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nº2 Agosto 2013
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Chapeco e
nº2 Agosto 2013
Para conhecer mais sua cidade
Panorâmica
As novidades e os
preparativos para mais
uma edição da Efapi
Horizontes
EDIÇÃO DE ANIVER SÁRIO CHAPECÓ 96 anos
Como a Agricultura de
Precisão está melhorando
a produtividade no campo
BOA FASE DA CHAPECOENSE envolve toda A população e
transforma o clube numa força Do futebol catarinense
Wardelei Tecchio/Foto Xanxerê
Torcida
apaixonada
COMPRA
VENDA
LOCAÇÃO
4
Editorial
´e
CHAPECO´
Uma publicação do Grupo RIC
FUNDADOR e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli
Grupo RIC SC
presidente-Executivo
Marcello Corrêa Petrelli
Diretor Comercial
Reynaldo Ramos
Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr.
Diretor Operacional
Paulo Hoeller
Diretor Regional chapecó
Roberto Winter
Diretor de Redação Notícias do Dia
Luís Meneghim
Revista CHAPECÓ É
Coordenação Geral e diagramação
Victor Emmanuel Carlson
Gerente Comercial
Maristela Santos
Gerente Comercial EDITORA
Cléo Roberto Feigel
Editor-executivo
Diógenes Fischer
REPORTAGEM
Fernanda Dreier, Fernanda Moro,
Lilian Simioni, Lisiane Kerbes
e Patrícia Dal Berto
fotografia
Tarla Leziane Wolski e
Victor Emmanuel Carlson
ilustração
Felipe Parucci
REVISÃO
Sergio Luiz Meira
distribuição
Hannah Mattos
IMPRESSÃO
Gráfica Posigraf
Desenvolvimento
bem planejado
Os chapecoenses estão longe de enfrentar os engarrafamentos de cidades como Florianópolis e Blumenau, resultados de uma ocupação urbana mal
planejada ao longo de décadas, à qual se somam as
limitações geográficas e ambientais. Mas ao invés de
esperar a cidade chegar a esse ponto, Chapecó toma
a dianteira ao propor uma atualização de seu Plano
Diretor. A iniciativa deve ser reconhecida e apoiada,
principalmente por se tratar de um dos municípios
que mais crescem em Santa Catarina.
O futuro da cidade também está sendo pensado
pela Sociedade Amigos de Chapecó, em um projeto
propositivo visando o ano de 2030. Todos esses movimentos em prol do desenvolvimento da cidade sinalizam uma sociedade que pensa em seu futuro. Contribuindo para o debate e apoiando a participação dos
moradores nestes processos, a revista Chapecó É traz
duas reportagens sobre o tema.
Entre as demais matérias presentes nesta edição
estão os preparativos da cidade para a Efapi 2013, a
coragem dos imigrantes haitianos que enfrentaram
uma longa viagem para se instalar no Oeste, a importância do desenvolvimento da agricultura de precisão
na região, a paixão dos torcedores pela Chapecoense,
e muito mais.
É com satisfação que publicamos a segunda edição da Chapecó É no dia do aniversário da cidade,
agradecendo às pessoas, empresas e instituições locais que têm apoiado esse projeto. A cidade ganha
uma publicação informativa e nós do Grupo RIC SC
assumimos o compromisso de apoiar todas as iniciativas em favor do desenvolvimento de Chapecó. Que
esta trajetória de sucesso se mantenha por muitos
anos no futuro!
www.ricmais.com.br/sc/revistachapecoe
Rua Sete de Setembro, 1.920D –
Presidente Médici – CEP 89806-150 – Chapecó/SC
Fone (47) 3319-2500
Marcello Corrêa Petrelli
Presidente-Executivo
Grupo RIC SC
“ É com satisfação
que publicamos a
segunda edição da
Chapecó É no dia
do aniversário da
cidade, agradecendo
às pessoas, empresas e
instituições locais que
têm apoiado
esse projeto.”
6
Índice
Panorâmica
Almanaque
Todos se encontram na Efapi..........................................8
Delícias made in Chapecó..............46
Victor Carlson
Uma nova chance no Oeste............................................14
Espaço para novos moradores.......................................18
Bem equipados para crescer.........................................22
Victor Carlson
A indústria metalmecânica já é a segunda maior força na economia do município
Sabores locais para comemorar o aniversário da cidade
Segurança sobre duas rodas..........................................26
Em busca da beleza......................50
Horizontes
Verde é a cor da paixão.................54
Tarla Wolski
Crescendo na direção certa............................................28
Projetando a Chapecó de amanhã..................................34
Semeando tecnologia....................................................38
Tarla Wolski
Em ótima fase, a Chapecoense conquista o torcedor
Um pioneiro da regionalização......58
Identificação com o público...........60
Opinião
Como a Agricultura de Precisão está melhorando a produtividade no agronegócio
Cooperar para evoluir.....................64
Na rota do ecoturismo..................................................42
Chapecó, 96 anos..........................66
C H A P E C Ó É
8
Panorâmica
Fotos Victor Carlson
Com atrações para toda a família, a feira acontece desde 1967 e a cada dois anos movimenta a economia da cidade durante o mês de outubro
Todos se encontram
na Efapi
CHAPECÓ SE PREPARA PARA SEDIAR MAIS UMA EDIÇÃO DA MAIOR FEIRA MULTISSETORIAL
BRASILEIRA, QUE DEVE RECEBER CERCA DE 550 MIL VISITANTES ESTE ANO
I
Texto Patrícia Dal Berto
magine um ambiente onde apenas o
agronegócio seja responsável por movimentar mais de R$ 120 milhões em
investimentos. Imagine agora que esse
mesmo ambiente ofereça ainda shows,
cultura e música, em meio a um público de
certa de 550 mil pessoas. Imagine que, além
disso, conte com um movimentado espaço comercial onde são vendidos produtos de mais
de 650 expositores. Imaginou? Então seja bemvindo a mais uma edição da Efapi, a tradicional Exposição-Feira Agropecuária, Industrial e
Comercial de Chapecó, que acontece de 4 a 13
de outubro no Parque Tancredo Neves.
Considerada a maior feira multissetorial brasileira, a Efapi está no calendário dos
maiores eventos do setor agropecuário, industrial e comercial da América Latina. Por isso,
C H A P E C Ó É
Todos se encontram na EfapiPanorâmica
Fotos Divulgação
há mais de oito meses os trabalhos já
começaram para a comissão organizadora, composta pelo prefeito José
Claudio Caramori, pelo secretário
de Desenvolvimento Econômico de
Chapecó, Diógenes Lang, pelo secretário estadual de Agricultura e Pesca,
João Rodrigues e mais 25 pessoas
entre empresários, comerciantes,
produtores e comunidade chapecoense. “A Efapi é um momento ímpar.
Queremos que ela seja do tamanho
de Chapecó e com a qualidade que
nossa cidade merece”, afirma o coordenador geral da comissão organizadora, Américo do Nascimento Júnior,
secretário municipal de Coordenação de Governo e Gestão.
Na edição passada, o público da
feira foi de 648 mil visitantes. Para os
interessados no agronegócio, aconteceram inúmeras atividades e oportunidades de interagir com grandes
empresas do mercado, conhecer novas e promissoras tecnologias, assistir a palestras com renomados especialistas nas mais diferentes áreas da
agricultura e de outros setores. Para
o público em geral, a feira não teve
menos atrativos, reunindo diversas
atrações culturais, exposição de animais e produtos, gastronomia e os
aclamados shows de bandas nacionais. Oito deles já estão confirmados
para a edição deste ano: Michel Teló,
Luan Santana, Paula Fernandes, Neto
& Frederico, Victor & Léo, Munhós &
Mariano, Skank e Jota Quest.
“Para este ano o diferencial da
Efapi não estará nos números, mas
sim na qualidade da gestão”, afirma
o secretário estadual João Rodrigues,
que preside a comissão organizadora.
“Queremos uma grande feira como
em todos os anos anteriores. Mas não
buscamos novidades no formato, e
sim mudanças na área de custos para
o poder público municipal”, diz Rodrigues. “A feira será autossustentável
9
Além da agropecuária, o setor automobilístico também tem lugar de destaque na Efapi
e não vai comprometer o orçamento
do município, ou seja, vai se pagar”.
Essa gestão sustentável parece ser
um dos diferenciais da edição 2013,
que promete mexer com o público e
os participantes, sem mexer nos cofres públicos. Segundo o presidente
da comissão, os shows nacionais que
atraem grandes multidões serão pagos pelas agências que promovem as
Nascimento: comissão organizadora está
há oito meses preparando a edição de 2013
C H A P E C Ó É
apresentações, sem que a prefeitura
tenha gastos com isso. João Rodrigues
enfatiza ainda que a feira de Chapecó
tornou-se uma referência para o Brasil e para os países do Mercosul, em
razão de representar uma poderosa
síntese da economia do grande Oeste catarinense. “Como feira multissetorial, a Efapi interage os setores e
subsetores da agropecuária, da indústria e do comércio. Isso lhe dá autonomia e já a torna gigante”, avalia.
Desde sua primeira edição, em
1967, a Efapi segue uma linha evolutiva e consegue ampliar sua representatividade exibindo as potencialidades econômicas e a cultura da
região. Além disso, sempre procura
melhorar suas instalações e infraestrutura, melhorando o acesso das
milhares de pessoas que circulam
pelo Parque Tancredo Neves a cada
nova edição. Este ano, o parque terá
alterações estruturais significativas
que prometem tornar mais prático o
acesso, trazendo mobilidade e comodidade aos visitantes, incluindo pessoas com deficiência física. Uma das
novidades é a mudança na posição
NOVO SISTEMA
AUTOMATIZADO DE COLETA
DE LIXO ORGÂNICO
MAIS EFICIÊNCIA,
HIGIENE E RESPEITO
AO MEIO AMBIENTE
12
Panorâmica4Todos se encontram na Efapi
Fotos Divulgação
Rodrigues: uma das preocupações para
este ano é tornar o evento autossustentável
do palco alternativo. Habitualmente
ele era construído ao lado do palco
principal, na arena de shows. Agora
terá sua estrutura montada em frente
à praça de alimentação, para facilitar
o acesso e a circulação das pessoas.
Espaços alternativos, que em outras edições eram ocupados por expositores, serão transformados este
ano em ambientes de convivência. “A
ideia é anexar pequenas áreas com
bancos, deques, painéis da cidade,
estrutura de luzes e jardins”, destaca
o prefeito Caramori. “Estamos preparando uma transformação visual para
encantar e surpreender quem visitar
a Efapi 2013”. Foram investidos cerca
de R$ 500 mil nas obras, que incluem
novas praças, ambientes artísticos,
muros e melhorias nos pavilhões.
“Queremos proporcionar conforto, beleza e acessibilidade à grande
massa de visitantes prevista para este
ano”, enfatiza o coordenador-geral
Américo do Nascimento Júnior.l
As atrações da Efapi vão dos shows
nacionais às tradições regionais,
passando pelas lides campeiras
A ação da GM é focada nas praças, área central, Molhe da Barra Sul e Pontal Norte
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14
Panorâmica
Fotos Victor Carlson
Colegas de trabalho na Aurora, Ginior Andre e Amonise Pierre estão há quase dois anos na cidade e sonham em trazer as famílias para cá
Uma nova chance
no Oeste
EM BUSCA DE MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA, DEZENAS DE IMIGRANTES HAITIANOS
ADOTARAM CHAPECÓ PARA MORAR, TRABALHAR E PROSPERAR
G
Texto Fernanda Moro
uiados pela esperança de um futuro melhor, milhares de haitianos têm migrado para o Brasil em
busca de novas oportunidades. A
imigração teve início logo após o
terremoto que abalou o país caribenho em 2010,
provocando cerca de 220 mil mortes e deixando
pelo menos 1,2 milhão de desabrigados. Ao sair de
seu país, os haitianos enfrentam meses de viagens
penosas e perigosas rumo a um caminho incerto.
Para muitos, a longa jornada tem como destino final Chapecó, cidade onde a comunidade haitiana
cresce a cada dia.
