UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA SAÚDE-ACBS
CURSO DE ENFERMAGEM
Daniela Pereira da Cruz
Kíssila do Carmo Pinho
Sarah Fabri Chaves
Rafaella Ferreira de Oliveira
FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE:
Uma revisão da literatura
Governador Valadares
2009
DANIELA PEREIRA DA CRUZ
KÍSSILA DO CARMO PINHO
SARAH FABRI CHAVES
RAFAELLA FERREIRA DE OLIVEIRA
FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE:
Uma revisão da literatura
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do grau de bacharel em
Enfermagem, apresentada à Faculdade
das Ciências da Saúde-FACS da
Universidade Vale do Rio Doce–
UNIVALE.
Orientadora: Prof.ª Ms. Ana Carolina de
Oliveira Martins Moura.
Governador Valadares
2009
DANIELA PEREIRA DA CRUZ
KÍSSILA DO CARMO PINHO
SARAH FABRI CHAVES
RAFAELLA FERREIRA DE OLIVEIRA
FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE:
Uma revisão da literatura
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do grau de bacharel em
Enfermagem, apresentada à Faculdade
das Ciências da Saúde-FACS da
Universidade Vale do Rio Doce–
UNIVALE.
Governador Valadares, _____ de ______________ de_____.
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Examinadora: Profª Enfª Denise Dias Cardoso
Universidade Vale do Rio Doce
____________________________________________
Examinadora: Profº Enfº Carmem Rita Augusto
Universidade Vale do Rio Doce
____________________________________________
Examinador: Profª Enfª Ana Maria Germano
Universidade Vale do Rio Doce
Dedicamos este trabalho a todas mulheres... guerreiras,
sensíveis, por vezes oprimidas. Mulheres que são mães,
que com carinho oferecem a seus filhos alguma
felicidade, seja num olhar, sorriso ou gesto desenhado
pelo amor!.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que traçou os nossos caminhos e nos deu a
oportunidade de renascer a cada dia, nos iluminando,
dando-nos coragem e força para superar os obstáculos,
nunca nos deixando desistir, quando muitas vezes
achávamos que não fôssemos conseguir.
Aos nossos pais, pelo carinho e incentivo, exemplos de
esperança, luta e perseverança. A vocês, que se doaram
inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que
pudéssemos realizar os nossos; pela longa espera e
compreensão, pois sabemos dos seus momentos de
sofrimento e dedicação para que trilhássemos, sem medo,
o caminho até aqui.
Aos colegas de turma, pelos momentos de convívio,
amizade e companheirismo.
À Universidade Vale do Rio Doce e seus professores, que
se esforçaram para o contínuo aprendizado e formação,
deixando-nos orgulhosos de fazer parte dessa história.
À nossa querida professora orientadora Ana Carolina de
Oliveira Martins Moura, pelo acolhimento desde o primeiro
momento. Com carinho e paciência compartilhou conosco
suas experiências e sabedoria, fazendo críticas e
sugestões para alcançarmos êxito nesse momento,
abrindo-nos as portas para o crescer e o saber.
A todos que direta ou indiretamente tornaram este sonho
realidade.
Muito Obrigada!
“Os que confiam no Senhor serão como o
monte de Sião, que não se abala, mas
permanece para sempre.”
Salmo 125: 1
RESUMO
Recomendado pela UNICEF e OMS como um alimento completo o leite é capaz de
suprir todas as necessidades do bebê quando oferecido exclusivamente até os seis
meses de idade. Sabendo-se que no Brasil existem enormes descrepâncias sociais
e que as taxas de desmame precoce encontra-se acentuada, é de estrema
importância que os profissionais que atuam com a saúde materno-infantil tenham
atitudes e um olhar diferente frente a essas taxas, fazendo com que o desmame
atenue. Objetivou-se identificar os fatores que levam as nutrizes a desmamarem
seus filhos precocemente e assinalar a atuação do profissional enfermeiro frente a
esse processo. Usou como metodologia a revisão sistemática da literatura científica,
e teve como base matéria já publicada sobre o tema em livros, artigos científicos,
publicações periódicas e materiais na Internet disponíveis nos seguintes bancos de
dados: MEDLINE, SCIELO, LILACS, e site do Ministério da Saúde. Após analise
delimitou-se 53 artigos, publicados no período de 1999 a 2009. Na execução do
trabalho, foram realizadas etapas de fichamento de resumo, análise e interpretação
do material, bibliografia, revisão e relatório final. Assim, foi possível a identificação
de fatores, físicos, biológicos, sociais, culturais e psicológicos que contribuem para a
ocorrência do desmame precoce. A atuação do profissional enfermeiro frente a
esses fatores, que variam com o decorrer do tempo, deve ser reavaliada, uma vez
que necessita de um olhar mais cuidadoso e diferenciado. Contudo, o processo de
amamentar ancora-se em experiências que determinam e superam os diferentes
obstáculos
para
alcançar
o
sucesso
do
aleitamento
exclusivo,
tornando
indispensável a participação do profissional enfermeiro na proteção, promoção e
apoio ao aleitamento materno.
Palavras chave: Aleitamento materno. Desmame precoce. Enfermagem.
ABSTRACT
Recommended by UNICEF and OMS as a complete food, breast milk is able to meet
all the needs of the baby when offered exclusively until six months of age. Knowing
that in Brazil there are enormous social discrepancy and the rate of early weaning is
marked, it is of extreme importance that professionals working with maternal and
child health, and attitudes have a different look forward to these rates, making that
weaning attenuates. Aimed to identify factors that lead mothers to wean their children
early and check the performance of the professional nurse in the face of this process.
Its methodology of systematic review of scientific literature, which was based on
materials already published on the subject, such as books, papers, periodicals and
materials on the Internet available in the following databases: MEDLINE,
SCIELO,LILACS, and site of the Ministry of Health after analysis narrowed to 53
articles published from 1999 to 2009. For the organization of the material were
carried out the steps of categorizing summary, analysis and interpretation of material,
bibliography, review and final report. It was possible to identify physical, biological,
social, cultural and psychological factors that contribute to the occurrence of early
weaning. The performance of the professional nurse in the face of these factors that
vary over time, should be reassessed, since that requires a closer look and
differentiated. However, the feeding process is anchored in experiences and
determine if it overcome the various obstacles to achieve success of exclusive
breastfeeding, making it essential to the participation of nursing professionals in
protecting, promoting and supporting breastfeeding.
Keywords: Weaning. Breastfeeding. Nursing.
LISTA DE SIGLAS
AM – Aleitamento Materno
AME – Aleitamento Materno Exclusivo
AMM – Aleitamento Materno Misto
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNDS- Pesquisa Nacional de Demográfica e Saúde da Criança e da Mulher
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para Infância
UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 12
2.1 OBJETIVO GERAL: ............................................................................................ 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ............................................................................. 12
3 ALETAMENTO MATERNO E O DESMAME PRECOCE .................................... 13
3.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA .............................................................. 15
3.2 COMPOSIÇÃO DO LEITE.................................................................................. 17
3.3 TIPOS DE ALEITAMENTO................................................................................. 18
3.4 VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO .................................................. 18
3.5 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE ......................................... 21
3.5.1 Fatores demográficos ................................................................................... 21
3.5.2 Fatores Culturais ........................................................................................... 23
3.5.3 Fatores socioeconômicos ............................................................................ 24
3.5.4 Fatores associados ao pré-natal ................................................................. 26
3.5.5 Fatores relacionadas à assistência pré-natal imediata ............................. 27
4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO ........................ 30
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 33
6 METODOLOGIA .................................................................................................. 38
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
10
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, as políticas de saúde da criança no Brasil tem
priorizado ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento natural, estratégia
fundamental para melhorar a saúde das crianças brasileiras e reduzir a mortalidade
infantil no país.
O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) calcula que o
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, 1,3
milhão de mortes de crianças menores de cinco anos, sendo que os bebês até os
seis meses não precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por ser um alimento completo, o
leite humano deve ser oferecido exclusivamente desde o nascimento até os
primeiros seis meses de vida e sua continuidade com alimentos complementares é
recomendada até dois anos ou mais, realidade que está longe de ser alcançada em
nosso país (BRASIL, 2009).
O desmame precoce é definido como a interrupção permanente da prática
do aleitamento materno antes dos seis meses de vida, sendo ainda uma
problemática bastante comum em diversos países (SILVEIRA, 2006). Sabendo da
importância da amamentação no início da vida da criança, inúmeras ações são
desenvolvidas em todo o mundo e inserem-se em uma tendência internacional de
proteção ao binômio mãe e filho. Apesar, no Brasil, 97% das lactantes iniciarem o
aleitamento materno nas primeiras horas de vida do bebê, deixam de fazê-lo
precocemente, segundo a Pesquisa Nacional de Demográfica e Saúde da Criança e
da Mulher (PNDS-1996) (RAMOS; RAMOS, 2007).
