Lição 12 14 de Dezembro a 20 de Dezembro

Transcrição

Lição 12 14 de Dezembro a 20 de Dezembro
Lição 12
14 de Dezembro a 20 de Dezembro
O Conflito Cósmico Sobre o Caráter de Deus
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Ezequiel 28:12-17; Isaías 14:12-15; Job 1:6-12; Zacarias 3:1-5; I
João 4:10; II Timóteo 4:8; Ezequiel 36:23-27.
VERSO ÁUREO: “Ouvi também uma voz que vinha do altar: Na verdade, Senhor Deus TodoPoderoso, as Tuas sentenças são verdadeiras e justas!” Apocalipse 16:7, TIC.
OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA compreendem a realidade através do conceito bíblico do “Grande
Conflito entre Cristo e Satanás”. Para usar uma expressão da filosofia, é uma “meta-narrativa” – a grande
e envolvente história que ajuda a explicar o nosso mundo e as coisas que nele acontecem.
A ocupar um ponto central neste conflito está o Santuário. Este, como já vimos, apresenta um tema
recorrente que corre do princípio ao fim da história da salvação: a Redenção da Humanidade mediante a
morte de Jesus. Corretamente entendida, a mensagem do Santuário também contribui para ilustrar o
caráter de Deus, o qual tem sido atacado por Satanás desde que, primeiramente, o Grande Conflito se
iniciou no Céu.
Esta semana, vamos estudar alguns marcos no Grande Conflito entre Cristo e Satanás, os quais revelam a
verdade a respeito do caráter de Deus e trazem à luz as mentiras de Satanás.
Ano Bíblico: Hebreus 7-9.
SOP: Ciência do Bom Viver (Livro), (Capítulo) Os Pobres Desamparados, (201)
Comentário
[Ezequiel 28:1-26 citado.]
O primeiro pecador foi alguém a quem Deus tinha exaltado extraordinariamente. Ele é representado sob
a figura do Príncipe de Tiro, florescendo em poder e grandeza. Pouco a pouco, Satanás veio a
condescender com o desejo de exaltação própria. A Escritura diz: “Elevou-se o teu coração, por causa da
tua formosura, corrompeste a tua sabedoria, por causa do teu resplendor” (Eze. 28:17). “E tu dizias no teu
coração: … acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. … e serei semelhante ao Altíssimo” (Isa.
14:13 e 14). Embora recebesse toda a sua glória de Deus, este poderoso anjo acabou por considerá-la
como pertencendo a si mesmo. Não contente com a sua posição, embora honrado acima das hostes do
Céu, atreveu-se a cobiçar a homenagem que era devida apenas ao Criador. Em vez de procurar fazer de
Deus o único objeto da afeição e fidelidade de todos os seres criados, empenhou-se em atrair para si o
seu serviço e lealdade. E cobiçando a glória com a qual o Pai Infinito investiu o Filho, este príncipe dos
anjos aspirou ao poder que era apenas prerrogativa de Cristo. – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible
Commentary, vol. 4, p. 1162.
A oposição à Lei de Deus teve o seu início nas cortes celestiais, com Lúcifer, o querubim cobridor.
Satanás resolveu ser o primeiro nos Concílios do Céu, igual a Deus. Começou a sua obra de rebelião com
os anjos sob o seu comando, procurando difundir entre eles o espírito de descontentamento. E atuou de
modo tão enganador que ganhou muitos anjos para o seu lado, antes que os seus propósitos fossem
totalmente conhecidos. Mesmo os anjos leais não puderam discernir plenamente o seu caráter, nem ver
o rumo para o qual levava a sua obra. Quando Satanás conseguiu ganhar muitos anjos para o seu lado,
levou a sua causa a Deus, afirmando que era desejo dos anjos que ele ocupasse a posição mantida por
Cristo.
O mal continuou a atuar, até que o espírito de descontentamento se desenvolveu em revolta ativa. Então
houve guerra no Céu, e Satanás, com todos os que simpatizavam com ele, foi expulso. Satanás tinha
guerreado pelo domínio do Céu e perdera a batalha. Deus já não poderia confiar-lhe honra e supremacia,
e estas, com o papel que ele assumira no Governo do Céu, foram-lhe tiradas. – Comentários de Ellen G.
White, SDA Bible Commentary, vol. 7, pp. 972 e 973.
REVOLTA NO SANTUÁRIO CELESTIAL
Domingo, 15 de Dezembro.
Leia Ezequiel 28:12-17; Isaías 14:12-15. O que nos ensinam estes versículos acerca da queda de
Lúcifer?
À primeira vista, Ezequiel 28:12 parece estar unicamente a referir-se a um monarca terreno. Vários
aspetos, porém, sugerem que esta é realmente uma referência a Satanás.
Diga-se, como introdução ao assunto, que este ser é referido como um querubim “para proteger” (Eze.
28:14), o que recorda o Lugar Santíssimo do Santuário terrestre, onde dois querubins cobriam (ou
protegiam) a arca e a presença do Senhor (Êxo. 37:7-9). Este ser celestial também andava no meio das
pedras afogueadas – isto é, no “monte santo de Deus” (Eze. 28:14) e no centro do “Éden, jardim de Deus”
(Eze. 28:13) – sendo ambas expressões retiradas da imagística do Santuário. A cobertura de pedras
preciosas descrita no versículo 13 contém nove pedras, que se encontram igualmente no peitoral do
sumo-sacerdote (Êxo. 39:10-13); assim sendo, mesmo aqui temos mais referências ao Santuário.
Depois de ter descrito o grandioso esplendor do querubim, o texto passa a referir a sua queda moral. A
glória que tinha subiu-lhe à cabeça. A sua beleza tornou-lhe o coração insolente, o seu esplendor
corrompeu-lhe a sabedoria, e o seu “comércio” – que, provavelmente, é referência à difamação que
espalhava sobre o caráter de Deus e à incitação à rebelião – tornava-o violento.
Além disso, os poderes terrenos arrogantes procuram movimentar-se da Terra para o Céu. Em Isaías
14:12-15, “o filho da alva” (em latim, lucifer, de onde deriva a nossa palavra Lúcifer) movimenta-se em
sentido contrário: cai do Céu para a Terra, indicando a sua origem sobrenatural em vez de terrena.
