maia saudável`09
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Unidade Didactica de Tchoukball Professor João Pinto “O objectivo das actividades físicas não é fazer campeões, mas sim ajudar a construir uma sociedade harmoniosa” Dr. Hermann Brandt (1897-1972) ÍNDICE 1. História e apresentação da modalidade ....................................................................... 4 1.2. Algumas datas importantes ........................................................................................... 8 2. Regras de jogo e arbitragem ......................................................................................... 9 3. Habilidades Motoras.......................................................................................................... 20 MÓDULO 2 – ANÁLISE DO ENVOLVIMENTO ........................................................................... 22 1. Recursos Materiais: .......................................................................................................... 22 2. Recursos Espaciais ........................................................................................................... 22 MÓDULO 3 – ANÁLISE DOS ALUNOS....................................................................................... 23 MÓDULO 4 – EXTENSÃO E SEQUÊNCIA DOS CONTEÚDOS .................................................. 25 1. Conteúdos a abordar nos diferentes domínios: ............................................................. 25 1.1 Domínio Motor........................................................................................................ 25 1.2 Domínio Cognitivo .................................................................................................. 26 1.3 Domínio Sócio-Afectivo .......................................................................................... 26 2. Sequencialização dos conteúdos .................................................................................... 27 MÓDULO 5 – PROGRESSÕES DE ENSINO............................................................................... 28 NETOGRAFIA ............................................................................................................................. 32 3 MÓDULO 1 – ESTRUTURA DO CONHECIMENTO 1. História e apresentação da modalidade O tchoukball (lê-se chuquebal) nasceu dos pensamentos do Dr. Hermann Brandt durante os anos 60. No decorrer de seu trabalho, este médico de Genebra se deparou com um grande número de atletas que se lesionavam durante a prática desportiva. Ele percebeu, entre outras coisas, que esses traumas se deviam aos movimentos que não eram adaptados à fisiologia humana ou as várias formas de agressividade encontradas em certos desportos. Esta realidade diária aumentou suas preocupações a respeito do valor educativo dos desportos modernos. Portanto, temendo os abusos destes desportos, o Dr. Brandt decidiu criar, por meio do tchoukball, um desporto que permitisse que o indivíduo adquirisse e mantivesse um duradouro equilíbrio físico, mental e social. Destacando-se por uma abordagem puramente educativa, o tchoukball procura tornar possível o sonho do Dr. Brandt, ou seja, que o desporto deva “contribuir para a construção de uma sociedade humana digna”. Tchoukball, é um desporto que permite ao indivíduo melhorar o nível físico assim como os níveis psicológicos e sociais. As regras do tchoukball contam com resultados de estudos da fisiologia, da psicologia e da sociologia para obter um jogo definitivamente construtivo. Portanto, como todo o acto de perturbação ou obstrução de jogo é proibido, o jogador de tchoukball – no ataque ou defesa – pode desenvolver quase todos os movimentos possíveis sem temer ser impedido intencionalmente ou involuntariamente pelo adversário. Além disso, apenas o sucesso de combinações tácticas e movimentos técnicos permite vencer o jogo. Os comportamentos antidesportivos são proibidos. 4 Contudo, o tchoukball possui características que o faz ideal para todos os níveis de disciplina (desporto competitivo, desporto para todos e desporto educacional). Em relação às habilidades físicas, o tchoukball permite: 1. Desenvolver a destreza individual dos jogadores, dando a estes a oportunidade de praticar movimentos de passe e recepção em condições favoráveis, já que as regras excluem todas as intervenções directas do adversário. Portanto, todos podem desenvolver esses movimentos básicos e apresentá-los sem obstáculos e de acordo com suas capacidades. 