Clipping Dezembro

Transcrição

Clipping Dezembro
Clipping dezembro de 2013
23.12.2013 – O Estado de S.Paulo – Usina de inovações ....................................................... 4
Menção ao conselheiro Cledorvino Belini ............................................................................................................... 4
23.12.2013 – O Estado de S.Paulo – Direto da Fonte :: Sonia Racy ...................................... 6
Entrevista com o conselheiro Abílio Dniz ................................................................................................................ 6
23.12.2013 – Carta Capital - Vovó subiu no telhado ................................................................ 9
Artigo do conselheiro Delfin Netto ........................................................................................................................... 9
20.12.2013 – Rede Brasil Atual – Em reunião com Mantega e Dias, centrais pedem
política de proteção ao emprego ............................................................................................ 10
Menção aos conselheiros Clemente Ganz Lúcio e Ricardo Patah ....................................................................... 10
20.12.2013 – Brasil Econômico - CNI: economia em 2014 será pior com as eleições ....... 11
Menção ao conselheiro Robson Andrade ............................................................................................................. 11
19.12.2013 – Folha de S.Paulo - Robson Braga de Andrade: O modelo brasileiro ............ 13
Artigo do conselheiro Robson Braga de Andrade ................................................................................................. 13
19.12.2013 – Agência Brasil - Vale busca parceiros para área de fertilizantes e
Moçambique ............................................................................................................................. 14
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira ................................................................................................................. 14
19.12.2013 – Agência Brasil - Burocracia e custos trabalhistas representam principais
entraves para crescimento da economia ............................................................................... 15
Menção ao conselheiro Robson Andrade ............................................................................................................. 15
18.12.2013 - Folha de S. Paulo – Firmeza ............................................................................... 16
Artigo do conselheiro Delfin Netto ......................................................................................................................... 16
18.12.2013 - Agência Estado - Vale reduzirá fatia em projeto de Moçambique .................. 17
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira ................................................................................................................. 17
17.12.2013 – Brasil Econômico – economia de pernas mancas não precisa de muletas
mas de audição ........................................................................................................................ 18
Artigo do conselheiro Antoninho Trevisan ............................................................................................................. 18
16.12.2013 – O Globo – Inovação para Ensino Médio ........................................................... 20
Artigo da conselheira Viviane Senna ..................................................................................................................... 20
16.12.2013 - Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios – Sônia Hess, da
Dudalina, opina do cardápio do refeitório às estampas das camisas ................................. 21
Entrevista à conselheira Sônia Hess ..................................................................................................................... 21
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16.12.2013 – O Povo – A mulher do Magazine ....................................................................... 24
Entrevista à conselheira Luiza Trajano ................................................................................................................. 24
16.12.2013 – Isto é Dinheiro – Costurando o futuro .............................................................. 29
Menção à conselheira Sônia Hess ........................................................................................................................ 29
12.12.2013 – Correio Brasiliense - Crédito restrito ............................................................... 30
Menção ao conselheiro Robson Andrade ............................................................................................................. 30
11.12.2013 – O Estado de S.Paulo - PIB da indústria deve crescer 2% no ano que vem,
prevê Fiesp ............................................................................................................................... 31
Menção ao conselheiro Paulo Skaf ....................................................................................................................... 31
11.12.2013 – Agência Estado – Produtividade foi tema recorrente em encontro da CNI .. 32
Menção ao conselheiro Robson Andrade ............................................................................................................. 32
11.12.2013 – O Globo - Fiesp prevê expansão menor da atividade industrial em 2014 ..... 33
Menção ao conselheiro Paulo Skaf ....................................................................................................................... 33
11.12.2013 – O Globo - Líderes defendem mais investimento em educação na primeira
infância ..................................................................................................................................... 34
Menção ao conselheiro Marcelo Néri .................................................................................................................... 34
11.12.2013 – O Globo - Gerdau: atraso de 20 anos em logística ......................................... 34
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau .................................................................................................................. 34
10.12.2013 – Agência Estado – Balança vai registrar superávit de US$ 16 bilhões em
2014, prevê Fiesp ..................................................................................................................... 36