Outras expressões, como “acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”, “monte da congregação …
da banda dos lados do norte”, e “serei semelhante ao Altíssimo”, reforçam a impressão de que se trata de
um ser celestial. Enquanto os versículos 12 e 13 se encontram no passado, o versículo 15 muda,
repentinamente, para o futuro. Esta alteração no tempo verbal assinala que houve, primeiramente, uma
queda do Céu para a Terra (Isa. 14:12) e que haverá uma segunda queda, da Terra para o Sheol (a
sepultura, traduzida por “inferno”), nalgum momento, no futuro (Isa. 14:15). Nada disto se refere a
qualquer rei babilónico; é, isso sim, uma clara referência a Lúcifer.
Um ser perfeito criado por um Deus perfeito cai em pecado? O que nos diz isto a respeito da
realidade da liberdade moral no Universo de Deus? E o que nos revela essa liberdade acerca do
caráter de Deus?
Ano Bíblico: Hebreus 10 e 11.
Comentário
Deixando o seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento
entre os anjos. Ele agia em profundo segredo, e durante algum tempo escondeu o seu real propósito sob
uma aparência de reverência para com Deus. Começou a insinuar dúvidas sobre as Leis que governavam
os seres celestiais, dando a entender que, embora as Leis pudessem ser necessárias para os habitantes
dos mundos, os anjos, mais elevados por natureza, não necessitavam dessas restrições, uma vez que a
sua sabedoria era um guia suficiente. Não eram seres que pudessem causar desonra a Deus. Todos os
seus pensamentos eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar do que para o próprio
Deus. A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai foi representada como sendo uma injustiça
feita a Lúcifer, o qual, pretendia-se, tinha também direito à reverência e à honra. Se este príncipe dos
anjos pudesse apenas alcançar a sua verdadeira e elevada posição, todo o exército do Céu beneficiaria
com isso, pois o seu objetivo era assegurar liberdade para todos. Agora, porém, até mesmo a liberdade
de que tinham desfrutado até ali, chegara ao fim, pois tinha sido designado sobre eles um Governador
absoluto, e todos deveriam prestar homenagem à Sua autoridade. Eram estes erros subtis que, por meio
dos ardis de Lúcifer, se estavam a propagar rapidamente nos lugares celestiais.
Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de
Lúcifer, bem como a sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a
respeito da verdadeira posição do Filho de Deus, que, aliás, tinha sido sempre a mesma desde o
princípio.
Muitos dos anjos, contudo, ficaram cegos com os enganos de Lúcifer.
Aproveitando-se da leal confiança baseada no amor, nele depositada pelos seres santos que estavam sob
as suas ordens, com tal arte tinha infiltrado nas suas mentes a sua própria desconfiança e
descontentamento que a sua ação não foi entendida. Lúcifer tinha apresentado os propósitos de Deus
sob uma falsa luz, interpretando-os mal e distorcendo-os, de modo a suscitar a dissensão e o
descontentamento. Astuciosamente, levou os ouvintes a expressarem os seus sentimentos. Depois, essas
expressões eram repetidas por ele quando isto servisse os seus intuitos, como evidência de que os anjos
não estavam completamente de acordo com o Governo de Deus. Ao mesmo tempo que demonstrava
uma perfeita fidelidade para com Deus, insistia que eram necessárias modificações na ordem e nas Leis
do Céu para a estabilidade do Governo divino. Assim, enquanto trabalhava para provocar oposição à Lei
de Deus, e infiltrar o seu próprio descontentamento na mente dos anjos sob as suas ordens, procurava,
ostensivamente, remover o descontentamento e reconciliar os anjos descontentes com a ordem do Céu.
Enquanto fomentava secretamente a discórdia e a rebelião, com uma astúcia consumada, fazia parecer
que o seu único intuito era promover a lealdade, e preservar a harmonia e a paz. …
Com grande misericórdia, de acordo com o Seu caráter divino, Deus suportou Lúcifer, pacientemente. O
espírito de descontentamento e inimizade nunca antes tinha sido conhecido no Céu. Era um elemento
novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera, a princípio, consciente da
verdadeira natureza dos seus sentimentos. Durante algum tempo, receou exprimir as ações e
imaginações da sua mente. Todavia, não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, foram
feitos esforços, que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, para o convencer do seu
erro. Provou-se que não havia razão para a sua inimizade, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de
persistir na revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu que “justo é o Senhor em todos
os Seus caminhos, e santo em todas as Suas obras” (Sal. 145:17); que os estatutos divinos são justos, e
que, como tal, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu. Se ele tivesse feito isto, poderia ter-se salvo
a si mesmo e a muitos anjos. Naquele momento, ainda não tinha rejeitado totalmente a sua lealdade
para com Deus. Embora tivesse deixado a sua posição como querubim cobridor, se estivesse disposto a
voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar que lhe fora
designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado nas suas funções. Mas o tempo para uma
decisão final tinha chegado. Deveria entregar-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em
franca rebelião. Esteve quase a tomar a decisão de voltar; mas o orgulho impediu-o. Era um sacrifício
demasiado grande, para quem fora tão altamente honrado, confessar que estava errado, que as suas
ideias eram falsas, e submeter-se à autoridade que ele tinha procurado demonstrar ser injusta. –
Patriarcas e Profetas, pp. 15-17 (Ed. P. SerVir).
AS ACUSAÇÕES
Segunda, 16 de Dezembro.
Depois da sua queda do Céu, Satanás tentou distorcer e difamar o caráter de Deus. Fê-lo no Éden (Gén.
3:1-5), dentro do primeiro “Santuário” na Terra. Satanás trouxe a sua rebelião, que se originou no
Santuário Celestial, para o Santuário terrestre do Éden. Depois de iniciar o contacto com Eva, através da
serpente, Satanás colocou, abertamente, na mente da mulher, a ideia de que Deus estava a privar os
seres humanos de alguma coisa que era boa para eles, e de que Ele estava a esconder deles algo que
deveriam ter. Desta maneira, ainda que muito subtilmente, Satanás deu uma falsa impressão do caráter
de Deus.
A queda de Adão e Eva estabeleceu, temporariamente, Satanás no trono deste mundo. Vários textos
sugerem que Satanás obteve de novo acesso às cortes celestiais, mas agora como “príncipe deste
mundo” (João 12:31), como alguém que dominava a Terra, sem que esta lhe pertencesse, muito ao
género de um ladrão.
Leia Job 1:6-12; Zacarias 3:1-5. De que modo estes textos revelam o Grande Conflito?
Estes textos dão-nos um vislumbre do lado celestial do Grande Conflito. Satanás apresenta a justiça de
Job simplesmente como resultado do seu egoísmo: se eu for bom, Deus abençoa-me. A insinuação é de
que Job não servia Deus por Deus ser digno disso, mas porque era de todo o interesse de Job; logo que
se tornasse claro que servir Deus não traria a bênção, Job abandonaria a sua fé.
