Circular nº 2

Transcrição

Circular nº 2
ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Circular nº 16
11. 11. 09
VINHA
FLAVESCÊNCIA DOURADA
Está em fase de conclusão a recolha
de amostras para a prospecção da evolução
geográfica da doença.
A divulgação dos resultados irá ser
feita como nos anos anteriores.
Nesta altura do ano ainda são visíveis
os sintomas de ataque desta doença, que se
manifestou por uma enorme quebra de
produção e na fase terminal um muito fraco
atempamento ou amadurecimento das varas
e a morte das cepas mais atacadas. Perante
a presença destes sintomas, recomenda-se
que comunique a situação ao técnico da
Associação de Produtores a que pertence ou
aos serviços do Ministério da Agricultura,
para o esclarecimento de eventuais dúvidas.
As cepas que apresentarem estes
sintomas devem ser arrancadas.
As videiras mortas por Armillaria
devem
ser
arrancadas,
retirando
cuidadosamente todos os restos das raízes.
As covas devem ser deixadas abertas, de
forma a permitir a acção desinfectante dos
raios solares.
Fig. 1 - Sintomas de esca em folha de videira
Consulte a Ficha técnica nº 55
Consulte a Ficha técnica nº 9 (nova série)
ESCA E PODRIDÃO RADICULAR
Na Região de Entre Douro e Minho, é
frequente a presença de sintomas de
ataques de esca e de podridão da raiz
devida a Armillaria melea.
Devem ser arrancadas e queimadas
as videiras mais afectadas pela esca ou já
secas. Pode-se tentar regenerar, através de
operações de poda, as videiras que
apresentem ainda poucos sintomas.
Fig. 2. - Carpóforos (cogumelos) da Armillaria,
que aparecem depois das primeiras chuvas do
Outono na base do tronco das plantas afectadas.
Consulte a Ficha técnica nº 102
DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO
ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846
4460 – 281 SENHORA DA HORA
Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected]
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MEDIDAS DE PREVENÇÃO DAS
DOENÇAS DO LENHO, NA VINHA,
DURANTE A PODA
 Podar com tempo seco e sem vento.
 Podar as videiras doentes em último lugar.
 Desinfectar os instrumentos de poda com
lixívia.
 Evitar abrir feridas ou fazer cortes de grande
superfície nos ramos mais grossos.
 Não fazer cortes rentes, cuja cicatrização
provoca a formação de “rolhões” para o interior
do tronco, que dificultam a circulação da seiva.
 Proteger as feridas da poda maiores, com
pincelagem de uma pasta fina fungicida, com
unguentos de enxertia ou betume industrial.
 Cortar, tanto quanto possível e queimar as
varas que apresentem sintomas de esca e de
escoriose.
 Não acumular lenha de poda nos arredores
das vinhas, deixando-os aí durante o Inverno,
pois constituem importantes focos de infecção de
doenças do lenho.
POMÓIDEAS
CANCRO EUROPEU
Para evitar contaminações de cancro a partir
das feridas da poda, deve realizar esta operação
quando o tempo decorrer seco, evitando também
as contaminações de doenças do lenho.
A seguir à poda, em pomares onde o cancro
exista, recomenda-se a realização de nova
protecção com um fungicida que contenha
cobre.
PULGÃO LANÍGERO
Durante o Inverno, podem ser tomadas
diversas medidas para reduzir as populações de
pulgão lanígero: corte e queima de rebentos
ladrões infestados e de ramos fortemente
infestados; aplicação de um óleo mineral.
Consulte a Ficha técnica nº 51
RATOS NOS POMARES
Em solos com boa drenagem, localizados
junto de cursos de água ou com abundância de
água de rega, dá bom resultado fazer o
alagamento dos pomares infestados por ratos,
durante o Inverno, como meio de combater esta
praga. O alagamento deve ser feito em períodos
curtos (1 a 2 horas), de modo a não matar as
árvores por asfixia das raízes.
