guia de estudos

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guia de estudos
GUIA DE ESTUDOS
OPERAÇÃO MARKET GARDEN (1944)
Aliados X Eixo
Rafael Licinio Tavares
Diretor
Carolina Tomaz
Diretora Assistente
Nádya Silveira
Diretora Assistente
Marcus Drumond
Diretor Assistente
Mateus Chaves
Diretor Assistente
Thiago Brandão
Diretor Assistente
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE ................................................................................. 3
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA .................................................................................... 4
2.1 A Guerra................................................................................................................... 4
2.2 A Operação .............................................................................................................. 7
2.3 As Unidades ............................................................................................................ 9
2.3.1 Grupos de Combate .......................................................................................... 10
2.3.2 Divisões Estáticas ............................................................................................. 11
2.3.3 Divisões Blindadas ............................................................................................ 11
2.3.4 Divisões Panzer SS ........................................................................................... 12
2.3.5 Divisões de Infantaria........................................................................................ 12
2.3.5.1 Unidades Aerotransportadas............................................................................ 13
2.3.5.2 Unidades Fallschirmjäger ................................................................................. 13
2.3.6 Unidades Aéreas................................................................................................ 14
2.4 A Geografia............................................................................................................ 14
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ .............................................................................. 17
4 POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES .................................................. 18
4.1 Aliados ................................................................................................................... 18
4.1.1 Unidades Aerotransportadas ........................................................................... 18
4.1.2 Unidades Blindadas .......................................................................................... 19
4.1.3 Unidades de Infantaria ...................................................................................... 19
4.1.4 Unidades Aéreas................................................................................................ 19
4.2 Eixo ......................................................................................................................... 20
4.2.1 Unidades Panzer SS .......................................................................................... 20
4.2.2 Grupos de Combate .......................................................................................... 20
4.2.3 Unidades Estáticas ............................................................................................ 20
4.2.4 Unidades de Infantaria ...................................................................................... 21
4.2.5 Unidades Fallschirmjager ................................................................................. 21
5 QUESTÕES RELEVANTES NAS DISCUSSÕES.................................................... 21
Referências.................................................................................................................. 23
TABELA DE REPRESENTAÇÕES ............................................................................. 25
ANEXO A: Mapa da Operação Market Garden ........................................................ 28
3
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE
O diretor deste comitê é Rafael Tavares, estudante do curso de Relações
Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) no sétimo
período. É a sua terceira participação no Modelo Intercolegial das Nações Unidas
(MINIONU), desta vez como Diretor. O Diretor espera que se empenhem bastante em suas
tarefas como delegados e que sejam capazes de aprender e crescer com o comitê,
aproveitando ao máximo a experiência do evento.
A Diretora Assistente Carolina Tomaz é graduanda do 3º período de Relações
Internacionais. É sua terceira participação no MINIONU e primeira como Diretora Assistente.
Espera que, assim como toda a equipe, os senhores prezem pelo comitê para que, juntos,
possam ter uma proveitosa simulação.
A Diretora Assistente Nádya Silveira cursará o 4º período de Relações Internacionais
na época do 17º MINIONU, tendo já trabalhado como voluntária no comitê Assembleia Geral
das Nações (AGNU) 2030 sobre a situação dos curdos, na edição passada. Ela espera que
tenham discussões valorosas e que aproveitem essa experiência ao máximo.
O Diretor Assistente Marcus Drumond é estudante do curso de Relações
Internacionais da PUC Minas no 5º período, este é seu terceiro MINIONU e sua segunda
participação como Diretor Assistente. Espera que tirem máximo proveito do comitê,
aprimorando seu processo de compreensão e decisão.
O Diretor Assistente Mateus Chaves, cursa o segundo período de Relações
Internacionais na PUC Minas. Essa será sua segunda participação no MINIONU, sendo a
primeira vez como Diretor Assistente. O MINIONU, para o Diretor Assistente é não só uma
forma de adquirir conhecimento e experiência, mas também de fazer novas amizades.
O Diretor Assistente Thiago Brandão está em sua quinta participação do MINIONU e
sua primeira como Diretor Assistente. O Diretor Assistente espera que tenham um comitê
muito produtivo e que não importando como a simulação termine todos se sinta importantes
durante os debates.
Para mais informações, os senhores delegados podem acessar a página do comitê
no Facebook e o blog, que possuem informações adicionais que completam este Guia de
Estudos.
Em
caso
de
dúvidas,
também
podem
enviar
e-mail
para:
[email protected].
Bons Estudos,