Ginior Andre e Amonise Pierre trabalham juntos na Cooper Central Aurora. Em Chapecó há
quase dois anos, dizem não ter estranhado nada
por aqui, mas confessam que, se pudessem, trariam a praia e o calor típico do seu país natal para
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Panorâmica4Uma nova chance no Oeste
O primeiro grupo de imigrantes,
Philomise e o filho Nathanael, primeiro bebê de descendência haitiana nascido em Chapecó
a Capital do Oeste. No Haiti, Amonise
trabalhava como professora, mas o salário era insuficiente para sustentar a
família. A mudança de vida foi necessária, especialmente depois do terremoto,
quando ela juntou coragem para sair do
país. Passou pela República Dominicana, Equador, Panamá, Peru e Acre até se
estabelecer em Chapecó. Na bagagem,
além da saudade do filho que deixou no
Haiti, Amonise trouxe a esperança de
uma vida melhor.
Seguindo o mesmo caminho, Ginior
Andre também saiu em busca de melhores condições de vida e trabalho. As
recentes conquistas em Chapecó são
contadas com brilho nos olhos e um
enorme sorriso no rosto. “Aqui eu consegui um trabalho, estudei e tenho um
certificado de soldador. Até me casei”,
conta alegre o haitiano. Mas a saudade
ainda aperta o coração. O contato com
a família não é frequente e o dinheiro do
salário é cuidadosamente administrado.
Mesmo assim, ele guarda uma pequena poupança com o objetivo de trazer
outras pessoas da família. “Depois que
meu pai vier para cá, só quero voltar ao
Haiti para rever os amigos. Apesar da
saudade, não penso em voltar”.
C H A P E C Ó É
com sete haitianos, desembarcou em
Chapecó em março de 2011. A empresa
Fibratec foi a primeira do Sul do país a
trazer trabalhadores do Haiti para a região. Hoje, 25 haitianos trabalham na
empresa. Os demais são funcionários
de agroindústrias e mercados da cidade.
Para Érico Tormen, presidente da Fibratec, a experiência tem sido positiva. “São
funcionários dedicados e eficientes, estão bem aqui. É bom poder ajudar essas
pessoas oferecendo a oportunidade que
eles buscavam ao sair do seu país de origem”, diz Tormen. A empresa ofereceu
estrutura de apoio para quem chegava
e, aos poucos, familiares e amigos também foram trazidos para cidade e a comunidade haitiana foi crescendo. “Foi
um longo período de adaptação, mas
hoje eles estão integrados à comunidade chapecoense, que os acolheu de braços abertos”, enfatiza o empresário.
No décimo oitavo dia do ano, nasceu no Hospital Regional do Oeste, o
menino Nathanael Saint Fleur Joseph,
um pequeno “haitiano-chapecoense”.
O garoto, filho de pais imigrantes, tem
nacionalidade brasileira e um coração para guardar o carinho pelos dois
países. Nathanael é o primeiro bebê
de descendência haitiana a nascer na
região. É, também, fonte de luz e força
para a mãe Philomise. Dois meses após
o nascimento do filho, ela e o marido se
separaram. Os dois vieram juntos para o
Brasil e chegaram a Chapecó no início
de 2011. Philomise tem mais duas filhas,
que ficaram sob os cuidados da avó no
Haiti. Ao tocar no assunto, o constante
e expressivo sorriso é subitamente substituído pelas lágrimas e um choro de
saudade. O pequeno Nathanael é quem
mantém acesa a chama da esperança da
mãe. O brilho no olhar e o forte abraço
que acolhe o bebê, revelam muito mais
do que um simples desejo, transmitem a
confiança em dias melhores na Capital
do Oeste.l
18
Panorâmica
Espaço para
novos moradores
COM DEMANDA EM ALTA NAS VENDAS E NO ALUGUEL, O MERCADO IMOBILIÁRIO DE
CHAPECÓ VEM CRESCENDO JUNTAMENTE COM A POPULAÇÃO DA CIDADE
Texto Patrícia Dal Berto
N
ão é preciso ser um
especialista no ramo
para saber que o
país vive um momento diferenciado
no mercado imobiliário. Um cenário
que envolve queda dos juros, aumento do salário mínimo e da oferta de
emprego, além de financiamentos e
programas de incentivo por parte do
Governo e do sistema financeiro, tem
incentivado a aquisição de imóveis
pelas famílias brasileiras. Em Chapecó o cenário não é diferente. O 8º
Salão do Imóvel e o 9º Feirão Caixa
da Casa Própria, realizados este ano
na cidade são prova de que o merca-
do imobiliário local vai muito bem,
obrigado. Os números em negócios
surpreenderam os organizadores, as
imobiliárias participantes, os corretores e, principalmente, os clientes
do setor.
“O setor imobiliário de Chapecó
apresenta um crescimento significativo. Existe demanda para todos
os tipos de imóveis e serviços, e isso
faz com que o desenvolvimento deste mercado se destaque também em
termos de qualidade e quantidade”,
explica Altir Paludo, presidente do
Sindicato das Empresas de Compra,
Venda e Locação de Imóveis (Secovi). Esse aquecimento econômico
representou, por exemplo, um incremento de 40% nos negócios fechados
durante o Salão do Imóvel, em maio.
Segundo os organizadores, durante o
evento foram vendidos 169 imóveis,
totalizando mais de R$ 21,9 milhões,
e a estimativa é que nos próximos
meses devam ser fechados mais outros 1.185 negócios gerados no Feirão, representando cerca R$ 162 milhões em investimentos.
Dados do Secovi também revelam
que o valor médio dos imóveis para
venda na faixa de R$ 135 mil a R$ 170
mil, são os mais procurados. De acordo com Paludo, o número de negócios concretizados e prospectados re-
Panorâmica
está relacionado, principalmente,
ao início das aulas nas universidades e outras instituições de ensino.
Neste caso, a procura é por imóveis
com valores de locação próximos aos
R$ 500 reais. Apesar do aumento da
demanda, o nível de exigência é grande e o consumidor procura imóveis
com um bom padrão de localização e
vagas extras de garagem.
Para o diretor imobiliário da
Tarla Wolski
Paludo: mercado em alta gera demanda
para todos os tipos de imóveis e serviços
Tarla Wolski
vela um grande interesse em investir
em Chapecó. “Análises de mercado
mostram que o risco de uma brusca
desvalorização do imóvel é muito pequeno se comparado às possibilidades de ganho com esse investimento;
por isso também o grande interesse
de investidores”, acrescenta o presidente do Secovi.
Segundo a pesquisa da entidade,
houve também um aumento representativo na procura por locação em
Chapecó, que aumentou 10% em
relação ao ano passado. Este índice
19
Casa Imóveis, Fernando Biffi de Moura, a tendência do mercado de Chapecó para os próximos anos é manter
o desenvolvimento de forma equilibrada, sem sobressaltos. “Os desafios
atuais incluem a busca do desenvolvimento do setor pautado no compromisso com a sustentabilidade,
contribuindo com uma expansão
urbana ordenada e planejada, que
ofereça infraestrutura adequada em
toda a cidade”, salienta o proprietário
da empresa Casa Imóveis.
Mas esta estabilidade só chegou
nos últimos anos, depois que o mercado local adquiriu um novo perfil.
Com o crescimento econômico da região, as mudanças no cenário chapecoense são visíveis, com obras espalhadas pelos quatro cantos da cidade.
Chapecó está crescendo e revelando
um grande potencial para o setor
Moura: negócios pautados pela expansão
urbana planejada e pela sustentabilidade
com uma nova clientela formada pela
classe C. O perfil traçado pelo Secovi
aponta que investidores em imóveis
são jovens casais de trabalhadores
vindo de outros estados, com idade
entre 30 a 45 anos, dois filhos em média e salários a partir de R$ 1.600.
Os apartamentos mais procurados por este público são imóveis ainda na planta, devido às facilidades
de pagamento e às diversas opções
de financiamento. Conforme o proprietário da Construtora Dimensão,
Clóvis Afonso Spohr, isso também
Victor Carlson
20
Panorâmica4Espaço para novos moradores
Fotos Tarla Wolski
se explica pela oportunidade que o
cliente tem de personalizar sua unidade. “Oportunidade de escolha,
personalização do projeto, rentabilidade e lucratividade, são algumas
das características que atraem os
clientes que procuram imóvel na
planta”, observa o empresário.
Segundo Alexandre Melchioretto,
engenheiro civil e presidente da Toscana Construções S/A, os lançamentos
de empreendimentos vem atingindo
uma demanda natural de consumidores. “As vendas estão bem aquecidas,
principalmente na faixa de preço de
até R$ 300 mil”, acrescenta. Para ele, os
consumidores têm buscado imóveis
com maior cuidado na segurança, privacidade, espaços bem aproveitados e
um custo-benefício dentro do seu orçamento. De acordo com o Fernando
Biffi de Moura, os empreendimentos
planejados com áreas próximas ao comércio, escolas, saúde e áreas de lazer
saem na frente. “Essa é a tendência
do mercado imobiliário em Chapecó:
descentralizar, mas com infraestrutura”, destaca o diretor imobiliário da
Casa Imóveis.
Spohr: aposta nos imóveis sustentáveis
Um fator determinante para a formação deste novo público consumidor de imóveis é a crescente demanda
de trabalho em diversas áreas, além
da vinda cada vez mais representativa de estudantes de toda a região
Sul, que buscam profissionalização
nas diversas instituições de ensino
de Chapecó. “Podemos destacar no
perfil dos consumidores também os
profissionais da área educacional e da
saúde, motivados pelas oportunidades de mercado, atendendo à demanda das empresas, tanto na indústria
quanto no comércio”, salienta Paludo.
Com o crescente número de
Dávi: inovações para melhorar a qualidade
de vida das famílias e do meio ambiente
habitantes vindos de outras cidades
e estados, as imobiliárias de Chapecó têm ampliado suas ofertas. De
acordo com o diretor imobiliário da
Casa Imóveis, parte desse público é
composto por jovens casais à procura
do primeiro imóvel. “As construtoras
têm se aprimorado em suas obras,
propondo opcionais diferenciados.
Para atender a esta demanda, criamos uma unidade móvel, que vai até
o cliente nos bairros, universidades e
cidades vizinhas, levando propostas e
C H A P E C Ó É
informação sobre o mercado imobiliário”, explica Moura.
Além das novas alternativas para
atrair clientes, as construtoras e imobiliárias estão investindo em empreendimentos com opcionais inovadores e tecnologias sustentáveis. Para
Daví Barela Dávi, proprietário da
imobiliária Nostra Casa, essa é uma
tendência que deve ser levada em
conta desde a ideia inicial. “Podemos
citar como exemplo a churrasqueira
e a sacada, que todos gostam de ter
em seu apartamento. É necessário
um bom projeto arquitetônico, uma
excelente localização, captação de
água, enfim, requisitos que contemplem melhorias para a qualidade de
vida da sua família e também do meio
ambiente”, salienta o empresário.
Um imóvel sustentável oferece
redução de até 30% no consumo de
energia e de até 40% no consumo de
água. “Sempre nos preocupamos com
reutilização da água da chuva, redução
do consumo de energia e equipamentos com boa eficiência energética”, diz
o proprietário da Construtora Dimensão, Clovis Spohr. “Temos muito a
evoluir neste particular, estamos estudando novos projetos para aproveitar
melhor os recursos naturais, como a
energia solar, e avançar nos processos
de reaproveitamento e destinação dos
resíduos”, acrescenta.
Para as incorporadoras e construtoras, o grande desafio é traçar
estratégias e entender o mercado levando sempre em conta a questão da
melhoria na qualidade dos imóveis
oferecidos. “As estratégias são as mais
variadas, inovações tecnológicas,
políticas de preços, acessibilidade,
entre outras. Mas entendo que, independente de qualquer argumento, a
qualidade do imóvel deve ser o fundamental, pois é o que efetivamente
prevalece com o passar dos anos”,
conclui Spohr.l
22
Panorâmica4Bem equipados para crescer
Victor Carlson
Panorâmica
23
Bem equipados
para crescer
A DEMANDA POR MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A AGROINDÚSTRIA E OUTROS SETORES
INDUSTRIAIS ALAVANCOU O DESENVOLVIMENTO DO SETOR METALMECÂNICO EM CHAPECÓ
A
refrigerado, com empresas tradicionais
no mercado local.