Segundo Montrone e Arantes (2000) o desmame precoce estabelece uma
relação direta com a morbimortalidade infantil, tendo uma significativa importância
política na medida em que se estima que a promoção da prática exclusiva possa
salvar um milhão de vidas por ano no país. E que, além disso, possa contribuir para
a prevenção de seis milhões de mortes de crianças menores de doze meses a cada
ano no mundo.
Partindo desse aspecto, percebe-se que o aleitamento materno depende de
fatores que podem influir positiva ou negativamente no seu sucesso. Alguns desses
fatores estão diretamente relacionados à mãe, como as características de sua
11
personalidade e sua atitude frente à situação de amamentar, ao passo que outros se
referem à criança e ao ambiente, como, por exemplo, as suas condições de
nascimento e o período pós-parto havendo, também, fatores circunstanciais, como o
trabalho materno, atitudes adversas de empregadores, propagandas enganosas, o
marketing agressivo
das indústrias e comerciantes de alimentos infantis,
mamadeiras e chupetas, a legislação omissa ou inadimplida e as condições
habituais de vida (FALEIROS; TREZZA; CARADINA, 2006 apud ARAÚJO et al.,
2008).
Em virtude das observações realizadas e da inserção direta na problemática
suscitada, e levando em consideração as recomendações da Organização Mundial
de Saúde, é que nos sentimos motivados a desempenhar este estudo, partindo da
seguinte questão norteadora: Quais os fatores que levam as mães a desmamarem
seus filhos precocemente? Sobre a hipotética evidenciada e com desígnio de
responder a esse questionamento, objetivou-se: identificar os motivos que levam as
mulheres a desmamarem seus filhos precocemente e assinalar a atuação do
enfermeiro no incentivo ao aleitamento materno.
A enfermagem, no papel que desempenha, poderá levantar estratégias e
trabalhos que visem à diminuição das taxas de desmame precoce. Portanto, na
medida em que se conhecem os motivos que possam contribuir com o desmame
precoce, pode-se atuar melhor no sentido de prevenção desses fatores de forma
mais direcionada e, deste modo, mais eficaz.
12
2 OBJETIVOS
2.1
OBJETIVO GERAL:
Identificar através da revisão os fatores que levam as nutrizes a
desmamarem seus filhos precocemente.
2.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Descrever os fatores que interferem no processo de aleitamento materno;
Assinalar a atuação do enfermeiro no incentivo ao aleitamento materno.
13
3 ALEITAMENTO MATERNO E O DESMAME PRECOCE
Atualmente, ao lidar com a importância do aleitamento materno em um
cenário de saúde pública no Brasil, verifica-se uma razoável complexidade e um
igualitário consenso: o processo de amamentação na sociedade brasileira é
visivelmente regido por diferentes teorias, tabus, contexto social e político. Nesse
sentido, busca-se atribuir algumas definições plausíveis para se distinguir melhor os
diferentes conceitos referentes ao aleitamento.
Embora
muitas
vezes
usemos
tais
termos
indiscriminadamente,
é
fundamental, do ponto de vista científico, que haja uma uniformização com relação
às definições dos diversos padrões de aleitamento materno, para que possamos
diferenciar distintas opiniões entre amamentação, aleitamento materno e lactação, e
estabelecer aceitáveis conceitos.
Amamentação: ato de a nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente;
Aleitamento Materno: todas as formas do lactente receber leite humano ou
materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio a esta
cultura, Lactação: o fenômeno fisiológico neuroendócrino (hormonal) de
produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela
estar ou não amamentando (CARVALHO; TAMEZ, 2002).
No entanto, Almeida e Novak (2004), delibera o aleitamento materno como
sendo um conjunto de processos fisiológicos, nutricionais e comportamentais, que
envolve todo o processo de produção do leite pela mãe e ingestão de leite pela
criança, seja ele do seio ou extração artificial.
Por outro lado, Sales e Seixas (2008) definem o aleitamento materno
quando as crianças recebem leite humano, com ou sem alimentos complementares
de qualquer natureza.
Segundo o Dicionário Aurélio dá-se a denominação de amamentação ao ato
ou efeito de amamentar, ou seja, dar de mamar, aleitar ao seio. O ato de amamentar
pode ser complexo, pois depende de informação, apoio, desejo da mãe e também
que o bebê sugue as mamas (FERREIRA, 2000).
A ocorrência automática da fisiológica hormonal constitui o processo de
lactação – produção do leite, enquanto a amamentação é um conjunto de
fenômenos psíquicos, sociais e culturais, podendo assim esta prática ser
influenciada pelo meio externo em que a nutriz está inserida.
14
No que se refere ao conceito de desmame precoce, Brasil (2003) o
denomina como o processo que se inicia com a introdução de qualquer alimento na
dieta da criança que não seja o leite materno e que termina com a suspensão
completa do leite materno.
O processo pelo qual o bebê abandona o peito e
substitui a amamentação por alimentos sólidos, através de outras fontes alimentares
é considerado desmame completo. Logo, a substituição gradual de uma alimentação
exclusivamente leitosa para uma alimentação diversa antes dos seis meses,
considera período de desmame.
Sendo o aleitamento parte do desenvolvimento da criança e ao mesmo
tempo um ato de carinho e intimidade entre a mãe e o bebê, e onde ambos têm
participação da ação, o processo de desmame deve ocorrer quando no mínimo a
criança estiver pronta para aceitá-lo conferindo também os limites da idade na qual
se encontra. Não sendo apenas uma escolha da mãe.
Segundo Giugliani (2000), o desmame pode ocorrer de quatro maneiras,
abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. O desmame natural é o ideal, o
bebê se auto desmama espontaneamente, geralmente acontece de forma gradual
entre os dois e quatro anos, dificilmente antes de um ano, é comum que algumas
crianças passem pela chamada “greve de amamentação”, esta greve não é um
súbito desmame natural, mas uma condição não usual causada, por exemplo, por
alguma doença, surgimento da dentição, ou algum outro fator que não ultrapassa
mais que dois a quatro dias. Caso ocorra uma nova gravidez durante o período de
lactação e o leite venha a alterar seu gosto ou volume, o lactente pode se sentir
incomodado e se auto desmamar.
Quando a mãe inesperadamente decide interromper a amamentação,
denominamos tal ato de desmame abrupto. Além de ser um ato desencorajado, visto
que não somente a criança esta despreparada para a suspensão da amamentação,
traz consigo sentimentos de insegurança, rejeição e abandono, bem como algumas
intercorrências para a mãe.
Carvalho e Tamez (2002) relatam que as atitudes tomadas pelas mães,
como dormir fora de casa, aplicar produtos desgostáveis nos seios, a fim de realizar
o desmame abrupto implica em conseqüências desagradáveis para as mães como
ingurgitamento, obstrução dos ductos, mastite e até mesmo confusão de
sentimentos como alívio, culpa, tristeza, dentre outros. Quando diante de alguma
situação inesperada a mãe necessita desmamar seu filho subitamente é de extrema
15
importância que o profissional de saúde respeite e ajude a mãe nesse processo para
que a mesma não realize o desmame abrupto e para que os dois juntamente com a
família trilhem o caminho do desmame gradual ou planejado. Dessa maneira, a mãe
pode optar por restringir certos horários e locais para as mamadas da criança, sem
gerar ansiedade ou tristeza em mãe e filho.
O desmame parcial é apontado nos casos em que a mãe por fatores como
trabalho necessita amamentar parcialmente a criança, intercalando períodos de
amamentação e alimentação complementar, adotando a prática do aleitamento
materno predominante. Dificilmente a sociedade entende o desmame como um
período que pode ser conflitual no ciclo de vida da mulher e da criança. As nutrizes
devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame
pode desencadear (GIUGLIANI, 2000).
3.1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA
Para compreender melhor o processo de amamentação, faz-se necessário
reconhecer a importância da anatomia e fisiologia das glândulas mamárias. As
mamas ou seios são estruturas complexas anexas a pele especializada na produção
de leite, uma proeminência característica da parede torácica anterior, normalmente
mais desenvolvida nas mulheres.
Barros, Marin e Abrão (2002) mencionam que as mamas necessitam passar
por transformações para que possam exercer o armazenamento e liberação do leite,
cumprindo assim seu papel fisiológico e nutricional.
Constituídas por parênquima de tecido glandular (glândula mamária) e de
tecido fibro-adiposo (estroma) e tecidos conectivos (vasos, nervos e pele), situam-se
entre a segunda e sexta costela, estendendo-se desde do esterno até a linha axilar
média anterior (RANDOW; ARRUDA; SOUZA, 2008).