Equipe “Operação Market Garden 1944”
4
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
A Segunda Guerra Mundial é a primeira guerra realmente mundial, pois mobiliza
quantidades enormes de recursos e abrange conflitos em quase todas as regiões do mundo,
arrastando beligerantes de diferentes partes do mundo para lutarem em um grande conflito.
Pela Europa, África e Ásia, vários países estão se enfrentando para buscar a supremacia
mundial, em um grande embate de coalizões. Desde o começo da guerra na Polônia em
1939, até atualmente, 1944, grandes batalhas se desdobraram por todo o mundo e estão
definindo o destino da humanidade.1 (MASSON, 2003).
2.1 A Guerra
A Segunda Guerra Mundial entrava em 1944 como a guerra de maiores proporções
já lutada. A Alemanha, no ano de 1942, já possuía sob o poder de suas tropas grande parte
da Europa. A França, que havia sido tomada em 1940, era um território estratégico que, até
então, impedia a investida dos Aliados e evitava seu avanço para as terras alemãs.
(NEILLANDS, 2002). Desde dezembro de 1942, a preparação técnica da invasão na Europa
havia sido confiada ao general britânico Frederick Morgan, que a princípio encontrou
dificuldades no comando devido a desorganizações internas. Foi em dezembro de 1943,
depois da Conferência de Teerã 2, quando o general Eisenhower, após sua operação bem
sucedida no norte da África, foi nomeado Comandante Supremo das Forças Aliadas na
Europa, que os processos estratégicos começaram a ter andamento. No mesmo ano,
Morgan apresentou um plano de ação com o codinome de Operação Overlord, que
preparava uma invasão na Normandia, norte da França3. (ALVES, 2009).
Após os sucessos dos Aliados no Norte da África e Sicília, o fronte na península
italiana avançava a passos lentos, com uma entrincheirada resistência do Eixo. Um segundo
fronte necessitava ser aberto, capaz de empurrar os alemães de volta para suas próprias
fronteiras. A demanda por um avanço mais rápido da guerra gerou a Operação Overlord, e o
Dia D4. Forças americanas, inglesas e canadenses desembarcaram em um pequeno trecho
de praias cinzentas na costa da Normandia, com a intenção de liberar a França ocupada do
jugo nazista. (MASSON, 2003).
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4
Os chineses já lutavam contra os japoneses des de 1936, e a guerra só acabaria para o Japão
depois dos ataques nucleares de Hiroshima e Nagasaki. No caso, é relevante para o comitê apenas
o Teatro Europeu.
Reunião entre os líderes Aliados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Soviética.
Essa sendo a progressão de operações no Teatro Europeu Ocident al. No Teatro E uropeu Oriental
os russos lutavam contra a investida alem ã e no Teatro do Pacífico os americanos lutavam contra
os japoneses.
Operação Overlord: Invasão anfíbia da Normandia (norte da França) por forças aliadas que
buscavam liberar a Europa Ocidental da ocupação da Alemanha Nazista.
5
A Operação Overlord teve início no dia 6 de junho de 1944, pelas forças americanas,
canadenses e britânicas, também conhecido como Dia D. O principal objetivo da operação
era abrir uma segunda frente na Europa, pelo Ocidente, para enfraquecer a frente Oriental
através da mobilização de tropas e assim ajudar a União Soviética a avançar. O
desembarque na Normandia envolveu cerca de 3 milhões de soldados, 6400 navios de
guerra e milhares de aviões. Os exércitos envolvidos tinham objetivos distintos que
consistiam na tomada de posse das praias com os codinomes, Omaha e Utah, para os
Americanos; Juno, Gold e Sword para os ingleses e canadenses. A Alemanha, por iniciativa
de Rommel, comandante do exército alemão, esperou o desembarque aliado e procurou
defender-se através Muralha do Atlântico
5
. Apesar da dura resistência alemã, o
desembarque foi bem sucedido e os aliados continuaram seu avanço em direção a Paris.
(ALVES, 2009).
A libertação de Paris começou com um levante da Resistência Francesa contra a
guarnição alemã em 19 de agosto de 1944. Em 24 de agosto, as Forças Francesas do
Interior receberam ajuda da organização França Livre e da 4ª Divisão de Infantaria dos
Estados Unidos. A resistência alemã foi fraca e, além disso, o general Dietrich von Choltitz
desafiou uma ordem de Hitler de não se render, explodir os marcos históricos de Paris e
destruir a cidade pelo fogo. Ao invés disso, Choltitz assinou a rendição formal na tarde do
dia seguinte. (ALTMAN, 2010).
A campanha da Normandia, enquanto um sucesso para os Aliados foi marcada por
pesadas baixas 6 no terreno difícil de cercas-vivas7 do campo francês. O avanço era lento, e
alguns dos objetivos marcados para o Dia D foram tomados com atrasos de semanas e
meses. Mas, apesar dos inúmeros empecilhos, o norte da França e Paris foi liberado. O
fronte novamente se estagnaria frente às defesas naturais da Alemanha, o bosque das
Ardenas e os rios Meuse e Reno 8, que impediam o avanço das forças aliadas e protegiam o
território alemão de ofensivas significativas. Mais ao sul, a linha Siegfried 9, um complexo
intrincado de defesas estáticas, barrava qualquer ação por parte dos Aliados. (MASSON,
2003).
Percebeu-se, portanto, no Alto Comando Aliado, a necessidade de contornar essas
barreiras e penetrar em território alemão. Enquanto alguns no Alto Comando eram
partidários de um ataque mais demorado, a ser executado ao longo de toda a linha de
5
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Série de fortific ações costeiras que prot egiam o território ocupado pelos alemães de possíveis
invasões Aliadas.
Soldados que são feridos ou mortos, são ‘baixas’ no efetivo e não mais podem combater.
Grandes arbustos interligados, cultivados para servir como cercas pesadas e separar propriedades.
Sem tanques ou tratores para ultrapassá-los, são intransponíveis.
Características geográficas próximas ou presentes na fronteira da França, B élgica e Holan da c om a
Alemanha.
Linha de defesa formada por inúmeros obstáculos, canhões e casamatas, análoga à linha Maginot
francesa.
6
defesa alemã, o Marechal de Campo Montgomery 10, que dispunha de especial reputação
entre os Aliados pelos seus sucessos no Norte da África, Sicília e Normandia, preferia uma
abordagem mais decisiva para a situação. (MASSON, 2003).
Por ele foi proposta uma ofensiva concentrada, utilizando alguns dos melhores
recursos disponíveis aos Aliados na época 11 , para quebrar as defesas alemãs em