No caso do sumo-sacerdote Josué (um tema do Santuário) e de outros crentes (ver Apoc. 12:10), Ellen G.
White diz que Satanás “acusa os filhos de Deus e faz o seu caso parecer tão desesperador quanto
possível. Expõe ao Senhor os seus pecados e faltas”. – Parábolas de Jesus, p. 167.
Em ambos os casos, porém, o verdadeiro assunto em causa é a justiça de Deus. A questão por detrás de
todas as acusações é se Deus é ou não é justo e sério nos Seus procedimentos. É o caráter de Deus que
está a ser julgado. Será justo que Deus salve pecadores? Será Deus justo quando declara os ímpios como
justos? Se Ele é justo, tem de punir os ímpios; se Ele é gracioso, tem de lhes perdoar. Como é que Deus
pode ser ambas as coisas?
Se Deus fosse apenas um Deus de justiça, qual seria o nosso destino, e por que motivo seríamos
merecedores de tal destino?
Ano Bíblico: Hebreus 12 e 13.
Comentário
Os seus [de Satanás] seguidores foram procurá-lo, e ele, erguendo-se e assumindo um ar de desafio,
informou-os sobre os seus planos para arrebatar de Deus o nobre Adão e a sua companheira Eva. Se
pudesse, de alguma forma, induzi-los à desobediência, Deus faria alguma provisão através da qual
pudessem ser perdoados, e então, ele e todos os anjos caídos obteriam um provável meio de partilhar
com eles da misericórdia de Deus. Se isto falhasse, podiam unir-se a Adão e Eva, pois, se esses viessem a
transgredir a Lei divina, ficariam sujeitos à ira de Deus, tal como eles próprios estavam. A sua
transgressão colocá-los-ia, também, num estado de rebelião, e eles podiam unir-se a Adão e Eva, tomar
posse do Éden, e conservá-lo como o seu lar. E se pudessem ter acesso à árvore da vida no meio do
Jardim, a sua força seria, pensavam, igual à dos santos anjos, e nem mesmo o próprio Deus poderia
expulsá-los.
Satanás consultou os seus anjos ímpios. Eles não estavam todos prontamente unidos para se
envolverem neste perigoso e terrível trabalho. Declarou que não confiava em ninguém para realizar esta
obra, pois pensava que apenas ele era suficientemente sábio para levar avante um empreendimento tão
importante. Desejava que considerassem o assunto, enquanto ele os deixaria e procuraria um retiro para
consolidar os seus planos. Procurou impressioná-los com o facto de que esta era a sua última e única
esperança. Se falhassem aqui, não haveria esperança de qualquer probabilidade de recuperação e
controlo do Céu ou de alguma parte da Criação de Deus.
Satanás foi sozinho para amadurecer os seus planos, de modo a que a queda de Adão e Eva fosse
absolutamente certa. Temia que os seus propósitos fossem derrotados. E, além disso, mesmo que
tivesse sucesso em levar Adão e Eva a desobedecerem aos mandamentos de Deus, e assim se tornassem
transgressores da Sua Lei, e não surgisse nada de bom para ele, o seu próprio caso não seria melhorado;
só a sua culpa seria aumentada.
Estremeceu ao pensar em submergir o santo e feliz par na miséria e no remorso que ele próprio estava a
suportar. Parecia indeciso: por vezes, firme e determinado, depois, hesitante e vacilante. Os seus anjos
procuraram-no, o seu líder, para dar-lhe a conhecer a sua decisão. Estavam dispostos a unir-se a Satanás
nos seus planos, e com ele assumir a responsabilidade e partilhar as consequências.
Satanás lançou fora os seus sentimentos de desespero e fraqueza e, como líder deles, fortaleceu-se para
enfrentar o problema e fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para desafiar a autoridade de Deus e
do Seu Filho. Informou-os sobre os seus planos. Se fosse ousadamente ter com Adão e Eva para queixarse do Filho de Deus, eles não o ouviriam por um momento, pois estariam preparados para tal ataque.
Mesmo que procurasse intimidá-los com o seu poder, pois até há pouco era um anjo de elevada
autoridade, não conseguiria nada. Decidiu que a astúcia e o engano fariam o que a força ou o poder não
conseguiriam. – História da Redenção, pp. 27-29.
A COMPROVAÇÃO NA CRUZ
Terça, 17 de Dezembro.
Deus não deixou, logo desde o princípio, quaisquer dúvidas de que Ele tornaria nulas as acusações de
Satanás e demonstraria o Seu supremo amor e justiça. A Sua justiça exige que haja pagamento de uma
penalidade pelo pecado da Humanidade. O Seu amor procura reabilitar a Humanidade à comunhão com
Ele. De que maneira poderia Deus manifestar ambas as atitudes?
De que modo demonstrou Deus tanto o Seu amor como a Sua justiça? João 4:10; Rom. 3:21-26.
O caráter divino de amor e justiça revelou-se na sua mais plena manifestação aquando da morte de
Cristo. Deus amou-nos e enviou o Seu Filho para ser um sacrifício expiatório pelos nossos pecados (I João
4:10; João 3:16). Pagando em Si mesmo a penalidade pela violação da Lei, Deus demonstrou a Sua justiça:
os requisitos da Lei tinham sido preenchidos, e foram-no na Cruz, mas na pessoa de Jesus.
Ao mesmo tempo, mediante este ato de justiça, Deus foi, de igual modo, capaz de revelar a Sua graça e o
Seu amor, porque a morte de Jesus foi substituinte. Ele morreu por nós, em nosso lugar, de modo a que
não tenhamos de enfrentar a morte eterna por nossa conta. Esta é a admirável provisão do Evangelho, a
de Deus tomar em Si mesmo o castigo exigido pela Sua justiça, o castigo que, legitimamente, nos cabia.
Romanos 3:21-26 é uma joia bíblica sobre o tema da justiça de Deus e da Redenção em Jesus Cristo. A
morte sacrificial de Cristo é uma demonstração da justiça de Deus, de modo a que “Ele seja justo, e
justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rom. 3:26).
Uma vez mais, a imagística do Santuário fornece o enquadramento para a morte de Cristo. Vimos, em
semanas anteriores, que a Sua morte é um sacrifício substituinte perfeito e que Cristo é a “propiciação”
(Rom. 3:25). Em resumo, ambos os Testamentos revelam que a missão de Cristo foi tipificada pelo
cerimonial do Santuário terrestre.