Menção ao conselheiro Paulo Skaf ....................................................................................................................... 36
10.12.2013 - Agência Estado - Jorge Gerdau nega adesão do grupo ao Refis ................... 37
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau .................................................................................................................. 37
10.12.2013 - Portal Terra – Gerdau: Brasil levará anos para atingir padrões mundiais de
logística .................................................................................................................................... 38
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau .................................................................................................................. 38
10.12.2013 – Revista Galileu - Inovação de maneira pragmática ......................................... 39
Menção ao conselheiro Silvio Meira ...................................................................................................................... 39
09.12.2013 – Agência Estado – Skaf: PIB aponta para expansão em linha com o
mundial ..................................................................................................................................... 39
Menção ao conselheiro Paulo Skaf ....................................................................................................................... 39
09.12.2013 - Brasil Econômico - Resultado dos 10 bancos mais lucrativos sobe 4% ....... 40
Menção ao conselheiro Murilo Portugal ................................................................................................................ 40
09.12.2013 - Carta Capital - Mudança de atitude....................................................................... 41
Artigo do conselheiro Delfim Netto ........................................................................................................................ 41
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08.12.2013 – Tribuna do Norte – ―Não existe pais rico sem indústria forte‖ ...................... 42
Entrevista ao conselheiro Robson Braga .............................................................................................................. 42
06.12.2013 – O Estado de S.Paulo - Ex-Anfavea será presidente da divisão de defesa da
Embraer .................................................................................................................................... 45
Menção ao conselheiro Jackson Schneider .......................................................................................................... 45
05.12.2013 – Reuters - Aguiar deixará Embraer Defesa e Segurança; Schneider
assumirá—fonte ....................................................................................................................... 46
Menção ao conselheiro Jackson Schneider .......................................................................................................... 46
05.12.2013 - Brasil Econômico - A premissa essencial da erradicação da miséria ........... 47
Menção ao conselheiro Antoninho Marmo Trevisan ............................................................................................. 47
04.12.2013 – Agência Estado - Crédito no País cresce acima do PIB, diz Febraban ......... 48
Menção ao conselheiro Murilo Portugal ................................................................................................................ 48
04.12.2013 - Agência Estado - Skaf: PIB aponta para expansão em linha com o mundial 48
Menção ao conselheiro Paulo Skaf ....................................................................................................................... 48
03.12.2013 – Brasil Econômico - A premissa essencial da erradicação da miséria :: ....... 49
Artigo do conselheiro Antoninho Marmo Trevisan ................................................................................................ 49
03.12.2013 – Revista Época – Jorge Gerdau: "O Brasil tem de mudar para não ficar
para trás" .................................................................................................................................. 50
Entrevista ao conselheiro Jorge Gerdau Johannpeter .......................................................................................... 50
03.12.2013 – Agência Estado - Setor de TI já projeta crescimento menor em 2013 ........... 53
Menção ao conselheiro Antonio Gil ....................................................................................................................... 53
03.12.1203 – O Estado de S.Paulo - Vale reduz investimentos pelo 39 ano consecutivo
e deve vender mais ativos ....................................................................................................... 54
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira ................................................................................................................. 54
03.12.2013 – O Globo - Vale investirá 9,2% menos em 2014 ............................................... 55
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira ................................................................................................................. 55
03.12.2013 – Valor Econômico – Vendas no 2º semestre estão surpreendentes, diz
Luiza Trajano ............................................................................................................................ 56
Menção à conselheira Luiza Helena Trajano ........................................................................................................ 56
02.12.2013 – Agência Brasil - Ipea propõe nova Lei de Licitações ...................................... 56
Menção ao conselheiro Márcio Lopes de Freitas .................................................................................................. 56
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23.12.2013 – O Estado de S.Paulo – Usina de inovações
Menção ao conselheiro Cledorvino Belini
Como Itaipu construiu um dos maiores celeiros de pesquisa de veículos elétricos no Brasil e se tornou
parceira estratégica da indústria automobilística
Um antigo depósito para peças da usina de Itaipu se transformou em um dos maiores celeiros de
pesquisa e desenvolvimento de veículos elétricos no Brasil. O galpão funciona como uma oficina
eletromecânica e ali já foram fabricados 84 protótipos de carro, caminhão, ônibus e veículo leve sobre
trilhos (VLT).