O tecido glandular ou alvéolos, como são chamados, contém as células
produtoras do leite, cerca de 8 a 20 lóbulos se agrupam e formam os alvéolos, esses
são rodeados por tecido mioepitelial (pequenos músculos) que ao contraírem-se
ejetam o leite nos ductos que o transportam até ao mamilo. A pele que cobre a
mama modifica-se no centro para formar o mamilo onde os ductos terminam em
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pequenos orifícios. As glândulas mamarias estão localizadas no tecido subcutâneo
da parede torácica anterior, e possui margens bem definidas, lateral e inferiormente.
Entre as mamas identifica-se o sulco intermámario e abaixo o sulco inframámario.
Na maior projeção da mama localiza-se a papila mamaria (mamilo), circundada por
pele pigmentada – a aureola. Composta ainda por 20 glândulas (lobos), drenadas
por um ducto lactífero que se abre na papila mamária, cada ducto possui um seio
lactífero (uma porção dilatada) e uma a área (clivagem) na linha mediana
(MATUHARA; NAGANUMA, 2006).
Segundo Santos, Silva e Althoff (2005) a fisiologia da lactação se divide em
3 períodos, primeiro a fase mamotrófica ou mamogênica; fase galactogênica ou da
lactação; galactopoiese. O leite materno é produzido através da ação de hormônios
e reflexos (fenômenos neuroendócrinos). Desde o nascimento a maioria dos seus
ductos lactíferos já estão formados. Porém suas glândulas mamárias permanecem
„em repouso‟ até a puberdade. Nesta etapa dá-se inicio à fase mamotrófica que é
responsável pelo desenvolvimento e crescimento das mamas através da ação dos
hormônios estrogênio e progesterona produzida pelo ovário.
Durante a gravidez, as glândulas mamárias preparam-se para a fase da
lactação, e a produção de leite ocorre devido à ação da prolactina sobre as
glândulas. A sucção do bebê ao mamilo é a responsável pela ejeção do leite; ao
sugar o seio a hipófise posterior é estimulada a liberar ocitocina, a qual contrai os
alvéolos e os canais galactóforos da mama eliminando o leite (CARVALHO; TAMEZ,
2002).
A prolactina aumenta homogeneamente durante a gravidez, porém é inibida
pela presença dos estrogênios e progesterona. Após o nascimento do bebê, com a
expulsão da placenta, ocorre uma queda desses hormônios, possibilitando o
aumento do nível da prolactina, iniciando assim a produção do leite. A galactopoiese
é a fase responsável pela manutenção da lactação que depende de fatores
neuroendócrinos que sofrem estimulação pelo ato de sucção do bebê sobre o
mamilo. Quanto mais o bebê sugar, maior será a estimulação nas terminações
nervosas, provocando o reflexo da ejeção, ou seja, „descida‟ do leite (MATUHARA;
NAGANUMA, 2006).
17
3.2
COMPOSIÇÃO DO LEITE
O leite materno ou leite natural é o único alimento que consegue garantir a
quantidade e qualidade ideais de nutrientes para a criança, apresentando a
quantidade certa de proteínas, lipídeos, hidratos de carbono, sais minerais,
oligoelementos e vitaminas (SOKOL, 1999).
O leite humano possui inúmeros fatores imunológicos que protegem a
criança contra infecções, como IgA e outros de proteção, tais como anticorpos IgM e
IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido.
(BRASIL, 2009). Tamez e Silva (2002) reafirma os fatores imunológicos do leite, e
acrescenta ainda que possui um grande número de hormônios como esteróides,
tiroxina, gonadodrofinas, prolactinas, eritropoetina, melatonina, sendo que a sua
maior fonte de carboidratos é a lactose, facilmente digerível, oferecendo 40 a 50%
do total calórico proveniente da gordura.
Nos primeiros dias após o parto, o leite materno é chamado colostro, de
apresentação amarelada, espessa e de alta densidade, contém maior quantidade de
proteínas e menos gorduras e ainda possui 10 vezes mais caroteno que o leite
maduro, proporcionando a imunidade passiva ao recém-nascido.
Por volta do
sétimo ao décimo quinto dia após o parto, o leite passa pelo período de transição do
colostro para o leite maduro, variando em volume e composição (RANDOW;
ARRUDA; SOUZA, 2008). É importante que o bebê, a cada mamada, esvazie bem
pelo menos uma das mamas para que possa receber o leite anterior e o posterior
mais rico em energia (calorias) o qual sacia melhor a criança. (CRUZ; SOUZA, 2005
apud RANDOW; ARRUDA; SOUZA, 2008).
O incentivo ao aleitamento materno exclusivo deve ser visto como qualidade
de vida e saúde da criança, bem como de seus familiares. Entretanto, apesar de
muitas mulheres conhecerem a função do leite materno, ainda é pequeno o número
daquelas que o oferecem com exclusividade para o seu filho (FALEIROS; TREZZA;
CARANDINA, 2006).
18
3.3
TIPOS DE ALEITAMENTO
O fato é que a criança que recebe leite direto da mama ou por ordenha,
independente de receber outros alimentos ou não, encontra-se em aleitamento
materno. Quando esta recebe somente leite provido direto da mama ou ordenhado,
ou leite humano de outra fonte (ama-leite), sem outros líquidos ou sólidos,
deparamos com um lactente em aleitamento materno exclusivo. Por vez que a
criança recebe água ou outros líquidos a base de água como chás, sucos, mas a
base da alimentação é o leite materno, entendemos por aleitamento materno
predominante. O chamado aleitamento complementado ocorre quando, além do
leite, o bebê recebe alimentos sólidos ou semi-sólidos com intuito de complementar,
ao invés de substituir o nutrimento do mesmo. Por último, temos o aleitamento
materno misto ou parcial à criança que recebe leite materno e outros tipos de leite
(BRASIL, 2009)
3.4
VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO
Depois que a criança deixa o útero da mãe, de acordo com Lopes (2002)
apud Detogni, Guerra e Marques (2006), o organismo dela não está pronto para
viver independente do organismo materno, sendo que neste período a criança tem
uma maior afinidade à mãe, necessitando ainda mais dela.
O aleitamento materno proporciona vantagens nutricionais, imunológicas,
psicológicas e econômicas reconhecidas e inquestionáveis (NASCIMENTO, 2004).
De acordo com Brasil (2007), o leite materno é o alimento mais apropriado
para os bebês. Ele fornece toda a energia e os nutrientes que o recém-nascido
necessita nos primeiros meses de vida e continua a fornecer até o segundo ano de
vida. O leite materno promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança,
além de protegê-la contra doenças crônicas e infecciosas; contém linfócitos e
imunoglobulinas que ajudam o bebê a combater infecções.
Bervian; Fontana e Caus (2008) descreve que as vantagens do aleitamento
materno para o bebê são inúmeras e que estão vinculadas ao fato de suprir as
necessidades da criança, por aproximadamente os seis primeiros meses de vida,
estabelecendo um maior vínculo entre o binômio mãe e filho, favorecendo
19
resistência no combate a infecções, reduzindo as malformações dos dentes,
estimulando a musculatura que envolve a fala e promovendo segurança e
tranquilidade ao bebê.
Segundo Jones et al. (2003) apud Brasil (2009) o leite materno apresenta
inúmeros fatores que protegem contra infecções e reduzem a morte entre as
crianças amamentadas. Estima-se que a amamentação exclusiva pode evitar 13%
das mortes em crianças menores de 5 anos em todo mundo.
Nos primeiros dias pós-parto, acontece a produção do colostro que é um
leite rico em anticorpos e células brancas, que é de grande benefício, capaz de
satisfazer suficientemente o lactente. Diferentemente dos outros leite, o colostro
apresenta uma taxa inferior de açúcares e gorduras (BARROS et al., 2002 apud
RANDOW; ARRUDA; SOUZA, 2008).
O aleitamento exclusivo favorece a vida do bebê, por ser fonte de proteína,
sendo 100% absorvido pelo organismo, fornecendo gordura que é a energia,
oferecendo
proteção
contra
diarréia,
infecções
respiratória,
melhorando
o
desenvolvimento neurológico e cognitivo, protegendo o lactente contra diabetes e
linfomas (TAMEZ; SILVA, 2002).
Como comprovaram os estudos de Horwood e Fergusson (1998) apud
Hames (2006), crianças que foram amamentadas por mais tempo têm melhor
performance na escola e conceitos mais elevados. Segundo os autores, quanto mais
tempo as crianças são amamentadas, maiores as notas que recebem nas
avaliações.
Lang (2000) alerta que o aleitamento reduz de modo significativo os índices
de morbidade e mortalidade infantil.
De acordo com Dewey (2003), apud Brasil (2009) os indivíduos
amamentados
possuem
uma
chance
22%
menor
de
apresentar
sobrepeso/obesidade devido o aleitamento materno exclusivo a longo prazo.