2. Melhorar a percepção espacial e sentido de orientação enquanto o jogador que busca marcar o ponto, na verdade olha para uma parte do campo que está atrás dele e podendo marcar num ou outro quadro. 3. Trabalhar o corpo, assim como outros desportos, e melhorar as funções cardiovasculares e neuromusculares. Se bem praticado, o tchoukball é um desporto realmente intenso e dinâmico. Psicologicamente e socialmente, o tchoukball permite: 1. Desenvolver o espírito de tomadas de decisão de todo o atleta e reforçar as responsabilidades individuais. Quando um jogador agarra a bola, somente ele pode decidir o que fazer, seja um passe ou um remate, e assim precisa aceitar seus eventuais erros. Após um remate falhado, ele dará um ponto a outra equipa, e após um erro de passe a bola irá para a equipa adversária. Assim, todo jogador precisa dar seu melhor em todas as situações. 2. Apresentar um comportamento táctico dentro de um contexto de relações sociais que favoreça o respeito pelo adversário. Além disso, o jogador não pode marcar um ponto numa acção individual (obrigação do passe!) Entretanto, algumas vezes as regras do tchoukball podem ser adaptadas e simplificadas para o ensino do jogo aos principiantes. Nota-se, contudo, que toda alteração deve conservar o espírito e valor pedagógico do tchoukball. É imperativo, que se mantenha, em primeiro lugar, a proibição de perturbar o jogo da equipa adversária e, em segundo lugar, as regras de pontuação. 5 Hermann Brandt e os primeiros passos do tchoukball. Dr. Hermann Brandt nasceu em 6 de outubro de 1897, em La Chaux-de-Fonds (Neuchâtel, Suíça). A partir de 1924, interessou-se pela ginástica medicinal, em reeducação física, no controlo médico e no papel do desporto na sociedade. Em: – 1928 promove o desporto universitário na Suíça; – 1929 fez parte do desenvolvimento do basquetebol e foi o principal responsável pela introdução do basquetebol feminino na Suíça; – 1932 criou o primeiro centro para Medicina Desportiva na Suíça. Este centro, administrado por ele até os 65 anos, foi anexado à Universidade de Clínica Médica de Genebra. Também nesta época se envolveu com o voleibol e introduziu-o na Suíça; – 1951 cria o Geneva Volleyball Club e, em 1958, o Sport Handicap. O ano de 1958 é também o ano de criação da Federação Suíça de Voleibol; – Em 1954 a imprensa da época elege-o “pai do voleibol suíço”; – 1960, o Dr. Brandt recebe a medalha de ouro dos Desportos Franceses e da Juventude e é nomeado com mérito o “representante dos desportos”. Desde 1966, a ideia do tchoukball floresce em sua mente. Em 1967, é publicado um primeiro livro, intitulado “Da educação física ao desporto, pela biologia”, no qual descreve as bases científicas do tchoukball. Em 1968, organiza demonstrações e conferências sobre tchoukball e em 1969, com a ajuda de Michael Favre, escreve o primeiro livro sobre tchoukball: “Estudo crítico científico sobre desportos colectivos”, que foi publicado em 1971. Em 1970, Dr. Brandt apresenta a sua pesquisa sobre treino, educação física e a concepção de um novo desporto, o tchoukball, no IFPE (Federação Internacional de Educação Física) e recebe o prémio Thullin, destinado ao melhor trabalho original sobre as teorias da educação física, num ponto de vista físico, educacional e social. 6 Em 1971, a Federação Internacional de Tchoukball, assim como as duas primeiras federações nacionais (Suíça e França), são criadas. A partir de 1972, John Andrews (que foi presidente da IFPE e depois se tornou presidente da Federação Internacional de Tchoukball) começa a difundir o desporto pelo mundo. No mesmo ano, a Federação Inglesa de Tchoukball é criada. Depois de um longo período doente, Dr. Brandt falece em Genebra no dia 15 de Novembro de 1972. Desde então, Michael Favre (Suíça) e John Andrews (Grã Bretanha) assumiram a liderança e fizeram a Suíça e o resto do mundo (Taiwan, Brasil, Argentina, Paquistão e Índia, por exemplo) descobrirem o tchoukball. Em 1977, Ray-Ming Fuang, um professor de educação física de Taiwan, se apaixonou pelo tchoukball e iniciou o desenvolvimento do desporto em Taiwan e, posteriormente, na Ásia. É difícil citar todas as pessoas que permitem actualmente que o tchoukball continue a crescer pelo mundo, sendo certo que a transmissão das ideias idealizadas pelo tchoukball suíço e de qualquer outro lugar está e sempre estará vinculada ao entusiasmo e conhecimento das pessoas que são convencidas pela filosofia do tchoukball. Tchoukball de praia O tchoukball de praia foi jogado pela primeira