protocolo - Saúde FOZ

Transcrição

protocolo - Saúde FOZ
Prefeitura do Município de Foz do Iguaçu
ESTADO DO PARANÁ
Secretaria Municipal da Saúde
PROTOCOLO
DO PROJETO MUNICIPAL DE
FITOTERAPIA
APL FOZ DO IGUAÇU- PR
JUNHO/2015
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
Av. Brasil, 1637 sala 313 – Centro – 85851-000 - Foz do Iguaçu – Paraná
TELEFONE: (45)2105-1129; e-mail: [email protected]
PROJETO DO APL – FOZ DO IGUAÇU/PR
EDITAL N°01/2012 DAF/FITO/SCTIE/MS

PREFEITO MUNICIPAL: Reni Pereira

SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE: Charlles Bortolo

EQUIPE DE FITOTERAPIA MUNICIPAL / COORDENAÇÃO:
Christiane Magdalena Lopes Pereira – Médica SMSA
Elizabeta Damke – Enfermeira SMSA
Elizabeth Parcinello – Dentista SMSA
Flávia A. Barbosa Rastelli – Farmacêutica Bioquímica SMSA
Noemi Weiss – Nutricionista SMSA

APOIO TÉCNICO:
Leandro
de
Albuquerque
Medeiros
–
Farmacêutico
Instituto
de
Desenvolvimento
Educacional de Pernambuco;
Evani Lemos de Araújo - Médica - Universidade Federal de Pernambuco;
Magda Rhayanny Assunção Ferreira - Laboratório de Farmacognosia da Universidade
Federal de Pernambuco;
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Suba o primeiro degrau com fé.
Não é necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo.
Martin Luther King
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Apresentação
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos aprovada pelo Decreto n°5.813,
de 22 de junho de 2006, que implementam ações de melhoria da qualidade de vida da população
brasileira através de ações voltadas ao uso racional e acesso aos usuários do Sistema Único de
Saúde- SUS às plantas medicinais e fitoterápicos, além do incentivo ao conhecimento tradicional
das comunidades e utilização de nossa biodiversidade com a promoção de desenvolvimento de
tecnologias fortalecendo os arranjos produtivos e melhorando a atenção à saúde da população.
Nesse sentido, visando atingir os objetivos da Política Nacional do Ministério da Saúde, o
município de Foz do Iguaçu, através de envio de uma proposta perante Edital n° 01/2012
DAF/FITO/SCTIE/MS, foi contemplado com recurso para implantação do projeto denominado:
Arranjo Produtivo Local em Plantas Medicinal e Fitoterápico, possibilitando a ampliação de opções
terapêuticas relacionadas à Fitoterapia no SUS. Com diversas ações, entre elas: a qualificação
dos profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e
odontólogos, envolvidos nesta estratégia, através de capacitações destes para a prescrição e
orientação da população quanto ao uso racional destes medicamentos.
Este protocolo estabelece noções de farmacologia aplicada à fitoterapia, farmacotécnica,
monografias de plantas medicinais e critérios de atendimento aos usuários e seu tratamento com
plantas medicinais e fitoterápicos. Na promoção quanto à prevenção da saúde, de tratamento de
patologias crônicas e situações clínicas advindas das especialidades estabelecidas, incorporando
as práticas integrativas complementares do SUS, fomentando novos projetos e incentivo à
pesquisa para nosso município almejando a promoção da saúde dos usuários.
Neste contexto, Foz do Iguaçu propõe a se transformar num município forte
regionalmente. Para tanto, a geração do conhecimento, a transferência desses para a sociedade
e a responsabilidade ambiental são condições imprescindíveis no processo de desenvolvimento
que se espera sustentável e contínuo. Criando um alicerce que ampara o desenvolvimento
permanente do município, sendo assim, o Executivo municipal juntamente com o gestor municipal
da Saúde, faz parceria com os Produtores da Bacia do Paraná III para consolidar sua opção pelo
investimento em ciência, tecnologia e inovação com foco não apenas em resultados imediatos,
mas também em longo prazo pretendendo fortalecer a Política de Saúde bem como melhorar os
atendimentos aos munipices locais.
Fitoterapia do Município de Foz do Iguaçu
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
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1
Sumário
PROTOCOLO GERAL ................................................................................................................................................... 3
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS, DROGAS VEGETAIS E FITOTERÁPICOS .......................................... 4
FITOQUÍMICA E FARMACOLOGIA APLICADA ................................................................................................................... 5
FARMACOTÉCNICA.......................................................................................................................................................... 17
FITOTERAPIA E MEDICINA CIENTÍFICA ........................................................................................................................ 24
PROTOCOLO MÉDICO DE FITOTERAPIA ........................................................................................................... 26
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE ...................................................................................................................................... 27
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 27
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO ..................................................................................................................................... 27
TRATAMENTO ................................................................................................................................................................. 31
PRESCRIÇÃO.................................................................................................................................................................... 32
CAMOMILA ...................................................................................................................................................................... 33
MARACUJÁ ...................................................................................................................................................................... 35
VALERIANA ..................................................................................................................................................................... 37
ERVA-CIDREIRA .............................................................................................................................................................. 39
CAPIM LIMÃO .................................................................................................................................................................. 41
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS .............................................................................................................................. 43
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 44
PREVALÊNCIA ................................................................................................................................................................. 46
EVOLUÇÃO/PROGNÓSTICO ............................................................................................................................................ 46
DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................................................. 46
SINTOMAS ASSOCIADOS QUE ESTÃO FREQUENTEMENTE PRESENTES: ........................................................................ 47
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE DOS EPISÓDIOS DEPRESSIVOS .................................................................... 47
CO-MORBIDADES ........................................................................................................................................................... 47
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL .......................................................................................................................................... 48
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO E FITOTERÁPICO .................................................................................................... 48
ERVA DE SÃO JOÃO ......................................................................................................................................................... 50
GINSENG BRASILEIRO ..................................................................................................................................................... 52
ALECRIM ......................................................................................................................................................................... 54
DIABETES MELITO TIPO 2 ..................................................................................................................................... 56
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 57
PATA-DE-VACA ............................................................................................................................................................... 62
CARQUEJA ....................................................................................................................................................................... 64
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ............................................................................................................... 66
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 67
ALHO ............................................................................................................................................................................... 74
ALCACHOFRA .................................................................................................................................................................. 76
ALECRIM ......................................................................................................................................................................... 79
EMBAÚBA ........................................................................................................................................................................ 81
UVA.................................................................................................................................................................................. 83
CAVALINHA ..................................................................................................................................................................... 85
CAPIM LIMÃO .................................................................................................................................................................. 87
OUTRAS MONOGRAFIAS ......................................................................................................................................... 89
LARANJA AMARGA .......................................................................................................................................................... 90
ESPINHEIRA SANTA ........................................................................................................................................................ 93
2
ANGÉLICA ........................................................................................................................................................................ 95
HORTELÃ-PIMENTA ....................................................................................................................................................... 97
ALFAVACA ....................................................................................................................................................................... 99
CANELA ........................................................................................................................................................................ 101
ALCAÇUZ ...................................................................................................................................................................... 103
PROTOCOLO ODONTOLÓGICO DE FITOTERAPIA ....................................................................................... 105
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 106
SAÚDE BUCAL............................................................................................................................................................... 107
PRINCIPAIS LESÕES BUCAIS ....................................................................................................................................... 108
PÚBLICO-ALVO ............................................................................................................................................................ 111
POSOLOGIA .................................................................................................................................................................. 111
LISTA DE ESPÉCIES DE INTERESSE NA ODONTOLOGIA ............................................................................................... 113
ESPINHEIRA SANTA ..................................................................................................................................................... 113
TANSAGEM ................................................................................................................................................................... 116
HORTELÃ-PIMENTA .................................................................................................................................................... 118
ERVA-CIDREIRA .......................................................................................................................................................... 120
PROTOCOLO NUTRICIONAL DE FITOTERAPIA ............................................................................................ 122
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 123
PÚBLICO-ALVO ............................................................................................................................................................ 124
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................................................................................ 124
POSOLOGIA .................................................................................................................................................................. 124
LISTA DE ESPÉCIES DE INTERESSE NA NUTRIÇÃO ...................................................................................................... 125
ESPINHEIRA SANTA ..................................................................................................................................................... 125
TANSAGEM ................................................................................................................................................................... 128
HORTELÃ-PIMENTA .................................................................................................................................................... 130
ERVA-CIDREIRA ........................................................................................................................................................... 132
CARQUEJA .................................................................................................................................................................... 134
CAPIM LIMÃO ............................................................................................................................................................... 136
ALECRIM ...................................................................................................................................................................... 138
ALFAVACA .................................................................................................................................................................... 140
CAMOMILA ................................................................................................................................................................... 142
MARACUJÁ ................................................................................................................................................................... 144
ALCACHOFRA ............................................................................................................................................................... 146
PROTOCOLO DE FITOTERAPIA EM ENFERMAGEM .................................................................................... 149
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 150
PÚBLICO-ALVO ............................................................................................................................................................ 150
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................................................................................ 151
POSOLOGIA .................................................................................................................................................................. 151
LISTA DE ESPÉCIES DE INTERESSE POTENCIAL NA ENFERMAGEM ............................................................................ 152
ESPINHEIRA SANTA ..................................................................................................................................................... 152
TANSAGEM ................................................................................................................................................................... 155
HORTELÃ-PIMENTA .................................................................................................................................................... 157
ERVA-CIDREIRA ........................................................................................................................................................... 159
PATA-DE-VACA ............................................................................................................................................................ 161
CARQUEJA .................................................................................................................................................................... 163
CAPIM LIMÃO ............................................................................................................................................................... 165
ALECRIM ...................................................................................................................................................................... 167
ALFAVACA .................................................................................................................................................................... 169
CAMOMILA ................................................................................................................................................................... 171
MARACUJÁ ................................................................................................................................................................... 173
EMBAÚBA ..................................................................................................................................................................... 175
3
PROTOCOLO FARMACÊUTICO DE FITOTERAPIA ........................................................................................ 177
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 178
PÚBLICO-ALVO ............................................................................................................................................................ 179
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................................................................................ 179
POSOLOGIA .................................................................................................................................................................. 180
LISTA DE ESPÉCIES DE INTERESSE POTENCIAL AO FARMACÊUTICO ......................................................................... 181
ESPINHEIRA SANTA ..................................................................................................................................................... 181
TANSAGEM ................................................................................................................................................................... 184
HORTELÃ-PIMENTA .................................................................................................................................................... 186
ERVA-CIDREIRA ........................................................................................................................................................... 188
PATA-DE-VACA ............................................................................................................................................................ 190
CARQUEJA .................................................................................................................................................................... 192
CAPIM LIMÃO ............................................................................................................................................................... 194
ALECRIM ...................................................................................................................................................................... 196
ALFAVACA .................................................................................................................................................................... 198
CAMOMILA ................................................................................................................................................................... 200
MARACUJÁ ................................................................................................................................................................... 202
EMBAÚBA ..................................................................................................................................................................... 204
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................... 206
PROTOCOLO
GERAL
4
Critérios de seleção de plantas medicinais, drogas vegetais e
fitoterápicos
Os critérios utilizados para a seleção dos medicamentos foram:

Eficácia comprovada, segurança, estabilidade e custo do produto;

Capacidade de tratar a maioria dos transtornos mentais, quadros hipertensivos
leve a moderados e diabetes, considerando os níveis de complexidade das
Unidades de Saúde;

Escolha preferencial dos medicamentos essenciais constante na lista da
Organização Mundial de Saúde – OMS

Ter preferencialmente mais de um laboratório produtor.
Haverá revisão periódica, sempre que necessário, da relação das espécies vegetais do
Programa, podendo ser incluído e/ou excluídos um ou mais itens, após avaliação da
equipe multidisciplinar em saúde de Foz do Iguaçu.
5
Fitoquímica e Farmacologia aplicada
1. Introdução
A palavra fitoterapia é derivada do grego phitos, que significa plantas, e terapia,
que quer dizer tratamento. A fitoterapia é o recurso de prevenção e tratamento de
doenças através das plantas medicinais, e a forma mais antiga e fundamental de
medicina da Terra.
Para alcançar a ação terapêutica desejada, o profissional de saúde deve conhecer
desde os princípios básicos a cerca de plantas medicinais até a dispensação de
plantas/produtos/medicamentos fitoterápicos, de tal forma que se obtenham a resposta
desejada.
Desta forma, alguns conceitos são importantes durante este processo, como
veremos abaixo:
a. Droga: o conceito geral de droga refere-se à substâncias ilícitas. O anglo-saxão
inclui substâncias com propriedades terapêuticas. Outra definição trata droga como
todo material de origem natural seja em estado bruto (folhas rasuradas), ou obtidos
por operações simples (extratos brutos) que possuam os princípios ativos para
aplicação
direta
ou
empregados
como
forma
farmacêutica
intermediária
(substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária –
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA).
b. Droga vegetal: parte da planta que contém o Princípio Ativo (P.A.): planta
medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem,
podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada (ANVISA). Farmacógeno.
c. Medicamentos Fitoterápicos: são aqueles produtos que contém exclusivamente
droga vegetal ou uma preparação desta. A droga vegetal ou sua preparação é, em
sua totalidade, considerada com ingrediente ativo.
d. Fitocomplexo: conjunto de todas as substâncias, originadas do metabolismo
primário ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma
planta medicinal ou de seus derivados.
e. Marcador: substância ou classe de substâncias (ex.: alcaloides, flavonoides,
ácidos graxos, etc.) utilizada como referência no controle da qualidade da matériaprima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo correlação com o efeito
terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo, quando relacionado com a
6
atividade terapêutica do fitocomplexo, ou analítico, quando não demonstrada, até o
momento, sua relação com a atividade terapêutica do fitocomplexo.
f. Fitofármaco:
-
.
O conceito de fitoterapia envolve o estudo e aplicação dos efeitos terapêuticos de
drogas vegetais e derivados, dentro de um contexto holístico. Ainda pode ser conhecida
“
ê
”
-se da ciência que estuda a utilização dos
produtos de origem vegetal com finalidade terapêutica para se prevenir, atenuar ou curar
um estado patológico; por fim, é possível evidenciar a fitoterapia como uma prática
terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas
farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem
vegetal.
Nesse sentido, surgem novos conceitos que devem ser abordados, como:
a. Medicamentos
Fitoterápicos:
medicamentos
cujos
princípios
ativos
são
exclusivamente derivados de drogas vegetais (produtos de extração: extrato,
tintura, óleos, sucos e outros). Não é objeto de registro planta medicinal ou suas
partes, depois de processos de coleta, estabilização e secagem, e pode ser
íntegra, triturada ou pulverizada. Se aplica a produtos industrializados que se
enquadram nas categorias de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais
fitoterápicos. Trata-se de um medicamento obtido empregando exclusivamente
matérias primas ativas vegetais. Cuja segurança e eficácia sejam baseadas em
evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade.
b. Medicamento Fitoterápico Tradicional: É aquele elaborado a partir de planta
medicinal, de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências, conhecidas ou
informadas, de risco à saúde do usuário, cuja eficácia é validada através de
levantamentos
etnofarmacológicos
e
de
utilização,
de
documentações
tecnicocientíficas ou publicações indexadas.
c. Medicamento Fitoterápico Novo: Aquele cuja eficácia, segurança e qualidade,
sejam comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião
do registro, podendo servir de referência para o registro de similares.
7
d. Medicamento Fitoterápico Similar: Aquele que contém as mesmas matériasprimas vegetais, na mesma concentração de princípio ativo ou marcadores,
utilizando a mesma via de administração, forma farmacêutica, posologia e
indicação terapêutica de um medicamento fitoterápico considerado como
referência.
8
2. Sinergismo: Esclarecendo a Farmacologia dos Fitoterápicos
Em uma mesma espécie vegetal é possível encontrar diversos grupos de
metabólitos, sejam eles componentes ativos ou não, e dessa forma um ou mais podem
apresentar a ação terapêutica. Quando isolado, este metabólito/marcador pode
apresentar uma ação diferente daquela apresentada quando em conjunto com outros
metabólitos.
Nesse caso, o conjunto de metabólitos presente em uma droga vegetal possibilita
as interações sinérgicas e, desse modo, podem ou não apresentar melhor efeito
terapêutico quando comparado com os componentes isolados (PELT, 1979).
U
x
“
h
”
algumas substâncias que não possuem efeito terapêutico isoladamente, porém quando
em conjunto com os demais constituintes da espécie aumentam o efeito, promovendo a
ação terapêutica desejada (PELT, 1979).
Alguns extratos/derivados vegetais possuem como constituintes saponinas e
alguns polifenois que não apresentam atividade terapêutica relatada, mas que mesmo
assim podem influenciar na absorção do verdadeiro princípio ativo, propiciando aumento
de sua biodisponibilidade (BONATI, 1980).
Um exemplo deste caso é Hypericum perforatum, onde a espécie apresenta
compostos que a princípio não possuem efeito terapêutico, o efeito antidepressivo com
frações enriquecidas é superior em relação a outras frações, e dessa forma, o sinergismo
pode ser atribuído a substâncias que aumentam a biodisponibilidade das hipericinas
(BUTTERWECK et al., 1997).
O efeito analgésico da espécie Croton urucurana, planta popularmente utilizada no
tratamento da dor e inflamação, se deve a presença de catequinas e galocatequinas no
extrato desta planta, entretanto, quando testadas isoladamente apresentaram menor
efeito do que a fração enriquecida. O efeito analgésico se deve a uma associação de
β-sitosterol, catequina,
β-sitosterol.
Outro fitoterápico, Ginkgo biloba, tem cerca de 20 substâncias ativas que
respondem juntas pelo efeito terapêutico, sem a totalidade simultânea das quais, o
mesmo efeito não se alcança na plenitude.
9
3. Biossíntese dos Princípios Ativos nas Plantas
Entende-se por biossíntese como o fenômeno em que são produzidos compostos
químicos, como proteínas e ácidos nucleicos a partir de reações. A biossíntese também
pode ser conhecida como metabolismo, é trata-se de um processo extremamente
organizado e complexo, de reações catalisadas e reguladas por enzimas.
Existem dois tipos de metabolismo, o primário que trata da biossíntese de
aminoácidos, nucleotídeos, lipídios e carboidratos, essencial para o crescimento e
desenvolvimento do indivíduo, é universal (ocorre em todos os organismos), uniforme (é
fundamentalmente o mesmo para todos os organismos) e conservativo (não está sujeito à
evolução); e, o metabolismo secundário, que envolve complexas interações entre
biossíntese, transporte, estocagem e degradação. Este último trata das relações entre o
indivíduo e o ambiente, apresentando como características: singularidade (único para
cada organismo), múltiplo (existem diferentes rotas para a produção da mesma molécula),
adaptativo (está sujeito à evolução) e essencial para a sobrevivência e continuidade da
espécie dentro do ecossistema.
O esquema abaixo evidencia as principais rotas de biossíntese dos princípios
ativos das plantas:
10
Dessa forma, os principais precursores dos metabólitos são:
•
Acetato: poliacetilenos, prostaglandinas, polifenóis, antibióticos macrocíclicos;
•
Ácido mevalônico e desoxi-xilulose 5P: terpenóides e esteróides
•
Ácido chiquímico: muitos compostos aromáticos: aminoácidos aromáticos,
alcalóides aromáticos, ácidos cinâmicos e certos polifenóis;
•
Aminoácidos alinfáticos: alcalóides, antibióticos peptídicos;
•
Ácido
chiquímico
e
uma(s)
unidade(s)
de
acetato: antraquinonas,
flavonóides e taninos condensáveis.
As reações de biossíntese podem ser do tipo enzimáticas, onde os catalisadores
biológicos aceleram as reações, são catalisadores específicos de uma reação, e
químicas, onde são catalisadas por moléculas de grande complexidade, e pode ser de
vários tipos.
O resumo de toda a biossíntese que pode ocorrer está no esquema abaixo:
11
12
4. Relação dos principais grupos fitoquímicos e suas características
biológicas ou químicas
Como citado anteriormente, em uma mesma espécie vegetal é possível encontrar
diversos grupos de metabólitos, sejam eles componentes ativos ou não.
Em se tratando de um produto de origem vegetal (planta medicinal/droga
vegetal/derivado
vegetal/medicamento
fitoterápico),
fazendo
correlação
com
os
medicamentos sintéticos, é necessário que a espécie apresente propriedade medicinal.
Dessa forma, são essenciais em sua composição química a presença de uma substância
ou conjunto delas que promovam o efeito terapêutico desejado.
Algumas destas substâncias podem ser utilizadas de maneira isolada, como por
exemplo, a morfina, cocaína, entre outros, na forma de extrato bruto (como os taninos,
grupo de substância que por apresentarem a característica de se complexarem com
proteínas, podem ser utilizados para curtimento de couro), ou ainda, na forma de extrato
padronizado, como é o caso do extrato de Ginkgo biloba (que apresenta ginkgolídeos).
Os constituintes presentes nas espécies vegetais, podem ser agrupados de acordo
com sua estrutura química, suas propriedades farmacológicas e também de acordo com
suas características físico-químicas.
Em resumo, os principais grupos de princípios ativos e suas principais ações são:
•
Alcalóides: elevada atividade farmacológica e também toxicidade.
São substâncias orgânicas, nitrogenadas, não protéicas e que apresentam potente
efeito farmacológico. A maioria deles apresentam um nitrogênio aminado que dá
origem as propriedades básicas. As principais fontes de alcalóides estão nas famílias
Apocinaceae, Papaveraceae, Rubiaceae, Solanaceae, Liliaceae. Entre as espécies
que apresentam estes componentes podem-se ser citadas: Symphytum officinale
(confrei), Punica granatum (romã), Cephaelis ipecacuanha (ipecacuanha).
•
Flavonóides: ações diversas, principalmente sobre os capilares, distúrbios
cardiocirculatórios e antioxidantes.
Compreendem uma das classes de metabólitos mais abundante e largamente
distribuída entre as espécies vegetais. Apresentam diversas categorias, exibindo
propriedades farmacológicas e físicas ligeiramente diferenciadas. Podem atuar sobre
13
os capilares sanguíneos promovendo ação protetora (rutina), em distúrbios
circulatórios (ginkgolídeos), antioxidante.
•
Óleos essenciais: voláteis, antissépticos, expectorantes, diuréticos e antiinflamatórios.
São as principais fontes de odor em diversas partes das plantas. Podem ser
classificados em voláteis, etéreos ou essenciais. Como exemplo de espécies que
possuem óleos em sua composição temos: Canela do Ceilão, Mentha sp., Rosas,
Alecrim pimenta, Hortelã, etc.
•
Quinonas: ação laxativa.
Apresentam ação catártica, e dessa forma exerce ação no tônus do intestino,
estimulando a secreção de água e eletrólitos pelo intestino. Alguns exemplos de
drogas com quinonas são: Cáscara sagrada, Aloe (babosa), Ruibarbo, Sene.
•
Saponinas: mucolíticos, diuréticos e depurativos – ação irritante sobre mucosas
em altas doses.
Apresentam a propriedade de forma espuma abundante, além de poder hemolítico e
esternutatório. São bastante utilizadas como precursor de hormônios esteróides. A
principal utilização se dá como emulsificante, detergente. Dentre as principais
espécies estão: juá, glicirriza e ginseng.
•
Taninos: ações adstringentes, antissépticos e antidiarreicos.
Grande grupo de substâncias que se distribuem amplamente no reino vegetal.
Possuem como principal propriedade formar precipitados com proteínas, e dessa
forma, quando aplicados ao tecido vivo, reage com estas promovendo adstringência.
Algumas espécies ricas nesses compostos são: Aroeira do sertão, Hamamelis e
Cajazeira.
14
5. Em que as drogas vegetais diferem dos fármacos sintéticos?
O medicamento fitoterápico, apesar de ser elaborado a partir de espécies vegetais,
trata-se de um medicamento alopático, possuindo em sua composição compostos que
podem interagir com outros medicamentos.
Entre os medicamentos considerados alopáticos, o medicamento sintético é aquele
que é sintetizado em laboratório, em sua maioria são compostos por moléculas que não
são naturais, mas que são/foram desenvolvidas de maneira artificial. Além disso, esses
remédios isolam o princípio ativo para ministrá-lo de modo mais concentrado.
Dessa forma, os medicamentos sintéticos são considerados misturas de
substâncias produzidas através de meios químicos, cujos principais componentes ativos
da formulação não são encontrados na natureza.
Em relação aos medicamentos fitoterápicos, estes devem passar pelos mesmos
critérios estabelecidos pelo órgão sanitário, como os controles de eficácia e de qualidade
de um medicamento sintético.
Assim, a principal diferença entre os medicamentos sintéticos e os naturais é que
estes são extraídos da natureza, aparentemente acarretando em menor efeito colateral.
15
6. Existem vantagens em administrar um extrato vegetal?
Devido a menor incidência e gravidade dos efeitos colaterais e reações adversas já
relatados para produtos vegetais, a sua utilização é mais tolerada pelo paciente. Assim, a
prática da fitoterapia é bastante recomendada para o tratamento de doenças crônicas,
devido ao longo tempo de tratamento, por se tratar de uma alternativa menos agressiva.
Em geral, os medicamentos à base de plantas apresentam ação mais lenta e
menos agressiva. Nos fitoterápicos, os princípios ativos podem ou não se apresentarem
de forma isolada. Alguns fitoterápicos possuem efeito mais rápido, como é o caso dos
laxantes à base de cáscara sagrada e Sene.
Quanto à eficácia, assim como os medicamentos químicos sintéticos, os
fitoterápicos também devem ter sua eficácia comprovada, segundo critérios da Anvisa.
Para conseguir registrá-los como medicamentos é necessário provar a sua qualidade, a
concentração do princípio ativo presente na planta e os efeitos terapêuticos aos quais se
propõe.
Outra importante vantagem de se utilizar um extrato de origem vegetal é que tornase possível associar diversos mecanismos que estarão sendo realizados por constituintes
atuando em alvos diferentes, como por exemplo a espécie Serenoa repensno tratamento
da hiperplasia benigna de próstata. A espécie apresenta compostos que agem inibindo a
5α-redutase, impedindo a formação da Diidrotestosterona, além disso,
apresenta também compostos que agem possivelmente inibindo a ciclooxigenase ou
lipoxigenase, reduzindo o processo inflamatório e também compostos que agem como
antagonistas de receptores na suprarrenal e bloqueadores de cálcio que, possivelmente
explicariam o efeito benéfico sobre o trato urinário permitindo uma micção mais livre.
Considerando que os compostos ativos se apresentam em concentrações
reduzidas nas plantas, são muito menores os riscos de efeitos secundários não
desejáveis (a depender da planta).
16
7. Farmacologia dos principais constituintes ativos
O estudo farmacológico das espécies vegetais, seja a planta inteira, suas partes ou
seus derivados torna possível a construção de um campo extenso de novos
conhecimentos científicos e que podem também acarretar na contribuição do
aprimoramento da medicina tradicional.
O desenvolvimento de pesquisas farmacológicas, clínico-farmacológicas e a
atenção destinada a utilização da prática da fitoterapia, baseando-se na medicina
tradicional apresentam como vantagens o crescimento de comunidades, devido ao maior
alcance social proporcionado, uma vez que as informações podem retornar a população
com a utilização de folhetos educacionais, que relatem a identificação da espécie, melhor
época de colheita, parte empregada e modo de preparo.
Além disso, mesmo sem a devida identificação do princípio ativo, mas com a
segurança e a eficácia asseguradas, a espécie poderia ser comercializada na forma de
“in natura”
tradicionalmente conhecidas.
h
h
õ
17
Farmacotécnica
A produção de fitoterápicos pressupõe que estudos de desenvolvimento tenham
sido realizados anteriormente. Cumprindo esse quesito, a obtenção de produtos
fitoterápicos, quer seja em escala oficinal ou industrial, requer conhecimentos e
habilidades específicas do processo produtivo de medicamentos.
Tais conhecimentos e habilidades devem apresentar correlação objetivando a
produção de produtos adequados, de acordo com os conceitos de qualidade (nível de
satisfação do produtor e usuário do medicamento, cumprimento de requisitos que
conduzam à sua adequabilidade de acordo com a finalidade pretendida).
A transformação do material vegetal para um produto elaborado, seja intermediário
ou produto acabado, implica na utilização de operações de transformação tecnológica. A
complexidade do processo e o número de operações envolvidas estão determinados pelo
grau de transformação tecnológica que se requer, que pode ser mínimo (pós e drogas
rasuradas destinados à preparação de chás) ou maior (frações purificadas ou sólidos
revestidos). Para cada uma das etapas do processo tecnológico, a escolha de uma
operação específica é determinada pelas características físicas e físico-químicas do
produto a ser obtido, pela natureza da matéria-prima a ser transformada e pelo volume de
produção.
A garantia de qualidade do material vegetal a ser processado é fundamental na
preparação de fitoterápicos, devendo considerar-se aspectos botânicos, químicos,
farmacológicos e de pureza.
Cuidados importantes antes da utilização de plantas medicinais
A
“in natura”
x
/medicamentos é
necessário verificar a procedência e o estado em que se encontra o farmacógeno. Em
seguida, observar os seguintes aspectos:
 As flores e folhas devem ser colocadas para secar à sombra, em local ventilado e
espalhadas sob superfície limpa;
 As cascas e raízes depois de lavadas devem ser colocadas para secar também à
sombra;
 As sementes devem ser limpas por peneiração ou lavadas e secas ao sol;
 Após secagem, os farmacógenos devem passar pelo processo de moagem para
redução à pequenos pedaços;
18
 O armazenamento deve ser realizado em frasco limpo, seco, com tampa ao
abrigo da luz e devidamente etiquetado com o nome da planta, parte utilizada, dia
e local da coleta e quem coletou.
Utilização
Podemos utilizar os fitoterápicos das seguintes formas:
Formas de obtenção
Produtos
Tratamentos mecânicos
P
Ação do calor
Óleos essenciais
Ação de solventes
Tinturas, alcoolaturas
“in natura”
Xaropes
Concentração
Extratos fluidos, moles e secos
De maneira geral, é possível orientar a população para obter preparações caseiras
utilizando plantas medicinais, de acordo com as técnicas citadas abaixo:
Os chás podem ser obtidos por três processos de extração:
Infusão
 Usada para folhas, flores e frutos moles;
 A planta fresca deve ser lavada em água corrente, rasurada e colocada em um
recipiente (vidro ou plástico), adicionar água quente (40 ºC) e tampar o recipiente
durante 05 a 15 minutos e coar a seguir;
 Usar preferencialmente na hora do preparo ou no mesmo dia (pode ser guardado
em geladeira).
Decocção
 É usada para galhos, raízes, frutos e cascas;
 Seguindo as mesmas orientações anteriores, devendo a planta, porém, ser cozida
durante um tempo variável (10 a 20 minutos), dependendo da sua consistência e
do efeito desejado, deixar em repouso de 10 a 15 minutos, coar e armazenar da
mesma forma acima.
19
Maceração
 É usado para vegetais de princípio ativo sensível ao calor.
 Colocar a planta amassada e picada de molho em água fria, deixando em
repouso por minutos a horas.
Exemplo:
Chá de colônia (obtenção por infusão).
Lavar as folhas de colônia, cortar em pequenos pedaços e colocar sobre elas a água
fervente. Cobrir e deixar esfriar.
Indicação: atividade anti-hipertensiva e tranqüilizante.
Modo de usar: o litro de chá deve ser tomado por dia como se fosse água.
Conservar em geladeira e renovar a cada dia.
Outros
Sucos: utilizados principalmente quando se quer extrair vitaminas, sais minerais e
pectina. Pode ser obtido espremendo o fruto ou triturando-se o fruto/folhas em
liquidificador. Deve ser preparado no momento do consumo.
Exemplo:
Suco de acerola.
Aumenta a resistência a infecções, favorece a recuperação da saúde.
A dose mínima é de três frutas ao dia para ser correspondente a quantidade de vitamina
C necessária em adultos.
Banhos, compressas e bochechos: devem ser usadas as mesmas formas de preparo
descritas anteriormente. Normalmente se utilizam concentrações maiores para o uso
externo.
20
Exemplo:
Gargarejo - Chá de romã (cozimento)
10 g de casca de romã (aproximadamente meia casca do fruto) e um copo de água.
Tratamento de dores de garganta, rouquidão e inflamação da boca.
Inalação: colocar a água fervente sobre porções de plantas aromáticas dentro de um
recipiente. Aspirar pelo nariz o vapor, utilizando um funil de papel e cobrindo a cabeça
com um lençol.
Exemplo:
Chá de eucalipto (infusão)
Um punhado de folhas e um litro de água fervente.
Antigripal, balsâmico e adstringente.
Cataplasmas: papa de vegetais higienizada, usada entre dois panos ou misturada a
substâncias carreadoras (fubá) e aplicada sobre a área desejada.
Exemplo:
Chá de mostarda
Utilizar sementes de mostarda e pirão de farinha.
Utilizado para dores nas costas, estados congestivos do pulmão e dores nas articulações.
Tinturas - alcoolaturas: a planta inteira ou rasurada deve ser conservada em álcool
comum – etílico (utilizada para uso externo) ou álcool de cereais (para uso interno).
21
Exemplo:
Tintura caseira de alecrim pimenta
Meio vidro de folhas de alecrim pimenta lavadas e cortadas em pequenos pedaços; meio
vidro de água fervida e filtrada e meio vidro de álcool.
Adicionar as folhas num frasco até a metade, cobrir com álcool e completar o volume com
a água. Deixar em contato por 5 dias. Coar e guardar em vidro limpo e escaldado.
Antisséptico de uso externo.
Xaropes e melitos: preparado da planta com calda de açúcar (xarope) ou mel (melito).
Não deve ser aquecido, pois pode acarretar em diminuição da atividade terapêutica.
Formas Farmacêuticas
Dentre as necessidades de adequar-se a forma farmacêutica à via de
administração desejando maior e mais efetiva biodisponibilidade, tem-se as formas
sólidas:
Pós destinados a preparações extemporâneas: são constituídos por drogas vegetais
pulverizadas empregadas na obtenção de preparações medicinais aquosas, normalmente
por infusão, ou preparações medicinais alcóolicas.
Extratos brutos/secos: preparações obtidas pela eliminação de quase toda a fase líquida,
por meio de operação de secagem em pressão atmosférica ou reduzida, por liofilização
(brutos) ou, ainda, pela incorporação de solução extrativa em matriz sólida, com posterior
secagem (spray dryer).
Granulados: aglomeração de matérias-primas em forma de pó e de outros adjuvantes
farmacêuticos
utilizando
normalmente
agentes
aglutinantes.
São
destinados
a
preparações extemporâneas (soluções ou suspensões), ou utilizados como produto
intermediário para obtenção de comprimidos.
Cápsulas: representam grande parte das formulações comercializadas em farmácias de
manipulação. Apresentam grande aceitabilidade pela população em geral.
22
Comprimidos: caracterizados por conter a dose de componentes ativos individualizada na
própria forma, são obtidos pela compactação de matérias-primas sólidas.
Extratos espessos: são preparações viscosas a temperatura ambiente, obtidas por meio
do esgotamento e concentração de soluções extrativas.
Pomadas ou cremes: são destinados à aplicação sobre a pele. Podem ser utilizados como
matérias-primas vegetais extratos secos e pós, líquidos/soluções extrativas para
incorporar nesta forma farmacêutica.
Emulsões: podem conter extratos e óleos vegetais por técnicas de emulsificação, da
dissolução ou suspensão de extratos líquidos, concentrados ou secos na fase mais
adequada (aquosa ou oleosa).
Supositórios: podem ser preparados pela incorporação, dissolução, emulsionamento ou
suspensão de extratos líquidos, concentrados ou secos na massa de base.
Suspensões: obtidas pela moagem fina de plantas frescas congeladas a -50ºC,
suspensas em etanol, em concentrações de droga variáveis. Destinadas à administração
oral ou cutânea, geralmente após diluição em água.
Além disso, existem as formas líquidas, que podem apresentar-se líquidos, moles,
espessos ou secos. Os aquosos devem ser preparados para uso imediato, em virtude de
rapidez de degradação e contaminação microbiana, inerente à presença de água.
Alcoolaturas: preparadas de plantas frescas, excepcionalmente de plantas secas ou de
drogas, por maceração em temperatura ambiente com etanol. Os alcoolatos são obtidos
por destilação da matéria-prima fresca em etanol.
Tinturas, soluções extrativas alcoólicas ou hidroalcoólicas: são preparadas com base em
drogas vegetais utilizando etanol, misturas hidroalcoólicas em várias concentrações. É
utilizada uma parte da droga é extraída com 10 partes de líquido extrator.
Extratos fluidos: preparações líquidas, mais concentradas que as tinturas. Geralmente são
misturas hidroetanólicas em que 1 parte de droga é extraída com 1 parte de líquido
extrator.
23
Elixires: são preparações que apresentam teor alcoólico na faixa de 20 a 50%, obtidos por
dissolução ou diluição simples de extratos secos ou concentrados.
Xaropes: preparações medicinais aquosas açucaradas, com alto teor de sacarose.
24
Fitoterapia e Medicina Científica
A Fitoterapia é uma prática terapêutica que, num paradigma mais contemporâneo,
pode ser enquadrada como uma ramificação da farmacologia, uma vez que as
substâncias bioativas encontradas nas plantas atuam modificando processos biológicos
celulares, e com isso, modificando a função do sistema fisiológico em questão.
Com base nisso, faz-se fundamental a compreensão dos aspectos referente à
qualidade, eficácia e segurança, elementos que compõem o conceito de uso racional
de medicamentos.
A qualidade é são os aspectos do medicamento que o torna apto para uso. O
processo de produção do fitoterápico deve levar em conta a garantia da qualidade física,
química e microbiológica, pois uma vez que a composição do produto não atenda aos
critérios de qualidade estabelecidos, dois eventos podem ocorrer durante a terapêutica,
comprometendo-a: ineficácia e/ou reações adversas.
A eficácia representa a capacidade de um fitoterápico atender às expectativas
terapêuticas. Isso depende dos aspectos fisiopatológicos e psicológicos do indivíduo, mas
tão importante quanto são os aspectos de qualidade do produto. Um dos elementos mais
importantes é a padronização do marcador no derivado da droga vegetal, o que vai
garantir que haja precisão no esquema de dosagem. Isto dará condições para a obtenção
da melhor relação dose-resposta.
Decorrente do fato das substâncias bioativas circularem pelo corpo, quando
administradas por via sistêmica, é possível que estas interajam com outros receptores
biológicos (proteínas) que fazem parte de outros sistemas corporais, não é rara a
observação de outros efeitos no organismo do paciente, indesejadas quase que na
maioria dos casos. Estes efeitos são chamados de reações adversas, que compreendem
os efeitos colaterais do fitoterápico, bem como a capacidade de interação com outros
fitoterápicos e com medicamentos, potencializando ou reduzindo os efeitos destes, além
de poder interagir com alimentos, gerando alterações na biodisponibilidade de nutrientes
e das substâncias bioativas dos fitoterápicos.
A fitoterapia praticada na medicina científica, também conhecida como fitoterapia
científica ocidental, trouxe uma abordagem mais criteriosa para o uso de plantas, pois é o
estudo integrado do emprego clínico de plantas medicinais e fitoterápicos para finalidades
terapêuticas ou diagnósticas, com base em dados e evidências científicas (por meio de
estudos clínicos), mesmo que se partindo inicialmente de conhecimentos populares e
tradicionais.
25
A legislação brasileira em fitoterapia é considerada mundialmente avançada ao
regular o registro de fitoterápicos e as boas práticas em geral (cultivo, manipulação,
fabricação, comercialização etc.), e enfatiza este tripé qualidade – eficácia – segurança
como pilar para a construção destas normas legais.
PROTOCOLO
MÉDICO DE
FITOTERAPIA
27
Transtornos de ansiedade
Introdução
No transtorno de ansiedade generalizada, as manifestações de ansiedade oscilam
ao longo do tempo, mas não ocorrem na forma de ataques, nem se relacionam com
situações determinadas. Estão presentes na maioria dos dias e por longos períodos, de
muitos meses ou anos. O sintoma principal é a expectativa apreensiva ou preocupação
exagerada, mórbida. A pessoa está a maior parte do tempo preocupada em excesso.
Além disso, sofre de sintomas como inquietude, cansaço, dificuldade de concentração,
irritabilidade, tensão muscular, insônia e sudorese. O início do transtorno de ansiedade
O
ge
“
“
”
” A
Os transtornos de ansiedade são transtornos psiquiátricos comuns. Apesar das
altas taxas de prevalência desses transtornos de ansiedade, estes são muitas vezes
problemas clínicos menos apreciados e subtratados.
Diagnóstico e Prognóstico
Os transtornos de ansiedade podem ser estruturados em três grupos (DSM-5):
Transtorno de ansiedade