“Com intenso interesse, os mundos não caídos tinham olhado para ver Jeová levantar-Se e fazer
desaparecer os habitantes da Terra. (…) Em lugar de destruir o mundo, porém, Deus enviou o Seu
Filho para o salvar. (…) Precisamente no momento da crise, quando Satanás parecia prestes a
triunfar, veio o Filho de Deus com a embaixada da graça divina.” – Ellen G. White, O Desejado de
Todas as Nações, p. 27, ed. P. SerVir. O que nos diz esta citação a respeito do caráter de Deus?
Ano Bíblico: Tiago.
Comentário
O Salvador do mundo tornou-Se pecado pela Humanidade. Ao tornar-Se Substituto do homem, não
manifestou o Seu poder como Filho de Deus, mas enfileirou-Se entre os filhos dos homens. Deveria
suportar a prova da tentação como homem, em favor do homem, sob as mais difíceis circunstâncias, e
deixar um exemplo de fé e perfeita confiança no Seu Pai Celestial. Cristo sabia que o Pai Lhe daria
alimento, quando fosse para Sua glória. Nesta severa provação, quando a fome O pressionava para além
da medida, não diminuiria prematuramente uma partícula da prova que Lhe foi dada, ao exercer o Seu
poder divino.
O homem caído, quando colocado em apuros, não tem poder para operar milagres em seu próprio
benefício, para se salvar a si mesmo da dor ou da angústia, ou obter vitórias sobre os seus inimigos. Era
propósito de Deus testar e provar a Humanidade e dar-lhe a oportunidade de desenvolver o caráter,
levando-a frequentemente a situações de prova, para testar a sua fé e confiança no Seu amor e poder. A
vida de Cristo era de uma conduta perfeita. Estava sempre a ensinar ao homem, pela Sua palavra e
exemplo, que ele devia depender de Deus e que n’Ele deveria depositar a sua fé e firme confiança.
Cristo sabia que Satanás é mentiroso, desde o princípio, e que requeria muito domínio próprio ouvir as
propostas deste insultuoso enganador, sem o repreender imediatamente por causa da sua ousada
presunção. Satanás estava na expectativa de que o Filho de Deus, em extrema fraqueza e agonia de
espírito, lhe daria uma oportunidade para obter vantagens sobre Ele, provocando-O a empenhar-Se em
controvérsia com ele. Resolveu perverter as palavras de Cristo e reclamar vantagem, buscando o auxílio
dos anjos caídos para usar todo o seu poder para prevalecer contra Ele e dominá-l’O.
O Salvador do mundo não tinha controvérsia com Satanás, que foi expulso do Céu, porque já não era
digno de lá ficar. Aquele que influenciou os anjos de Deus contra o Seu Supremo Governador e contra o
Seu Filho, o amado Comandante, e recrutou a simpatia deles para si mesmo, era capaz de qualquer
engano. Durante quatro mil anos, tinha estado a guerrear contra o Governo de Deus e não perdera nada
da sua capacidade ou poder para tentar e enganar.
Como o homem caído não podia vencer Satanás na sua força humana, Cristo veio das cortes reais do Céu
para ajudá-lo com a Sua força humana e divina combinadas. Cristo sabia que Adão, no Éden, com as suas
vantagens superiores podia ter enfrentado as tentações de Satanás e tê-lo vencido. Sabia também que
não era possível ao homem, fora do Éden, separado da luz e do amor de Deus desde a Queda, resistir às
tentações de Satanás na sua própria força. Para trazer esperança ao homem e salvá-lo da ruína
completa, Ele humilhou-Se a ponto de tomar a natureza humana, combinando o Seu poder divino com o
humano, para que pudesse alcançar o homem onde ele estava. Ele obteve para os caídos filhos e filhas
de Adão a força, que por si mesmos é impossível obter, para que, no Seu nome, pudessem vencer as
tentações de Satanás.
O exaltado Filho de Deus, ao assumir a humanidade, aproximou-Se do homem, ficando como Substituto
do pecador. Identificou-Se com os sofrimentos e as aflições dos homens. Foi tentado em todos os pontos
como o homem é tentado, para que pudesse socorrer aqueles que seriam tentados. Cristo venceu no
lugar do pecador. – No Deserto da Tentação, pp. 53-55.
A COMPROVAÇÃO NO JULGAMENTO
Quarta, 18 de Dezembro.
Como tem demonstrado a Escritura, o julgamento realizado por Deus é uma boa-nova para aqueles que
acreditam n’Ele, que confiam n’Ele e que Lhe são leais, apesar do facto de que “não podemos contestar as
acusações de Satanás contra nós”. – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 472. Contudo, o
julgamento não é unicamente para nós. Serve também o propósito de comprovar Deus diante do
Universo inteiro.
Como é apresentado o caráter de Deus nos seguintes textos relativos ao julgamento? Sal. 96:10, 13;
II Tim. 4:8; Apoc. 16:5, 7; 19:2.
O caráter de Deus vai ser revelado no julgamento que Ele leva a efeito. Aquilo que Abraão já tinha
compreendido vai ser manifesto, no fim, a toda a Humanidade: “Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?”
(Gén. 18:25). As diferentes fases do julgamento, com a sua investigação com livros abertos, asseguram
que os anjos (no julgamento antes do Advento) e os justos (no julgamento durante o milénio)
conseguirão comprovar e ser assegurados de que Deus é justo nos Seus procedimentos para com a
Humanidade e que Ele tem sido misericordioso em cada caso.
Leia Filipenses 2:5-11. Que evento admirável é retratado nestes versículos?
Os versículos 9-11 anunciam a glorificação de Cristo. As duas ações principais exprimem o mesmo
pensamento: Jesus é Senhor, e toda a Criação O reconhece como tal. Primeiro, “que, ao nome de Jesus, se
dobre todo o joelho” (v. 10). O dobrar dos joelhos é um ato de reconhecimento da autoridade de uma
pessoa. Aqui, refere-se ao render homenagem a Cristo, reconhecendo a Sua suprema soberania. A
dimensão desta homenagem é universal. “Nos Céus, e na Terra, e debaixo da terra” inclui todos os seres
viventes: os seres sobrenaturais no Céu, os vivos na Terra e os mortos ressuscitados. Aqueles que
prestarão homenagem não parecem estar limitados aos salvos. Toda a gente reconhecerá a Sua
soberania, mesmo os perdidos.