Bengson (2000) apud Hames (2006) descreve que a amamentação
prolongada funciona como um aconchego para a criança, ajudando-a na transição
da agitação para a calmaria entre uma atividade e outra. É um importante fator que
fortalece o vínculo entre mãe/criança.
O aleitamento materno também oferece vantagens às mães, como mostra
Schneider (1987) apud Hames (2006), reduz o risco de câncer de ovário. Blaauw,
20
(1994) apud Hames (2006), diz que a amamentação reduz o risco de câncer de
mama.
Outras vantagens que a amamentação proporciona à mulher refere-se a
elevação dos níveis de prolactina e ocitocina que, paralelamente funcionam como
opiáceos naturais, produzindo uma sensação de relaxamento e bem-estar para a
mãe. Esses hormônios, agindo ligados, levam a uma sensação de calmaria,
podendo ajudá-las a lidar com transformações típicas do comportamento das
crianças (ODENT, 2000 apud HAMES, 2006).
O leite materno garante vantagens econômicas para as famílias, menos
gastos com cuidados médicos, menor custo com alimentação artificial, e ainda
garante melhor saúde, nutrição e bem-estar para lactente e sua família (ORQUIZA,
2005).
Assim,
o
aleitamento
materno
exclusivo
proporciona
vantagens
inquestionáveis de crescimento, desenvolvimento e saúde para a criança, onde mãe
e filho conseguem manter um contato íntimo de confiança, gerando uma melhor
qualidade de vida de ambos.
A Consolidação das leis trabalhistas – CLT regida pela Lei nº 9.799, de
26.5.1999, dispõe no capitulo III seção I da duração e condições de trabalho da
mulher, no que se refere a jornada de trabalho, acesso ao mercado dentre outros e
confere ainda no Art. 373-A. parágrafo V – que o empregador é impedido de adotar
critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em
empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de
gravidez.
A seção IV que trata dos métodos e locais de trabalho no Art. 389 § 1º
estabelece que onde trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres, com mais de 16
(dezesseis) anos de idade, deverá conter local apropriado onde seja permitido às
empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da
amamentação. Ao contrário, somente poderá ser suprida tal exigência por meio de
creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras
entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou
a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais ditadas no parágrafo 2
A Proteção a Maternidade disposta na seção V refere aos direitos da mulher
grávida e nutriz, e garante, em seu Art. 392, o direito da gestante à licença-
21
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário
(BRASIL, 1943).
3.5
FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE
3.5.1 Fatores demográficos
Idade materna
Faleiros Trezza e Carandina (2006) aponta a idade materna mais jovem à
menor
duração
do
aleitamento,
condicionada
por
algumas
dificuldades,
correlacionada muitas das vezes a um nível educacional mais baixo e poder
aquisitivo menor.
Além desses aspectos, autores como Gigante, Victora e Barros (2000) apud
Faleiros, Trezza e Carandina (2006) avaliam que as adolescentes, por sua vez,
aliam a insegurança e a falta de confiança em si mesmas para desprover seu filho
da alimentação materna. O egocentrismo próprio dessa idade e os problemas com a
auto-imagem contribuem pra um menor índice de aleitamento.
Tipo de parto
Faleiros, Trezza e Carandina (2006) dizem que, quanto ao tipo de parto,
parece haver maior facilidade para a lactação precoce e efetiva no parto vaginal,
uma vez que não há o fator dor incisional ou o efeito pós-anestésico da cesárea,
dificultando, portanto, as primeiras mamadas. No parto normal, o primeiro contato
mãe-filho ocorre imediatamente, enquanto que na cesárea, dificilmente a criança vai
até a mãe antes das primeiras seis horas pós-parto, propiciando a introdução de
fórmula láctea ou glicose para o recém-nascido já no berçário e, o que é pior, em
mamadeira.
Carrascoza, Costa Júnior e Moraes, (2005) também observaram que a
cesariana foi um fator de risco para o início da lactação, pois esse tipo de parto
implicou o aumento do uso de anestésicos e analgésicos que retardaram o primeiro
contato mãe-filho e o estabelecimento da amamentação. Além disso, acarretou uma
22
recuperação mais difícil, gerando maior desconforto físico da mãe ao lidar com o
bebê.
Ainda assim, há pouca associação entre o tipo de parto e a duração da
amamentação, de acordo com o trabalho de Barros et al. (1998) apud Carrascoza,
Costa Júnior e Moraes (2005) que não encontraram diferença na prevalência de
amamentação natural relacionada ao de tipo de parto.
Presença paterna
Faleiros, Trezza e Carandina (2006) apontam para o fato de que as mães
que têm uma união estável e o apoio de outras pessoas, especialmente do marido
ou companheiro, exercem uma influência positiva na duração do aleitamento
materno. Tanto o apoio social e econômico, como o emocional e o educacional são
muito importantes, sendo o companheiro a pessoa mais importante nesses
diferentes tipos de apoio. A atitude positiva do pai desempenha maior efeito na
motivação e na capacidade da mãe para amamentar. Avaliando esses estudos,
pode-se dizer que é importante sensibilizar os pais sobre as vantagens do
aleitamento materno e do seu real significado, iniciando-se esse processo educativo
já na infância e adolescência. Portanto, isso ajudaria não só os pais a optarem mais
pelo aleitamento materno, como também a manejar melhor a nova situação do
casal, promovendo, inclusive, satisfação e sucesso no aleitamento.
Número de filhos
Faleiros, Trezza e Carandina (2006) afirmaram que a influência da paridade
materna na duração do aleitamento é um fator bastante discutível na literatura. Com
alguns estudos, sugerem que as primíparas, ao mesmo tempo que mais propensas
a iniciar o aleitamento, costumam mantê-lo por menos tempo, introduzindo
precocemente os alimentos complementares, parecendo haver para as multíparas
uma forte correlação entre o modo como seus filhos anteriores foram amamentados
e como este último o será. Analisou-se também que as mães desmamavam
precocemente os primogênitos e mantinham o aleitamento materno tanto mais
prolongado quanto maior o número de ordem da criança na família. Isso está
relacionado à insegurança da “mãe de primeira viagem”, mais jovem, com menor
grau de instrução e menor experiência de vida. Em se tratando de ter ou não uma
experiência anterior com aleitamento materno, as mães que tiveram uma
23
experiência prévia positiva, tem mais facilidade para estabelecê-lo e com maior
duração com os demais filhos.
3.5.2 Fatores Culturais
[...] o homem recebe dois tipos de herança ao nascer: a herança cultural e a
genética. A cultural transmite costumes, hábitos, valores e idéias, enquanto
que a genética, as características físicas. Neste sentido o fator cultural
constrói o saber do homem. As crenças e os tabus fazem parte desta
construção como herança sociocultural, determinando diferentes
significados do aleitamento materno para a mulher. A decisão de
amamentar ou não o seu bebê, alimentar-se ou não de determinados
alimentos no puerpério depende do significado que a mulher atribui a esta
prática (ICHISATO; SHIMO, 2001)
Mamadeira e chupeta
No Brasil, 52,9% das crianças utilizam chupeta segundo o Ministério da
Saúde (MS); a "confusão de sucção" causada pelas diferenças de sucção da
chupeta e do seio intervém no sucesso do aleitamento materno, além de prejudicar a
produção do leite materno e mamarem com menos constância.
O estudo de Melo et al. (2002) apud Ramos e Ramos (2007) confirmou que
mais de 80% das mulheres têm o intento de adquirir mamadeira e chupeta e mais de
60% pretendem utilizar os mesmos. Cotrim et al. (2002) apud Ramos e Ramos
(2007) ressaltaram que aumentava a prevalência do uso de mamadeira naqueles
que usavam chupeta e que esses dois fatores podem levar a um futuro desmame.
Buscando conhecer as representações da chupeta, evidenciou-se que as
mães acham que a chupeta simboliza a criança e funciona como um
calmante para o bebê e uma ajuda para a mãe, além de ser um hábito que
passa de uma geração a outra (SERTÓRIO; SILVA, 2005 apud RAMOS;
RAMOS, 2007).
A utilização da chupeta é uma prática enraizada culturalmente, por isso
justifica-se a dificuldade em extingui-la entre as crianças, sendo necessário haver
uma conscientização junto às mães, esclarecendo e alertando quanto aos danos do
uso da chupeta.
