Graxaria Brasileira

Transcrição

Graxaria Brasileira
Revista
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Ano 1 / Edição 06 / Nov-Dez 2008 / www.editorai9.com.br
Graxaria Brasileira
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Indústria de Farinha e Gordura AnimalG
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Automação Industrial
Pode Contribuir ainda mais
para a Melhoria do Segmento
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Editorial
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Ano 1 / Edição 06 / Nov-Dez 2008 / www.editorai9.com.br
Graxaria Brasileira
Indústria de Farinha e Gordura Animal
Automação Industrial
Pode Contribuir ainda mais
para a Melhoria do Segmento
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Edição 06
novembro/dezembro 2008
Prezado Leitor,
No setor da aviação, há uma pequena história que circula entre os
especialistas do meio. Em um futuro breve, os aviões não vão precisar mais de
pilotos. E se precisarem, haverá cachorros ao lado, treinados para evitar que
eles apertem qualquer botão. Talvez seja exagero, mas a historinha em tons de
piada dá a idéia do nível de automação no qual – possivelmente – vamos chegar.
Os sistemas automatizados estão cada vez mais presentes em nossas vidas,
seja em atividades do dia-a-dia como atravessar uma rua quando o farol
fecha ou até mesmo dentro de nossas casas. Mas existe um lugar no qual a
automação vem mudando as perspectivas há um bom tempo: as indústrias. O
motivo é simples. Ao uniformizar os processos e dispensar a influência humana
direta, diminui os erros e descontinuidades da linha de produção. O resultado
é, entre outros, mais qualidade do produto final. No segmento das graxarias,
o seu uso ainda é incipiente, é verdade. São poucas as graxarias no “estado
da arte” da automação, com todos os seus processos, do começo ao fim,
gerenciados por softwares e equipamentos. Mas, sim, isto é possível!
A automação teve, como porta de entrada nas graxarias, as normativas do
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Polêmicas à parte, muitos donos de
graxarias já estão conhecendo o que o mundo da automação pode proporcionar
às suas fábricas. Há uma série de fatores, motivos e considerações a servirem
de reflexão antes de se optar por automatizar algum processo ou até mesmo
a fábrica inteira. É o que buscamos mostrar em nossa matéria de capa deste
número. Ainda na mesma reportagem, trazemos algumas das empresas que
vêm ajudando as graxarias a se modernizarem. E, pelo visto, há todo um mundo
– muito interessante – a ser descoberto pelos empresários do segmento.
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Aproveitando o momento, agradecemos a todos que fazem possível a Revista
Graxaria Brasileira, desejando boas festas e que possamos dar grandes notícias
em 2009.
Boa leitura!
Daniel Geraldes
Editor Chefe
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Sumário / Expediente
06
18
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notícias
Diretor
Daniel Geraldes
Em Foco 1
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaborador
Paulo Celestino - MTB 998/RN
Publicidade
[email protected]
20
capa
24
Foco na qualidade
26
Pet Food On Line
[email protected]
Redação
Lucas Priori
[email protected]
28
entrevista
30
caderno técnico 1
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Bruno Montero
Claudio Mathias
Clênio Antonio Gonçalves
Daniel Geraldes
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta
Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National
Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança
Pecuarista.
Impressão Gráfica
Vox Editora
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
34
caderno técnico 2
40
caderno técnico 3
49
Ponto de Vista
Editora i9
Rua Leôncio de Carvalho, 303 / Conj. 101
Cep: 04003-010 / São Paulo - SP
Tel/Fax. (11) 3213-0047
A Revista Graxaria Brasileira é uma
publicação bimestral da Editora i9.
A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação do mercado
de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de:
máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel,
frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem
de 4.000 exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia,
projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada
aos executivos e especificadores destes segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores
e não necessariamente refletem as opiniões da revista.
Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias
sem expressa autorização da Editora.
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Notícias
UE modifica idade para
teste de EEB em bovinos
Especialistas em saúde animal da União Européia (UE) aumentaram a idade
mínima para que sejam feitos testes de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB),
conhecida como doença da vaca louca, em bovinos nos 15 Países Membros mais
antigos da UE para 48 meses de idade, considerando a redução no número de
casos da doença.
Atualmente, todos os bovinos saudáveis abatidos com idade de mais 30 meses
e todos os animais com mais de 24 meses, que sejam considerados em risco de ter
a doença precisam ser testados. Os especialistas agora concordaram que o novo
limite de idade para testes de EEB em animais saudáveis abatidos e em animais em
risco seja de 48 meses, informou a Comissão Européia. Se for aprovada pelo Parlamento Europeu, a nova regra passará
a valer a partir de janeiro de 2009.
O número de casos positivos para EEB na UE tem caído significantemente nos últimos anos, embora a idade dos
animais com resultado positivo tenha aumentado. Essa nova regra somente será aplicada aos 15 países que já eram
membros da UE antes da sua ampliação de 2004, uma vez que estes já cumpriram com outros critérios. Por pelo menos
seis anos, esses países tiveram uma barreira total ao uso de proteínas animais em ração de animais de produção,
conduziram amplos testes de EEB, usaram um sistema completo de rastreabilidade e identificação animal e viram uma
situação “favorável” para a EEB em termos de número de casos.
Alguns dos novos membros da UE também fizeram esforços para cumprir com estes critérios antes de entrarem no
bloco, disse a Comissão, certa de que em breve poderão aplicar essa nova regra referente a idade mínima para teste.
Em 25 anos, participação das aves
no abate inspecionado cresce 82%
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JBS confirma aquisição da
Smithfield Beef
A JBS anunciou que completou a aquisição da unidade
de carne bovina do Grupo Smithfield e também das suas
operações de confinamento conhecidas como Five Rivers. A
quantia total paga foi de US$565 milhões em dinheiro, não
havendo nenhuma apropriação de dívida.
A Smithfield Beef está sediada em Green Bay, Wisconsin e será chamada "JBS Packerland" de hoje em diante. A Five
Rivers está sediada em Loveland, Colorado e de hoje em diante será chamada de "JBS Five Rivers".
A JBS Packerland representa uma diversificação geográfica para a JBS, adicionando quatro plantas de abate às já operantes
pela Companhia nos Estados Unidos. Além de operar no Centro-Oeste, a JBS agora possui também unidades importantes
no Nordeste e no Sudoeste. Uma nova capacidade de 7.600 cabeças por dia será adicionada a já existente nos Estado
Unidos de 20.500.
A JBS Five Rivers já fez parte do Grupo Swift no passado e possui 10 confinamentos com capacidade simultânea de
engorda de 820.000 cabeças de gado em quatro estados diferentes, adjacentes às unidades já existentes da JBS.
A integração destas aquisições somada às unidades já existentes da JBS nos Estados Unidos proporciona a Companhia
a oportunidade para continuar reduzindo custos e implementando sinergias que agregarão valor tanto para seus
fornecedores quanto para seus clientes.
Sadia reconhece que pode
ter 1º prejuízo em 64 anos
Pela primeira vez, em seus 64 anos de história, a
Sadia deverá fechar o ano com prejuízo. Segundo Luiz
Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia, “de
Breve retrospectiva nos dados do IBGE mostra que em 1983 (um quarto de século atrás), o maior volume de carnes
repente, se não der para ganhar porque afundamos R$
produzidas em estabelecimentos sob inspeção (federal, estadual ou municipal) provinha de bovinos - 56% do total, mais da
760 milhões [valor que se refere a perdas anunciadas no
metade das carnes produzidas sob inspeção. Então, as aves (cujos dados, naquela época, incluíam não só o frango, mas
fim do mês passado em razão de operações financeiras
também galinhas, perus, patos, marrecos e codornas) respondiam por cerca de 29% das carnes produzidas, cabendo os
com câmbio], pelo menos poderemos empatar.” Isso
restantes 15% aos suínos.
porque, além de as vendas do último trimestre serem
geralmente mais fortes, a Sadia está tentando reverter
Os dados relativos ao primeiro semestre de 2008 demonstram que houve mudanças bastante significativas nesse
quadro. No período, a participação dos bovinos no abate inspecionado (tonelagem produzida) foi de 35% - um retrocesso,
pelo menos parte do prejuízo.
portanto, de 38% em 25 anos. A dos suínos também retrocedeu, mas em nível mais moderado, 14% a menos. Dessa
forma, o único ganho foi das aves (agora, exclusivamente frangos), cuja participação no abate inspecionado subiu de 29%
responder se houve “conivência ou indução a essa
para 52%, um incremento de participação de 82% em 25 anos.
falha por parte dos bancos internacionais”. “Estamos
Segundo Furlan, a auditoria em andamento irá
tomando todas as providências no sentido de preservar
Tyson Foods quer aproveitar
oportunidades e expandir
A gigante Tyson Foods, líder mundial em alimentos, anunciou que tem disponível US$
1,5 bilhão para aproveitar oportunidades com a crise e fazer aquisições a preços mais
baixos. A empresa anunciou que as negociações estão abertas tanto nos Estados Unidos
como no Brasil, na China e na Índia.
A companhia, que entrou timidamente no país com a aquisição de três plantas
pequenas de abate de aves, deve assumir um posicionamento mais agressivo no Brasil.
“Temos perto de US$ 1,5 bilhão no banco prontos para aproveitar as oportunidades, quer sejam domésticas ou nos três
países de crescimento: Brasil, China e Índia”, disse o chairman John Tyson à agência Bloomberg.
o
interesse
dos
acionistas
e
dos
funcionários,
que foram prejudicados”, diz ele. Incluem-se nas
iniciativas negociações com os bancos estrangeiros além de medidas judiciais cabíveis, que poderão ser
impetradas caso não se chegue a um acordo, tão logo
o levantamento da consultoria KPMG seja concluído.
O fundo de previdência Previ, um dos maiores
investidores
da
Sadia,
pediu
esclarecimentos
à
empresa depois do prejuízo. Furlan, que esteve com
o presidente Lula, afirmou ter lembrado a ele que a
afirmação de que empresas exportadoras, como a
Sadia, estariam especulando contra o real “foi infeliz”.
“Os bancos internacionais que colocaram 200 empresas
brasileiras numa situação de aperto especularam
contra o real”, disse Furlan. “Quem especulava a favor
acreditava na estabilidade da economia, na taxa de
câmbio histórica e no que o próprio presidente falou,
que a crise não chegaria ao país. Essas empresas é que
levaram ferro.”
A Sadia deverá postergar os investimentos em
novas fábricas, previstos para o próximo ano. Nos
novos projetos há duas fábricas no Brasil e a segunda
unidade da empresa no exterior. No país, as fábricas
cujos investimentos poderão ser postergados são um
abatedouro de frangos em Campo Verde (MT) e um
de suínos em Mafra (SC). Os investimentos previstos
são da ordem de R$ 630 milhões e R$ 650 milhões,
respectivamente. Já a fábrica de Abu Dhabi, nos
Emirados Árabes, um dos principais mercados da
Sadia, exigiria gastos de R$ 150 milhões. No Brasil,
seriam geradas 8.000 vagas e, nos Emirados, 700.
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Alta dos alimentos causa
mudança de hábito alimentar
Uma nova pesquisa encomendada pela BBC indica que 60% das pessoas em 26 países
pesquisados estão sentindo muito os efeitos da alta global dos preços dos alimentos
e quase metade (43%) se viram obrigadas a mudar seus hábitos alimentares por conta
disso.
A pesquisa ouviu 27.319 pessoas em Austrália, Brasil, Canadá, China, Costa Rica,
Egito, Estados Unidos, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Quênia, Líbano,
México, Nigéria, Paquistão, Panamá, Filipinas, Polônia, Rússia, Coréia do Sul, Espanha,
Turquia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
De acordo com o levantamento, muitas famílias, sobretudo aquelas que vivem em
países em desenvolvimento, cortaram gastos com os alimentos porque consideram o
custo muito alto. A situação mais preocupante foi encontrada nas Filipinas e no Panamá.
Nos dois países, 63% das famílias ouvidas no estudo disseram que estão diminuindo o
consumo de alimentos.
A pesquisa também revelou que 70% das pessoas em todo o mundo estão insatisfeitas com as políticas de governo
adotadas em seus países para tornar os preços dos alimentos mais acessíveis. O levantamento foi conduzido entre 8
de julho e 15 de setembro pela empresa de pesquisas internacional GlobeScan com o Programa sobre Atitudes Políticas
Internacionais, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
Um fato interessante e que deve amenizar a alta do alimentos é que com o agravamento da crise econômica global, o
preço do barril de petróleo está caindo. Conseqüentemente, o valor das commodities agrícolas também deve recuar - já
que um petróleo mais barato significa fertilizantes e custos de redistribuição menores.
Diante de possível recessão
frigoríficos refazem planos
O Minerva é um dos que estão se adequando à nova
para os próximos cinco anos, mas a discussão em torno
realidade da economia mundial. O principal objetivo
dele já é contagiada pela crise financeira. João Nogueira
é proteger o caixa”, diz Fernando Galletti de Queiroz,
Batista, CEO da empresa, afirma que a maior parte dos
presidente da empresa. Segundo ele, o plano para 2009
aportes de R$ 1,8 bilhão previstos para 2008, já está
previa a construção e possíveis aquisições de fábricas,
aplicada. Um dos investimentos em curso é a construção
mas no novo cenário a empresa está mais cautelosa.
de uma unidade em Diamantino (MT), que deve começar
“Continuamos olhando [possíveis aquisições], mas mais
a operar em 2009. Se os valores dos ativos recuarem, o
na linha de diversificação geográfica, não de ampliação
Bertin também não descarta aquisições.
do que já temos”, afirma.
Para Batista, o consumo de alimentos sofre menos
Joesley Batista, presidente da JBS, a maior empresa de
num ambiente de recessão, mas caso a crise se aprofunde
carne bovina do mundo, concorda que o arrendamento é
pode ocorrer a substituição de produtos mais caros por
uma alternativa. Mas não descarta ir às compras em 2009
itens mais baratos.
- no Brasil, se houver oportunidades.
“Ninguém vai parar de comer”, concorda Marcos
A Perdigão, outra que investiu bastante em aquisições
Molina, presidente do Marfrig. O empresário acredita que
recentemente, também mostra cautela. Segundo Nildemar
o consumidor pode optar por produtos mais baratos ou
Secches, presidente da empresa, o momento é de finalizar
deixar de comer no restaurante para fazê-lo em casa por
a integração das operações com a Eleva, forte em lácteos,
conta da crise. Segundo Fernando Queiroz, do Minerva,
comprada em outubro de 2007. No segmento de bovinos,
a demanda até agora não caiu no Brasil e em países de
a companhia fará o que chama de “parada técnica”. “A
Oriente Médio, Leste Europeu e Extremo Oriente.
pior coisa para comprar numa liquidação é o que você
não precisa”, compara José Antônio Fay, presidente da
eventual recessão - com aperto no crédito - pode até elevar a
Perdigão.
demanda por bens de consumo. “Numa recessão, o consumidor
pode optar por não trocar o automóvel, por exemplo”.
O Bertin, ainda não definiu seu plano de investimentos
Para Mauro Pilz, presidente do frigorífico Mercosul, uma
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Receosa com a crise Aurora adia
investimentos
A Coopercentral Aurora, central de cooperativas sediada em Chapecó (SC),
informou que, em virtude da crise global, adiará investimentos e que essa
postergação envolverá R$ 871 milhões em obras que estavam previstas para
começar apenas em 2009. Além da construção de um novo frigorífico em Canoinhas
(SC), orçado em cerca de R$ 400 milhões, e da ampliação da unidade de suínos
em São Gabriel do Oeste (MS), em um total de R$ 71 milhões, a cooperativa adiará
outros R$ 400 milhões que seriam aplicados em Carazinho (RS), em uma nova
unidade cuja construção começaria somente no ano que vem.
O prefeito de Carazinho/RS, Alexandre Goellner, deverá se reunir com o presidente da Cooperativa Aurora, Mário
Lanznaster, para tratar sobre a suspensão do investimento de R$ 400 milhões. "É necessário fazer adequação do
cronograma. Precisamos definir se devemos agilizar o processo de aquisição da área, que já está em andamento, ou
aguardar para confirmar a compra".
O prefeito afirmou que os compromissos serão mantidos e que o valor para aquisição da área está no orçamento
de 2009. "É um momento de cautela. Algumas expectativas de Carazinho foram frustradas com a notícia, mas estamos
otimistas que esta crise econômica será revertida e o investimento, confirmado", destacou.
O presidente da Cotrijal e conselheiro da Aurora, Nei Mânica, disse que a decisão é prudente. "É preciso deixar
claro que o investimento não saiu de pauta, apenas foi adiado", argumentou. O projeto da Aurora em Carazinho prevê
instalação de abatedouro, incubatório, granjas e fábrica de rações. A unidade terá capacidade de abater 300 mil aves/dia
e deverá gerar 3,2 mil empregos.