A iniciativa é parte da estratégia de Itaipu de se tornar protagonista no fomento de tecnologias
relacionadas à energia, visando ao desenvolvimento da indústria nacional e à obtenção de royalties
com o licenciamento de produtos inovadores.
O envolvimento da usina com os projetos de veículos elétricos começou por acaso, após um acordo de
cooperação técnica fechado com a empresa suíça de geração de energia KWO, em 2005. A KWO
queria o conhecimento de Itaipu de gestão ambiental e, em troca, ofereceu à usina o acesso a suas
tecnologias. Uma delas era o carro elétrico, desenvolvido para atender à necessidade de usar um
veículo sem emissão de CO2 para percorrer túneis subterrâneos que ligam nove usinas da empresa nos
Alpes suíços.
Na época, Itaipu pesquisava formas de aproveitar sua energia para mover a frota própria da usina.
Considerando que Itaipu tem incentivos fiscais, por ser uma instituição sem fins lucrativos, e gera a
própria energia, a empresa concluiu que valia à pena trazer a tecnologia da KWO para desenvolver os
veículos elétricos. "Na época, fizemos a conta e vimos que o carro elétrico era viável", afirma Celso
Novais, engenheiro que entrou no projeto como intérprete na reunião com os suíços - ele tinha na
época o melhor inglês do departamento - e hoje é o coordenador do Projeto Veículo Elétrico (VE) de
Itaipu.
Sua primeira missão foi encontrar uma montadora disposta a ser parceira do projeto e aplicar o kit
elétrico da KWO nos seus carros. Depois de receber diversos "nãos", Itaipu foi procurada pela Fiat em
2006. "O (Cledorvino) Belini, presidente da Fiat, me ligou para propor a parceria depois que viu um
banner da KWO anunciando o acordo com Itaipu no Salão do Automóvel de Genebra", lembra Novais.
O interesse da Fiat era buscar soluções para o carro elétrico, e esse foi o primeiro projeto do gênero da
montadora no mundo. Com a parceria, o depósito de peças ao lado da usina deu lugar ao Centro de
Pesquisa de Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos de Itaipu. As primeiras atividades da
oficina foram adaptar a tecnologia da suíça KWO para viabilizar uma versão elétrica do Palio
Weekend. "Itaipu e a KWO entendem de eletricidade e nós de carro. A transferência tecnológica
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viabilizou o projeto", disse Leonardo Cavaliere, gerente de planejamento e estratégia de veículos
elétricos da Fiat.
O carro sai da fábrica da empresa em Minas Gerais e segue para Itaipu, onde recebe o kit elétrico. Ao
todo, 200 componentes são diferentes dos usados pelo mesmo modelo a combustão - o principal deles
é a bateria de níquel e sódio, que pesa 165 kg e fica no porta-malas do carro.
O Palio Weekend Elétrico ainda é um veículo conceito e, por custar cinco vezes o preço da versão a
combustão, é inviável comercialmente. Desde 2006, saíram da oficina apenas 40 unidades do carro da
Fiat na versão elétrica - e a maior parte delas compõe a frota da usina. Do ponto de vista técnico,
porém, o projeto é vencedor.
Ampliação. O burburinho provocado pelo Palio Weekend Elétrico trouxe novos parceiros - e desafios para os engenheiros de Itaipu. Uma das empreitadas foi designada pelo próprio ex-presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Ele pediu à Itaipu para criar o primeiro ônibus híbrido
do mundo movido a etanol e eletricidade em um prazo de seis meses. A intenção de Lula era usar o
carro para transportar autoridades na 40.ª Cúpula de Presidentes do Mercosul e Estados Associados.