“Devemos toda esta expansão à
evolução do setor agroindustrial”, diz
Carlos Martinelli, sócio-proprietário da
Açoperfil, fabricante de estruturas em
aço. Segundo ele, o crescimento das
agroindústrias vem mantendo o mercado aquecido e em constante desenvolvimento. A proximidade com grandes
empresas exportadoras que passaram
a comprar seus equipamentos fez com
que as indústrias metalúrgicas, mecâTarla Wolski
participação da indústria metalmecânica na economia regional tem se destacado
nos últimos anos e
revelado um novo potencial, arrojado e diferenciado, para o Oeste Catarinense. Sua capacidade competitiva
fica evidente em uma série de equipamentos produzidos para a agroindústria, incluindo sistemas de refrigeração e de transporte refrigerado, além
de esquadrias metálicas, construções
em aço e equipamentos para diversos segmentos econômicos, todos
com tecnologia de nível internacional.
Crescendo juntamente com os demais
setores da economia local, este mercado foi ganhando importância até se
tornar a segunda principal atividade
econômica de Chapecó.
O município integra hoje o maior
parque de produção e industrialização
de suínos e aves da América Latina, que
inclui também as cidades de Concórdia,
Joaçaba, Videira, Capinzal e São Miguel
do Oeste. Dessa forma, entre todos os
segmentos da indústria metalmecânica, o que mais tem destaque na região é
a produção de máquinas e equipamentos para agroindústrias, como produtos
para desossa, rastreamento e depenação de animais. Também importante
nesse universo é o setor de transporte
Texto Patrícia Dal Berto
Martinelli: mercado tem investido em
conhecimento e tecnologia de nível global
C H A P E C Ó É
nicas e de material elétrico ganhassem
expressão com produtos e serviços reconhecidos no país e no exterior. “O
agronegócio acabou revelando outro
setor econômico em Chapecó”, observa
o empresário.
Outro fator que tem proporcionado
estímulo à indústria metalmecânica é a
adoção de bases tecnológicas apropriadas aos padrões competitivos do mercado internacional. “Hoje a tecnologia
é o fator primordial, é ela que garante o
desenvolvimento vigoroso de Chapecó
e da região”, explica Nelson Eiji Akimoto, diretor-presidente da Nord Electric
S.A., especializada em soluções em Engenharia Elétrica. A tecnologia produzida hoje em Chapecó não atende somente à demanda local, mas também é
comercializada para outros mercados,
contribuindo para o desenvolvimento
de inovações na agroindústria em geral. “Nessa área, ficamos atrás apenas
de Joinville”, aponta Carlos Martinelli.
“Estamos muito bem preparados para
o mercado, atendendo suas demandas
e conscientes de que a qualidade da
mão de obra e dos materiais utilizados
são fundamentais para a consolidação
do setor.”
Esse ambiente de eficiência e precisão, onde as empresas investem cada
vez mais em tecnologia para tornar seus
produtos competitivos, acaba gerando
24
Panorâmica4Bem equipados para crescer
Tarla Wolski
Gasparin: políticas públicas são necessárias
para estimular ainda mais a indústria local
Combinando
a
busca
Tarla Wolski
um ciclo de desenvolvimento a médio
e longo prazo que envolve também a
participação de outros setores da sociedade. “Fico à vontade para afirmar que
estamos cada vez mais preparados para
novas demandas. O desenvolvimento
das universidades de nossa região, por
exemplo, é um forte aliado nesse processo”, lembra Akimoto.
tre o ambiente externo e interno. Tudo
para garantir mais eficiência e qualidade no transporte de cargas que necessitam de resfriamento.
“Na mesma medida em que o mercado evolui ele também fica mais exigente”, destaca o empresário Carlos
Martinelli, salientando que a indústria
metalmecânica está sempre em busca
de novas práticas e novas formas de
fazer melhor, mais rápido, com menos
custo e com mais sustentabilidade.
“Essa busca incessante por novas tecnologias em nível global e o crescente
investimento em conhecimento foram
a mola propulsora da expansão do setor aqui na região”, salienta Martinelli.
Segundo ele, os principais desafios
para o futuro do setor envolvem questões como tecnologia de superfície,
automação de baixo custo, eficiência
energética e redução de resíduos industriais.
Segundo Dirceu Gasparin, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material
Elétrico de Chapecó (Simec), os setores
metalmecânico e elétrico encontram
por
evolução tecnológica, a modernização
de instalações e processos, além de milhões investidos em inovação, o setor
caminha a passos largos para ganhar
reconhecimento mundial. E por meio
dessa evolução constante, o mercado
do agronegócio também ganha com o
desenvolvimento de novos produtos
e práticas inovadoras com o uso dessas tecnologias, além do aumento na
competitividade por meio de um processo ágil e seguro da produção até o
transporte dos produtos. Nessa última
etapa, elementos termoisolantes mais
eficientes e que não agridem o meio
ambiente vêm sendo desenvolvidos
para minimizar as trocas de calor en-
Akimoto: empresas estão preparadas para
atender as novas demandas do mercado
C H A P E C Ó É
um cenário econômico propício para
se desenvolver na cidade, mas há ainda muito a ser feito nas esferas políticas
para estimular ainda mais o setor. “Precisamos de incentivos fiscais e menos
taxas tributárias. Isso nos daria mais
força para desenvolver esse mercado
que hoje é fundamental para a economia do Oeste Catarinense”, enfatiza.
Além da falta de incentivos e impostos altos, outra dificuldade do setor
é a consolidação da região como polo
de pesquisa e serviços de alta especialidade. “Chapecó precisa de um plano
para atrair e manter pesquisadores”, diz
o empresário Nelson Akimoto. Segundo ele, é preciso desenvolver tecnologicamente a região criando desafios,
fomentando a pesquisa e aproximando
a comunidade das universidades. “Senti essa necessidade na minha empresa.
Por isso criamos a Fundação Científica
e Tecnológica em Energias Renováveis,
com representantes das empresas e
universidades. Temos uma parceria
com empresários de Portugal para a
montagem de placas de energia solar”,
explica o proprietário da Nord Eletric.
O presidente do Simec complementa dizendo que a falta de profissionais
qualificados tem deixado as indústrias
sem opções para atender melhor o
mercado. “A falta de mão de obra capacitada e o alto preço dos trabalhadores
deixam as empresas reféns de um mercado que não se desenvolve na mesma
velocidade”, conclui Gasparin. Levantamento recente feito pelo sindicato
mostra que existem em Chapecó 650
empresas no setor, com mais de 6 mil
funcionários. As áreas de atuação são
bastante diversificadas e incluem autoelétrica, chapeação, construção, equipamentos industriais, espelhamento,
esquadrias, funilaria, jateamento, luminosos, manutenção, material elétrico, mecânica, metalúrgica, produtos
metálicos, pintura automotiva, retífica
e tornearia.l
26
Panorâmica
Segurança sobre
duas rodas
a BORDO DE MOTOCICLETAS, OS POLICIAIS MILITARES DA ROCAM COMBATEM
O CRIME COM RAPIDEZ E EFICIÊNCIA NAS RUAS DE CHAPECÓ
Tarla Wolski
U
m trabalho que envolve adrenalina e requer
muita atenção. Assim
é o cotidiano dos policias que trabalham
na Ronda Ostensiva com Apoio de
Motocicletas da Polícia Militar (PM).
Mais conhecido como Rocam, o sistema de policiamento surgiu no segundo semestre de 2011, com a finalidade
de agilizar os atendimentos prestados
pela PM. Uma opção alternativa para
driblar os problemas do trânsito e
prestar rápido auxílio à população. O
subtenente Clovis Leuze, comandante da Rocam, conta que a modalidade
de policiamento é dinâmica e alcança
bom resultado devido à agilidade de
deslocamento das motos. “Temos um
problema sério de fluxo de trânsito e,
por isso, este é um modelo de atendimento de alto potencial”, argumenta.
A Rocam substituiu o Pelotão de
Motos, que funcionava desde 1997.
Para a implantação da nova modalidade, que contou com a doação
das motocicletas pelo poder público
municipal, uma equipe de trabalho
foi especializada e passou por treinamentos táticos para dar conta da
pilotagem de alto risco. Atualmente,
a divisão conta com um efetivo de 18
soldados e 20 motocicletas. As patrulhas são formadas por três ou quatro
Texto Fernanda Moro
O subtenente Leuze (no centro) comanda as operações motorizadas feitas pela Rocam
policiais. Já as escoltas são feitas com
um efetivo maior e, em operações
mais complexas, pode haver também
a presença de um atirador.
Desde a implantação da Rocam
em Chapecó, Leuze explica que houve reforço no trabalho de recuperação
de objetos e veículos furtados, apreensão de drogas e armas, identificação de elementos em atitude suspeita,
cumprimento de mandados de prisão
e captura de foragidos. A proposta é
desenvolver um trabalho preventivo
e também de rápido atendimento às
ocorrências. “Todo dia enfrentamos
novos desafios e diferentes situações.
C H A P E C Ó É
Precisamos estar preparados para dar
um rápido retorno para a população”,
explica o subtenente da PM e comandante da Rocam.
O soldado Celso Vitali Junior, trabalha na Rocam há quase dois anos.
Ele já acompanhou diversas ocorrências e conta que o cotidiano da profissão requer muita atenção. “É uma
correria. Precisamos ter agilidade no
deslocamento, mas, por outro lado,
também é preciso cuidado no trânsito”, observa o policial militar. “Podemos sofrer algumas quedas, mas faz
parte do nosso trabalho. Nosso maior
objetivo é zelar pela segurança.”l
Horizontes
28
Victor Carlson
Horizontes
29
Crescendo na
direção certa
NOVO PLANO DIRETOR DE CHAPECÓ BUSCA SE ANTECIPAR ÀS NECESSIDADES FUTURAS DE
UMA CIDADE EM EXPANSÃO, COM PARTICIPAÇÃO POPULAR E DISCUSSÕES TÉCNICAS
É
Texto Lilian Simioni
A partir dessa triagem, a prefeitura vem
organizando oficinas temáticas com a participação de especialistas e da população para
debater estes assuntos com pesquisadores. No
fim de cada oficina são escolhidos delegados,
que posteriormente se reúnem em uma conferência para criar um anteprojeto de lei para
o Plano Diretor. Em seguida, o documento vai
para a discussão em audiências públicas em
oito regiões. Com o anteprojeto e as discusTarla Wolski
inegável: basta abrir a janela de
casa e olhar em volta para perceber
que Chapecó está crescendo dia
após dia. A cidade recebe um fluxo cada vez maior de pessoas, que
chegam de todas as partes para trabalhar, estudar e fazer a vida na capital do Oeste de Santa
Catarina. Foi com o objetivo de preparar o município para receber tantos novos moradores,
atualizando e repensando alguns dos critérios
de ocupação territorial, que a prefeitura decidiu
propor uma revisão do Plano Diretor (PD).
Quem coordena o processo é o vice-prefeito
e secretário de Desenvolvimento Urbano de
Chapecó, Luciano Buligon. Segundo ele, o documento sancionado em 2004 precisava ser
“oxigenado”, buscando impulsionar o desenvolvimento da cidade. Um dos pontos a serem
modificados é a ampliação da abrangência do
plano, que passará a incluir também o interior
do município, área que não era contemplada
pelo PD anterior. Outras regulamentações importantes serão reavaliadas, entre elas o Código
de Obras e a Lei do Parcelamento do Solo.
A participação popular foi outro aspecto essencial na revisão do Plano Diretor. Segundo Buligon, foram recebidas 128 sugestões por e-mail,
carta, fax e até mesmo transcritas. A partir dessa
participação foi feita uma compilação, dividindo
as sugestões em seis temas: Meio Ambiente; Habitação e Regularização Fundiária; Uso e Ocupação do Solo/Parcelamento do Solo; Instrumentos do Estatuto da Cidade; Zoneamento do
Entorno do Aeroporto; e Código de Obras.
Buligon: objetivo é criar novos critérios de ocupação
urbana diante do rápido crescimento do município
C H A P E C Ó É
30
Horizontes4Crescendo na direção certa
sões, novamente é feita a compilação
dos assuntos, dessa vez na forma de
um projeto de lei, que segue, por fim, à
Câmara de Vereadores para discussão e
aprovação. Embora o cronograma esteja aberto – já que novas discussões não
previstas ainda podem surgir, segundo
Buligon, por força dos próprios debates –, a expectativa da prefeitura é que
em outubro o projeto de lei seja finalizado e encaminhado à Câmara de Vereadores até a última semana do mês.
O momento é considerado
propício para a revisão do Plano Diretor
não por acaso, já que a cidade apresenta
índices de crescimento econômico animadores. Por outro lado, ainda existem
vários fatores limitantes para o crescimento de Chapecó. Um deles é a legislação ambiental que restringe o uso do
Tarla Wolski
Tarla Wolski
Weber: planos para a mobilidade urbana
devem considerar a ocupação dos bairros
entorno da bacia do Lajeado São José
(reserva hídrica natural que abastece
a cidade), a ocupação do Vale do Rio
Uruguai e da Floresta Nacional (Flona).