determinado ponto de sua linha de defesa e abrir uma passagem por onde as outras tropas
Aliadas pudessem invadir o coração da Alemanha nazista. O plano consistia em capturar
travessias no Meuse e Baixo Reno, permitindo que a linha Siegfried pudesse ser contornada
ao norte e as tropas Aliadas teriam um caminho para destruir a matriz bélico-industrial na
região do rio Ruhr. (MASSON, 2003).
Nasce a Operação Market Garden, a maior operação aerotransportada até o
presente momento. Os objetivos principais são o de capturar travessias no Meuse e no
Reno, para permitir o contínuo ataque à Alemanha. Além disso, o caminho de avanço leva
as forças Aliadas para as proximidades da Antuérpia, um porto de águas profundas que há
muito tempo era cobiçado pelos Aliados, sendo que, se capturado, resolveria os problemas
de abastecimento logístico. (MASSON, 2003).
Figura 1: Fronte Ocidental, 14 de Setembro de 1944
Fonte: Remember September 44, 2016
10
Um dos comandantes Aliados de mais sucesso, tornou-se famoso pela vitória crucial na Segunda
Batalha de El Alamein, no Egito.
11
Material logístico que, dada a distância a ser percorrida desde a costa, era um tanto escasso nas
linhas de frente. Tal problema seria solucionado eventualmente, com a tomada da Antuérpia.
7
2.2 A Operação
O objetivo de Marechal Montgomery é forçar uma entrada na Alemanha ao longo do
Baixo Reno. Ele quer contornar o extremo norte da Linha Siegfried e isso exige da que a
operação capture as pontes sobre o Maas (rio Meuse) e dois afluentes do Reno (o Waal e o
Baixo Reno), bem como vários canais e afluentes menores, comuns no cenário da Holanda
e Bélgica. Nesse sentido, a operação será lutada principalmente em território holandês,
seguindo uma rota que interliga todas estas travessias vitais ao esforço de guerra Aliado.
(RYAN, 1974).
O Marechal de Campo Montgomery, muito conceituado por conta das vitórias no
continente africano, Sicília e Normandia, diferente de vários comandantes, é a favor de um
plano mais decisivo para a invasão. Sua proposta consiste em contornar a linha de defesa
alemã Siegfried 12, localizada no sul da Alemanha, atacando e dominando as passagens dos
rios Meuse e Reno com uma grande concentração de tropas, a fim de abrir caminho para as
outras forças Aliadas em direção ao coração da Alemanha Nazista. (MASSON, 2003).
A operação consiste principalmente em dominar as pontes sobre o rio Meuse e dois
afluentes do Reno (Waal e Baixo Reno) e outros pequenos afluentes, localizados em
território holandês. Portanto, o Marechal de Campo Montgomery, pretende contornar a linha
Siegfried pelos rios, abrindo caminho pela Holanda. (RYAN, 1974).
12
linha de defesa de 630 km de extensão formada por inúmeros obstáculos, canhões e casamatas.
8
Mapa 1: Plano Operacional de Market Garden, setembro de 1944.
Fonte: Remember September 44, 2016.
O aspecto aéreo da operação, o Market, consiste em utilizar as tropas veteranas do
Primeiro Exército Aerotransportado Aliado, as tropas paraquedistas de ingleses e
americanos que haviam visto os primeiros enfrentamentos na madrugada do Dia D.
Pretende-se que esses soldados de elite sejam lançados em zonas de pouso próximas às
pontes a serem capturadas, por meio de paraquedas e planadores rebocados por C-47s
Skytrain 13. Tomando as pontes com o elemento da surpresa, lá eles mantêm suas posições.
(RYAN, 1974).
O aspecto terrestre, o Garden, irá se materializar no avanço de unidades blindadas
britânicas do Segundo Exército Britânico, em especial dos XXX e VII Corpos 14, ao longo da
Rota 69 15 , que une as zonas de pouso e as pontes, criando, portanto, um corredor de
13
O C-47 Skytrain foi o avião padrão de transport e de paraquedistas dos Aliados. A
nomenclaturabritânica se refere ao modelo como Dakota. Era comum rebocarem planadores Horsa,
atrelados por cabos de aço.
14
Grupos do Segundo Exército Britânico formados por unidades blindadas e de infantaria.
15
A Rota 69, ou como conhecida pelos soldados ingleses, “Hell’s Highway”, era uma estrada
paviment ada que seguia desde antes de Eindhoven, passando por Nijmegen, e indo para Arnhem.
9
avanço que termina diretamente apontada para o interior alemão. Unindo-se com os
paraquedistas, eles protegerão as pontes conquistadas enquanto outras forças se preparam
para assumir a ofensiva. (MIDDLEBROOK, 1995).
Foto 1: A Ponte de Arnhem, Setembro de 1944
Fonte: Imperial War Museum, 2016
2.3 As Unidades
Dada a natureza da operação, sendo um esforço abrangente, vários tipos de
unidades militares são empregadas nela. Tanto o Eixo como Aliados utilizam unidades um
tanto análogas, ou seja, enquanto possuem equipamento e treinamento diferentes, têm
essencialmente as mesmas funções. Tais unidades se dividem na mesma linha em que se
dividem as armas de uma força militar, cada arma representando uma função e uma gama
de habilidades para determinada força. A título de exemplo, a artilharia, com seus grandes
canhões de longo alcance, é uma arma, e se especializa em combater o inimigo com fogo
indireto e apoiar a ação de outras armas. A cavalaria, ou o carro blindado em termos
modernos, serve para empregar grande poder destrutivo contra o inimigo, ao mesmo tempo
em que se utiliza de rápidas manobras para atingir os pontos mais vulneráveis. Cada tipo de
Era tão estreita que apenas permitia dois tanques lado a lado, atrasando bastant e o avanço
britânico.
10
unidade está mais apta a exercer determinada tarefa, e enquanto pode ser a melhor em seu
campo de especialização, em outra missão pode não ser tão bem sucedida. (MARGIOTTA,
2000). Avaliar qual função é mais apropriada para determinada unidade é um trato essencial
para um comandante.
Um dos exemplos mais marcantes da integração entre diferentes unidades tenha
sido no ano de 1940, quando os alemães tomaram de assalto quase que toda a Europa
Ocidental. Blitzkrieg é o termo em alemão para “guerra relâmpago”, chamada assim pela
velocidade que é conduzida. Através do uso pioneiro de armas combinadas, as tropas
alemãs na Segunda Guerra Mundial foram capazes de conquistar grandes porções de
território em curtos espaços de tempo, tomando de assalto seus oponentes e
frequentemente os cercando, atingindo suas linhas de suprimento. Esse tipo de ataque nega
ao inimigo tempo vital para se organizar uma defesa considerável, diminuindo a eficiência de