Transtorno do pânico

Transtorno de ansiedade generalizada

Transtorno de ansiedade social

Agorafobia

Fobia específica

Transtorno de ansiedade de separação

Mutismo seletivo

Transtorno de ansiedade induzida por substâncias químicas/medicamentos

Transtorno de ansiedade secundário a outra condição médica
28
Transtorno obsessivo-compulsivo e outros transtornos relacionados

Transtorno obsessivo-compulsivo

Transtorno dismórfico corporal

Transtorno da acumulação

Tricotilomania

Escoriação

Transtorno
obsessivo-compulsivo
induzido
por
substâncias
químicas/medicamentos
Traumatologia e perturbações relacionadas com a estressores

Transtorno de estresse pós-traumático

Transtorno de estresse agudo

Transtorno de ajustamento

Transtorno de apego reativo

Desordem do engajamento social desinibido
Antes do tratamento medicamento, devem ser considerado testes para abuso de
drogas, gestação e testes de triagem para diabetes mellitus.
Os transtornos de ansiedade têm uma das mais longas listas de diagnóstico diferencial
de todos os transtornos psiquiátricos. A ansiedade é uma síndrome não específica e pode
ser decorrente de uma variedade de síndromas médicos ou psiquiátricos. Além disso,
uma variedade de sintomas de ansiedade, como o pânico, preocupação, ruminação, e
obsessões, pode apresentar em uma variedade de doenças psiquiátricas, incluindo
transtornos de humor, transtornos psicóticos, transtornos de personalidade, transtornos
somatoformes, e distúrbios de diminuição cognitiva (por exemplo, o delírio) . A ansiedade
também pode ser observada como parte de um efeito de abstinência de drogas ou
intoxicação por drogas.
Outras
causas
importantes
do
diferencial
incluem
ansiedade
induzida
por
medicamentos (ou seja, devido a epinefrina ou outros simpaticomiméticos, teofilina ou
outros
broncodilatadores
neurostimulantes,
analgésicos
que
contenham
cafeína,
corticosteróides, antivirais, outros); enxaqueca, desordens de apreensão, ou outros
distúrbios do sistema nervoso central; e distúrbios do sono, como a síndrome de pernas
inquietas, apneia do sono e movimentos periódicos dos membros. O uso de heroína e
cocaína também deve ser considerado nos diferenciais.
29
Diagnóstico diferencial:
Abuso de maconha
Alcoolismo
Alucinógenos
Anafilaxia
Angina instável
Anorexia Nervosa
Apneia do sono
Asma
Bócio
Bócio difuso tóxico
Bulimia
Cetoacidose diabética
Choque cardiogênico
Crise adrenal
Deficiência de ácido fólico
Delírio
Delirium tremens
Depressão
Diabetes mellitus tipo 1
Distúrbios do sono
Distúrbios psiquiátricos relacionados a anfetamina
Distúrbios psiquiátricos relacionados a cafeína
Distúrbios psiquiátricos relacionados a inalantes
Doença de Addison
Doença de Lyme
Encefalopatia hepática
Encefalopatia hipertensiva
Encefalopatia por diálise
Encefalopatia urêmica
Epilepsia por cirurgias
Espasmo esofágico
Esquizofrenia
Estimulantes
30
Excesso de andrógenos
Fibrilação atrial
Fibromialgia
Gastrite aguda
Gastrite crônica
Hiperaldosteronismo primário
Hipercalcemia
Hiperparatireoidismo
Hiperprolactinemia
Hipersonia primária
Hipertireoxinemia eutireoidea
Insônia
Insônia primária
Intoxicação gastrintestinal
Meningite
Psicose relacionada a álcool
Reações de hipersensibilidade imediata
Reações de hipersensibilidade lenta
Síndrome da angústia respiratória aguda
Síndrome da secreção inadequada de hormônio antidiurético
Síndrome de Tourette
Síndrome do cólon irritável
Taquicardia atrial
Taquicardia atrial multifocal
Tireoidite subaguda
Toxicidade por digitálicos
Transtorno delirante
Transtorno disfórico pré-menstrual
Transtorno dismórfico corporal
Transtorno distímico
Transtorno do sono geriátrico
Transtorno esquizoafetivo
Transtorno factício
Transtorno psicótico breve
Transtorno psicótico compartilhado
31
Transtornos da motilidade esofágica
Transtornos da personalidade
Transtornos de conversão
Transtornos dissociativos
Transtornos fóbicos
Transtornos somatoformes
Uso de drogas injetáveis
Tratamento
O tratamento normalmente consiste da associação da farmacoterapia
e
psicoterapia. Agentes antidepressivos são os fármacos de escolha no tratamento de
distúrbios de ansiedade, particularmente os novos agentes, que têm um perfil mais seguro
efeito adverso e maior facilidade de usar do que os antidepressivos mais antigos
tricíclicos, tais como os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS). Antidepressivos
mais antigos, tais como antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase,
também são eficazes no tratamento de algumas desordens de ansiedade.
Benzodiazepínicos agem rapidamente, mas carregam a responsabilidade de
dependência fisiológica e psicológica. Podem ser utilizados como adjuvantes iniciais
enquanto que
os ISRS são titulados para uma dose eficaz, e que pode então ser
reduzida ao longo de 4 a 12 semanas, enquanto que o tratamento com ISRS é
continuado. Esta abordagem pode melhorar a tolerabilidade de curto prazo, embora
possa aumentar o risco de sedação e requer avisos para não operar com veículos a motor
depois de tomar benzodiazepínicos ou se sentindo sedado. O uso de benzodiazepínicos
de longo prazo para os transtornos de ansiedade crônica deve ser evitado, pois podem
conseguir o controle a longo prazo, mas deve ser reservado para pacientes com
transtorno de pânico refratário e deve gerar uma referência psiquiátrica para avaliação
tratamento farmacológico e, potencialmente, um psicoterapeuta para todas as opções de
tratamento não-medicamentoso adicionais.
32
Prescrição
Existe uma grande oferta de plantas medicinais e fitoterápicos avaliados em
transtornos de ansiedade. Os calmantes/ansiolíticos atuam basicamente modulando
receptores gabaérgicos, promovendo uma hiperpolarização nervosa e, assim, reduzindo a
excitabilidade nervosa, gerando um estado de tranquilidade. Algumas das espécies mais
utilizadas no Brasil com este fim são a valeriana (Valeriana officinalis), kava-kava (Piper
methysticum), camomila (Matricaria recutita) e maracujá (Passiflora incarnata).
Plantas com ação serotoninérgica também podem ser utilizadas, como a erva-desão-joão (Hypericum perforatum) e a grifônia (Griffonia simplicifolia), com boa resposta
sobre a modulação do humor e comportamento.
Os pacientes selecionados que serão tratados com plantas medicinais e
fitoterápicos são aqueles portadores de Ansiedade, e que não tenham patologias
psiquiátricas concomitantes (esquizofrenia, entre outras). Realizarão também exames
laboratoriais específicos para controle clínico no início do tratamento e depois a cada 2,4
e 6 meses. São eles: Hemograma completo, glicemia de jejum, uréia, creatinina, provas
de função hepática, dosagem de sódio e potássio. A importância destes exames seria no
sentido de precaução de alguma ação tóxica inesperada com prejuízo do organismo
durante o acompanhamento deste paciente.
33
Camomila
Nome botânico: Matricaria recutita
Uma das plantas medicinais sedativas mais conhecidas e utilizadas, a camomila tem
ainda a vantagem de aliviar perturbações digestivas. Para assegurar uma noite bem
dormida.
Constituintes químicos
Óleos essenciais (alfa-bisabolol, camazuleno), matricina, flavonóides (apigenina e
quercitina), cumarinas, dioxicumarina, umbeliferona e herniarina), resinas, taninos,
princípios
amargos, mucilagens, polissacarídeos, éteres bicíclicos, ácidos orgânicos,
vitamina C, terpenos, sais minerais e aminoácidos.
Propriedades Farmacológicas
Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de
mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a
matricina e as mucilagens. Inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites,
estomatites, glossites; efeito antiespasmódico, digestivo, antisséptica, antialérgica,
antiinflamatória, ansiolítico, calmante, carminativa, cicatrizante, emoliente, refrescante.
Posologia
Pomada em orobase: Aplicar sobre a área afetada sempre que necessário (até 8x/dia).
Droga vegetal: Infusão: 1 colher (rasa) das de sopa em 250 ml de água.
Uso externo: Chá (infusão) 10 a 50 g/L para banhos e compressas.
Extrato fluido – 0,5 ml em 250 ml de água.
Xampus, sabonetes, cremes, loções, géis, pomadas em orobase.
34
Uso interno: Chá (infusão) 10 a 50 g/L – 3 xícaras/dia.
Pó: 02 a 08 g em água, dividido em 3 tomadas diárias.
Extrato seco: 300a 1.000 mg/dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir com a absorção de ferro, em tratamentos prolongados. Pode ser associado
a outras plantas de efeito sinérgico.
Efeitos Colaterais
Dermatites de contato ou fotodermatites em pessoas sensíveis
Contraindicações
Não há restrições ao seu uso tópico na literatura.
Contra indicado apenas em pessoas alérgicas a plantas da família das compostas.
Gravidez e Lactação
Uso interno contra indicado em gestantes.
Evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral.
Sem contra indicações na lactação.
35
Maracujá
Nome botânico: Passiflora incarnata
Constituintes químicos
Contém 0,82% de glicosídeos de luteolina e apigenina, vitexina, isovitexina e seus Cglicosídeos, kaempferol, quercetina e rutina; alcalóides (0,09%), principalmente harmana,
harmalina, harmina; derivados da cumarina; glicosídeos cianogênicos (ginocardina);
ácidos graxos (linoléico e linolênico); goma; maltol; fitoesteróis (estigmasterol); açúcares
(sacarose); e traços de óleo volátil.
Propriedades Farmacológicas
Sedativo, ansiolítico e antiespasmódico.
Posologia
Droga vegetal: 2 g, três a quatro vezes diárias.
Infusão: 2 g em 150 ml de água, com três a quatro vezes por dia.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 2 ml, três a quatro vezes diárias.
Tintura de 1:5 (g / ml): 10 ml, três a quatro vezes diárias.
Extrato seco: 0,3-0,4 g, três a quatro vezes por dia.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
36
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
37
Valeriana
Nome botânico: Valeriana officinalis
Constituintes químicos
Os constituintes incluem valtratos, didrovaltratos e isovaltratos. Outros constituintes
incluem (0,4-1,4%) monoterpenos e sesquiterpenos, ácido caféico, ácido gamaaminobutírico (GABA), ácidos clorogênicos, beta-sitosterol, metilo, 2-pirrolcetona, colina,
taninos, goma, alcalóides, e resina.
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e indutor do sono.
Posologia
Tintura 1:2: 1 colher de chá (1-3 ml), uma a várias vezes por dia.
Extratos: quantidade equivalente a 2-3 g de preparação, uma a três vezes por dia.
Uso externo: 100 g para um banho completo; preparações equivalentes.
Infusão (raiz): 2-3 g em 150 ml de água.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
38
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
39
Erva-cidreira
Nome botânico: Melissa officinalis
Constituintes químicos
Flavonóides (quercitrina, ramnocitrina, e os glicosídeos de apigenina, kaempferol,
quercetina e luteolina); ácidos fenólicos e taninos, ácido rosmarínico principalmente (até
4%), e caféico glicosilado e ácidos clorogênicos; triterpenos (ursólico, ácido oleanólico);
óleos voláteis (0,375%): citronelal monoterpenóide, geranial (citral a) e neral (citral b) e
sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno D).
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e carminativo.
Posologia
Infusão: 1,5-4,5 g em 150 ml de água.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 1,5-4,5 ml.
Extrato seco 5 - 6:1 (água / água): 0,3-0,9 g.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
40
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
41
Capim limão
Nome botânico: Cymbopogon citratus
Constituintes químicos
Óleo volátil: citral, geranial e neral, geraniol, ácido gerânico e ácido nerólico, mirceno
diterpenos, metil heptenona, citronelol, linalol, farnesol; outros alcoois aldeídos, terpineol,
homoorientina, ácido clorogênico, ácido cafeico, p-cumárico, frutose, sacarina, octasanol,
flavonoides, luteolina e 6-C-glucosídeo.
Propriedades Farmacológicas
Excitante gástrico, miorelaxante, hipotensor, carminativo, emenagogo, analgésico,
antitérmico, antibacteriano de uso tópico.
Cefaleia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como
relaxante muscular (mialgias, tensões musculares de etiologia diversa, hipertensão
arterial).
Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um
regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino
como no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas,
propriedade devida ao mirceno. A atividade antibacteriana está associada também ao
citral.
Posologia
4 g de folhas frescas ou 2 g de folhas secas (1 colher de sopa para xícara de água) em
infuso ou decocto em uso interno 2 a 3 vezes ao dia ou a tintura em doses de 10 a 20
ml/dia divididas em 2 ou 3 tomadas diluídas em água. O rizoma pode ser usado como
tempero e alimento.
Infusão a 02% (05 g/250 ml de água ou 1 colher (rasa) das de sopa). 250 ml à noite para
insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.
42
Interações Medicamentosas
Nenhuma interação foi identificada.
Efeitos Colaterais
A aplicação tópica do capim limão raramente conduz a uma reação alérgica. Nenhuma
anomalia foi detectada em exames laboratoriais após ingestão do chá. Hipotensão
arterial.
Contraindicações
Contraindicado para casos de dor abdominal de causa desconhecida ou gastrite.
Toxicologia
Não existem relatos suficientes.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez pois estimula o útero e o sangramento menstrual.
TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
44
Transtornos depressivos
Introdução
Caracteriza-se sintomatologicamente por humor deprimido, perda de interesse e prazer,
energia reduzida, levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Ainda,
cansaço marcante com esforço físico (leve).
Outros sintomas:
- concentração e atenção diminuídas;
- autoestima e autoconfiança reduzidas;
- ideias de culpa e inutilidade (mesmo em um episódio de depressão leve);
- visão desolada e pessimista da vida, do passado e do futuro;
- sono perturbado;
- apetite (alimentar e sexual) diminuído.
Alguns dos sintomas, acima pode ser mais marcantes e ter uma significação
h
“
”:
- perda do interesse por ambiente e fatos que normalmente dariam prazer a seu
portador;
- acordar algumas horas antes do horário habitual;
- lentidão psicomotora;
- tristeza ou depressão maior pela manhã;
- perda marcante de apetite, de peso e do libido;
- na depressão ansiosa pode haver polifagia com aumento ponderado.
Tipos de Depressão
Apesar de os sintomas enumerados acima poderem estar presentes em qualquer tipo de
depressão ou tristeza, é fundamental se distinguir o tipo, a etiologia ou a natureza da
depressão para melhor se conduzir o tratamento, priorizando-se entre o psicoterápico e o
medicamentoso. Em resumo, há três tipos de depressão ou tristeza:
1. Estado depressivo ou tristeza natural, que faz parte da vida de todas as pessoas, para
o qual se arranjam sempre meios espontâneos de se resolver.
45
2. Transtornos depressivos, cujos fatores são psicossociais, mas que os sintomas podem
durar até seis meses, com prejuízo das atividades sociais e do trabalho e que
demandarão sempre um cuidado técnico. Esse transtorno é responsável por
aproximadamente 2/3 das depressões. Deverá, neste caso, ser dada prioridade ao
cuidado psicoterápico. A diferença do tipo seguinte é que o fator psicossocial deflagrador
está sempre presente na sintomatologia referida.
3. Transtorno depressivo de etiologia genético/biológico/constitucional (depressão
endógena). Diferente do tipo anterior não há fatores psicossociais
deflagradores. Admite quatro subtipos:
a. Depressão recorrente - que poderá ser sempre isolada ou vir acompanhada com
episódios de excitação/mania/hipomania. Neste caso deverá ser diagnosticada e
tratada como transtorno bipolar do humor e poderá atingir até estados de intensidade
psicótica com delírios e alucinações. A prioridade deve ser dada ao tratamento
medicamentoso.
b. Ciclotimia – transtorno persistente caracterizado pela instabilidade do humor, com
períodos de depressão e excitação leve. Aparece no início da vida adulta, tem um
curso crônico e pode ter períodos de normalidade que dura alguns meses. Como os
graus das alterações são leves, os episódios de hipomania são até desagradáveis, o
diagnóstico carece de melhor observação da história do usuário. A prioridade deve ser
dada ao tratamento medicamentoso.
c. Distimia - também um transtorno persistente do humor, de gravidade leve a
moderada. Há períodos em que os pacientes se acham bem, mas descrevem outros
períodos de duração de meses, onde se referem cansados e deprimidos. De modo
geral mantém suas atividades, com um rendimento menor e uma qualidade de vida que
poderia ser melhor. Seu início é precoce e o curso crônico. Os tratamentos
medicamentosos e psicoterápicos são igualmente prioritários.
d. Transtornos depressivos transitórios por disfunção fisiológica (pré-menstruais, de
puerpério, de meno e andropausa e por outros hormônios e substâncias endógenas ou
46
exógenas. A prioridade deve ser dada ao tratamento medicamentoso, quer de clínica
geral, quer de psiquiatria, a depender do caso.
Prevalência
A prevalência anual é estimada em 2,6%, predominando em mulheres. Estima-se que a
prevalência da depressão na população geral em qualquer época da vida, é de cerca de
5% e cerca de 1/3 das pessoas em qualquer momento das suas vidas, virá a sofrer um ou
mais episódios depressivos.
Evolução/Prognóstico
A depressão pode se manifestar apenas como um episódio depressivo ao longo da vida e
remitir espontaneamente. Entretanto, a recorrência dos episódios depressivos costuma
ser a regra: o risco de um segundo episódio é de aproximadamente 50% e ode um quarto
episódio chega a 90%. A depressão crônica representa de 12% a 35% dos transtornos
depressivos.
Vários estudos revelam que mais de 50% dos casos de depressão em clínica
geral não são diagnosticados, e dos casos identificados, cerca de 50% estão
submedicados.
As taxas de recaída (descontinuação precoce de terapêutica antidepressiva) e de
recorrência (após tratamento do episódio agudo) são elevados, atingindo 75% nos 5
anos.
Diagnóstico
A depressão pode ser diagnosticada como um episódio ou como um transtorno
recorrente. Existem graus diferentes de depressão: leve, moderado ou grave.
Em episódios depressivos mais graves, podem existir sintomas psicóticos. Os
delírios costumam ter conteúdo de ruína, culpa ou doenças físicas, embora nem sempre
congruentes com o humor deprimido. As alucinações são geralmente vozes de acusação
ou odor de matéria apodrecida.
O diagnóstico dos pacientes com depressão passa pela identificação dos sintomas-chave.
Os doentes com este sintomas responderão, em larga percentagem, de modo efetivo ao
tratamento antidepressivos.
47
O termo depressão abrange desde uma pequena alteração do humor que é
comum e afeta, de vez em quando, quase todas as pessoas, até um distúrbio grave.
Sintomas fundamentais
- Humor deprimido (que nos casos mais graves podem ser acompanhados de crises de
choro e sentimentos profundos de tristeza);
- Perda do interesse ou do prazer nas atividades habituais;
- Fatigabilidade.
Sintomas associados que estão frequentemente presentes:
- perturbação do sono (insônia ou Hipersonia);
- sentimento de desvalorização ou de culpa excessiva;
- fadiga ou diminuição da energia;
- dificuldade de concentração ou indecisão;
- perturbação do apetite (aumento ou diminuição do apetite ou do peso);
- pensamentos recorrentes de morte ou de suicídio;
- lentidão ou agitação psicomotora;
- sintomas de ansiedade ou nervosismo frequentemente presentes.
Classificação Quanto à Gravidade dos Episódios Depressivos
- Episódio Leve – dois sintomas fundamentais + dois sintomas associados;
- Episódio Moderado – dois sintomas fundamentais + três a quatro associados;
- Episódio Grave – três sintomas fundamentais + cinco associados ou mais.
Co-Morbidades
- Abuso de substâncias;
- Demências;
- Luto;
- Déficit de atenção e hiperatividade;
- Outras doenças clínicas.
48
Diagnóstico Diferencial
Episódios depressivos devem ser diferenciados de transtornos de humor secundários a
doenças não-psiquiátricas ou induzidos pelo uso de drogas, transtorno bipolar misto,
outros transtornos depressivos, demência, reações de luto e de ajustamento.
Tratamento Medicamentoso e Fitoterápico
No cuidado de saúde primário, muitos doentes deprimidos fazem uso de doses
subterapêuticas de antidepressivos, quer porque os médicos assim o prescrevem, ou
porque os próprios pacientes não cumprem as doses corretas.
São vários os estudos que mostram que 52% dos médicos e 16% dos psiquiatras
administram doses subterapêuticas aos seus doentes com depressão.
O tratamento com antidepressivos durante vários meses após remissão do episódio
depressivo reduz significativamente a recaída e a recorrência. Estudos prospectivos sobre
a evolução da depressão, realizados durante 5 anos, demosntram que 28% dos doentes
tiveram recorrência dos sintomas no espaço de um ano, e 62% a75% em 5 anos.
O potencial de recaídas deverá ser minimizado através da manutenção do tratamento por
4 a 6 meses, poiso risco de futuros episódios depressivos com a descontinuação precoce
do tratamento, aumenta na proporção dos episódios passados.
Os episódios costumam responder bem ao tratamento medicamentoso, psicoterapêutico
ou à combinação de ambos, com o objetivo de remissão completa dos sintomas.
São necessárias de 2 a 3 semanas para o antidepressivo, em dose terapêutica, começar
a atuar, e o efeito completo pode demorar até 6 semanas.
Qualquer que seja o medicamento escolhido, após a remissão completa dos
sintomas, o tratamento deverá ser mantido por um período de 6 meses a um ano. A partir
do terceiro episódio depressivo, recomenda-se a manutenção do tratamento por tempo
indeterminado.
No tratamento da Depressão com Plantas Medicinais e Fitoterápicos usamos como
critério de inclusão, pacientes portadores de Depressão Leve e Moderada, e que não
tenham patologias psiquiátricas concomitantes (esquizofrenia, entre outras). Realizarão
também exames laboratoriais específicos para controle clínico no início do tratamento e
depois a cada 2,4 e 6 meses: Hemograma completo, glicemia de jejum, uréia, creatinina,
provas de função hepática, dosagem de sódio e potássio. A importância destes exames
49
seria no sentido de precaução de alguma ação tóxica inesperada com prejuízo do
organismo durante o acompanhamento deste paciente.
50
Erva de São João
Nome botânico: Hypericum perforatum
Amplamente utilizada no tratamento da depressão e da ansiedade, esta planta medicinal
é considerada um antidepressivo e um sedativo, com propriedades terapêuticas positivas
e amplamente comprovadas. Sem os efeitos secundários indesejados das suas
congéneres químicas, a Erva de São João pode ser utilizada para tratar ambas estas
condições, em conjunto ou separadamente.
Constituintes
Óleo essencial; taninos; resinas; pectinas; glicosídeos antraquinônicos (entre eles a
hipericina); flavonóides (hiperosídeo, quercitina, rutina); catequinas; beta-sitosterol;
saponinas; princípios amargos; carotenos; vitamina C.
Farmacologia
Antidepressivo, calmante, sedativo, adstringente, digestivo, antiinflamatório, cicatrizante
para uso externo.
O conjunto de seus componentes, principalmente os princípios amargos e a pectina,
asseguram sua ação digestiva. Os taninos têm ação adstringente. As saponinas
estimulam a circulação sanguínea. A hipericina tem ação inibidora da MAO e COMT
(catecol-o-metil transferase), exercendo ação calmante e antidepressiva, aliviando
inclusive os sintomas neurovegetativos associados. Outra ação relatada em trabalhos foi
uma modulação na produção de citocinas, com uma supressão da liberação de
interleucina 6 e uma modulação aparente dos receptores de serotonina, inibindo sua
recaptação e também da dopamina e da norepinefrina, efeitos estes, não encontrados em
51
nenhum outro antidepressivo (ação nas 03 vias de recaptação), creditados ao extrato com
todos os seus componentes, e não apenas a hipericina.
É indicado na Depressão leve a moderada; Insônia; Nervosismo; Má digestão;
Tratamento tópico de úlceras e queimaduras.
Contraindicações
Diabetes, gravidez, aleitamento, crianças menores de 12 anos e hipersensibilidade aos
componentes da fórmula.
Efeitos colaterais
Raros, mesmo em idosos; usualmente, não causa sedação. Reações alérgicas cutâneas,
fotossensibilidade em pessoas de pele clara e sensível, irritação gastrointestinal em
pessoas sensíveis, elevação dos níveis pressóricos.
Gravidez e Lactação
Contraindicado durante a gravidez e lactação.
Interações
Não há interação do hipérico com álcool. Pode ser associada a valeriana, passiflora e ao
lúpulo
para
a
insônia.
Pode
diminuir
os
efeitos
da
ciclosporina,
digoxina,
anticoncepcionais e anticoagulantes. Pode potencializar os efeitos de outros inibidores de
MAO
e
inibidores
da
recaptação
da
serotonina,
podendo
levar
a
síndrome
serotoninérgica.
Posologia
Início da ação após 03 a 04 semanas de tratamento.
Cápsulas de 300 mg com extrato seco padronizado para conter 0,3% de hipericina.
Uma ou duas cápsulas à noite para insônia.
Uma a três cápsulas ao dia para depressão (às refeições).
06 meses a 02 anos.
Superdosagem
Irritação cutânea e fotossensibilidade, em altas doses e no uso prolongado.
52
Ginseng brasileiro
Nome botânico: Pfaffia paniculata.
Constituintes químicos
Alantoína, beta-ecdisterona, beta-sitosterol, ß-sitosterol-ß-D-glucosideo, daucosterol,
ecdisteroides
glucosídicos,
nortriterpenos,
polypodine
B,
ptersterona,
sitosterol,
stigmasterol, stigmasterol-3-o-beta-d-glucosideo, , vitamina A, vitamina B1, vitamina B2,
vitamina E, vitamina K, zinco.
Propriedades Farmacológicas
Adaptógeno; Antitumor; Antiviral; Quimiopreventivo; Imunoestimulante; Antidiabético.
Posologia
Droga vegetal (pó): 500 a1000 mg, 2 a 3x ao dia.
Interações Medicamentosas
A
interação
com
analgésicos,
antibióticos,
anti-inflamatórios,
antilipêmicos,
e
quimioterápicos podem aumentar seu efeito.
Efeitos Colaterais
O uso prolongado em altas doses pode causar hipertensão arterial, insônia, euforia,
nervosismo, diarréia e erupção cutânea.
Contraindicações
Dores no peito, alterações no ciclo menstrual, dores epigástricas e náuseas.
53
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que
maiores estudos sejam efetuados.
54
Alecrim
Nome botânico: Rosmarinus officinalis L
O Alecrim é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro,
Alecrineiro, Alecrinzeiro ou Rosmaninho, muito utilizada no tratamento de problemas
digestivos ou dor de cabeça, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido caféico (Ácido rosmarínico), diterpenos.
Farmacologia
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de pressão, dispepsias,
perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM). Relacionado ao aumento de
potássio (K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado a estabilização
das membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD) e
da peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou
aumentos na excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Efeitos adversos
Os efeitos colaterais do Alecrim incluem reações alérgicas, quando consumido em
excesso. Cefaléias, Convulsões, espasmos. Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em
doses elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
55
Contraindicação
Gravidez,
alergias,
Distúrbios
gastrointestinais
e
renais.
Diuréticos.
Laxantes.
Hipotensores.
Posologia
As partes usadas do alecrim são suas folhas e flores para fazer chá e banhos.
Chá de Alecrim para problemas digestivos e inflamação da garganta: colocar 4 g de
folhas numa xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Depois coar e
beber 3 xícaras por dia, após as refeições;
Banho de Alecrim para reumatismo: colocar 50 g de Alecrim em 1 litro de água fervente,
tampar, deixar repousar por 30 minutos e coar. Depois utilizar esta água durante o banho.
DIABETES MELITO
TIPO 2
57
DIABETES
Introdução
O
h
õ
õ
ê
, especialmente
olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de
ê
secreção
x
ê
, entre outros.
ê
.
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente
conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o
diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca
de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequência e cuja
etiologia ainda não
-
-natal.
O
frequentes podem resultar de defeitos
genéticos da função
, defeitos genéticos
exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras
síndromes genéticas associadas ao diabetes.
Cerca
de
80%
dos
casos
de
diabetes
tipo
2
podem
ser
atendidos
predominantemente na atenção básica, enquanto que os casos de diabetes tipo 1
requerem maior colaboração com especialistas em função da complexidade de seu
acompanhamento. Em ambos os casos, a coordenação do cuidado dentro e fora do
sistema de saúde
atenção básica.
Anamnese
Cerca de 50% da população com diabetes não sabe que são portadores da
algumas vezes permanecendo não
,
58
õ
. Por isso, testes de rastreamento
assintomáticos que apresentem maior risco da
são indicados em indivíduos
, apesar de não h
beneficio resultante e a relação custo-efetividade ser
questionável.

Resultados de exames relacionados ao diagnóstico de diabetes ou do controle
metabólico.

Sintomas de diabetes (apresentação inicial, evolução, estado atual).

Frequência, gravidade e causa de cetose e cetoacidose.

História ponderal, padrões alimentares, estado nutricional atual; em criança e
adolescente, crescimento e desenvolvimento.

Tratamentos prévios, incluindo dieta e automedicação, e tratamento atual.

História familiar de diabetes (pais, irmãos).

Infecções prévias e atuais; atenção especial à pele, pés, dentes e trato urinário.

Uso de medicamentos que alteram a glicemia.

História de atividade física.

Fatores de risco para aterosclerose.

Estilo de vida e outros aspectos que podem afetar o manejo do diabetes.

História obstétrica.