MS: com oferta reduzida, número
de abates continua baixo
Os abates de bovinos de Mato Grosso do Sul tiveram
reação de 6,2% em outubro na comparação com setembro
último, mas ainda assim continuam abaixo do mesmo período
do ano passado, segundo dados da SFA (Superintendência
Federal de Agricultura).
Foram abatidos em outubro 225.468 animais, contra
212.300 em setembro. Naquele mês, os abates com SIF
(Serviço de Inspeção Federal) atingiram o menor nível desde
2005. Em outubro ano passado foram 228.233 abates de
bovinos.
No ano são 2.621.063 bovinos abatidos, número 10,5% menor que o acumulado de janeiro a outubro de 2008, o que
corresponde ao equivalente a um mês de abate.
A redução dos abates reflete a queda de oferta de animais ofertados pelo produtor rural e do grande descarte de matrizes
dos últimos anos.
Na concorrência pelo produto, os frigoríficos maiores, geralmente exportadores, conseguem oferecer melhores preços
ao criador e os menores acabam com capacidade ociosa. Vários já fecharam ou anunciaram a suspensão de atividades.
Um caso é o Campo Oeste, em Campo Grande, que deixou dívida estimada em R$ 12 milhões com pecuaristas.
Em novembro foi anunciado que o frigorífico Estrela, de Ribas do Rio Pardo, deve suspender as atividades.
O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Junior, afirma que
o momento é de "sinal amarelo" para os produtores devido aos problemas no setor. Ele explica que a Famasul tenta criar
uma câmara de arbitragem para discutir mecanismos e acordos para evitar grandes perdas aos produtores.
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Em 25 anos, participação das
aves no abate inspecionado
cresce 82%
Breve retrospectiva nos dados do IBGE
mostra que em 1983 (um quarto de século
atrás), o maior volume de carnes produzidas
em estabelecimentos sob inspeção (federal,
estadual ou municipal) provinha de bovinos
- 56% do total, mais da metade das carnes
produzidas sob inspeção. Então, as aves
(cujos dados, naquela época, incluíam não
só o frango, mas também galinhas, perus,
patos, marrecos e codornas) respondiam
por cerca de 29% das carnes produzidas,
cabendo os restantes 15% aos suínos.
Os dados relativos ao primeiro semestre de 2008 demonstram que houve mudanças bastante significativas nesse
quadro. No período, a participação dos bovinos no abate inspecionado (tonelagem produzida) foi de 35% - um retrocesso,
portanto, de 38% em 25 anos. A dos suínos também retrocedeu, mas em nível mais moderado, 14% a menos. Dessa
forma, o único ganho foi das aves (agora, exclusivamente frangos), cuja participação no abate inspecionado subiu de 29%
para 52%, um incremento de participação de 82% em 25 anos.
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Carne de frango será a mais
consumida pelos brasileiros
também em 2009
Se as previsões do Departamento de Agricultura dos
EUA (USDA) estiverem corretas e as atuais turbulências da
economia não atrapalharem, em 2009 os brasileiros deverão
consumir, em média, 90,3 kg per capita das quatro principais
carnes – bovina, suína, de frango e de peru. O consumo
Carnes
Evolução do consumo dos brasileiros entre 2003 e 2009
(2008: preliminar; 2009: projeção)
KG per capita
Consumo
Ano
Bovina
Suína
De Frango
De Peru
total
2003
34,2
10,6
31,2
0,9
76,9
2004
34,4
10,6
32,1
1,0
78,1
2005
36,0
10,3
35,0
1,1
82,4
adicional, ou 7,8 kg) deve ser garantida pela carne de
2006
36,4
11,4
35,8
1,0
84,6
frango, cujo consumo per capita em 2009 deve chegar aos
2007
36,8
11,7
38,1
1,4
88,0
39 kg, quantidade que representa expansão de 25% sobre
2008
37,2
12,1
38,5
1,5
89,3
2003 e mantém o produto (pelo terceiro ano consecutivo)
2009
37,3
12,4
39,0
1,6
90,3
como a principal carne consumida pelos brasileiros.
Var.
9,06%
16,98%
25,00%
77,78%
17,43%
03/09
+3,1KG
+1,8KG
+7,8KG
+0,7KG
+13,4KG
previsto corresponde a um adicional de 13,4 kg per capita
(ou quase 17,5% a mais) que o estimado para 2003.
A maior parte dessa expansão (58% do volume
No acréscimo previsto, a contribuição da carne bovina
será de 3,1 kg, volume 9% maior que o consumido em
Fonte:USDA – Elaboração e análises: AVISITE
2003, vindo a seguir a carne suína, com expansão de
pouco significativo, de cerca de 1,5 kg per capita em
cerca de 17%, o que significa adicional de 1,8 kg.
2008. Se no ano que vem tiver um consumo per capita de
1,6 kg, como prevê o USDA, a expansão de consumo da
De toda forma, o maior índice de expansão vem de
outra carne avícola, a de peru, cujo consumo continua
carne de peru será de mais de 77%.
UE: Brasil será “gigante
exportador” agrícola até 2017
A União Européia avalia que o Brasil consolidará seu status como “exportador gigante” de produtos agrícolas até 2017,
visto seu domínio nas vendas de oleaginosas, açúcar, etanol, carnes bovina e de frango. Já a UE deve perder espaço nas
vendas de grãos, açúcar, lácteos e carnes. A exceção será para o trigo, cujas exportações deverão aumentar. Os Estados
Unidos continuarão líder no comércio de trigo e de milho, principalmente.
A nova projeção européia para o comércio agrícola global prevê que o Brasil vai passar os Estados Unidos como maior
produtor mundial de óleo de soja em 2016/17. O Brasil e a China (como importador) representarão mais da metade desse
comércio em 2010. Argentina e EUA continuarão na liderança das exportações.
A UE projeta para o etanol o domínio do Brasil como exportador e dos Estados Unidos como importador. O comércio
internacional deve crescer velozmente, pelos cálculos de Bruxelas. As exportações brasileiras podem alcançar 13 bilhões
de litros dentro de dez anos, pelo cenário europeu.
O setor de carnes como um todo manterá sua expansão, graças ao aumento da população mundial e maior renda nos
países em desenvolvimento. O comércio deve aumentar 2,5% ao ano. O Brasil ganhará mais da metade do crescimento,
com 30% das exportações globais de carnes em 2017. Os Estados Unidos também ganharão fatias de mercado. A Rússia
permanecerá como o maior importador líquido, seguido pelo Japão. A China representará mais de 40% do crescimento
da demanda, mas isso terá menos impacto no comércio mundial porque o consumo pode ser atendido em grande parte
pela produção doméstica.
O Brasil continuará dominando o comércio de carne bovina, com 47% das exportações mundiais. Também poderá mais
que dobrar suas exportações de carne de porco. E será o único país onde a produção de frango é prevista para aumentar
significativamente mais rápido do que o consumo, consolidando sua posição de maior exportador, a frente dos EUA.
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Frango ou automóvel?
Quem merece mais apoio?
“Tomamos essa decisão porque a indústria automobilística
tem uma cadeia extraordinária e nós não queremos que deixe
agronegócio brasileiro nos próximos 10 anos, o Ministério
Referindo-se à frase acima (atribuída pela imprensa ao
da Agricultura também fez projeções em torno da possível
Presidente Lula ao informar que o governo, através do Banco
participação do Brasil no mercado internacional (leia-se:
do Brasil, atuará no financiamento de automóveis), um
exportações) por volta de 2018/2019. E apontou, entre
empresário do setor avícola perguntava ontem se o Presidente
sete produtos agropecuários brasileiros hoje negociados
da República não se equivocou, mencionando “indústria
internacionalmente, que a maior parcela de participação deve
automobilística” em vez de “indústria avícola”. Porque –
ser detida pela carne de aves – o que pressupõe carne de
bradava o empresário – “a indústria avícola, sim, é que tem
frango e de peru, mas principalmente a primeira.
uma cadeia extraordinária; além de ser um dos carros-chefe
mais importantes da economia brasileira”. Alinhava algumas
razões para comprovar sua tese:
1 – Só de frango in natura, a avicultura brasileira já exportou
4 – Na indústria automobilística, paralisações não causam
perdas maiores para as empresas: a matéria-prima não
neste ano (até outubro) mais de US$5 bilhões. Trouxe para o
se perde, fica estocada. Na avicultura, vão simplesmente
Brasil, em receita cambial, um bilhão de dólares a mais que
para o lixo investimentos (em animais de produção e
os automóveis. Sem precisar pagar “royalties”;
reprodução) que, em alguns casos, datam de até três anos. E
2 – Ao contrário da indústria automobilística, concentrada
a perda ou interrupção desses investimentos não só afeta os
em alguns pólos industriais, a avicultura está espalhada por
procedimentos de uma longa cadeia, como também requer
todo o Brasil – e na área rural. Mas não se esgota na mera
um longo prazo para recuperação plena;
produção de aves ou ovos: sustenta um infindável número de
5 – O efeito final de uma paralisação na indústria
atividades satélites e vêm gerando a riqueza de municípios
que até recentemente eram extremamente pobres;
3 – O contingente humano empregado pela avicultura é
automobilística será menos gente andando de carro zero
quilômetro; o efeito de uma paralisação na indústria avícola
pode ser a fome, porque além de ser a carne mais barata
muitíssimo maior que o de toda a indústria automobilística
oferecida ao consumidor brasileiro, o frango é também a
reunida. Pegue-se o pessoal empregado por uma das líderes
carne mais consumida no País, respondendo por mais de 40%
do mercado avícola e se constatará que supera o de muitas
do abastecimento nacional de carnes.
grandes montadoras. Porém, diferentemente da indústria
automobilística, a mão de obra ocupada pela avicultura está
sem novos automóveis, mas não pode viver um segundo
no campo. Assim, o setor ajuda a evitar o inchaço ainda maior
sequer sem a produção do frango”, o empresário conclama o
dos grandes centros urbanos – inclusive dos que abrigam a
setor a requerer o indispensável apoio oficial neste momento
indústria automobilística;
de crise. “É absolutamente justo!”, entende.
Concluindo que o Brasil pode, momentaneamente, “viver
Regime especial do DIPOA
agora tem apenas três
estabelecimentos
Como tem feito habitualmente a cada início de mês, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(DIPOA), do Ministério da Agricultura, divulgou Nota Técnica em que atualiza a relação de abatedouros avícolas mantidos
sob “regime especial de fiscalização” por burlas à legislação ou não-conformidades com os regulamentos legais.
Na lista atualizada, apenas três estabelecimentos permanecem sob o regime especial – um catarinense, um paulista e
um paranaense. Dos três, o que se encontra há mais tempo sob vigilância restrita do DIPOA é o estabelecimento de Santa
Catarina: há praticamente um ano, ou seja, desde 5 de dezembro de 2007.
De toda forma, esse abatedouro, a exemplo do abatedouro paulista, apenas tem seus produtos sujeitos à análise
prévia do DIPOA antes da liberação para comercialização. Já o estabelecimento paranaense permanece interditado desde
30 de julho passado.
Nas projeções que divulgou sobre as tendências
de produção e exportação dos principais produtos do
de ser um dos carros-chefe da economia brasileira”.
MAPA: em 10 anos Brasil pode
deter quase 90% do mercado de
carne de frango
Pelas projeções do MAPA, em 2018 a participação da
carne bovina no comércio mundial praticamente dobrará,
passando de 31% para 60,6% do total. A participação da carne
suína também dobrará, mas como ela alcança, no momento,
apenas 10% do comércio mundial, sua participação no total
comercializado será pouco superior a 20%. Já a carne de
aves, cujas exportações neste ano devem representar 44,6%
das exportações mundiais, pode se expandir a um nível que
dobraria sua participação atual e que, nas projeções do MAPA,
pode chegar a 89,7% do total comercializado mundialmente.
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Notícias
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Em 10 anos produção de carne
de frango cresce 56%, aponta
projeção do MAPA
As “Projeções do Agronegócio 2008/2009 a 2018/2019”,
aumento na oferta interna da ordem de 38%. E, novamente,
divulgadas pelo Ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura,
vem da carne de frango a maior contribuição: 44% de
indicam que nos próximos 10 anos a produção brasileira de
expansão, índice que corresponde a um incremento anual
carnes deve registrar aumento de pelo menos 50%, o que
médio pouco superior a 3,5%.
significa passar dos 24,6 milhões de toneladas previstos para
2008 pelo MAPA para cerca de 37,2 milhões de toneladas
o MAPA, a recessão mundial, o protecionismo dos países e
em 2018.
mudanças climáticas severas.
Nessa expansão, a maior contribuição virá da carne
de frango, cuja produção deve chegar aos 17,4 milhões
de toneladas, 56,72% a mais que os 11,1 milhões de
toneladas previstos para 2008. Vem a seguir a carne bovina,
com expansão de 49,41% e, por fim, a carne suína, com
E que fatores podem influir nesses resultados? Segundo
perto de 37% de incremento. E se tudo isso se confirmar,
2018
Var.
Produção
Considerado um dos setores prioritários na estratégia do governo de tentar minimizar o impacto da crise financeira
mundial no crescimento do país no ano que vem, o agronegócio apresentou sua fatura à equipe econômica.
Depois da injeção de R$ 13 bilhões neste ano, os agricultores pedem mais R$ 3,5 bilhões até o início de 2009, além de
uma solução para R$ 75 bilhões em dívidas das três últimas safras e a criação de um fundo com dinheiro do Orçamento da
União para reduzir o risco atribuído ao setor pelos bancos e permitir que os produtores possam tomar novos empréstimos
para a safra 2009/2010.
Tudo isso, de acordo com a nova presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora
Kátia Abreu (DEM-TO), precisa ser acompanhado da definição “de uma política de abastecimento e renda”.
Carnes
Tendências de produção, exportação e oferta interna
no Brasil entre 2008 e 2018
Milhões de toneladas
2008
Ruralistas pedem mais R$ 3,5 bi
para enfrentar a crise
Na prática, isso significa novas regras para os subsídios dados pelo governo para seguro rural, diminuição da carga
de juros e garantia de um preço mínimo para os produtos na época da comercialização.
O setor rural tem a seu favor o temor do governo de que a crise global interrompa a onda de crescimento econômico
justamente nos dois últimos anos do governo Lula.
“O cenário é preocupante e a população sentirá as conseqüências desta crise quando ela atingir a mesa”, afirmou
a senadora, traçando quadro ameaçador. “Chegamos ao nosso limite. Máquinas estão sendo arrastadas, recursos para
comercialização da safra atual são insuficientes e não há crédito para a safra 2009/2010”, diz.
a participação do frango na produção brasileira de carnes,
Frango
11,130
17,443
56,72%
atualmente da ordem de 45%, subirá para perto de 47%.
Bertin inicia operações na Europa
Bovina
10,382
15,512
49,41%
O aumento de produção previsto vai servir, sobretudo,
Suína
3,107
4,252
36,82%
para atender as exportações que, na visão do MAPA, devem
Total
24,619
37,207
51,13%
deve ocorrer com a carne bovina, cujo volume exportado
Frango
3,615
6,602
82,63%
Bertin Alimentos concluiu a aquisição de 50% da Riggamonti, a maior produtora
quase dobrará em relação a 2008. As vendas externas de
Bovina
2,400
4,626
32,75%
italiana de bresaola, especialidade gastronômica, tradicional na Itália, feita com
carne suína também devem apresentar aumento significativo,
Suína
0,625
1,113
78,08%
cortes de coxão mole. A Riggamonti tem 40% desse mercado e faturou 130
da ordem de 78%, enquanto as de carne de frango poderão
Total
6,640
12,341
85,86%
milhões de euros em 2007.
crescer pouco mais de 85%. Neste caso, a maior expansão
apresentar expansão média anual pouco superior a 6%, isto
significando incremento de 82% até 2018.
Porém, mesmo ampliando francamente as exportações,
o setor produtor de carnes não deixará desabastecido
Exportação
Oferta Interna
Frango
7,515
10,841
44,26%
Bovina
7,982
10,886
36,38%
Suína
2,482
3,139
26,47%
Total
17,979
24,866
38,31%
o mercado interno, já que para o período é previsto um
Fonte: Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do MAPA
Elaboração e análises: AVISITE
50% da companhia italiana, a B&M pagou 17 milhões de euros, conforme Batista.
expectativa de Merlo é que essa quantidade aumente.
26 e 27 de março. As chamadas para os trabalhos apresentandos já foram abertas pelo Sincobesp.
Para a edição de 2009 já foram confirmados as presenças de diversas autoridades: Reinhold Stephanes (Ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento), Roberto Rodrigues (Coordenador do Centro de Agronegócios FGV), Roberto Mangabeira Unger (Ministro Extraordinário
de Assuntos Estratégicos) e Silvio Crestana (Presidente da Embrapa).