combate do inimigo. Para que se alcance sucesso em tal ataque, é necessário um nível de
integração e coordenação muito alto entre os vários elementos que participam do ataque,
principalmente entre as tropas de solo e as aéreas, assim como os elementos blindados, de
artilharia e de infantaria. (MARGIOTTA, 2000).
2.3.1
Grupos de Combate
Os grupos de combate são uma formação de combate comumente utilizada pelas as
forças do Wehrmacht Alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Sua formação de batalha
adota uma postura de armas combinadas16, onde diferentes sessões do exército são unidas
e se suportam mutuamente. Eles foram criados para suprir demandas emergenciais de
combate, agrupando as forças disponíveis em um local e as colocando sob comando de um
oficial, que dava também o nome ao grupo de combate. A composição de um Grupo de
Combate varia de acordo com a disponibilidade das tropas no local, mas normalmente eles
incorporam tanques, infantaria e artilharia, incluindo artilharia antitanque, sendo assim o
tamanho de um Grupo de Combate altera, podendo atingir o tamanho de um Corpo ou
pequenos como uma Companhia. Na Operação Market Garden, grande parte dos Grupos
de Combate são compostos por regimentos em treinamento, tropas de reposição e grupos
de apoio, seus equipamentos normalmente são alemães, mas existe também a utilização de
equipamentos e armamentos abandonados ou capturados de seus oponentes. (LUCAS,
2014).
16
Armas Combinadas é uma abordagem que busca a integração de diferentes forças armadas apara
atingir efeitos complementares múltiplos, por exemplo, utilizando a infantaria e blindados em um
ambiente urbano, onde um pode dar suporte ao outro.
11
2.3.2
Divisões Estáticas
As Divisões Estáticas são forças de ocupação do território conquistado que se
instalam após a invasão do exército alemão, elas geralmente ocupam uma boa posição
defensiva no território, o que lhes garantem grande vantagem caso o oponente venha atacar
a posição. Elas são compostas por armamentos pesados, o que dificulta imensamente sua
locomoção, além disso, as tropas pertencentes à divisão não são treinadas em guerra
móvel17, costumam possuir transporte limitado e não possuem muito armamento ofensivo.
Na Operação Market Garden, as forças das Divisões Estáticas podem servir como
infantaria, mas seu papel principal está em impedir o avanço aliado, protegendo as demais
forças alemãs. (JORDAN et al, 2012).
2.3.3 Divisões Blindadas
As Divisões Blindadas se especializam no uso de veículos de combate blindados
com a premissa de penetrar nas linhas defensivas convencionais, sua aplicação depende do
uso de tanques e de outras tropas de suporte como a infantaria mecanizada, artilharias
autopropulsadas e equipes de engenharia. Os tanques utilizados são classificados de
acordo com sua categoria, tanques leves, médios, pesados e tanques antitanques. Os
tanques leves possuem um poder de fogo reduzido, mas têm boa mobilidade, eles são
utilizados para reconhecimento e em algumas operações aéreas, sendo transportados junto
aos paraquedistas. Os tanques médios são também conhecidos como os principais tanques
de batalha, eles possuem um equilíbrio entre poder de fogo e mobilidade, foram produzidos
em larga escala, pois representam um excelente custo beneficio se comparado aos tanques
de outras categorias, eles são rápidos de se produzir e executam muito bem suas funções
no campo de batalha. Os tanques pesados fornecem um poder de fogo consideravelmente
maior e uma armadura mais pesada e difícil de ser penetrada pelo fogo oponente, com o
custo de mobilidade, manobrabilidade e custo. Eles eram utilizados para quebrar a linha de
tanques do oponente, mas pela baixa velocidade eles eram mais úteis em uma posição
defensiva. Já os tanques antitanques, são equipados com uma artilharia de fogo direto,
feitos especificamente para combater veículos blindados do oponente, principalmente outros
tanques. Na Operação Market Garden, é necessária a coordenação entre as Divisões
Blindadas e as outras divisões, principalmente as Divisões de Infantaria, onde uma é capaz
de auxiliar a outra, buscando atingir um objetivo comum. (BOSCAWEN, 2001).
17
Guerra Móvel é a mobilização rápida de uma força com o intuito de ganhar vantagem sobre o
oponente o pegando desprevenido em um determinado local.
12
2.3.4 Divisões Panzer SS
As Divisões Panzer SS são consideradas a elite do exército alemão, possuindo um
treinamento rigoroso, passando aos recrutas uma disciplina rígida e uma inquestionável
obediência, para que os soldados fiquem sempre focados nas ações dos campos de
batalha, essa subordinação faz com que eles atinjam o fanatismo e fiquem extremamente
brutais em combate. Assim, como nas divisões blindadas, as Divisões Panzer SS fazem uso
de veículos de combate blindados, mas além da presença dos regimentos de tanques, elas
contam com uma utilização considerável de infantaria mecanizada, sendo composta
principalmente por tropas de choque Panzergranadier. As Divisões Panzer SS são
essenciais para a realização do Blitzkrieg18 e a conquista de grande parte da Europa e do
norte da África. Na Operação Market Garden, as Divisões Panzer SS são vitais para a
defesa do território holandês, com seu treinamento pesado, sua experiência em combate e
sua lealdade inabalável para repelir as investidas das forças aliadas. (GUDERIAN, 1996).
2.3.5
Divisões de Infantaria
A infantaria pode ser considerada a mais antiga unidade do exército, ao qual também
compõe a maioria das divisões. Tal unidade tem geralmente os maiores efetivos e,
historicamente, não é uma unidade motorizada ou mecanizada, sendo seu principal meio de
locomoção a marcha a pé. Apesar disso, algumas unidades de infantaria são equipadas
com veículos ou até mesmo são transportadas por blindados ou aviões. (38º BI, 2016).
Devido o seu método de locomoção, a unidade de infantaria tem maior aptidão em
adentrar terrenos de difícil acesso, tais como florestas e ambientes urbanos, podendo
combater o inimigo face a face, bloqueando uma possível ação contra os tanques. Sua
missão principal é a ocupação e manutenção de uma determinada área, dispondo da
capacidade de ação em pequenos segmentos, o que dificulta a identificação pelo inimigo e
torna maior a sua mobilidade. (SCOTT, 2008).
Na Operação Market Garden, é de vital importância que as unidades de infantaria se