Influência das Avós
24
As avós são cuidadoras de maior peso, valorizadas e respeitadas por sua
experiência, transmitindo seus conhecimentos e culturas as filhas e netas. O que
deprime esta prática, é quando incentivam o uso de água, chás e outros. Acredita-se
que essas atitudes estejam relacionadas com o contexto histórico vivido por elas,
trazendo consigo as vivencias adquiridas durante o momento em que aleitaram seus
filhos, carregado por mitos, crenças, valores e tabus enraizados e culturalmente
aceitos no seu contexto social (TEIXEIRA et al., 2006)
Segundo o mesmo autor a influência de avós e outros problemas com a
mama, o uso de chupeta e mamadeira, são identificados como desencadeadores
para o processo de desmame precoce
Nesse contexto, pode-se dizer que a gestação, o parto e a amamentação
são eventos em que as pessoas parecem sempre querer deixar prevalecer a sua
opinião do vivido (HAMES, 2006).
3.5.3 Fatores socioeconômicos
Renda Familiar
Kummer et al. (2000) apud Carrascoza, Costa Júnior e Moraes (2005)
identificaram uma menor duração da amamentação em populações de baixa
condição socioeconômica.
Por outro lado, Faleiros; Trezza; Carandina (2006) mencionam que em
países não industrializados, as mulheres de classes menos favorecidas, de baixo e
médio poder aquisitivo, amamentam mais que as de melhor nível socioeconômico,
sendo dessa forma o aleitamento uma prática capaz de garantir a saúde do bebê
sem gastos financeiros.
Em controvérsia, nas regiões brasileiras mais desenvolvidas, o padrão de
aleitamento é semelhante ao dos países desenvolvidos, ou seja, mulheres de melhor
nível socioeconômico amamentam por mais tempo (FALEIROS; TREZZA;
CARANDINA, 2006)
25
Escolaridade materna
Em estudo realizado por Damião (2008), constatou-se que no que se refere
à escolaridade/grau de instrução há prática do aleitamento materno exclusivo (AME).
Mães com maior escolaridade (3° grau completo) tiveram maiores presenças de
AME 34,1% em relação às com menores estudos (1 grau incompleto), 20,1%.
Faleiros,
Trezza
e
Carandina
(2006)
identificam
que
o
grau
de
instrução/escolaridade materna afeta a motivação para amamentar. Mães de classes
menos favorecidas, com menor grau de instrução, só decidem amamentar mais
tarde, consequência de um pré-natal tardio. Ao contrário mães com maior acesso a
informações e com boa instrução tendem a amamentar por um período maior.
Além desses, cabe salientar que uma maior vulnerabilidade das mulheres de
menor escolaridade pode estar pautada ao menor acesso dessas ao suporte
familiar/social, bem como acesso a serviços de atenção à saúde e à inserção formal
no mercado de trabalho, usufruindo de benefícios legais como a licença maternidade
(DAMIÃO, 2008).
Tais comprovações nos fazem crer que o conhecimento materno sobre o
processo de amamentação-desmame precisaria ser viabilizado, através de um
cuidado baseado no apoio e na educação em saúde, comprometida e
individualizada à cada situação vivenciada pela mulher, encontra-se muito aquém do
desejado pelas mesmas (HAMES, 2006).
Trabalho materno
O trabalho materno influencia no processo de amamentação. Mesmo não se
apresentando como barreira específica ao aleitamento, quando as mães não
trabalham fora ou deixam de fazê-lo após o nascimento de seus bebês. O não
cumprimento da Legislação Trabalhista por parte dos empregadores, assim como
falta de orientação quanto a ordenha mamaria e armazenamento do leite para ser
ofertado ao seu bebê durante sua jornada de trabalho são apontados como fator
contribuinte para o desmame precoce (FALEIROS; TEREZZA; CARANDINA, 2006).
Por outro lado, Gielen et al. (2006) apud Faleiros, Trezza e Carandina (2006)
consideram que, o respeito à licença gestante, creche ou condições para o
aleitamento no local e horário do trabalho, jornada de trabalho, bem como tipo de
ocupação da mãe são condições favoráveis à manutenção do aleitamento.
26
Para Faleiros, Trezza e Carandina (2006) os planos de retorno ao trabalho,
não parecem interferir com a decisão de iniciar o aleitamento, porém, se esse
retorno ocorre já nos primeiros dois a três meses após o parto, isso parece dificultar
o seu sucesso. Muitas vezes, essa volta precoce ao trabalho resulta de pressões,
principalmente no caso das mães não registradas, pelo medo de perder seus
empregos. Observou-se, também, que a maioria das mães desconhecia seus
direitos trabalhista ou conhecia muito pouco sobre o assunto.
3.5.4 Fatores associados ao pré-natal
Orientação sobre amamentação
Granzoto et al. (1992) apud Carrascoza, Costa Júnior e Moraes (2000)
reconhecem o pré-natal como uma variante eficiente na prevenção do desmame
precoce. A transmissão de informações acerca do exercício dos direitos da mulher e
a preparação para seu manejo frente a amamentação possibilita reflexão sobre esta
prática e auxílio na decisão de amamentação.
A atenção à mulher e à criança no pré e pós-natal deve ser capaz de acolher
e interferir precocemente, oferecendo-lhe escuta e orientação sobre as dificuldades
do início desta prática. Suas expectativas e desejos, não só em relação à
amamentação, mas também a outros aspectos, conferem integralidade das ações o
que é uma competência básica dos programas de atenção à saúde da mulher e da
criança. Esta sensibilização em grande parte dos casos é satisfatória para ajudar a
mulher a superar os obstáculos deste momento, devendo acompanhar e orientar a
nutriz adequadamente sobre o manejo da lactação, segundo a individualidade de
cada nutriz (DAMIÃO, 2008).
Desejo de amamentar
O fato de muitas vezes a mãe falhar na amamentação, mesmo tendo um
forte desejo de realizá-lo, pode ser devido à falta de acesso à orientação e ao apoio
adequado de profissionais ou de pessoas mais experientes dentro ou fora de sua
família.
Ainda que o Brasil tenha desenvolvido as medidas de proteção e promoção
à amamentação, ainda estamos longe de chegar ao ideal de que todas as mulheres
27
tenham o conhecimento e o apoio para poderem decidir amamentar seus filhos; o
que se precisa agora é estar alerta para as dificuldades que ela enfrenta para
amamentar e como se pode ajudá-la nesta tarefa (BRASIL, 2002).
3.5.5 Fatores relacionadas à assistência pré-natal imediata
Alojamento conjunto
A favorável dinâmica emocional do puerpério, que se configura como
conflitual, traz à tona emoções maternas. Através de mecanismos psicossomáticos
específicos, estas emoções comprometem a lactação. Se de um lado, a
tranqüilidade e a confiança da mulher facilitam o processo, por outro, a ansiedade, o
medo, a fadiga, a dor e a tensão o dificultam, uma vez que bloqueiam o reflexo da
liberação do leite pela inibição hipotalâmica da secreção de ocitocina e pela
liberação de epinefrina, que impede a ação da ocitocina nas células mioepiteliais
(MALDONADO, 1984 apud HAMES, 2006).
Milliet (1993) apud Hames (2006), ao relatar o atendimento psicológico no
puerpério, cita que para as mulheres parece ser indispensável um espaço para
serem ouvidas em seus sentimentos, dúvidas e dificuldades; momentos que
funcionam como possibilidade de desenvolvimento, propiciando uma re-descoberta
da situação vivida, o que lhes acarreta tranqüilidade e bem estar, repercutindo
diretamente na criança e na duração do aleitamento materno. Assegura ainda que
toda a intervenção que promove a relação da mãe com a criança, desmistificando
esteriótipos e fortalecendo os sentimentos de competência materna, favorecem a
saúde psíquica de ambos.
Auxílio dos profissionais de saúde
É essencial que os profissionais de saúde permaneçam atentos aos sinais
da mulher, pois retratam suas emoções; esses sinais são indicativos do curso que
ela poderá imprimir ao processo de amamentação e às dificuldades que a mesma
enfrenta nas interpretações acerca dos elementos que interagem em seu contexto.
Leite, Silva e Scochi (2004) apontam a importância dos cursos de
aconselhamento em amamentação, esquematizado pelo UNICEF, em conjunto com
a OMS com o desígnio de valorizar a mulher como promotora da amamentação,
28
facilitando a aplicação da comunicação não-verbal entre mãe e filho e, ainda,
prolongando a amamentação materna exclusiva.
A mulher precisa ser auxiliada, para poder realizar o seu papel de mulher,
mãe e nutriz, e este apoio será ativo, quanto maior for a competência do serviço em
lidar com os conflitos e as dúvidas que colocam à mulher (SILVA, 1997 apud
HAMES, 2006).
Estudos realizados por Hames (2006) demonstram que durante o
atendimento pré-natal, a educação em grupo se mostrou efetiva. As visitas
domiciliares que enfocavam as preocupações maternas relativas ao processo de
amamentação e as ajudavam a resolver as dificuldades com o envolvimento dos
familiares, como parte importante do apoio ao aleitamento, foram de grande valia no
período pós-parto e na manutenção da amamentação por períodos mais
prolongados. A educação em saúde individualizada foi efetiva neste período, o que
caracteriza a individualidade dos sujeitos no processo de amamentar.