Presença de complicações crônicas do diabetes.
Indivíduos de alto risco requerem investigação diagnostica laboratorial com glicemia
de jejum e/ou teste de tolerância
, como discutido na próxima secado. Alguns
casos serão confirmados como portadores de diabetes, outros apresentarão alteração na
regulação glicêmica (tolerância
diminuída ou glicemia de jejum alterada), o que
confere maior risco de desenvolver diabetes.
A caracterização do grau de risco não
. Para merecer avaliação
laboratorial e colocar um paciente assintomático sob suspeita, alguns sugerem a
presença
. A tendência
escore de fatores de risco, semelhante aos empregados na avaliação
provável que no próximo manual
esteja definido qual o escore a
ser adotado.
Casos em que a investigação laboratorial for normal deverão ser investigados a cada
3-7 anos, dependendo do grau de suspeita clinica.
59
Exame físico
-
Peso, altura e cintura.
-
Maturação sexual (diabetes tipo 1).
-
Pressão arterial.
-
Fundo de olho (diabetes tipo 2).
-
Tireoide.
-
Coração.
-
Pulsos periféricos.
-
Pés (tipo 2).
-
Pele (acantose nigricans).
Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidíssima, polifagia e perda
“4 P ”
involuntária
O
am a suspeita clinica são:
fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções
A
õ
neuropatia, retinopatia ou
cardiovascular at
Entretanto, como
.
assintomático
significativa dos casos, a suspeita clinica
o diabetes.
Exames complementares
Resumidamente, os testes laboratoriais mais comumente utilizados para suspeita de
diabetes ou regulação glicêmica alterada são:
-
:
Teste oral de tolerância
sanguínea
8 a 12 horas.
(TTG-75g): O paciente recebe uma carga de 75 g
;
-
Hemoglobina glicada: teor de hemoglobina
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 100 e 125 mg/dl (glicemia de jejum
alterada), por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes, podem requerer avaliação
por TTG-75g em 2h. Mesmo quando a glicemia de jejum for normal (< 100 mg/dl),
pacientes com alto risco para diabetes ou doença cardiovascular podem merecer
avaliação por TTG
60
Diagnóstico e Prognóstico
Os critérios de diagnóstico para o diabetes tipo 2 seguem os estabelecidos pela
Academia Americana de Diabetes, organizados da seguinte forma:
-
≥
-
6
ml (7,0 mmol/L)
≥ 200 mg / dl (11,1 mmol/L) após 2h do teste de tolerância à glicose oral
de 75 g
-
≥
dl (11,1 mmol/L) colhida aleatoriamente em pacientes com
sintomas clássicos de hiperglicemia ou com crise hiperglicêmica
-
≥ 6 5%
Indicação de diabetes assintomática em adultos inclui o seguinte:
-
Pressão arterial sistêmica > 135/80 mmHg
-
Sobrepeso e um ou mais fatores de risco para diabetes (histórico de diabetes em
familiares de primeiro grau, pressão arterial > 140/90 mmHg, e HDL < 35 mmHg
e/ou triglicerídeos > 250 mg/dl)
-
A Academia Americana de Diabetes recomenda a investigação em pessoas com
mais de 45 anos e sem ambos os pontos acima referidos.
O prognóstico em pacientes com diabetes mellitus é fortemente influenciada pelo grau
de controle de sua doença. A hiperglicemia crônica está associada a um maior risco de
complicações microvasculares.
A reversão para a regulação normal de glicose durante as tentativas de impedir a
progressão da pré-diabetes para diabetes é um bom indicador para retardar a progressão
da doença e está associada a um melhor prognóstico.
Tratamento
O plano terapêutico do diabetes tipo 2 consiste é manter as glicemias ao longo do
dia entre os limites da normalidade, evitando ao máximo a ampla variabilidade glicêmica e
na prevenir complicações crônicas.
61
Prescrição
A maioria das plantas que são utilizadas como antidiabéticas, quando avaliadas em
relação à farmacologia apresentaram atividade hipoglicemiante e a presença de
constituintes químicos que podem ser utilizados como modelos para novos agentes
hipoglicemiantes. Além disso, existe grande variedade de mecanismos de ação que
podem levar ao efeito hipoglicemiante, entretanto nem todos são úteis na terapêutica.
No Brasil existe um grande número de plantas medicinais usadas popularmente
para o tratamento do Diabetes, dentre elas: pau-pereira (Aspidosperma parvifolium A.
DC), Quina (Cinchona officinalis), Pau-ferro (Caesalpinia ferrea), Assa-peixe (Vernonia
Polyanthes, Vernonia ferruginea Less), Caju (Anacardium occidentale), Guandu (Cajanus
cajan), Pata de vaca (Bauhinia fortificata), Tioiô (Ocimum basilicum) e ginema (Gymnema
sylvestre).
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos no diabetes tipo 2 deve levar em
consideração o histórico do consumo de medicamentoso dos pacientes, uma vez que se
utilizados concomitantemente, podem gerar risco para interações farmacocinéticas ou
farmacodinâmicas entre substâncias bioativas e os fármacos. Os pacientes selecionados
que serão tratados com plantas medicinais e fitoterápicos são aqueles portadores de
Diabetes tipo I, e que não tenham complicações clínicas concomitantes (pacientes com
vasculopatia grave, amputação de membros, nefropatia,entre outras ). Realizarão também
exames laboratoriais específicos para controle clínico no início do tratamento e depois a
cada 2,4 e 6 meses. São eles: Hemograma completo, glicemia de jejum, uréia, creatinina,
provas de função hepática, dosagem de sódio e potássio. A importância destes exames
seria no sentido de precaução de alguma ação tóxica inesperada com prejuízo do
organismo durante o acompanhamento deste paciente.
62
Pata-de-vaca
Nome botânico: Bauhinia forficata
É uma árvore perene que se adapta a todo plantio do solo, necessitando de iluminação
plena. O plantio é feito através de sementes, em sementeira. Especialmente as folhas são
consideradas antidiabéticas, sendo aplicadas na prática da medicina caseira em outras
doenças.
Composição química
Flavonoides, alcalóides, saponinas, ácidos orgânicos e saponinas.
Indicações
Hipoglicemiante (antidiabético), purgativo, diurético e antioxidante.
Uso na gestação e amamentação
Não há informações da sua farmacocinética ou seu uso nestas condições.
Contraindicações
Não existem relatos.
Interações medicamentosas
Com medicamentos antidiabéticos e drogas compostas por insulina.
Precauções
Evitar uso em pacientes com distúrbios da coagulação sanguínea.
63
Farmacologia
Tem a capacidade de diminuir o açúcar de sangue, triglicerídeos também foram
reduzidos, colesterol total e níveis de HDL.
Posologia
Como hipoglicêmica: dose de 3g/dia de folhas, por 56 dias.
Infusão ou decocção sob forma de banhos: elefantíase e mordidas de cobra.
Infusão de 2 xícaras das de cafezinho da folha picada em ½ litro de água ou 1 folha
picada por xícaras de chá. Tomar 4 a 6 xícaras de chá ao dia (diabetes); Decocção de 1
colher das de sopa do pó da casca e folhas secas em 1 xícara de água. Tomar ½ a 1
xícara de chá ao dia; - decocção: ferver 1 a 2 colheres das de chá de folhas em 1 xícara
das de chá de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia - infusão a 2%: até 6 xícaras de chá ao
dia; - infusão de 2 colheres de sopa de folhas (e ou flores picadas) para 1 litro de água
fervente. Tomar 3 a 4 xícaras do chá morno por dia; ½cálice de água, 3 vezes ao dia.
64
Carqueja
Nome botânico: Baccharis trimera
Constituintes químicos
Alfa e beta-pineno, álcoois sesquiterpênicos, ésteres terpênicos, flavonas, flavanonas,
saponinas, flavonóides, fenólicos, lactonas sesquiterpênicas e tricotecenos, alcalóides.
Compostos específicos: apigenina, dilactonas A, B e C, diterpeno do tipo eupatorina,
germacreno-D, hispidulina, luteolina, nepetina e quercetina. O óleo essencial contém
monoterpenos (nopineno, carquejol e acetato de carquejilo). Segundo a BIONATUS:
flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictiol, eupatrina e genkawanina),
sesquiterpenos, diterpenos, lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de
carquejila, ledol, alcóois sesquiterpênicos, sesquiterpenos bi e tricíclicos, calameno,
elemol, eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercetina e esqualeno.
Propriedades Farmacológicas
Os óleos essenciais atuam sobre o hepatócito, aumentando a produção da bile e
protegendo contra peroxidação lipídica. Os princípios amargos atuam sobre as papilas
gustativas. Os flavonoides aumentam o débito urinário. Sua farmacologia ainda é pouco
estudada.
Posologia
Adultos: 10 a 20 ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias diluídos em água.
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso até 3 vezes ao
dia.
Crianças de 2 a 5 anos: 2 a 3 ml 3 vezes ao dia, às refeições.
Crianças de 5 a 8 anos: 3 ml 3 vezes ao dia, às refeições.
65
Crianças de 8 a 12 anos: 4 ml 3 vezes ao dia, às refeições.
Interações Medicamentosas
Pode interferir na absorção da glicose, aumentando o trânsito intestinal, pode reduzir a
absorção de outros medicamentos, tais como alguns antibióticos.
Efeitos Colaterais
Não há relatos.
Contraindicações
Na gravidez; na lactação (deixa o leite amargo); doses excessivas podem baixar a
pressão; na diarréia crônica; pode gerar interação medicamentosa por interferir na
absorção da glicose aumentando o trânsito intestinal e assim, podendo reduzir a absorção
de outros medicamentos. Usar com cuidado em pacientes com insulinoma ou episódios
de hipoglicemia. Uso prolongado pode causar disfunções digestivas agredindo a mucosa
gástrica. Deve ser evitada por pessoas com problemas graves de fígado. Deve-se evitar o
uso da erva fresca. Evitar em problemas graves do fígado e na presença de cálculos
biliares, pois seu uso pode provocar vômitos.
Toxicologia
Em doses terapêuticas não apresenta toxicidade.
Gravidez e Lactação
Não recomendado o uso neste período.
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
SISTÊMICA
67
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônico-degenerativa, multifatorial,
na maioria das vezes assintomática, de evolução lenta e progressiva que prejudica a
função de diversos órgãos. Compromete o equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e
vasoconstritores, aumentando a pressão no interior dos vasos sanguíneos, podendo
ocasionar lesões em órgãos nobres como o coração, cérebro, rins e olhos.
Considerando-
“
”
ressão arterial, sobre a qual se pode ter
superposta curva de mortalidade cardiovascular, pode-se observar valores crescentes do
percentual de mortalidade relacionados aos aumentos da pressão diastólica. Ocorrência
semelhante pode ser verificada com a pressão diastólica. Nessas curvas também se
constata a importância da mortalidade, mesmo para níveis tensionais pouco elevados
que, aliás, são os mais prevalentes nas populações.
Anamnese
A anamnese do portador de hipertensão deve ser orientada para os seguintes pontos:
- Hábito de fumar, uso exagerado de álcool, ingestão excessiva de sal, aumento de
peso, sedentarismo, estresse, antecedentes pessoais de diabetes, gota, doença renal,
doença cardiovascular e cerebrovascular;
- Utilização de corticosteróides, hormonais, estrógenos, descongestionantes nasais,
anorexígenos (fórmulas para emagrecimento), ciclosporina, eritropoetina, cocaína,
antidepressivo tricíclico e inibidores da monoaminoxidase;
- Sinais ou sintomas sugestivos de lesão em órgãos-alvo e/ou causas secundárias de
hipertensão arterial;
- Tratamento medicamentoso anteriormente realizado, seguimento efetuado e reação às
drogas utilizadas;
- História familiar de hipertensão arterial, doenças cárdio e cerebro-vasculares, morte
súbita, dislipidemia, diabetes e doença renal.
Além disso, deve-se estar atento para algumas possibilidades de causa secundária de
hipertensão arterial – para as quais um exame clínico bem conduzido pode ser decisivo.
Como por exemplo:
68
- Pacientes com relato de hipertensão arterial de difícil controle e apresentando picos
tensionais graves e frequentes, acompanhados de rubor facial, cefaléia intensa e
taquicardia, devem ser encaminhados à unidade de referência secundária, para
pesquisa de feocromocitoma;
- Pacientes nos quais a hipertensão arterial surge antes dos 30 anos ou de
aparecimento súbito após os 50 anos, sem história familiar para hipertensão arterial,
também devem ser encaminhados para unidade de referência secundária, para
investigação das causas, principalmente renovasculares.
Exame físico
O exame físico do portador de HAS deve avaliar:
- Os pulsos carotídeos (inclusive com ausculta) e o pulso dos 4 membros;
- A pressão arterial - PA em ambos os membros superiores, com o paciente deitado,
sentado e em pé (ocorrência de doença arterial oclusiva e de hipotensão postural);
- O peso (atual, habitual e ideal) e a altura, com estabelecimento do IMC – Índice de
Massa Corporal;
- Fácies, que podem sugerir doença renal ou disfunção glandular (tireóide, supra-renal,
hipófise) – lembrar o uso de corti- costeróides;
- O pescoço, para pesquisa de sopro em carótidas, turgor de jugulares e aumento da
tireóide;
- O pericárdio, anotando-se o ictus (o que pode sugerir aumento do ventrículo esquerdo)
e possível presença de arritmias, 3a ou 4a bulhas e sopro em foco mitral e/ ou aórtico;
- O abdômen, pela palpação (rins policísticos, hidronefrose, tumores) e ausculta (sopro
sugestivo de doença renovascular);
- O estado neurológico e do fundo-de-olho.
Ao examinar uma criança ou adolescente com hipertensão arterial, deve-se sempre
verificar os pulsos nos membros inferiores, que quando não presentes orientam o
diagnóstico para coarctação da aorta.
Exames complementares
Os objetivos da investigação laboratorial do portador de hipertensão arterial são:
a) confirmar a elevação da pressão arterial;
b) avaliar lesões em órgãos-alvo (LOA);
c) identificar fatores de risco para doença cardiovascular e co-morbidades;
69
d) diagnosticar a etiologia da hipertensão.
Quando possível, conforme o III Consenso Brasileiro de HAS, a avaliação mínima do
portador de HAS deve constar dos seguintes exames:
- Exame de urina (bioquímica e sedimento);
- Creatinina sérica;
- Potássio sérico;
- Glicemia sérica;
- Colesterol total;
- Eletrocardiograma de repouso.
Diagnóstico e Prognóstico
A
A
concomitantes, tais como diabetes, l
-
a renal e cardiovascular.
Deve-
.
1,
ê
-morbidades ou fatores de risco associados, conforme citados
a seguir:
Grupo de risco baixo:
Incluem homens com idade menor de 55 anos e mulheres com idade abaixo de 65 anos
h
x
15%.
:
Incluem portadores de HAS grau I ou II, com um ou doi
A
x
h
x
10 anos, situa-se entre 15 e 20%.
Grupo de risco alto:
70
A
ê
h
, sem fatores de risco. Nesses, a probabilidade
de um evento cardiovascular, em 10 anos, situa-se entre 20 e 30%.
Grupo de risco muito alto:
A
.Ap
% P
ê
.
Tratamento
Tratamento não farmacológico (mudanças no estilo de vida):
Para o tratamento da hipertensão arterial é necessário inicialmente estratificar o risco,
definir os objetivos do tratamento, as metas e as condições, tendo em vista manter a
qualidade de vida.
A redução do peso é indicada em todas as condições em que a massa corpórea estiver
acima dos valores normais, podendo promover a diminuição da pressão arterial e diminuir
o risco de diabetes mellitus e de dislipidemia.
Diminuição do etilismo: é aceito que o álcool possa causar aumento da resistência
periférica e, por isso, elevar a pressão arterial e até torná-la refratária.
A elevação pressórica é constatada com a ingestão, pelos homens, de mais de 21
unidades de bebidas alcoólicas no transcorrer de uma semana (equivalente a 21 copos
de cerveja, 21 taças pequenas de vinho ou de 21 doses de destilados) e de 14 unidades
pelas mulheres. Dessa forma, a ingestão deve ser reduzida a, no máximo, 30 mL de
etanol ao dia, o que corresponde a 720 mL de cerveja, 300 mL de vinho ou 60 mL de
bebidas destiladas. Por diferenças de capacidade enzimática, as mulheres toleram
menores quantidades de álcool, sendo recomendável não excederem a 15 mL de etanol
ao dia.
Atividades físicas: atividades físicas aeróbicas são recomendadas, contribuindo de modo
inegável para redução da mortalidade. A prática de atividade física por 30 a 45 minutos
diários contribui para a redução do peso corpóreo e o controle das dislipidemias (36,37).
Ingesta de sal: a diminuição e moderação do sódio determina inegável melhora da
hipertensão e melhor resposta aos anti-hipertensivos.
71
Tratamento farmacológico (convencional)
Quando as modificações do estilo de vida não forem suficientes para o controle
pressórico, deve ser associado o tratamento farmacológico e, para estratégia, considerar
os riscos e as metas pressóricas. Como regra devem ser ministradas doses menores,
aumentadas, acrescentadas ou substituídas, de acordo com as respostas clínicas.
A escolha do medicamento para o tratamento da hipertensão arterial é considerada de
fundamental importância e se baseia na experiência acumulada nos estudos de longa
duração, sem que dispense as novas conquistas representadas pelos avanços nessa
área, notadamente nos últimos anos. Qualquer medicamento dos grupos de antihipertensivos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser utilizado para o
controle da pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes com
hipertensão arterial em estágio 1 que não responderam as medidas não medicamentosas.
Para pacientes em estágios 2 e 3 se pode considerar o uso de associações de
medicamentos anti-hipertensivos como terapia inicial.
Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), bloqueadores do receptor da
angiotensina II, alfa-bloqueadores, alfa e beta-bloqueadores e antagonistas do cálcio tem
indicações especiais.
A gravidade da hipertensão arterial não é determinada exclusivamente pelos níveis
pressóricos. A maioria dos portadores de HA primária não complicada apresenta valores
pressóricos em estágio I ou II.
Quando não apresentam acometimento de órgãos-alvo, nem se acompanham de
expressivos fatores de risco são qualificados de baixo risco, permitindo o tratamento por
monoterapia. Nestes casos, a terapêutica farmacológica deve ser baseada nas
características de cada paciente e nos possíveis mecanismos fisiopatológicos para
selecionar os medicamentos dentre os considerados de primeira escolha: diuréticos,
bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores da
angiotensina II.
Deve-se ressalvar que importante meta-análise sugere que os fármacos pertencentes ao
grupo dos beta-bloqueadores apresentam menor potencial de proteção cardiovascular
que os demais anti-hipertensivos e, por isso, os desqualificaram para a recomendação de
primeira escolha a não ser nas condições de indicação compulsória, ou seja, para os
72
pacientes portadores de insuficiência coronária, taquiarritmias ou casos em que as metas
não foram atingidas por outros anti-hipertensivos. Da mesma forma, os vasodilatadores
diretos, como a hidralazina e o minoxidil, são contraindicados como monoterapia por
promoverem taquicardia e retenção hídrica, requerendo a associação com diuréticos e
simpatolíticos.
O alisquireno é o único representante da classe dos inibidores diretos da renina
atualmente disponível para uso clínico. Promove uma inibição direta da ação da renina
com consequente diminuição da formação de angiotensina II. Há ainda especulação
sobre outras ações, como redução da atividade plasmática de renina, bloqueiode um
receptor celular próprio de renina/pró-renina e diminuição da síntese intracelular de
angiotensina II.
São aguardados os resultados de estudos de desfecho com avaliação do impacto deste
medicamento na mortalidade e morbidade cardiovascular e renal.
Apre
õ
:“
h”
diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e
tosse. Estes são os eventos mais frequentes, porém com incidência inferior a 1%.
Destacada é a contraindicação na gravidez.
Alisquireno pode ser considerado uma opção para o tratamento inicial em monoterapia
dos pacientes com hipertensão em estágio 1, com risco cardiovascular baixo a moderado,
ressalvando-se que até o presente momento não estão disponíveis estudos que
demonstrem redução de mortalidade cardiovascular com o seu uso.
Quanto ao medicamento de escolha, deve ser ministrado em pequenas doses. No caso
em que a pressão arterial não atinja os valores desejados, a dose deve ser elevada até a
dose máxima, buscando as metas predeterminadas. Quando, mesmo assim, não se
obtiverem valores desejados, os medicamentos de primeira escolha (classes diferentes)
deverão ser associados entre si em doses crescentes para atingir níveis inferiores a
140/90 mmHg.
Para os pacientes cuja estratificação de risco seja alta ou muito alta, o tratamento deve
ser iniciado com a combinação de medicamentos, visto que as metas serão reduzir as
pressões a valores inferiores a 130/85 ou 130/80 mmHg para os riscos alto e muito alto,
respectivamente. Ainda mais, a meta indicada poderá constituir-se de valores pressóricos
inferiores a 120/75 mmHg para portadores de nefropatia e proteinúria acima de 1 g em 24
horas.
73
Devem-se buscar tais metas pressóricas, iniciando-se com menores doses de cada
medicamento, visando, assim, diminuir os efeitos colaterais que ocorrem mais
provavelmente com doses plenas de cada um deles.
O tratamento pela combinação de medicamentos também cabe aos portadores de
hipertensão arterial de estágio II e/ou III, porque a experiência demonstra que a maioria
dos pacientes em estágio II e a quase totalidade daqueles em estágio III não logram
atingir as metas preestabelecidas.
Ademais, a grande maioria desses pacientes apresenta estratificação de alto ou muito
alto risco e, portanto, com metas de pressões inferiores a 130/85 ou 130/80 mmHg. É
oportuno relembrar a frequente aplicação dos diuréticos tiazídicos, como monoterapia, ou
em combinações, muito valiosas para o controle da hipertensão arterial e muitas vezes
até indispensáveis no tratamento da insuficiência cardíaca, mas cujos efeitos adversos
podem estar presentes e atuar negativamente por conta da elevação de glicemia.
Prescrição
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos na hipertensão arterial sistêmica deve levar
em consideração o histórico do consumo de medicamentoso dos pacientes, uma vez que
se utilizados concomitantemente, podem gerar risco para interações farmacocinéticas ou
farmacodinâmicas entre substâncias bioativas e os fármacos.
As espécies que apresentam estudos clínicos na hipertensão arterial são o alho
(Allium sativum) e o cratego (Crataegus oxyacantha), psyllium (Plantago ovata). Os
pacientes selecionados que serão tratados com plantas medicinais e fitoterápicos são
aqueles portadores de Hipertensão Leve e Moderada, e que não tenham complicações
clínicas concomitantes (paciente com IAM recente, nefropatia, ICC entre outras.).
Realizarão também exames laboratoriais específicos para controle clínico no início do
tratamento e depois a cada 2,4 e 6 meses. São eles: Hemograma completo, glicemia de
jejum, uréia, creatinina, provas de função hepática, dosagem de sódio e potássio. A
importância destes exames seria no sentido de precaução de alguma ação tóxica
inesperada com prejuízo do organismo durante o acompanhamento deste paciente.
74
Alho
Nome botânico
Allium sativum L
Nomes populares
Alho
Constituintes químicos
Enzimas: alinase, peroxidades, mirosinase e outras (catalase, superóxido dismutase,
arginase, lipase).
Óleos Voláteis: (0,1–0,36%).
Enxofre contendo compostos incluindo alliina, compostos produzidos enzimaticamente a
partir alliina incluindo alicina alilpropil dissulfeto, dialil dissulfeto, dialil trisulfito; ajoene e
vinyldithiines (produtos secundários de alliin produzidos não enzimaticamente a partir de
alicina); alilmercaptocisteína S- (ASSC) e S-metilmercaptocisteína (MSSC).
Terpenos: citral, geraniol, linalool, a- e b- felandreno.
Parte utilizada
Bulbo
Uso popular
Alho possui efeito expectorante, antispasmódico, anti-séptico, bacteriostático, antiviral,
hipotensor e propriedades anti-helmínticas. Tradicionalmente, tem sido usado para tratar
a bronquite crônica, catarro respiratório, resfriados recorrentes, tosse, asma brônquica,
gripe e bronquite crônica. O uso moderno de alho e suas preparações está focada em
75
anti-hipertensivo, anti-aterogênico, antitrombótico, antimicrobiana, fibrinolítico, efeitos
preventivos do câncer e hipolipemiantes.
Dosagem
Bulbos secos: 2-4 g três vezes ao dia;
Frescos: 4 g diariamente;
Tintura: 2–4 mL (1:5 em alcool 45%) três vezes diariamente;
Pó: 0,5 a 1,0 g (equivalente a 3 – 5 mg de alicina).
Farmacocinética
A adição de alicina fresca em sangue resulta na conversão de alicina de alilo-mercaptano
e outros compostos produzidos a partir de alicina, tais como dialil trissulfureto e ajoene,
também foram capazes de formar mercaptano alilo no sangue. Compostos contendo
enxofre, tal como dissulfureto de dialilo, o sulfureto de dialilo, sulfureto de dimetilo e
ácidos mercaptúricos, foram isolados e identificados na urina humana após a ingestão de
alho.
Um estudo subsequente detectou N-acetil-S-alil-L-cisteína (ácido alilmercaptúrico) na
urina de voluntários (n = 6) que haviam ingerido comprimidos de alho contendo dois
extratos de alho 100mg. A média (desvio padrão) de semivida de ácido alilmercaptúrico
foi estimado em 6 horas.
Tem sido relatado que o sabor do leite materno é alterado quando as lactantes
consumem alimentos que contenham enxofre, como alho. Além disso, a ingestão de alho
por mulheres grávidas altera significativamente o odor do seu líquido amniótico.
Segurança
Os efeitos adversos incluem: sudorese; tonturas; boca, esôfago, estômago e irritação;
náuseas; e vômitos. As reações alérgicas são raras. Doses maiores do que para o uso
culinário podem aumentar o risco de hemorragia se forem ingeridas com anticoagulantes
ou antiplaquetários.
76
Alcachofra
Nome botânico
Cynara scolymus
É uma planta medicinal, também conhecida como Cachofra, Alcachofra-hortense ou
Alcachofra comum, muito utilizada para emagrecer ou para complementar tratamentos,
tais como: baixar o colesterol, combater a anemia, regular os níveis de açúcar no sangue
e combater os gases, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido cafeoilquínico (ácido clorogênico).
Alcoois ácidos: glicérico, málico, cítrico, glicólico, lático, e succínico, metil-acrílico;
Lactonas sesquiterpênicas a-iargas: geosheimina, cinaratriol, cinaropicrina, cinarolidina,
dihidrocinaropicrina, rossheimina, grosulfeimina e outros guaianolideos reacionados;
Flavonóides: glicosídeos da flavona apigenina, luteolina, cinarosideo, escolimosideo,
cosmosideo, quercetina, isoramnetina, maritimeina; Compostos fenólicos; óleos voláteis:
13-selineno, cariofileno, eugenol, fenilacetaldeido e óleo decanal; Ácidos graxos
poliinsaturados essenciais: ácido esteárico, palmítico, oleico e linoleico; sais minerais:
cálcio, fósforo, potássio, Vitaminas vitamina C; Aminoácidos: niacina, tiamina, fenilalanina,
tirosina histidina, alanina e pigmentos antocianicos.
Indicações
Problemas hepáticos e renais: Apesar dos novos usos, a alcachofra continua a ser
essencial para fortalecer o funcionamento do fígado e dos rins, favorecendo a
desintoxicação em problemas crônicos como a artrite, a gota e a doença hepática.
77
Colesterol alto: Testes clínicos ao longo dos últimos 30 anos descobriram que a folha da
alcachofra reduz os níveis de colesterol e de triglicerídeos, enquanto os níveis de
lipoproteínas de alta densidade (HDL) tendem a aumentar. Os níveis de colesterol
melhoraram de 5 a 45 por cento, com uma dose diária equivalente a 7g de folha seca.
Deve ser tomada durante alguns meses para melhores resultados.
Os pacientes também referiram o alívio de sintomas como enjôos, vômitos, dores
abdominais, flatulência e obstipação.
Por consequência, é agora comum tomar alcachofra para a síndrome do cólon irritável e
os sintomas a ela associados, tais como inchaço, distensão abdominal e alternância entre
diarreia e obstipação.
Outros Usos: Ácido úrico, obesidade, diabetes; debilidade geral, convalescença,
dispepsia; hipertensão, hipertireoidismo, toxemia; afecções reumáticas.
Incremento na secreção intraduodenal biliar; Aumento da eliminação de potássio.
Uso na gestação e amamentação
Por causa da falta de dados sobre a toxicidade da alcachofra, sugere-se que seu uso seja
limitado durante a gravidez. A caropicrina e a cinarase promovem a coagulação do leite,
portanto a planta está contra indicada para lactantes.
Contraindicações
Alergia as plantas da família Asteraceae e qualquer obstrução do duto biliar. Pacientes
propensos a fermentação intestinal.
Interações medicamentosas