vez na década de 90 no Brasil e, a partir daí, se espalhou pelo resto do mundo. No início foi considerado um “desporto recreativo” comparado com outros desportos de praia. Entretanto, quando jogado em competição, o tchoukball de praia é muito exigente a partir da perspectiva da condição física e os jogadores devem ser polivalentes. Tanto os jogadores como os espectadores gostam bastante do tchoukball de praia; de facto, ele permite um alto nível de proximidade entre o público e as equipas, os jogadores podem mergulhar espectacularmente na areia para agarrar a bola, a velocidade dos jogos é impressionante e a atmosfera que predomina em todas as competições de praia é excitante. 7 1.1. Algumas datas importantes 1971 A Federação Internacional de Tchoukball (FITB) é fundada pela Suíça e pela França com o seu criador como presidente, Dr Hermann Brandt. 1972 A Grã-bretanha junta-se à FITB. O Dr Brandt falece e é substituído pelo Dr Théodore Werey, em 1973, na Assembleia Geral da FITB. 1975 É criado pela FITB um plano internacional de desenvolvimento da modalidade por todo o mundo. 1976 Realiza-se a 1ª grande competição internacional entre França, Inglaterra e Suíça. 1977 John Andrews, secretário da FITB, introduz o tchoukball na Ilha Formosa (Taiwan), onde se torna imediatamente popular. 1984 Realiza-se, na na Ilha Formosa (Taiwan), o 1º Torneio Internacional de Tchoukball. Participam neste a França, Inglaterra, Japão, Republica da China, Coreia do Sul e Suíça. 1989 Tchoukball é modalidade de exibição nos World Games em Karlsruhe, Alemanha. 1990 Realiza-se o Campeonato do Mundo de Tchoukball. 1998 A modalidade é introduzida no Brasil por Océlio António Ferreira. 2009 Em Julho realiza-se o próximo World Games, na cidade de Kaohsiung, Ilha Formosa. 8 2. Regras de jogo e arbitragem (Adaptado do Código de Arbitragem de Federação Internacional de Tchoukball - FITB) 1- O terreno de jogo 1.1 A área recomendada de jogo é um rectângulo de 40m x 20m; que consiste num campo de jogo e duas zonas interditas/áreas proibidas. 1.2 Os lados maiores são conhecidos como linhas laterais e os lados menores como linhas de fundo. O campo de jogo é dividido em duas zonas pela linha central no meio das laterais. 1.3 A zona "proibida" é um semicírculo, com 3m de raio medido a partir do centro da cada linha de fundo. 1.4 A base frontal do quadro é posicionada no meio do diâmetro desta zona. 1.5.1 As linhas devem ser visíveis e ter largura de 5 cm. 1.5.2 Todas as linhas são parte da área, elas delimitam: as laterais e as linhas de fundo ao longo do campo de jogo. As linhas da zona proibida (semicírculo e diâmetro) fazem parte desta área. 1.6 Em ginásios, o tecto ou outras estruturas devem estar situados a uma altura de 7m e são considerados como fora do terreno de jogo. 1.7 Uma área vazia de 2 metros de largura ao redor do campo de jogo é recomendada. 9 2- Quadro 2.1 O tamanho do quadro e da rede, a inclinação entre o quadro e o chão deve seguir os padrões da FITB. 2.2 A rede deve ser suficientemente tensa. 2.3 O quadro deve ser fixo durante o jogo para não colocar os jogadores em perigo. 2.4 O quadro deve ser oficialmente aprovado pela FITB. 3- A bola 3.1 A bola deve ser esférica, de couro e com câmara. 3.2 Em jogos masculinos, a bola deve ter uma circunferência de 58 a 60 cm e o peso de 425 a 475 gramas. 3.3 Em jogos feminino e juniores, a bola deve ter a circunferência de 54 a 56 cm e o peso de 325 a 400 gramas. 3.4 Em jogos mistos a bola segue os padrões da usada nos jogos feminino e juniores. 4- Os jogadores 4.1 Uma equipa pode ser composta por até 15 jogadores, mas em qualquer jogo, apenas 12 podem estar inscritos no jogo. 4.2 Dos 12 jogadores, apenas 9 podem jogar simultaneamente a qualquer momento, restando 3 substitutos. 4.3.1 A substituição é realizada em frente à mesa do marcador ou em frente aos bancos de suplentes, dentro de 5m de cada lado da linha central, sem parar o jogo. 4.3.2 Um jogador lesionado pode ser substituído assim que ele estiver fora do campo de jogo. 4.3.3 Substituição pode ser feita apenas se um ponto foi marcado. 4.4 Jogadores devem estar uniformizados e ter números de 5 a 20 bem visíveis. 4.5 Jogadores devem usar ténis desportivos sem pitões. Na relva ou outras superfícies, ténis desportivos com sola de borracha são permitidos. 4.6 É proibido usar quaisquer jóias (seja anel, broche, relógio, brincos etc.). 10 5- Os árbitros 5.1 O corpo arbitral para jogos internacionais deve ser composto por 3 pessoas, onde um deve ser responsável pelo resultado e tempo. 