A segunda ação é que toda a gente “confesse que Jesus é o Senhor” (v. 11). No fim, todos reconhecerão a
justiça de Deus na glorificação de Cristo como Senhor. Desta forma, toda a Criação reconhecerá a justiça
e a fidelidade do caráter de Deus, o qual tem ocupado o centro do Grande Conflito. Mesmo Satanás, o
arqui-inimigo de Cristo, reconhecerá a justiça de Deus e curvar-se-á perante a supremacia de Cristo. (Ver
Ellen G. White, O Grande Conflito, pp. 551-564, ed. P. SerVir.)
Ano Bíblico: I e II Pedro.
Comentário
A memória recorda o lar da sua inocência e pureza, a paz e o contentamento que eram seus até se ter
permitido murmurar contra Deus e ter inveja de Cristo. As suas acusações, a sua rebelião, as suas
mentiras para ganhar a simpatia e o apoio dos anjos, a sua obstinada persistência em não fazer esforços
para se reabilitar quando Deus lhe teria concedido o perdão – tudo se apresenta a ele de uma forma
bem viva. Revê a sua obra entre os homens e os seus resultados – a inimizade do homem para com o seu
semelhante, a terrível destruição de vidas, o aparecimento e a queda de reinos, a ruína de tronos, a longa
sucessão de tumultos, conflitos e revoluções. Recorda-se dos seus constantes esforços para se opor à
obra de Cristo, e para rebaixar cada vez mais o homem. Vê que as suas tramas infernais foram
impotentes para destruir os que depositaram confiança em Jesus. Ao olhar para o seu reino, o fruto da
sua luta, vê apenas fracasso e ruína. Tinha levado as multidões a crer que a cidade de Deus seria uma
presa fácil, mas sabe que isto é falso. Reiteradas vezes, no decorrer do Grande Conflito, foi derrotado e
obrigado a capitular. Conhece muito bem o poder e a majestade do Eterno.
O objetivo do grande rebelde foi sempre justificar-se, e provar que o Governo divino era responsável pela
rebelião. Para esse fim aplicou todo o seu poderoso intelecto. Trabalhou deliberada e sistematicamente,
e com maravilhoso êxito, levando vastas multidões a aceitar a sua forma de ver quanto ao Grande
Conflito que há tanto tempo se vem desenvolvendo. Durante milhares de anos esse chefe conspirador
tem apresentado a falsidade em lugar da verdade. Mas agora é chegado o momento em que a rebelião
deve ser finalmente derrotada, e a história e o caráter de Satanás postos a descoberto. No seu último e
grande esforço para destronar Cristo, destruir o Seu povo e tomar posse da cidade de Deus, o
arquienganador foi completamente desmascarado. Os que se tinham unido com ele veem o fracasso
completo da sua causa. Os seguidores de Cristo e os anjos leais contemplam a extensão total das suas
intrigas contra o Governo de Deus. Ele é objeto de uma aversão universal.
Satanás vê que a sua rebelião voluntária o incapacitou para o Céu. Orientou as suas faculdades para
guerrear contra Deus. A pureza, paz e harmonia do Céu seriam para ele uma suprema tortura. As suas
acusações contra a misericórdia e a justiça de Deus agora silenciaram. A culpa que se esforçou por lançar
sobre Jeová repousa inteiramente sobre ele. E agora Satanás curva-se e confessa a justiça da sua
sentença.
“Quem não Te respeitará, Senhor? Quem não honrará o Teu nome? Só Tu és santo! Todas as nações hão
de vir ajoelhar-se diante de Ti, pois as Tuas sentenças justas estão à vista de todos” (Apoc. 15:4, BN).
Todas as questões sobre a verdade e o erro no prolongado conflito foram agora esclarecidas. Os
resultados da rebelião, os frutos de se pôr de parte os estatutos divinos, foram colocados à vista de
todos os seres criados. Os resultados do governo de Satanás, em contraste com o de Deus, foram
apresentados a todo o Universo. As próprias obras de Satanás condenaram-no. A sabedoria de Deus, a
Sua justiça e bondade, estão plenamente reivindicadas. Vê-se que toda a Sua ação no Grande Conflito foi
orientada para o bem eterno do Seu povo, e o bem de todos os mundos que criou. “Todas as Tuas obras
Te louvarão, ó Senhor, e os Teus santos Te bendirão” (Salmo 145:10). A história do pecado permanecerá
por toda a Eternidade como testemunha de que à existência da Lei de Deus está ligada a felicidade de
todos os seres por Ele criados. À vista de todos os factos do Grande Conflito, todo o Universo, tanto os
que são fiéis, como os rebeldes, de comum acordo declara: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó
Rei dos santos” (Apoc. 15:3). – O Grande Conflito, pp. 556-558 (Ed. P. SerVir).
O ESPETÁCULO CÓSMICO
Quinta, 19 de Dezembro.
No Sermão da Montanha, Jesus pronunciou estas surpreendentes palavras: “Assim resplandeça a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
Céus.” Mateus 5:16. Com elas, Ele revelou um princípio que, embora facilmente mal compreendido, é, no
entanto, percebido ao longo de toda a Bíblia. Diz-nos a maneira de podermos, como seguidores de
Cristo, trazer glória ou ignomínia a Deus por meio dos nossos atos.
Leia Ezequiel 36:23-27. De que modo ia Deus vindicar o Seu nome no antigo Israel?
Estes versículos contêm uma das passagens clássicas do novo concerto. Deus deseja operar uma
transformação admirável entre os membros do Seu povo. Ele purificá-los-á (v. 25) e dar-lhes-á um novo
coração e um novo espírito (v. 26), de modo a que sejam um povo santo, que siga os mandamentos de
Deus. O que Deus deseja realizar é justificar e santificar os crentes e, pela sua vida, eles honrarão Deus
por Quem Ele é e por aquilo que Ele faz (v. 23).
Naturalmente, o elemento principal na confirmação do caráter de Deus, diante do Universo, é a Cruz.
“Satanás viu que estava desmascarado. O seu modo de agir foi exposto perante os anjos não caídos e o
Universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, Satanás perdeu a
simpatia dos seres celestiais.” – Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pp. 649 e 650, ed. P.
SerVir.
Simultaneamente, os seguidores de Cristo, no Novo Testamento, são chamados a serem um “espetáculo
ao mundo, aos anjos e aos homens” (I Co. 4:9). Isto é, aquilo que fazemos está a ser visto não apenas por
outras pessoas, mas também por inteligências celestiais. Que tipo de testemunho damos nós? Pela nossa
vida, podemos tornar conhecida “a multiforme sabedoria de Deus … dos principados e potestades nos
Céus” (Efé. 3:10). A nossa vida pode trazer vergonha e opróbrio ao nome do Senhor, a Quem
professamos servir.