Além disso, há ainda a Portaria 256/
GCS, de maio de 2011, que determina
regras para o entorno do Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso. “Se por
um lado temos fatores restritivos, por
outro temos uma pressão muito forte
pela expansão. Precisamos ser inteligentes para ver o que se quer da cidade
e como compatibilizar a habitação, o
emprego, o lazer, a mobilidade, o saneamento e o acesso aos serviços públicos”,
destaca Nemésio da Silva, diretor de
Planejamento e Gestão da Secretaria de
Desenvolvimento Urbano.
Apesar das limitações de altura de
construções no entorno do aeroporto
devido à Portaria 256/GCS, o vice-prefeito Luciano Buligon entende que há
possibilidades para a área. “A sugestão
do governo é que o local não seja destinado a moradias unifamiliares, mas
a empresas de baixo impacto ambiental”. Tratando-se de desenvolvimento,
os problemas gerados pela restrição do
uso do entorno podem ser diminuídos
diante dos benefícios que poderão ser
obtidos com essa estrutura. “Precisamos visualizar o aeroporto não como
um limitador, mas como um potencializador para a cidade. Nosso futuro está
diretamente ligado à conexão com o
mundo através do aeroporto”, aponta a
professora Adriana Baldissera, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Uceff Faculdades.
Conforme a secretaria de Desenvolvimento Urbano, uma empresa especializada foi contratada para fazer
Philippi: projeto da UFSC busca antecipar
problemas que a cidade pode ter no futuro
um plano de desenvolvimento para o
Aeroporto Serafim Bertaso. O novo projeto prevê mais 300 metros de pista e
um novo terminal, com 500% a mais de
capacidade instalada. “Nossa visão é de
que estamos em uma localização estratégica, equidistante a cidades importantes da América do Sul. Por isso sonhamos com um aeroporto internacional”,
diz Buligon.
Outra área com ocupação restrita
pelo Plano Diretor é a microbacia do
Lajeado São José, fonte de água para o
município. De acordo com Buligon, o
que se discute é a proporcionalidade
das construções com relação ao tamanho do terreno. “Pelo Plano Diretor antigo, se você tiver um terreno de 3 mil m2
você só pode construir 1,6 mil m2. E se
tiver um terreno de 30 mil m2, também
só pode construir 1,6 mil m2. Há uma
Linha de Tratores T8 de 232 à 335CV’s
Colheitadeiras Linha TC e CR Autonivelantes
Agricultura de Precisão
Plantadeiras p/pequenos e grandes produtores
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32
Horizontes4Crescendo na direção certa
Nemésio: são necessárias mais áreas verdes,
parques, ciclovias e qualidade no transporte
passe a andar de ônibus”. Essa é a aposta
da prefeitura.
Mas o trabalho não será simples.
Para Glicério Weber, presidente do
Núcleo de Chapecó do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), a mobilidade
urbana precisa considerar outros fatores do Plano Diretor, como a ocupação
dos bairros, por exemplo. “Preconizamos, no Novo Urbanismo, que todos os
bairros tenham seu centro, para que as
pessoas precisem vir ao centro da cidade o mínimo possível. Assim se reduz o
número de ônibus e carros circulando”,
observa Weber. O arquiteto sugere ainda vários terminais nos bairros ao invés
de um terminal centralizado, acrescidos
da utilização de calhas exclusivas para
ônibus e de uma revisão nas tarifas. Ele
lembra que, quando o valor é muito alto,
C H A P E C Ó É
as pessoas preferem comprar uma moto
ou um veículo, complicando ainda mais
o trânsito.
Ao final do processo de discussão
com a sociedade, um novo desafio será
posto para a prefeitura: alinhar as decisões do Plano Diretor com as ações
sugeridas no Plano de Mobilidade Urbana que será desenvolvido pela UFSC.
“Esperamos que o Plano Diretor e o trabalho do LabTrans sejam convergentes”,
diz Buligon. “Precisaremos fazer uma
leitura adequada se tivermos divergências, lembrando sempre que a prioridade é a vida das pessoas.”
A revisão do Plano Diretor veio em
meio a outra discussão importante: a
reforma urbana. Para abordar esse tema,
foi organizada a Conferência da Cidade,
que tratou de assuntos como ordenamento territorial, saneamento, habitação e mobilidade urbana. O diretor da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano,
Nemésio da Silva, coordenou esse processo e destaca as principais decisões:
a necessidade de mais áreas verdes e
parques, ciclovias e mais qualidade no
transporte coletivo.
Um passo importante nesse sentido
foi a criação do Conselho da Cidade, integrando os conselhos de Meio Ambiente, Ordenamento Territorial, Habitação
e Regularização Fundiária, Saneamento
e Mobilidade Urbana. “A intenção é discutir esses assuntos de forma integrada
e não mais isoladamente. E nada melhor do que um conselho amplo, que
tenha diferentes olhares e represente diversos segmentos da sociedade”, ressalta
Nemésio. l
Tarla Wolski
Além da ocupação territorial,
o Plano Diretor também define algumas diretrizes relativas à gestão da
mobilidade urbana em Chapecó. Para
desenvolver um projeto de melhorias
para o transporte coletivo na cidade, a
prefeitura contratou o Laboratório de
Transportes e Logística (LabTrans) da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo o coordenador
técnico da equipe de passageiros do
Labtrans, Rodolfo Micolazzi Philippi,
o município será o pioneiro em Santa
Catarina nessa modalidade de estudo. E
terá esse planejamento em um momento importante: “antes que o problema
exista, a cidade se prepara para atacar
o que ocorreria no futuro”. Segundo ele,
a primeira impressão a respeito do que
foi coletado até o momento mostra que
a cidade não tem graves problemas, mas
sim questões pontuais.
O plano encomendado pelo município será entregue em novembro de
2014 e sua implantação se dará em três
etapas: um diagnóstico inicial dos problemas, seguido pela proposição de
ações para melhorem os gargalos e, por
fim, a indicação de ações que a prefeitura pode tomar para manter o sistema
funcionando. Segundo o vice-prefeito
Luciano Buligon, a prioridade que será
dada para o transporte coletivo se resume em uma frase: “a cidade vai bem
quando você faz com que a pessoa que
tenha condições para andar de carro
Tarla Wolski
discrepância”, avalia o vice-prefeito. “O
necessário é o compromisso de que o
solo seja permeável e que não sejam estabelecimentos de alto potencial agressivo ao meio ambiente”, acrescenta.
Horizontes4Projetando a Chapecó de amanhã
Felipe Parucci
34
C H A P E C Ó É
Horizontes
Projetando a
Chapecó de amanhã
A PARTIR DE UM ESTUDO QUE ENVOLVEU MAIS DE 600 PESSOAS, O PROJETO
CHAPECÓ 2030 APONTA CAMINHOS PARA UMA CIDADE FORTE E SUSTENTÁVEL
E
Texto Fernanda Dreier
stamos em 2030. A qualidade de
vida alcançada no município
equipara-se a de cidades de países
desenvolvidos. O povo de Chapecó
sente orgulho e alegria em morar
aqui, pode-se dizer que somos uma cidade feliz não somente pelo crescimento e desenvolvimento econômico, mas principalmente pela
superação de metas de indicadores de qualidade de vida, equidade social, ambiente de
negócios, referência em inovação, tecnologia e
capital humano.
O trecho acima é parte do conteúdo da
“carta do futuro”, texto que encerra o documento de apresentação do projeto Chapecó
2030, uma iniciativa da Sociedade Amigos
de Chapecó (SAC) com base em uma série
de análises desenvolvidas entre 2009 e 2012.
A “brincadeira” expressa, verdadeiramente,
os propósitos de um projeto que mobiliza
um grupo de pessoas interessadas em fazer
de Chapecó um lugar cada vez melhor para
se viver. Fundada em 1966 para organizar a
Feira Agropecuária, Industrial e Comercial
de Chapecó (Efapi) quando a cidade completava 50 anos, a SAC atuou até os anos 1990
e ficou desativada até 2009, quando retomou
suas atividades, com o objetivo de fomentar
o crescimento sustentável do município.
Com o apoio do Governo Estado, da Prefeitura Municipal, da Associação Comercial e
Industrial de Chapecó (ACIC) e da Unochapecó, o projeto Chapecó 2030 tem a missão de
integrar estratégias para promover o desen-
volvimento econômico, sociocultural e urbano-territorial de Chapecó e região. De acordo com o presidente da SAC, Claudio Jorge
Kracker, trata-se de uma iniciativa da sociedade civil organizada para projetar o futuro
da cidade a partir de um estudo da situação
atual, que definiu um conjunto de diretrizes
gerais orientadoras.
Mais de 600 voluntários, 350 entidades e
100 profissionais especialistas trabalharam
na criação da primeira versão do projeto, publicada no final de 2012 e disponível no site
www.projetochapeco2030.com.br. As estratégias foram elaboradas por especialistas de diversas áreas e discutidas em dez fóruns temáticos realizados em 2011. “Além da diretoria e
do conselho consultivo, contamos hoje com a
participação de um grupo gestor formado por
um especialista para cada uma das dez áreas
temáticas. Ao todo, são 50 pessoas que colaboram com o projeto de uma forma voluntária”, afirma Kracker.
Para apontar caminhos, ações e avaliações
periódicas foram formados comitês temáticos
que observaram o histórico, as demandas reprimidas, as fragilidades, as potencialidades, os
projetos inovadores e a indicação de prioridades
para cada uma das seguintes áreas: Agricultura,
Pecuária e Desenvolvimento Rural; Esporte e
Lazer; Desenvolvimento Econômico, Turismo
e Inovação Tecnológica; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Saúde e Bem-Estar; Educação e
Desenvolvimento Humano; Cultura; Assistência
Social; Gestão Pública; e Segurança Pública.
C H A P E C Ó É
35
36
Horizontes4Projetando a Chapecó de amanhã
Divulgação
Vários fóruns temáticos de discussão foram organizados durante a elaboração do projeto
Entre as diversas demandas
prazo. Representantes do projeto Chapecó 2030 já participaram, por exemplo, da audiência pública do Plano
Municipal de Saneamento em relação
aos Recursos Hídricos, das discussões
da Conferência Municipal da Cidade e
das audiências públicas do Plano Diretor e do Código de Obras do município. O presidente da SAC atenta ainda
Tarla Wolski
identificadas pelo projeto estão a
implantação de uma zona de compartimento para a produção animal
visando assegurar a qualidade sanitária da produção agropecuária, de
um centro de treinamento para produtores rurais, de um parque tecnológico, de um Conselho Municipal
de Inovação, de um Conselho Municipal de Esportes e de um hospital
oncológico na cidade. As propostas
incluem ainda a formação de um
centro de treinamento para atletas e a
implantação de sistema de captação
de energia solar nos pontos de iluminação pública, além da ampliação
do ensino integral na rede municipal
e da ocupação de espaços públicos
para projetos culturais. E estas são
apenas alguns exemplos das mais de
trezentas propostas que os organizadores do projeto esperam ver viabilizadas nos próximos 17 anos.
Segundo o presidente da SAC, são
realizadas reuniões periódicas dos comitês temáticos com secretários municipais para acompanhar a implantação das propostas a médio e longo
Kracker: objetivo é definir diretrizes para
o desenvolvimento sustentável da cidade
C H A P E C Ó É
para o fato de estarmos em um ano de
definição do Plano Plurianual (PPA)
das novas administrações municipais.
“Por meio de audiências públicas,
conferências e reuniões de trabalho,
essa atuação tem o papel fundamental
de democratizar os processos decisórios da gestão pública, ampliando a
participação e definindo prioridades
em todas as áreas para dar respostas
para a população a médio prazo”, ressalta Kracker.
De acordo com o vice-presidente
da SAC, Cláudio Alcides Jacoski, o
grupo tem se reestruturado para poder criar novos caminhos e participar
também desse tipo de atividade com
proposições. “Para este ano temos
grandes desafios. Entre eles a consolidação da interação entre os eixos temáticos, os indicadores e as metas. O
projeto vai ter de olhar para grandes
necessidades que o município tem e
pensar, por exemplo, saúde, infraestrutura e educação de forma unificada”, conta. Um evento que possa fazer
essa reunião de ideias está sendo planejado também para este ano.