coordenem bem próximas das outras unidades, principalmente as blindadas . Para que
ambos os tipos de forças funcionem bem no campo de batalha necessitam do apoio uma da
outra, visto que os blindados e a infantaria são partes integrais de uma força ofensiva
moderna. (HARRIS; TOASE, 1990).
As forças aliadas são constituídas primeiramente de seis unidades de infantaria: 3ª
18
Blitzkrieg significa guerra relâmpago, foi uma grande concentração das forças alemãs realizando
um ataque em formação de lança, quebrando as linhas defensivas dos oponent es com ataques
curtos, rápidos e poderosos, utilizando a velocidade e a surpresa para sobrepujar os mesmos.
13
Divisão de Infantaria, 1ª Brigada de Infantaria Belga, 15ª Divisão de Infantaria, 43ª Divisão
de Infantaria, 50ª Divisão de Infantaria e a 53ª Divisão de Infantaria. Das referidas,
evidenciam-se a 50ª e 53ª Divisão por caráter possivelmente mais destrutivo e a 1ª Brigada
Belga pela adesão de um esquadrão de veículos blindados. É significativo ressaltar que a
50ª e 53ª são caracterizadas como ameaçadoras; pela associação de tropas veteranas à
50ª Divisão, que já haviam sido postas em exercício em batalhas no Mediterrâneo, Norte da
África e ainda na invasão à Sicília. Como também a inclusão de tropas de choque e
assalto19 pela 53ª Divisão de Infantaria. (JOSLEN, 2003). Entre as forças do Eixo, estão sete
unidades de infantaria: 56ª Divisão de Infantaria, 176ª Divisão de Infantaria, 180ª Divisão de
Infantaria, 190ª Divisão de Infantaria, 245ª Divisão de Infantaria, 346ª Divisão de Infantaria e
363ª Divisão Volksgrenadier. (KERSHAW, 2004).
2.3.5.1 Unidades Aerotransportadas
Essas forças são caracterizadas pelo alto grau de treinamento, elas são basicamente
transportadas em aeronaves e lançadas ao combate, consequentemente tendo que reduzir
suas formações ao tamanho das aeronaves, o que semelhante à infantaria original oferece o
elemento surpresa ao inimigo, já que sua identificação em terra é dificultosa. O veículo
aéreo oferece à unidade capacidade de transporte bastante eficiente, voltando ao elemento
surpresa e podendo, assim, ser posicionadas às costas das linhas inimigas. Entretanto, a
limitação de agrupamento por tamanho das aeronaves e a necessidade de flexibilidade dos
soldados traz às unidades aerotransportadas a carência de armamento para operações de
longa duração, e ainda a dependência e necessidade de lidar com imprevistos
meteorológicos e geográficos. (HARCLERODE, 2005).
Na Operação Market Garden, serão empregadas as unidades do Primeiro Exército
Aerotransportado Aliado, constituído pela 1ª, 82ª e 101ª Divisões Aerotransportadas,
juntamente à 1ª Brigada de Paraquedas Independente Polonesa. A principal missão
escalada para essas unidades é a de captura das pontes de travessia, buscando cumprir
seu dever com rapidez e eficiência. Levando a tarefa de lidar com imprevistos, suprir a
unidade com mantimentos e desenvolver sua movimentação, está anexado o IX Comando
de Transporte de Tropas. (WARREN, 1956).
2.3.5.2 Unidades Fallschirmjäger
Os Fallschirmjäger são tropas de solo paraquedistas altamente treinadas para
19
Tropas de choque e assalto são tropas especialmente escolhidas para trabalho ofensivo pelo seu
alto treinamento e disciplina, podendo também liderar ataques.
14
explorar suas vantagens (surpresa e mobilidade) e minimizar inconvenientes (isolamento e
falta de armamento pesado). (WINDROW, 2006). Na Operação Market Garden, essas
unidades não podem se transportar pelo meio aéreo, uma vez que não há transportes
disponíveis, porém tal desvantagem não diminuiu sua capacidade de ação contra o inimigo.
Esse grupo é composto pela Divisão Erdmann e pelo 1º Exército de Paraquedistas.
2.3.6 Unidades Aéreas
A força aérea é responsável pelos ataques táticos aéreos, levando adiante missões
de bombardeio e reconhecimento, em geral sua função primária é de suporte de forças de
solo em batalhas. Sendo composto tipicamente por aviões de caça, bombardeiros e aviões
de transporte. Aviões de caça são veículos primeiramente designados para seguir combate
aéreo, ou seja, atacar forças aéreas inimigas. Bombardeiros são designados principalmente
para ataques ar-solo, podendo derrubar grandes agrupamentos inimigos, juntamente aos
caça-bombardeiros que seguem a mesma postura. (CATE; CRAVEN, 1983).
As forças aéreas aliadas têm a tarefa de dissipar a resistência alemã, e mais
importante garantir a passagem em direção as pontes, os caças são de extrema importância
para dificultar a ação da Luftwaffe e como já citado, oferecer suporte a infantaria. Grupo
constituído pela 2ª Força Aérea Tática (Força Aérea dos Estados Unidos), Comando de
Caças e Comando de Bombardeiros.
2.4 A Geografia
É de vital importância para o sucesso de qualquer tipo de ação militar a boa
compreensão do espaço físico em que se opera. A tomada de boas decisões que
maximizem a eficiência das tropas depende de se utilizar o máximo de informações
relevantes possível. Para tanto, é necessário observar o campo de batalha em si,
identificando as vantagens e desvantagens do terreno e onde quais tipos de tropas terão as
melhores vantagens ou piores desvantagens.
A Holanda, enquanto um país pequeno e sem grande variação climática, possui um
cenário bastante diverso. O país tem seu território composto por campos suaves, bosques,
algumas plantações cercadas por cercas-vivas (como as da Normandia), e inúmeros rios e
canais. Além disso, cidades de pequeno e médio porte são comuns e serão palco de alguns
dos enfrentamentos mais custosos do fronte ocidental. (MEIJER, 1985).
15
Mapa 2: Países Baixos - Grandes Cidades
Fonte: Maps of the World, 2016
A geografia da Holanda é relativamente simples: há planícies perto dos deltas dos
rios no norte e no oeste e uma área ligeiramente mais elevada, com a presença de montes,
no oeste e no sul. O país também usa extensivamente diques para impedir que cerca de um
terço do país alague durante a época de chuvas. (MEIJER, 1985).
A área onde se desdobra a operação é plana e sem muitas elevações dignas de
nota. Existem apenas duas exceções: dois montes de cerca de 90 metros de altura, um a
noroeste de Arnhem e um perto da zona de pouso da 82ª Divisão de Paraquedistas, o cume
Groesbeek. Tomar essas posições elevadas é de vital importância para controlar as
rodovias e as pontes, pois propiciaram um posicionamento privilegiado para as tropas e uma