Que tipo de espetáculo, tanto perante as outras pessoas como perante os anjos, apresenta a sua
vida? É uma vida em que Deus é glorificado ou é uma vida em que Satanás pode exultar, sobretudo
porque apenas professamos ser seguidores de Jesus?
Ano Bíblico: I João.
Comentário
Quando alguém está totalmente despojado do eu, quando todo o falso deus é expulso da alma, o vazio é
preenchido pela atuação do Espírito de Cristo. Essa pessoa possui a fé que atua mediante o amor e
purifica a alma de toda a contaminação moral e espiritual. O Espírito Santo, o Consolador, pode atuar no
coração, influenciando e direcionando, para que possa desfrutar das coisas espirituais. Essa pessoa é
“segundo o Espírito” (Rom. 8:1), e pensa nas coisas do Espírito. …
Os que possuem este Espírito serão sinceros coobreiros de Deus; os seres celestiais cooperam com eles,
e vão cheios do espírito da verdade que têm em si. São espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.
São enobrecidos, refinados através da santificação do Espírito e da crença na verdade. Não trouxeram
para o tesouro da alma madeira, feno, restolho, mas ouro, prata e pedras preciosas. Falam palavras de
sólido juízo, e do tesouro do coração tiram coisas puras, sagradas, segundo o exemplo de Cristo. – The
Home Missionary, 1 de novembro de 1893.
A cada pessoa nascida no reino de Cristo é dado o solene encargo: Assim brilhe também a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Derramem sobre os vossos semelhantes os preciosos raios de luz recebidos do Sol da Justiça; façam
brilhar sobre os vossos amigos no mundo as brilhantes gemas de luz e verdade, que vos são
abundantemente comunicadas do Trono de Deus. Isto é negociar com os talentos confiados. Vão de uma
luz para outra maior, apanhando cada vez mais os brilhantes raios do Sol da Justiça, e brilhem “mais e
mais até ser dia perfeito” (Prov. 4:18).
Jesus não pede ao Cristão que se esforce por brilhar, mas que simplesmente deixe brilhar a sua luz em
raios claros e distintos sobre o mundo. Não cubram a vossa luz. Não retenham pecaminosamente a
vossa luz. Não permitam que a neblina, o nevoeiro e a atmosfera viciada do mundo extingam a vossa luz.
Não a ocultem debaixo de uma cama ou de um alqueire, mas coloquem-na num candelabro, para que
ilumine todos os que estão na casa. ... Deus ordena-vos que brilhem, penetrando nas trevas morais do
mundo. – Nossa Alta Vocação, p. 295.
Poupando a vida do primeiro homicida, Deus apresentou diante de todo o Universo uma lição que dizia
respeito ao Grande Conflito. … O Seu objetivo foi, não só, pôr fim à rebelião, mas demonstrar a todo o
Universo a verdadeira natureza dessa rebelião. … Os santos habitantes de outros mundos estavam a
observar, com o mais profundo interesse, os acontecimentos que se desenrolavam na Terra. …
Deus tem Consigo a simpatia e a aprovação do Universo inteiro, enquanto, passo a passo, o Seu grande
plano avança para o completo cumprimento.
O ato de Cristo ao morrer pela salvação do homem, não somente tornaria o Céu acessível à
Humanidade, mas, perante todo o Universo, justificaria Deus e o Seu Filho, pela forma como trataram a
rebelião de Satanás.
Todo o Universo está a observar com inexprimível interesse as cenas finais da Grande Controvérsia entre
o Bem e o Mal. – Eventos Finais, p. 30.
Sexta, 20 de Dezembro.
ESTUDO ADICIONAL: Leia, de Ellen G. White, “Porque Foi Permitido o Pecado?”, pp. 11-20, em Patriarcas
e Profetas, ed. P. SerVir; “O Caráter de Deus Revelado em Cristo”, pp. 737-746, em Testemunhos Para a
Igreja, Vol. 5.
“… havia no mundo Alguém cujo caráter e prática refutavam as falsas representações que Satanás fazia
de Deus. Satanás atribuiu a Deus as qualidades por ele mesmo possuídas. Agora, em Cristo, via ele Deus
revelado no Seu verdadeiro caráter – Pai compassivo e misericordioso, não querendo que ninguém se
perca, mas que todos se cheguem a Ele, arrependidos, e tenham vida eterna.” – Ellen G. White,
Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 254.
“A missão de Cristo, compreendida tão vagamente, e tão debilmente assimilada, e que O chamou do
trono de Deus para o mistério do altar da cruz do Calvário, desdobrar-se-á cada vez mais ao espírito, e
ver-se-á que no sacrifício de Cristo se encontra a fonte e o princípio de todas as outras missões de amor.”
– Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais (Meditações Matinais de 2011, ed. P. SerVir), p. 316.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Pense no facto de que, na altura em que o Grande Conflito chegar ao fim, todas as criaturas
inteligentes no Universo, incluindo Satanás e os perdidos, reconhecerão a retidão, a equidade e a
justiça de Deus no Seu procedimento para com o pecado e a rebelião. Ainda que seja um conceito
denso de mais para se apreender totalmente, o que nos diz ele sobre o caráter de Deus? O que nos
diz sobre a realidade da liberdade moral e de como é sagrada e fundamental a liberdade para o
tipo de Universo que Deus criou?
Há muitos Cristãos que negam a existência de Satanás, considerando-o apenas como uma mera
superstição antiga, conservada por gente primitiva, que procurava, assim, explicar o mal e o
sofrimento existente no mundo. Pense em como essa opinião é tão tremendamente enganosa. É
difícil imaginar que tipo de Cristianismo poderia negar a realidade de um poder que é tão
frequentemente revelado na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, como um ser real. O que
nos diz isto sobre quão fortemente influenciadas estão algumas igrejas pela infiltração do
modernismo e do secularismo? O que podemos nós, como Adventistas do Sétimo Dia, aprender
com os erros que vemos outros cometer, a fim de não cairmos também no mesmo engano? Sem
um Satanás literal, o que acontece a todo o tema do Grande Conflito?
Ano Bíblico: II e III João, Judas.
Comentários de EGW, Leitura Adicional:
“Porque Foi Permitido o Pecado?”, pp. 11-12, Patriarcas e Profetas (Ed. P. SerVir); “O Caráter de Deus
Revelado em Cristo”, pp. 737-746, Testemunhos Para a Igreja, vol. 5.
Moderador
Texto-Chave: Apocalipse 16:7.
Com o Estudo desta Lição, o Membro da Classe Vai:
Aprender: A compreender o ponto central do ataque de Satanás contra Deus na revolta original no Céu e
a forma como os julgamentos realizados por Deus refletem o Seu amor e a Sua justiça.