Diuréticos. Medicamentos que interferem na coagulação sanguínea (Aspirina) e
anticoagulantes cumarínicos.
Precauções
O contato frequente com alcachofra ou outras plantas da família Asteraceae, causou
reações alérgicas em indivíduos sensíveis à dermatite de contato e urticária com contato
ocupacional com alcachofra, os componentes responsáveis são a cinaropicrina e outras
lactonas sesquiterpênicas.
Farmacologia
78
Hipotensora. Ação coletérica, diurética, Hepatoprotetora, Hipocolesterolemiante. Redução
dos níveis de triglicérides.
Posologia
Tintura:5 a 25 mL, divididos em até 3 doses diárias, com intervalos menores que 12
horas.
Vinho medicinal:2 cálices antes das principais refeições flores como alimento e
medicinal.
Infuso ou Decocto:2g de folhas frescas ou 1g de folhas secas (1 colher de sobremesa
para cada xícara de água) em infuso ou decocto.
Extrato líquido:0,5 a 1 g/dia.
Extrato seco:100 a 150mg até 3 vezes ao dia.
79
Alecrim
Nome botânico: Rosmarinus officinalis L
O Alecrim é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro,
Alecrineiro, Alecrinzeiro ou Rosmaninho, muito utilizada no tratamento de problemas
digestivos ou dor de cabeça, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido caféico (Ácido rosmarínico), diterpenos.
Farmacologia
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de pressão, dispepsias,
perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM). Relacionado ao aumento de
potássio (K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado a estabilização
das membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD) e
da peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou
aumentos na excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Efeitos adversos
Os efeitos colaterais do Alecrim incluem reações alérgicas, quando consumido em
excesso. Cefaléias, Convulsões, espasmos. Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em
doses elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
80
Contraindicação:
Gravidez,
alergias,
Distúrbios
gastrointestinais
e
renais.
Diuréticos.
Laxantes.
Hipotensores.
Posologia
As partes usadas do alecrim são suas folhas e flores para fazer chá e banhos.
Chá de Alecrim para problemas digestivos e inflamação da garganta:colocar 4 g de folhas
numa xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Depois coar e beber 3
xícaras por dia, após as refeições;
Banho de Alecrim para reumatismo: Colocar 50 g de Alecrim em 1 litro de água fervente,
tampar, deixar repousar por 30 minutos e coar. Depois utilizar esta água durante o banho.
81
Embaúba
Nome botânico: Cecropia sp.
Planta medicinal, também conhecida como ambaia-tinga, árvore-da-preguiça e imbaíba,
utilizada em medicina para combater a pressão alta. O seu nome científico é Cecropia
peltata e pode ser comprada em farmácias de manipulação e em algumas lojas de
produtos naturais.
Constituintes químicos
Açúcares (polissacarídeos), polifenois, cumarinas, taninos, flavonoides (iso-orientina,
leucocianidina), alcalóides (cecropina), glicosídeos (ambaína); triterpenos, esteróides,
lipídeos, resinas.
Propriedades Farmacológicas
As propriedades da Embaúba incluem sua ação cardiotônica, diurética, anti-hemorrágica,
adstringente,
antiasmática,
analgésica,
anti-séptica,
cicatrizante,
expectorante
e
hipotensora.
Existem relatos a cerca do uso da embaina (glicosídeo) e da cecropina (alcaloide) como
sendo os princípios ativos responsáveis pelos efeitos cardiotônicos e diuréticos.
Pesquisas demonstram o efeito de flavonoides e proantocianidias como inibidora da ECA.
Posologia
Pode ser utilizada toda a planta da Embaúba pra fazer chás, infusões, sucos e pomadas.
Suco: O suco das folhas de embaúba é utilizado para tosse e problemas respiratórios.
82
Pomada: Ferver galhos de embaúba triturados com banha. Esse modo pode ser utilizado
como pomadas anti-hemorroidal.
Chá: Adicionar os componentes de embaúba em água fervente. Beber uma xícara de
chá, 3 vezes ao dia.
Adultos: 7,5 mL de tintura divididos em 3 doses diárias, diluídos em água;
2 g de planta seca ou 4 g de planta fresca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de
folhas em decocto ou infuso até 3 vezes ao dia com intervalos de até 12 horas;
2 a 3 g de pós das folhas sob a forma de cápsula ou tablete tomados 2 vezes ao dia;
O infuso de 30 g da planta frasca – folhas ou cascas - pode ser utilizado para lavagens,
assentos e compressa em feridas. Preparações da raiz são indicadas para afecções
hepáticas e o fruto como laxativo.
Crianças: tomam de 1/3 a ½ de dose, de acordo com a idade.
Interações Medicamentosas
Possível descrição de interação que pode potencializar o efeito de cardiotônicos, como os
digitálicos; assim como antihipertensivos e inibidores da ECA. Pode ainda potencializar
antidiabéticos e insulina.
Efeitos Colaterais
Não estão descritos efeitos colaterais para a Embaúba.
Contraindicações
A Embaúba está contraindicada para mulheres grávidas.
Toxicologia
Sem toxicidade nas doses recomendadas.
Gravidez e Lactação
A Embaúba não deve ser utilizada durante este período. É tradicionalmente usada para
facilitar o trabalho de parto e promover menstruação. Não afeta a lactação.
83
Uva
Nome botânico: Vitis vinifera L.
Constituintes químicos
Flavonoides (rutoosideo, quercitrosideo, isoquercitroosideo, kenferol, luteolol), taninos,
antocianoosideos (3-glucosilmalvidina), leucoantocianoosideos, proantocianidinas ou
taninos condensados (proantocianidina B1, B2, B3, B4 e C1), resveratrol.
Propriedades Farmacológicas
Alimentão humana, diminuição da agregação plaquetária, aumentos de lipoproteinna
HDL, inibior da síntese de tromboxano em plaquetas e leucotrienos em neutrófilos,
estímulo da produção de óxido nítrico no endotélio vascular, vasotônico, vasoprotetor,
adistringente e diurético.
Posologia
Infusão: 5 a 10g/250 mL, 2 vezes ao dia.
Extrato padronizado em 90 a 95% de proantocianidinas totais: 200 a 400 mg ao dia.
Extrato seco (5:1): 300 mg, a cada 1 a 4x ao dia
Extrato fluido (1:1): 50 a 100 gotas, 1 a 3x ao dia
Interações Medicamentosas
Medicamentos antidiabéticos (risco de potemcialização de efeitos). Anticoagulantes e
antiagregantes plaquetários. Medicamentos metabolizados pelas isoenzimas do citocromo
P450 (cetoconazol, sildenafil). Anti-hipertensivos.
Efeitos Colaterais
84
Desconfortos gastrintestinais.
Contraindicações
Hipersensibilidade a algum componente da fórmula.
Toxicologia
Nenhum caso de sobredose registrado.
Gravidez e Lactação
Não estabelecida para este púbico.
85
Cavalinha
Nome botânico: Equisetum arvense
Constituintes químicos
Os constituintes incluem 1,02% de minerais, dos quais mais de 66% são ácido silícico e
silicatos, além de potássio, alumínio e manganês; 0,31% de glicosídeos de flavonóides,
principalmente a quercetina (quercetina 3-glicosídeo e seus ésteres malonil); ácidos
fenólicos, incluindo até 0,008% di-E-cafeoil-meso-ácido tartárico, ésteres metílicos de
ácidos caféico e protocatecuico; alcalóides de nicotina (vestígios); ácidos poliênicos e
ácidos carboxílicos; e fitosteróis.
Propriedades Farmacológicas
Diurético, hemostático e cicatrizante.
Posologia
Decocção: 150 ml de água fervente para 2 g da droga vegetal e continuar a ferver durante
5 minutos, em seguida, deixar em repouso por mais 10 a 15 minutos; tomar três vezes ao
dia.
Infusão: Manter 2 g de erva em 150 ml de água fervida por 10 a 15 minutos; tomar três
vezes ao dia.
[Nota: 34% dos flavonóides potencialmente disponíveis são rendidos no chá após 5
minutos de maceração e 40% são liberados após 10 minutos]
86
Maceração: Manter 2 g de erva em 150 ml de água fria por 10 a 12 horas; tomar três
vezes ao dia.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 2 ml, três vezes ao dia.
Tintura de 1:5 (g / ml): 10 ml, três vezes ao dia.
Interações Medicamentosas
Não conhecidas.
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contraindicações
Não conhecidas.
Toxicologia
Nenhum caso de sobredose registrado.
Gravidez e Lactação
Não estabelecida para este público.
87
Capim limão
Nome botânico: Cymbopogon citratus
Constituintes químicos
Óleo volátil: citral, geranial e neral, geraniol, ácido gerânico e ácido nerólico, mirceno
diterpenos, metil heptenona, citronelol, linalol, farnesol; outros alcoois aldeídos, terpineol,
homoorientina, ácido clorogênico, ácido cafeico, p-cumárico, frutose, sacarina, octasanol,
flavonoides, luteolina e 6-C-glucosídeo.
Propriedades Farmacológicas
Excitante gástrico, miorelaxante, hipotensor, carminativo, emenagogo, analgésico,
antitérmico, antibacteriano de uso tópico.
Cefaléia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como
relaxante muscular (mialgias, tensões musculares de etiologiadiversa, hipertensão
arterial).
Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um
regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino
como no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas,
propriedade devida ao mirceno. A atividade antibacteriana está associada também ao
citral.
Posologia
4 g de folhas frescas ou 2 g de folhas secas (1 colher de sopa para xícara de água) em
infuso ou decocto em uso interno 2 a 3 vezes ao dia ou a tintura em doses de 10 a 20
ml/dia divididas em 2 ou 3 tomadas diluídas em água. O rizoma pode ser usado como
tempero e alimento.
Infusão a 02% (05 g/250 ml de água ou 1 colher (rasa) das de sopa). 250 ml à noite para
insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.
88
Interações Medicamentosas
Nenhuma interação foi identificada.
Efeitos Colaterais
A aplicação tópica do capim limão raramente conduz a uma reação alérgica. Nenhuma
anomalia foi detectada em exames laboratoriais após ingestão do chá. Hipotensão
arterial.
Contraindicações
Contraindicado para casos de dor abdominal de causa desconhecida ou gastrite.
Toxicologia
Não existem relatos suficientes.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez pois estimula o útero e o sangramento menstrual.
OUTRAS
MONOGRAFIAS
90
Laranja amarga
Nome Científico: Citrus aurantium L.
Planta medicinal cujas partes utilizadas são principalmente o fruto verde, folhas e óleo
essencial. Apresenta sabor ácido, amargo e refrescante.
Constituintes Químicos
Acetato de linalina, acetado de geraniol, acetado de geranilo, ácido ascórbico (vitamina C),
ácido cítrico, ácidos graxos, alcanos, borneol, bioflavonóides, carboidratos, caroteno,
cirantina, citral, derivados cumáricos, escopuletina, fitosteróis, geraniol, hesperidina,
limoneno, linalol, lipídios, metil-anthranilato, naringina, nobeletina, nerol, pectinas, pineno,
proteínas, roifolina, rutinose, sais (potássio, cálcio, sódio, fósforo, magnésio, enxofre, cloro,
ferro, silício), saponina, sinefrina, substâncias amargas, tangeritina e as aminas: synefrina,
N-metiltyramina, hordenina, octopamina e tyramina, vitamina A (retinol), vitamina B
(tiamina), vitamina B2 (riboflavina), niacina.
Propriedades Farmacológicas
Uitilizando pela população como: tônica; carminativa; aperitiva; hipertensora; expectorante;
laxativa; cardiotônica; anti-histamínica; sedativa (O.E); tranqüilizante; antiinflamatória;
antibacteriana;
fungicida;
anticancerígena;
emoliente;
hipocolesterolêmica;
eupéptica;
colagoga;
anticonvulsiva;
antiespasmódica;
alcalinizante;
antiartrítica;
antidepressiva; antiescorbútica; antisséptica; antiulcerogênica; diurética; depurativa;
sudorífica; febrífuga; vermífuga; vitaminizante desidratante; rejuvenescedora; relaxante;
desintoxicante.
Em um estudo 11 voluntários saudáveis tomaram 30mg de dextrometorfan com 200 ml de
suco de laranja-amarga. Comparado com água, o suco aumento a disponibilidade biológica
91
do dextrometorfan de 0,1 a 0,46. Em um estudo cruzado e randonizado 10 voluntários
saudáveis ingeriram tabletes de liberação prolongada de 10mg de felodipina com 240 ml de
suco de laranja amarga. O consumo do suco junto com o medicamento aumentou a área
em baixo da curva de concentraçãoplasmática máxima do felodipine em 61% quando
tomado com água para 76% quando tomado com o suco. Em estudo cruzado para analisar
outros usos do indinavir, 13 voluntários saudáveis receberam 800mg como dose única na
manhã seguinte com 240 ml da água ou suco de laranja amarga. Comparado com água,
ingestão do indinavir com suco prolongou o tempo necessário para atingir 50% do pico de
concentração plasmática do indinavir (1,25 a 1,87 horas). Acredita-se que esta mudança
não deve ser clinicamente importante.
Uso Interno
Depressão; Em dietas para perda de peso; Energético na prática de exercícios físicos;
Acelera o metabolismo; Ação moderadora do apetite; Digestivo; Diurético.
Uso Externo
Utiliza-se o óleo essencial diluído externamente para tratar problemas de pele como acne,
eczema, seborréia, herpes e psoríase; cabelos secos; ressecamento das mãos e pés;
dores musculares.
Pediátricas
As mesmas indicações para adultos.
Posologia
A quantidade de sinefrina em produtos de laranja amarga é variável. A dose diária
recomendada é de 32 mg.
Toxicidade
Não há relatos nas fontes de pesquisa consultadas.
Contraindicações
Em casos de diarréia aguda ou intensa. Usar com cuidado na gravidez e preferencialmente
evitar. Vários artigos indicam que o uso do extrato de C. aurantium acarretou o
desenvolvimento de problemas cardíacos. Houve relato de caso de isquemia após ingestão
de extrato de cápsulas da erva (não se sabe em que dosagem e nem por quanto tempo).
92
Produto contra-indicado para: pacientes hipertensos, lactantes, diabéticos e pessoas em
tratamento com inibidores da MAO. Causa contrações uterinas em gestantes.
Interações medicamentosas
Pode interagir com várias drogas, pois inibe a enzima CYP3A4 e o processo de eliminação
intestinal (pela g-glicoproteína) no intestino delgado. O Citrus aurantium não é
recomendado em associação com Ephedra sp, podem ocorrer reações adversas,
sugerimos que consulte seu médico para uma melhor orientação.
93
Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia
Planta medicinal utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e
na Argentina como antiasmático e antisséptico. É conhecida desde 1922.
Constituintes químicos
Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres.
Propriedades Farmacológicas
Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, antisséptico, diurético e laxativo leve.
Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa
(efeito antiúlcera), gastrites, gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais.
Os taninos presentes em sua formulação levam a um aumento do volume e do pH gástrico,
tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão; Apresenta ação antisséptica, diminuindo as
fermentações intestinais patológicas; Trata as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade
do órgão, mas corrigindo a função desviada.
Posologia
Uma a duas cápsulas de extrato seco padronizado para conter 3,5% de taninos (500 mg)
duas ou três vezes ao dia.
A tintura deve ser tomada de 10 a 20 ml dividido em 2 a 3 doses, diluídos em água.
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infusão até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
94
Pode interferir na absorção de ferro
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contraindicações
Não deve ser administrado a gestantes, crianças e nutrizes (redução da secreção láctea).
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não existem estudos de
teratogenicidade nem maiores informações sobre sua farmacodinâmica. Durante o
aleitamento é contraindicado pois diminui a secreção do leite.
95
Angélica
Nome botânico: Angelica archangelica
Angélica é uma planta medicinal, também conhecida como arcangélica, erva-de-espiritosanto e Jacinto-da-índia, muito utilizada no tratamento de problemas digestivos e
estomacais. Após manipular a angélica, os indivíduos devem evitar a exposição ao sol.
Constituintes químicos
Óleos essenciais, angelicina e ácidos orgânicos.
Óleos voláteis da folha: mirceno, p-cimeno, limoneno, cis e trans-ocimeno, 13-felandreno,
R-felandreno, a-pineno; Óleos voláteis do fruto: fi-felandreno, a-pineno, bornêol, canfeno,
R-bisaboleno, R-cariofileno, 15- oxipentadecenlactona; Óleos voláteis da raiz: 6-felandreno,
B-felandreno, a-pineno, penta e hepta-decanolideo; Furocumarinas: angelicina, bergapteno,
imperatorina, oxipeucedanina, xantoltoxina; Óleo graxo; Fitosteróis: beta-sistosterol,
sigmasterol; Flavonóides; Derivados do ácido caféico.
Também ácido angélico; Farmacologia: As furocumarinas do fruto são citostáticas e
fotosensibilizadoras. A estrutura aromática responde por seus efeitos antiespasmódico,
colagogo e estimulante do sistema digestivo; Os óleos essenciais e furocumarinas
encontrados na folha têm efeito irritante sobre a pele e Mucosas.
Propriedades Farmacológicas
A angélica serve para tratar problemas digestivos, anorexia, ansiedade, asma, cólicas,
convulsão, dor de cabeça, dor de costas, gases e pressão alta. As propriedades da
angélica incluem a sua ação antisséptica, antiácida, anti-inflamatória, antitóxica, aperiente,
aromática, carminativa, depurativa, digestiva, diurética, estimulante, sudorífera, tônica e
anti-fúngica.
96
Posologia
Chá depurativo e diurético: Adicionar 20 g da raiz de angélica em 800 ml de água
fervente, coar e beber o chá 3 vezes ao dia. 10 a 20ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses
diárias, diluídos em água. 2g de erva seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em
infuso ou decocto, conforme a parte usada, ate 3 vezes ao dia, com intervalos menores que
1 2hs; Banhos infuso concentrado.
Crianças: Tomam de 1/6 até 1/2 da dose.
Interações Medicamentosas
As cumarinas podem potencializar o efeito de anticoagulantes e também de heparinas de
baixo peso molecular de agentes trombolíticos.
Efeitos Colaterais
O efeito colateral da angélica é dermatite de contato quando a planta é manipulada sem
luvas.
Contraindicações
A angélica está contraindicada para diabéticos.
Os óleos essenciais e furocumarinas encontrados na folha têm efeito irritante sobre a pele
e Mucosas.
Toxicologia
Sem toxicidade relatada nas doses recomendadas.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez. Não há relato que afeta o período de lactação.
97
Hortelã-pimenta
Nome botânico: Mentha x piperita.
Constituintes químicos
Luteolina, hesperidina e rutina; ácidos cafeico, clorogênicos e rosmarínico, taninos; colina;
alfa e beta-caroteno; goma; minerais; resina; tocoferóis; alfa-amirina e triterpenos
esqualeno; óleo volátil (1,2-3%) composto principalmente de monoterpenos (29-55%) de
mentol, mentona (10-40%), cineole (2-13%), pulegona (1-11%), de acetato de mentila (110%), mentofurano (0-10%), e de limoneno (0,2-6%).
Propriedades Farmacológicas
Ação antiespasmódica direta sobre a musculatura lisa do trato digestivo, assim como a
atividade colerética e carminativo.
Posologia
Infusão: 2 g em 150 ml de água, duas a três vezes diariamente.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 2 ml, duas ou três vezes diárias.
Tintura de 1:5 (g / ml): 10 ml, duas ou três vezes diárias.
Extrato seco 3,5-4,5: 1 (w / w): 0,44-0,57 g, 2-3 vezes ao dia.
Interações Medicamentosas
Não conhecidas.
98
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contraindicações
Litíase vesicular.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
99
Alfavaca
Nome botânico: Ocimum tenuiflorum
Constituintes químicos
Acetato de cinamila, eugenol, e beta-elemeno. Flavonóides, incluindo orientina e vicenina.
Cirsilineol, cirsimaritina, isotimusina, isotimonina, apigenina, ácido rosmarínico, e
quantidades apreciáveis de eugenol. Também inclui traços de zinco e outros minerais,
ácido ursolóico, e pelo menos cinco ácidos graxos (esteárico, palmítico, oléico, linoléico e
linolênico). Polissacáridos também foram encontrados.
Propriedades Farmacológicas
Anti-helmíntico, antiartrítico, antibiótico, hipoglicemiante, anti-inflamatório, antilipidêmico,
antioxidante, antipirético, antiulcerogênico, ansiolítico, Imunomodulador, neuroprotetor,
radioprotetor.
Posologia
Infusão: 2g da droga vegetal em uma 150 mL de água.
Suco: 10 a 20mL (folhas frescas)
Extrato seco: 300 a 1.200mg ao dia
Interações Medicamentosas
Anticoagulantes e barbitúricos.
100
Efeitos Colaterais
Hipoglicemia e dificuldades de coagulação.
Contraindicações
Não conhecidas.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
101
Canela
Nome botânico: Cinnamomum verum
Constituintes químicos
Óleos voláteis (1-4%), compostos por cinamaldeído (60-80%), eugenol (até 10%) e ácido
tras-cinâmico (5-10%); compostos fenólicos (4-10%), taninos condensados, catequinas e
proantocianidinas; monoterpenos e sesquiterpenos (pineno); cálcio-monoterpenos oxalato;
goma; mucilagem; resina, amido, açúcares, e vestígios de cumarina.
Propriedades Farmacológicas
Propriedades antibacterianas e fungistáticas, bem como a promoção da motilidade
intestinal.
Posologia
Infusão ou decocção: 0,7 - 1,3 g em 150 ml de água, três vezes ao dia.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 0,7-1,3 ml, três vezes por dia.
Tintura de 1:5 (g / ml): 3,3-6,7 ml, três vezes por dia.
Óleo essencial: 0,05 - 2 ml.
Interações Medicamentosas
Não conhecidas.
102
Efeitos Colaterais
Reações alérgicas de pele e na mucosa.
Contraindicações
Alergia conhecida à canela e bálsamo-do-Peru.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não recomendado.
103
Alcaçuz
Nome botânico: Glycyrrhiza glabra
Constituintes químicos
Saponinas triterpenóides (4-24%), principalmente glicirrizina, uma mistura dos sais de
potássio e de cálcio do ácido glicirrízico; flavonóides (1%), principalmente as flavanonas
liquiritina e liquiritigenina, chalconas de isoliquiritina, isoliquiritigenina e isoflavonóides
(formononetin); aminas (1-2%) asparagina, betaína, e colina; aminoácidos; 3-15% de
glicose e sacarose; amido (2-30%); polissacáridos (arabinogalactanos); esteróis (bsitosterol); cumarinas (glicerina); resina; e óleos voláteis (0,047%).
Propriedades Farmacológicas
Antiulcerogênico,
anti-inflamatório,
espasmolítico,
expectorante,
demulcente,
adrenocorticotrópico.
Posologia
Suco: 0,5-1,0 ml para catarro do trato respiratório superior, 1,5-3,0 ml para as úlceras
gástricas ou duodenais.
Infusão ou decocção: 2-4 g em 150 ml de água, após as refeições, três vezes ao dia.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 2-4 ml, após as refeições, três vezes ao dia.
104
Extrato seco 5 a 6:1 (w / w): 0,33-0,8 g, após as refeições, três vezes ao dia.
Duração da administração: Não mais do que quatro a seis semanas sem orientação
médica. Não há nenhuma objeção ao uso de raiz de alcaçuz como agente aromatizante até
uma dose diária máxima equivalente a 100 mg glicirrizina.
Interações Medicamentosas
Perda de potássio devido a outras drogas, por exemplo, diuréticos de tiazida, pode ser
aumentada. Com a perda de potássio, a sensibilidade aos digitálicos aumenta.
Efeitos Colaterais
Em uso prolongado e com doses mais elevadas, retenção de água e de sódio e perda de
potássio pode ocorrer, acompanhado de hipertensão, edema, hipocalemia, e, em casos
raros, mioglobinuria.
Contraindicações
Doenças hepáticas colestáticas, cirrose hepática, hipertonia, hipocalemia, insuficiência
renal grave.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não recomendado.
PROTOCOLO
ODONTOLÓGICO DE
FITOTERAPIA
106
PROTOCOLO ODONTOLÓGICO DE FITOTERAPIA
Introdução
Em 25 de setembro de 2008, de acordo com a RESOLUÇÃO CFO-82/2008 o
Conselho Federal de Odontologia reconheceu e regulamentou o uso pelo cirurgiãodentista
de
práticas
integrativas
e
complementares
à
saúde
bucal.
Considerando o reconhecimento, pela Organização Mundial de Saúde, das práticas
integrativas e complementares considerando que o avanço das políticas públicas de
incremento às práticas integrativas e complementares nas ciências da saúde cria novas
perspectivas de mercado de trabalho para o cirurgião-dentista.
Abaixo estão os artigos da resolução supracitada que estabelecem a delimitação de
atuação da fitoterapia pelo cirurgião-dentista:
Art. 1. Reconhecer o exercício pelo cirurgião-dentista das seguintes práticas
integrativas e complementares à saúde bucal: Acupuntura, Fitoterapia, Terapia
Floral, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia.
Art. 7. A Fitoterapia em Odontologia se destina aos estudos dos princípios
científicos da Fitoterapia e plantas medicinais embasados na multidisciplinaridade
inseridos na prática profissional, no resgate do saber popular e no uso e
aplicabilidade desta terapêutica na Odontologia. Respeitando o limite de atuação do
campo profissional do cirurgião-dentista.
Art. 9º. O cirurgião-dentista, que na data da publicação desta Resolução, comprovar
vir utilizando Fitoterapia, há cinco anos dentro dos últimos dez anos, poderá
requerer habilitação, juntando a documentação para a devida análise pelo Conselho
Federal de Odontologia.
107
Saúde bucal
Em 25 de outubro de 2000, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão do cirurgião
dentista no Programa de Saúde da família com atribuições como: transmitir informações
sobre a cavidade bucal, sua forma e funções; métodos de prevenção de doenças bucais,
higienização e autocuidado, promoção da educação em saúde bucal entre outros.
A razão para o uso de substâncias químicas no controle do biofilme tem justificativa
dupla. A primeira é que tanto a cárie como as doenças dos tecidos moles são de origem
bacteriana e, deste modo, substâncias antibacterianas poderiam ser utilizadas para
combatê-las. A segunda é a dificuldade de se conseguir que os indivíduos mantenham um
adequado controle mecânico do biofilme. A importância da adequação do meio bucal,
evitando doenças infecciosas e comportamentais sugere a criação de meios alternativos
que possam agir de forma coadjuvante à escovação.
O crescimento mundial da fitoterapia entre os programas preventivos e curativos tem
estimulado a avaliação dos extratos de plantas para o uso na odontologia como controle do
biofilme dental e outras afecções bucais. Sendo assim, a odontologia é beneficiada pela
riqueza em recursos naturais oferecidos pela flora brasileira, pois os produtos naturais
estão cada vez mais presentes nos consultórios médicos e odontológicos, apesar de a
fitoterapia ser pouco difundida fora do meio acadêmico.
A utilização de medicamentos obtidos de extratos vegetais é uma prática que deve
ser utilizada em benefício da população e incorporada a programas de promoção,
prevenção e assistência à saúde. Todos os procedimentos que façam parte de um
programa educativo e preventivo para o controle do biofilme e manutenção da saúde bucal
devem ser incentivados.
O doutor em Cariologia pela Universidade de Oslo (Noruega), Fábio Correia
F
“A
da mucosa bucal serão muito beneficiadas pelo fato de existir fitoterápicos de uso
dermatológico e que são seguros para o uso na cavidade oral. Os fitoterápicos
cicatrizantes, que podem combater a mucosite, queilite actínia, úlceras, e os
antimicrobianos serão cada vez mais comuns. O interessante é que por parte dos
108
pacientes, o uso mais frequente
”
UFPB e pós-doutorado pela Universidade Técnica da Dinamarca (DTU).
Embora muitos trabalhos demonstrem a eficácia dos fitoterápicos na odontologia, o
uso dos mesmos deve ser feito sob conhecimento e responsabilidade do cirurgião dentista,
pois se trata de um contrassenso o uso indiscriminado de produtos naturais sem a
consciência. Por isso, alguns profissionais acreditam que há a necessidade da inserção da
fitoterapia como matéria básica na graduação do curso de Odontologia.
A Fitoterapia, apesar do seu uso milenar, ainda é discriminada por grande parte dos
profissionais de saúde. Tal fato pode ser atribuído ao pequeno incentivo dado à pesquisa
nesta área, tanto pelo setor público, quanto pelo privado, além do preconceito e falta de
conhecimento, dentre outros fatores. Esta situação não é diferente na área odontológica,
na qual a fitoterapia pode agregar benefícios ao controle de formação do biofilme dental e
tratamento de afecções bucais, além de outras vantagens como seu baixo custo e grande
efetividade. Com a implantação da PNPIC no SUS, surge a esperança de um maior
investimento em pesquisas envolvendo a biodiversidade de plantas brasileiras, valorizando
o conhecimento popular e motivando a industrialização de produtos naturais. Estes fatores
ressaltam a importância do estudo da fitoterapia nos cursos de graduação na formação dos
profissionais da saúde.
Principais Lesões Bucais