Com a participação de empresas nacionais e internacionais, e visitantes de outros países da América Latina, da Itália e USA, o evento
consolida o Brasil dentro do cenário mundial graxeiro. Durante dois dias a mais avançada tecnologia, as empresas mais significativas e os
visitantes mais interessados encontrar-se-ão em São Paulo, a capital de negócios do país.
Convidamo-os a participarem deste evento, mostrarem seus produtos aos profissionais, dirigentes, técnicos e compradores do mercado
global que estarão presentes, realizando contatos e novos negócios.
Com a operação, a Bertin inicia atividades de processamento na Europa. A empresa já está no Uruguai e Paraguai, com abate de
Frigorífico vai suspender abate
de aves por 6 meses
Mesmo dobrando o número de expositores para 2009, já foram vendidos
todos dos estandes para a edição do próximo ano, que será realizado nos dias
Segundo Claudio Merlo, sócio da B&M, antes das restrições da Europa à carne bovina in natura do Brasil, praticamente
toda a matéria-prima para produzir a bresaola (90%) era brasileira. Agora, a fatia corresponde a 10% do total. Mas a
bovinos, e China, com curtume. "É a primeira experiência [na Europa]. Vamos começar devagar", afirmou o presidente-executivo.
A Fenagra 2009 – Feira Nacional das Graxarias, em sua 4ª edição constitui o
mais importante evento nacional do setor de graxarias no Brasi.
Aquisição foi concluída seguindo a estratégia da empresa de agregar valor a
seus produtos, disse o presidente-executivo da Bertin, João Nogueira Batista. Pelos
Através da Bertin&Merlo (B&M), empresa de distribuição baseada na Itália, a
Com o apoio do Sincobesp – Sindicato Nacional dos Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal – o evento é direcionado a toda a cadeia
produtiva do setor – graxarias, fabricantes de máquinas/equipamentos, produtos e matérias-primas, tecnologia, serviços e seus clientes.
Maiores Informações:
Daniel Geraldes
Tel/Fax.: (55) 11 3213-0047
[email protected]
A direção do frigorífico Diplomata (antigo Frango Vit/Comaves) anunciou que vai suspender os abates por seis meses.
O motivo seria a reforma da unidade em Campo Grande, mas a informação já colocou os produtores de frango em alerta.
O medo é de que os abates não sejam retomados depois deste período.
A Diplomata já comunicou aos seus 40 parceiros da indústria, que criam os frangos, sobre a suspensão. Os produtores
de aves integrados, muitos deles totalmente dependentes da atividade, estão preocupados.
O produtor Claudemir Talgatti conta que a comunicação sobre a suspensão dos abates não foi feita por ofício, apenas
verbalmente e gera preocupação aos integrados, que fizeram investimentos e que não podem ficar parados por meio ano.
“Vamos buscar uma solução”, diz.
Ele diz que alguns integrados diversificam a atividade e conseguirão se manter no período de suspensão de abates com
outros produtos, como leite, por exemplo. “E quem depende só das aves?”, questiona. Há ainda receio de que a unidade não
volte a abater após os seis meses de suspensão.
Os produtores integrados também reclamam dos valores pagos pelos animais, cerca de R$ 0,20 por cabeça, quando
para remunerar os custos, segundo eles, o ideal seria R$ 0,30.
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Em Foco 1
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Por: Antonio Noca Freire –Auditor Ambiental
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Subproduto
Animal:
indústria ou
recicladora!?
Nas últimas décadas experimentamos mudanças sig-
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ral e estadual, cobrando a omissão dos estados brasilei-
nificativas quanto à consciência ambiental. O radical de
ros ao cumprimento da legislação vigente.
bandeirinha deu lugar ao profissional do meio ambiente,
ao técnico, ao científico, e a mudança surge através de no-
como eram conhecidas são, hoje, fundamentais para os
vas formas de cobrança, legal ou competitiva. A primeira
grandes aglomerados humanos, como as metrópoles e as
através de resoluções reguladoras, como as do Conselho
megalópoles. Imaginem o que representaria a paralisação
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, que estabelece
desta atividade, desse setor. Representaria um impacto
critérios de padrões científicos para minimizar ou miti-
de alguns milhões de toneladas de vísceras animais, so-
gar os impactos causados por esta ou aquela atividade
bras de aves, penas, ossadas e restos animais, em estado
produtiva. A segunda, focada na normatização Interna-
de putrefação. A conseqüência imediata seria o abando-
tional Organization for Standardization – ISO, como uma
nados nas ruas, estradas, em terrenos esmos, lançados
forma de pressão competitiva, um diferencial que garante
nas lagoas, provocando nuvens de urubus cobrindo os
o compromisso de preservar e respeitar o meio ambiente
centros urbanos, a proliferação de uma série de doenças
para esta e para as futuras gerações.
infectocontagiosas e o estado legal não tem, não teria
condições imediata de realizar um contingenciamento
Entretanto, identificamos uma atividade produtiva,
As “Graxarias”, denominação antiga para a atividade,
que exerce um papel extremamente importante para a
para esta situação.
sociedade urbana, além de gerar empregos, a indústria de
derivados e de subprodutos animais, a que recolhe os os-
que recolhe todo esse resíduo impactante, tritura-o e o
sos, as vísceras e outros subprodutos animais que estão
transforma em subproduto para outras atividades indus-
proibidos de serem depositados nos aterros sanitários,
triais, como insumo para a produção de sabão, ração ani-
lixões ou em valas sépticas.
mal e biodiesel.
Então não podendo ser depositado em aterros sani-
A atividade, hoje é denominada de Reciclagem Animal,
Como está evidenciado essa atividade realiza uma
tário, deveriam ser montados mega-incineradores para
ação socioambiental, assim não estaria à legislação sendo
atender a demanda de milhões de toneladas geradas dia-
injusta, cobrando-lhe impostos, sobretaxando de obriga-
riamente em todo Brasil? E ainda, o Brasil sendo o maior
ções tributárias, fiscalizações rígidas e abusivas?
exportador mundial de carne (não exporta ossos e nem
vísceras) este volume aumentaria substancialmente. Esta
a mudar e corrigir essa falha e passar essa atividade in-
responsabilidade de incinerar seria do governante? Então
dustrial para atividade recicladora, inclusive isentando de
onde está o órgão federal, os estaduais e os municipais
impostos, e ao contrário do que ai está incentivar a pro-
de fiscalização que já deveriam exigir do próprio governo
dutividade de tal atividade, que realizar uma de mitigação
o cumprimento da legislação vigente?
e eliminação de um “Passivo Ambiental” para a Prefeitura,
para os Estado e para a União?
Caberia ai uma intervenção do ministério público fede-
Os legisladores e os governantes estariam propensos
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Capa
21
Por: Paulo Celestino
da empresa. Tornar o processo de produção muito mais homogêneo, reduzindo as
falhas e interrupções da produção estão entre as principais motivações. A segurança
é outro fator, ao deslocar a mão-de-obra para atividades gerenciais, em vez de manter
operadores lidando diretamente com a produção. Uma eventual economia, tanto de
energia, como de mão-de-obra, é ainda outro motivo para ser levado em consideração.
Outros pontos defendidos pelos empresários do setor são a redução dos custos de
manutenção e o aumento do tempo de disponibilidade das máquinas.
A área de automação é marcada pela variedade, desde os produtos colocados pe-
las empresas do ramo, até soluções criadas por elas. A variação de preços também é
grande. Por sua vez, os níveis de automação vão de sistemas mais simples aos mais
complexos, dependendo do tamanho das plantas. Entre os processos nos quais a automação pode ser utilizada estão abertura e fechamento de válvulas; injeção de vapor; recepção e pesagem dos produtos; acompanhamento do tempo de processo de
caldeiras e digestores; controle da velocidade dos processos para se obter a máxima
eficiência, entre outros. “Em geral, os seus usos são indicados principalmente onde há
processos constantes e repetidos, para que não haja a necessidade de trabalho físico,
A
dispensando operadores diretos”, afirma Ferreira.
automação industrial ingressa
nas graxarias tendo as normativas
do
Mapa
como porta de entrada,
mas empresas especializadas querem
mostrar que podem contribuir ainda
mais para a melhoria do segmento Um mundo a se descobrir
Ainda segundo ele, para conduzir a automação dentro das empresas, há de se ter muito
cuidado. Em primeiro lugar, o investimento é algo que exige uma reflexão dos empresários
e depende muito do tamanho da empresa. Portanto, está diretamente ligado à escala de
produção. O custo para automatizar uma pequena ou grande produção pode ser o mesmo.
É necessário ainda avaliar bem antes de se investir. “É preciso perguntar para quê a graxaria
necessita da automação, o que se espera dela. Há um retorno imediato, que pode ser agregado para a empresa, como um ambiente mais limpo, seguro e confiável. Com isso, sobra
mais tempo para se ganhar dinheiro. Mas, financeiramente, é importante ter em mente que
os retornos são a médio e longo prazo”, coloca o consultor.
Uma coisa é fato: de forma geral, a indústria de automação registra um bom ano no
exercício 2008, com muitas vendas e ampliação da carteira de clientes. As empresas
Quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
tizadas. Porém, há uma certeza: a automação tem muito
utilizaram a normativa do Mapa como cartão de visitas para promover uma maior apro-
exigiu a implantação de esterilizadores com características
a contribuir com a melhoria de processos e a qualidade
ximação com as graxarias. Daí por diante, esperam ampliar o leque de produtos a se-
automáticas, muitos empresários se depararam com um di-
final dos produtos de qualquer área industrial.
rem fornecidos e também de projetos completos de automação nas graxarias. Mas os
lema. Os custos, eficiência e, até mesmo, a necessidade da
Nas graxarias, especificamente, o quadro está mudan-
empresários já consideram um cenário de expectativa para 2009. Com menos crédito e
esterilização da farinha são ainda hoje questionados. Polê-
do e tem uma motivação muito clara. A grande porta de
financiamentos, a perspectiva é de que as graxarias invistam menos em equipamentos
micas à parte, a normativa terminou levando um elemento
entrada da automação no segmento tem sido a implanta-
no próximo ano. Os executivos do setor já têm sentido sinais da crise. As empresas
novo para muitas graxarias: a automação. Hoje em dia, ela
ção dos esterilizadores de farinha, a partir das adequações
que utilizam linhas de crédito federais já observam o alongamento de prazos para a
está em todo lugar, apesar de passar despercebida em mui-
às instruções normativas nº 34, de medidas de precaução
liberação de recursos. Os financiamentos, como o Finame, do BNDES, já estão levando
tos lugares. É só lembrar de coisas simples como o vidro
contra a Febre Aftosa, e nº 15, de Boas Práticas de Produção
mais tempo para ser aprovados.
elétrico do carro, o caixa eletrônico do banco ou as cance-
nas graxarias. Além dessa necessidade específica exigida
las eletrônicas nas rodovias, que se utilizam da tecnologia.
por Lei, há ainda um grande leque de processos que podem
gundo os empresários e especialistas ouvidos, a médio e longo prazo, as graxarias te-
Há quem diga que até os aviões serão não-tripulados – isto
ser automatizados de forma independente ou em conjunto
rão de buscar situações de menor custo operacional, até como estratégia para voltar a
é, não vão precisar de pilotos – no futuro não tão distante.
com outras atuações dentro das graxarias.
ganhar o mais rápido possível assim que a tempestade passar e os ventos da economia
Algumas graxarias brasileiras estão até partindo para
voltarem a soprar mais calmamente. Os fabricantes acreditam nisto. “Como estamos
muda a nossa vida, dentro das indústrias se dá uma
automatização completa da fábrica. E, para isto, contam
no setor primário, devemos sentir menos os impactos da crise”, afirma o diretor da
revolução que muitas vezes não é percebida. Grandes
com diversos tipos de soluções, até mesmo de empresas
Hidromatic, Valter Toshio Fukunishi. Já o proprietário da Alphalink, Luis Alberto Cas-
complexos industriais hoje são operados por sistemas
locais. Segundo o consultor Alexandre Ferreira, há uma
trucci, estima que 2009 será um ano difícil, mas ao mesmo tempo vê o período como
eletrônicos e automáticos. No segmento das graxarias,
transferência de conhecimento de outras áreas industriais
uma oportunidade de explorar novos mercados. “Será um ano para as empresas se pre-
a automação é uma área incipiente. A verdade é de que
que já utilizam a automação e as adaptações para as graxa-
pararem para o momento pós-crise. Quem sair na frente vai conseguir uma vantagem
muitas das empresas ainda trabalham com sistemas an-
rias têm se dado de forma competente. Além disso, há em-
muito grande”, acredita.
tigos, com tempo estimado ou visual de processo. Em
presas já especializadas no segmento. Mas ele alerta que,
muitos casos, de forma precária. Mas os empresários do
independente da empresa, é importante haver um conheci-
“qualquer” solução, amadora, sob o risco de trazer prejuízos, não só para as empresas,
segmento já começam a conhecer mais o que a auto-
mento e interesse pelo “chão de fábrica”. “Há empresas que
mas para todo o setor. A seguir, conheça algumas das empresas que vêm atuando
mação pode fazer por suas empresas. Não há números
saíram na frente neste aspecto”, afirma.
junto às graxarias na implantação de projetos completos de automação ou, de forma
específicos de quantas plantas já se encontram automa-
separada, fornecendo produtos automatizados.
Se em pequenas coisas do dia-a-dia a automação
São vários e bons motivos para se investir na automação
Mas, no geral, acreditam que os investimentos não vão parar como um todo. Se-
Mesmo em meio a períodos de “vacas magras”, o que não se pode acreditar é em
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Capa
23
Thor Máquinas e Produtos
atua exclusivamente no desenvolvimento e implantação de
Automação. Ele cita como exemplo um momento crítico,
equipamentos como digestores (processo de cozimento),
Para o supervisor de vendas da Thor, Paulo Caneda, a
sistemas de automação de indústrias há mais de vinte anos,
mas que mostra a seriedade com que a empresa trata o
prensa (torta final) e decanter (separador de impurezas
automação surge da necessidade de se buscar um padrão
em diversos tipos de plantas, principalmente no segmento
segmento. Eles realizaram um recall de 74 máquinas co-
no óleo) podem entrar no processo”, ressalta.
de qualidade nas fábricas de farinha, além de maior segu-
de beleza e limpeza, como fábricas de sabão e sabonetes,
mercializadas. A empresa detectou que as válvulas de en-
rança. Na opinião dele, como a normativa do Mapa veio para
glicerina e detergentes. Também acumula experiência em
trada e saída de produto do esterilizador estavam com de-
industrial, a Hidromatic busca desenvolver parcerias com
disciplinar o processo produtivo nas fábricas, a automação
indústrias como produção de fertilizantes, ácido sulfúrico
feito. Segundo ele, foram gastos mais de R$ 2 milhões no
o cliente para resolver problemas de produção e melhorar
tem muito a contribuir com isto. “A automação pressupõe
e cimento. Para as graxarias, a Alphalink engloba equipa-
recolhimento dos produtos, sem custos para os clientes.
a qualidade e a produtividade. A tecnologia empregada
uma disciplina de processos. Ela garante que o produto fi-
mentos e programas de automação do processo de esteri-
“Isso mostra que a seriedade não se mede pelos anos de
está disponível no mercado nacional, sendo adequadas
nal terá a mesma forma e teor, com mais economia e mais
lização exigidos pelo Mapa e também a automação como
existência e reafirma que a Beta, apesar de ter apenas qua-
às diversas aplicações. A empresa oferece o projeto com-
qualidade. A automação é a ferramenta mais importante
um todo, em processos como seqüenciamento da matéria-
tro anos no mercado de graxaria, é uma empresa que veio
pleto de automação de plantas e também outros produtos
para tornar a indústria pecuária mais segura”, defende o
prima, controle do cozimento nos digestores e segurança
para ficar”, diz.
de forma separada. Montam painéis de força e comando,
supervisor.
das caldeiras.
O setor de automação da empresa atua com todo o pro-
Com o perfil focado em soluções globais de automação
vendem equipamentos como válvulas borboletas, guilho-
Hidromatic
Segundo informa Castrucci, um dos diferenciais da Al-
tinas esfera, posicionadores atuadores, transmissão de
cesso, desde a descarga da matéria-prima nas moegas de
phalink é o atendimento. “Como estamos na linha de frente
O diretor da Hidromatic, Valter Toshio Fukunishi, tam-
pressão, sensores de nível e fins de curso. Configuram
recebimento, passando pela trituração, carga dos digesto-
da automação nas indústrias, tendo contato direto tanto
bém aponta a automação como um diferencial em qualquer
ainda os PLC’s e sistemas supervisórios para a interface
res contínuos ou bateladas, prensas, moagem, esteriliza-
com os controladores quanto com o pessoal de operação,
indústria. Segundo ele, a automação garante o perfeito fun-
do operador.