"Viramos muitas noites no projeto. O ônibus ficou pronto duas horas antes do evento", lembra Novais.
A intenção de Itaipu é refinar o projeto do ônibus híbrido movido a etanol e eletricidade e licenciar a
tecnologia para uma montadora que tenha interesse em produzir o veículo no País.
O ônibus trouxe novos parceiros para a usina, como a integradora de projetos Eletra, que já tinha um
acordo para o desenvolvimento de um ônibus elétrico com a Mitsubishi. Depois chegaram também
empresas para trabalhar em projetos de caminhão, VLT, avião elétrico e diferentes modelos de carros.
A Renault, por exemplo, aderiu ao projeto em outubro e cedeu 32 kits desmontados do elétrico Twizy,
ainda não homologado no País, para testes em Itaipu. "Queremos que Itaipu nos ajude a desenvolver
fornecedores nacionais de peças para o carro elétrico", disse Silvia Barcik, chefe do projeto de veículo
elétrico da Renault no Brasil.
Os fornecedores já estão se aproximando de Itaipu. A WEG, por exemplo, produziu motores para a
maioria dos protótipos criados pela usina binacional. "Itaipu é a Petrobrás da energia. O que a
Petrobrás faz para trazer conteúdo nacional para os negócios ligados ao pré-sal, Itaipu pode fazer na
área elétrica", disse o diretor técnico da WEG Automação, Umberto Gobbato. A WEG também vende
motores elétricos para navios da Petrobrás, usados para dar suporte às plataformas de petróleo. "Já
usamos o motor elétrico na indústria. Vamos fazer adaptações para o setor de transporte se tiver
demanda."
Royalties. Itaipu também quer ganhar com o projeto. "Até agora, as nossas parcerias visavam a um
refinamento técnico. Daqui pra frente vamos fechar acordos pensando em receber royalties com as
inovações", disse Margaret Groff, diretora financeira de Itaipu.
A intenção, no entanto, não é engordar o lucro da empresa com inovações que saiam da oficina de
veículos elétricos. "Vamos reinvestir os recursos que recebermos de royalties em inovação", explica
Margaret.
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Hoje a usina investe toda a receita não operacional, que vem de turismo e aluguel de imóveis
pertencentes à usina, em projetos de pesquisa e inovação. A maior parte do orçamento, de US$ 20
milhões por ano, vai para o parque tecnológico adjacente à usina. Neste ano, US$ 4 milhões foram
aplicados no projeto de veículo elétrico, sem considerar os aportes de parceiros. "Itaipu não tem fins
lucrativos. Nossa missão é mais do que vender energia."
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23.12.2013 – O Estado de S.Paulo – Direto da Fonte :: Sonia Racy
Entrevista com o conselheiro Abílio Dniz
Encontros: Abílio Diniz
"Não é pessimismo. Os empresários brasileiros estão é de mau humor"
O presidente do conselho da BRF fala sobre os desafios do governo em 2014, o real legado da Copa do
Mundo, controle da inflação e o gargalo de investimento no Pais.
Não há dúvidas de que existe certo pessimismo entre integrantes da iniciativa privada em relação à
condução da economia e também a 2014. O governo Dilma reconhece isso e tem feito, à sua maneira,
esforços para amenizar esse sentimento. Para Abilio Diniz, entretanto, a palavra não é pessimismo. "Os
empresários sabem que 2014 vai ser um ano melhor que 2013. O que eles têm é mau humor". O
presidente do conselho de administração da BRF acha que, principalmente em São Paulo, os
empresários estão de mau humor com "uma série de coisas que não deveriam ter acontecido e que,
infelizmente, aconteceram". E com uma certa ideia de que esse governo não gosta dos empresários,
não gosta da iniciativa privada, "não acha que a gente tem de ganhar dinheiro, que os acionistas têm de
ganhar dinheiro. Agora, não vou entrar no mérito se esse mau humor tem ou não razão de existir".
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à coluna na semana passada.
- O que aconteceu para que os empresários ficassem de mau humor?