No apoio à prática da amamentação através da educação em saúde é
indispensável considerar que a mulher vivencia a sua experiência e que,
independente de estar desenvolvendo há minutos, dias ou meses, ela possui
conhecimentos e valores que precisam ser considerados. Esta rede da mulher nutriz
com o mundo é uma realidade tão concreta que se sobrepõe a outros tipos de
discursos teóricos. Só desta forma estará despertando esta mulher para uma opção
consciente e crítica do amamentar (DIAS, 1999 apud HAMES, 2006).
Desde a infância, a sociedade educa a mulher para ser mãe, contudo, não
fornece o apoio necessário para que a maternidade não seja um sacrifício, e sim,
uma experiência rica e agradável. Amamentar não deve significar escassez da
liberdade feminina e sofrimento. Devemos, enquanto sociedade, garantir à mulher
nutriz o direito de trabalhar, estudar, divertir-se, passear, namorar e continuar
amamentando pelo tempo que desejar (WABA, 2003 apud HAMES, 2006).
Dificilmente a sociedade entende o desmame como um momento que pode
ser vivido como conflitual no ciclo de vida da mulher e da criança. Quando
ignoramos a existência dos conflitos e dificuldades, colocamos em risco o bem estar
destas crianças e de suas mães.
“É preciso que a mulher, em nossa sociedade, tenha peito para prosseguir
amamentando ou dar continuidade ao aleitamento.” (ÁVILA, 1998, apud HAMES,
29
2006, p. 178). Precisamos descobrir que atrás de um par de mamas existe uma
pessoa, uma mulher, uma mulher e mãe, uma mulher, mãe e nutriz (HAMES, 2001).
Contudo isto não é fácil, uma vez que é longo e complexo o caminho trilhado
para a incorporação da cultura do desmame precoce e a descrença no poder da
amamentação no Brasil.
Dificuldades iniciais
Segundo Barros et al. (1994) apud Percegoni et al. (2002) a ausência de
conhecimento das mulheres sobre as intercorrências mamarias que podem ocorrer,
ocasionam insucesso do ato de amamentar, questões estas devem ser discutidas
tanto no pré como no pós natal. Em relação às formas de prevenção e resolução dos
problemas comuns na amamentação acerca das intercorrências mamarias, pode-se
dizer que embora as puérperas saibam da importância do aleitamento para o
desenvolvimento da criança elas desconhecem questões e técnicas simples no que
diz respeito aos cuidados e preparo das mamas.
30
4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO
De acordo com o que é preconizado pelo Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem, presente na Resolução do Cofen n° 240/2000, a enfermagem é a
profissão que tem o compromisso com a saúde do ser humano, atuando na
proteção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde das pessoas, respeitando
os princípios éticos e legais.
O enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a
mulher durante o ciclo gravídico-puerperal e tem fundamental importância nos
programas de educação em saúde, durante o pré-natal, ele deve aconselhar a
gestante para o aleitamento, de modo que no pós-parto o processo de adaptação da
puérpera ao aleitamento seja facilitado e tranquilo, evitando qualquer dúvida,
dificuldade e complicações possíveis (BRASIL, 2002).
Para Tamez e Silva (2002), uma equipe de enfermagem bem instruída no
processo da lactação pode influenciar a incidência do mesmo na comunidade em
que atua, sendo indispensável investir no preparo e aprimoramento desses
profissionais. No que diz respeito à amamentação, é imprescindível atentar às
necessidades de cada mulher, de forma individual.
O papel do profissional de saúde é grandemente importante na introdução
da educação sobre o aleitamento materno já nos primeiros meses do período prénatal, sendo que o compromisso com o conhecimento técnico-científico é de
fundamental importância no sucesso.
No entanto, Almeida et al. (2004) consideram que a maioria dos prénatalistas que recomendam o aleitamento materno às mães que ainda não se
decidiram, poucos falam sobre o assunto no primeiro trimestre e muitos indicam a
complementação com fórmulas lácteas. Com isso, infelizmente, o próprio profissional
de saúde colabora para o desmame precoce.
Para Nakano et al. (2007) apud Azeredo et al. (2008), o papel que o
enfermeiro desempenha pode ter influência negativa no estabelecimento e
sustentação do aleitamento materno, caso os profissionais não sejam aptos a
enxergar além do manejo clínico, com isto não oferecer o suporte adequado às
mães.
Gonzalez (2003) apud Libório (2009) enfatiza que a função do enfermeiro
diante do aleitamento materno é o de guiar as mães sobre as vantagens que o
31
aleitamento proporciona, incentivando-a a amamentar, sendo importante destacar
sobre os cuidados com a mama a fim de evitar qualquer problema que possa
atrapalhar a amamentação. Durante o pré-natal as mamas da gestante devem ser
palpadas para detectar complicações, como flacidez, mamas ingurgitadas e
dolorosas e outras alterações, orientando sobre técnicas de amamentação que
permita ao bebê sugar melhor em uma posição confortável para ambos. Os
conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da
gestante são levadas em consideração, a fim de gerar educação em saúde, garantir
vigilância e efetividade durante a assistência à nutriz no pós-parto.
Tamez e Silva (2002) descrevem que a decisão de amamentar ou não já
deverá ter sido adotada no período pré-natal, fator que predispõe a mãe a ter êxito
ou não ao amamentar seu filho após o parto. As mães que recebem ajuda dos
profissionais e que acreditam na amamentação como a forma natural de amamentar
seu filho tem maior probabilidade de obter sucesso no aleitamento materno
exclusivo. De acordo com o mesmo autor, no parto e puerpério normas que motivam
a amamentação logo após o nascimento, ainda na sala de parto ou de recuperação,
tem comprovado influenciar a incidência do aleitamento materno e sua duração. É
indicado o alojamento conjunto, onde o bebê estará a todo momento em companhia
da mãe e terá acesso ao seio em livre demanda, sem horários rigorosos para
amamentação, aumentando assim a produção de leite, evitando o uso de
suplementos, além dos fatores psicológicos benéficos como promoção do vínculo
mãe-filho. É importante estabelecer uma „parceria de confiança‟ com a mãe,
ajudando-a a melhorar sua estima e confiança no ato de amamentar, tornando-a
independente. Deve-se providenciar um clima de aprendizagem, envolvendo a mãe
no cuidado do recém- nascido, ensinando como resolver as dificuldades que por
ventura apareçam, e como adotar a decisão correta.
Após a alta hospitalar, as mães devem ser instruídas a comparecer com o
recém-nascido para a reavaliação, pois é nos primeiros dias, em casa, que surgem
problemas e dúvidas que podem dificultar a amamentação. É indispensável que o
profissional de saúde repita os ensinamentos do pré-natal e oriente a mãe quanto ao
desmame. É necessário atentar para a presença de fatores de risco para o
desmame precoce e trabalhar profundamente com as mães que os apresente.
Acredita-se que fatores emocionais, como motivação, autoconfiança e
tranquilidade são essenciais para uma amamentação bem sucedida. Por outro lado,
32
a dor, o desconforto, o stress, a ansiedade, o medo e a falta de autoconfiança
podem impedir o reflexo de ejeção do leite, prejudicando a lactação. Quando a mãe
é saudável, bem nutrida, tem a oportunidade de amamentar com sucesso, por isso,
é preciso que o enfermeiro oriente a alimentação de cada nutriz de acordo com sua
realidade (GIUGLIANI, 2000).
Faleiros, Trezza e Carandina (2006) destacam que o ato de amamentar não
deve ser visto como responsabilidade exclusiva da mulher; a lactante e os,
profissionais de saúde, devem procurar, frente aos fracassos da amamentação,
suporte nas questões biológicas e técnicas, competindo a tarefa de garantir à mãe
uma escuta ativa, diminuir suas dúvidas, entender, esclarecer e aconselhar a
amamentação como um ato de prazer e não uma obrigação.
Os profissionais devem estar em formação permanente, por meio de cursos,
capacitações e atualizações, pois, desta forma, o domínio das técnicas da
amamentação constitui um mecanismo que propicia a habilidade ao dialogar,
facilitando a comunicação entre profissionais, gestantes e nutrizes (REZENDE;
SAWAIA; PADILHA, 2002 apud AZEREDO et al., 2008).
O homem é capaz de fluir constantemente e se relacionar com episódios do
tempo, cultura, pautado a cada momento ao bem-estar psíquico-corporal, embora
possa viver, temporariamente, e às vezes por um longo tempo, em espaços de malestar que, se não desaparecem, modificam ou acabam com seu viver (HAMES,
2006).
