Aula: Acidentes com Animais Peçonhentos
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Aula: Acidentes com Animais Peçonhentos
Curso de Especialização em Emergências e Terapia Intensiva Aula: Acidentes com Animais Peçonhentos Prof. Enf. Fernando Ramos Gonçalves – Msc 1 n n n n n n n ESCORPIÕES Vivem em baixo de pedras, em casas antigas, cemitérios, lixo etc. Pertencem, na maioria, ao gênero Tytius. No Brasil, as principais espécies são: - Tytius bahiensis – marrom - Tytius serrulatus – amarelo - Tytius stigmurus (NE) – amarelo com faixas pretas tranversais. A notificação do acidente para o CEATOX é obrigatória. Os acidentes, em geral, causam dor local. Usam-se anestésicos locais e soro antiescorpiônico no tratamento 2 q q Os acidentes são importantes em virtude da grande frequência com que ocorrem e da sua potencial gravidade, principalmente em ciranças. Epidemiologia q Dados do MS indicam uma ocorrência de 8000 acidentes/ano q Maior número de notificação é proveniente dos estados de Minas Gerais e São Paulo q Os principais são: Tityus serrulatus, T. Bahiensis e T. Stigmurus q A sasonalidade é semelhante à dos acidentes ofídicos, ocorrendo amioria dos casos nos meses quentes e chuvosos. q As picadas atingem mais os membros superiores, 65% em mãos e antebraço 3 São animais carnívoros ( insetos como grilos e baratas) q Hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos, dormentes de linha de trem, entulhos, telhas ou tijolos. Muitos vivem perto das casas q Os de importância para o Brasil é do gênero Tityus q No Paraná temos o T. Serrulatus e o T. Bahiensis Quadro Clínico: q acidentes por T. Serrulatus são mais graves q A dor local pode ser acompanhada por parestesia q Nos acidentes moderados e graves, observados principalmente em crianças, após intervalo de minutos até poucas horas (2-3horas), podem surgir manifestações sistêmicas. q q 4 ESCORPIÃO-AMARELO Tityus serrulatus 5 • Mede cerca de 7 centímetros; • Tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarelos ; • Cauda serrilhada no lado dorsal; • Mais venenoso da América do Sul; • Causador de acidentes graves, principalmente no estado de Minas Gerais. 6 ESCORPIÃO-MARROM Tityus bahiensis 7 • Coloração geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras e pedipalpos com manchas escuras; • Causador de acidentes graves, principalmente no estado de São Paulo. 8 9 Manifs. Clínicas: n a) Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa. n b) TGI: náuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente, dor abdominal e diarréia. n c) SCV: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque. n d) Resp: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo. n e) Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores. n 10 ESCORPIÃO PRETO 11 ESCORPIONISMO 12 n n n n n ARANHAS As aranhas que possuem colorido intenso, bem como as que fazem teias geométricas não são perigosas. Já as que produzem teias disformes merecem respeito (são perigosas). As famosas CARANGUEJEIRAS são inofensivas. Apenas os seus pêlos (cedas de várias formas), quando entram em contato com a pele, olhos ou pulmões, podem provocar irritação. A ARANHA DE JARDIM ou TARÂNTULA não é perigosa. É pequena e tem desenho em forma de seta no dorso. As aranhas que oferecem perigo são: 13 n ARANHA ARMADEIRA (Phoneutria): n - Aranha grande com fila de manchas claras n - É escura e encontrada em magens de rios, barrancos, bananeiras. Costuma entrar dentro de casa e se esconder atrás de cortinas, dentro de sapatos, roupas, etc. n - Quando se sente ameaçada, fica em pé nas patas traseiras, levantado as anteriores. Chega a dar saltos de até 30 cm (!!!) n - Apresenta 2 presas e 8 olhos n - É muito agressiva. O