melhor visão dos arredores. (BARTHOLOMEW, 2016).
A principal estrada ligando as cidades da zona de batalha é a rodovia 69, apelidada
de Hell's Highway 20. Ela é relativamente estreita, de modo que não permite a passagem de
dois tanques lado a lado e o solo ao lado dela é demasiadamente macio em vários pontos, o
que impede a passagem de veículos pesados fora da estrada. Esses fatos, assim como a
20
Rodovia do Inferno, em inglês.
16
presença extensiva de diques 21 e valas de drenagem 22 dificultam a movimentação de
blindados entre as cidades da zona de combate.
Mapa 2: Cidades Holandesas
Fonte: World Atlas, 2016
O principal objetivo da operação é conquistar uma série de pontes sobre os rios
23
Meuse , Reno24 e outros afluentes menores. O controle dessas pontes é necessário para o
sucesso da operação, pois sem elas a movimentação de tropas, blindados, suprimentos e
reforços seriam duramente afetados. As unidades de infantaria podem atravessar os rios por
meio de botes ou em algumas das poucas partes rasas, mas os blindados só são capazes
de atravessá-las por meio das pontes. (WARREN, 1956).
As principais cidades da área são Arnhem, Nijmegen, Oosterbeek e Veghel. Arnhem
é a maior delas, onde se localiza uma das principais pontes e a principal travessia que leva
à Alemanha. Nijmegen, enquanto não tão grande como Arnhem, possui uma ponte longa,
que atravessa um rio largo e de difícil travessia por barco. Veghel e Oosterbeek também
serão pontos de interesse para a missão, onde também existem pontes e balsas. Em
Hertogenbosch há uma encruzilhada de pequenas estradas. Existem cidades menores
pertos das já mencionadas, como Herveld, Wijchen, Elst, e outras que poderão ser usadas
para melhor posicionamento e manobra das unidades. (BARTHOLOMEW, 2016).
21
Diques eram barragens artificias criadas para diminuir o fluxo dos rios. O terreno perto dos diques
era alagado e propiciava a formação de charcos em alguns deles, que prejudicam a movimentação
de veículos mecânicos.
22
Valas usadas para escoar água em excesso de algumas áreas a fim de se evitar o alagamento.
23
Grande rio europeu que passa pela França, Bélgica e Holanda antes de desaguar no Mar do Norte.
24
Principal rio da França, que nasce nos Alpes e passa pela Suíça, Áustria, Alemanha, França e
Holanda antes de desaguar junto ao Meuse no Mar do Norte.
17
As cidades holandesas têm uma população de aproximadamente 15.000
habitantes. 25 A maioria das construções é de alvenaria e rocha, que mesmo sendo
resistentes podem ser facilmente destruídas por disparos de blindados e artilharia. Mesmo
não sendo prédios muito altos, eles proporcionam posição privilegiada a unidades de
infantaria que ocupam seus telhados. Porém muitas cidades têm ruas estreitas que
prejudicam a capacidade de manobra dos blindados, diminuindo sua eficiência em combate.
3
APRESENTAÇÃO DO COMITÊ
O objetivo do comitê é simular uma real situação de guerra, onde as unidades
envolvidas na Operação Market Garden buscam cumprir seus objetivos, previamente dados,
e triunfar em um dos embates mais famosos da Segunda Guerra Mundial. Para o bom
entendimento da mecânica proposta para este comitê, é necessário ressaltar alguns pontos,
estes muito importantes para este tipo específico de simulação.
O comitê simula um conflito de grandes proporções, onde se enfrentam duas
facções, os Aliados e o Eixo. Cada facção possui sua própria Base de Operações (a sala de
simulação), onde os oficiais do alto escalão (os delegados) se encontrarão para tomar
decisões de cunho tático sobre como melhor atingir seus objetivos. Desta forma, é
necessário que se divida o comitê em duas salas, com os delegados Aliados em uma, e os
delegados do Eixo em outra.
Por questões históricas, este comitê terá poucas delegações para que seja mantida a
ordem de batalha de Market Garden da maneira mais fiel possível em relação a real
Operação. Ademais, utilizará apenas unidades que realmente tomaram parte dos combates
e os influenciaram diretamente, ou que estavam previstas para de alguma força agir sob os
parâmetros da operação.
Em momento algum se espera que os delegados recriem a Operação original.
Enquanto grande parte dos fatores que ditaram o resultado da Market Garden de 1944 está
presentes na simulação e serão considerados extensivamente, é importante realçar que o
resultado não parte de somente de fatores fixos, mas também da natureza das decisões que
são tomadas pelos comandantes, no caso, os delegados.
A principal questão que os delegados deverão enfrentar nos dias de simulação é o
de perseguir seus objetivos ao mesmo tempo em que cooperam com os colegas e
preservam suas forças, todas as ações tomadas em um ambiente de pressão, uma vez que
eles têm oponentes para lhes fazer oposição. É interessante que os delegados reflitam
25
Cidades de médio e pequeno porte. Cidades maiores podem ter uma população maior.
18
sobre a tarefa monumental que é a de se organizar e lutar uma guerra, e também sobre os
reais ganhos de se fazer isso.
4
POSICIONAMENTO DOS PRINCIPAIS ATORES
Os atores desta simulação não representarão países, mas sim unidades militares
engajadas no conflito em questão. Mais informações sobre as unidades individuais serão
disponibilizadas extensamente, e espera-se que os delegados se preparem ao máximo em
relação aos aspectos técnicos e operacionais das unidades. Também, pela natureza
especial da simulação, de possuir duas salas de discussão separadas, os atores serão
apresentados em seus respectivos blocos.
4.1 Aliados
O principal objetivo das forças aliadas é o de garantir uma passagem através da
Holanda e para a Alemanha. Para tanto, é necessário capturar uma série de travessias
sobre os inúmeros cursos d’água presentes na região holandesa, permitindo assim que as
formações blindadas dos Aliados penetrem em território inimigo.
4.1.1
Unidades Aerotransportadas
As unidades do Primeiro Exército Aerotransportado Aliado (1ª, 82ª, 101ª Divisões),
em conjunto com a 1ª Brigada de Paraquedas Independente Polonesa, são consideradas
unidades de elite entre as forças aliadas pelo duro treinamento e pela ideia de que unidades
aerotransportadas estão “sempre cercadas”, sendo capazes de engajar vários grupos
inimigos simultaneamente. Na Operação Market Garden, serão responsáveis por tomar as
pontes de travessia, objetivo principal da ofensiva. Espera-se dos delegados destas