ção, tratamento de gases, até os silos de armazenagem ou
conseguimos entender e aprender rapidamente as neces-
cionamento com a mínima ocorrência de erros, evitando
ensacados. Por meio do seu departamento de engenharia,
sidades específicas e adaptar nossos sistemas”, afirma. O
ainda as paradas impróprias. Ao mesmo tempo, ele vê que
ça a se ter atenção no atendimento da Norma. Segundo
a Thor realiza o próprio desenvolvimento de toda a sua tec-
desenvolvimento dos produtos é interno, portanto, não
a automação também proporciona uma maior segurança de
ele, algumas graxarias buscam adaptar a esterilização no
nologia utilizando, para isto, simulações e protótipos insta-
depende de terceiros. O software de supervisão é também
bens materiais e das pessoas envolvidas no processo.
próprio digestor. Com isso, muitos digestores não funcio-
lados em clientes.
desenvolvido pela própria empresa, cujo controle permite
Na avaliação do diretor, o nível de automação nas gra-
nariam adequadamente. “Além disso, há falhas conceitu-
competitividade econômica, além de garantia de solução de
xarias ainda é baixo, mas tem crescido significativamente
ais no projeto, inclusive oferecendo riscos para os ope-
novos desafios em prazos curtos.
devido à nova regulamentação. Para Fukunishi, a procura
rários, pois, normalmente, as válvulas de entrada e saída
em 2008 foi diretamente proporcional às exigências do
de produto são manuais e podem ser abertas a qualquer
Mapa. Mas ele reforça que não é só o processo de es-
momento, estando o digestor-esterilizador pressurizado
terilização que tem potencial para a automação. “Outros
ou não”, afirma.
Ainda na sua linha de produtos, a Thor oferece as pren-
sas Expeller com PLC, nas quais o cone de prensagem da
massa é móvel, atuado por pistões hidráulicos. A máquina
Beta Automação
tem a carga automática controlada para que não trabalhe
na potência máxima, assim como os moinhos de farinhas,
Para Rubens Amado Neto, diretor-executivo da Beta,
evitando paradas indesejáveis durante o processo. “Com
a automação está ligada diretamente à qualidade do pro-
isso, a máquina possui um força para extrair maior índice
duto e à rentabilidade de uma empresa. “É cada vez mais
de sebo da massa, oferecendo maior rentabilidade do que
crescente a demanda por soluções para viabilizar o fluxo
as prensas mecânicas”, explica.
do processo de forma econômica e com qualidade. Isso é
Um software também foi desenvolvido para gerenciar
um diferencial estratégico. E só a automação proporciona
processos como abrir e fechar válvulas, ligar ou desligar
isso”, afirma. Na sua avaliação, as graxarias estão migran-
motores, injetar vapor de forma totalmente automática e
do aos poucos para os sistemas informatizados, principal-
gerenciar os processos, entre outras atividades. A Thor
mente aproveitando o cenário de liderança brasileira no
notou uma preocupação muito grande de parte dos em-
setor de proteínas.
presários do setor de graxaria no que tange a área ambien-
tal e o aproveitamento de energia. A partir disso, lançou
são de fornecer equipamentos de alta qualidade, inovando
dois novos produtos para a área de frigoríficos. O Sistema
e criando soluções para seus clientes. Empresa 100% na-
Trocador de Calor, para tratar gases dos processos de co-
cional e nova no segmento de graxarias, acumula grande
zimento de resíduos com co-geração de energia térmica
experiência em diversos segmentos. “Esse nosso conheci-
e o Sistema de Queima de Rúmen, que seca os resíduos
mento está sendo colocado à disposição das graxarias”,
intestinais e ruminais gerados nos frigoríficos que abatem
afirma. Ainda segundo ele, no processo de busca por solu-
bovinos, gerando matéria-prima a ser queimada na forna-
ções práticas, a Beta busca um contato direto com o clien-
lha da caldeira.
te, ouvindo suas necessidades. “Só no chão de fábrica se
Amado Neto define a empresa como jovem, com a mis-
aprende”, disse.
Alphalink Automação
A Beta proporciona a opção de automação completa de
Segundo o proprietário da Alphalink, Luiz Alberto Cas-
plantas ou instalação separada de produtos, como esterili-
trucci, a empresa teve os esterilizadores como carro-chefe
zadores de subprodutos e válvulas do tipo guilhotina auto-
dos produtos na busca do atendimento à normativa do
matizadas. Recentemente, lançou no mercado os kits para
Mapa. No balanço geral, Castrucci avalia que 2008 foi um
coleta automática de resíduos, que reduzem custo e mão-
ano “extremamente” positivo para a Alphalink, com aumen-
de-obra, facilitando ainda o carregamento de caminhões
to de faturamento e expansão da base de clientes.
nos pontos de coleta.
Uma das pioneiras no setor da automação, a empresa
O diretor ressalta a importância do pós-venda na Beta
Mas o diretor destaca que há uma questão de seguran-
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Foco na qualidade
Por: Claudio Bellaver
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Claudio Bellaver
Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores
Associados, Concórdia SC - [email protected]
Digestibilidade em Pepsina
Ligando o artigo escrito para a edição passada,
em ambas as farinhas; mas, a diferença entre as duas
que definiu o significado da qualidade, abordaremos a
farinhas aumenta à medida que diminui a concentração
seguir, em uma serie de artigos, variáveis identificadoras
de Pepsina.
da qualidade das farinhas e gorduras animais.
da PB solúvel com menos Pepsina, há também maior
S abe-se que na alimentação animal é importante
diferenciação entre as duas farinhas.
conhecer a digestibilidade dos nutrientes e energia
Assim, a concentração de 0,0002% de Pepsina, é melhor
dos alimentos. O meio mais adequado para isso é a
do que as outras concentrações para classificar a
determinação da digestibilidade diretamente no animal,
digestibilidade da PB de farinhas animais. Por outro lado,
havendo farta e conhecida literatura desse assunto
é preciso cuidado no laboratório, pois as quantidades de
da nutrição. Entretanto, os métodos in vivo, com
enzima usadas são muito pequenas e sujeitas ao erro.
vantagens de confiabilidade e boa repetibilidade, são
Por isso, recomenda-se o preparo de concentrações
caros e demorados. Por isso, as técnicas laboratoriais
maiores (0,2%) para depois diluí-la, chegando a menor
também são usadas para estimar o valor nutritivo
concentração (0,0002 %). Sugere-se ainda que a filtração
dos ingredientes. Um dos métodos para predizer
que consta da técnica do AOAC, possa ser substituída
a digestibilidade de proteínas animais é através da
pela centrifugação a 2500 RPM e análise do N solúvel no
Digestibilidade em Pepsina, analisando o Nitrogênio
sobrenadante. Com isso, se ganha tempo sem perda de
solubilizado pelo método. Esse procedimento guarda
precisão, sendo que os demais passos do procedimento
boa correlação com valores in vivo, é de rápida execução
devem ser seguidos conforme o AOAC.
e relativamente barato. Em geral os laboratórios que
Digestibilidade em Pepsina (%) de
Farinhas de Carne e Ossos (FCO)
executam essa análise, baseiam-se no método original
do AOAC, que iniciou com Pepsina na concentração de
0,2% e atividade de 1:10.000. Estudos recentes mostram
que existem diferenças na solubilidade da proteína bruta
(PB), quando comparado com as concentrações de 0,002%
ou 0,0002% de Pepsina. Comparando na tabela abaixo,
duas farinhas de carne e ossos, sendo uma de maior PB
e de melhor qualidade que a outra, à medida que diminui
a concentração da Pepsina há menor solubilidade da PB
Portanto, embora haja uma diminuição
Diferença
Concentração
FCO
FCO
na
de alta PB
digestibilidade
0,0002
33,7616
78,6777
44,92
0,002
65,2901
87,0494
21,76
0,02
90,9477
91,9651
1,02
0,2
90,9562
91,9653
1,01
de Pepsina (%) de baixa PB
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Pet Food On Line
27
Por Claudio Mathias
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Claudio Mathias
Consultor de Processos Industriais
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Especializado em Processos de
Extrusão (Pet Food e Fish Feed)
A EXTRUSÃO NO PREPARO DE
ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE
ESTIMAÇÃO (PET FOOD)
A extrusão na sua história foi descrita por alguns
pesquisadores como uma arte e em nossa atualidade sabemos
que é uma ciência e encontramos grandes pesquisadores e
indústrias de tecnologia a nível mundial trabalhando para
aperfeiçoar e inovar cada vez mais este processo.
Em linhas gerais pode- se definir o processo de extrusão
como:
“É o processo pelo qual amidos e/ou proteínas umedecidos,
expansíveis, tomam forma plástica e são cozidos em um tubo
sob uma combinação de umidade, pressão, temperatura e
fricção mecânica”.
A extrusão teve rápida aceitação como importante
operação de processamento de alimentos devido a varias
vantagens apresentada pelo processo.
A versatilidade do processo de extrusão permite que uma
ampla variedade de produtos tais como, rações aquáticas,
farinha de soja integral, rações para cães e gatos bem como
outras especialidades de rações com diferentes formas,
densidades e qualidades nutricionais e sensoriais sejam
produzidas através de um único sistema básico variandose apenas os ingredientes de formulação e as condições de
extrusão.
A extrusora realiza numerosas funções (todas
elas simultaneamente), com tempo muito reduzido,
caracterizando um processo bastante complexo.
Para realizar este processo, as extrusoras dispõem de
vários equipamentos e dispositivos cujo arranjo mecânico
varia de acordo com o fabricante, porém pode-se dizer que
os componentes ou sistemas básicos dos extrusoras são os
seguintes:
- Sistema de alimentação
- Sistema de pré-condicionamento
- Sistema de extrusão (canhão, eixo extrusora, roscas,
camisas e matriz de formatação)
- Sistema de corte
Atualmente quatro tipos de extrusoras têm sido
utilizados no processamento de alimentos para animais,
são eles: extrusoras de cozimento STHT (short time/high
temperature) de rosca simples, extrusoras de cozimento
STHT de rosca dupla (twin-screw), extrusoras de cozimento
por pressão e as extrusoras de cozimento a seco.
Para melhor entender o processo não podemos resumir
somente os aspectos do sistema de extrusão, pois para o
processamento de alimentos para animais de estimação
precisamos especificar todas as etapas envolvidas.
As matérias-primas que compõe a formulação do produto
e suas características físico-químicas bem como os padrões
de qualidade das mesmas são na realidade o começo de
tudo, pois é necessário definir quais matérias-primas serão
utilizadas e conhecer qual a contribuição nutricional de
cada uma delas e quais serão os efeitos da combinação das
mesmas no processo de extrusão e na qualidade final do
produto, pois muitas vezes nos deparamos com formulações
onde todas as necessidades nutricionais são atendidas e
com excelentes custos, mas em nível de processo não são
viáveis.
Ao ingressar na fábrica as matérias-primas devem ser
avaliadas de acordo com padrões de qualidade previamente
estabelecidos e após sua recepção devem ser estocadas
adequadamente em silos ou em armazéns. Os grãos e os
farelos peletizados devem passar por um processo de prémoagem antes de sua utilização no processo de mistura,
pois para garantir uma boa qualidade de mistura, ou seja,
uma mistura homogênea é importante que as partículas dos
ingredientes que compõe a formula possuam uma distribuição
de tamanhos adequados.
Após a pesagem e mistura dos ingredientes a farinha
resultante deve passar por um processo de moagem fina e
nesta etapa não se deve pensar somente em produtividade
de moagem em toneladas/h e consumo de energia em Kw/
tonelada, mas também no tipo de curva granulométrica
oferecida pelo sistema de moagem, pois uma farinha com
uma curva granulométrica adequada, resulta em um produto
de excelente aparência e com menor geração de finos, e
melhora a performance do processo de extrusão, pois auxilia
no cozimento do produto e ainda minimiza o desgaste dos
componentes do sistema.
Chegamos à etapa de extrusão e aí a grande pergunta
é: é este o coração da fabrica? Depende do ponto de vista,
pois se avaliarmos o processo é nesta fase que ocorre a
grande transformação, onde os amidos são gelatinizados , as
proteínas são modificadas e a farinha que era sólida tornase uma material semi-líquido e transforma-se em produtos
com formatos, densidades e cores diferenciados mas não
podemos esquecer que se as etapas citadas anteriormente
não estiverem de acordo não será possível obter os resultados
desejados.
Na sequência do processo de produção de alimentos
para animais é necessária uma etapa de secagem ,pois
devido a utilização de água e vapor durante o cozimento
no processo de extrusão o produto resultante possui uma
alta umidade que deverá estar em torno de 22 a 25% e por
segurança alimentar, ou seja, para garantir a estabilidade
microbiológica do produto é necessário reduzir esta
umidade a um limite máximo no qual se obtém um produto
com baixa atividade de água (< 0.62) a qual não permite o
crescimento de fungos, leveduras e bactérias.
Para o processo de secagem existem muitas opções
de secadores em relação a marcas e modelos fabricados,
mas basicamente são utilizados secadores horizontais e
verticais, sendo que atualmente no Brasil o maior número
de secadores em operação são do tipo horizontal, utilizando
sistemas de aquecimento proveniente de vapor ou gás,
sendo que o principio e o objetivo de todos é o mesmo,
ou seja, reduzir uniformemente a umidade do produto
com a maior eficiência possível, lembrando que a umidade
interferirá diretamente na palatabilidade,na estabilidade
dos produtos extrusados e na rentabilidade do processo
sendo que o ideal é manter a umidade o mais próximo
possível de 10 % e com atividade de água abaixo de 0.62%.
Neste processo existem uma série de variáveis envolvidas
e a escolha e o dimensionamento correto do equipamento
é o primeiro passo.
Após a etapa de secagem o produto recebe uma
aplicação externa de líquidos e/ou pós para melhorar a sua
palatabilidade. Nesta etapa do processo é muito importante
a aplicação uniforme de gorduras e palatabilizantes (
líquidos e/ou pós) sobre toda a superfície do produtos ,
sendo que para isso existem diversos sistemas de aplicação
atmosféricos e / ou à vácuo.
A última fase do processo antes do empacotamento do
produto é o resfriamento, e não menos importante que as
outras etapas muitas vezes é esquecido e estudos mostram
que problemas com fungos em produtos podem ser
originários de um sistema de resfriamento sem eficiência e
sem controle.
Na próxima edição estaremos nos aprofundando mais
sobre cada etapa do processo.
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Entrevista
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Por Paulo Celestino
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grandes inquietações no setor. Por um lado, os preços
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RGB - E quais são as suas expectativas para 2009?
da farinha e do sebo estão satisfatórios, por outro,
Salvador - As expectativas para o ano de 2009 são
houve uma redução bastante acentuada no volume e na
de uma estabilização da crise mundial. Nossa empresa
qualidade da matéria-prima processada, pois os abates
pretende alcançar um crescimento de cerca de 15%.
estão reduzidos e os animais abatidos estão com o peso
médio menor. E isto leva uma a uma matéria-prima de
qualidade inferior e, conseqüentemente, a um menor
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Salvador - Somos especializados na área de moagem
assim as graxarias. A pouca oferta de boi gordo para
para farinha de carne e sub-produtos animais em geral.
abate é conseqüência, entre outras coisas, das chuvas
Fabricamos e comercializados moinhos a martelo,
escassas e irregulares dos anos anteriores, quando
peneiras, chapas perfuradas para a caixa peculadora,
o produtor foi obrigado a enviar para o abate grande
pisos antiderrapantes, rotores, anéis, pinos e martelos
quantidade de vacas. E isso levou a um desequilíbrio na
para moinho. Contamos hoje com maquinário de alta
oferta do bezerro de reposição no pasto.
tecnologia para balanceamento de rotores.
RGB - O senhor acompanha o segmento das
RGB - Quais são os diferenciais dos produtos
Salvador - Hoje, o setor se apresenta com uma
Salvador - O diferencial nos produtos para graxaria
Revista Graxaria Brasileira - Que balanço o senhor
produtos e serviços voltados para as atividades de moagem
e ruins. Na minha opinião, o ano de 2008 teve três
em diversos setores além das graxarias.
Grecco vê o segmento
com outra “roupagem” quando comparado a tempos passados.
Para ele, tornou-se mais organizado, “com empresários com
auto-senso e consciência da importância da sua atividade
dentro da cadeia produtiva de proteína animal”. Grecco
avalia que 2008 foi um ano com períodos bons, excelentes e
ruins. Apesar da crise, aposta na estabilização da turbulência
e planeja crescimento para o próximo ano. A Revista
Graxaria Brasileira também discutiu outros assuntos com o
diretor, como a questão do biodiesel e os diferenciais de seus
produtos.
faz do mercado de graxarias em 2008?
