Errar o Alvo Estudo 4 Hamartia é, literalmente, “perda da marca

Transcrição

Errar o Alvo Estudo 4 Hamartia é, literalmente, “perda da marca
Errar o Alvo
Estudo 4
Hamartia é, literalmente, “perda da marca” “errar o alvo” Desviar­se do caminho. Refere­se a todos pecados cometidos contra a luz ou o conhecimento que já temos. Os pecados cometidos contra o Evangelho são os mais sérios e receberão maior condenação (Jo 3.19, Hb. 10.28­29, 2 Pd 2.20­22). É o termo mais abrangente para se referir ao declínio moral ou perda do alvo do relacionamento correto com Deus. Refere­se ao pecado tanto na forma abstrata como na forma concreta, ao ato de pecar e ao pecado em sua realidade. É usado acerca do pecado como:
(a) Um princípio ou fonte de ação ou um elemento interior que produz atos (Rm 3.9; 5.12, 13, 20; 6.1, 2; 7.7), o abstrato pelo concreto: (Rm 7.8, duas vezes, Rm 7.9­11); em Rm 7.13, “o pecado, para que se mostrasse pecado”, ou seja, “o pecado se tornou morte para mim, a fim de que se expusesse seu caráter odioso”; na última cláusula “o pecado se fizesse excessivamente maligno”, ou seja, pela santidade da lei, a verdadeira natureza do pecado foi projetada a manifestar­se na consciência.
(b) Um princípio ou poder governante, por exemplo, Rm 6.6 “(o corpo) do pecado”, aqui o “pecado é definido como um poder organizado que age através dos membros do corpo, embora o pecado se encontre na vontade (o corpo é o instrumento orgânico); na cláusula seguinte e em outras passagens, citadas a seguir, este princípio governante é personificado” (Rm 5.21; 6.12­14, 14, 17; 7.11, 14, 17, 20, 25; 8.2; 1 Co 15.56; Hb 3.13; 11.25; 12.4, Tg 1.15b).
(c) Termo genérico (distinto dos termos específicos, como o nº 2, não obstante, as vezes, abrange o erro concreto, como por exemplo em João 8.21, 34, 46; 9.41; 15.22­24; 19.11); Em Rm 8.3, “Deus enviando seu Filho em semelhança da [literalmente] carne do pecado”, a carne representa o corpo, o instrumento do “pecado” permanente [Jesus, o Filho preexistente de Deus, assumiu a carne humana, “da substância da virgem Maria”; a realidade da encarnação para Ele, sem mancha de pecado (quanto ao termo homoioma, “semelhança” ­ não implica necessariamente que o objeto em questão foi derivado do outro, da mesma maneira que dois homens podem ser parecidos, porém sem nenhum grau de parentesco. Cristo foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, sem a participação de José, desta forma Ele obteve um corpo humano, com natureza humana, porém sem pecado. Era necessário que Ele tomasse a forma humana para que pudesse morrer por nossos pecados, pois sendo Deus, ele não poderia morrer. (Cl 2.9) Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. (Emanuel, Deus conosco). Também em Filipenses 2.5 a 8 – De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, (6) Que sendo (existindo sempre) em forma (essência – tudo que pertence a divindade) de Deus, não teve por usurpação (não levou em conta) ser igual a Deus. (7) Mas, esvaziou­se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo­se semelhante aos homens; (8) E, achado na forma de homem, humilhou­se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Devemos lembrar que sendo Deus e possuindo um corpo sem pecado (Hb. 4.15), ninguém poderia matá­lo, embora os judeus incrédulos tentaram muitas vezes. (João 10.17­18) Por isso o Pai me ama, porque dou minha vida para tornar a tomá­la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá­la. Este mandamento recebi de meu Pai.
Continuando ainda em Rom 8.3, a expressão “pelo pecado”, ou seja, como oferta pelo pecado, “condenou o pecado na carne”, ou seja, Jesus tendo assumido a natureza humana, exceto o pecado, e tendo vivido uma vida sem pecado, morreu sob a condenação e julgamento devidos ao nosso “pecado” (Heb. 9.26; 10.6, 8, 18; 13.11 1 Jo 1.7,8; 3.4 na primeira parte, pois na segunda, pecado é definido como transgressão).
Em 1 João 3.8 e 9 a tradução mais correta seria “praticar” ao invés de cometer, pois não é o cometimento de um ato que está em vista, mas a prática constante do pecado, conforme indicado pelo verbo “fazer”. O uso que o apóstolo Paulo faz do presente de poieo, “fazer”, expressa virtualmente o significado de prasso, “praticar”, o qual João não usa (não é raro neste sentido nas Epístolas de Paulo, por exemplo, Rom 1: 32; 2: 1; Gl 5: 21; Fl 4: 9) em I Pedro 4: 1 (singular nos melhores textos, literalmente, “já cessou do pecado”, ou seja, a fé, que nos leva a obediência á Cristo, que padeceu na carne por nossos pecados, nos leva também a não desejarmos mais viver na carne, mas mortificarmos nosso velho homem (1 Pedro 4.2).
As vezes a palavra é usada como virtualmente equivalente a uma condição de pecado (1 João 1.29 “o pecado, não “os pecados do mundo” ou como em 1 Co 15.17, que nos dá a ideia de uma trajetória de pecado caracterizada por atos contínuos (1 Ts 2.16).
Em 1 João 5.16 (segunda parte) a melhor tradução seria: “há pecado para a morte”, não um ato especial de pecado, mas o estado ou condição que produz atos; em 1 João 5.17, “toda iniquidade é pecado”, não é uma definição de pecado como em (1 João 3.4), mas dá uma especificação do termo em seu sentido genérico. Uma ação pecadora, um ato de pecado (Mt 12.31; At 7.60, Tg 1.15 (primeira parte) Tg 2.9; 4.17; 5.15, 20; 1 João 15.16 (primeira parte). Notas: Foi predito que Jesus, sob todos os aspectos não tinha pecado (2 Co 5.21, 1 João 3.5, Jo 14.30; 8.46, Hb 4.15, 1 Pe 2.22).
Em Hebreus 9.28 (segunda parte) a referência é uma oferta de pecado. Em 2 Co 5. 21, a frase “o fez pecado” indica que Deus tratou com Jesus como Ele tem que lidar com o pecado (pois Deus não esconde o pecado debaixo do tapete) e que Jesus cumpriu o que estava simbolizado na oferta pela culpa.
Portanto, não alcançar a norma, errar o alvo é o que lemos em Romanos 3.23: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (glória = soma dos seus atributos, caráter). O homem, pela sua queda, nunca poderá alcançar a norma de Deus, que exige a perfeição, pois Deus exige amor e justiça perfeitos. Ninguém, exceto Deus, pode ser justo e amoroso a cada segundo, minuto, mês, ano, década ou eternamente, pois falhamos o tempo todo. Sendo que Deus não rebaixa as suas exigências, no final, o homem perderá tudo, ou seja: a felicidade, a vida eterna e o próprio Deus.
Remédio: A justiça perfeita de Cristo creditada em nossa conta.