unidades uma postura agressiva, que busquem cumprir os objetivos com rapidez e
decisividade, de acordo com as melhores tradições da Infantaria Aerotransportada. Anexado
a este grupo, está o IX Comando de Transportes, responsável por levar as tropas aéreas
aonde elas devem estar. Com esta unidade está a tarefa de articular a movimentação e
suprimento logístico dos paraquedistas, e lidar com imprevistos, meteorológicos e
geográficos 26. (WARREN, 1956).
26
Como por exemplo tempestades que impedem o vôo dos transportes, ou vegetação que impede o
pouso de planadores.
19
4.1.2
Unidades Blindadas
As Divisões Blindadas são responsáveis por ligar as zonas de pouso dos
paraquedistas. As divisões blindadas inglesas são, em sua grande maioria, formadas por
tropas veteranas de combates no Norte da África e da Normandia, como a 7ª Divisão, a 11ª
Divisão e a de Guardas. Ainda possuem a 4ª e 8ª Brigadas Blindadas. É essencial, para o
sucesso da Operação, de que as forças blindadas apoiem as outras tropas, aglutinando a
ofensiva Aliada ao seu redor e derrotando as temidas Divisões Panzer que defendem a
Holanda ocupada. Anexada a este grupo está a Real Brigada de Infantaria Motorizada dos
Países Baixos, que, enquanto não possui o caráter blindado das outras divisões, serve
como uma unidade de apoio direto à elas, por possuir infantaria motorizada vital para
proteger os tanques e engajar a infantaria alemã. (BOSCAWEN, 2001).
4.1.3
Unidades de Infantaria
As Divisões de Infantaria servem principalmente para apoiar o rápido avanço das
Divisões Blindadas. É vital, para qualquer corpo blindado, que a infantaria os acompanhe
para engajar a infantaria inimiga e impedi-la de tomar ação contra os tanques. Em adição, a
infantaria serve também para tomar posições intransponíveis para os blindados, como
florestas e ambientes urbanos. Das aqui presentes, a 53ª e a 50ª tem características mais
agressivas, a 50ª sendo composta por tropas veteranas e a 53ª por choque e assalto. Em
adição, os aliados dispõem da 3ª, 15ª e 43ª Divisões, e a 1ª Brigada Belga. (CHAPPEL,
1995).
4.1.4
Unidades Aéreas
A Força Aérea Aliada serve na Operação para suprimir pontos de resistência alemã.
Sua principal tarefa, em conjunto com a força de terra principal, é abrir um caminho para as
pontes. Os caças são vitais para manter a superioridade aérea nos céus da Europa e inibir a
ação da Luftwaffe 27. Os bombardeiros podem destruir fortificações e grandes concentrações
de forças inimigas, enquanto os caça-bombardeiros são melhores em função de ataque ao
solo, principalmente contra blindados alemães. Em geral, a função das unidades aéreas
será de suporte. A Força Aérea dos Estados Unidos está mais apta a combater os caças
alemães, enquanto o Comando de Bombardeiros e o Comando de Caças, ambos britânicos,
estão melhor equipados para bombardear alvos no solo. (CATE; CRAVEN, 1983).
27
Força Aérea Alemã.
20
4.2 Eixo
É de vital importância para a permanência da Alemanha na guerra que as tropas
estacionadas na Holanda sejam capazes de impedir o avanço inimigo. Para tanto, deve-se
impedir que sejam estabelecidos pontos seguros para os Aliados atravessarem suas tropas .
4.2.1
Unidades Panzer SS
As Divisões Panzer são consideradas, no Wehrmacht 28 , a elite da elite. São
responsáveis pela temida blitzkrieg, e grande parte do sucesso inicial alemão na Segunda
Guerra Mundial. Destas, as SS são conhecidas como as mais fanáticas, compostas por
soldados considerados por muitos como brutais. Estas unidades blindadas são talvez as
mais importantes para o esforço alemão de impedir o avanço dos blindados dos Aliados,
sendo vitais para a defesa das linhas alemãs. As 9ª e 10ª Divisões SS, assim como a 107ª
Brigada, representam o grosso do poder blindado alemão na Holanda. (GUDERIAN, 1996).
4.2.2
Grupos de Combate
Grupos de Combate são unidades do tamanho aproximado de divisões,
improvisadas com, em sua grande maioria, soldados em treinamento ou fora de condição de
luta. Em alguns casos algumas seções de elite foram anexadas. No caso dos
Kampfgruppe29 presentes na Holanda em Setembro de 1944, a configuração deles é uma
média entre unidades em treinamento ou recuperação, e alguns elementos blindados
anexos, em geral carros leves somados à pesados tanques. Os Grupos de Combate
estacionados na Holanda, levam o nome de comandantes ou fundadores: Von Tettau, Kraftt,
Henke, Chill, Walther. (LUCAS, 2014).
4.2.3
Unidades Estáticas
As Unidades Estáticas são tropas de defesa para a Holanda Ocupada, que não
possuem muito em termos de material ofensivo. Estão equipadas com canhões antiaéreos
ou costeiros, e não muito mais. Podem servir como forças de infantaria emergencialmente,
mas seu real valor está em inibir e impedir a ação da força aérea Aliada, que pode causar
sérios danos às outras forças alemãs. As 711ª, 719ª e 712ª Divisões podem servir como
obstáculos formidáveis para o avanço Aliado. (BADSEY, 1998).
28
29
Exército Alemão.
Grupo de Combate na nomenclatura original, em alemão.
21
4.2.4
Unidades de Infantaria
Representam o grosso da resistência alemã, e apesar de a maioria estar desfalcada,
são as unidades que mais dispõe de homens para enfrentar os Aliados. Têm uma tarefa
tática análoga às divisões de infantaria de seus inimigos, engajar a infantaria inimiga formar
linhas defensivas, assim como agir em terreno intransponível como florestas e cidades.
Estão disponíveis para a defesa da Holanda as 346ª, 59ª, 245ª, 176ª, 180ª, 190ª e 363ª
Divisões. (KERSHAW, 2004).
4.2.5
Unidades Fallschirmjager
As tropas de solo da Luftwaffe incluem forças de segurança de pistas de pouso e
paraquedistas e, portanto, têm treinamento especializado e são unidades de infantaria muito
capazes. Apesar de, no cenário da Operação Market Garden, não ser possível para essas
unidades se transportarem por meio aéreo, ainda assim são muito eficientes em tomar ação
contra o inimigo e servem como pilares da defesa alemã contra os Aliados. A Divisão
Erdmann e o 1º Exército de Paraquedistas formam uma tropa improvisada, mas altamente
eficiente, para auxiliar na defesa alemã. (RYAN, 1974).
5
QUESTÕES RELEVANTES NAS DISCUSSÕES
As questões relevantes para as discussões da simulação servem para apontar aos
delegados quais seriam os pontos mais importantes a se ter em mente dentro do ambiente
do comitê. Estas também servem para ajudá-los a se prepararem para a tomada de
decisões militares.