Assim, o aleitamento materno é um assunto de Saúde Pública de primeira
grandeza, sendo definitiva, única e indispensável a função que o enfermeiro pode, e
deve, desempenhar na proteção, promoção, apoio ao aleitamento materno e
prevenção de doenças, com objetivo de diminuir o desmame precoce e aumentar a
incidência e a duração do aleitamento materno.
33
5 DISCUSSÃO
É notório o modo expressivo no qual o desmame precoce ocorre em nosso
meio, bem como é indiscutível afirmar que o leite materno é o melhor e mais
adequado alimento para o bebê. Embora o conhecimento das mães sobre as
vantagens, o poder imunológico e nutritivo do leite, muitas ainda acabam
interrompendo a amamentação precocemente (PEREIRA; NADER, 2005).
Em comparação à influência do pré-natal na duração da amamentação
natural, a literatura aponta divergências de acordo com Granzoto et al. (1992) apud
Carrascosa, Júnior e Moraes (2005), que identificaram o pré-natal como uma
variável eficiente na prevenção do desmame precoce, enquanto Gomes et al. (1992)
e Giugliani et al. (1995) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005) apontaram que o
grau de conhecimento adquirido pela mãe durante a gestação não está relacionado
ao sucesso da amamentação e à duração do aleitamento materno.
De acordo com Weiderpass et al. (1998) apud Carrascosa, Júnior e Moraes
(2005) há ausência de associação entre o tipo de parto e a duração da
amamentação
que
também
não
encontrou
diferença
na
prevalência
de
amamentação natural conforme o tipo de parto. Por outro lado Rowe-Murray e
Fisher (2002) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005) contrariam os resultados
desta pesquisa e do autor acima citado. Observaram que a cesariana foi um fator de
risco para o início da lactação, pois esse tipo de parto provocou o aumento do uso
de anestésicos e analgésicos que retardaram o primeiro contato mãe-filho e o
estabelecimento da amamentação. Além disso, acarretou uma recuperação mais
difícil, gerando maior desconforto físico da mãe ao lidar com o bebê.
Estudos apontam que mães que já amamentaram com sucesso têm maiores
chances de realizar a amamentação, enquanto aquelas que nunca tiveram tal
experiência têm maior possibilidade de desmamarem seu filho precocemente.
Confirmando isso, Barros et al. (1995) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005)
verificaram que mães que possuem mais de um filho amamentam com maior
freqüência. Lawoyin, Olawuyi e Onadeko (2001) apud Carrascosa, Júnior e Moraes
(2005), bem como Venâncio et al. (2002) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005)
identificaram que mulheres primíparas tinham maiores chances de desistir do
aleitamento materno antes de a criança completar quatro meses de vida e estavam
mais predispostas a inserir outro tipo de alimento na dieta de seus filhos antes do
34
sexto mês de vida. Meyerink e Marques (2002) apud Carrascosa, Júnior e Moraes
(2005) enfatizaram que o sucesso no aleitamento materno foi dez vezes maior entre
as mães com experiência, do que naquelas que não amamentaram um filho
anteriormente.
Por outro lado, Ekström, Widström e Nissen (2003) apud Carrascosa, Júnior
e Moraes (2005) não acharam diferença na extensão da amamentação quando
confrontaram um grupo de primíparas com outro de multíparas até que as crianças
completassem três meses de vida. O estudo de Arantes (1995) apud Carrascosa,
Júnior e Moraes (2005) ressaltou que a mulher não pode ser rotulada de experiente
ou inexperiente pelo fato de ter ou não vivenciado a amamentação, pois cada
experiência compreende aspectos individuais que são singulares a cada mãe e
principalmente a cada filho amamentado. Resultados deste estudo também
permitem sugerir que quanto maior a estabilidade conjugal, maior a chance de a
mãe estender a amamentação natural, diminuindo os riscos da ocorrência de
desmame precoce.
Spinelli et al. (2002) e Gonçalves et al. (2003) apud Ramos e Ramos (2007)
ressaltaram que as mães que já tiveram a experiência anterior de aleitar
naturalmente algum filho tendem a amamentar o seu filho atual por um período
maior. O estudo de Ramos e Almeida (2003) apud Ramos e Ramos (2007)
fortaleceu o achado anterior, pois do mesmo modo aponta que a falta de experiência
é fator de risco para o desmame precoce.
De modo parecido, Zimmermam e Guttman (2001) apud Carrascosa, Júnior
e Moraes (2005) verificaram que o sucesso e a duração do aleitamento materno está
ligado ao equilíbrio conjugal dos pais, isto é, mães casadas tem maior probabilidade
de iniciar e estender a amamentação natural. Cernadas et al. (2003) apud
Carrascosa, Júnior e Moraes (2005) assinalaram que o suporte familiar instituía um
aspecto bem relevante na prática do aleitamento natural, sendo que o principal
envolvido era o companheiro; que mães que eram motivadas, encorajadas, e que
auferiam
de um apropriado apoio familiar apresentavam maiores chances de
desempenhar a amamentação natural com sucesso, pelo menos, até o sexto mês de
vida da criança.
A literatura é relativamente contraditória ao associar a idade materna com a
duração da amamentação natural. Os trabalhos de Gigante, Victora e Barros (2000),
Lawoyin, Olawuyi e Onadeko (2001) e Zimmermam e Guttman (2001) apud
35
Carrascosa, Júnior e Moraes (2005) confirmam os dados obtidos neste estudo: a
prevalência de amamentação natural é maior com o aumento da idade materna. Já
os trabalhos de Venâncio et al. (2002) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005),
bem como de Cernadas et al. (2003) apud Carrascosa, Júnior e Moraes (2005), não
encontraram relação entre aleitamento materno e idade da mãe.
Os trabalhos de Kummer et al. (2000) e Li et al. (2000) apud Carrascosa,
Júnior e Moraes (2005) coligaram uma menor duração da amamentação em
populações de baixa condição socioeconômica, confirmando os dados do presente
estudo. Por outro lado, o trabalho de Gigante, Victora e Barros (2000) apud
Carrascosa, Júnior e Moraes (2005) não identificou relação entre a duração do
aleitamento materno e a condição socioeconômica. E semelhantemente para
Escobar et al. (2002) a renda familiar não foi uma variável estatisticamente
significante, o que é compatível com os resultados obtidos em trabalhos prévios.
A relação entre a escolaridade materna e o tempo de amamentação é um
tema complexo na literatura. Embora alguns estudos não tenham evidenciado
associação entre esses fatores a maioria demonstra que há influência.
O trabalho materno apresentou resultados controversos em relação a
maiores ou menores chances para o desmame. Apesar de não ser apontado como o
principal determinante para o desmame, alguns autores encontraram que as mães
que trabalham fora do lar têm maiores dificuldades de amamentar seus filhos,
principalmente de forma exclusiva (RAMOS; ALMEIDA, 2003; VIEIRA et al., 2004;
VANNUCHI et al., 2005 apud CARRASCOSA; JÚNIOR; MORAES, 2005).
De modo contrário, Escobar et al. (2002) demonstraram que as mães que
trabalham fora de casa amamentaram durante maior período de tempo; isso poderia
ser explicado pelo fato de que as mães que trabalham fora de casa também
apresentam maior nível de escolaridade.
Venâncio et al. (2002) apud Ramos e Ramos (2007) mostram ainda que o
trabalho informal e o desemprego também pode contribuir com o desmame precoce,
já que essa nutriz geralmente tem que trabalhar para ajudar financeiramente em
casa.
No que diz respeito às leis de proteção à nutriz trabalhadora, Audi et al.
(2003) apud Ramos e Ramos (2007) constataram que 24% das mães trabalhadoras
estudadas tiveram licença-maternidade, e Percegoni et al. (2002) apud Ramos e
Ramos (2007) observaram que 84% das mães não conheciam as leis de proteção à
36
nutriz trabalhadora, sendo este mais um ponto negativo para que as leis possam ser
cumpridas.
Em 1983, pesquisas realizadas no Texas, Estados Unidos, apontam a avó
materna como a fonte de apoio mais respeitável para o início da amamentação entre
mulheres de origem mexicana, porém em Porto Alegre, RS, estudos realizados
atualmente sugeriram que as avós pudessem influenciar negativamente na duração
da amamentação (TAMEZ; SILVA, 2002).
Discutindo o conhecimento das mães sobre questões fundamentais da
amamentação contatou-se que em sua maioria são insuficientes, não permitem o
sucesso completo do aleitamento materno e, portanto, há o desmame (SANDREPEREIRA et al., 2000; PERCEGONI et al., 2002 apud RAMOS; RAMOS, 2007).