Um conjunto de coisas. Tivemos alguns problemas reais na economia, mais reflexo da economia
global do que da nossa. E houve percalços na questão das concessões. Além, claro, da má comunicação
entre governo e empresários. Eu diria que, hoje, as coisas estão muito mais serenas. Não sou nem de
longe, nem quero ser, porta-voz do governo, mas, me parece que ele está consciente de que precisa se
aproximar do empresariado.
- Espalhou-se que a Dilma não gosta de gente rica.
Não sei... quer dizer, acho que tenho dinheiro e que ela gosta de mim. Será que sou a única exceção?
Acho que não. Não vejo por aí.
- Como está vendo a "armadilha do crescimento baixo"?
Não vejo. Economistas gostam de ser irônicos, gostam de frases de efeito, de gracinhas, e essa é mais
uma. O que eu acho é que, se você comparar o governo da Dilma com o do Lula, ele teve condições
externas muito, melhores do que ela. Segundo ponto: a maior parte dos brasileiros que foram tirados de
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debaixo da linha da pobreza o foi no governo Lula. Depois de determinado ponto, você não consegue
mais fazer essa evolução social com a mesma velocidade. Então, o consumo interno ainda está
sustentando o crescimento, mas não como sustentou até 2010. Hoje, você precisa de algo mais. E o que
foi colocado como segundo motor do crescimento? Os investimentos em infraestrutura. Os projetos
foram feitos, o programa foi feito, a direção foi apontada, só que esses investimentos não aconteceram.
De quem foi a culpa? Não interessa. Não vou analisar a culpa. O que temos é uma necessidade imensa
de investimentos. No momento em que a taxa de investimentos se elevar, com o consumo interno que
nós temos, o País vai voltar a crescer.
- Existe insegurança jurídica?
Não, não é insegurança jurídica. E insegurança das propostas que foram feitas nas concessões, nos
marcos regulatórios. É essa a insegurança que o investidor tem e isso precisa terminar. No momento
em que derem condições mais claras para se investir, principalmente em infraestrutura, o dinheiro vem
e vem forte. Já internamente, o que é que nós temos? Não só problema de marco regulatório, mas
também problemas ambientais, com o MP, com TCU, que atua antes de as coisas acontecerem. To-.
dos esses problemas precisam ser ultrapassados. Essas coisas são demoradas, difíceis. São muitos
entraves para os grandes projetos. Isso é uma das coisas que estão trazendo dificuldades. Tem de haver
mais confiança e melhor diálogo entre governo e setor privado.
- Você tem alguma preocupação com a inflação?
Se eu disser que não tenho preocupação com a inflação estaria sendo um tanto quanto irresponsável.
Quem viveu a inflação sempre fica preocupado. Porém, olhando o mundo real e as coisas como elas
estão, os controles que o Banco Central tem, tudo o que está acontecendo em termos de inflação, não
vejo motivo para preocupação. O BC não usou, nem de longe, medidas duras de combate à inflação.
Todas as medidas tomadas até agora foram necessárias. A inflação está sob controle.
- Inflação controlada, retomada da confiança do empresariado... Se isso acontecer, 2014 pode ser um
ano surpreendente?
Não acho que será surpreendente se crescermos mais do que vamos crescer em 2013. Eu espero isso.
Porque, de novo, o consumo das famílias vai continuar crescendo. Há alguma preocupação com
inadimplência, mas há espaço para mais endividamento. O salário continua crescendo, o emprego
continua firme. Por outro lado, a expectativa de que a retomada dos investimentos aconteça fará o País
crescer. Outro ponto importante: é ano de Copa e também eleitoral, Dois fatores que contribuem para o
aumento de consumo.
- Que legado esperar da Copa? O que acha que vamos fazer com todos esses estádios?
Isso é uma coisa que sempre preocupa. Acompanhei, como membro da câmara de gestão, a intenção
inicial do governo federal, que era deixar um real legado da Copa. Não estou falando dos estádios - que
ficarão com capacidade ociosa -, mas das obras de infraestrutura do entorno das arenas. Nem tudo o
que foi previsto está acontecendo. Mas alguma coisa fica, e acho importante. Agora, também é
importante o que acontece no País nessa época, a visibilidade. O Brasil é lançado mundialmente...