Para ser eficiente, o alagamento deve
ser repetido duas ou três vezes durante o
Inverno. A água invade e destrói as galerias e
ninhos dos ratos e as reservas alimentares aí
acumuladas, obrigando-os a abandonar
pomares e matando parte deles.
os
Fig. 3 - O rato mais vulgar nos pomares é o rato
toupeira (Microtus sp.). (Cauda curta, cabeça pouco
distinta do corpo, olhos pequenos, orelhas curtas e
ocultas na pelagem).
Pode fazer-se em macieiras, pereiras e
laranjeiras. O alagamento também se pode fazer
em pomares de pessegueiros, mas com água
sempre corrente e de forma rápida, procurando
conduzi-la para as entradas das galerias dos
ratos. É preciso ter em conta que os
pessegueiros asfixiam rapidamente quando
alagados (em pouco menos de meia hora).
A manutenção do pomar com um
enrelvamento apenas na entre-linha e com a
linha limpa de ervas, constitui uma protecção
contra os ataques de ratos nos pomares.
CITRINOS
MÍLDIO OU AGUADO
A frequência com que normalmente
ocorrem períodos de tempo chuvoso, pode
favorecer ataques aos frutos, provocados por
esta doença.
Quando atacados, os frutos (laranjas
limões tangerinas, etc.) apresentam na zona
atacada uma mancha descorada, como que
oleosa, acompanhada de uma podridão húmida e
mole, podendo, na presença de humidade,
cobrir-se
de uma
pubescência
(“bolor”)
esbranquiçada. Com tempo seco, a casca dos
frutos na zona atacada torna-se elástica e
ressequida, de cor castanho pardacento,
formando uma podridão seca. Na presença de
humidade, os frutos caem, podendo favorecer a
entrada de outros fungos exibindo por exemplo
um bolor verde.
O cheiro dos frutos com míldio é de um
acre característico.
Os tratamentos devem ser feitos
preventivamente, com um fungicida à base de
cobre ou de fosetil-alumínio (ALIETTE FLASH;
ETYLIT Premier; FOSBEL 80 PM; ALFIL).
A utilização de calda bordalesa pode
ajudar a proteger as plantas da acção de geadas
ligeiras.
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 Cortar e eliminar todas as partes afectadas.
NESPEREIRA DO JAPÃO
 Aproveitar a rebentação sã para reconstruir a
planta, no caso de a doença ter afectado uma ou
mais pernadas.
PEDRADO
Ao preverem-se condições de tempo
húmido e chuvoso, recomenda-se a realização de
tratamentos com produtos à base de cobre
(hidróxido, oxicloreto ou sulfato), desde o fim
da floração até à fase inicial de desenvolvimento
dos frutos. A seguir a esta fase e até à mudança
de cor dos frutos do verde para amarelo, podem
ser utilizados produtos à base de dodina
(SYLLIT 400 SC, SYLLIT 65 WP, DODIVAL),
folpete (FOLTENE, FOLPAN 80 WDG, FOLPETIS
 Desinfectar os utensílios de poda após ter
podado plantas doentes.
 Arrancar e queimar as plantas secas.
 A madeira da poda das plantas doentes deve
ser separada e queimada.
(Consulte a ficha técnica nº 19 – nova série em
http://www.drapn.pt ).
PRUNÓIDEAS
WG, AKOFOL 80 WDG, FOLPAN 50 WP, FOLPEC,
FOLPEC 50 AZUL, BELPRON F-50, FOLPEC 50,
AKOFOL 50 WP, ORTHO PHALTAN, FOLPAN 500
SC) ou zirame (THIONIC WG, ZIDORA AG,
CANCRO BACTERIANO,
LEPRA, CRIVADO E MONILIOSE
ZICO).
O cancro bacteriano é uma doença
provocada por bactérias e que se manifesta
numa fase inicial pela presença de feridas, às
quais as prunóideas normalmente reagem com
a produção de uma goma ou resina. A
evolução destas lesões, se não forem tratadas,
pode
atingir
grandes
dimensões,
principalmente quando se desenvolve no tronco
ou nas pernadas.
A susceptibilidade aos ataques do cancro
bacteriano varia com a localização do pomar e
com a combinação porta enxerto/variedade.
Os tratamentos contra esta doença devem
ser preventivos, posicionando-se o primeiro no
início da queda das folhas, o segundo a meio e
o terceiro no final da queda. Para estes
tratamentos estão recomendados produtos à
base de cobre.