Sentir: Apreço e perceber a forma como o amoroso caráter de Deus foi revelado na vida, na morte e na
ressurreição de Cristo.
Fazer: Estar constantemente ao serviço do Senhor, permitindo que Deus seja o Deus da sua vida.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: A Primeira Revolta no Santuário Celestial
De que modo Isaías 14 e Ezequiel 28 descrevem Satanás antes da sua queda?
Quais foram as primeiras pretensões de Satanás contra Deus?
O que significa termos sido criados como seres morais livres?
II. Sentir: A Confirmação de Deus na Cruz
Que lições a Cruz ensinou aos anjos?
O pecado principiou com o orgulho de Satanás e foi derrotado pela humildade de Jesus. O que há de tão
traiçoeiro no orgulho que até Lúcifer, uma obra-prima da Criação de Deus, acabou por cair nele?
Como é que Deus pode ser ao mesmo tempo justo e gracioso?
III. Fazer: A Igreja e os Crentes como Protagonistas no Teatro do Universo
De que maneira podem a nossa fé e obediência confirmar o caráter de amor de Deus?
Como é possível crentes em Deus viverem para O envergonhar e difamarem o Seu nome?
A rebelião no Céu propagou-se através da maledicência. De que modo pode, pessoalmente, deixar de
participar em qualquer forma de maledicência?
Sumário:
Por meio da Sua atuação, Deus justifica-Se diante de todo o Universo. O Seu poder moral de amor
triunfa.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: Job 1:6-12; Ezequiel 36:26 e 27.
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Deus deseja que compreendamos as questões do
Grande Conflito e que conheçamos a parte que desempenhamos nesta contenda espiritual entre o Bem
e o Mal, entre Cristo e Satanás. Não somos meros espectadores, mas somos parte do espetáculo;
ocupamos um lugar no palco. Se permanecermos num relacionamento próximo com o Deus vivo,
seremos participantes da Sua vitória final, a qual está garantida graças à Sua vitória na Cruz. Na batalha
final com o pecado, Deus será reconhecido como Aquele que é a Garantia da verdadeira liberdade, e
todos vão compreender que Ele é o Deus do amor, da verdade e da justiça. Depois, todas as pessoas
remidas e os habitantes do Céu servirão o Senhor com devoção profunda, com corações predispostos e
com alegria, por toda a Eternidade.
Só para o Moderador: Deus convida-nos a compreendermos as Suas decisões, para que sejamos
capazes de ver que Ele é o Deus de amor e de justiça (Rom. 3:4; Sal. 51:4; 34:8; Fil. 2:10 e 11). A Sua
autoridade, a Sua palavra e o Seu caráter foram postos em causa e ridicularizados desde o princípio
(Gén. 3:1-5; ver também Isa. 14:12-15; Eze. 28:11-19). É interessante que a raiz hebraica rakal (usada em
Eze. 28:16) também significa “fazer mexericos ou difamar”, o que revela o método de atuação de Satanás,
como quando ele acusou Deus de injustiça (em hebraico, `avelah). A lição desta semana deve contribuir
para que os membros da Classe compreendam as questões do Grande Conflito. No 2º passo – Analisar –
vamo-nos concentrar no livro de Job, o qual nos dá uma perceção significativa do tema da contenda
espiritual.
Debate Introdutório: Há quatro figuras importantes que desempenham funções dominantes no livro de
Job, sendo aí revelados os seus carateres: Deus, Satanás, Job e os seus amigos. De que modo são estes
protagonistas caracterizados no livro? O que se pode dizer a respeito de cada um deles?
2º PASSO – ANALISAR!
Só para o Moderador: O livro de Job começa com um prólogo que descreve duas cenas celestiais de
intensa controvérsia entre Deus e Satanás (Job 1:6-12; 2:1-7). Nelas é representada uma assembleia
celestial em presença do Senhor Soberano do Universo, na qual os filhos de Deus se reúnem perante Ele.
Satanás, o adversário, “veio, também, entre eles” (1:6). A palavra “também” dá ideia de que ele não era
membro regular daquele grupo. O contexto imediato deixa a impressão de que ele se comporta como
alguém a quem a Terra pertence, uma vez que vem “de rodear a Terra, e passear por ela” (v. 7). Satanás é
caracterizado como um intruso, desempenhando os papéis de acusador e de possuidor do planeta
Terra.
COMENTÁRIO BÍBLICO
De acordo com o prólogo do livro de Job, Deus justifica Job diante de uma assembleia solene em sessão
(1:8; 2:3). Por duas vezes, nos primeiros dois capítulos, Deus declara Job como sendo um homem sincero
e reto, impoluto, temente a Deus e que se desvia do mal. A sua caracterização não é, sem qualquer
dúvida, por ele estar sem pecado (Job sabia que era um pecador; ver Job 7:21; 10:6; 14:17), mas é devida
à graça de Deus. Naquelas duas conversas, iniciadas por Deus, o Senhor dirige as Suas palavras a Satanás
e envolve-o num diálogo enfático. Deus revela-Se como um veemente defensor de Job. Satanás, porém,
não alinha na afeição amorosa que Deus demonstra por Job e envolve Job na sua argumentação contra
Deus.
I. A Primeira Questão: Deus É Justo Quando Justifica Pecadores?
(Recapitule com a Classe Job 1:8-11; Romanos 3:26.)
Satanás mostrou-se em desacordo com Deus por Este declarar Job como justo, e contra-atacou com uma
pergunta aparentemente inocente: “Porventura teme Job a Deus debalde?” (1:9). À primeira vista, parece
uma pergunta contra Job, mas, na realidade, é um ataque a Deus, tentando desmentir a Sua afirmação
acerca de Job. O verdadeiro drama assenta no facto de que Deus é por nós e nos declara justos. Assim
sendo, o tema principal do livro de Job é a justiça de Deus (teodiceia): É Deus justo quando nos justifica?
Uma Questão a Debater: Por que razão o povo de Deus é aparentemente posto mais à prova do que os
descrentes, passando por provações difíceis na vida? Que propósito especial há por detrás dessas
provações?
II. Questão: Que Motivação Leva os Crentes a Servirem a Deus?
(Recapitule com a Classe Job 1:9; 2:3.)