5.2 Os árbitros controlam o jogo conforme as regras. 5.3 O marcador regista o resultado e as faltas de jogo; verifica se as substituições e a pontuação são marcadas correctamente. 5.4 O fardamento dos árbitros deve ser bem diferente do fardamento dos jogadores. Eles devem ter um apito à disposição, cartão amarelo (advertência) e cartão vermelho (expulsão). 6- A duração dos jogos 6.1 A duração dos jogos masculinos é de três períodos de 15 minutos com, no máximo, intervalo de 5 minutos entre os períodos. 6.2 A duração dos jogos femininos é de três períodos de 12 minutos com, no máximo, intervalo de 5 minutos entre os períodos. 6.3 A duração dos jogos júniores (jogadores com menos de 16 anos) é de três períodos de 10 minutos com, no máximo, intervalo de 5 minutos entre os períodos. 6.4 O árbitro deve decidir quando o cronómetro deve ser parado e reiniciado (no caso de lesão). 6.5 Ao apito final, o jogo é encerrado: consequentemente, qualquer acção em andamento deve ser considerada nula. 7- As faltas 7.1 Um jogador comete falta se: 7.1.1 a bola tocar num dos membros inferiores; 7.1.2 ele der mais de 3 passos com a bola (recebendo a bola com um ou os dois pés no chão somente um passo é contado); 7.1.3 ele segurar a bola por mais de 3 segundos; 7.1.4 ele fizer um quarto passe consecutivo (um desvio de bola é considerado como um passe); 7.1.5 ele tocar qualquer área fora do campo de jogo segurando a bola; 7.1.6 ele deixar a bola cair durante um passe; 11 7.1.7 ele obstruir o movimento de um adversário que está a receber ou passar a bola, rematar, posicionando-se, etc. 7.1.8 ele rematar no mesmo quadro pela quarta vez consecutiva (é assinalada uma falta ou ponto marcado é anulado); 7.1.9 ele tocar na bola ressaltada na rede após um companheiro arremessar e a bola cai dentro do campo de jogo; 7.1.10 ele entrar em contacto com a zona proibida antes de soltar a bola; 7.1.11 ele passar pela zona proibida para assumir uma posição de defesa; 7.1.12 ele rematar, após um ponto marcado, antes que a bola cruze a linha central; 7.1.13 ele entrar em campo, numa substituição, antes que seu companheiro saia. 7.2 Uma falta é penalizada por uma troca de pose de bola em favor da adversária. O árbitro deve garantir que a cobrança seja realizada no local onde a falta ocorreu. Pelo menos um passe deve ser feito antes que se arremesse no quadro. O árbitro deve garantir que a bola seja rolada (e não arremessada) para o local da cobrança. 8- A concessão de pontos 8.1 Um jogador marca um ponto se a bola ressaltada do quadro: 8.1.1 toca o campo de jogo antes que um defensor a agarre; 8.1.2 toca num defensor que não consegue controlá-la, deixando-a cair no chão ou colocando-a fora de jogo; 8.1.3 toca um defensor nos membros inferiores (regra #7.1.1). 8.2 Um jogador concede um ponto se: 8.2.1 ele remata e erra o quadro; 8.2.2 a bola ressaltada da rede, após remate, cai fora de campo ou dentro da zona proibida; 8.2.3 ele remata e no ressalto do quadro toca nele; 8.2.4 ele, em contacto com a zona proibida ou estando fora do campo de jogo, toca a bola após o remate de um companheiro; 8.2.5 ele desvia uma bola ressaltada dentro da zona proibida ou para fora de campo após o arremesso de um companheiro; 8.2.6 ele deliberadamente toca a bola, tentando evitar que ela caia fora do campo ou dentro da zona proibida. Ele cometeu uma falta intencional; 12 8.2.7 enquanto tenta agarrar a bola, ele pisa dentro da zona proibida ou fora do campo de jogo. 8.3 A equipa que no final do tempo regulamentar contabilizar o maior numero de pontos será a vencedora da partida. 9- Inicio e reinicio de jogo 9.1 No início do jogo, a equipa que ganha o sorteio é quem começa com a bola. No início do segundo período, é a outra equipa que começa. No início do terceiro período, a bola começa com a equipa que está a perder (no caso de empate, a bola sai da equipa que começou). 9.2 A equipa que concede um ponto reinicia o jogo. 9.3.1 O local do reinício é atrás da linha de fundo ao lado do quadro onde o ponto foi marcado. Se não há espaço suficiente na opinião do árbitro, o reinício pode ser feito dentro da zona proibida. 9.3.2 Se a regra #9.3.1 não for respeitada ou a bola sair do campo de jogo, a equipa adversária deve reiniciar. 9.4.1 Após o reinício, o primeiro arremesso pode ser feito em qualquer quadro desde que a bola tenha cruzado a linha central. 9.4.2 A bola que cruzou a linha central é considerada se o jogador tem os dois pés claramente do outro lado da linha central. 