Quais são as melhores zonas de pouso para tropas paraquedistas?

Qual o melhor momento para integrar as ações de unidades blindadas e de infantaria?

O controle das cidades ao redor é necessário para se garantir o controle das pontes?

Manobras que separem unidades de seus aliados são arriscadas demais?

Qual é o momento em que se deve recuar?

Qual é o momento em que se deve atacar?

Manter uma posição defensiva vantajosa é melhor do que ir de encontro ao inimigo?

Como é possível se proteger a retaguarda e os flancos de uma investida inimiga?
22

A utilização do terreno, principalmente o terreno difícil como florestas e pântanos, serve
melhor à qual unidade?

Como podem as unidades aéreas coordenar suas ações para apoiar as forças de solo?

Como podem forças de solo, com pouquíssimo suporte aéreo, se proteger da força
aérea inimiga?

O emprego de forças blindadas dentro de um ambiente urbano traz mais vantagens ou
desvantagens?

É necessária grande mobilidade em determinado momento, vale a pena abandonar
armamento mais pesado para que se possa locomover mais livremente?

Quando se deve tentar flanquear uma posição inimiga, e quais são os riscos dessa
ação?

É possível que a infantaria, sozinha, derrote tropas blindadas se utilizando de terreno e
táticas favoráveis?
23
Referências
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São Paulo: Opera Mundi, 2010. Disponível em:
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/5925/conteudo+opera.shtml>. Acesso em:
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1998.
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1944. Disponível em: <https://wwii-netherlands-escape-lines.com/netherlands-map-194045/netherlands-1944-map/>. Acesso em: 19 abr. 2016.
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CHAPPEL, M. The Guards Divisions 1914-45. Oxford: Osprey, Elite 61, 1995.
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HARCLERODE, Peter. Wings of War: Airborne Warfare 1918-1945. London: Cassel Military
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JORDAN, David et al. Understanding Modern Warfare. New York: Cambridge University
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the Second World War, 1939–1945. London: Naval & Military Press, 2003.
KERSHAW, Robert J. It Never Snows in September: The German View of Market Garden
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LUCAS, James. Battle Group: German Kampfgruppen Action of World War Two. Yorkshire:
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24
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Historical studies, n.97, 1956.
WINDROW, Martin. Luftwaffe Airborne and Field Units. Oxford: Osprey, 2006.
25
TABELA DE REPRESENTAÇÕES
A Tabela de Representações serve para orientar os delegados em relação às
capacidades de suas unidades e as de seus colegas. As unidades são classificadas em
termos de capacidade operacional e força tangível de combate. É importante realçar que
todas as unidades, independente de função ou papel, são igualmente importantes para o
sucesso do esforço de guerra de seus aliados.
Legenda: Os símbolos
ou
, representando os lados do conflito, são
utilizados para medir a força das unidades. Três símbolos servem para representar unidades
muito fortes, tendo equipamento da melhor qualidade ou um grande número de homens, e
serão imprescindíveis para a campanha. Dois símbolos servem para representar unidades
que, enquanto são muito capazes por si só, possuem falhas como pessoal reduzido ou
equipamento ultrapassado. Nota-se que não há unidades com apenas um símbolo, visto que
TODAS as unidades presentes na Holanda de 1944 são muito importantes para quaisquer
combates que ocorram lá.
UNIDADES ALIADAS
CLASSIFICAÇÃO
UNIDADES DO
EIXO
1ºDivisão
10ª Divisão
Aerotransportada
Panzer SS
101ª Divisão
9ª Divisão Panzer
Aerotransportada
SS
82ª Divisão
107ª Brigada
Aerotransportada
Panzer
1ª Brigada Paraquedista
59ª Divisão de
Independente Polonesa
Infantaria
CLASSIFICAÇÃO
26
IX Comando de
176ª Divisão de
Transporte
Infantaria
11ª Divisão Blindada
180ª Divisão de
Infantaria
7ª Divisão Blindada
190ª Divisão de
Infantaria
4ª Brigada Blindada
245ª Divisão de
Infantaria
8ª Brigada Blindada
346ª Divisão de
Infantaria
Divisão Blindada de
363ª Divisão
Guardas
Volksgrenadier
53ª Divisão de Infantaria
711ª Divisão
Estática
43ª Divisão de Infantaria
712ª Divisão
Estática
3ª Divisão de Infantaria
719ª Divisão de
Costa
15ª Divisão de Infantaria
1º Exército de
Paraquedistas
27
50ª Divisão de Infantaria
Divisão Erdmann
1ª Brigada de Infantaria
Grupo de
Belga
Combate Chill
Real Brigada de
Grupo de
Infantaria Motorizada
Combate Henke
dos Países Baixos
Comando de
Grupo de
Bombardeiros
Combate Kraft
Comando de Caças
Grupo de
Combate Von
Tettau
Força Aérea dos
Grupo de
Estados Unidos
Combate Walther
28
ANEXO A - Mapa da Operação Market Garden
Fonte: Liberation Trilogy, 2015