Para se compreender a cínica pergunta de Satanás (“Achas que os seus sentimentos religiosos são
desinteressados?”, TIC), que serve de introdução ao tema e ao enredo do livro, é necessário estudar a
expressão central da pergunta, que é o termo “debalde”. O termo hebraico, chinnam, aparece quatro
vezes no livro (1:9; 2:3; 9:17; 22:6). Pode ser traduzida por “gratuitamente”, “sem uma razão”, “por nada”,
“sem um objetivo”, “em vão”, “sem interesse”. A pergunta de Satanás pode ser feita desta maneira: Serve
Job a Deus desinteressadamente? A sua piedade é desinteressada e a sua devoção sincera? Ou, dito de
maneira diferente: Serve ele a Deus por amor, ou seja, por nada? Assim, diante de todo o Universo, tinha
de ser clarificado aquilo que nos motiva a servir a Deus. É por medo e para fugir ao castigo e à morte? É
pela recompensa da vida eterna e de muitas outras bênçãos? Ou obedecemos-Lhe por reconhecimento,
por gratidão, porque O amamos por Quem Ele é?
Uma Questão a Debater: Que razão torna os nossos motivos tão importantes que têm de ser revelados
no tribunal celestial?
Atividade: Peça aos membros da Classe que analisem os motivos pessoais por detrás da razão por que
seguem Deus. Que diferenças resultam deles?
III. A Terceira Questão: Em Quem Confiamos e a Quem Obedecemos?
(Recapitule com a Classe Génesis 2:16 e 17; 3:4; Job 13:15.)
Job confessou a sua total confiança no Senhor, ainda que não entendesse o que estava a acontecer na
sua vida. Pela sua experiência anterior, ele conhecia Deus como um Deus bom, amoroso e cuidadoso;
por isso, apega-se a Ele: “Ainda que Ele me mate, n'Ele esperarei” (Job 13:15). E numa outra ocasião, ele
convictamente proclama a sua fé pessoal num Deus pessoal: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e
que, por fim, Se levantará sobre a Terra. E, depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne
verei a Deus. Vê-l'O-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão” (Job 19:25-27).
Em última análise, o que é realmente fundamental é em quem confiamos. Seguimos Deus e as Suas
instruções ou vivemos segundo as nossas tendências egoístas e as ofertas de Satanás? O sentido que
damos à nossa vida e os caminhos que seguimos são as coisas que têm de ser claramente reveladas no
Grande Conflito.
O profeta Ezequiel anuncia a promessa de Deus de dar o Seu Espírito ao Seu povo, a fim de este
obedecer às Suas leis: “E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo, e tirarei o
coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o Meu espírito,
e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardeis os Meus juízos, e os observeis.” Ezequiel 36:26 e 27.
Este transplante do coração é necessário a fim de sermos capazes de seguir Deus e os Seus preceitos. A
circuncisão do coração pode ser feita unicamente pelo Cirurgião Celestial. Este Espírito muda e
transforma vidas – Ele é Aquele que reside no coração, o santificador e o novo Criador. Ele é o Espírito
transformador que habita connosco e em nós. O Espírito de Deus insufla nova vida (Eze. 37:1-14).
A Lei de Deus é posta no nosso coração unicamente por atuação do Espírito Santo. Ezequiel 36:27 diz,
noutras palavras: “Vou pôr o Meu Espírito em vós e farei com que obedeçam fielmente às Minhas leis e
aos Meus mandamentos que vos dei” (TIC), e, literalmente, acrescenta: “Eu farei que o façam mesmo”, o
que quer dizer que Deus, pelo Seu Espírito, nos impressiona e nos leva a obedecer. O Senhor ordena
obediência e nós devemos tomar a decisão de obedecer, mas somos incapazes de seguir a nossa decisão
e obedecer. No entanto, quando cooperamos com Deus, Ele dá-nos o Seu Espírito, que faz a obediência
ter lugar. Aquilo que Deus ordena aos membros do Seu povo, Ele sempre ajuda a que eles o façam. O
que Ele exige, Ele provê. A obediência é um dom vindo de Deus, não é um desempenho nosso ou uma
realização pessoal, e ela prova também que Deus está certo.
Questões a Debater: De que modo pode Deus ensinar-nos a fazer a Sua vontade e guiar-nos pelo Seu
Espírito? Como se pode reconhecer a vontade de Deus na nossa vida? Que razão leva David a pedir:
“Ensina-me a fazer a Tua vontade, pois és o meu Deus: guie-me o Teu bom Espírito por terra plana”
(Salmo 143:10)?
3º PASSO – PRATICAR!
Só para o Moderador: O livro de Job lança luz sobre muitas questões importantes, além daquelas já
mencionadas nesta lição (por exemplo, Deus não é o autor do sofrimento; o Senhor não é responsável
pelo mal neste mundo; os seguidores de Deus estão dispostos a fazer a vontade de Deus e a morrer por
Ele, em vez de procurarem garantir a sua própria vida; a relação entre a soberania de Deus e a liberdade
humana). Analise com a Classe as implicações práticas destas muitas questões.
Atividades:
1. Analise com a Classe a oração de David: “Não me lances fora da Tua presença, e não retires de mim o
Teu Espírito Santo” (Sal. 51:11). Por que razão é tão importante ter a presença do Espírito Santo na nossa
vida?
2. Quando Deus respondeu às queixas de Job (capítulos 38-41), Ele apontou o facto de Ele ser o Criador.
Por que razão é tão essencial crer no relato bíblico da Criação? Até que ponto a crença na Criação ajuda a
enfrentar as questões desconcertantes que surgem, quando calamidades e tragédias atingem a nossa
vida?
4º PASSO – APLICAR!
Só para o Moderador: Quando Job estava em sofrimento, os seus amigos visitaram-no, mesmo apesar
da teologia que apregoavam estar errada. A solidariedade que demonstramos para com aqueles que
sofrem é a coisa mais importante. O que mais precisam aqueles que sofrem não é das nossas
explicações, mas da nossa presença. Verifique com os membros da Classe quais as pessoas que devem
ser visitadas, a fim de fazer uma diferença na sua vida e levar-lhes luz e esperança.
Atividades:
1. Analise com os membros da Classe os possíveis motivos de pessoas que assistem a reuniões
evangelísticas ou a reuniões na igreja. Que razão leva as pessoas a não comparecerem? O que se pode
fazer para mudar isso?
2. Visitem pessoas idosas da vossa congregação e perguntem-lhes o que lhes tem dado força e poder
para enfrentar o mal e as dificuldades da vida. Onde encontraram coragem para lidar com os seus
problemas? Façam a mesma pergunta a jovens da vossa igreja e comparem as respetivas respostas.
3. Que recursos recomendariam aos jovens da Igreja, para os capacitarem a melhor compreenderem as
questões do Grande Conflito?

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