tratamento consiste na analgesia por infiltração local ao redor da picada de aproximadamente 4 mL de anestésico tipo lidocaína sem vasoconstrictor. n àSe a dor persistir, fazer uso do soro aracnídeo polivalente na dose de 5 a 10 ampolas, por via endovenosa. n àA soroterapia está sempre indicada quando estiver presente o choque neurogênico, em crianças menores de sete anos de idade 14 e adultos com dor persistente após tratamento sintomático. ARANHA ARMADEIRA 15 16 n VIÚVA NEGRA (Latrodectus) n - Apresenta-se na cor preta, com abdome vermelho n - É muito pequena (até 2 cm) n - Vive próximo ao litoral e em grupos n - No Brasil são raros os acidentes por esta aranha n A ação do veneno é neurotóxica central e periférica n Os sinais e sintomas são dor intensa a partir do local da picada irradiada para o tronco. Contraturas musculares, mialgia, podendo levar a convulsões tetânicas. Sialorréia, dores abdominais, choque, insuficiência respiratória, óbito. O tratamento deve ser intensivo, utilizando-se analgésicos potentes para o alívio das dores musculares e abdominais. Podem ser realizados bloqueios anestésicos locais á base de Lidocaína sem vasoconstrictor. Os relaxantes musculares á base de benzodiazepínicos podem ser empregados com doses de 1mg/Kg de peso corporal. O gluconato de cálcio pode ser utilizado 17 para alívio das câimbras musculares. Ainda Não existe o soro específico no Brasil. VIÚVA NEGRA 18 “araña del lino o viuda negra” 19 n n n n n n n ARANHA MARROM (Loxosceles) - Corresponde à forma mais grave de araneísmo no Brasil - Mede cerca de 1,5 cm. Aranha pouco agressiva, com hábitos noturnos. - Encontra-se em pilhas de tijolos, telhas, beira de barrancos e tampa sua entrada com teia. - Entra dentro das casas e se esconde atrás de móveis, cortinas, roupas, sapatos, etc. - Os acidentes ocorrem quando o indivíduo comprime a aranha no momento em que se veste. O veneno (composto por hialuronidase e esfingomielinase) tem ação proteolítica, hemolítica e coagulante. O paciente é assintomático nas primeiras 8 a 12 horas, depois, começa a se queixar de dor, em queimação, progressiva, instalando-se um halo eritematoso, em volta do ponto de inoculação, que já apresenta certo grau de isquemia, que aumenta, formando o que se denomina de “placa marmórea”. Pode também, com 36 a 48 horas, surgir bolhas e equimoses, que podem levar a necrose. O tratamento deve instituir de limpeza local, controle dos sintomas e complicações. Avaliar necessidade de uso do soro anti-aracnideo ou anti-Loxosceles, endo-venoso, de 5 a 10 ampolas. A dapsona (sulfonas) reduz a necrose, com um comprimido ao dia por 14 dias. Na forma grave, 20 devese avaliar o uso de diálise, para a IRA, e meticortem, 1 mg por Kg por 4 dias. ARANHA MARROM 21 22 23 4 º dia 24 6º dia 25 9º dia 26 LOXOCELISMO 27 LOXOCELISMO 28 LOXOCELISMO 29 LOXOCELISMO 30 Caranguejeira- 31 n Tarantula – 32 Extração do veneno 33 34 35 O Instituto Butantan, referência mundial em fabricação de soros antiofídicos, já esta produzindo soros antibotrópico e anticrotálico liofilizado(em pó). Sua validade é de 5 anos e dispensa conservação em geladeira. O 1º lote desses soros liofilizados já está sendo usado pelo exército brasileiro, na amazônia, com sucesso. 36 A partir do veneno de cascavel, o Instituto Butantan está desenvolvendo um analgésico 600 vezes mais potente que a morfina. É indicado para dores crônicas intensas. E não causa dependência Do veneno botrópico, o médico e farmacologista brasileiro Dr. Maurício Rocha e Silva, em 1949, descobriu o princípio ativo do hipotensor mundialmente conhecido e usado, o Captopril (Capoten). 37 O B R I G A D O !! 38
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