9.4.3 Um ou mais passes é permitido antes de a bola cruzar a linha central. 9.5 O reinício não conta como um passe. 10- Ressalto faltoso 10.1 Um ressalto faltoso ocorre quando: 10.1.1 a bola toca o metal no limite do quadro; 10.1.2 a bola ressaltada não respeita o ângulo após acertar os elásticos do quadros ou ganchos. 10.2 Se a equipa defensora conseguir agarrar a bola de um ressalto faltoso, o jogo continua. Se, por outro lado, ela falhar no controle da bola, o jogo pára e a equipa defensora cobra a falta de onde a bola caiu. 13 10.3 As regras #8.2.2 a #8.2.6 se mantêm mesmo após um ressalto faltoso. 11- Comportamento para com adversários, árbitros e público 11.1 Cada jogador, árbitro, técnico ou gerente devem respeitar os Princípios do tchoukball. 11.2 Um jogador que viola o espírito do jogo através de um comportamento desrespeitoso para com um adversário, um árbitro, um espectador ou um companheiro de equipa receberá uma advertência do árbitro (cartão amarelo); quem também, se ele julgar necessário, poderá expulsar esse jogador. 11.3 Um jogador expulso pode ser substituído. 11.4 Advertências e expulsões serão anotadas na ficha de jogo. 14 Sinais de arbitragem A presente colocação é um complemento indispensável ao Código de Árbitro da Federação Internacional de Tchoukball, definindo os gestos que permite ao árbitro de comunicar com os intervenientes no jogo, principalmente, a nível internacional. 1. Fim de um período de jogo (regra #6) Os dois antebraços são cruzados diante do peito na altura dos ombros. As mãos estão abertas e os dedos alinhados com os antebraços. 2. Parar o cronómetro (regra #6.4) Ambas as mãos abertas e dedos alinhados com os antebraços. Os antebraços posicionados num ângulo que a ponta dos dedos da mão esquerda toque a palma da mão direita. Ambas as mãos acima da cabeça. 3. Tocando a bola com a perna (regra #7.1.1) A perna esquerda é dobrada, na altura da coxa, a palma da mão direita toca o joelho esquerdo. 4. Mais de três passos segurando a bola (regra #7.1.2) Ambas as mãos abertas, dedos alinhados com os antebraços. Antebraços circulam entre si enquanto são mantidos na altura e paralelos ao peito. 15 5. Jogador segura a bola por mais de 3 segundos (regra #7.1.3) ou mais de 3 passes consecutivos (regra #7.1.4) Braço direito esticado acima, os dedos polegar, indicador e médio esticados. 6. Jogador segura a bola fora do campo de jogo (regra #7.1.5) Ambas as mãos abertas com os dedos alinhados aos antebraços posicionados verticalmente na altura dos ombros. Palmas voltadas para o rosto. Mãos movendo-se para frente e para trás várias vezes. 7. Obstrução (regra #7.1.7) Mãos na cintura. 8. Quatro remates consecutivos no mesmo quadro (regra #7.1.8) Braço direito esticado acima, 4 dedos esticados, 1 flexionado. 9. Invadindo a zona proibida (pisando na linha) (regra #7.1.10) Braço esquerdo esticado apontando o local da falta enquanto a palma direita cobre a mão esquerda. 16 10. Invadindo a zona proibida antes de soltar a bola (após o salto) (regra #7.1.10) Braço esquerdo esticado a frente, mão direita aberta, palma voltada para baixo, rola para frente e para trás pelo braço esquerdo. 11. Arremesso no quadro onde foi marcado o último ponto antes de a bola cruzar o centro do campo (regra #7.1.12) Ambos os braços esticados a frente e mãos abertas voltadas para baixo. Braços movem-se para esquerda e direita em movimentos opostos. 12. Designando o local da uma falta e de onde recomeçar o jogo (regra #7.2) Braço direito esticado com a palma voltada para cima, apontando o local. 13. Ponto marcado pela equipa atacante (regra #8.1) Braço direito esticado acima com o punho fechado. 14. Ponto perdido para a equipa de defesa (regra #8.2) Braço direito esticado horizontalmente ao lado do corpo com o punho fechado. 17 15. Ressalto faltoso (regra #10) Ambos os antebraços acima com os cotovelos na altura dos ombros, as pontas dos dedos encontram-se horizontalmente formando a figura de um quadro. 16. Falta grave implicando em aviso ou expulsão (regra #11) Punho direito bate na palma esquerda uma vez, na altura da cintura. 17. Advertência (regra #11.2) O cartão amarelo é apresentado ao jogador advertido com a mão direita. 18. Expulsão (regra #11.2) O cartão vermelho é mostrado com a mão esquerda em direcção ao jogador expulso enquanto a mão direita aponta para a mesa oficial. O papel dos dois braços pode ser alterado de acordo com as circunstâncias. 19. Convocando os capitães Ambos os punhos fechados em frente ao peito na altura dos ombros, com os polegares esticados acima. 