para a reabilitação urbana, na
medida em que «a nova lei das
rendas, não será, pelo menos só
por si, a alavanca necessária».
Apenas com a ajuda de incentivos, o investimento no país será
retomado, explica a associação,
que sublinha que «há muito para
construir, reconstruir e reabilitar».
Adiantou, ainda, que «se as reformas necessárias avançarem com
celeridade, se o país recuperar a
confiança, as empresas saberão dar
a resposta adequada fazendo da
construção um instrumento capaz
de impulsionar» a economia e fazer de Portugal um país melhor,
mais moderno, mais competitivo e
com uma maior qualidade de vida.
TERÇA-FEIRA, 19 de Setembro de 2006
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