Cárie dentária
Uma das doenças orais mais comuns, a cárie é de etiologia multifatorial e pode
desencadear a uma destruição localizada nas estruturas dentais. A fermentação dos
carboidratos na boca por micro-organismos provoca uma queda acentuada no pH de 7.0
para menos de 5.5, ocorrendo dismineralização da superfície do esmalte. A produção e
liberação de endotoxinas e ativação de monócitos e macrófagos, resultantes da destruição
do tecido periodontal, provoca a liberação de fatores inflamatórios que levam a reabsorção
do osso alveolar e destrói o tecido conectivo.
109
Diversos fitoterápicos possuem efeitos terapêuticos sobre a atividade antimicrobiana
documentadas. A indústria odontológica passou a utilizá-los em cremes dentais com bons
resultados no controle das doenças orais, principalmente a cárie. Diversos cremes dentais
no mercado compostos por fitoterápicos como aloe vera, gengibre, chá verde, própolis,
mirra, alecrim, entre outros, uma vez que podem atuar na redução da inflamação de
gengiva e apresentar efeitos antimicrobianos, antifúngicos e antiulcerogênicos na mucosa
oral, bem como ser estimulante de cicatrização da mucosa.

Gengivite
A gengivite, inflamação dos tecidos gengivais, pode ocorrer em forma aguda,
subaguda ou crônica.
A gravidade da gengivite depende da intensidade, duração e
frequência da irrigação local, e da resistência dos tecidos bucais (SHAFER, HINE, LEVY,
1987). Esta pode aparecer devido a fatores locais, tais como a presença de
microorganismos e impactação de alimentos ou devido a fatores sistêmicos como
distúrbios de nutrição e características hereditárias. Além disso, a gengivite pode preceder
e evoluir para a periodontite de maior gravidade, que envolve não só a gengiva, mas
também o osso alveolar, o cemento e o ligamento periodontal, levando a perda de dentes.
As doenças das estruturas periodontais são conhecidas desde a antiguidade. O
homem sofre muito mais de alterações periodontais do que os animais inferiores. As
doenças do periodonto são comuns e causam perda de mais dentes em adultos que
qualquer outra doença.

Abalo dental
Trata-se da mobilidade dental patológica é o movimento anormal do dente no seu
alvéolo, quando o mesmo é submetido a ação de uma força, toque digital ou com
instrumento metálico. É uma característica tardia da doença periodontal comum.
É o
resultado de uma alteração dos tecidos do suporte do dente e, portanto indica certa
severidade do problema, tanto mais grave quanto for devida a perda óssea.

Halitose
110
Em condições normais, o hálito humano é inodoro ou ligeiramente perceptível aos
circundantes, variando de aprazível a desagradável, dependendo da sensibilidade do
observador. A halitose ou mau hálito é uma anormalidade presente em aproximadamente
60% da população mundial não sendo considerada uma doença. É errôneo crer que todo
hálito desagradável seja indicativo de alterações orgânicas. Apresenta etiologia
multifatorial, podendo ser encontrado mais de um fator causal em um mesmo indivíduo,
como distúrbios respiratórios, gastrointestinais, orgânicos, psíquicos e principalmente
fatores buco-dentários. A halitose representa um verdadeiro obstáculo biopsicossocial,
influenciando diretamante na vida familiar, trabalho, ambiente social e/ou na vida sexual
dos pacientes. O diagnóstico é unitemporal e específico, exigindo em determinadas
ocasiões tratamento multidisciplinar.