18 20. Jogador cruzou a linha de fundo no recomeço (regras #9.3.1 e #9.3.2) Braços esticados para baixo, paralelos ao corpo, movendo-se opostamente da esquerda para direita ilustrando a linha de fundo. 21. Voltar o ponto para a equipa que tinha a bola Antebraços esticados a frente, mãos abertas com as palmas para cima, antebraços movendo-se opostamente para cima e para baixo várias vezes. 19 3. Habilidades Motoras Recepção A recepção deve ser feita com as duas mãos, colocados em forma de concha e com braços flectidos. Quando a recepção é feita no ar, ela pode ser executada a dois pés, apoiando simultaneamente os dois pés no solo e podendo dar três passos a partir daí, ou a um pé, começando a contagem dos três passos logo após esse apoio. Passe O passe deve ser realizado com uma ou duas mãos, conforme a situação de jogo. No entanto, o passe com uma mão permite maior rapidez e mobilidade. Pode de ombro, de pulso ou a duas mãos. O passe deve ser efectuado para um ponto que facilite a recepção do colega de equipa. Ressalto defensivo Esta acção defensiva colectiva é um misto entre a recepção do andebol, a uma ou duas mãos, e a manchete do voleibol, pois esta é realizada da forma mais apropriada possível com o único objectivo de impedir que a bola toque na área de jogo, agarrando-a, tocando-a e/ou levantando-a para um colega. Assim, mediante a trajectória que a bola adopta, após ricochete do alvo, o aluno deve escolher a posição adequada, seja ela em pé, apoio do de joelhos, em mergulho, etc. 20 Remate em apoio É pouco utilizado. Requer muita precisão, velocidade e força. Para a sua realização, a bola deve sair de trás da cabeça, bem segura pela mão (armando o braço), sendo impulsionada para a frente. Remate em suspensão/na passada É precedido por corrida com execução de, no máximo; três passos com a bola na mão, sendo o último passo realizado em salto, rematando para o alvo, com força e velocidade. 21 MÓDULO 2 – ANÁLISE DO ENVOLVIMENTO 1. Recursos Materiais: 2 Alvos Bolas de andebol Coletes 2. Recursos Espaciais Pavilhão Desportivo; Campo exterior (sintético, pavimentado, relvado, areia, etc); Praia. 22 MÓDULO 3 – ANÁLISE DOS ALUNOS Critérios de avaliação Ocupação racional do espaço Nível 1 A maioria dos jogadores persegue indiscriminadamente a bola, aglutinando-se em torno dela. Nível 2 Ocupa racionalmente o espaço de jogo, embora com uma atitude estática. Cria linhas de passe, ocupando os espaços vazios. Nível 3 Ocupa racionalmente o espaço de jogo. Cria linhas de passe, ocupando os espaços vazios, tendo sempre em atenção a direcção do alvo. Nível 4 Procura ocupar os espaços vazios. Participa nas acções tácticas colectivas no sentido de criar situações de finalização. Participa colectivamente no equilíbrio ofensivo e defensivo, de acordo com a sua função específica. Estruturação do espaço ofensivo Nível 1 Não se enquadra com o alvo, e não remata, porque não cria condições para tal. Dificuldades na relação com a bola (controlo). Abuso na verbalização. Sucessão de acções isoladas e explosivas sobre a bola. Nível 2 Preocupa-se em enquadrar com o alvo, embora com pouca frequência, surgindo, ocasionalmente, situações de finalização. Existência de blocos constituídos por jogadores estáticos que trocam a bola entre si. A circulação da bola não é voluntária. Qualquer encadeamento de acções necessita de uma paragem (jogador, bola). Nível 3 Enquadra-se com o alvo, logo após a recepção da bola. Remata sempre que tem o alvo ao seu alcance. Valoriza o jogo em profundidade. A comunicação gestual começa a sobrepor-se à comunicação verbal. Procura regularmente a criação de situações óptimas de finalização. Nível 4 Agressividade ofensiva. Alternância do jogo em largura com o jogo em profundidade. Após recuperarem a posse de bola, lançam imediatamente o ataque. As acções são organizadas em função dos alvos. Predomínio da comunicação motora. 23 Estruturação do espaço defensivo Não se coloca na trajectória previsível do ressalto da bola após remate. Nível 1 Não se posiciona no terreno de jogo. Abuso na verbalização. Coloca-se na trajectória previsível do ressalto da bola após remate, embora com Nível 2 pouca eficácia. Procura conquistar a posse de bola. Coloca-se na trajectória possível do ressalto da bola após remate, com alguma Nível 3 eficácia. Consegue conquistar a posse de bola com regularidade. Defende próximo dos colegas facilitando a execução de coberturas defensivas. Antecipa a previsível trajectória do ressalto da bola após remate. Nível 4 Conquista a posse de bola com elevado sucesso. Participa colectivamente no equilíbrio defensivo. 