- Então, acha importante para o Brasil ter a Copa?
Sem dúvida nenhuma.
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- Você é contra as manifestações todas aí que...
Isso é besteira. Quer dizer, o saldo, em termos de economia, é evidentemente positivo para o Brasil.
Agora, também é verdade quando dizem que se devia fazer mais hospitais. O ideal seria fazer os dois.
- Como as eleições vão afetar a economia brasileira?
O processo eleitoral, por tudo que traz em si, faz com que a economia cresça um pouco mais. Há mais
gastos. Agora, acho que não afetará nem um pouco o rumo, que está dado. Não vamos ter nenhuma
mudança de direção na economia.
- Tem gente que acha que a Dilma, ganhando as eleições em 2014 por si mesma, virá com uma política
mais ideológica na área econômica. Concorda?
Não acho que a presidente tenha qualquer motivo ideológico para enfraquecer o setor privado,
dificultar o setor financeiro, beneficiando o Estado. Ela tem o maior respeito pelas empresas e pelos
empresários. Acho que isso não vai acontecer em hipótese alguma. O que tenho expectativa é que, em
um segundo mandato, logo no início, ela faça algumas coisas importantes para o País. Falo de
melhorias da gestão pública no que diz respeito às questões de gastos, custeio, melhoria da máquina.
- O que você pensa sobre financiamento de campanha?
Não quero aqui colocar nenhuma fórmula, mas parece evidente que o financiamento de campanha tem
de ser feito de forma que os eleitos não fiquem reféns dos compromissos que fizeram durante a
campanha. Isso precisa acabar.
- Sente-se em casa na BRF?
Há muito tempo. É uma companhia extraordinária. É admirável todo o trabalho
que foi feito, a integração, desde as granjas, até chegar no produto final, a entrega para o consumidor
aqui ou no exterior. O trabalho que foi feito depois da fusão entre Sadia e Perdigão também foi
excelente. Agora, a BRF chegou num momento em que tem de dar um salto. E é isso que os acionistas
esperam que eu faça.
- Mas você falou recentemente sobre uma administração torta da BRF?
É preciso que fique muito clara a minha admiração por todos aqueles que trabalharam nessa
companhia, inclusive os que me antecederam imediatamente, o Nildemar Secches e o José Antônio
Fay. Eles fizeram um trabalho admirável. O que eu quis dizer é que, na minha visão de quem esteve a
vida inteira do outro lado do balcão, quem manda num produto é o consumidor. Então, as lojas
precisam viver procurando atender o consumidor. Idem para a indústria, os produtores. O que eu sentia
é que, na BRF, quem mandava era o setor de vendas - algo que eu não acho ideal. O ideal é que a
produção seja puxada pelo consumidor. É ele que determina aquilo que nós vamos produzir. Uma
questão de ajuste e de conceito. Nós estamos investindo mais no conhecimento do consumidor, em
pesquisa de mercado, procurando entender não só o consumidor, mas o cliente, que são os nossos
revendedores. Porque nós não levamos a mercadoria direto para o consumidor final. Nós entregamos
aos nossos revendedores, aos supermercados, enfim, a todo o varejo.
- Uma última pergunta: você continua a fazer compras no Pão de Açúcar?
Por que não? São boas lojas. É claro que a gente tem de comprar, (risos)
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23.12.2013 – Carta Capital - Vovó subiu no telhado
Artigo do conselheiro Delfin Netto
A tão esperada mudança de rumo na política monetária dos EUA foi aprovada por 9 votos contra 1 no
segundo dia da reunião do Fed
Na manhã da quarta-feira 18, sem muita paciência para esperar o resultado da reunião do Federal
Reserve, o banco central americano, prevista para a tarde daquele dia, a presidenta Dilma Rousseff fez
uma declaração desafiadora quando provocada durante uma entrevista para a Rádio Jornal do
Commercio, do Recife: ―Em dado momento vai ter de fato a mudança da política monetária
expansionista dos Estados Unidos, mas nunca antes estivemos tão preparados‖.