Do mesmo modo, avaliações feitas com equipes do Programa de Saúde da
Família confirmaram que as ações desses grupos, no que diz respeito ao
conhecimento para o manejo da amamentação natural, ainda são deficientes
(CICONI et al., 2004; DUBEUX et al., 2004 apud RAMOS; RAMOS, 2007).
Falas como „leite fraco‟, „pouco leite‟ e „leite seco‟ no diálogo materno
compõe falas imediatas das nutrizes e/ou mães para o desmame precoce. Essas
mães aproveitam alguns parâmetros, como a quantidade de leite drenado e o estado
de saciedade da criança após a mamada, além da opinião de parentes e vizinhos
que já passaram pela mesma experiência, na definição dos critérios que elas
assumirão para si. Contudo, a literatura é enfática ao considerar que tais
justificativas configuram-se construções sociais que refletem a interpretação da
nutriz a respeito de seus primeiros contatos com o ato de amamentar e a ausência
de práticas assistenciais de saúde adequadas ao segmento materno-infantil no que
se refere à informação acerca do processo normal de lactação.
O desacordo entre as respostas dos diferentes autores ilustra a contradição
da equipe de saúde quanto à priorização dos motivos para o desmame, o que
possivelmente irá refletir na atenção prestada por meio das orientações e da prática
(AZEREDO et al., 2008).
Giugliani (2000) menciona que no contexto do processo de cuidar, o
enfermeiro
encontra
no
aleitamento
materno
situações
que
devem
ser
diagnosticadas, cujas intervenções estão no âmbito de resolução da enfermagem,
isto é, são ações independentes. Portanto, o enfermeiro deve estar consciente e
37
disponível para atuar diretamente com as puérperas, observando a primeira
mamada e a pega, prevenindo futuras complicações. O enfermeiro é o profissional
que comprovadamente está mais habilitado e capacitado para desfazer os mitos e
tratar as complicações; prevenção é uma das filosofias básicas da enfermagem. A
sua assistência é decisiva para o início, manutenção e sucesso do aleitamento
materno.
O comprometimento efetivo do profissional da saúde no que se refere à
mulher em seu processo de amamentação-desmame consiste em um processo
educativo constante e continuo que seja capaz de identificar e resolver os escopos
ditados pela população, expressos de diversos modos, conforme características
próprias de cada indivíduo, do grupo e comunidade a que pertencem.
38
6 METODOLOGIA
O desenvolvimento deste estudo pautou-se numa pesquisa bibliográfica, do
tipo descritivo de olhar qualitativo. Considerando a relevância e abordagem do tema,
procurou-se conhecer a visão de alguns autores a respeito do assunto,
possibilitando atender deste modo aos objetivos proposto de conhecer os fatores
que levam as mães a desmamarem precocemente seus filhos, identificando os
principais fatores e a atuação do profissional enfermeiro nesse contexto.
Para Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes
secundárias, precede a compreensão de toda bibliografia já tornada pública em
relação a uma questão científica. O objetivo principal de colocar o pesquisador em
contato direto com o que já foi descrito sobre o assunto assinalado, permitiu-nos
identificar e sistematizar através de uma reflexão crítica, o desígnio proposto.
Cervo e Bervian (2006) colocam, ainda, o estudo descritivo, como uma dos
formatos de estudo que consente observar, analisar, registrar, descrever e
correlacionar
fatos
sem
interferir
no
ambiente
analisado,
tratando
das
características, propriedades ou relação existente na realidade pesquisada.
“A pesquisa qualitativa se preocupa com um nível de realidade que não pode
ser quantificado, ou seja, trabalha com o universo de significados, das ações e
relações humanas.” (MINAYO, 2008, p. 407).
Para o desenvolvimento da pesquisa e melhor compreensão do tema, este
Trabalho de Conclusão de Curso foi elaborado a partir dos registros, análise e
organização dos dados bibliográficos, instrumentos que permitiram uma maior
compreensão e interpretação crítica/científico das fontes obtidas.
A elaboração da pesquisa teve como ferramenta norteadora material já
publicado sobre o tema livros, artigos científicos, publicações periódicas e materiais
na Internet disponíveis nos seguintes bancos de dados: MEDLINE, SCIELO,
LILACS, sites do Ministério da Saúde e acervos disponíveis na Biblioteca Central da
Universidade Vale do Rio Doce. Cuja amostra constou de artigos, publicados no
período de 1999 a 2009. Foram encontradas como resultado 6.332 referências,
utilizando-se como descritor a palavra desmame precoce. Destas, 2.615 na
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), 3.466 na
Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), 251 na Scientific
Electronic Library Online (SCIELO).
39
Após essa consulta delimitou-se a utilização dos 53 artigos, tendo sido
analisados 115 resumos. Foram utilizados como métodos de exclusão: textos
repetidos e em outro idioma que não o português.
Para a organização do material, foram realizadas etapas e procedimentos do
Trabalho de Conclusão de Curso onde se buscou a identificação preliminar
bibliográfica fundamentada, fichamento de resumo, análise e interpretação do
material, bibliografia, revisão e relatório final.
Assim, o objetivo do estudo foi apresentar uma revisão sistemática da
literatura científica, designada revisão integrativa. Baseanda nos conceitos gerais e
etapas, bem como aspectos relevantes sobre a aplicabilidade deste método para a
pesquisa na saúde e enfermagem.
Segundo Cooper (1989) apud Ursis e Gavão (2006), a revisão integrativa é o
método mais amplo na modalidade de pesquisa de revisão, acerca de questões
teóricas ou empíricas que permite a busca, a avaliação crítica e a síntese das
evidências disponíveis do tema investigado, sendo o seu produto final o estado atual
do conhecimento do tema investigado, implementação de intervenções efetivas na
assistência à saúde e a redução de custos, bem como maior entendimento acerca
de um fenômeno ou problema de saúde.
Em relação à sua importância, estudiosos afirmam que esse recurso pode
criar uma forte base de conhecimentos, capaz de guiar a prática profissional e
identificar lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas,
segundo Hek (2000), constitui-se em um método moderno para a avaliação
simultânea de um conjunto de dados.
40
7 CONCLUSÃO
Neste estudo, procuramos, a partir da identificação de fatores que levam ao
desmame precoce, explorar os aspectos envolvidos nesse processo como
determinantes ou não da continuidade da amamentação exclusiva. Ainda que o
assunto seja tema de constantes discussões muito ainda se tem a pesquisar, pois,
apesar do conhecimento de muitas das vantagens do aleitamento, evidencia-se
grande desconhecimento no que se refere ao processo fisiológico, aliado aos tabus.
Acreditamos que seja importante conhecer todo o contexto em que essa mãe,
mulher, nutriz está inserida, para que se possa atuar de forma mais eficaz.
A complexa determinação da amamentação é condicionada por fortes e
diferentes questões socioculturais, ambientais, psicológicas e fisiológicas, sendo
ampla a rede de fatores e multiplicidade de questões que interferem nessa prática. É
necessário percebermos as dificuldades encontradas por essas mães, assim como a
necessidade de atenção, apoio e humanização. Quando sensibilizadas e
proporcionado apoio holístico a essas mães, elas são motivadas a aleitar seus filhos
por maior tempo; percebe que o incentivo é eficaz quando se oferece suporte à
mulher, sua família e comunidade.
Nos bancos de dados pesquisados para esse trabalho de conclusão de
curso, pouco se tem falando sobre a atuação do enfermeiro frente aos fatores que
levam as mães a desmamarem seus filhos precocemente. Visto que os fatores do
aleitamento materno são dinâmicos para o sucesso ou não do aleitamento materno
exclusivo, soluções devem ser pesquisadas para este problema tão comum em
nosso país. Devido as culturas enraizadas e aos fatores que levam a ocorrência do
desmame precoce, pouco se tem notado sobre pesquisas e estudos envolvendo os
profissionais de enfermagem, para que as taxas do desmame tenham um declínio.
Um diagnóstico local real e atualizado, associado a intervenções coletivas,
pautado por um planejamento e intervenções plausíveis de acordo com os eventos
existentes, semelhante às características da população local, permite realizar
qualificação do atendimento prestado, integração de estratégias de promoção e
treinamento do profissional enfermeiro.
É de fundamental importância que a mulher sinta-se auxiliada nas suas
dúvidas e possíveis dificuldades, para que possa assumir com mais segurança o
papel da mãe e fornecedora do leite de seu filho, competindo aos profissionais
41
enfermeiros e aos serviços de saúde a obrigação de realizar um atendimento de
qualidade a essas mães, tornando a amamentação um ato exclusivo de prazer.
Tendo em vista a dimensão do assunto, percebemos os diferentes
significados expostos no que se refere ao processo de amamentar-desmamar, surge
além dos julgamentos comuns e individuais, os condicionantes e compreensão dos
nexos da sociedade, o que torna particular e polêmico o ato, a decisão materna em
amamentar.
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