Até o momento o projeto realizou
estudos e discussões a partir de parâmetros de desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida que
resultaram em um levantamento de
contribuições de pessoas e entidades em busca de caminhos possíveis
para Chapecó nas próximas décadas.
“Nossa maior dificuldade está em
sensibilizar as autoridades a construir um planejamento para além de
seu mandato, a pensar ações para
hoje que possam remeter a um futuro
planejado. O desenvolvimento deve
continuar, independente de quem
seja o próximo governante”, completa
Kracker. Ele diz lamentar apenas que
muitas pessoas ainda não tenham se
dado conta da grandeza do projeto,
principalmente por ele ser realizado
de forma voluntária.l
38
Horizontes
Semeando tecnologia
A AGRICULTURA DE PRECISÃO COMEÇA A SER APLICADA NAS PROPRIEDADES
RURAIS DA REGIÃO COMO FORMA DE AUMENTAR A PRODUÇÃO
Texto Lilian Simioni Fotos Tarla Wolski
M
aior lucratividade com menor custo. O objetivo comum
a todos os empreendedores
também está presente no
campo. Por meio da tecnologia aplicada às atividades agrícolas, produtores locais começam a testar técnicas inovadoras
desenvolvidas dentro do conceito de Agricultura de Precisão (AP). Inicialmente voltada para a
produção de grãos, a implantação destas técnicas em propriedades rurais da região ainda está
no começo, mas dá indícios de que pode ser uma
excelente ferramenta para ampliar a produtividade e a competitividade da agricultura local.
Administrando as terras do avô, o engenheiro agrônomo Félix Muraro Junior resolveu
iniciar a aplicação da AP há três anos. Com culturas de soja, milho, trigo e pastagens (aveia e
azevém) para o gado, Junior ainda não sentiu
resultado na produtividade, porém calcula que
está gastando cerca de 10% a menos de insumos na terra. Antes da aplicação das técnicas,
os insumos eram aplicados de maneira homogênea – a mesma quantidade para toda a área.
Com a AP, o terreno é todo dividido: quanto
menor o tamanho desses espaços (grids), melhor o resultado. Em cada grid é coletado solo
para amostra e o espaço é marcado com uma
estaca e no GPS.
As amostras seguem para o laboratório, para
análises que determinam o nível de nutrientes
de cada uma delas. De posse dos laudos quími-
C H A P E C Ó É
Semeando tecnologiaHorizontes
co (que verifica componentes como
potássio e fósforo) e físico (como a
compactação do solo), o profissional faz as interpretações dos dados
e a recomendação ao produtor. Com
isso, é possível inserir os insumos
adequados, de acordo com a necessidade, em cada um dos pontos anteriormente demarcados. “Do jeito
que era feito antigamente, poderíamos até estar jogando dinheiro fora”,
comenta Junior.
De acordo com o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Agricultura de Precisão é
conceituada como “um sistema de
gerenciamento agrícola baseado na
variação espacial de propriedades
do solo e das plantas encontradas
nas lavouras e visa à otimização do
lucro, sustentabilidade e proteção
do meio ambiente. Trata-se de um
conjunto de tecnologias aplicadas
para permitir um sistema de gerenciamento que considere a variabilidade espacial da produção”.
39
Depois de adotar a agricultura de precisão, o gasto de Félix com insumos ficou 10% menor
Mesmo para os produtores
cadas – ainda não vê vantagens em
comprar os equipamentos. Segundo
o engenheiro agrônomo, a propriedade é pequena e em vários meses do
ano o investimento ficaria parado.
Já a família de Rodrigo Conte,
também engenheiro agrônomo, optou por comprar um distribuidor de
insumos para ser usado em sua propriedade no município de Coronel
que não têm os equipamentos necessários para a aplicação das técnicas de AP, é possível contratar prestadores de serviço para auxiliar no
processo. Conforme o engenheiro
agrônomo da Cooperalfa, Ferdinando Brustolin, como a característica
em Chapecó e região é a predominância de pequenas propriedades,
algumas adaptações podem ser feitas. Para não inviabilizar o procedimento, a coleta das amostras de solo
pode ser feita manualmente ou com
equipamentos terceirizados.
“Estamos percebendo os benefícios de contratar o serviço, já que o
valor não se torna significativo pelo
bom resultado da aplicação das técnicas”, ressalta Junior. Por isso, a família – que tem 180 hectares, dos quais
100 já tiveram as técnicas de AP apli-
Rodrigo: distribuidor equipado com GPS
calcula a aplicação correta de nutrientes
C H A P E C Ó É
Freitas. O equipamento, que custou
R$ 140 mil, não é o único necessário
para a Agricultura de Precisão. Entretanto, depois da coleta do solo e da
leitura dos dados, basta instalar um
dispositivo no distribuidor. Como é
equipado com GPS, o agricultor só
precisa passar com o distribuidor no
terreno para que os insumos necessários sejam aplicados na medida
certa. “Conversei com meu pai sobre
a viabilidade e resolvemos comprar
o equipamento, que chegou há um
mês. Ou você é bom no que faz ou
não vale a pena continuar”, ressalta.
A decisão foi tomada depois que
a família fez os cálculos de produtividade. Segundo o produtor, a média do milho aumentou em 28% no
primeiro ano. Já na safrinha da soja e
do feijão, o aumento foi de 20%. “No
início não aplicamos a AP em toda a
área. Mas no ano seguinte nem pensamos duas vezes e fizemos a demarcação, a coleta, a análise e a aplicação variável dos insumos em toda a
propriedade”, afirma Conte. Além de
ser aproveitado em uma área total de
240 hectares, o equipamento também está sendo alugado para prestar
serviços a agricultores das proximi-
40
Horizontes4Semeando tecnologia
dades. O agrônomo conta que, vendo os resultados na propriedade de
sua família, alguns agricultores passaram a buscar informações sobre as
possibilidades de aplicação da AP.
Impulsionado pelos bons resultados já obtidos e buscando aperfeiçoamento, Rodrigo está cursando a
pós-graduação em Produção Vegetal
– Ênfase em Agricultura de Precisão,
na Universidade Comunitária da
Região de Chapecó (Unochapecó).
E é para lá que estão indo os profissionais que buscam especialização
nessa área. Segundo a coordenadora
Karen Döering Golin, o curso surgiu
especialmente pela demanda regional. Os objetivos da pós-graduação
passam pelo uso racional de insumos e a redução dos impactos ambientais, além, é claro, do aumento
na produção. “Os agrônomos estão
procurando atualização e aprimoramento. Buscam alternativas para
o aumento de produtividade, dentro
da realidade de cada produtor”, comenta a professora.
Com a teoria e a prática no curso,
Karen garante que os pós-graduados
alto para os nossos pequenos produtores e o relevo da região também é
complicado, muito acidentado. Mas
a tendência, mais cedo ou mais tarde, é que os valores sejam reduzidos
ou que as linhas de financiamento
abram mais possibilidades de aquisição dos equipamentos.”
Karen, da Unochapecó: pós-graduação
forma mão de obra especializada na área
estão aptos a prestar orientação e
assistência aos produtores. Para ela,
esse trabalho será cada vez mais requisitado pelos produtores locais,
bem como por agricultores em estados com a AP bastante avançada,
como Mato Grosso, Rio Grande do
Sul e Goiás. “O investimento ainda é
Em parceria com a Cooperalfa, produtores têm acesso a análises no laboratório da Epagri
C H A P E C Ó É
Por enquanto, resta aos
produtores de Chapecó e da região buscarem alternativas para ter
acesso a este tipo de tecnologia. A
Cooperalfa, por exemplo, já vem
atuando com o conceito de Agricultura de Precisão desde 2009 e presta
serviços aos agricultores, o que se
configura como um dos objetivos do
Projeto Alfa. “Adaptamos algumas
ferramentas que acabam alcançando a todos”, resume o agrônomo da
cooperativa. Para baixar o custo, em
algumas propriedades o grid chega a ser de um hectare. As análises
são feitas no laboratório da Epagri
e podem inclusive ser acompanhadas pela internet durante todas as
fases. Nas propriedades menores os
agrônomos traçam, através de um
sotfware, zonas de níveis de nutrientes. Com base em pontos de georreferenciamento, são feitas as linhas
de aplicação.
Entretanto, Brustolin destaca que
a produtividade não depende somente da AP e inclusive sofre a influência
de variáveis que estão fora do controle do ser humano, como a quantidade
de chuva e a temperatura. “São pelo
menos 53 fatores dos quais depende
a produtividade”, diz o agrônomo da
Cooperalfa. “As ferramentas oferecidas pela Agricultura de Precisão são
importantes, mas os profissionais e
produtores precisam entender que
não basta o georreferenciamento. A
precisão na agricultura tem relação
com o gerenciamento da propriedade como um todo.”l
42
Horizontes
A bela vista do alto da tirolesa de 1,3 mil metros que leva os visitantes do Rio Grande do Sul a Santa Catarina por sobre o Rio Uruguai
Na rota do ecoturismo
NO DISTRITO De GOIO-EN, RECANTOS NATURAIS e esportes náuticos ATRAEM CADA VEZ
MAIS OS CHAPECOENSES E OS TURISTAS QUE PASSAM PELO oeste catarinense
Texto Fernanda Moro
C
hapecó é destaque nacional pelo
seu movimentado calendário de
turismo de eventos. A realização
de importantes feiras, congressos
e reuniões de negócios movimenta vários setores da economia e gera desenvolvimento para a região. Mas nos últimos anos, outra
prática turística também tem ganhado destaque.
Visitar espaços naturais e contemplar as belezas
ambientais típicas da região é uma opção cada vez
mais procurada.
O distrito de Goio-En é um dos destinos de lazer
de muitos chapecoenses e parada obrigatória para
os turistas que passam pela cidade. O local apre-
senta uma vista de encher os olhos e os raios de sol
refletidos na imensidão das águas do Rio Uruguai,
marco divisório entre Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, dão as boas-vindas a todos os que chegam
à cidade. A área foi uma das mais atingidas pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó.
Após a construção da barragem, teve início no local um projeto de renovação e aproveitamento de
suas potencialidades turísticas.
Um dos empreendimentos que surgiram na
região é o Centro Náutico Faé, construído às margens do Rio Uruguai depois da formação do lago
da Usina. Hoje, o local é um dos mais procurados
por banhistas e praticantes de esportes náuti-
C H A P E C Ó É
Na rota do ecoturismo Horizontes
Outro lugar coM BASTANTE
procura é o camping Rota do Sol, que
conta com estrutura náutica e serviço de acesso ao rio para barcos. Este
ano, o local se prepara para sediar a
primeira edição do Summer Náutica,
nos dias 23 e 24 de novembro, reunindo competições voltadas aos amantes
da velocidade e dos esportes náuticos,
além de um shopping com exposição
de produtos dos segmentos de pesca,
camping e náutica. A programação inclui a 1ª Copa Chapecó Summer Náutica de Motonáutica, a 5ª Etapa do Campeonato Gaúcho de Motonáutica de
Velocidade, shows de jet ski e flyboard,
o encontro de embarcações PierStop e
o Summer Music, com DJs no deque
principal.
Fotos Tarla Wolski
cos. Para Rogério Faé, proprietário do
complexo, depois da construção da
barragem e da formação do lago houve uma transformação completa do
lugar. “O Goio-En tornou-se um ponto
de referência e hoje recebemos muitos
turistas de outras cidades e estados”,
comenta Faé.
O espaço fica aberto o ano todo,
mas o maior movimento de visitantes
é registrado na temporada de verão. A
estrutura conta com área de camping,
sete cabanas para aluguel, prainha
com área para banhistas, lanchonete
e estacionamento. Há ainda uma marina, que, segundo o proprietário, é a
primeira do Oeste catarinense a ser registrada junto à Marinha do Brasil. Para
quem visita o Centro Náutico e procura por aventura, a sugestão é encarar
uma das maiores tirolesas da América
Latina. Com 1,3 mil metros, a tirolesa
interestadual é uma das formas mais
rápidas de atravessar o rio. Em pouco
mais de um minuto, é possível passar
do Rio Grande do Sul para o território
catarinense. Em menos de dois anos de
funcionamento, cerca de 10 mil pessoas já experimentaram o equipamento.