E acrescentou, explicando logo em seguida: ―O Brasil está preparado para enfrentar as turbulências
porque tem reservas e tem sabido usá-las. A dívida líquida é de 35% em relação ao PIB, nossa inflação
está sob controle, terminamos o 11º ano consecutivo sem ultrapassar os limites da meta. A taxa de
desemprego é baixa e somos o quarto país que mais atrai investimentos estrangeiros diretos, atrás
apenas dos Estados Unidos, da China e de Hong Kong‖.
No meio da tarde, logo após as 17 horas, horário de Brasília, quando terminou a última reunião do
conselho do Fed, o presidente Ben Bernanke anunciou o primeiro movimento de redução no pacote de
afrouxamento monetário que mensalmente tem injetado 85 bilhões de dólares na economia norteamericana. O estímulo será mantido, mas reduzindo-se as compras dos títulos para 75 bilhões de
dólares ao mês.
Segundo a informação oficial, a tão esperada mudança na política monetária americana foi aprovada
por 9 votos contra 1 no segundo dia de reunião do conselho. O resultado certamente foi influenciado
pelas pesquisas a indicar uma leve recuperação da atividade econômica em outubro e novembro. Nos
dois meses, os níveis de desemprego (não divulgados oficialmente) seguiram em queda, ficando
abaixo de 7%.
Ainda assim, superiores aos níveis esperados pelo Federal Reserve, que informou pretender manter a
taxa de juros próxima de zero. Esse alvo valerá enquanto a taxa de desemprego não cair para 6,5% e a
taxa prevista para a inflação não ultrapassar o índice de 2,5% ao ano.
A expectativa é de essas mudanças serem iniciadas com cautela, até porque o banco central americano
não deu qualquer indicação de que sabe como fazê-lo, ou que ritmo pretende usar. Quem acompanhou
as decisões do Federal Reserve neste último ano lembra que elas produziram mais insegurança,
transmitidas frequentemente por uma comunicação muito ruim: passou os últimos seis meses na
tentativa de avisar que ―a vovó vai subir no telhado‖, ou ―a vovó já subiu no telhado‖, tendo provocado
uma volatilidade muito grande e confusão nos mercados de câmbio.
Precisamos pensar medidas que nos permitam enfrentar os efeitos dessas mudanças que já estão
acontecendo, mesmo sem os esclarecimentos do Federal Reserve. Existe uma ameaça sobre a nossa
política fiscal, produzida não pela situação presente, mas pela perspectiva de continuar a ter um
aumento muito grande de despesas e pela possibilidade de o superávit primário ser insuficiente para
manter a relação dívida/PIB.
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Não é o problema de hoje, mas a perspectiva colocada é que é ruim. Devemos, portanto, resolver isso
com toda a urgência. Caso consigamos, daremos tranquilidade ao mercado e a confiança de que
realmente faremos uma política fiscal compatível com a política monetária. Assim sendo, quando
sentirmos os malefícios da redução desse laxismo monetário norte-americano, eles serão menores.
A boa perspectiva que vejo nesse momento é o governo ter entendido isso claramente, tanto que tem
tomado as providências necessárias: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou, ainda nas
vésperas do anúncio do Fed, que tem instruções da presidenta Dilma Rousseff para manter o superávit
primário em torno dos 2% em 2014, sem nenhuma espécie de truque.
Há razões suficientes para acreditar nisso, porque o governo está ciente da delicadeza da situação com
a mudança da política monetária nos EUA. Teremos seguramente um efeito sobre o câmbio e algum
efeito mais leve sobre o movimento de capitais, mas nada capaz de nos prejudicar fortemente, como
insistiu a presidenta na entrevista em Pernambuco.