24 MÓDULO 4 – EXTENSÃO E SEQUÊNCIA DOS CONTEÚDOS 1. Conteúdos a abordar nos diferentes domínios: 1.1 Domínio Motor Elementos técnicos Passe Recepção Remate Ressalto defensivo Elementos técnico-tácticos 25 Criação de linhas de passe Ajuda defensiva Ajuda ofensiva Finta de remate e passe Bloco defensivo Elementos tácticos Jogo 1.2 Domínio Cognitivo Objectivo de jogo Função e modo de execução das principais acções técnico-tácticas Terreno de jogo Regras de jogo 1.3 Domínio Sócio-Afectivo Espírito de equipa e fair-play Autonomia Motivação Participação e cooperação Capacidade de esforço Desafio Respeito Competitividade Iniciativa/entusiasmo 26 2. Sequencialização dos conteúdos Aulas Conteúdos 1 2 3 4 5 6 Técnica Passe/Recepçãp AD T/E E E C AF Remate em apoio AD T/E E E C AF Remate em suspensão AD T/E E E C AF Ressalto defensivo AD T/E E E C AF Intenções tácticas ofensivas Finta de remate e passe AD Criação de linhas de passe T/E E/C AF AD T/E E/C AF AD T/E T/E E/C AF Intenções tácticas defensivas Ajuda defensiva Bloco defensivo AD T/E T/E E/C AF Condição física Resistência T/E E E E C AF Força T/E E E E C AF Flexibilidade T/E E E E C AF Velocidade T/E E E E C AF História T/E E E E C AF Regras T/E E E E C AF Cultura desportiva Conceitos psicossociais Respeito T/E E E E C AF Cooperação T/E E E E C AF Competição T/E E E E C AF Legenda AD T Avaliação diagnóstica Transmissão E Exercitação C Consolidação AF Avaliação final 27 MÓDULO 5 – PROGRESSÕES DE ENSINO Descrição e Organização Objectivo . Grupos de 2, frente a frente. . Realizar diferentes tipos de passes (a 1 ou duas mãos, de frente ou de costas, etc.) a diferentes distâncias e velocidades. . Aperfeiçoar o passe/recepção. . Grupos de 2. . Colocados junto às linhas laterais, realizar passe ao longo de todo o campo, em vagas. . Variante 1: um remata de forma a colocar a bola ao alcance do colega de grupo. . Variante 2: num sentido executam o passe longo e no retorno passe curto e rápido. . Aperfeiçoar o passe/recepção, remate e ressalto. . Conhecer as trajectórias de ressalto da bola. . Aperfeiçoar a colocação do ressalto da bola. . Incentivar a procura da ocupação do terreno antes de rematar. . Grupos de 2, frente a frente. . Realizar passes em suspensão (a 1 ou duas mãos, de frente ou de costas, etc.) a diferentes distâncias e velocidades. . Variante: grupos de 4 ou mais, em 2 filas frente a frente, realizar o mesmo exercício recebendo e passando a bola na mesma impulsão (aérea), dirigindo-se para a fila da frente. . Aperfeiçoar o passe em suspensão/recepção. . 2 grupos (dividir a turma em metade) em fila, em frente ao alvo. . O aluno, após remate do antecessor, agarra a bola e remata de forma a que o seguinte agarre a bola e remate. . Aperfeiçoar o remate e ressalto defensivo. . Conhecer as trajectórias de ressalto da bola. . Grupos de 3. . Realizar passe ao longo do campo com diferentes distâncias e direcções. O aluno após passe deve deslocar-se noutra direcção que não a do passe. . Todos os grupos devem funcionar em simultâneo. . Aperfeiçoar o passe/recepção e a ocupação racional do campo. . Grupos de 5, 2 atacam e 3 defendem . Os 2 atacantes trocam a bola entre si em passe. . Os defesas, “amarrados”, tentam “caçar” o jogador não portador da bola, tocando-lhe. . Contactar involuntariamente com a movimentação defensiva do jogo. . Estimular a cooperação. Esquema 28 Descrição e Organização Objectivo . Jogo dos passes. . 3 grupos (e 3 bolas) têm como objectivo a realização de passes entre elementos da mesma equipa sem que a bola caia no chão durante 2 minutos. . A bola deve passar o meio-campo a cada 3 passes. . Nenhum jogador pode obstruir a organização das outras equipas. . Pontuação: bola no chão – 1 ponto; obstrução involuntária – 2 pontos; mais de 3 passes no mesmo meio-campo – 1 ponto. . A equipa que tiver mais pontos perde. . Variante: Aumentar o número de bolas em jogo. . Aperfeiçoar o passe/recepção e a ocupação racional do campo. . Contactar involuntariamente com a movimentação ofensiva do jogo e respectivas regras. . Grupos de 3. . 