43
Faé: após a barragem, o distrito de Goio-En se tornou uma referência em lazer náutico
Para quem busca um programa
mais tranquilo, o trajeto que liga Santa
Catarina ao Rio Grande do Sul reserva
vários outros pontos atrativos. Uma boa
opção de turismo natural é dar um passeio pela Trilha do Pitoco, onde o barulho da água de um pequeno riacho é o
único som mais forte que o canto dos
pássaros. Localizada cerca de 30 km do
centro de Chapecó, a trilha é um refúgio para a correria da vida agitada na
cidade. Ao chegar, o visitante é recebi-
Em sua propriedade, Gomercindo preserva
a natureza e a memória do cãozinho Pitoco
C H A P E C Ó É
do com um alegre sorriso pelo proprietário, Gomercindo Figueira. É ele quem
mostra o trajeto e está sempre disposto
a apresentar as belezas do lugar. Com
uma caminhada de pouco mais de uma
hora, paisagens encantadoras vão surgindo ao longo do caminho de 3,2 quilômetros de extensão. Além de diversas
árvores e espécies de animais, cinco cachoeiras de aproximadamente 45 metros de altura enchem de graça o local.
“As pessoas chegam bem cedo pela
manhã, almoçam aqui e passam o dia
todo conhecendo o espaço”, explica o
proprietário, que costuma receber visitantes em todas as épocas do ano. Prestes a completar 63 anos, muito sereno
e religioso, Seu Gomercindo relata uma
coleção de histórias da trilha e de turistas. “Vem gente de tudo que é canto do
mundo, já recebemos turistas de todos
os países da América Latina”, revela orgulhoso. Ele conta que a trilha foi batizada em homenagem a um morador
muito especial: o cão Pitoco, que sempre acompanhava os visitantes, guiando-os pelo caminho. Quando o amigo
de tantos anos faleceu, Gomercindo
decidiu homenagear o companheiro.
“Nunca mais vai existir um cachorro
igual ao Pitoco”, lembra.l
46
Almanaque
Delícias
made in
Chapecó
Texto Fernanda Moro
Fotos Victor Carlson
Delícias made in Chapecó Almanaque
47
A CAPITAL DO OESTE COMEMORA MAIS UM ANIVERSÁRIO E, PARA AJUDAR A PREPARAR
A FESTA, TRAZEMOS SUGESTÕES DE PRATOS à BASE DE FRANGO OU CARNE SUÍNA,
DOIS DOS MAIS IMPORTANTES PRODUTOS DA ECONOMIA LOCAL
Lombo de porco com
calda de frutas agridoce
Um prato provocante feito com camadas de carne
suína assada e bem temperada, cobertas por um caldo
quente à base de ameixa, damasco e figo,
ingredientes que dão um toque apurado
ao sabor. A receita preparada pelo chef
André, do restaurante Spettus, pode ser
acompanhada por um arroz com ervas
finas e uma taça de vinho. Em um espaço
elegante, decorado à moda clássica, o restaurante recepciona os clientes com um
agradável som de piano e oferece a vista
de um bela adega de vinhos. No menu,
você ainda encontra frutos do mar, carnes
nobres, pizzas e uma variedade de massas
e acompanhamentos.
Spettus
Rua Benjamin Constant, 99 D – Calçadão
(49) 3323-5040 www.spettussul.com.br
Coq au vin
Simples mas delicioso, este prato francês é facilmente adaptado à culinária
brasileira a consiste basicamente em pedaços de frango marinados com vinho
tinto e especiarias. Como acompanhamento, arroz e batata na manteiga. Vale
a pena provar esta receita preparada por Felipe Carioni, chef do Du Sel, um
agradável e sofisticado restaurante que serve pratos variados à base de frutos
do mar, massas, carnes e saladas diversas.
Du Sel Restaurante
Rua Nereu Ramos, 155 D (anexo
ao Hotel Almasty) – Centro
(49) 3361-2342
C H A P E C Ó É
48
Almanaque4Delícias made in Chapecó
Galeto à moda da casa
Galeteria Malacarne
Avenida Getulio Vargas, 1030 N – Centro
(49) 3323-0409
www.galetosmalacarne.com
Mais uma receita feita com ingredientes clássicos
da região é o galeto assado na brasa, com molho vinagrete à base de ervas. Para acompanhar o prato, polenta frita, massa ao alho e óleo, e um saboroso vinho.
Essa é a sugestão do chef
Carlos Malacarne, da
Galeteria
Malacarne.
Um espaço hospitaleiro, que apresenta uma
variedade de pratos à
base de carne de frango. Aberto nas noites de terça a sábado
e servindo almoços
nos fins de semana,
o restaurante é uma
saborosa opção para
desfrutar da culinária
típica de Chapecó.
Frango New York
As carnes de frango e suína são usadas em muitas receitas regionais. Pensando nisso, o Bistrô Nova York preparou uma receita especial que une a essência
dos dois sabores. O prato consiste em um filé de frango recheado com filé suíno,
manjericão e queijo brie. A carne é empanada com uma farinha especial – feita
de pão de forma e amêndoas – e depois é frita. Para acompanhar, a indicação do
chef João de Souza é o confit de legumes preparado com cebola, berinjela, abóbora e tomate. A receita exclusiva pode ser apreciada em um ambiente que surpreende pelo aconchego e bom atendimento. A decoração tem como referência
a cidade de Nova York, retratada em diversas fotografias e obras espalhadas pelo
ambiente. O bistrô também oferece serviços de bar e café.
C H A P E C Ó É
Bistrô Nova York
Edifício Soprana Center – Av. Getúlio
Vargas, 1128 N, esquina c/ Calçadão
(49) 3312-2024
50
Almanaque
Fotos Tarla Wolski
Em busca da beleza
TRATAMENTOS MAIS ACESSÍVEIS E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO atraem o interesse
dos chapecoenses pelas CLÍNICAS DE ESTÉTICA E DE CIRURGIA PLÁSTICA
Texto Lilian Simioni
M
anthus, hidrolipo, massagens, peeling, depilação a
laser, carboxiterapia, botox, rinoplastia, mastopexia, lipoaspiração etc.
São muitos os tratamentos estéticos, dermatológicos e possibilidades de cirurgias plásticas que antes um privilégio apenas dos mais
abastados e hoje estão ao alcance de um público cada vez maior. Em Chapecó, o número
de clínicas especializadas cresce no mesmo
ritmo em que pessoas com diversos perfis
de poder aquisitivo procuram seus serviços.
Os valores mais acessíveis e as condições de
parcelamento estão chegando a uma popula-
ção que antes não cogitava investir dinheiro
na autoestima.
Um mercado em franca expansão é o da
cirurgia plástica. A cidade, que tinha seis
médicos especializados até o final de 2012,
hoje já conta com nove. A Dra. Tainara Cassol é uma das recém-chegadas. Instalou-se
em Chapecó depois de finalizar a residência
em cirurgia plástica no início do ano. Apesar
de estar há pouco tempo com o consultório
na cidade, a procura por seus serviços tem
se mantido dentro do planejado. Ela relata
que no estado de São Paulo, onde fez a residência, o público da classe C e até mesmo
da classe D costuma fazer cirurgias plásticas,
C H A P E C Ó É
Em busca da belezaAlmanaque
mesmo precisando financiar o pagamento. Para a cirurgiã, a realidade por
aqui ainda não é semelhante, mas a
tendência é que as pessoas comecem a
investir mais no próprio bem-estar.
O também cirurgião plástico Rafael Tirapelle já conseguiu perceber a
demanda crescente em Chapecó. Nos
cinco anos em que atua na cidade, o
médico relata que o número de pacientes tem dobrado anualmente. E
eles vêm de diferentes classes sociais.
“Hoje em dia uma cirurgia plástica já
não é mais tão cara e ainda oferecemos
facilidades de pagamento parcelado”,
ressalta. Além disso, Tirapelle também
destaca que atualmente a cirurgia estética e a cirurgia reparadora quase se
confundem. “Hoje a ideia de plástica é
diferente. As pessoas estão buscando
autoestima e as cirurgias estão mais ligadas à qualidade de vida”.
No Brasil, cerca de 70% dos pacientes que buscam uma cirurgia para melhorar a aparência e o bem-estar são
mulheres. No consultório de Tirapelle
o percentual é de 80%. Mesmo com
um percentual muito mais baixo, os
Dr. Tirapelle: a demanda por plásticas está
cada vez mais ligada à qualidade de vida
homens também começam a procurar
por este tipo de procedimento. Para a
Dra. Tainara, além de estarem se cuidando mais, eles estão se permitindo
e aceitando mais a ideia de fazer uma
plástica. “Antes eles percebiam o problema, mas tinham alguma restrição
e não buscavam a cirurgia”, avalia a
cirurgiã. Entre as opções de cirurgias
plásticas faciais e corporais, as mulheres de Chapecó têm procurado mais a
prótese mamária e a lipoaspiração. Já
os homens, conforme o Dr. Tirapelle,
buscam especialmente a blefaroplastia
(reparação de pálpebra), a lipoaspiração e a rinoplastia (do nariz).
51
atendemos inclusive após as 18h”, relata. Segundo ele, a média de idade dos
clientes é de 25 a 35 anos. Mas a procura pelos tratamentos abrange desde
adolescentes até idosos. Os homens
também são minoria no consultório
dermatológico, representando apenas
20% dos atendimentos. Eles procuram a depilação prolongada (que dura
dois anos), especialmente de barba,
redução de manchas faciais, com tratamentos com cremes ou com peelings, e
preenchimentos. As mulheres buscam
também a redução das manchas faciais, soluções para a queda de cabelo
e a aplicação de botox.
Pacientes de classe média formam a
maior parte da clientela do dermatologista. “As pessoas começaram a guardar
dinheiro durante o ano e a utilizar as
economias para pagarem os procedimentos”, comenta o Dr. Winckler, lembrando que os tratamentos também se
tornaram mais acessíveis devido à concorrência dos produtos utilizados. “Os
preços estão baixando ano a ano desde 2007, quando começou a aumentar
o número de empresas fornecedoras.”
Sem oS mesmoS níveIS de
Recém-formada, a Dra. Tainara abriu este
ano seu consultório de cirurgia plástica
complexidade de uma cirurgia, os tratamentos dermatológicos e estéticos
também estão em alta na cidade. O
dermatologista Fabiano Winckler, que
atende desde 2010 em Chapecó, aponta uma demanda crescente de 30% a
40% por ano em sua clínica. “Temos
trabalhado de oito a dez horas diárias
para dar conta da procura. Para atender
quem trabalha em horário comercial,
C H A P E C Ó É
Dr. Winckler: procura por tratamentos
dermatológicos cresce até 40% ao ano
52
Almanaque4Em busca da beleza
Fotos Tarla Wolski
Ana Paula: movimento na clínica de estética
se mantém constante desde o início do ano
Independente dos custos, ele aponta que a busca pela autoestima está
se disseminando de maneira geral. “É
um trabalho muito gratificante”, revela o médico. “Em alguns tratamentos,
como os preenchedores, o resultado é
na hora. Os clientes ficam muito agradecidos, alguns até choram.”
Atenta às oportunidades do mercado de cuidados estéticos, Ana Paula
Bodanese, proprietária da franquia da
Clínica Magrass em Chapecó, percebeu um fenômeno inédito: este ano
a procura não diminuiu no primeiro
semestre, como vinha acontecendo
desde a abertura do negócio, há quatro anos. “Em 2013 estamos com uma
demanda interessante desde janeiro”.
Além dessa constatação, a empresária diz que tem obtido um incremento anual de 20% nos atendimentos. A
clínica conta com dez profissionais
– entre fisioterapeuta, esteticista, nutricionista e biomédica. De acordo
com Ana, o grande destaque entre os
pacotes oferecidos são as atividades
ligadas ao emagrecimento saudável.
“Agregamos sessões de estética com
a parte nutricional. Com uma equipe
multiprofissional, os resultados são
ainda melhores”, acrescenta.
Na outra ponta desse mercado,
a formação de profissionais também
está em expansão. A escola Fisiomar
oferece a formação técnica em Estética,
além das pós-graduações em Estética,
Fisioterapia Dermatofuncional e Acupuntura. A instituição já tem inclusive
uma graduação em tramitação no Ministério da Educação, que deve entrar
em funcionamento em 2015, passando a formar tecnólogos em Estética e
Imagem Corporal. A diretora da escola,
Solange Cardoso Daneluz, lembra que
o Brasil é o terceiro país no mundo em
movimentação econômica em procedimentos estéticos.