Salvador J. Grecco - A graxaria, como qualquer outra
atividade, é cíclica, tendo períodos bons, excelentes
realidades diversas nos três quadrimestres. O primeiro,
de janeiro a abril, foi de expectativas, com um mercado
pouco demandado para sebo e farinha, mas com boas
Martec para as graxarias?
“roupagem” muito diferente da de tempos passados.
foi o desenvolvimento de modernos moinhos com
Tornou-se mais organizado, tendo empresários com
alta tecnologia e aprimoramento na área de farinha
auto-senso e consciência da importância de sua
de carne e sub-produtos em geral. O martelo é
atividade dentro da cadeia produtiva de proteína
fabricado em aço especial, com dureza de 62 RC,
animal para o ser humano. Isso está ligado ao fato de
usinado e cementado com camada de 1,8 mm, contra
o Brasil possuir uma posição de grande importância
um padrão de mercado de 1 a 1,2 mm, o que confere
no cenário internacional, sendo o maior produtor de
ao moinho mais capacidade de ajuste e durabilidade
carne bovina do mundo.
entre 30 e 40% maior. Além disso, contando com o
desenvolvimento em parceria de chapas perfuradas,
RGB - Qual foi o impacto da chegada do biodiesel?
oferecemos peneiras com maior aproximação entre
Salvador - O biodiesel teve um papel relevante
as furações, o que pode aumentar a produtividade na
no cenário. No entanto, alguns empresários mais
área de moagem em até 50%.
afoitos deram início a uma concorrência predatória
na aquisição da matéria-prima, ampliando seus raios
de atuação, fazendo coleta de matéria-prima acima
de 500 quilômetros de suas plantas industriais. Isso
onera a produção e minimiza resultados. Esta é uma
De carona no mundo das graxarias. Assim o diretor
comercial da Martec, Salvador J. Grecco vem acompanhando
o segmento de perto há pelo menos 30 anos. A empresa
na qual trabalha fornece moinhos e peças, entre outros
segmento de graxarias?
rendimento da produção final de sebo e farinha, onerando
graxarias há bastante tempo. Como o avalia?
Salvador J.
Grecco (Martec)
RGB - Quais os produtos fabricados por sua empresa para o
prática antiga que os empresários têm que repensar.
RGB - Como o senhor chegou a esses diferenciais? A
sua empresa desenvolve tecnologia própria? Como
se dá o processo de desenvolvimento de novas
tecnologias em sua empresa?
Salvador
-
Sim,
desenvolvemos
nossa
própria
tecnologia de produtos. Chegamos a esses diferenciais
RGB - Havia uma expectativa de maior aquisição de
máquinas e outros investimentos em processo em
2008 com a disponibilidade de crédito. A redução
de crédito e de financiamentos é um dos primeiros
efeitos da crise financeira mundial. Como a sua
empresa vê o cenário a curto prazo?
por meio de pesquisa e sugestões feitas por nossos
clientes dentro das graxarias e frigoríficos, além
de outros setores moageiros. O processo usado no
desenvolvimento é efetuado pelo nosso competente
departamento técnico. Nosso objetivo é oferecer maior
produtividade, durabilidade e rendimento, aumentando
perspectivas para os meses seguintes. As empresas
Salvador - A crise globalizada dos bancos é um
programaram grandes investimentos para atender a
fator inegável, que afeta toda esta cadeia produtiva
normas do Ministério da Agricultura e melhorias em
e a economia como um todo. Até o momento, não
suas plantas industriais. O segundo quadrimestre, de
sentimos o efeito da crise financeira mundial em nossa
maio a agosto, foi um momento de euforia para o setor.
empresa, pois o mercado de fabricação de máquinas foi
Salvador - A Martec desenvolveu materiais para
As empresas passaram a colher os bons frutos de um
estável no ano vigente. Os empresários do setor estão
manutenção de todos os segmentos na área de
trabalho que vinha sendo feito nos anos anteriores.
confiantes, mas, como todos nós, estão cautelosos,
moagem, entre eles, alimentos, mineração e fábricas
O último quadrimestre, ainda em curso, está gerando
revendo suas metas, redimensionando seus objetivos.
de ração.
assim o lucro de nossa clientela.
RGB - Quais outros segmentos a Martec atende,
além das graxarias?
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Caderno Técnico 1
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Por Don A. Franco, DVM, MPH The Franco Foundation
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é identificado, Esta é uma situação perfeitamente
de ingredientes/suplementos de rações para
compreendida
de
gado, aves e aqüicultura e animais domésticos.
alimentos, advogados de consumidores e outros
Aceitando-se que seja verdade, e o pensamento
ligados direta e indiretamente a alimentos,
da minoria do cohorte de processadores.
incluindo o pessoal técnico e profissional das
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agências e os políticos.
indústria de processamento produz alimentos e
O processo tornou-se basicamente político
está sujeita ao significado ampliado de adulteração
nas duas últimas décadas. É parte da realidade do
de 1967 da Food and Drug Administration (FDA)
mundo de políticas de segurança alimentar e das
que afirma que os artigos usados em alimentos
pressões para influenciar mudança em políticas e
para animais estão incluídos na definição de
regulamentos. É litigioso e envolve a promoção
alimentos da Seção 201(f) da Federal Food, Drug,
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de agendas por grupos de interesses especiais,
and Cosmetic Act (Lei Federal sobre Alimentos,
tentando fazer com que seus vieses sejam
Drogas e Cosméticos).
ampliados, quer exista ou não apoio científico
adulteração
para afirmar ou validar suas posições.
processados são tratados da mesma forma que
produtora
De acordo com as leis e regulamentação, a
e
Assim, aspectos de
contaminação
de
produtos
os alimentos para o homem – devem obedecer as
segurança
leis. Isto deve ser perfeitamente compreendido
de alimentos não tenham fundamentos, mas
pela indústria de processamento quando agentes
mostra também que alguns grupos se tornaram
do governo intervêm para investigar ou realizar
tão emocionalmente envolvidos pelo âmbito
auditorias.
da segurança que eles não têm a paciência de
examinar as nuances da ciência de risco, fator
de processamento, tendo como base auditorias
tão fundamental à objetividade e um pré requisito
oficiais do governo tem um registro de obediência
à tomada de decisões corretas. Freqüentemente
que deveria ser inveja da indústria de alimentos,
a emoção acaba vencendo a razão e não se
com uma média de 95 ou mais de percentagem de
consegue chegar a um consenso.
obediência durante avaliações na ultima década.
Isto
algumas
Uma obrigação da indústria
de processamento
indústria
que
Segurança Alimentar:
pela
não
significa
das
obrigatoriamente
preocupações
com
E isto é péssimo. A segurança dos alimentos
A lei é clara e rigorosa. Felizmente, a indústria
Comunicação bilateral entre a indústria e a
e um empreendimento de sucesso quando as
FDA garantindo a obediência contribuiu para o
forcas trabalham com um programa único e em
sucesso, Os processadores perceberam que a
conjunto, respeitando as diferentes opiniões.
não obediência custava um preço que eles não
embaraçosos que acentuam falhas na segurança
estavam preparados para pagar.
salientando os problemas da cadeia alimentar nos
alimentar e proteção ao consumidor.
de alimentos deve continuar a procurar a
Estados Unidos. Alguns editoriais sugeriram, nos
Além disto, relatórios tipo do governo, GAO
transparência que evoluiu nas duas últimas
últimos meses, que o atual sistema de segurança
ou semelhantes fornecem, aos advogados de
décadas e manter o público informado sobre os
Aspectos/Conceitos da Garantia de
Segurança de Alimentos:
alimentar não consegue proteger os consumidores
consumidores, combustível para críticas e racional
inúmeros programas instituídos para garantir
e é, em si mesmo, um risco. Críticos e advogados
para algumas das reformas propostas. Isto mostra
o fornecimento de alimentos seguros. Alguns
processamento é produzir e vender produtos
de consumidores
mencionam o relatório do
claramente o atributo de transparência praticado
regimes, como os programas de analise de risco e
seguros por meio de sistemas operacionais
U.S. Government Accountability Office (GAO)
nos Estados Unidos e Canadá, fornecendo tanto
ponto de controle crítico (HACCP), foram tornados
para ganhar dinheiro e continuar no negócio.
que culpa o atual sistema federal de inspeção
aos que criticam como os que apóiam programas
obrigatórios pelo governo, mas a maioria dos
Este objetivo reconhece que cada empresa é
alimentar citando, a partir deste relatório: “O atual
abertos para aumentar o debate sobre as varias
setores da cadeia alimentar implementaram
proprietária
sistema federal fragmentado causou coordenação
perspectives de segurança alimentar nos dois
voluntariamente medidas de prevenção e controle
pela manutenção adequada e controles além e
ineficaz e uso pouco eficiente de recursos… para
países. No meio tempo, o publico continua
para aumentar a segurança, com grandes custos
acima dos requisitos regulatórios impostos pelo
ajudar a garantir a detecção e resposta rápidas a
preocupado, às vezes alarmado, freqüentemente
no processo e sem um requisito regulatório.
governo.
qualquer contaminação acidental ou propositada
sentindo-se mal informado e confuso pela miríade
Felizmente,
de alimentos antes que a segurança e saúde
de temas que aparecem e contribuem para o que
a incorporação de medidas de segurança na
da produção de alimentos. Em essência, cada
publica sejam comprometidas.”
parece ser um continuo de diferentes desafios a
produção de alimentos sempre resulta em
companhia tem a única função de administrar
segurança alimentar.
benefícios de longo prazo que ultrapassam os
e controlar qualquer falha em potencial da
historicamente o cenário de pior dos casos, uma
custos. Assim, a abordagem proativa agregou
segurança dos alimentos. Assim toda indústria de
tradição naquele “escritório”. Mesmo assim, os
descrito como uma ameaça à saúde pública. Isto
valor à indústria de processamento.
processamento deve possuir:
achados publicados se tornam parte de registros
tende a ser difícil de definir, freqüentemente
públicos e são usados pelo Congresso como
exagerado e raramente ou nunca considerando
a indústria de processamento, lembrei aos
de todas as áreas de operação;
agentes de mudança para instituir medidas
as medidas protetoras tomadas pelas indústrias
processadores que eles produziam alimentos. Sem
• monitoramento da tecnologia e expertise
corretivas e estabelecer modificações (regulatórias
ou pelas agências regulatórias para mitigar ou
duvidas, alguns continuam a pensar em termos
necessária de inúmeros produtos e processos;
ou políticas) para evitar recorrências de cabeçalhos
evitar danos aos consumidores quando o “risco”
A
mídia
continua
repleta
de
relatórios
As preocupações expressas pela GAO são
O tema central de preocupação foi sempre
Da mesma forma, a indústria produtora
No
a
começo
experiência
de
minha
demonstrou
associação
que
com
A
função
primeira
da
indústria
de
da produção, sendo responsável
Isto não é diferente de qualquer outro setor
• um sistema que garanta a qualidade e segurança
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Caderno Técnico 1
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Integrar
a
gestão
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• gestão de dados e elementos para monitorar e
•
como
lados se preparam cuidadosamente para
produtos prontos (refeições à base
melhorar a qualidade e segurança do produto;
parte da política da empresa para aumentar a
as discussões e apresentam soluções e
de proteína), as metas da indústria se
• manter-se a par de todas as facetas da indústria,
conscientização e a comunicação com a mídia e
opções para consideração com racional
expandiram com o passar dos anos para
incluindo requisitos regulatórios e políticos; e
o governo.
e lógica. Quando aplicável, seria bom
programas holísticos de segurança, de
• treinar uma forca de trabalho para que se tornem
• Manter-se atualizado sobre leis e regulamentos
para a indústria, trazer uma curta
acordo com os princípios da HACCP
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lideres efetivos e parte integral da missão/visão
que regem a produção, distribuição e manuseio
apresentação aos representantes do
para todos os produtos processados a
da empresa.
dos produtos fabricados pela empresa.
governo para avaliação, principalmente
fim de garantir a segurança do produto
Os cinco grandes objetivos/garantias mencionados
• Administrar e inspirar ao maior potencial a
nos primeiros estágios de qualquer
final.
acima podem ser alcançados por meio de:
missão/visão da empresa.
processo
• tornar o comprometimento da administração
Recomendações para Criação de um Programa
O acordo não é obrigatório. O que é
neste artigo foi discutida de uma forma
para com segurança de produtos por meio da
de Manutenção de Registros para Validar os
necessário, no entanto, é um exame
ou outra dentro da APPI durante os
B
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adoção de programas como HACCP ou semelhante
Controles da Empresa:
justo e completo do assunto, um
anos e subseqüentemente adotados
com os mesmos objetivos como o Código de
• Todo registro da empresa deve ter uma
ponto-contraponto
Pratica da indústria de processamento;
finalidade específica senão é desnecessário.
diferenças,
• organizar o sistema operacional com pessoal
• Determinar se o registro/arquivo possui um
adequado de suporte técnico e cientifico;
valor de curto ou longo prazo e quais suas
a indústria possui direitos definidos
não é fora do comum em programas
• estabelecer uma organização descentralizada
implicações regulatórias.
e o governo a responsabilidade para
que garantem a segurança. E não é
que permita discussões próximas ao ponto de
• Um documento deve ser completo e qualquer
garantir segurança para proteger a
nada diferente do processamento de
produção e operações;
ação necessária deve ser realizada antes do
saúde humana e animal. Assim, não é
produtos para consume humano onde
• criar uma unidade de negócios que seja central
preenchimento do mesmo.
surpreendente que freqüentemente as
redundância
para o sucesso da organização e desempenhe um
• A manutenção eletrônica de registros é aceitável
diferenças possam ser resolvidas em
abundantes.
papel ativo na tomada de decisões;
se for protegida de mudanças não autorizadas.
nível técnico, resultando na evolução de
• desenvolver o melhor sistema funcional que
• Todos os registros de um lote ou remessa
soluções mutuamente acordadas. Isto
exceto para melhorar e promover o
seja simples, flexível e administrável, refletindo a
especial processados devem ter um sistema para
se alavanca melhor em uma atmosfera
atual Código de Prática da Indústria
visão/missão da empresa;
ligá-los entre si, por ex., matéria prima e produto
de negócios, já mencionada acima, onde
de
• estabelecer sistemas bem sucedidos e integrados
pronto.
todos os envolvidos têm a intenção
segurança em todas as dimensões
de forma que todos os elementos da operação
• Cada registro da empresa deve ter um nome
de contribuir objetivamente para o
concebíveis.
se relacionem a gerentes chave para manter o
e numero de versão e sempre ser datado,
debate, reconhecendo e respeitando
controle efetivo dos processos (integração interna
especialmente
a perspectiva e o ponto de vista dos
de controle de qualidade e estrutura
da gestão);
regulatórias.
outros. A indústria de processamento
e da habilidade de prever e planejar,
• garantir que a cultura da empresa e o braço
• O arquivamento e manutenção devem obedecer
é bem representada por uma equipe
organizar,
comercial funcionem em conjunto para refletir
ao plano de controle de registros da empresa e
profissional que compreende totalmente
controlar. É a avaliação de prováveis
o sistema e aumentar a confiança, conjunto e
os registros devem ser facilmente armazenados,
estes atributos durante as discussões
cenários futuros, decidindo qual a
unidade de propósito;
identificados e recuperados.
com agências governamentais.
melhor forma de reagir a eles, encontrar
para
de
informação
33
obedecer
a
auditorias
regulatório
em
potencial.
A maioria dos tópicos apresentados
profissional
das
pela maioria das empresas. Como todos
ocorrem,
com
os programas de controle preventivo
maturidade e educação, aceitando que
podem ocorrer sobreposições e isto
quando
e
sobreposições
são
Na verdade, não é nada de novo,
Processamento
que
aumenta
a
Mas o processo precisa também
comandar,
coordenar
e
os recursos necessários para uma
• colaborar abertamente e comunicar em todos
Comunicações Governo/Indústria
os níveis do sistema e promover um esforço
do produto; e
políticas
• encorajar todos na empresa a ter uma atitude
garantir a cadeia alimentar segura.Tanto nos
de
de
do sistema que nenhuma companhia
de aceitação - devem acreditar, dizer e fazer, do
Estados Unidos quanto no Canadá, as indústrias
processamento começou de diferentes
poderia suportar no mundo atual da
presidente ao zelador.
afetadas tem oportunidade de comunicar suas
maneiras a mais de 25 anos. Começou
indústria de alimentos. A indústria
preocupações aos representantes do governo
formalmente com o estabelecimento
de
durante encontros marcados ou por escrito.
da Animal Protein Producers Industry
consciente disto e, sem dúvida, a frente
e
estabelecer
regulamentos
para
resposta bem sucedida e empregá-los da
unificado para garantir a qualidade e segurança
O Papel do Principal Responsável
pela Operação:
O Governo tem o mandato para formular
Conclusão
dos
A correlação que torna a segurança
alimentos
negócios
uma
para
a
obrigação
indústria
melhor forma possível. Qualquer coisa
a menos poderia causar um fracasso
processamento
está
totalmente
Freqüentemente, desacordos em boa fé durante
(APPI) como um braço de biosegurança
da curva, à medida que continuamos
• Colocar pessoas qualificadas em cargo de
discussões políticas e regulatórias.
da indústria em 1984.
a produzir ingredientes seguros para
garantia de qualidade e segurança do produto.