Câncer de boca
São feridas que não cicatrizam nos lábios e na boca; · ulcerações superficiais com
menos de 2 cm de diâmetro e indolores, podendo sangrar ou não; · manchas brancas ou
avermelhadas nas gengivas, língua ou mucosa oral; · dor ou desconforto à mastigação e
deglutição; · dificuldade na fala; · emagrecimento acentuado; · dor e presença de
linfadenomegalia cervical. A prevenção do câncer da boca deve basear-se no
aconselhamento para a cessação do ato de fumar e para consumir bebidas alcoólicas com
moderação, além da adoção de uma alimentação saudável.
As atuais evidências científicas indicam que o rastreamento populacional para o
câncer de boca por meio do autoexame ou do exame clínico não reduz a mortalidade por
este câncer. Entretanto deve-se estimular a higiene oral e a visita regular ao dentista como
medidas de prevenção. O exame clínico da boca cuidadoso deve ser realizado em todas as
consultas, mesmo que a queixa principal não se concentre nesta topografia. Nos indivíduos
de maior risco (fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas) o exame clínico da boca
deve ser sistemático e indivíduos com lesões suspeitas devem ser imediatamente
encaminhados à consulta especializada em centros de referência para realização dos
procedimentos diagnósticos necessários.
O câncer da boca, aqui incluídas as patologias malignas do lábio, língua, gengiva,
assoalho da boca, pálato, glândula salivares, amígdala e orofaringe, está entre as
principais causas de óbito por neoplasias e representa uma causa importante de
111
morbimortalidade, uma vez que mais de 50% dos casos são diagnosticados em estádios
avançados da doença. Tende a acometer o sexo masculino de forma mais intensa e 70%
dos casos são diagnosticados em indivíduos com idade superior a 50 anos. Localiza-se,
preferencialmente, no assoalho da boca e na língua e o tipo histológico mais frequente é o
carcinoma de células escamosas (carcinoma epidermóide).
Os dois principais fatores de risco relacionados ao câncer da boca são o hábito de
fumar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Juntos apresentam efeito sinérgico e
sua relação com o câncer da boca é dose dependente, sendo maior o risco quanto maior
for o número de doses de bebidas e cigarros consumidos. Outros fatores de risco
relacionados ao desenvolvimento do câncer da boca são: · alguns agentes biológicos,
como o papiloma vírus humano (HPV); · higiene bucal precária; · história pregressa de
neoplasia do trato aerodigestivo; · exposição excessiva à luz ultravioleta (câncer do lábio).
SINAIS E SINTOMAS As principais queixas relacionadas ao câncer da boca são:
Público-alvo
O ambulatório de fitoterapia na área odontológica visa a inclusão de atendimento dos
seguintes grupos de usuários:

Crianças: de 5 até 12 anos

Adultos
Critérios de exclusão: gestantes, nutrizes e crianças abaixo de 5 anos.
Posologia

2,5 g para 200 ml (1 colher de chá para 01 xícara de água em infusão)

01 colher de sopa cheia (da planta seca) para 01 litro de água
Obs.: o colutório para bochecho é dobro da mesma medida do chá.
112
Obs.: No momento, os profissionais odontólogos se enquadram na categoria de
prescritores, podendo prescrever exclusivamente drogas vegetais, para uso local
(bochechos).
113
Lista de espécies de interesse na odontologia
Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia
Planta medicinal utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e
na Argentina como antiasmático e antisséptico. É conhecida desde 1922.
Originária da mata atlântica brasileira, da família Celastracea, a espinheira santa (folhas) é
usada tradicionalmente como analgésica, anti-inflamatória e antiulcerogênica. Estudos em
ratos relatam efeito protetor contra lesões gástricas e ação reparadora quando ratos eram
submetidos ao estresse.
As substâncias mais relacionadas a esses efeitos da planta são: os triterpenos, flavonoides
– catequinas, epicatequinas, e taninos condensados e polissacarídeos (metabólitos
primários). Acredita-se que sua atividade antiulcerosa e anti-inflamatória está relacionada
ao conteúdo de polissacarídeos (arabinogalactanos), liberados durante a infusão e à
presença de compostos fenólicos, como os taninos, flavonoides e triterpenos.
Estudos mostraram que o uso oral da espinheira santa exerce atividade citoprotetora por
ter capacidade de se ligar a superfície da mucosa funcionando como uma camada de
proteção por aumentar a síntese de muco e combater radicais livres.
A presença de taninos e sua ação antioxidante protegem as células contra a oxidação
celular, incluindo a peroxidação lipídica e conferem à Espinheira Santa seus efeitos
114
anticarcinogênicos e mutagênicos. Os tipos de câncer em que melhor se conhecem os
benefícios preventivos são o melanoma, carcinoma, adenocarcinoma, linfoma e leucemia.
Os principais responsáveis pelo efeito gastroprotetor das folhas de espinheira santa são os
flavonoides tri e tetra glicosídeos 1 e 3. Estes constituintes fenólicos são os responsáveis
pela interrupção da secreção ácida por inibir a bomba NA-K-ATPase e modulação da
produção de óxido nítrico (NO) pelos seus constituintes.
Tmbém tem ação inibitória sobre o crescimento bacteriano de extratos vegetais aquosos e
hidroalcoólicos, caule de cancerosa.
Constituintes químicos
Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres.
Propriedades Farmacológicas
Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, antisséptico, diurético e laxativo leve.
Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa
(efeito antiúlcera), gastrites, gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais.
Os taninos presentes em sua formulação levam a um aumento do volume e do pH gástrico,
tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão; Apresenta ação antisséptica, diminuindo as
fermentações intestinais patológicas; Trata as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade
do órgão, mas corrigindo a função desviada.
Uso odontológico:

Ação bactericida contra o Streptococos mutans

Anticariogênico

Pulpites agudas

Abscessos agudos e crônicos

Periodontites, gengivites

Aftas e úlceras bucais

Dores em erupção dentária
115
Posologia
Uma a duas cápsulas de extrato seco padronizado para conter 3,5% de taninos (500 mg)
duas ou três vezes ao dia.
A tintura deve ser tomada de 10 a 20 ml dividido em 2 a 3 doses, diluídos em água.
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infusão até 3 vezes ao
dia.
Via tópica (uso externo): bochecho 3 x ao dia com chá de morno a frio.
Interações Medicamentosas
Pode interferir na absorção de ferro
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contra indicações
Não deve ser administrado a gestantes, crianças e nutrizes (redução da secreção láctea).
Não fazer bochechos após exodontias.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não existem estudos de
teratogenicidade nem maiores informações sobre sua farmacodinâmica. Durante o
aleitamento é contraindicado pois diminui a secreção do leite.
116
Tansagem
Nome botânico: Plantago major
Uma pesquisa demonstrou atividade antiinflamatória da espécie Plantago major em lesões
com processo inflamatório, como líquen plano erosivo, ulcerações aftosas recorrentes e
queilite actínica. Foram observados resultados benéficos no tratamento dessas patologias
como, por exemplo, a substituição do tradicional tratamento medicamentoso com
corticóides tópicos e/ou sistêmicos por uma opção fitoterápica que seja mais acessível para
a população e com menos efeitos colaterais quando da necessidade do uso prolongado de
corticóides sistêmicos.
Constituintes químicos
Iridoideos glicosídeos (asperulósido, aucubina, catalpol), mucilagens (arabinogalactana,
ramnogalacturonana, glucomanano, pectina), taninos, ácido clorogênico, ácido gentísico,
ácido p-hidroxibenzóico, ácido protocatecuico, ácido cafeico, flavonóides (apigenol,
luteolósido), cumarinas (esculetina ), verbascoside, plantamajósido, zinco e potássio.
Propriedades Farmacológicas
Antimicrobiano. Antiviral. Atividade antiinflamatória e analgésica. Atividade ulcerogênica.
Atividade imunomoduladora. Atividade antitumoral
Uso odontológico:

Ação bactericida contra o Streptococos mutans
117

Anticariogênico

Pulpites agudas

Abscessos agudos

Periodontites e gengivites

Herpes

Aftas

Erupções cutâneas (dermatoses)
Posologia
Via oral:
Extrato seco (5:1): 300 a 1.000 mg/dia
Extrato fluido (1:1): 30 a 50 gotas, a cada 8 a 12h
Tintura (1:5): 50 a 100 gotas, a cada 8 a 24h
Via tópica:
Bochecho, 3 x ao dia com chá de morno a frio (folhas).
Interações Medicamentosas
Desconhecidas.
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contra indicações
Desconhecidas.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Por falta de estudos de segurança, não deve ser administrado em gestantes e lactantes.
118
Hortelã-pimenta
Nome botânico: Mentha x piperita.
A hortelã da folha graúda, que devido às suas propriedades terapêuticas,
possui uso
bastante difundido dentro da medicina popular no tratamento de diversas afecções bucais.
Constituintes químicos
Luteolina, hesperidina e rutina; ácidos cafeico, clorogênicos e rosmarínico, taninos; colina;
alfa e beta-caroteno; goma; minerais; resina; tocoferóis; alfa-amirina e triterpenos
esqualeno; óleo volátil (1,2-3%) composto principalmente de monoterpenos (29-55%) de
mentol, mentona (10-40%), cineole (2-13%), pulegona (1-11%), de acetato de mentila (110%), mentofurano (0-10%), e de limoneno (0,2-6%).
Propriedades Farmacológicas
Ação antiespasmódica direta sobre a musculatura lisa do trato digestivo, assim como a
atividade colerética e carminativo. Antimicrobiana e antifúngica: atividade inibitória frente
Candida sp. Antiviral: Anti-HIV1 in vitro com atividade inibitória da transcriptase reversa do
vírus. Analgésica: atua nos nervos sensoriais, diminuindo a sensação de dor.
Antinflamatória: ácidos fenólicos. Utilizada em patologias dentária: dores, inflamações etc.
(bochechos).
Uso odontológico:

Ação bactericida contra Streptococos mutans

Anticariogênico

Periodontites e gengivites
119

Abscessos

Aftas

Mau hálito, principalmente fumantes

Candidíase
Posologia
Infusão: 2 g em 150 ml de água, duas a três vezes diariamente.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 2 ml, duas ou três vezes diárias.
Tintura de 1:5 (g / ml): 10 ml, duas ou três vezes diárias.
Extrato seco 3,5-4,5: 1 (w / w): 0,44-0,57 g, 2-3 vezes ao dia.
Via tópica (uso externo): bochecho 3 x ao dia (folhas).
Interações Medicamentosas
Não conhecidas.
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contraindicações
Litíase vesicular.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
120
Erva-Cidreira
Nome botânico: Melissa officinalis
A Melissa officinalis é uma planta da família Lamiacea que possui, entre as várias
atividades farmacológicas conhecidas, a atividade antiviral contra o vírus do herpes
simples. Essa atividade é atribuída aos constituintes químicos derivados de ácidos
fenólicos, como o ácido caféico, acido clorogênico e, principalmente, o ácido rosmarínico,
os quais agem na inibição da replicação do DNA e RNA viral.
Constituintes químicos
Flavonóides (quercitrina, ramnocitrina, e os glicosídeos de apigenina, kaempferol,
quercetina e luteolina); ácidos fenólicos e taninos, ácido rosmarínico principalmente (até
4%), e caféico glicosilado e ácidos clorogênicos; triterpenos (ursólico, ácido oleanólico);
óleos voláteis (0,375%): citronelal monoterpenóide, geranial (citral a) e neral (citral b) e
sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno D).
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e carminativo.
Uso odontológico:

Anticariogênico

Lesões herpéticas
121
Posologia
Via oral:
Infusão: 1,5-4,5 g em 150 ml de água.
Extrato fluido 1:1 (g / ml): 1,5-4,5 ml.
Extrato seco 5 - 6:1 (água / água): 0,3-0,9 g.
Via tópica (uso externo):
Bochecho 3 x ao dia (folhas)
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
PROTOCOLO
NUTRICIONAL DE
FITOTERAPIA
123
PROTOCOLO NUTRICIONAL DE FITOTERAPIA
Introdução
Em 19 de maio de 2013, de acordo com a RESOLUÇÃO nº 525/2013, o Conselho
Federal de Nutricionistas reconheceu e regulamentou o uso pelo nutricionista da prática da
fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que
especifica
prescrever
plantas
medicinais,
drogas
vegetais
e
fitoterápicos
como
complemento da prescrição dietética.
Considerando o reconhecimento, pela Organização Mundial de Saúde, das práticas
integrativas e complementares considerando que o avanço das políticas públicas de
incremento às práticas integrativas e complementares nas ciências da saúde cria novas
perspectivas de mercado de trabalho para o nutricionista.
Em resumo, a resolução supracitada estabelece as regras para a prescrição, que deve
obedecer aos seguintes pontos:

O produto deve estar relacionado ao campo de atuação do nutricionista

Deve estar baseado em evidências científicas ou no uso tradicional
reconhecido

Deve ser destinado exclusivamente por via oral

Não pode estar associado a nutrientes e substâncias bioativas, mesmo que
de origem vegetal

Ser isento de prescrição médica perante a legislação sanitária vigente
A mesma resolução estabelece que a prescrição de plantas medicinais e drogas
vegetais, para o preparo de chás, pode ser feito por qualquer nutricionista, enquanto que a
prescrição dos fitoterápicos, mesmo isentos de prescrição médica - derivados de droga
vegetal (extratos, sucos, ceras, tinturas, alcoolaturas etc.), normalmente veiculados em
formas farmacêuticas - deverão ser feitas apenas pelo nutricionista portador de título de
especialista ou pós-graduado em um curso reconhecido pelo Ministério da Educação e
Cultura. Esta exigência passa a entrar em vigor no dia 20 de maio de 2016.
124
Público-alvo
O ambulatório de fitoterapia em nutrição visa a inclusão de atendimento dos seguintes
grupos de usuários:

Crianças de 5 até 12 anos

Adultos

Idosos
Critérios de exclusão

Nutrizes;

Hipertensos e diabéticos graves, com complicações clínicas advindas da
patologia como IAM, AVC, amputações, problemas vasculares graves (tromboses
ou isquemias), hepatopatias ou nefropatias;

Diabéticos insulinodependentes;

Pacientes apresentando diagnóstico de neoplasias em tratamento (radioterapia ou
quimioterapia);

Pacientes do Ambulatório de Saúde Mental, com uso de vários medicamentos
psicotrópicos que podem levar a interações e efeitos adversos com os
fitoterápicos.
Posologia
Para a prescrição de drogas vegetais, o preparo de chás deve estar harmonizado com as
recomendações vigentes da ANVISA:
No momento, os profissionais nutricionistas se enquadram na categoria de prescritores,
podendo prescrever exclusivamente drogas vegetais, por via oral.
125
Lista de espécies de interesse na nutrição
Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia
Planta medicinal utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e
na Argentina como antiasmático e antisséptico. É conhecida desde 1922.
Originária da mata atlântica brasileira, da família Celastracea, a espinheira santa (folhas) é
usada tradicionalmente como analgésica, anti-inflamatória e antiulcerogênica. Estudos em
ratos relatam efeito protetor contra lesões gástricas e ação reparadora quando ratos eram
submetidos ao estresse.
As substâncias mais relacionadas a esses efeitos da planta são: os triterpenos, flavonoides
– catequinas, epicatequinas, e taninos condensados e polissacarídeos (metabólitos
primários). Acredita-se que sua atividade antiulcerosa e anti-inflamatória está relacionada
ao conteúdo de polissacarídeos (arabinogalactanos), liberados durante a infusão e à
presença de compostos fenólicos, como os taninos, flavonoides e triterpenos.
Estudos mostraram que o uso oral da espinheira santa exerce atividade citoprotetora por
ter capacidade de se ligar a superfície da mucosa funcionando como uma camada de
proteção por aumentar a síntese de muco e combater radicais livres.
126
A presença de taninos e sua ação antioxidante protegem as células contra a oxidação
celular, incluindo a peroxidação lipídica e conferem à Espinheira Santa seus efeitos
anticarcinogênicos e mutagênicos. Os tipos de câncer em que melhor se conhecem os
benefícios preventivos são o melanoma, carcinoma, adenocarcinoma, linfoma e leucemia.
Os principais responsáveis pelo efeito gastroprotetor das folhas de espinheira santa são os
flavonoides tri e tetra glicosídeos 1 e 3. Estes constituintes fenólicos são os responsáveis
pela interrupção da secreção ácida por inibir a bomba NA-K-ATPase e modulação da
produção de óxido nítrico (NO) pelos seus constituintes.
Tmbém tem ação inibitória sobre o crescimento bacteriano de extratos vegetais aquosos e
hidroalcoólicos, caule de cancerosa.
Constituintes químicos
Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres.
Propriedades Farmacológicas
Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, antisséptico, diurético e laxativo leve.
Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa
(efeito antiúlcera), gastrites, gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais.
Os taninos presentes em sua formulação levam a um aumento do volume e do pH gástrico,
tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão; Apresenta ação antisséptica, diminuindo as
fermentações intestinais patológicas; Trata as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade
do órgão, mas corrigindo a função desviada.
Uso odontológico:

Ação bactericida contra o Streptococos mutans

Anticariogênico

Pulpites agudas

Abscessos agudos e crônicos

Periodontites, gengivites

Aftas e úlceras bucais

Dores em erupção dentária
127
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infusão até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir na absorção de ferro
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contra indicações
Não deve ser administrado a gestantes, crianças e nutrizes (redução da secreção láctea).
Não fazer bochechos após exodontias.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não existem estudos de
teratogenicidade nem maiores informações sobre sua farmacodinâmica. Durante o
aleitamento é contraindicado pois diminui a secreção do leite.
128
Tansagem
Nome botânico: Plantago major
Uma pesquisa demonstrou atividade antiinflamatória da espécie Plantago major em lesões
com processo inflamatório, como líquen plano erosivo, ulcerações aftosas recorrentes e
queilite actínica. Foram observados resultados benéficos no tratamento dessas patologias
como, por exemplo, a substituição do tradicional tratamento medicamentoso com
corticóides tópicos e/ou sistêmicos por uma opção fitoterápica que seja mais acessível para
a população e com menos efeitos colaterais quando da necessidade do uso prolongado de
corticóides sistêmicos.
Constituintes químicos
Iridoideos glicosídeos (asperulósido, aucubina, catalpol), mucilagens (arabinogalactana,
ramnogalacturonana, glucomanano, pectina), taninos, ácido clorogênico, ácido gentísico,
ácido p-hidroxibenzóico, ácido protocatecuico, ácido cafeico, flavonóides (apigenol,
luteolósido), cumarinas (esculetina ), verbascoside, plantamajósido, zinco e potássio.
Propriedades Farmacológicas
Antimicrobiano. Antiviral. Atividade antiinflamatória e analgésica. Atividade ulcerogênica.
Atividade imunomoduladora. Atividade antitumoral.
129
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1 colher de sopa / xícara. Tomar 3 a 4 xícaras / dia. A dose diária
máxima é de 3-6 gramas / droga vegetal.
Interações Medicamentosas
Desconhecidas.
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contra indicações
Desconhecidas.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Por falta de estudos de segurança, não deve ser administrado em gestantes e lactantes.
130
Hortelã-pimenta
Nome botânico: Mentha x piperita.
A hortelã da folha graúda, que devido às suas propriedades terapêuticas,
possui uso
bastante difundido dentro da medicina popular no tratamento de diversas afecções bucais.
Constituintes químicos
Luteolina, hesperidina e rutina; ácidos cafeico, clorogênicos e rosmarínico, taninos; colina;
alfa e beta-caroteno; goma; minerais; resina; tocoferóis; alfa-amirina e triterpenos
esqualeno; óleo volátil (1,2-3%) composto principalmente de monoterpenos (29-55%) de
mentol, mentona (10-40%), cineole (2-13%), pulegona (1-11%), de acetato de mentila (110%), mentofurano (0-10%), e de limoneno (0,2-6%).
Propriedades Farmacológicas
Ação antiespasmódica direta sobre a musculatura lisa do trato digestivo, assim como a
atividade colerética e carminativo. Antimicrobiana e antifúngica: atividade inibitória frente
Candida sp. Antiviral: Anti-HIV1 in vitro com atividade inibitória da transcriptase reversa do
vírus. Analgésica: atua nos nervos sensoriais, diminuindo a sensação de dor.
Antinflamatória: ácidos fenólicos. Utilizada em patologias dentária: dores, inflamações etc.
(bochechos).
Posologia
Infusão (folhas): 2 g em 150 ml de água, duas a três vezes diariamente.
Interações Medicamentosas
Não conhecidas.
131
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contra indicações
Litíase vesicular.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
132
Erva-cidreira
Nome botânico: Melissa officinalis
A Melissa officinalis é uma planta da família Lamiacea que possui, entre as várias
atividades farmacológicas conhecidas, a atividade antiviral contra o vírus do herpes
simples. Essa atividade é atribuída aos constituintes químicos derivados de ácidos
fenólicos, como o ácido caféico, acido clorogênico e, principalmente, o ácido rosmarínico,
os quais agem na inibição da replicação do DNA e RNA viral.
Constituintes químicos
Flavonóides (quercitrina, ramnocitrina, e os glicosídeos de apigenina, kaempferol,
quercetina e luteolina); ácidos fenólicos e taninos, ácido rosmarínico principalmente (até
4%), e caféico glicosilado e ácidos clorogênicos; triterpenos (ursólico, ácido oleanólico);
óleos voláteis (0,375%): citronelal monoterpenóide, geranial (citral a) e neral (citral b) e
sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno D).
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e carminativo.
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1,5 a 4,5 g em 150 ml de água.
Interações Medicamentosas
133
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contra indicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
134
Carqueja
Nome botânico: Baccharis trimera
Constituintes químicos
Alfa e beta-pineno, álcoois sesquiterpênicos, ésteres terpênicos, flavonas, flavanonas,
saponinas, flavonóides, fenólicos, lactonas sesquiterpênicas e tricotecenos, alcalóides.
Compostos específicos: apigenina, dilactonas A, B e C, diterpeno do tipo eupatorina,
germacreno-D, hispidulina, luteolina, nepetina e quercetina. O óleo essencial contém
monoterpenos (nopineno, carquejol e acetato de carquejilo). Segundo a BIONATUS:
flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictiol, eupatrina e genkawanina),
sesquiterpenos, diterpenos, lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de
carquejila, ledol, alcóois sesquiterpênicos, sesquiterpenos bi e tricíclicos, calameno, elemol,
eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercetina e esqualeno.
Propriedades Farmacológicas
Os óleos essenciais atuam sobre o hepatócito, aumentando a produção da bile e
protegendo contra peroxidação lipídica. Os princípios amargos atuam sobre as papilas
gustativas. Os flavonoides aumentam o débito urinário. Sua farmacologia ainda é pouco
estudada.
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
135
Pode interferir na absorção da glicose, aumentando o trânsito intestinal, pode reduzir a
absorção de outros medicamentos, tais como alguns antibióticos.
Efeitos Colaterais
Não há relatos.
Contra indicações
Na gravidez; na lactação (deixa o leite amargo); doses excessivas podem baixar a pressão;
na diarréia crônica; pode gerar interação medicamentosa por interferir na absorção da
glicose aumentando o trânsito intestinal e assim, podendo reduzir a absorção de outros
medicamentos. Usar com cuidado em pacientes com insulinoma ou episódios de
hipoglicemia. Uso prolongado pode causar disfunções digestivas agredindo a mucosa
gástrica. Deve ser evitada por pessoas com problemas graves de fígado. Deve-se evitar o
uso da erva fresca. Evitar em problemas graves do fígado e na presença de cálculos
biliares, pois seu uso pode provocar vômitos.
Toxicologia
Em doses terapêuticas não apresenta toxicidade.
Gravidez e Lactação
Não recomendado o uso neste período.
136
Capim limão
Nome botânico: Cymbopogon citratus
Constituintes químicos
Óleo volátil: citral, geranial e neral, geraniol, ácido gerânico e ácido nerólico, mirceno
diterpenos, metil heptenona, citronelol, linalol, farnesol; outros alcoois aldeídos, terpineol,
homoorientina, ácido clorogênico, ácido cafeico, p-cumárico, frutose, sacarina, octasanol,
flavonoides, luteolina e 6-C-glucosídeo.
Propriedades Farmacológicas
Excitante gástrico, miorelaxante, hipotensor, carminativo, emenagogo, analgésico,
antitérmico, antibacteriano de uso tópico.
Cefaléia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como relaxante
muscular (mialgias, tensões musculares de etiologiadiversa, hipertensão arterial).
Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um
regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino como
no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas, propriedade
devida ao mirceno. A atividade antibacteriana está associada também ao citral.
Posologia
4 g de folhas frescas ou 2 g de folhas secas (1 colher de sopa para xícara de água) em
infuso ou decocto em uso interno 2 a 3 vezes ao dia ou a tintura em doses de 10 a 20
ml/dia divididas em 2 ou 3 tomadas diluídas em água. O rizoma pode ser usado como
tempero e alimento.
Infusão a 2% (0,5 g/250 ml de água ou 1 colher (rasa) das de sopa). 250 ml à noite para
insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.
Interações Medicamentosas
137
Nenhuma interação foi identificada.
Efeitos Colaterais
A aplicação tópica do capim limão raramente conduz a uma reação alérgica. Nenhuma
anomalia foi detectada em exames laboratoriais após ingestão do chá. Hipotensão arterial.
Contra indicações
Contraindicado para casos de dor abdominal de causa desconhecida ou gastrite.
Toxicologia
Não existem relatos suficientes.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez pois estimula o útero e o sangramento menstrual.
138
Alecrim
Nome botânico: Rosmarinus officinalis L
O Alecrim é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro, Alecrineiro,
Alecrinzeiro ou Rosmaninho, muito utilizada no tratamento de problemas digestivos ou dor
de cabeça, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido caféico (Ácido rosmarínico), diterpenos.
Farmacologia
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de pressão, dispepsias,
perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM). Relacionado ao aumento de potássio
(K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado a estabilização das
membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD) e da
peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou aumentos
na excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Efeitos adversos
Os efeitos colaterais do Alecrim incluem reações alérgicas, quando consumido em
excesso. Cefaléias, Convulsões, espasmos. Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em doses
elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
139
Contra-indicação
Gravidez, alergias, Distúrbios gastrointestinais e renais. Diuréticos. Laxantes. Hipotensores.
Posologia
As partes usadas do alecrim são suas folhas e flores para fazer chá e banhos.
Chá de Alecrim para problemas digestivos e inflamação da garganta :colocar 4 g de folhas
numa xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Depois coar e beber 3
xícaras por dia, após as refeições;
140
Alfavaca
Nome botânico: Ocimum tenuiflorum
Constituintes químicos
Acetato de cinamila, eugenol, e beta-elemeno. Flavonóides, incluindo orientina e vicenina.
Cirsilineol, cirsimaritina, isotimusina, isotimonina, apigenina, ácido rosmarínico, e
quantidades apreciáveis de eugenol. Também inclui traços de zinco e outros minerais,
ácido ursolóico, e pelo menos cinco ácidos graxos (esteárico, palmítico, oléico, linoléico e
linolênico). Polissacáridos também foram encontrados.
Propriedades Farmacológicas
Anti-helmíntico, antiartrítico, antibiótico, hipoglicemiante, anti-inflamatório, antilipidêmico,
antioxidante, antipirético, antiulcerogênico, ansiolítico, Imunomodulador, neuroprotetor,
radioprotetor.
Posologia
Infusão: 2g da droga vegetal em uma 150 mL de água.
Suco: 10 a 20mL (folhas frescas)
Interações Medicamentosas
Anticoagulantes e barbitúricos.
Efeitos Colaterais
Hipoglicemia e dificuldades de coagulação.
141
Contra indicações
Não conhecidas.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
142
Camomila
Nome botânico: Matricaria recutita
Uma das plantas medicinais sedativas mais conhecidas e utilizadas, a camomila tem ainda
a vantagem de aliviar perturbações digestivas. Para assegurar uma noite bem dormida.
Constituintes químicos
Óleos essenciais (alfa-bisabolol, camazuleno), matricina, flavonóides (apigenina e
quercitina), cumarinas, dioxicumarina, umbeliferona e herniarina), resinas, taninos,
princípios
amargos, mucilagens, polissacarídeos, éteres bicíclicos, ácidos orgânicos,
vitamina C, terpenos, sais minerais e aminoácidos.
Propriedades Farmacológicas
Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de
mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a
matricina e as mucilagens. Inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites,
estomatites,
glossites;
efeito
antiespasmódico,
digestivo,
antiséptica,
antialérgica,
antiinflamatória, ansiolítico, calmante, carminativa, cicatrizante, emoliente, refrescante.
Posologia
Uso interno: Chá (infusão) 10 a 50 g/L – 3 xícaras/dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir com a absorção de ferro, em tratamentos prolongados. Pode ser associado
a outras plantas de efeito sinérgico.
143
Efeitos Colaterais
Dermatites de contato ou fotodermatites em pessoassensíveis
Contra indicações
Não há restrições ao seu uso tópico na literatura.
Contra indicado apenas em pessoas alérgicas a plantas da família das compostas.
Gravidez e Lactação
Uso interno contra indicado em gestantes.
Evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral.
Sem contra indicações na lactação.
144
Maracujá
Nome botânico: Passiflora incarnata
Constituintes químicos
Contém 0,82% de glicosídeos de luteolina e apigenina, vitexina, isovitexina e seus Cglicosídeos, kaempferol, quercetina e rutina; alcalóides (0,09%), principalmente harmana,
harmalina, harmina; derivados da cumarina; glicosídeos cianogênicos (ginocardina); ácidos
graxos (linoléico e linolênico); goma; maltol; fitoesteróis (estigmasterol); açúcares
(sacarose); e traços de óleo volátil.
Propriedades Farmacológicas
Sedativo, ansiolítico e antiespasmódico.
Posologia
Droga vegetal: 2 g, três a quatro vezes diárias.
Infusão: 2 g em 150 ml de água, com três a quatro vezes por dia.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
145
Contra indicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
146
Alcachofra
Nome botânico
Cynara scolymus
É uma planta medicinal, também conhecida como Cachofra, Alcachofra-hortense ou
Alcachofra comum, muito utilizada para emagrecer ou para complementar tratamentos, tais
como: baixar o colesterol, combater a anemia, regular os níveis de açúcar no sangue e
combater os gases, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido cafeoilquínico (ácido clorogênico).
Alcoois ácidos: glicérico, málico, cítrico, glicólico, lático, e succínico, metil-acrílico; Lactonas
sesquiterpênicas
a-iargas:
geosheimina,
cinaratriol,
cinaropicrina,
cinarolidina,
dihidrocinaropicrina, rossheimina, grosulfeimina e outros guaianolideos reacionados;
Flavonóides: glicosídeos da flavona apigenina, luteolina, cinarosideo, escolimosideo,
cosmosideo, quercetina, isoramnetina, maritimeina; Compostos fenólicos; óleos voláteis:
13-selineno, cariofileno, eugenol, fenilacetaldeido e óleo decanal; Ácidos graxos
poliinsaturados essenciais: ácido esteárico, palmítico, oleico e linoleico; sais minerais:
cálcio, fósforo, potássio, Vitaminas vitamina C; Aminoácidos: niacina, tiamina, fenilalanina,
tirosina histidina, alanina e pigmentos antocianicos.
Indicações
Problemas hepáticos e renais: Apesar dos novos usos, a alcachofra continua a ser
essencial para fortalecer o funcionamento do fígado e dos rins, favorecendo a
desintoxicação em problemas crônicos como a artrite, a gota e a doença hepática.
147
Colesterol alto: Testes clínicos ao longo dos últimos 30 anos descobriram que a folha da
alcachofra reduz os níveis de colesterol e de triglicerídeos, enquanto os níveis de
lipoproteínas de alta densidade (HDL) tendem a aumentar. Os níveis de colesterol
melhoraram de 5 a 45 por cento, com uma dose diária equivalente a 7g de folha seca.
Deve ser tomada durante alguns meses para melhores resultados.
Os pacientes também referiram o alívio de sintomas como enjôos, vômitos, dores
abdominais, flatulência e obstipação.
Por consequência, é agora comum tomar alcachofra para a síndrome do cólon irritável e os
sintomas a ela associados, tais como inchaço, distensão abdominal e alternância entre
diarreia e obstipação.
Outros Usos: Ácido úrico, obesidade, diabetes; debilidade geral, convalescença,
dispepsia; hipertensão, hipertireoidismo, toxemia; afecções reumáticas.
Incremento na secreção intraduodenal biliar; Aumento da eliminação de potássio.
Uso na gestação e amamentação
Por causa da falta de dados sobre a toxicidade da alcachofra, sugere-se que seu uso seja
limitado durante a gravidez. A caropicrina e a cinarase promovem a coagulação do leite,
portanto a planta está contra indicada para lactantes.
Contra indicações
Alergia as plantas da família Asteraceae e qualquer obstrução do duto biliar. Pacientes
propensos a fermentação intestinal.
Interações medicamentosas
Diuréticos. Medicamentos que interferem na coagulação sanguínea (Aspirina) e
anticoagulantes cumarínicos.
Precauções
O contato frequente com alcachofra ou outras plantas da família Asteraceae, causou
reações alérgicas em indivíduos sensíveis à dermatite de contato e urticária com contato
ocupacional com alcachofra, os componentes responsáveis são a cinaropicrina e outras
lactonas sesquiterpênicas.
Farmacologia
148
Hipotensora. Ação coletérica, diurética, Hepatoprotetora, Hipocolesterolemiante. Redução
dos níveis de triglicérides.
Posologia
Tintura:5 a 25 mL, divididos em até 3 doses diárias, com intervalos menores que 12 horas.
Vinho medicinal:2 cálices antes das principais refeições flores como alimento e medicinal.
Infuso ou Decocto:2g de folhas frescas ou 1g de folhas secas (1 colher de sobremesa
para cada xícara de água) em infuso ou decocto.
Extrato líquido:0,5 a 1 g/dia.
Extrato seco:100 a 150mg até 3 vezes ao dia.
PROTOCOLO DE
FITOTERAPIA EM
ENFERMAGEM
150
PROTOCOLO DE FITOTERAPIA EM ENFERMAGEM
Introdução
Em 19 de março de 1997, de acordo com a RESOLUÇÃO nº 197/1997, o Conselho
Federal de Enfermagem reconheceu e regulamentou as terapias alternativas (termo
sinônimo das práticas integrativas e complementares), como especialidade e/ou
qualificação do profissional de enfermagem, tendo como exemplo a acupuntura, a
fitoterapia, iridologia, reflexologia, quiropraxia, massoterapia, dentre outras.
Estas práticas têm como premissa que são oriundas, em sua maioria, de culturas
orientais, onde são exercidas ou executadas por práticos treinados sistematicamente e
repassados de geração em geração, não estando vinculados a qualquer categoria
profissional.
Esta resolução está, portanto, harmonizada com a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde e com a Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos.
Não existe até o momento, regras ou orientações técnicas para a utilização de
plantas medicinais e fitoterápicos por enfermeiros, porém é exigido que para este exercício,
o profissional deve ter concluído um curso de especialização reconhecido por instituição de
ensino ou entidade congênere, com carga horária mínima de 360 horas.
A abordagem fitoterápica do profissional de enfermagem consiste de promover
ações de prevenção e promoção à saúde, com base em orientações sobre o uso correto de
plantas medicinais e fitoterápicos pela população e recuperação à saúde, a partir de
terapêuticas preventivas, profiláticas e curativas.
Público-alvo
O ambulatório de fitoterapia em enfermagem visa a inclusão de atendimento dos
seguintes grupos de usuários:
151