Com as turmas sempre completadas antes do previsto, Solange já planeja voos mais altos para a escola. “Até
2015 estaremos instalados em uma
sede própria”, projeta a proprietária da
Fisiomar. Para ela, o caminho da formação é sem volta. “Esse boom na área
da estética que vemos hoje exige profis-
sionais capacitados. No futuro, a habilitação será uma exigência”, diz Solange,
citando como exemplo a profissão de
manicure: além de saber fazer bem a
unha da cliente, a profissional precisará saber identificar patologias, orientar
e encaminhar o cliente ao médico que
trata daquela enfermidade.
Além da busca pela autoestima,
uma característica que une todos esses tratamentos e procedimentos é a
necessidade de informação. Seja na
cirurgia plástica, na dermatologia ou
nas clínicas estéticas, a recomendação para os interessados é a mesma:
procurar saber qual a formação dos
profissionais, conversar com clientes
que já se submeteram aos tratamentos e saber quais os resultados, saber
exatamente como é feito o tratamento
ou cirurgia plástica, seus efeitos e cuidados depois do procedimento. Solange ressalta que o profissional não faz
sozinho o tratamento e, por isso, não
pode prometer perfeição. “Ele deve,
sim, orientar adequadamente o que o
cliente deve fazer”. O Dr. Wickler completa: “as respostas são muito individuais. O certo é que não existe milagre
nessa área.”l
Serviço
Clínica FW (Dr. Fabiano Winckler) Rua
Porto Alegre, 700 D – Centro. (49) 3322
9969 | www.clinicafw.com.br
Magrass Rua Guaporé, sala 2 – Bairro Presidente Médice. (49) 3312 1825 | www.
magrass.com.br
Dra. Tainara Cassol Travessa Guararapes,
141 – Centro. (49) 3316 1360 | www.tainaracassol.com.br
Dr. Rafael Tirapelle Rua Florianópolis, 130
E – Centro. (49) 3322 5044 | www.rafaeltirapelle.com.br
Solange: mercado de estética precisa de
mais profissionais capacitados e habilitados
C H A P E C Ó É
Instituto Fisiomar Rua Austrália, 65 D
– Bairro Maria Goretti. (49) 3316 1907 |
www.institutofisiomar.com.br
54
Almanaque
O AMOR PELA CHAPECOENSE ESTÁ CADA VEZ MAIS PRESENTE NA CIDADE, UNINDO
FAMÍLIAS E AMIGOS EM TORNO DO FUTEBOL. E o time corresponde em campo
A
Texto Lisiane Kerbes
Arena Condá costuma tremer de
emoção com o som constante dos
tambores das torcidas organizadas. Gritos de apoio e aplausos
entoam no estádio a cada lance
que passa pelos pés dos jogadores. Nas arquibancadas, torcedores das mais diversas idades
dão força ao “Verdão”, como é carinhosamente
chamada pelos torcedores a Associação Chapecoense de Futebol. Passando por uma ótima
fase, a equipe do técnico Gilmar Dal Pozzo não
tem decepcionado. Quando subiu para a Série
B, no ano passado, nem o torcedor mais fanático imaginava que o time do Oeste chegaria a
ocupar a liderança do campeonato. E fanatismo
pelo clube do coração é o que não falta no torcedor local. Não é preciso ir ao estádio para perce-
ber a empolgação e a paixão que o time desperta
em todos na cidade.
Boa parte da história do clube fundado em
10 de maio de 1973 pode ser conferida na residência do administrador e empresário Eduardo
José Fausti, 41 anos. Ele é, sem dúvida, um dos
torcedores mais apaixonados e dedicados ao
time verde e branco. Na casa dele, o salão de
festas não é um espaço comum: foi transformado no Cantinho do Verdão, onde Fausti costuma passar os fins de semana e onde reúne os
amigos antes de ir assistir aos jogos. “Sempre
torci, mas não era aquela paixão”, lembra. “Por
volta de 1994 comecei ir ao estádio e comprar
as camisas dos campeonatos. Em 1996 o time
foi campeão catarinense. Aí é que começou a
paixão maior.”
C H A P E C Ó É
Fotos Tarla Wolski
Verde é a cor
da paixão
Verde é a cor da paixãoAlmanaque
Desde então, o amor pela Chapecoense só aumentou e acabou envolvendo
toda a família. Tanto que o Cantinho do
Verdão, criado em 2006, foi ideia das filhas Caroline e Dayane. Aos poucos, a
família e os amigos foram reunindo objetos referentes ao time e hoje o espaço
está ficando pequeno para abrigar todas
as peças da coleção. Fausti não sabe dizer quantos itens possui. Entre eles, estão as camisas de quase todos os campeonatos. “As de 1982, 1983, 1984, 1986
estão difíceis de encontrar. Das de 1977,
1978, 1979, 1985 tenho réplicas”, conta. A
partir de 1990, ele tem todas as camisas
oficiais. Algumas faz questão de mostrar: as dos campeonatos de 2007, 2011
e 2013, todas autografadas pelos jogadores. Para conseguir camisas que ainda não possui, Fausti sempre leva uma
nova aos jogos, na esperança de que veja
algum outro torcedor com uma camisa
que ele não tenha e aceite trocar.
No Cantinho do Verdão ainda há
espaço para galeria de fotos, recortes
de jornais, adesivos, toalhas, garrafas,
aventais, relógios, kit para chimarrão,
entre outros objetos, muitos deles personalizados pela família. Entre os itens
preferidos de Fausti está a camisa que o
goleiro Nivaldo usou ao completar 206
jogos pela Chapecoense. “Comprei a
camisa e ele veio aqui em casa autografar. Era um sonho meu e o Cadú Gaúcho
trouxe o Nivaldo”, conta o torcedor. Ele
também ganhou, do zagueiro Willian
Amaral, a medalha de campeão 2007.
“Meu sonho é um dia montar uma loja
da Chapecoense, vender produtos do
time, mas o custo é muito alto.”
Assim como a de Fausti, muitas
outras famílias compartilham a paixão
pelo Verdão. Um exemplo é a família
da auxiliar administrativa Janaine Ramos, 26 anos. Desde criança ela acompanha o pai ao estádio. “Quando eu
era mais nova ia só para brincar. Há
dois anos comecei a assistir mesmo
55
Na casa de Fausti, criador do Cantinho do Verdão, as filhas e até a cachorrinha vestem a camisa
Sócia de carteirinha, Janaine herdou do pai o “fanatismo” e não perde um jogo na Arena
aos jogos, torcer e ser sócia”, conta Janaine. “Virou fanática, não perde um
jogo”, acrescenta o pai dela, Argeu Ramos, 52 anos, que também comparece
a todos os compromissos da Chapecoense na Arena Condá. A história de Argeu com o time verde e branco é mais
antiga. “Eu morava em Pinhalzinho,
trabalhava em Chapecó e assistia aos
jogos. Acompanho desde que o time
começou, há 40 anos”, relata.
Janaine destaca que em dia de jogo
não existe nada mais importante para
C H A P E C Ó É
a família. “Em abril de 2012 estávamos
em férias, mas não deixei ninguém
viajar antes do jogo”, lembra. E o amor
ao time vai além das paredes da casa
dos Ramos. O pintor Vilson Bueno, 51
anos, amigo da família, acompanha
Janaine e Argeu em todos os jogos. Da
mesma forma que Argeu, Vilson é torcedor da Chapecoense desde sua fundação. “Pode faltar jogador, mas não
nós aqui no estádio”, diz.
A auxiliar de contabilidade, Adriane
Scatolin Hertz, 34 anos, confessa que até
56
Almanaque4Verde é a cor da paixão
Fotos Tarla Wolski
“Somos apaixonadas”, diz a mãe. “Minha sala virou uma galeria do Verdão.
Tenho de tudo: copos, banners, bandeira, camisetas, até uma cuia de chimarrão. O que eu encontrar do time,
compro”, relata Ijones. “Deixo de ir a
qualquer festa, até as visitas, para assistir aos jogos”, acrescenta.
A
Adriane e Alcione, com os dois filhos e um amigo vizinho, a caminho de mais um jogo
Anderson criou o “Blog do Verdão” em 2011 e hoje já contabiliza mais de 40 mil acessos
perde alguns jogos de vez em quando,
mas o marido, Alcione Hertz, os filhos
Luiz Ricardo, 6 anos, e Pietro, 2 anos
– além do vizinho João Augusto, de 8
anos –, acompanham todas as partidas.
A família sempre torceu para o Verdão,
mas passou a ir com frequência à Arena
Condá há dois anos. “As crianças torcem
muito. O Luiz faz escolinha da Chapecoense, entra em campo com os jogadores.
É muita alegria”, frisa Adriane.
A aposentada Ijones Terezinha
Rigo, 54 anos, também não falta em
nenhum jogo há mais de quatro anos.
“Quando dá para ir, acompanho com
minha filha os jogos fora de casa. Foi
ela quem me incentivou a torcer pelo
time”, diz Ijones. A atleta de tênis de
mesa Jiovana Rigo, 24 anos, filha de
Ijones, sempre foi torcedora da Chapecoense, paixão que aumentou depois
que começou sua carreira no esporte.
C H A P E C Ó É
Chapecoense
também
é
responsável por reunir amigos em
nome de uma mesma paixão. O técnico de comunicação Juliano Alves,
20 anos, é um dos torcedores que gostam de acompanhar o time em grupo.
Torcedor desde criança, há seis anos
integra a torcida organizada Raça Verde e ajuda a animar os jogos na Arena
tocando na bateria da torcida. “Tem
que empolgar a galera, estamos aí para
isso”, diz, ao ser questionado se não
cansa de tocar sem pausas durante o
jogo. Além da Raça Verde, outras organizadas contribuem com sua empolgação para agitar os torcedores e apoiar o
time, como a Garra Independente e a
Torcida Jovem Chapecoense.
A dedicação pelo time está presente também na internet. Torcedor
e grande incentivador da Chapecoense, o auxiliar financeiro Anderson
Vitor Soccol, 26 anos, criou em 2011
o blog Espaço do Verdão para ajudar
na divulgação do time e disponibilizar
informações atualizadas aos torcedores. Ao completar dois anos, o blog já
atingiu mais de 40 mil acessos. “Tudo
começou com a procura de informações sobre o clube. Às vezes não encontrava nada atualizado, e aí veio a
ideia de criar um blog”, conta Anderson. Torcedor desde 2007, ele não falta
em nenhum jogo e diz ter concretizado o projeto com a ajuda dos amigos
Wagner Schleicher e Alan Carlos Riboli. Atualmente, o blog é divulgado
também nas redes sociais e, conforme
Anderson, há possibilidade de virar
um site no futuro.l
58
Almanaque
Um pioneiro da
regionalização
O EMPRESÁRIO MÁRIO PETRELLI, FUNDADOR DO GRUPO RIC, É HOMENAGEADO
EM CHAPECÓ PELA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE IMPRENSA
Elves Todeschini
O
empresário e fundador do Grupo RIC,
Mário José Gonzaga
Petrelli, foi homenageado em Chapecó
no dia 3 de agosto, durante o 6º Encontro da Imprensa de Santa Catarina. Graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (1959),
Petrelli foi controlador da TV Cultura
de Florianópolis e da TV Coligadas
de Blumenau e fundou a TV Cultura
de Chapecó (hoje RBS TV) e a TV O
Estado, também de Chapecó (hoje
RIC Record). É fundador e presidente
emérito da Rádio e TV Independência S/A de Curitiba. Também fundou
os jornais Notícias do Dia em Santa
Catarina e a Record News em Santa
Catarina e Paraná.
A representatividade do empresário na comunicação do estado foi
enfatizada pelo secretário de Estado
da Agricultura e Pesca, João Rodrigues. “Mário Petrelli representa a
comunicação catarinense, pela capacidade, pela qualidade, pelo espírito empreendedor e pelo respeito
que ele tem pelos profissionais que
trabalham em sua rede”, frisou o secretário. “É um mestre que passa
seus ensinamentos para os mais novos”, enfatizou o prefeito de Chapecó, José Caramori.
Texto Lisiane Kerbes
O presidente da ACI entrega a placa da
homenagem a Marcello Petrelli, filho do
Dr. Mário e presidente do Grupo RIC SC
Para o presidente da Associação
Catarinense de Imprensa (ACI), Ademir Arnon, falar de Petrelli é falar da
história de Santa Catarina. “Ele é a
memória viva da comunicação. Realizar essa homenagem é motivo de
muito orgulho”, ressalta. Já o diretor
regional da ACI, Marcos Bedin, destaca que Petrelli interiorizou a radiodifusão no estado. “Um empresário
arrojado, com uma trajetória de cinco
décadas de sucesso na área de comunicação social”, define o jornalista.