Ainda que o objetivo inicial da
garantir rações seguras, gado, aves,
• Ouvir o conselho da equipe de apoio técnico e
sinceridade e profissionalismo forem pontos
APPI fosse a prevenção e controle
peixes e animais domésticos saudáveis
profissional na tomada de decisões que beneficiem
centrais e se ambos os lados estiverem se
de contaminação por Salmonella em
e alimentos seguros.
o crescimento e desenvolvimento da empresa.
esforçando para garantir que o respeito mútuo
• Exigir que os fornecedores obedeçam a
predomine
especificações estabelecidas e acordadas – o
para resolver os principais pontos da discussão.
produto é apenas tão seguro quanto seus
Confiança e respeito são elementos importantes
componentes.
nestes discursos. Isto se obtém quando ambos os
Estas devem agregar valor ao debate, se
enquanto
fornecem
informações
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The
National Magazine of Rendering), edição Outubro de 2008.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco
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Caderno Técnico 2
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Por Mike Bekedam e James F. Williams, Industrial Steam
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história. Por exemplo, considere uma planta corrugadora
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de pressão positiva. Não é raro ver-se uma fábrica deste
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caldeirões era aquecida por injeção direta de vapor. Com a
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Tabela 1
de papel onde o vapor é utilizado a 175 psi por uma
máquina que opera em ciclo fechado. O vapor é consumido
para plasticização do papel antes da corrugação, mas o
equilíbrio térmico é tal que há uma sobra considerável
tipo despejando vapor na atmosfera para manter seus
processos de produção em funcionamento.
Outro exemplo é uma planta enlatadora (de conservas)
– onde o alimento é preparado dentro de grandes
caldeirões de água quente. Antes de 1980, a água para os
introdução dos trocadores de calor e a volta do condensado
em um sistema fechado sem purgadores pode-se fazer
uma economia de 18%. Quando o preço do combustível
era 3,5 centavos por unidade calorimétrica, tal conversão
era difícil de justificar em operações sazonais, mas com o
de combustível perdido representam economia direta de
combustível. A tabela 1 não é totalmente precisa, pois
não leva em consideração perdas incalculáveis como
um aumento de descarga, aumento de uso de produtos
químicos, custo da água de retenção mínima, custo de
esgoto, e água e exigida por algumas municipalidades
para esfriar a descarga.
preço de combustível chegando próximo de 70 centavos
ou mais por unidade calorimétrica, o retorno pode ocorrer
em semanas. Não tendo revisado seus requisitos de
energia, muitas indústrias estão percebendo a quantidade
de dólares/combustível jogados fora (condensado para o
dreno) ou perdidos como fumaça (vapor rápido).
Perdas
Revisão do equilíbrio térmico
para economia de dois digitos
Ciclo
caldeira/vapor/condensado é a chave para economia de energia
reais
A tabela 1 mostra o volume real, calor total e
perdas de combustível em várias pressões. A coluna
do “total de calor perdido pelo vapor rápido” indica a
perda de calor que pode ser atribuída a necessidade de
substituir o vapor perdido com retenção mínima a 60
graus Fahrenheit (F). O que realmente chama a atenção
é o combustível necessário para regenerar este calor
perdido em uma caldeira operando a 80 % de eficiência
(Coluna “Combustível perdido na substituição de calor
perdido”). Com um sistema fechado estas porcentagens
Reimpresso com permissão do número de junho de 2008
usina esteja correto, vapor e condensado não utilizados
do HPAC Engineering.
representam um quantidade significativa, na verdade a
maior de todas, de perda de calor. Considere que a perda
Os dias em que se repassava aos consumidores o
de combustível de um sistema aberto de condensado de
custo agora aparentemente negligenciável do preço do
15 libras por polegada quadrada (psig) pode chegar a 6%
combustível é uma lembrança do passado. Para continuar
do combustível necessário para produzir o calor. Em um
competitivos nesta era de aumentos recorde de preços
sistema de 100 psig, a perda de calor é de 19%. Com
dos combustíveis, os usuários de energia devem avaliar
um sistema de condensado fechado bem desenhado o
seu consumo de combustível e encontrar formas de
retorno pode se dar em questão de meses ou até menos.
otimizá-lo.
Requisitos
Economizadores, trocadores de calor, queimadores de
de energia
baixo oxigênio, isolamentos etc., são meios excelentes
de reduzir o consumo de combustível e devem ser
térmico de uma planta é observar a operação da planta.
considerados, mas, sem sombra de duvida, o local
Vá ao telhado e veja se há vapor sendo perdido na
mais produtivo para começar a buscar o máximo de
atmosfera; se este for o caso, determine a fonte. Verifique
economia de combustível/energia – o que oferece
o(s) processo(s) procurando condensado potencialmente
maior retorno sobre investimentos- é o ciclo caldeira/
recuperável. Ainda que a observação da operação da
vapor/condensado. A menos que o equilíbrio térmico da
planta possa revelar grandes “furos”, esta não é toda a
A forma mais fácil e lógica de revisar o equilíbrio
Categorias
de equilíbrio térmico
Existem dois tipos de equilíbrio térmico: um baseado
na condição de operação atual da planta e outro baseado
no uso ótimo de energia pela planta. A maioria das plantas
está em uma das seguintes categorias:
• Categoria 1: Todo o vapor é usado pelo processo e é
irrecuperável devido a injeção direta, contaminação ou
por ser impraticável.Uma planta agregada, um jato de
vapor no vácuo, uma panela de pressão com o vapor
potencialmente contaminado são bons exemplos.
• Categoria 2: A maioria ou todo o condensado é
recuperável e a temperatura média da água de alimentação
é consideravelmente mais alta do que a pressão
de operação do sistema de alimentação. Plantas de
processamento, plantas de compensados, corrugadoras
e plantas de borracha são bons exemplos..
• Categoria 3: Apenas uma porção do condensado é
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Caderno Técnico 2
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recuperável e o equilíbrio térmico é menos de 212 graus
em um sistema de condensado de loop fechado bem
F. Enlatadoras, plantas químicas e fábricas de papel são
desenhado que use um sistema de água pressurizada
de
exemplos.
para alimentação da caldeira, um pequeno deaerator,
Dependendo dos processos envolvidos e da configuração
Em plantas da categoria 1 é importante que seja
um tamanho para os requisitos reais é geralmente
da planta, vários módulos podem ser usados em conjunto
considerada a transformação de ciclos irrecuperáveis em
incorporado. Freqüentemente sistemas de alimentação
com o sistema.
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recuperáveis. Por exemplo, uma bomba de vácuo pode
de água existentes podem ser usados.
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O módulo pode drenar para um sistema de alimentação
água
pressurizado
com
pequeno
diferencial.
O sistema na Figura 4 é semelhante ao que aparece na
Figura 3, exceto que os módulos são equipados com bombas
se pagar ao eliminar o jato de vapor perdido. Trocadores
Equilíbrio
de calor podem ser usados no lugar de injeção direta de
térmico
(para processos com pressões variáveis) ou controles de
temperatura. As bombas evacuam continuadamente o
vapor. Condensado perdido atribuído a impraticabilidade
pode, de repente, se tornar custoefetivo.
em um processo típico. O módulo incorpora um sistema
condensado do processo, independente da pressão.
insensível a pressão que sente o influxo e ajusta
condensado fechado.
automaticamente a saída para combinar. Como o módulo
operam sob a mesma pressão. O equipamento do processo
não possui um orifício fixo como um purgador, quedas de
é drenado primeiro para um receptor comum, depois para
alta-pressão não são necessárias para boa drenagem.
uma única linha para um sistema de alimentação de água
Figura 3
Figura 4
Uma planta de categoria 2 pede um sistema de
Este tipo de planta geralmente produz uma grande
quantidade de vapor rápido que, a menos que utilizado,
A Figura 3 ilustra um módulo de drenagem usada
No sistema ilustrado na Figura 5, vários processos
resulta em alto grau de ineficiência.
Muito cuidado é necessário não apenas para selecionar
os componentes adequados às pressões e temperaturas
envolvidas mas para individualizar o sistema à planta. É
Figura 1
importante que o pessoal que trabalha com o sistema
conheça o processo e o equipamento de produção
envolvidos.
Às vezes, o aumento de produção possível com
um sistema fechado pode exceder a economia com
combustível.
Ainda que não pareça haver potencial de economia nas
plantas de categoria 3, um exame cuidadoso revela perdas
difíceis de detectar, tais como resfriadores de condensado
e sistemas condensados de purgadores atmosféricos, que
podem ser fechados para melhor utilização do calor.
Além disto, um sistema fechado sem purgador bem
desenhado pode aumentar a produção significativamente
ao permitir drenagem sem restrição e remoção continua de
gases não condensáveis para o máximo de transferência
de calor.
Tipos
de
Sistemas
Figura 2
Com tantos processos empregando vapor, não há um
único sistema que possa resolver todas as variáveis. Seis
bombeamento
sistemas relativamente básicos que podem ser usados
modulada em proporção exata ao fluxo de condensado
individualmente ou em combinação para fechar um loop
e operando com sucção submersa (alagada, inundada)
vapor/condensado e economizar todos os flashes de
todo o tempo. Excelente remoção de gás maximiza a
vapor disponíveis e as BTus perdidas na atmosfera estão
produção, enquanto a ausência de purgadores melhora
nas Figuras 1 a 6.
o fluxo do condensado e acelera o startup. A seleção de
uma bomba com um cabeçote de sucção liquida baixa é
A Figura 1 ilustra uma abordagem para economizar
direto,
com
a
descarga
da
bomba
calor pela qual o condensado é bombeado diretamente de
critica.
volta para uma caldeira. Figure 1 illustrates an approach
to saving heat by which condensate is pumped directly
de alimentação de água de caldeiras, que consistem de
back to a boiler. Esta abordagem não responde à remoção
um receptor operando em pressão controlada geralmente
de gás, que e extremamente importante para a máxima
igual ou um pouco mais alta que o equilíbrio térmico da
transferência de calor. A bomba opera continuamente em
planta. Estes sistemas economizam energia não apenas
uma condição de semi-vapor que geralmente resulta em
por conservar todo o condensado de alta pressão, mas
manutenção considerável.
também reduzindo os requisitos de CV da bomba com
sua adicional pressão de sucção. A economia anual por
A Figura 2 ilustra uma variação do conceito de
As Figuras 3 a 6 ilustram os sistemas pressurizados
CV é de ou quase de $ 500. Como a retenção é mínima
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pressurizado em localização remota. Bom controle de
Determinando o equilíbrio térmico
pressão permite que esta única linha opere em posição
elevada e drene para um receptor localizado acima grade.
necessário conhecer a carga média de vapor e a porcentagem
Excelente remoção de gás não condensável é característica
distribuída aos vários usuários.
deste tipo de sistema.
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A Figura 6 ilustra um processo típico que usa vapor
de 50.000 libras (lb.) por hora (1.500 CV) a uma pressão
em várias pressões. O vapor rápido vai em cascata do
de operação de 150 psig, dos quais 20% é perdido para
processo de alta pressão para o processo de baixa pressão
o processo, 60% retorna à pressão total e 20% retorna de
permite o uso de um tipo de bomba menos dispendiosa
um sistema de temperatura controlada com uma pressão
no sistema de condensado.
média de 65 psig. Suponha que todo o condensado esteja
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freqüentemente fornece uma porção significativa de
vapor para o processo de baixa pressão.
água de alimentação é 181,6 graus F. Após o fechamento
Os sistemas nas Figuras 1 a 6 são meramente a
do ciclo é 328,3 graus F. Um aumento de cerca de 10
ponta do iceberg. Variações e combinações são
graus da temperatura da água de alimentação resulta em
inúmeras e impossíveis de aplicar sem um bom estudo
economia de combustível de 1%. Isto pode ser considerado
da planta.
como um aumento de capacidade da caldeira ou redução do
O
vapor
rápido
do
processo
Informação
de
alta
pressão
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O equilíbrio térmico não é difícil de determinar. É
Considere, por exemplo, uma carga de vapor típica
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sendo salvo.
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Conforme visto na Tabela 2, a temperatura média da
aquecimento. Por exemplo, o cálculo da Tabela 2 indica:
necessária
Um levantamento da planta exige informação em duas
• uma economia de quase 15 % de combustível a 50.000
Figura 5
Figura 6
lb. por hora, ou, em outras palavras, o mesmo montante de
áreas básicas: operação da planta e sala de caldeira.
produção poderia ser realizado a 42.500 lb. por hora;
Presumindo uma média de 3.000 horas de operação por
• um aumento da capacidade da caldeira de até quase
ano, a economia anual seria de $225.000.
pois isto apresenta o maior potencial de economia de
Informação detalhada sobre a operação da planta
é necessária para determinar o equilíbrio térmico e
59.000 lb. por hora.
o equipamento necessário. Especialmente difícil de
Se a planta desperdiçava todo seu condensado no dreno
obter é a pressão real de operação do equipamento do
(sem retornos) o total do calor perdido seria 31,5 % em vez
processo.
de 15 %.
disponíveis resulta tipicamente em economia de combustível
Se, por exemplo, uma caldeira operando a 150 psig
combustível de dois dígitos.
Resumo
Fechar um ciclo condensado para capturar todas as BTus
de dois dígitos. A seleção adequada dos componentes
Economia de combustível
fornece vapor a um processo sem redução de pressão
Revise o equilíbrio térmico da planta em primeiro lugar,
do sistema de condensado é vital para maximizar a
ou controle de temperatura, a pressão de operação
Dos resultados acima, é fácil calcular a economia em
economia. Se aplicada corretamente, a drenagem eficiente
é 150 psig. Se uma válvula de redução de pressão for
Material técnico gentilmente cedido pela Revista
Render (The National Magazine of Rendering),
edição Outubro de 2008.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco
dólares. Considerando um custo de 80 centavos por unidade
do condensado ao lado da remoção contínua de gases
Martin “Mike” Bekedam fundou a Industrial Steam
incluída, a pressão de operação será a pressão ajustada
calorimétrica ($8 por milhão de Btu), a economia por hora
pode aumentar a produção e causar economias acima das
em 1952.Logo depois, uniu-se a ele James F. Williams.
para válvula de alívio de pressão a jusante. Um controle
seria:
economias calculáveis de combustível.
de temperatura localizado na entrada de vapor do
• Entrada (Btu por hora) × porcentagem de economia ×
equipamento de processo funciona como um sistema de
custo por unidade calorimétrica ÷ 100.000 Btu por unidade
mais rápidos, redução do tempo de lotes, superfícies mais
controle de pressão variável.
calorimétrica
quentes e transferência de calor mensuravelmente melhor.
• Entrada = saída ÷ eficiência da caldeira (50.000.000 ÷
A pressão do processo pode variar entre pressão
de linha completa e pressão negativa, dependendo da
carga, temperatura, etc., do processo. Às vezes, a única
forma de determinar a pressão de operação média de um
processo de temperatura controlada é marcar a pressão
na entrada do purgador no equipamento em questão.
E, ao fazer um levantamento da planta, é importante
saber onde estão localizados os componentes, um em
relação ao outro, e a sala de caldeira, o consumo de
vapor de cada parte do equipamento e a altura da saída
de condensado acima do soalho. A informação sobre a
sala de caldeira é obrigatória se novo equipamento de
condensado será incorporado à operação existente. A
pressão de operação da caldeira, regulagem da água de
alimentação, horas de operação, e custo do combustível
são outras informações necessárias para o planejamento
adequado de um sistema fechado de alimentação de
água de caldeira.
0,80) × 0,15 × 0,80 ÷ 100.000 = $75
Tabela 2
Bons sistemas sem purgadores resultam em startups
Bekedam faleceu em 16 de marco de 2008,com
94 anos. Williams continua com a Industrial
Steam,desempenhando um importante papel de
monitoria e ensino.
40
Caderno Técnico 3
41
Por Claudio Bellaver
2 – Subprodutos
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Qualidade e aspectos técnicoeconômicos do setor de farinhas
e gorduras de origem animal
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de
Origem Animal
É possível demonstrar que o uso das farinhas de origem animal é
vantajoso na formulação de rações, pois implica na redução dos custos de
produção de rações e por conseqüência no custo de produção animal, com
grandes impactos na área ambiental (Bellaver et al., 2001 e Bellaver, 2005).
Evidentemente que a qualidade das farinhas e gorduras animais deve ser
assegurada e, portanto, no Brasil, deve ser aplicada a IN do MAPA no. 34 de
Abril de 2008 (Brasil, 2008), a qual sucedeu a IN 15 de 2003 (Brasil, 2003).