Crianças: de 5 até 12 anos

Adultos

Idosos
Critérios de exclusão

Gestantes;

Nutrizes;

Hipertensos e diabéticos graves, com complicações clínicas advindas da
patologia como IAM, AVC, amputações, problemas vasculares graves (tromboses
ou isquemias), hepatopatias ou nefropatias;

Diabéticos insulinodependentes;

Pacientes apresentando diagnóstico de neoplasias em tratamento (radioterapia ou
quimioterapia);

Pacientes do Ambulatório de Saúde Mental, com uso de vários medicamentos
psicotrópicos que podem levar a interações e efeitos adversos com os
fitoterápicos.
Posologia
Para a prescrição de drogas vegetais, o preparo de chás deve estar harmonizado com as
recomendações vigentes da ANVISA:
Obs.: No momento, os profissionais de enfermagem não se enquadram na categoria de
prescritores.
152
Lista de espécies de interesse potencial na enfermagem
Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia
Planta medicinal utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e
na Argentina como antiasmático e antisséptico. É conhecida desde 1922.
Originária da mata atlântica brasileira, da família Celastracea, a espinheira santa (folhas) é
usada tradicionalmente como analgésica, anti-inflamatória e antiulcerogênica. Estudos em
ratos relatam efeito protetor contra lesões gástricas e ação reparadora quando ratos eram
submetidos ao estresse.
As substâncias mais relacionadas a esses efeitos da planta são: os triterpenos, flavonoides
– catequinas, epicatequinas, e taninos condensados e polissacarídeos (metabólitos
primários). Acredita-se que sua atividade antiulcerosa e anti-inflamatória está relacionada
ao conteúdo de polissacarídeos (arabinogalactanos), liberados durante a infusão e à
presença de compostos fenólicos, como os taninos, flavonoides e triterpenos.
Estudos mostraram que o uso oral da espinheira santa exerce atividade citoprotetora por
ter capacidade de se ligar a superfície da mucosa funcionando como uma camada de
proteção por aumentar a síntese de muco e combater radicais livres.
153
A presença de taninos e sua ação antioxidante protegem as células contra a oxidação
celular, incluindo a peroxidação lipídica e conferem à Espinheira Santa seus efeitos
anticarcinogênicos e mutagênicos. Os tipos de câncer em que melhor se conhecem os
benefícios preventivos são o melanoma, carcinoma, adenocarcinoma, linfoma e leucemia.
Os principais responsáveis pelo efeito gastroprotetor das folhas de espinheira santa são os
flavonoides tri e tetra glicosídeos 1 e 3. Estes constituintes fenólicos são os responsáveis
pela interrupção da secreção ácida por inibir a bomba NA-K-ATPase e modulação da
produção de óxido nítrico (NO) pelos seus constituintes.
Tmbém tem ação inibitória sobre o crescimento bacteriano de extratos vegetais aquosos e
hidroalcoólicos, caule de cancerosa.
Constituintes químicos
Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres.
Propriedades Farmacológicas
Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, antisséptico, diurético e laxativo leve.
Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa
(efeito antiúlcera), gastrites, gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais.
Os taninos presentes em sua formulação levam a um aumento do volume e do pH gástrico,
tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão; Apresenta ação antisséptica, diminuindo as
fermentações intestinais patológicas; Trata as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade
do órgão, mas corrigindo a função desviada.
Uso odontológico:

Ação bactericida contra o Streptococos mutans

Anticariogênico

Pulpites agudas

Abscessos agudos e crônicos

Periodontites, gengivites

Aftas e úlceras bucais

Dores em erupção dentária
154
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infusão até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir na absorção de ferro
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contraindicações
Não deve ser administrado a gestantes, crianças e nutrizes (redução da secreção láctea).
Não fazer bochechos após exodontias.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não existem estudos de
teratogenicidade nem maiores informações sobre sua farmacodinâmica. Durante o
aleitamento é contraindicado pois diminui a secreção do leite.
155
Tansagem
Nome botânico: Plantago major
Uma pesquisa demonstrou atividade antiinflamatória da espécie Plantago major em lesões
com processo inflamatório, como líquen plano erosivo, ulcerações aftosas recorrentes e
queilite actínica. Foram observados resultados benéficos no tratamento dessas patologias
como, por exemplo, a substituição do tradicional tratamento medicamentoso com
corticóides tópicos e/ou sistêmicos por uma opção fitoterápica que seja mais acessível para
a população e com menos efeitos colaterais quando da necessidade do uso prolongado de
corticóides sistêmicos.
Constituintes químicos
Iridoideos glicosídeos (asperulósido, aucubina, catalpol), mucilagens (arabinogalactana,
ramnogalacturonana, glucomanano, pectina), taninos, ácido clorogênico, ácido gentísico,
ácido p-hidroxibenzóico, ácido protocatecuico, ácido cafeico, flavonóides (apigenol,
luteolósido), cumarinas (esculetina ), verbascoside, plantamajósido, zinco e potássio.
Propriedades Farmacológicas
Antimicrobiano. Antiviral. Atividade antiinflamatória e analgésica. Atividade ulcerogênica.
Atividade imunomoduladora. Atividade antitumoral
156
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1 colher de sopa / xícara. Tomar 3 a 4 xícaras / dia. A dose diária
máxima é de 3-6 gramas / droga vegetal.
Interações Medicamentosas
Desconhecidas.
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contraindicações
Desconhecidas.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Por falta de estudos de segurança, não deve ser administrado em gestantes e lactantes.
157
Hortelã-pimenta
Nome botânico: Mentha x piperita.
A hortelã da folha graúda, que devido às suas propriedades terapêuticas,
possui uso
bastante difundido dentro da medicina popular no tratamento de diversas afecções bucais.
Constituintes químicos
Luteolina, hesperidina e rutina; ácidos cafeico, clorogênicos e rosmarínico, taninos; colina;
alfa e beta-caroteno; goma; minerais; resina; tocoferóis; alfa-amirina e triterpenos
esqualeno; óleo volátil (1,2-3%) composto principalmente de monoterpenos (29-55%) de
mentol, mentona (10-40%), cineole (2-13%), pulegona (1-11%), de acetato de mentila (110%), mentofurano (0-10%), e de limoneno (0,2-6%).
Propriedades Farmacológicas
Ação antiespasmódica direta sobre a musculatura lisa do trato digestivo, assim como a
atividade colerética e carminativo. Antimicrobiana e antifúngica: atividade inibitória frente
Candida sp. Antiviral: Anti-HIV1 in vitro com atividade inibitória da transcriptase reversa do
vírus. Analgésica: atua nos nervos sensoriais, diminuindo a sensação de dor.
Antinflamatória: ácidos fenólicos. Utilizada em patologias dentária: dores, inflamações etc.
(bochechos).
Posologia
Infusão (folhas): 2 g em 150 ml de água, duas a três vezes diariamente.
Interações Medicamentosas
158
Não conhecidas.
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contraindicações
Litíase vesicular.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
159
Erva-cidreira
Nome botânico: Melissa officinalis
A Melissa officinalis é uma planta da família Lamiacea que possui, entre as várias
atividades farmacológicas conhecidas, a atividade antiviral contra o vírus do herpes
simples. Essa atividade é atribuída aos constituintes químicos derivados de ácidos
fenólicos, como o ácido caféico, acido clorogênico e, principalmente, o ácido rosmarínico,
os quais agem na inibição da replicação do DNA e RNA viral.
Constituintes químicos
Flavonóides (quercitrina, ramnocitrina, e os glicosídeos de apigenina, kaempferol,
quercetina e luteolina); ácidos fenólicos e taninos, ácido rosmarínico principalmente (até
4%), e caféico glicosilado e ácidos clorogênicos; triterpenos (ursólico, ácido oleanólico);
óleos voláteis (0,375%): citronelal monoterpenóide, geranial (citral a) e neral (citral b) e
sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno D).
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e carminativo.
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1,5 a 4,5 g em 150 ml de água.
Interações Medicamentosas
160
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
161
Pata-de-vaca
Nome botânico: Bauhinia forficata
É uma árvore perene que se adapta a todo plantio do solo, necessitando de iluminação
plena. O plantio é feito através de sementes, em sementeira. Especialmente as folhas são
consideradas antidiabéticas, sendo aplicadas na prática da medicina caseira em outras
doenças
Composição química
Flavonoides, alcalóides, saponinas, ácidos orgânicos e saponinas.
Indicações
Hipoglicemiante (antidiabético), purgativo, diurético e antioxidante.
Uso na gestação e amamentação
Não há informações da sua farmacocinética ou seu uso nestas condições.
Contraindicações
Não existem relatos.
Interações medicamentosas
Com medicamentos antidiabéticos e drogas compostas por insulina.
Precauções
Evitar uso em pacientes com distúrbios da coagulação sanguínea.
162
Farmacologia
Tem a capacidade de diminuir o açúcar de sangue, triglicerídeos também foram reduzidos,
colesterol total e níveis de HDL.
Posologia
Como hipoglicêmica: dose de 3g/dia de folhas, por 56 dias.
Infusão ou decocção sob forma de banhos: elefantíase e mordidas de cobra.
Infusão de 2 xícaras das de cafezinho da folha picada em ½ litro de água ou 1 folha picada
por xícaras de chá. Tomar 4 a 6 xícaras de chá ao dia (diabetes); Decocção de 1 colher
das de sopa do pó da casca e folhas secas em 1 xícara de água. Tomar ½ a 1 xícara de
chá ao dia; - decocção: ferver 1 a 2 colheres das de chá de folhas em 1 xícara das de chá
de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia - infusão a 2%: até 6 xícaras de chá ao dia; - infusão
de 2 colheres de sopa de folhas (e ou flores picadas) para 1 litro de água fervente. Tomar 3
a 4 xícaras do chá morno por dia; ½cálice de água, 3 vezes ao dia.
163
Carqueja
Nome botânico: Baccharis trimera
Constituintes químicos
Alfa e beta-pineno, álcoois sesquiterpênicos, ésteres terpênicos, flavonas, flavanonas,
saponinas, flavonóides, fenólicos, lactonas sesquiterpênicas e tricotecenos, alcalóides.
Compostos específicos: apigenina, dilactonas A, B e C, diterpeno do tipo eupatorina,
germacreno-D, hispidulina, luteolina, nepetina e quercetina. O óleo essencial contém
monoterpenos (nopineno, carquejol e acetato de carquejilo). Segundo a BIONATUS:
flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictiol, eupatrina e genkawanina),
sesquiterpenos, diterpenos, lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de
carquejila, ledol, alcóois sesquiterpênicos, sesquiterpenos bi e tricíclicos, calameno, elemol,
eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercetina e esqualeno.
Propriedades Farmacológicas
Os óleos essenciais atuam sobre o hepatócito, aumentando a produção da bile e
protegendo contra peroxidação lipídica. Os princípios amargos atuam sobre as papilas
gustativas. Os flavonoides aumentam o débito urinário. Sua farmacologia ainda é pouco
estudada.
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
164
Pode interferir na absorção da glicose, aumentando o trânsito intestinal, pode reduzir a
absorção de outros medicamentos, tais como alguns antibióticos.
Efeitos Colaterais
Não há relatos.
Contraindicações
Na gravidez; na lactação (deixa o leite amargo); doses excessivas podem baixar a pressão;
na diarréia crônica; pode gerar interação medicamentosa por interferir na absorção da
glicose aumentando o trânsito intestinal e assim, podendo reduzir a absorção de outros
medicamentos. Usar com cuidado em pacientes com insulinoma ou episódios de
hipoglicemia. Uso prolongado pode causar disfunções digestivas agredindo a mucosa
gástrica. Deve ser evitada por pessoas com problemas graves de fígado. Deve-se evitar o
uso da erva fresca. Evitar em problemas graves do fígado e na presença de cálculos
biliares, pois seu uso pode provocar vômitos.
Toxicologia
Em doses terapêuticas não apresenta toxicidade.
Gravidez e Lactação
Não recomendado o uso neste período.
165
Capim limão
Nome botânico: Cymbopogon citratus
Constituintes químicos
Óleo volátil: citral, geranial e neral, geraniol, ácido gerânico e ácido nerólico, mirceno
diterpenos, metil heptenona, citronelol, linalol, farnesol; outros alcoois aldeídos, terpineol,
homoorientina, ácido clorogênico, ácido cafeico, p-cumárico, frutose, sacarina, octasanol,
flavonoides, luteolina e 6-C-glucosídeo.
Propriedades Farmacológicas
Excitante gástrico, miorelaxante, hipotensor, carminativo, emenagogo, analgésico,
antitérmico, antibacteriano de uso tópico.
Cefaléia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como relaxante
muscular (mialgias, tensões musculares de etiologiadiversa, hipertensão arterial).
Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um
regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino como
no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas, propriedade
devida ao mirceno. A atividade antibacteriana está associada também ao citral.
Posologia
4 g de folhas frescas ou 2 g de folhas secas (1 colher de sopa para xícara de água) em
infuso ou decocto em uso interno 2 a 3 vezes ao dia ou a tintura em doses de 10 a 20
ml/dia divididas em 2 ou 3 tomadas diluídas em água. O rizoma pode ser usado como
tempero e alimento.
Infusão a 2% (0,5 g/250 ml de água ou 1 colher (rasa) das de sopa). 250 ml à noite para
insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.
166
Interações Medicamentosas
Nenhuma interação foi identificada.
Efeitos Colaterais
A aplicação tópica do capim limão raramente conduz a uma reação alérgica. Nenhuma
anomalia foi detectada em exames laboratoriais após ingestão do chá. Hipotensão arterial.
Contraindicações
Contraindicado para casos de dor abdominal de causa desconhecida ou gastrite.
Toxicologia
Não existem relatos suficientes.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez pois estimula o útero e o sangramento menstrual.
167
Alecrim
Nome botânico: Rosmarinus officinalis L
O Alecrim é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro, Alecrineiro,
Alecrinzeiro ou Rosmaninho, muito utilizada no tratamento de problemas digestivos ou dor
de cabeça, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido caféico (Ácido rosmarínico), diterpenos.
Farmacologia
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de pressão, dispepsias,
perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM). Relacionado ao aumento de potássio
(K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado a estabilização das
membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD) e da
peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou aumentos
na excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Efeitos adversos
Os efeitos colaterais do Alecrim incluem reações alérgicas, quando consumido em
excesso. Cefaléias, Convulsões, espasmos. Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em doses
elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
168
Contraindicação
Gravidez, alergias, Distúrbios gastrointestinais e renais. Diuréticos. Laxantes. Hipotensores.
Posologia
As partes usadas do alecrim são suas folhas e flores para fazer chá e banhos.
Chá de Alecrim para problemas digestivos e inflamação da garganta :colocar 4 g de folhas
numa xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Depois coar e beber 3
xícaras por dia, após as refeições;
169
Alfavaca
Nome botânico: Ocimum tenuiflorum
Constituintes químicos
Acetato de cinamila, eugenol, e beta-elemeno. Flavonóides, incluindo orientina e vicenina.
Cirsilineol, cirsimaritina, isotimusina, isotimonina, apigenina, ácido rosmarínico, e
quantidades apreciáveis de eugenol. Também inclui traços de zinco e outros minerais,
ácido ursolóico, e pelo menos cinco ácidos graxos (esteárico, palmítico, oléico, linoléico e
linolênico). Polissacáridos também foram encontrados.
Propriedades Farmacológicas
Anti-helmíntico, antiartrítico, antibiótico, hipoglicemiante, anti-inflamatório, antilipidêmico,
antioxidante, antipirético, antiulcerogênico, ansiolítico, Imunomodulador, neuroprotetor,
radioprotetor.
Posologia
Infusão: 2g da droga vegetal em uma 150 mL de água.
Suco: 10 a 20mL (folhas frescas)
Interações Medicamentosas
Anticoagulantes e barbitúricos.
Efeitos Colaterais
Hipoglicemia e dificuldades de coagulação.
170
Contraindicações
Não conhecidas.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
171
Camomila
Nome botânico: Matricaria recutita
Uma das plantas medicinais sedativas mais conhecidas e utilizadas, a camomila tem ainda
a vantagem de aliviar perturbações digestivas. Para assegurar uma noite bem dormida.
Constituintes químicos
Óleos essenciais (alfa-bisabolol, camazuleno), matricina, flavonóides (apigenina e
quercitina), cumarinas, dioxicumarina, umbeliferona e herniarina), resinas, taninos,
princípios
amargos, mucilagens, polissacarídeos, éteres bicíclicos, ácidos orgânicos,
vitamina C, terpenos, sais minerais e aminoácidos.
Propriedades Farmacológicas
Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de
mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a
matricina e as mucilagens. Inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites,
estomatites,
glossites;
efeito
antiespasmódico,
digestivo,
antiséptica,
antialérgica,
antiinflamatória, ansiolítico, calmante, carminativa, cicatrizante, emoliente, refrescante.
Posologia
Uso interno: Chá (infusão) 10 a 50 g/L – 3 xícaras/dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir com a absorção de ferro, em tratamentos prolongados. Pode ser associado
a outras plantas de efeito sinérgico.
172
Efeitos Colaterais
Dermatites de contato ou fotodermatites em pessoassensíveis
Contraindicações
Não há restrições ao seu uso tópico na literatura.
Contra indicado apenas em pessoas alérgicas a plantas da família das compostas.
Gravidez e Lactação
Uso interno contra indicado em gestantes.
Evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral.
Sem contra indicações na lactação.
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Maracujá
Nome botânico: Passiflora incarnata
Constituintes químicos
Contém 0,82% de glicosídeos de luteolina e apigenina, vitexina, isovitexina e seus Cglicosídeos, kaempferol, quercetina e rutina; alcalóides (0,09%), principalmente harmana,
harmalina, harmina; derivados da cumarina; glicosídeos cianogênicos (ginocardina); ácidos
graxos (linoléico e linolênico); goma; maltol; fitoesteróis (estigmasterol); açúcares
(sacarose); e traços de óleo volátil.
Propriedades Farmacológicas
Sedativo, ansiolítico e antiespasmódico.
Posologia
Droga vegetal: 2 g, três a quatro vezes diárias.
Infusão: 2 g em 150 ml de água, com três a quatro vezes por dia.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
174
Contraindicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
175
Embaúba
Nome botânico: Cecropia sp.
Planta medicinal, também conhecida como ambaia-tinga, árvore-da-preguiça e imbaíba,
utilizada em medicina para combater a pressão alta. O seu nome científico é Cecropia
peltata e pode ser comprada em farmácias de manipulação e em algumas lojas de
produtos naturais.
Constituintes químicos
Açúcares (polissacarídeos), polifenois, cumarinas, taninos, flavonoides (iso-orientina,
leucocianidina), alcalóides (cecropina), glicosídeos (ambaína); triterpenos, esteróides,
lipídeos, resinas.
Propriedades Farmacológicas
As propriedades da Embaúba incluem sua ação cardiotônica, diurética, anti-hemorrágica,
adstringente,
antiasmática,
analgésica,
anti-séptica,
cicatrizante,
expectorante
e
hipotensora.
Existem relatos a cerca do uso da embaina (glicosídeo) e da cecropina (alcaloide) como
sendo os princípios ativos responsáveis pelos efeitos cardiotônicos e diuréticos. Pesquisas
demonstram o efeito de flavonoides e proantocianidias como inibidora da ECA.
Posologia
Pode ser utilizada toda a planta da Embaúba pra fazer chás, infusões, sucos e pomadas.
Suco: O suco das folhas de embaúba é utilizado para tosse e problemas respiratórios.
176
Chá: Adicionar os componentes de embaúba em água fervente. Beber uma xícara de chá,
3 vezes ao dia.
Adultos: 7,5 mL de tintura divididos em 3 doses diárias, diluídos em água;
2 g de planta seca ou 4 g de planta fresca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de
folhas em decocto ou infuso até 3 vezes ao dia com intervalos de até 12 horas;
2 a 3 g de pós das folhas sob a forma de cápsula ou tablete tomados 2 vezes ao dia;
O infuso de 30 g da planta frasca – folhas ou cascas - pode ser utilizado para lavagens,
assentos e compressa em feridas. Preparações da raiz são indicadas para afecções
hepáticas e o fruto como laxativo.
Crianças: tomam de 1/3 a ½ de dose, de acordo com a idade.
Interações Medicamentosas
Possível descrição de interação que pode potencializar o efeito de cardiotônicos, como os
digitálicos; assim como antihipertensivos e inibidores da ECA. Pode ainda potencializar
antidiabéticos e insulina.
Efeitos Colaterais
Não estão descritos efeitos colaterais para a Embaúba.
Contraindicações
A Embaúba está contraindicada para mulheres grávidas.
Toxicologia
Sem toxicidade nas doses recomendadas.
Gravidez e Lactação
A Embaúba não deve ser utilizada durante este período. É tradicionalmente usada para
facilitar o trabalho de parto e promover menstruação. Não afeta a lactação
PROTOCOLO
FARMACÊUTICO DE
FITOTERAPIA
178
PROTOCOLO FARMACÊUTICO DE FITOTERAPIA
Introdução
Em 29 de agosto de 2013, o Conselho Federal de Farmácia passou a regulamentar
a prescrição farmacêutica no Brasil (RE 586/2013), prática esta integrada às atribuições
clínicas do farmacêutico (RE 585/2013) e que é definida como o ato pelo qual o
farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, e
outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção,
proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de
saúde.
Dentre estas terapias farmacológicas encontra-se a fitoterapia, da qual o profissional
farmacêutico também possui regulamentação específica, conforme resolução nº 546/2011,
de 21 de julho de 2011, que regulamenta a indicação farmacêutica no Brasil de plantas
medicinais e fitoterápicos isentos de prescrição médica. Este ato, conforme esta resolução,
deve ser praticado em área específica do estabelecimento farmacêutico, registrado e
documentado, fundamentado na informação e educação ao paciente/usuário sobre o uso
correto e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, que possibilite o êxito da
terapêutica, induza a mudanças nos hábitos de vida e proporcione melhores condições de
saúde à população.
Este ato tem como objetivos :
I. Prevenir potenciais problemas relacionados ao uso, informando os
benefícios e riscos de sua utilização;
II. Comprometer o paciente na adesão ao tratamento, assegurando-lhe o
direito de conhecer a razão do uso;
III. Monitorar e avaliar a resposta terapêutica;
IV. Aproximar o farmacêutico da comunidade.
A prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes estabelecimentos
farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção à saúde, desde que respeitado o
princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento.
179
É permito ao farmacêutico a prescrição de medicamentos e outros produtos com
finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, o que inclui
medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou dinamizados -,
plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que
venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico.
Porém, é permitido também ao farmacêutico a prescrição de medicamentos sob
prescrição médica, quando condicionado a programas, diretrizes, protocolos ou normas
técnicas aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde,
mas que para isto, é necessário o reconhecimento do título de especialista na área clínica,
com competências formadas dentro do campo de conhecimento de boas práticas de
prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e
terapêutica.
A resolução 586/2011 cita que o ato da prescrição de medicamentos dinamizados e
de terapias relacionadas às práticas integrativas e complementares (incluindo a fitoterapia),
deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades relacionados a estas práticas.
Este ato deve contemplar o tratamento de doenças de baixa gravidade e de evolução
benina.
Esta resolução está, portanto, harmonizada com a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde e com a Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos.
Público-alvo
O ambulatório de fitoterapia em farmácia visa a inclusão de atendimento dos
seguintes grupos de usuários:

Crianças: de 5 até 12 anos

Adultos

Idosos
Critérios de exclusão
180

Gestantes;

Nutrizes;

Hipertensos e diabéticos graves, com complicações clínicas advindas da
patologia como IAM, AVC, amputações, problemas vasculares graves (tromboses
ou isquemias), hepatopatias ou nefropatias;

Diabéticos insulinodependentes;

Pacientes apresentando diagnóstico de neoplasias em tratamento (radioterapia ou
quimioterapia);

Pacientes do Ambulatório de Saúde Mental, com uso de vários medicamentos
psicotrópicos que podem levar a interações e efeitos adversos com os
fitoterápicos.
Posologia
Para a prescrição de drogas vegetais, o preparo de chás deve estar harmonizado com as
recomendações vigentes da ANVISA:
Obs: No momento, os profissionais farmacêuticos não se enquadram na categoria de
prescritores.
181
Lista de espécies de interesse potencial ao farmacêutico
Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia
Planta medicinal utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e
na Argentina como antiasmático e antisséptico. É conhecida desde 1922.
Originária da mata atlântica brasileira, da família Celastracea, a espinheira santa (folhas) é
usada tradicionalmente como analgésica, anti-inflamatória e antiulcerogênica. Estudos em
ratos relatam efeito protetor contra lesões gástricas e ação reparadora quando ratos eram
submetidos ao estresse.
As substâncias mais relacionadas a esses efeitos da planta são: os triterpenos, flavonoides
– catequinas, epicatequinas, e taninos condensados e polissacarídeos (metabólitos
primários). Acredita-se que sua atividade antiulcerosa e anti-inflamatória está relacionada
ao conteúdo de polissacarídeos (arabinogalactanos), liberados durante a infusão e à
presença de compostos fenólicos, como os taninos, flavonoides e triterpenos.
Estudos mostraram que o uso oral da espinheira santa exerce atividade citoprotetora por
ter capacidade de se ligar a superfície da mucosa funcionando como uma camada de
proteção por aumentar a síntese de muco e combater radicais livres.
A presença de taninos e sua ação antioxidante protegem as células contra a oxidação
celular, incluindo a peroxidação lipídica e conferem à Espinheira Santa seus efeitos
182
anticarcinogênicos e mutagênicos. Os tipos de câncer em que melhor se conhecem os
benefícios preventivos são o melanoma, carcinoma, adenocarcinoma, linfoma e leucemia.
Os principais responsáveis pelo efeito gastroprotetor das folhas de espinheira santa são os
flavonoides tri e tetra glicosídeos 1 e 3. Estes constituintes fenólicos são os responsáveis
pela interrupção da secreção ácida por inibir a bomba NA-K-ATPase e modulação da
produção de óxido nítrico (NO) pelos seus constituintes.
Tmbém tem ação inibitória sobre o crescimento bacteriano de extratos vegetais aquosos e
hidroalcoólicos, caule de cancerosa.
Constituintes químicos
Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres.
Propriedades Farmacológicas
Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, antisséptico, diurético e laxativo leve.
Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa
(efeito antiúlcera), gastrites, gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais.
Os taninos presentes em sua formulação levam a um aumento do volume e do pH gástrico,
tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão; Apresenta ação antisséptica, diminuindo as
fermentações intestinais patológicas; Trata as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade
do órgão, mas corrigindo a função desviada.
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infusão até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir na absorção de ferro
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contraindicações
183
Não deve ser administrado a gestantes, crianças e nutrizes (redução da secreção láctea).
Não fazer bochechos após exodontias.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não existem estudos de
teratogenicidade nem maiores informações sobre sua farmacodinâmica. Durante o
aleitamento é contraindicado pois diminui a secreção do leite.
184
Tansagem
Nome botânico: Plantago major
Uma pesquisa demonstrou atividade antiinflamatória da espécie Plantago major em lesões
com processo inflamatório, como líquen plano erosivo, ulcerações aftosas recorrentes e
queilite actínica. Foram observados resultados benéficos no tratamento dessas patologias
como, por exemplo, a substituição do tradicional tratamento medicamentoso com
corticóides tópicos e/ou sistêmicos por uma opção fitoterápica que seja mais acessível para
a população e com menos efeitos colaterais quando da necessidade do uso prolongado de
corticóides sistêmicos.
Constituintes químicos
Iridoideos glicosídeos (asperulósido, aucubina, catalpol), mucilagens (arabinogalactana,
ramnogalacturonana, glucomanano, pectina), taninos, ácido clorogênico, ácido gentísico,
ácido p-hidroxibenzóico, ácido protocatecuico, ácido cafeico, flavonóides (apigenol,
luteolósido), cumarinas (esculetina ), verbascoside, plantamajósido, zinco e potássio.
Propriedades Farmacológicas
Antimicrobiano. Antiviral. Atividade antiinflamatória e analgésica. Atividade ulcerogênica.
Atividade imunomoduladora. Atividade antitumoral
185
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1 colher de sopa / xícara. Tomar 3 a 4 xícaras / dia. A dose diária
máxima é de 3-6 gramas / droga vegetal.
Interações Medicamentosas
Desconhecidas.
Efeitos Colaterais
As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos.
Contraindicações
Desconhecidas.
Toxicologia
Os resultados obtidos até o momento não destacaram toxicologia na dose recomendada.
Gravidez e Lactação
Por falta de estudos de segurança, não deve ser administrado em gestantes e lactantes.
186
Hortelã-pimenta
Nome botânico: Mentha x piperita.
A hortelã da folha graúda, que devido às suas propriedades terapêuticas,
possui uso
bastante difundido dentro da medicina popular no tratamento de diversas afecções bucais.
Constituintes químicos
Luteolina, hesperidina e rutina; ácidos cafeico, clorogênicos e rosmarínico, taninos; colina;
alfa e beta-caroteno; goma; minerais; resina; tocoferóis; alfa-amirina e triterpenos
esqualeno; óleo volátil (1,2-3%) composto principalmente de monoterpenos (29-55%) de
mentol, mentona (10-40%), cineole (2-13%), pulegona (1-11%), de acetato de mentila (110%), mentofurano (0-10%), e de limoneno (0,2-6%).
Propriedades Farmacológicas
Ação antiespasmódica direta sobre a musculatura lisa do trato digestivo, assim como a
atividade colerética e carminativo. Antimicrobiana e antifúngica: atividade inibitória frente
Candida sp. Antiviral: Anti-HIV1 in vitro com atividade inibitória da transcriptase reversa do
vírus. Analgésica: atua nos nervos sensoriais, diminuindo a sensação de dor.
Antinflamatória: ácidos fenólicos. Utilizada em patologias dentária: dores, inflamações etc.
(bochechos).
Posologia
Infusão (folhas): 2 g em 150 ml de água, duas a três vezes diariamente.
Interações Medicamentosas
187
Não conhecidas.
Efeitos Colaterais
Não conhecidos.
Contraindicações
Litíase vesicular.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
188
Erva-cidreira
Nome botânico: Melissa officinalis
A Melissa officinalis é uma planta da família Lamiacea que possui, entre as várias
atividades farmacológicas conhecidas, a atividade antiviral contra o vírus do herpes
simples. Essa atividade é atribuída aos constituintes químicos derivados de ácidos
fenólicos, como o ácido caféico, acido clorogênico e, principalmente, o ácido rosmarínico,
os quais agem na inibição da replicação do DNA e RNA viral.
Constituintes químicos
Flavonóides (quercitrina, ramnocitrina, e os glicosídeos de apigenina, kaempferol,
quercetina e luteolina); ácidos fenólicos e taninos, ácido rosmarínico principalmente (até
4%), e caféico glicosilado e ácidos clorogênicos; triterpenos (ursólico, ácido oleanólico);
óleos voláteis (0,375%): citronelal monoterpenóide, geranial (citral a) e neral (citral b) e
sesquiterpenos (beta-cariofileno, germacreno D).
Propriedades Farmacológicas
Sedativo e carminativo.
Posologia
Via oral:
Infusão (folhas): 1,5 a 4,5 g em 150 ml de água.
Interações Medicamentosas
189
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contra indicações
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
190
Pata-de-vaca
Nome botânico: Bauhinia forficata
É uma árvore perene que se adapta a todo plantio do solo, necessitando de iluminação
plena. O plantio é feito através de sementes, em sementeira. Especialmente as folhas são
consideradas antidiabéticas, sendo aplicadas na prática da medicina caseira em outras
doenças
Composição química
Flavonoides, alcalóides, saponinas, ácidos orgânicos e saponinas.
Indicações
Hipoglicemiante (antidiabético), purgativo, diurético e antioxidante.
Uso na gestação e amamentação
Não há informações da sua farmacocinética ou seu uso nestas condições.
Contraindicações
Não existem relatos.
Interações medicamentosas
Com medicamentos antidiabéticos e drogas compostas por insulina.
Precauções
Evitar uso em pacientes com distúrbios da coagulação sanguínea.
191
Farmacologia
Tem a capacidade de diminuir o açúcar de sangue, triglicerídeos também foram reduzidos,
colesterol total e níveis de HDL.
Posologia
Como hipoglicêmica: dose de 3g/dia de folhas, por 56 dias.
Infusão ou decocção sob forma de banhos: elefantíase e mordidas de cobra.
Infusão de 2 xícaras das de cafezinho da folha picada em ½ litro de água ou 1 folha picada
por xícaras de chá. Tomar 4 a 6 xícaras de chá ao dia (diabetes); Decocção de 1 colher
das de sopa do pó da casca e folhas secas em 1 xícara de água. Tomar ½ a 1 xícara de
chá ao dia; - decocção: ferver 1 a 2 colheres das de chá de folhas em 1 xícara das de chá
de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia - infusão a 2%: até 6 xícaras de chá ao dia; - infusão
de 2 colheres de sopa de folhas (e ou flores picadas) para 1 litro de água fervente. Tomar 3
a 4 xícaras do chá morno por dia; ½cálice de água, 3 vezes ao dia.
192
Carqueja
Nome botânico: Baccharis trimera
Constituintes químicos
Alfa e beta-pineno, álcoois sesquiterpênicos, ésteres terpênicos, flavonas, flavanonas,
saponinas, flavonóides, fenólicos, lactonas sesquiterpênicas e tricotecenos, alcalóides.
Compostos específicos: apigenina, dilactonas A, B e C, diterpeno do tipo eupatorina,
germacreno-D, hispidulina, luteolina, nepetina e quercetina. O óleo essencial contém
monoterpenos (nopineno, carquejol e acetato de carquejilo). Segundo a BIONATUS:
flavonóides (apigenina, cirsiliol, cirsimantina, eriodictiol, eupatrina e genkawanina),
sesquiterpenos, diterpenos, lignanos, alfa e beta pinenos, canfeno, carquejol, acetato de
carquejila, ledol, alcóois sesquiterpênicos, sesquiterpenos bi e tricíclicos, calameno, elemol,
eudesmol, palustrol, nerotidol, hispidulina, campferol, quercetina e esqualeno.
Propriedades Farmacológicas
Os óleos essenciais atuam sobre o hepatócito, aumentando a produção da bile e
protegendo contra peroxidação lipídica. Os princípios amargos atuam sobre as papilas
gustativas. Os flavonoides aumentam o débito urinário. Sua farmacologia ainda é pouco
estudada.
Posologia
2 g de droga seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso até 3 vezes ao
dia.
Interações Medicamentosas
193
Pode interferir na absorção da glicose, aumentando o trânsito intestinal, pode reduzir a
absorção de outros medicamentos, tais como alguns antibióticos.
Efeitos Colaterais
Não há relatos.
Contraindicações
Na gravidez; na lactação (deixa o leite amargo); doses excessivas podem baixar a pressão;
na diarréia crônica; pode gerar interação medicamentosa por interferir na absorção da
glicose aumentando o trânsito intestinal e assim, podendo reduzir a absorção de outros
medicamentos. Usar com cuidado em pacientes com insulinoma ou episódios de
hipoglicemia. Uso prolongado pode causar disfunções digestivas agredindo a mucosa
gástrica. Deve ser evitada por pessoas com problemas graves de fígado. Deve-se evitar o
uso da erva fresca. Evitar em problemas graves do fígado e na presença de cálculos
biliares, pois seu uso pode provocar vômitos.
Toxicologia
Em doses terapêuticas não apresenta toxicidade.
Gravidez e Lactação
Não recomendado o uso neste período.
194
Capim limão
Nome botânico: Cymbopogon citratus
Constituintes químicos
Óleo volátil: citral, geranial e neral, geraniol, ácido gerânico e ácido nerólico, mirceno
diterpenos, metil heptenona, citronelol, linalol, farnesol; outros alcoois aldeídos, terpineol,
homoorientina, ácido clorogênico, ácido cafeico, p-cumárico, frutose, sacarina, octasanol,
flavonoides, luteolina e 6-C-glucosídeo.
Propriedades Farmacológicas
Excitante gástrico, miorelaxante, hipotensor, carminativo, emenagogo, analgésico,
antitérmico, antibacteriano de uso tópico.
Cefaléia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como relaxante
muscular (mialgias, tensões musculares de etiologiadiversa, hipertensão arterial).
Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um
regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino como
no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas, propriedade
devida ao mirceno. A atividade antibacteriana está associada também ao citral.
Posologia
4 g de folhas frescas ou 2 g de folhas secas (1 colher de sopa para xícara de água) em
infuso ou decocto em uso interno 2 a 3 vezes ao dia ou a tintura em doses de 10 a 20
ml/dia divididas em 2 ou 3 tomadas diluídas em água. O rizoma pode ser usado como
tempero e alimento.
Infusão a 2% (0,5 g/250 ml de água ou 1 colher (rasa) das de sopa). 250 ml à noite para
insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.
195
Interações Medicamentosas
Nenhuma interação foi identificada.
Efeitos Colaterais
A aplicação tópica do capim limão raramente conduz a uma reação alérgica. Nenhuma
anomalia foi detectada em exames laboratoriais após ingestão do chá. Hipotensão arterial.
Contraindicações
Contraindicado para casos de dor abdominal de causa desconhecida ou gastrite.
Toxicologia
Não existem relatos suficientes.
Gravidez e Lactação
Não deve ser usado durante a gravidez pois estimula o útero e o sangramento menstrual.
196
Alecrim
Nome botânico: Rosmarinus officinalis L
O Alecrim é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro, Alecrineiro,
Alecrinzeiro ou Rosmaninho, muito utilizada no tratamento de problemas digestivos ou dor
de cabeça, por exemplo.
Composição química
Derivados do ácido caféico (Ácido rosmarínico), diterpenos.
Farmacologia
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de pressão, dispepsias,
perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM). Relacionado ao aumento de potássio
(K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado a estabilização das
membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD) e da
peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou aumentos
na excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Efeitos adversos
Os efeitos colaterais do Alecrim incluem reações alérgicas, quando consumido em
excesso. Cefaléias, Convulsões, espasmos. Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em doses
elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
197
Contraindicação
Gravidez, alergias, Distúrbios gastrointestinais e renais. Diuréticos. Laxantes. Hipotensores.
Posologia
As partes usadas do alecrim são suas folhas e flores para fazer chá e banhos.
Chá de Alecrim para problemas digestivos e inflamação da garganta :colocar 4 g de folhas
numa xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Depois coar e beber 3
xícaras por dia, após as refeições;
198
Alfavaca
Nome botânico: Ocimum tenuiflorum
Constituintes químicos
Acetato de cinamila, eugenol, e beta-elemeno. Flavonóides, incluindo orientina e vicenina.
Cirsilineol, cirsimaritina, isotimusina, isotimonina, apigenina, ácido rosmarínico, e
quantidades apreciáveis de eugenol. Também inclui traços de zinco e outros minerais,
ácido ursolóico, e pelo menos cinco ácidos graxos (esteárico, palmítico, oléico, linoléico e
linolênico). Polissacáridos também foram encontrados.
Propriedades Farmacológicas
Anti-helmíntico, antiartrítico, antibiótico, hipoglicemiante, anti-inflamatório, antilipidêmico,
antioxidante, antipirético, antiulcerogênico, ansiolítico, Imunomodulador, neuroprotetor,
radioprotetor.
Posologia
Infusão: 2g da droga vegetal em uma 150 mL de água.
Suco: 10 a 20mL (folhas frescas)
Interações Medicamentosas
Anticoagulantes e barbitúricos.
Efeitos Colaterais
Hipoglicemia e dificuldades de coagulação.
199
Contraindicações
Não conhecidas.
Toxicologia
Não existem relatos a cerca da toxicologia.
Gravidez e Lactação
Não é recomendado o uso durante a gestação e durante a amamentação, até que maiores
estudos sejam efetuados.
200
Camomila
Nome botânico: Matricaria recutita
Uma das plantas medicinais sedativas mais conhecidas e utilizadas, a camomila tem ainda
a vantagem de aliviar perturbações digestivas. Para assegurar uma noite bem dormida.
Constituintes químicos
Óleos essenciais (alfa-bisabolol, camazuleno), matricina, flavonóides (apigenina e
quercitina), cumarinas, dioxicumarina, umbeliferona e herniarina), resinas, taninos,
princípios
amargos, mucilagens, polissacarídeos, éteres bicíclicos, ácidos orgânicos,
vitamina C, terpenos, sais minerais e aminoácidos.
Propriedades Farmacológicas
Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de
mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a
matricina e as mucilagens. Inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites,
estomatites,
glossites;
efeito
antiespasmódico,
digestivo,
antiséptica,
antialérgica,
antiinflamatória, ansiolítico, calmante, carminativa, cicatrizante, emoliente, refrescante.
Posologia
Uso interno: Chá (infusão) 10 a 50 g/L – 3 xícaras/dia.
Interações Medicamentosas
Pode interferir com a absorção de ferro, em tratamentos prolongados. Pode ser associado
a outras plantas de efeito sinérgico.
201
Efeitos Colaterais
Dermatites de contato ou fotodermatites em pessoassensíveis
Contraindicações
Não há restrições ao seu uso tópico na literatura.
Contra indicado apenas em pessoas alérgicas a plantas da família das compostas.
Gravidez e Lactação
Uso interno contra indicado em gestantes.
Evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral.
Sem contra indicações na lactação.
202
Maracujá
Nome botânico: Passiflora incarnata
Constituintes químicos
Contém 0,82% de glicosídeos de luteolina e apigenina, vitexina, isovitexina e seus Cglicosídeos, kaempferol, quercetina e rutina; alcalóides (0,09%), principalmente harmana,
harmalina, harmina; derivados da cumarina; glicosídeos cianogênicos (ginocardina); ácidos
graxos (linoléico e linolênico); goma; maltol; fitoesteróis (estigmasterol); açúcares
(sacarose); e traços de óleo volátil.
Propriedades Farmacológicas
Sedativo, ansiolítico e antiespasmódico.
Posologia
Droga vegetal: 2 g, três a quatro vezes diárias.
Infusão: 2 g em 150 ml de água, com três a quatro vezes por dia.
Interações Medicamentosas
A potenciação da eficácia é possível em substâncias que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como álcool, barbitúricos e agentes psicofarmacológicos.
Efeitos Colaterais
Desconhecidos.
Contraindicações
203
Desconhecidos.
Gravidez e Lactação
Desconhecidos.
204
Embaúba
Nome botânico: Cecropia sp.
Planta medicinal, também conhecida como ambaia-tinga, árvore-da-preguiça e imbaíba,
utilizada em medicina para combater a pressão alta. O seu nome científico é Cecropia
peltata e pode ser comprada em farmácias de manipulação e em algumas lojas de
produtos naturais.
Constituintes químicos
Açúcares (polissacarídeos), polifenois, cumarinas, taninos, flavonoides (iso-orientina,
leucocianidina), alcalóides (cecropina), glicosídeos (ambaína); triterpenos, esteróides,
lipídeos, resinas.
Propriedades Farmacológicas
As propriedades da Embaúba incluem sua ação cardiotônica, diurética, anti-hemorrágica,
adstringente,
antiasmática,
analgésica,
anti-séptica,
cicatrizante,
expectorante
e
hipotensora.
Existem relatos a cerca do uso da embaina (glicosídeo) e da cecropina (alcaloide) como
sendo os princípios ativos responsáveis pelos efeitos cardiotônicos e diuréticos. Pesquisas
demonstram o efeito de flavonoides e proantocianidias como inibidora da ECA.
Posologia
Pode ser utilizada toda a planta da Embaúba pra fazer chás, infusões, sucos e pomadas.
Suco: O suco das folhas de embaúba é utilizado para tosse e problemas respiratórios.
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Chá: Adicionar os componentes de embaúba em água fervente. Beber uma xícara de chá,
3 vezes ao dia.
Adultos: 7,5 mL de tintura divididos em 3 doses diárias, diluídos em água;
2 g de planta seca ou 4 g de planta fresca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de
folhas em decocto ou infuso até 3 vezes ao dia com intervalos de até 12 horas;
2 a 3 g de pós das folhas sob a forma de cápsula ou tablete tomados 2 vezes ao dia;
O infuso de 30 g da planta frasca – folhas ou cascas - pode ser utilizado para lavagens,
assentos e compressa em feridas. Preparações da raiz são indicadas para afecções
hepáticas e o fruto como laxativo.
Crianças: tomam de 1/3 a ½ de dose, de acordo com a idade.
Interações Medicamentosas
Possível descrição de interação que pode potencializar o efeito de cardiotônicos, como os
digitálicos; assim como antihipertensivos e inibidores da ECA. Pode ainda potencializar
antidiabéticos e insulina.
Efeitos Colaterais
Não estão descritos efeitos colaterais para a Embaúba.
Contraindicações
A Embaúba está contraindicada para mulheres grávidas.
Toxicologia
Sem toxicidade nas doses recomendadas.
Gravidez e Lactação
A Embaúba não deve ser utilizada durante este período. É tradicionalmente usada para
facilitar o trabalho de parto e promover menstruação. Não afeta a lactação
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