C H A P E C Ó É
O diretor do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Vagner Dalbosco, destaca que Petrelli foi uma
das primeiras pessoas a perceberem
que o Oeste de Santa Catarina podia
ser um polo de imprensa. “Ele foi um
precursor da regionalização da informação”, completa o vice-presidente
da Associação dos Diários do Interior
(ADI), Adriano Kalil.
“É uma pessoa admirada por todos e até imitada, porque sempre viu
muito longe o crescimento de cada
região”, acrescenta o representante da
Associação Catarinense de Emissoras
de Rádio e Televisão (Acaert), José
Bohner. Já o presidente da Câmara de
Vereadores de Chapecó, Marcio Sander, lembra que a Casa legislativa já
fez a sua homenagem ao empresário,
prestigiando-o com o título de Cidadão Honorário de Chapecó.
Aos 78 anos de idade, Mário Petrelli se encontrava impossibilitado
de participar do evento e não pôde
receber pessoalmente o reconhecimento dos chapecoenses, mas foi
representado por seu filho Marcello
Petrelli, presidente-executivo do
Grupo RIC em Santa Catarina. A homenagem é realizada todos os anos
a profissionais da comunicação que
completaram 50 anos de profissão e
permanecem na atividade. l
60
Almanaque
Victor Carlson
O sucesso de público
na RIC TV Record
foi construído por
Eduardo com simpatia,
profissionalismo e
credibilidade
Almanaque
61
Identificação
com o público
HÁ QUASE SETE ANOS APRESENTANDO O JORNAL DO MEIO DIA, EDUARDO PRADO
CONQUISTOU O CARINHO DO TELESPECTADOR E A ADMIRAÇÃO DOS COLEGAS
Texto Lisiane Kerbes
O
trabalho sério e comprometido com a
comunidade realizado à frente do Jornal
do Meio Dia, na RIC TV Record, reflete-se na popularidade cada vez maior do
apresentador Eduardo Prado entre os
telespectadores de todas as idades. Ex-policial militar,
ele hoje usa sua experiência na corporação para nortear
seu trabalho na TV. “O que faço hoje devo ao que aprendi na polícia. Senti no dia a dia como é o sistema do crime e trago para a comunidade uma linguagem simples,
porque é fácil falar do que eu fiz”, diz Eduardo.
Sua primeira experiência na televisão foi em 2001, na
TV Record de Xanxerê. Passou por outras emissoras de rádio e TV locais e chegou a tentar a sorte na capital, mas
acabou retornando à Chapecó devido à sua grande identificação com a cidade. Em novembro de 2006 foi chamado
para apresentar o Jornal do Meio Dia, na RIC TV e desde
então seu sucesso junto ao público só vem aumentando.
Na opinião do vigilante Maximino Costa, o trabalho do apresentador é “mais sério” do que o das outras
emissoras de televisão. “Ele tem mais atitude, tem o
lado humano. Nunca deixo de assistir. Quando termina
o jornal dele eu vou para o trabalho”, comenta. “Ele faz
um jornalismo mais claro, dá opinião, é destemido. Eu
gosto disso”, comenta a bancária Andreize Frazão Duarte. “Tem alguém da mídia que vê as mesmas coisas que
a gente”, observa.
Já o pequeno Vitor Bruski, de 9 anos, assiste ao programa desde os 6 anos. O garoto é cego e, entre os programas e apresentadores de TV que costuma ouvir, o
preferido é o Eduardo Prado. “A maioria da cidade assiste
ao jornal dele”, diz Vitor. O carinho pelo apresentador da
RIC Record é acompanhado pela mãe, Noeli Otowicz,
que já levou Vitor para conhecer Eduardo de perto. “Fui
no estúdio no dia 1º de setembro, com 8 anos. No dia 5
eu ia fazer 9 anos”, conta Vitor. Neste dia, ele ganhou do
apresentador uma capa e um suporte para teclado e se
comprometeu a voltar à emissora para tocar no programa. O retorno foi neste ano, no aniversário de Eduardo.
O carinho e a simpatia do apresentador é facilmente
percebido também entre os colegas de trabalho. O cinegrafista Jair Correia trabalha com Eduardo há sete anos e
comenta que eles “sentem na pele” os problemas de algumas pessoas quando vão fazer matérias. “Onde a gente
vai tem muito retorno da comunidade”, conta. Para o cinegrafista, Eduardo é bem-visto na cidade devido ao seu
profissionalismo. “É uma pessoa séria, não admite erros,
justamente pela preocupação que tem com a qualidade
do trabalho, que é o que faz ele ser o que é hoje”, diz Jair.
O supervisor operacional Cleumir Pasa, com 22 anos
de empresa, acompanha o trabalho de Eduardo desde que
ele entrou na emissora. “É uma pessoa simples e com um
grande coração. Ele gosta de ajudar as pessoas”, comenta.
Para a repórter Raquel Tedesco, o jornal “ganha vida” com
Eduardo. “Ele é fantástico. Opina e aceita sugestões, é uma
troca de ideias diária”, frisa a colega de trabalho.
Com 38 anos de idade e 22 anos de profissão,
Eduardo diz que tenta fazer seu trabalho cada vez melhor e diz que se sente extremamente bem na RIC TV
Record. “Eu agradeço aos colegas. Só conseguimos fazer um bom trabalho quando a equipe funciona; e aqui
a equipe funciona muito bem”, finaliza. l
C H A P E C Ó É
64
Opinião
Cooperar para evoluir
PARA O PRESIDENTE DA COOPERALFA, ROMEO BET, OS CONCEITOS DO COOPERATIVISMO
SÃO FUNDAMENTAIS PARA A EXPANSÃO SUSTENTÁVEL DA ECONOMIA LOCAL
Como o Sr. avalia os índices de
crescimento apresentados pelo município de Chapecó?
O ritmo em que cresce o município
de Chapecó, cidade polo do Oeste cata-
Divulgação
R
eeleito para mais quatro
anos na presidência da
Cooperalfa, Romeo Bet
destaca como seu principal desafio nesta nova
fase à frente da segunda maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina
manter a solidez financeira e o crescimento alcançados nos últimos anos,
com índices de aproximadamente
15% ao ano. Os resultados líquidos da
Alfa nos últimos quatro anos somaram R$ 200 milhões, volume aplicado em investimentos estruturais que
voltam aos associados como capital
social. Segundo Bet, o cooperado teve
seu capital social acrescido em média
33% em 2012.
“Nossa meta é manter os programas sociais, contar com um quadro de
sócios cada vez melhor informado e
uma assistência técnica competente”,
diz o presidente da Cooperalfa, destacando ainda os investimentos na sucessão familiar rural. A preocupação
com o crescimento da cooperativa e
seu papel no desenvolvimento do município é uma constante. “Compreendemos que só teremos um mundo
mais justo com ética, respeito e trabalho. Para nós, cooperar é evoluir”,
acrescenta. Na entrevista a seguir, Romeo Bet fala um pouco mais sobre os
planos da cooperativa para continuar
crescendo junto com a cidade.
rinense, é mais acelerado e superior ao
ritmo de crescimento do nosso País, o
que para nós é motivo de orgulho. Mais
que isso, por termos nascido neste berço do ramo alimentício, contamos com
uma referência que tem sido inspiradora e norteadora de um planejamento
estratégico que contempla um universo
de negócios para a cooperativa igualmente dinâmico e vanguardista. O
eixo econômico do município ainda é
o setor agroindustrial, do qual temos o
privilégio de fazer parte.
Como o cooperativismo tem contribuído para o crescimento econômico da cidade?
O sistema cooperativista tem marcado presença nos mais diferentes segmentos da economia de Chapecó. Além
do agronegócio, liderado por Cooperalfa e Aurora, este tem sido o modelo
de organização adotado por boa parte
do sistema financeiro, em cooperativas
C H A P E C Ó É
de crédito como Sicoob Maxicrédito, e
também pelos profissionais médicos,
através da Unimed. O sucesso destas
e de outras cooperativas nos assegura
que os ideais cooperativistas podem
sim ser um caminho. Basta acreditar
que muitas vozes trabalhando ordenadamente, buscando os mesmos objetivos, têm o poder de conquistar novas
alternativas e melhores rumos para o
município, o estado e a nação.
Visando à manutenção sustentável
desse crescimento, como o Sr. acha
que a cidade deve planejar seu futuro?
É preciso continuar ampliando a
matriz econômica e ir além do agronegócio para manter-se bem colocada no
ranking de municípios com os melhores
índices de desenvolvimento humano
(IDH) no estado e no país. Os administradores públicos devem motivar ações
e investimentos para dar ao nosso município uma infraestrutura sustentável.
Hoje temos uma dinâmica econômica
muito mais diversa, incluindo comércio, serviços, educação, saúde e sistema
financeiro. Essas atividades acabam
por atrair constantes fluxos populacionais em direção à capital regional, com
novos comportamentos de consumo
motivados pelas lojas de departamentos e shoppings. Em contrapartida,
sabemos que juntamente com o desenvolvimento, crescem os desafios da criminalidade, desigualdade social, segurança pública e de logística. Isso tudo
exige de nós líderes cooperativistas e
empresários posturas de investimentos
que atendam a essas novas demandas
sociais e de consumo.l
66
Opinião
Chapecó, 96 anos
plantamos a Universidade da Melhor
Idade, em parceria com a UNOESC,
para citar apenas duas grandes ações
na área, reconhecidas internacionalmente. A renda do chapecoense deu
um salto de R$ 437,01 em 1991, para
R$ 1.017,34 em 2010, um incremento
de 132,80%. Tudo isso pode ser explicado pelas inúmeras oportunidades
oferecidas pelo nosso Município. Oportunidades de emprego, de qualificação,
de crescimento e aperfeiçoamento profissional. A instalação de novas empresas gera desenvolvimento econômico e
social, consequentemente mais qualidade de vida para o cidadão.
Comemoramos, mas o trabalho
continua. Chapecó está em obras.
Recebe neste momento investimentos
de cerca de R$ 500 milhões, recursos
do Município, do Estado e da União.
Cinco macroáreas concentram obras
novas, melhorias e serviços: infraestrutura, educação, saúde, assistência
social e esporte.
Conhecer hoje o nosso município é como receber um convite cheio
de oportunidades que só uma cidade influente tem a oferecer. Grandes
universidades, educação, saúde de
qualidade, comércio, indústria, agricultura, e prestação de serviços fortes,
gastronomia e turismo de eventos em
constante desenvolvimento, além do
espaço à cultura e atenção às questões
sociais e ambientais.
É por isso que temos muito a comemorar. Os 96 anos de Chapecó,
sim, mas especialmente o resultado do trabalho dos empreendedores
chapecoenses. l
C H A P E C Ó É
Divulgação
T
emos muito a comemorar.
O atual momento vivido
pelos chapecoenses revela
um Município em plena
sintonia com o desenvolvimento econômico e social. Somos
uma cidade polo no Sul do país. Em
Chapecó, capital e social caminham
juntos, oferecendo melhor qualidade
de vida para quem nasceu aqui e para
quem escolheu viver nessa terra.
Destacamos os indicadores divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
os quais apontam um crescimento
significativo no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
Avançamos na educação, renda e longevidade, na década compreendida
entre os anos 2000 e 2010, com incremento de 15,83% no IDHM. Chapecó
ocupa a 67ª. colocação entre os 5.565
municípios brasileiros e a 18ª. entre
os 295 municípios catarinenses.
Citamos especialmente a educação, com crescimento de 0,176. Deve-se prioritariamente à atenção especial que dedicamos às nossas crianças.
Construímos e inauguramos o maior e
mais moderno Centro de Educação Infantil Municipal do Estado. Estamos
construindo outros seis em diversas
regiões do município. Investimos em
qualidade. Focamos em instalações físicas, amplas e modernas, mas muito
mais em capacitações constantes dos
professores que fortalecem e revigoram o nosso sistema de ensino.
A mesma atenção dedicamos aos
idosos e à promoção de oportunidades. Criamos a Cidade do Idoso e im-
José Caramori
Prefeito de Chapecó
“Conhecer hoje o
nosso município é
como receber um
convite cheio de
oportunidades que só
uma cidade influente
tem a oferecer.”
EDITORA DE REVISTAS

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