Nessas normas estão vários princípios que permitem a redução de risco à
transmissão de doenças pelas farinhas animais. As exigências da norma
estabelecem as boas práticas de fabricação (BPF) para estabelecimentos que
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processam resíduos de animais destinados à alimentação animal, o modelo
de documento comercial e o roteiro de inspeção das BPF. São definidas
as condições higiênico-sanitárias do local e construções, o processamento
(não inclusão de animais mortos, processamento a 133oC, 3 Bars e 20
min., não canibalismo, etc.), as embalagens, os rótulos, a documentação
e registros, os POP's e o manual de produção. Assim sendo, é importante
obter farinhas animais de produtores que tenham, pelo menos iniciado o
trabalho de melhoria da qualidade, que contemplem a norma estabelecida
pelo MAPA para produção de farinhas e gorduras animais.
Por isso enfatiza-se a necessidade da implantação de um sistema de
qualidade na produção desses ingredientes, o qual depende da aplicação
preliminar de boas práticas de fabricação (BPF) de farinhas e gorduras e mais
adiante programas de análise de perigos e controle de pontos críticos (APPCC)
e finalmente buscando a certificação de qualidade. Embora os sistemas
tenham diferentes complexidades na implantação e desenvolvimento,
são necessários ao final que sejam devidamente auditados por empresas
independentes e com credibilidade pública, visando garantir a qualidade
1 – Produção
de
Carnes
Essa redução deve-se principalmente à China, não sendo
Nas três últimas décadas a produção de carnes e pro-
o caso do Brasil, cuja produção se expande na taxa de 4%
dutos oriundos dessa produção, cresceu consideravelmen-
(USDA, 2007) com aumento de exportações. Portanto, espera-
te podendo ser visto pelas estatísticas da FAO para o ano
se à longo prazo uma intensificação no comércio mundial de
de 2005, que enquanto a produção de carne bovina cres-
carnes prejudicados por eventos passados da vaca louca na
ceu 57,6% a de carnes suína e de aves cresceram respec-
América do Norte, da aftosa em bovinos no Brasil e da influenza
tivamente, 186,4% e 436,5% nesse período. Dados globais
aviária na Ásia. Por conseqüência, também há perspectivas de
de uma série de anos mais recentes tabulados pelo USDA
crescimento da oferta de subprodutos de origem animal no
sinalizam para a redução global da produção e consumo
Brasil conforme trabalho de Bellaver e Zanotto (2008) durante
de carne suína que pode se visualizar na tabela 1.
o VII Workshop do Sincobesp (Tabela 2).
Tabela 1 - Produção e consumos mundiais de carnes (mil toneladas)1.
% de mudança de
Sumário
2003
2004
2005
2006
2007
20082
2006:2008
Produção
Bovinos
50.089
51.327
52.454
53.734
54.489
54.551
1,5
Suínos
90.488
92.801
96.139
98.504
94.678
92.992
-5,6
Frangos e perus
59.888
61.313
64.583
65.499
67.992
69.523
6,1
Total
200.465
205.441
213.176
217.737
217.159
217.066
-0,3
Consumo
1
Bovinos
49.097
49.907
50.923
51.824
52.470
52.231
0,8
Suínos
89.870
91.790
94.891
97.263
93.595
91.924
-5,5
Frangos e perus
58.329
59.435
62.674
64.165
66.082
67.137
4,6
Total
197.296
201.132
208.488
213.252
212.147
211.292
-0,9
USDA (2007);
2
Previsão
dos produtos para os mercados interno e externo. Também é necessária
a compreensão por parte de setores do governo e privados para apoio aos
programas educativos, visando a realização de cursos sobre as normas que
regem o setor, bem como financiando a modernização e pesquisas do setor
de farinhas e gorduras animais. Considera-se também que é de fundamental
importância a ação fiscalizadora e de monitoramento com sanções cabíveis
para os casos em que a produção desses ingredientes não atenda as
especificações de qualidade normalizadas. Em adição, é inquestionável
a importância ambiental da produção de farinhas e gorduras animais,
Produção anual
Frangos
Suínos
Bovinos
Abate (cabeças) *
5.151.985.000
34.317.191
47.143.806
Peso médio de abate, kg
2,20
105,00
400,00
Mat. prima p/ ind. farinhas, %
0,30
0,30
0,45
Matéria prima, total T
3.400.310
1.080.992
8.485.885
Rendim. na ind.de farinhas, %
0,40
0,40
0,40
- % de FCO, FV, FOA **
0,53
0,55
0,58
0,42
Total
12.967.187
- % de gordura
0,24
0,45
- % de farinha de penas
0,23
-
-
Volume da produção/ano
Frangos
Suínos
Bovinos
Total
- FCO, FV (t/ano)
720.866
238.553
1.961.937
2.921.356
- Gordura (t/ano)
326.430
193.843
1.432.417
1.952.691
- Farinha de penas (t/ano)
312.829
-
-
312.829
*Anualpec, 2007; ** FCO - farinha de carne e ossos; FV- farinha de vísceras; FOA - farinha
de origem animal
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pois contribuem efetivamente para o mecanismo de
mistura de proporções conhecidas desses ingredientes
de incubatório associada a coadjuvantes tecnológicos
os quais podem variar de empresa para empresa, e.g.:
produção mais limpa.
primários formando assim as farinhas mistas com
de processo. A opção da compostagem dos resíduos
certificações para frigoríficos sob Inspeção Federal
No aspecto nutricional da fabricação de rações de
possibilidade ainda de inclusão de sangue, ossos
de incubatório precisa ser estudada e comparada com
(SIF), certificações da série ISO 9001 e outras séries
alta qualidade a premissa máxima é que, ingredientes de
e cartilagens da desossa. A mais conhecida dessas
o processo anterior quando esse for elaborado com
(e.g. 14000), rastreabilidade, HACCP, BPF, produto
má qualidade geram rações de má qualidade na relação
misturas e a de sangue na farinha de penas. Dois
qualidade.
de qualidade, granja e fábrica de processamento de
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direta de participação na fórmula, independentemente
resíduos da cadeia de carnes que também precisam ser
de quaisquer outros fatores da produção. Portanto,
considerados são os resíduos de água industrial servida
a qualidade dos ingredientes é o primeiro e mais
e os resíduos de incubatório (Bellaver e Dai Pra, 2008).
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produtos finais. Um sistema de qualidade, porém,
3 – Sistemas de Qualidade para
Farinhas e Gorduras Animais
não é somente a existência burocrática do mesmo e
justificativo para atender as exigências de auditoria
Em segmentos da cadeia das carnes suína e de frango,
e certificação. Embora o manejo de fatores de risco
algumas empresas de produção e industrialização têm
seja crucial, ele não garante por si só a qualidade,
Devido a crescente produção mundial de carne visto
seus sistemas internos de Controle da Qualidade, que
sendo necessário que o sistema de qualidade atenda
a ser processado é essencial para indicar a qualidade
anteriormente e que muitas empresas dispõem de
são avaliados por dados operacionais e que deveriam
as especificações declaradas do produto final. Oliver
e, se desconhecido, pode ser um problema para a
sistemas conjuntos (aves e suínos) de processamento
ser pontuados de acordo com as conformidades e
(2003) define que um sistema de qualidade é um plano
formulação de rações. Para dar maior clareza a essa
da água industrial são gerados anualmente cerca de
especificações dos processos e dos produtos a que se
de trabalho ou ação projetado para inspirar confiança
necessidade Bellaver e Zanotto (2004) e Sindirações
150 milhões de toneladas de efluentes no abate dessas
referem. Outras empresas têm sistemas de Certificação
entre os clientes e consumidores. Liga-se a necessidade
(2005), descrevem as principais características dos
duas espécies. O efluente é constituído por água
da Qualidade com auditorias periódicas independentes,
de sistemas de qualidade aos vários eventos ligados à
ingredientes de origem animal e definem variáveis
de processamento que carreia resíduos de sangue,
proporcionando maior confiança entre os clientes e
segurança dos alimentos que corroboraram para que
analíticas necessárias para categorizar a qualidade dos
gordura, líquidos fisiológicos, carne, ossos, vísceras,
entidades relacionadas e, outras empresas estão à frente,
os governos e compradores internacionais impusessem
ingredientes. Embora os custos e as facilidades para
além da água de higienização. Por meio de tratamentos
pois estabeleceram processos de Gestão da Qualidade.
suas restrições no comercio de carnes e ingredientes de
analisar cada partida do ingrediente tornem a rotina de
seqüenciais contínuos do efluente, floculação, flotação
Nesse, além do controle e da certificação são incluídos
fabricação de rações. Assim, é muito importante ter em
análise difícil de ser implementada, é preciso ter em
e centrifugação é possível obter um composto orgânico
conceitos gerais de qualidade, segurança alimentar,
conta que as noticias negativas do setor agropecuário
mente que a qualidade das farinhas é perceptível por
denominado flotado industrial (FI). Estima-se que
saúde
ambiente,
deram perspectivas diferentes na discussão sobre
variáveis analíticas, entre as quais: a) contaminação
sejam produzidos anualmente em torno de 1 milhão
políticas de educação e desenvolvimento sustentado,
segurança dos alimentos e, por conseguinte, a busca
bacteriana (Salmonelas, Coli), b) peroxidação das
de toneladas de FI com 35% de matéria seca. Contendo
sendo ativamente envolvidas em demonstrar a resposta
pela gestão da qualidade de rações e ingredientes é
gorduras, c) presença de aminas tóxicas, d) composição
44,03% de proteína bruta e 32,74% de extrato etéreo na
global da empresa. Em todos os sistemas de busca de
um ato continuo na segurança dos alimentos humanos,
química, e) digestibilidade dos aminoácidos e da
matéria seca, o potencial de uso do FI na produção de
qualidade, são emitidos os certificados de qualidade,
reforçando o conceito da “segurança do campo à mesa”.
energia, f) análise sensorial e ainda pela existência de
farinhas animais deve ser explorado como alternativa
um sistema de gestão da qualidade da produção de
desde
farinhas e gorduras.
processamento imediato. A inclusão isométrica de
A discussão sobre destinação das matérias prima
10% de flotado industrial no processo de produção de
que são utilizadas para fabricação de farinhas e
farinha de carne e osso suína (FCO), não altera os teores
gorduras animais tem dois aspectos, sendo que ao
de MS, EE e MM. Os valores médios de EMAn para FCO
final da discussão, o resultado deve ser sinérgico. Se
suina em dietas para frangos de corte foi de 2571 kcal/
por um lado o fator bioseguridade animal faz com que
kg (Zanotto; Bellaver et al. 2007a e 2008b).
importante item para obedecer na produção de rações
e para alcançá-lo, é preciso conhecer muito bem os
2.1 – Resíduos
ingredientes. O conhecimento da origem do material
que
de água servida
preenchidas
(água
do flotador)
condições
de
higiene
e
existam restrições legais nos processos de produção
e barreiras técnicas internacionais são impostas; não
2.2 – Resíduos
menos importantes são as alternativas para destinação
das matérias primas existentes e que devem ser
resultante da cocção, secagem e moagem da mistura de
processadas para atender a legislação, mas que ao
cascas de ovos, ovos inférteis e não eclodidos, pintos
mesmo tempo possam ser agregadoras de valor ao
não viáveis e os descartados, removida ou não a gordura
produto resultante.
por prensagem (Sindirações, 2005). Há sugestões de que
Os resíduos do abate são aqueles que se originam
25 % do peso dos ovos incubados resultem em resíduos
após o abate animal e que devem ser submetidos
de cascas, pintos mortos, refugos, ovos não eclodidos
a processos de cocção resultando na produção de
oriundos de uma taxa de inviabilidade de 15% dos ovos
ingredientes, os quais devem ser isentos de materiais
incubados. Considerando a produção de 5,26 bilhões
estranhos
microorganismos
de pintos de corte por ano, com peso médio de ovo de
patogênicos. Os principais ingredientes referidos no
60g e 25 % do peso dos ovos incubados constituído por
Compêndio de Alimentação Animal (Sindirações, 2005),
mortalidades embrionárias, inférteis e todas as cascas
são as farinhas de carnes, de carne e ossos, de sangue,
dos ovos, chega-se a produção de aproximadamente
de penas hidrolisadas, de vísceras e de resíduos de
80 mil toneladas anuais de resíduos de incubatório.
incubatório. No lado das gorduras, as mais importantes
Esses devem ser submetidos ao processo de fabricação
são o sebo bovino, a graxa suína e o óleo de frango.
de farinhas em equipamentos adequados a essa
Também, em alguns processamentos é possível fazer a
finalidade visando a fabricação de farinha de resíduos
à
sua
composição
e
de
Incubatório
A farinha de resíduos de incubatório é o produto
do
consumidor,
preservação
do
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Especificamente com as farinhas e gorduras animais
final, em qualquer parte do território nacional, conforme
permitirá a produção de combustíveis de terceira
que podem não ser as indicadas e adequadas para
devem ser consideradas as perspectivas da qualidade
fixado pela mesma lei. Considerando apenas o valor de
geração, ou sintéticos, originários de gorduras animais
produção de biocombustíveis a partir de gorduras
nutricional; da qualidade técnica; da segurança para
2% de biodiesel pela lei, serão necessários cerca de 782
de
segunda
ácidas e borras residuais. A propósito, sobre processos
os animais, ambiente e consumidores e, finalmente,
milhões de litros por ano (~ 800.000 t/ano). A produção
geração seriam aqueles derivados de gorduras animais
e fontes de matérias primas, sugere-se a leitura do artigo
a
consumidores;
de soja em 2006 foi de 55 milhões de toneladas que,
e vegetais de alta qualidade; portanto, produzindo na
“Seleção de processos para produção de biodiesel. –
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sendo que, o sucesso do empreendimento depende da
contendo 18% de óleo, resultam em aproximadamente
refinaria, energia renovável na forma convencional de
gorduras animais vs óleo de soja” de Singh et al. (2007),
harmonização destes conceitos. Além do uso nutricional
10 milhões de toneladas de óleo bruto. A esterificação
produção de biodiesel. A qualidade do combustível
traduzido para a Revista do Sincobesp de Setembro de
de rotina é preciso ter em conta que a inovação pode
desse volume produziria cerca de 90 % de biodiesel
sintético é superior a qualquer outro combustível,
2007. Um projeto de bancada laboratorial está sendo
determinar novas alternativas para as farinhas e
e 10% de glicerina bruta, o suficiente para atender
tendo apelo para uso em motores a jato num amplo
conduzido por Higarashi (2008) na Embrapa Suínos e
gorduras animais. Entretanto, isso requer intuição,
toda a demanda de biodiesel para dar conformidade à
espectro de temperaturas. Destaca-se que foi calculado
Aves, no qual se prevê a avaliação de alternativas de
idéias e pesquisas com uso do método cientifico.
lei. Ocorre porém, que a soja é uma commodity com
um investimento de US$ 150 milhões em uma primeira
fontes de gordura animal na produção de biodiesel,
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Algumas das alternativas que podem ser consideradas
múltiplas aplicações e de acordo com Bellaver , com
fabrica para produção de 285 milhões de litros de
buscando com isso a agregação de valor econômico das
para uso não nutricional das farinhas e gorduras animais
menores chances de sucesso quando o óleo vegetal for
biodiesel em 2010. Também é importante notar que há
fontes.
são a incineração e/ou briquetagem, biodiesel, biogás,
originalmente produzido para o consumo humano, o
um incentivo em redução de impostos de 1 US$/galão
compostagem e produção de polímeros plásticos
que eleva seu preço no mercado (e.g. óleos de soja,
de biodiesel produzido.
semelhantes (Barone e Schmidt, 2005; Barone, 2006;
girassol, canola). Por isso, na dependência de preços de
Vários processos de produção de biodiesel e
na produção glicerol, glicerina ou propano-1,2,3-triol
Bellaver, 2007; Brasil 2007; Garcia et al. 2004; Oliveira
mercado o biodiesel demandado poderá derivar-se de
bióleos são possíveis, entre os quais o mais comum
(IUPAC, 1993) que é um composto orgânico pertencente
e Higarashi, 2006a e 2006b).
outras fontes de gorduras como, por exemplo, a gordura
é o de transesterificação com metanol ou etanol e
à função álcool. É líquido à temperatura ambiente (25 °C),
animal ou, através da modificação do processamento
catalisadores básicos, ácidos ou heterogêneos. Outros
higroscópico, inodoro, viscoso, com densidade de 1,261g/
para redução do custo de produção do biodiesel. A
processos que na seqüência levam a esterificação das
cm3 e de sabor adocicado. O termo Glicerina (Nº. CAS:
qualidade
emocional
ligada
aos
4 – Energia Renovável Fortalecedora
Indústria Animal
da
baixa
qualidade.