ACTINIDIA OU KIWI
ESCA DO KIWI
Esta doença já se observa em pomares
mais antigos.
Não são praticáveis outros meios de luta
senão os culturais e preventivos.
A
doença
manifesta-se
com
o
aparecimento precoce de necroses nas folhas,
entre as nervuras. Por vezes segue-se uma
queda de folhas também precoce e os frutos das
partes atacadas param o crescimento e acabam
por cair. Os ramos e varas das partes atacadas
também param o crescimento e acabam por
secar.
As plantas que apresentaram estes
sintomas devem ser marcadas, para mais tarde,
durante a operação da poda, receberem um
tratamento mais cuidado, em relação às plantas
sãs e que consiste no seguinte:
FORMULAÇÕES DE COBRE HOMOLOGADAS PARA CADA ESPÉCIE DE PRUNÓIDEAS
DOENÇA
PRODUTO
cobre (hidróxido)
cancro
bacteriano
Cerejeira
Pessegueiro
crivado
lepra
moniliose
Ameixeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
Ameixeira
Pessegueiro
Ameixeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
cobre (oxicloreto)
Cerejeira
Ameixeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
Ameixeira
Pessegueiro
Ameixeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
cobre (sulfato)
Cerejeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
Pessegueiro
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
cobre (sulfato de cobre e cálcio - mistura
bordalesa)
cobre (sulfato (tribásico))
-
-
Pessegueiro
-
Cerejeira
Pessegueiro
Ameixeira
Cerejeira
Pessegueiro
Ameixeira
Pessegueiro
Ameixeira
Cerejeira
Damasqueiro
Pessegueiro
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TUBERCULOSE OU “RONHA”
OLIVEIRA
(Pseudomonas
OLHO DE PAVÃO
Recomenda-se o tratamento durante o
Inverno contra esta doença, que pode provocar
uma desfoliação grave das oliveiras, com um
produto à base de cobre (hidróxido, óxido
cuproso, oxicloreto, difenoconazol). Na
Primavera deve ser aplicado zirame.
Fig.4 – sintomas de olho de pavão em folha de
oliveira.
(Consulte a ficha técnica nº 19 – nova série em
http://www.drapn.pt ).
Durante o Inverno
► Remover os nódulos, retirando os ramos que
os suportam
► Desinfectar as feridas de poda e de cortes
com uma pasta (250 gr sulfato de cobre + 250 gr
de cal e 3 litros de água)
►Iniciar a poda nas árvores sãs e desinfectar as
ferramentas de poda com lixívia
► Queimar a lenha de poda.
Fig. 5 – Tumores provocados pela tuberculose em
raminho de oliveira
Sensibilidade de variedades de Oliveira a diversas doenças
Sensíveis
Medianamente sensíveis
Pouco sensíveis
Doença
gafa
olho-de-pavão
cercosporiose
tuberculose
oliveira
savastanoi)
da
Galega, Bico de Corço,
Maçanilha, Cordovil de
Castelo Branco, Conserva de
Elvas, Cornicabra,
Carrasquinha, Redondil
Gordal, Madural, Arbequina
Cobrançosa, Negrinha,
Picual, Verdeal Alentejana,
Blanqueta, Azeiteira,
Carrasquenha
Picual, Cornicabra, Cordovil
de Serpa, Negrinha, Madural,
Redondil, Carrasquenha de
Elvas, Maçanilha, Conserva
de Elvas
Gordal, Cobrançosa
Galega vulgar, Cobrançosa
Não existe informação para
variedades portuguesas
Gordal, Cobrançosa
Galega vulgar, Cobrançosa
Galega vulgar, Cordovil de
Serpa, Carrasquenha, Bical
de Castelo Branco,
Blanqueta, Maçanilha,
Verdeal Transmontana
Blanqueta, Santullana,
Gordal, Negrinha
Redondil, Cobrançosa,
Galega, Cordovil de Castelo
Branco, Blanqueta de
Badajoz, Picual, Galega
Grada de Serpa
Fonte: Laura Torres (coord.), Manual de Protecção Integrada do Olival, Viseu, 2007
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