1 aluno remata em diferentes zonas do campo e os outro 2 tentam concretizar o ressalto defensivo. . Aperfeiçoar o remate e ressalto defensivo. . Aperfeiçoar a colocação do ressalto da bola. . Conhecer as trajectórias de ressalto da bola. . Grupos de 5 ou 6, 3 atacam e 2 ou 3 defendem. . Os atacantes trocam a bola entre eles; ao sinal (do Professor) o aluno portador da bola remata. . Os defesas tentam agarrar o ressalto defensivo, deslocando-se para a possível trajectória de ressalto da bola após remate. Estes devem acompanhar, inversamente, a trajectória dos passes antes do remate. . Variante: após o sinal os atacantes têm até 3 passes para finalizar. . Aperfeiçoar o passe/recepção, remate e a ocupação racional do campo. . Contactar involuntariamente com a movimentação ofensiva e defensiva do jogo e respectivas regras. . Estimular a cooperação e inter-ajuda defensiva. . O aluno 1 aproxima-se do aluno 2 e passa-lhe a bola; o aluno 2 simula o remate em suspensão e passa novamente ao 1 que, entretanto, se desloca para junto do aluno 3 e lhe passa a bola para o último rematar (tudo dentro do limite dos 3 passos). . Variante: numa fase mais avançada colocar 2 ou 3 alunos para realizar o ressalto defensivo. . Aperfeiçoar todas as técnicas ofensivas. . Contactar involuntariamente com a movimentação ofensiva (e defensiva) do jogo e respectivas regras. . Estimular a cooperação e inter-ajuda ofensiva. Esquema R 1 2 3 29 Descrição e Organização Objectivo Esquema R . 5 grupos distribuídos por 5 posições (meio campo, ataque). . Circular a bola pelas 5 posições executando as respectivas acções técnico-tácticas (passe, remate, ressalto defensivo). . O aluno desloca-se para o grupo que passou a bola (em 8). . Variante: acrescentar, gradualmente, várias bolas; implica uma melhoria do desempenho dos alunos ao nível da qualidade técnica e da velocidade de execução. . Exercitar todas as acções técnico-tácticas do jogo em exercício analítico. . Grupos de 4, dispersos pelo campo. . Finalizar, após 4 passes, iniciando o exercício junto de um dos quadros/alvos. . A bola tem que passar sempre o meio campo. . Os alunos do meio campo ( ) decidem o sentido de ataque a tomar. . Variante 1: para alunos com menor eficácia de passe/recepção, este exercício deve ser realizado em campo reduzido, aumentando-o de acordo com a evolução da turma. . Variante 2: os alunos do meio campo cumprem as ordens, indicando o lado da finalização, do professor ou aluno que se encontre de fora. . Exercitar diferentes movimentações ofensivas do jogo e respectivas regras. . Estimular a tomada de decisão rápida e acertada. . Estimular a cooperação e inter-ajuda ofensiva. . Exercitar situação de reinício de jogo (após sofrer ponto) . Grupos de 7, 4 atacantes e 3 defesas (do meio campo) . Colocar os alvos com maior ângulo (para que o ressalto seja mais longo e mais alto). . O professor inicia o exercício e, dentro do limite dos 4 passes, os atacantes só finalizam com ordem do professor. Caso não recebam ordem devem devolver a bola ao 1º. . Os defesas devem-se colocar no meio campo possível de finalização, para concretizarem o ressalto defensivo. . O professor deve imprimir uma dinâmica de jogo com variações de meio campo e de lado de finalização. . Exercitar diferentes movimentações ofensivas e defensivas (dos defesas do meio campo) do jogo. . Estimular a tomada de decisão rápida e acertada. . Estimular a cooperação e inter-ajuda defensiva. R P 30 Descrição e Organização . 4x4 em meio campo – exercício de competição. . 2 alunos de cada equipa colocam-se junto à área proibida para concretizarem o ressalto. . Após remate do professor a equipa que “ganhar a bola” organiza o ataque e marcar ponto, dentro do limite dos 3 passes, em que o primeiro tem que colocar a bola no meio campo. . A equipa que não “ganha” a bola deve organizar-se para concretizar o ressalto defensivo. . A equipa que “ganha a bola” se marcar ponto, ganha 1 ponto; se não marcar ponto cede 1 ponto ao adversário. Repetir várias vezes. . Variante: permitir à equipa que defende, se concretizar com sucesso o ressalto defensivo, atacar. A equipa que “ganha a bola” se marcar ponto, ganha 1 ponto; a equipa que não “ganhou” a bola se concretizar com sucesso o ressalto defensivo, ganha 1 ponto, e se no ataque conseguir marcar ponto, ganha mais 1 ponto. Repetir várias vezes. Objectivo Esquema P . Ensaiar formas jogadas. R R Legenda: Avançado Defesa Portador da bola Deslocamento Passe Remate Simulação de remate Quadro/alvo R Ressalto defensivo P Professor ou aluno que o substitua 31 NETOGRAFIA www.tchoukball.org www.playtchoukball.com http://www.educacaofisica.com.br www.tchoukball.net/ www.tekokatu.com.br http://www.tchoukball.ca/ http://en.wikipedia.org/wiki/Tchoukball http://uaetchoukball.blogspot.com/ 32