Biocombustíveis
de
6 – Co-produto Glicerol
O processo de transesterificação de gorduras resulta
modificação da extração de óleos por solventes pela
gorduras purificadas, conversão em baixa temperatura,
56-81-5) refere-se ao produto na forma comercial, com
Grande parte da discussão atual sobre energia
via de transesterificação in situ com produção de metil/
craqueamento/pirólise, destilação em alta pressão
pureza acima de 95% (Wikipedia, 2007). Entre as muitas
renovável está sendo direcionada para o bem sucedido
etil ésteres, glicerol, e laminados vegetais modificados
com separação por resinas filtrantes podem resultar
possibilidades de aplicações para o glicerol podem-se
programa do álcool no Brasil. Por exemplo, recentemente
com aplicações diferentes para a indústria de rações.
em compostos energéticos com valor agregado maior.
agrupar em farmacêutica, cosmética, tintas e também
na Folha de São Paulo foi escrito um artigo intitulado:
Pesquisas são necessárias para o desenvolvimento dos
Entretanto, deve-se nesse momento, por prudência,
na fabricação de rações animais, o que poderá ser uma
Bionegociações. O novo termo remete a uma discussão
novos processos nessa área, podendo haver impacto
manter cautela na implantação de plantas industriais
opção para agregar valor ao ingrediente glicerol.
em andamento sobre posicionamentos das nações
substancial
e a necessidade de certificar a produção de energia
originados da extração de óleo in situ.
na
alimentação
de
aves
com
farelos
renovável de forma sustentável; isto é, relacionada
5 – Oportunidades para o Biodiesel
Gorduras Animais
com o econômico, o ambiental e o social. No aspecto
ambiental é necessária uma relação de menor gasto para
de
a produção de energia renovável em relação à energia
fóssil, havendo, portanto um balanço favorável na
Brasil há um volume apreciável de cerca de 2,0 milhões
redução de emissões de carbono na atmosfera. Assim,
de toneladas/ano. Essas gorduras terão destinações
para o caso do álcool produzido a partir da cana-de-
técnicas diferentes tais como, uso nas indústrias
açúcar a relação é plenamente alcançada, sendo estimada
cosméticas, farmacêutica, tintas, resinas, rações e, uma
em 1:8,3 e, para o etanol, produzido a partir do milho,
parte, poderá ser destinada, na dependência de preços
a relação é bem menos favorável e apenas satisfatória,
de mercado, à produção de biodiesel. A viabilidade do
ou seja 1:1,3. No aspecto social a certificação deve
uso para produção de biocombustível é dependente do
garantir condições de trabalho regulamentadas pelas
custo da matéria prima, do processamento e de despesas
leis federais. Isso, harmonizado entre países, permitirá
administrativas que não podem ultrapassar ao valor do
que o álcool se torne uma commodity, com menores
diesel na bomba de distribuição. Portanto, o biodiesel
chances de barreiras não alfandegárias. No aspecto de
obtido de gorduras animais requer, uma visão critica
nutrição animal há uma serie de possibilidades oriundas
do funcionamento do setor de carnes e de subprodutos
do processamento e desenvolvimento de ingredientes
de origem animal, operados pelos grandes frigoríficos
para rações, com destaque para a levedura e o bagaço
e por coletadores de matérias-prima residuais de
hidrolisado.
abatedouros, açougues, casas de carne, supermercados
e de resíduos graxos de cozinha.
Com a inclusão do biodiesel na matriz energética
Do ponto de vista das gorduras animais, somente no
nacional , as distribuidoras de combustíveis colocaram
no mercado em 01/2008 o B2, composto por 98% de
nos grandes mercados mundiais. Por exemplo, grandes
diesel e 2% de biodiesel. Esse valor deverá atingir 5%
frigoríficos como Tyson Foods estão se associando com
em volume (B5), como mínimo obrigatório de adição de
empresas produtoras de biocombustíveis. A notícia não
biodiesel ao diesel comercializado para o consumidor
seria tão notável se não fosse anunciado que a parceria
É preciso também verificar o que está acontecendo
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Em Janeiro de 2007 foi realizado um seminário para
e, c) melhorar à biosegurança animal fruto da retirada
discussão do uso de glicerol na alimentação animal, com
de produtos sanitariamente problemáticos da cadeia de
participação de diversas empresas e governo americano,
alimentação animal e de carnes.
tendo sido concluído que o glicerol poderá estar
contaminado com Metanol, o qual tem seu limite máximo
de farinhas e gorduras tem retardado a visão da
estabelecido em 150 ppm, pelo FDA para uso humano,
necessidade de pesquisa e desenvolvimento para
havendo necessidade de outros estudos de toxicidade
melhoria
para mudança desse nível. Entretanto se o processo de
produção de alternativas; da participação junto ao
transesterificação para produção de biodiesel for com
governo e empresas de equipamentos e insumos e da
etanol, não há problemas dessa natureza.
transferência de tecnologia dentro do próprio setor.
O glicerol bruto (87% de pureza), derivado da
Seria vantajoso para a cadeia de carnes, estabelecer
produção de biodiesel foi testado por Lammers, et
estratégias para a tomada de decisões e melhorias nos
al. (2007a) em dietas basais para suínos, sendo que
seguintes aspectos:
a digestibilidade da energia (ED) nas dietas das fases
7.1 – Desenvolvimento
inicial (12 kg) e final (110 kg) foi respectivamente
de 3386 ± 149 kcal/kg e 3772 ± 108 kcal/kg; tendo
triais alternativos (e.g.: extrusão e extração de gordu-
sido concluído que o glicerol é fonte de energia para
ra de farinhas animais); b) processos de preparação de
suínos. Noutro experimento de desempenho de suínos,
gorduras ácidas para o processamento na planta de bio-
o glicerol incluído até 10% em dietas isocalóricas e
diesel com definição dos parâmetros exigidos pela ANP;
isolisinicas na fase de creche proporcionou o mesmo
c) desenvolvimento de novos produtos com o uso dos
desempenho e ganho de peso dos leitões controle,
subprodutos (ex. glicerina) da produção de biodiesel;
podendo ser adicionado como energético nas dietas de
d) produção de novas moléculas comerciais a partir de
leitões (Lammers et al. 2007b).
proteínas e gorduras animais; e) definição dos parâme-
Kerr et al. (2007) determinaram que a EMAn do
tros significativos da qualidade das farinhas e gorduras
glicerol seja de 3.684 e 3.805 kcal/kg em frangos e
para a alimentação animal e outros usos (classificação
aves de postura, respectivamente e de 3.207 kcal
através de parâmetros analíticos); f) antioxidantes e an-
EM/kg em suínos. Assim, o glicerol bruto pode ser
ti-salmonelas; g) compostagem de resíduos do abate e
usado como uma excelente fonte de calorias para
do lodo de flotadores para uso fertilizante; h) produção
não-ruminantes. Outras experiências com suínos em
de biogás de farinhas e efluentes industriais.
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8 – Literatura
consultada
são importantes na nutrição animal por reduzirem os
7.3 – Educação
custos de produção e melhorarem aspectos ambientais,
mas por outro lado há necessidade de se implantar com
apoiadoras da qualidade em programas educativos de
urgência, sistemas de qualidade visando a certificação e
treinamento de pessoal das indústrias, visando com
garantia de farinhas e gorduras animais de qualidade.
isso conhecer as normas e processos que regem a pro-
As gorduras animais têm oportunidade de contribuir
dução de qualidade e orientar melhor a sua aplicação
Barone J. R. et al. 2006. Extrusion of feather keratin J. Appl. Poul. Sci. 100(2):1432-42.
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nas indústrias. Ações de divulgação geral na mídia são
Ciência Avícola - Suplemento 10, p159.
brasileira trazendo implícitas as vantagens de: a) utilizar
importantes, ressaltando-se a necessidade de comuni-
matérias primas residuais para agregação de valor
car a importância do setor para a cadeia de carnes, para
em produtos e co-produtos; b) contribuir com novas
o ambiente e como geradora de empregos.
Em
adição,
dos
o
setor
processos
de
e
produção
de
industrial
equipamentos
na
São necessários estudos sobre: a) processos indus-
crescimento indicam que 10% parece ter pouco impacto
na performance de suínos, na composição das carcaças
7.2 – Técnico
ou qualidade da carne. Níveis de outros compostos da
glicerina bruta, como metanol sódio, potássio e AGL
sólida ação de formação de base de dados estatísticos,
devem ser monitorados nos impactos sobre os valores
a exemplo do que faz o NRA dos EUA; b) uma forte
de EM e desempenho do ingrediente glicerol. Outros
participação das associações junto ao governo federal
aspectos de manejo e manufatura de rações devem ser
nas áreas de meio-ambiente e agricultura na busca de
observados dependendo da concentração de glicerina
apoio financeiro com taxas de juros atrativas junto ao
na dieta (fluidez das rações nos comedouros e umidade
BNDES, FINEP, e outros fundos de apoio empresarial; c)
da cama de aviário).
buscar a união da categoria de produtores de farinhas
e
Administrativo
São necessárias ações nos seguintes pontos: a) uma
e gorduras nos objetivos comuns de fortalecimento do
7 – Implicações
e conclusões
setor.
As farinhas animais originadas dos resíduos do abate
soluções para melhoria e redução de riscos ambientais
continuada
É importante promover as parcerias com instituições
Claudio Bellaver é PhD, Qualyfoco Consultoria Ltda e ProEmbrapa
- Concórdia, SC; [email protected]
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Agenda
AVISULAT- I Congresso Sul Brasileiro de
Por Alexandre Ferreira
IV – Feira Nacional das Graxarias
Data: 19 a 21 de novembro de 2008
Data: 26 e 27 de março de 2009
Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento
Local: São Paulo – SP
Gonçalves, RS
Site: www.fenagra.com.br
Telefone: (51) 3228-8844
Site: www.avisulat.com.br
International Poultry Expo
Data: 28 a 30 de Janeiro de 2009
Local: Atlanta – USA
Site: www.ipe09.org
Certificados de
Garantia
VIII WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP
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Data: 26 e 27 de março de 2009
Local: São Paulo – SP
Site: www.fenagra.com.br
FCE Comestique
Ao comprarmos qualquer bem, móvel ou
(BPF), que estão no bojo das primeiras
imóvel, exigimos uma garantia. Hoje em dia
medidas de capacitação expostas acima,
a garantia passou a ser um item obrigatório
porém o Selo representa algo concreto para
Data: 26 a 28 de maio de 2009
para
que qualquer fabricante possa estampar um
Local: São Paulo - SP
Há situações em que a própria garantia
Certificado de Garantia em seu produto.
Site: www.fcecosmotique.com.br
é vendida como algo à parte (garantia
National Biodiesel Conference and Expo
a
confiabilidade
de
um
produto.
Como agregar valor aos produtos desta
estendida).
forma?
Pet South America
Como podemos “vender” garantia com
Nossos clientes têm um custo relativamente
Local: San Francisco – USA
Data: 22 a 24 de julho de 2009
os nossos Produtos? Como agregar valor
alto para garantir que os ingredientes
Site: www.biodieselconference.org
Local: São Paulo - SP
aos mesmos desta forma?
comprados estejam em conformidade com
os ingredientes formulados. Em caso de
Data: 01 a 04 de Fevereiro de 2009
Site: www.petsa.com.br
Na edição 05 de nossa revista o Dr.
Claudio Bellaver apresenta o caminho: Deve-
inconformidade
se investir em Qualidade. Como fazer?
produtos, há prejuízos pela necessidade
capacitação
de reposição não planejada. Caso uma
dos recursos humanos da empresa, que
empresa possa garantir a conformidade dos
pode ser feito através de cursos ou da
produtos que vende, ela poderá negociar
contratação de consultoria especializada. É
com seu cliente a redução dos custos que o
importante que haja consciência a respeito
mesmo deverá ter.
disto, pois as etapas de Controle, Garantia e
Gestão da Qualidade são feitas por pessoas
se faça em uma indústria, um retorno é
não por máquinas. Desta maneira para
esperado. Investir em Qualidade certamente
que os resultados sejam alcançados, além
é retorno garantido, pois cada um de nós
das diretrizes serem uma determinação
valoriza de alguma maneira os produtos
da liderança da empresa, deve haver uma
que compramos. A classificação é simples:
participação dos colaboradores que só
acontece de maneira efetiva quando os
BARATO ...
mesmos
Que tipo de produto é o seu?
O
primeiro
são
passo
é
devidamente
a
instruídos
e
mesmo
devolvendo
os
Para todo e qualquer investimento que
O produto/serviço MELHOR ou o MAIS
incluídos em um planejamento estruturado.
Após a implantação das primeiras etapas
Até a próxima edição!
pode-se vislumbrar finalmente um instrumento
concreto para que se possa oferecer produtos
com Garantia de Qualidade.
O Sincobesp desenvolveu há alguns
anos um Programa de Certificação de
Qualidade em Farinhas de Origem Animal
com a SGS do Brasil visando à evolução do
mercado com a disponibilização do Selo de
Qualidade em FOA.
Entre a documentação de referência para
a obtenção deste Selo está a IN-34 e toda
a questão das Boas Práticas de Fabricação
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FENAGRA 2009
Avicultura, Suinocultura e Laticínios
Realização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPS
Ponto de Vista
Alexandre Ferreira
Consultor Técnico em Processos Industriais.
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Assinaturas
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ASSINATURA DA REVISTA
Graxaria Brasileira
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Você pode solicitar o
recebimento da
Revista Graxaria Brasileira sem
qualquer custo.
Após preenchimento do
formulário a seguir, envie-o
para:
Nome:
Editora i9
Rua Leôncio de Carvalho, 303 – Conj. 101
Cep: 04003-010 – São Paulo / SP
Tel/Fax: (55 11) 3213-0047
ou por e-mail: [email protected]
Tipo de Empresa:
( ) Graxaria Independente Empresa:
( ) Graxaria / Frigorífico
( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos
Endereço:
Nº:
( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas
Complemento:
Cidade: Cep:
UF:
( ) Prestadores de Serviços
( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria
Fone: ( )
( ) Consultoria / Assessoria Fax:
( ) Universidades / Escolas
( )
E-mail:
( ) Outros:
Cargo:
Aboissa 3º Capa
Tel. (11) 3353-3000
E-mail: [email protected]
www.aboissa.com.br
Bovimex 33
Tel. (14) 3413-2700
E-mail: [email protected]
www.bovimex.com.br
Folem 43
Tel. (46) 3544-1447
E-mail: [email protected]
www.folem.com.br
Abra 23
Tel. (61) 4501-7199
E-mail: [email protected]
www.abra.ind.br
Braido 21
Tel. (11) 4368-4933
E-mail: [email protected]
Gava 48
Tel. (11) 3105-2146
E-mail: [email protected]
www.joaogava.com.br
AGM & PETT 47
Tel. (11) 3531-4333
E-mail: [email protected]
Anhembi Agro Industrial 47
Tel. (11) 3685-8907
E-mail: [email protected]
Bertin 5
Tel. (14) 3533-2000
www.grupobertin.com.br
Beta Automação 4º Capa
Tel. (11) 3787-2382
E-mail: betaautomacao@
betaautomacao.com.br
www.betaautomacao.com.br
Chibrascenter 37
Tel. (11) 5521-3373
E-mail: decanter@chibrascenter.
com.br
www.chibrascenter.com.br
Dupps Company 13
Tel. (+1) 937-855-6555
www.dupps.com
Eurotec Nutrition 19
Tel. (48) 3242-4860
E-mail: danieli.zanoni@euronutri.
com.br
Farima 43
Tel. (44) 3544-1292
E-mail: [email protected]
www.farima.com.br
Giglio 45
Tel. (11) 4368-1822
E-mail: [email protected]
www.giglio.com.br
Grupo Braido 48
Tel. (11) 4227-9500
E-mail: [email protected]
www.grupobraido.com
Ipufol 45
Tel. (49) 3449-0372
E-mail: [email protected]
Martec/Percon 41
Tel. (14) 3342-3301
Tel. (11) 4018-4222
Nutract 25
Tel. (49) 3329-1111
E-mail: [email protected]
www.nutract.com.br
Qualyfoco 41
Tel. (49) 3444-1422
E-mail: [email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo 35
Tel. (11) 2164-1313
E-mail: [email protected]
www.razzo.com.br
Sincobesp 15
Tel. (11) 3237-2860
E-mail: [email protected]
www.sincobesp.com.br
Julian Máquinas 11
Tel. (14) 3621-6937
E-mail: [email protected]
Thor Máquinas 9
Tel. (55) 3211-1515
E-mail: [email protected]
www.thor.com.br
LDS Máquinas 2º Capa
Tel. (14) 2104-3200
E-mail: [email protected]
www.ldsmaquinas.com.br
União Caldeiraria 39
Tel. (11) 4595-5077
E-mail: [email protected]
www.uniao.srv.br
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