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20.12.2013 – Rede Brasil Atual – Em reunião com Mantega e Dias, centrais pedem
política de proteção ao emprego
Menção aos conselheiros Clemente Ganz Lúcio e Ricardo Patah
Sindicalistas apontam para a necessidade de aproveitar o bom momento de oferta de vagas para
reforçar o Fundo de Amparo ao Trabalhador
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se durante a tarde de ontem (19) em São
Paulo com representantes de cinco centrais sindicais para ―avançar na discussão sobre o sistema de
proteção ao emprego do Ministério do Trabalho e a estruturação de medidas a ser adotadas em
eventuais situações de crise‖, segundo o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lucio.
Participaram da reunião UGT, Força Sindical, CUT, CGTB e Nova Central, além do ministro do
Trabalho, Manoel Dias. Apenas Clemente e o presidente da UGT, Ricardo Patah, falaram com a
imprensa.
As centrais registraram, na reunião, que em 2013 não se avançou com o governo federal no que
consideram os temas principais de sua agenda, a redução da jornada de trabalho, terceirização e fator
previdenciário. As centrais colocaram na discussão, também, que querem debater uma nova política de
valorização do salário mínimo.
Ricardo Patah saiu antes do término da reunião e afirmou que é a favor da desoneração das empresas,
desde que haja contrapartida. "No comércio tem desoneração, mas mesmo assim as empresas mandam
embora, a rotatividade é muito alta e a informalização é absurda. Quem está sendo beneficiado pela
desoneração tem que manter o emprego."
Mas a agenda mais ampla das centrais não foi o tema principal da reunião. ―Tratamos hoje (ontem) do
sistema público de emprego‖, disse Clemente.
―Na mesa, as centrais sindicais ressaltaram a importância de que o FAT [Fundo de Amparo ao
Trabalhador] seja capitalizado num momento de bonança, como o de hoje no mercado de trabalho,
para que ele tenha base de financiamento para sustentar o seguro-desemprego em momentos de crise.‖
http://www.cdes.gov.br/
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―Hoje, as desonerações, principalmente para micro e pequena empresa, têm afetado a receita do FAT.
A desoneração gera efeitos positivos à economia, mas descapitaliza o fundo‖, de acordo com
Clemente. ―O que queremos é uma política de proteção ao emprego, e a proteção é a formação
profissional, é um bom sistema de intermediação.‖
A nova realidade do mercado é exemplificada por Ganz Lúcio com a entrada formal das trabalhadoras
domésticas. ―Se a política de proteção ao emprego doméstico, por exemplo, for muito bem sucedida,
podemos estar colocando no mercado formal duas ou três milhões de mulheres que hoje estão na
informalidade, que passarão a ter direito ao seguro desemprego.‖
Na reunião, o ministro Guido Mantega confirmou que a presidenta Dilma Rousseff autorizou o
Ministério do Trabalho a investir R$ 460 milhões na modernização e reorganização de todo o sistema
de intermediação. ―O ministro informou também que a pasta está ampliando o número de auditores
fiscais, uma reivindicação antiga do movimento sindical‖, disse Ganz Lúcio.
―Na questão da intermediação de emprego, o conjunto de investimentos para melhorar o Sistema
Nacional de Emprego (Sine) contará com ações visando criar um sistema e um ambiente para facilitar a
intermediação e o acesso do trabalhador e da empresa ao sistema‖, disse o técnico do Dieese. ―A meta
é que o sistema de intermediação de oferta pública de emprego esteja à altura das necessidades do
mercado hoje.‖
A partir de 2014, os egressos do Pronatec, jovens ou adultos, estarão integrados no sistema de
intermediação. ―Ou seja, o currículo do jovem ou adulto oriundo do Pronatec já integrará o sistema de
intermediação‖, exemplifica. A intenção do Ministério do Trabalho é readequar sua capacidade
operacional a um mercado de trabalho que hoje envolve cerca de 50 milhões de trabalhadores com
carteira de trabalho assinada.
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20.12.2013 – Brasil Econômico - CNI: economia em 2014 será pior com as eleições
Menção ao conselheiro Robson Andrade
Expectativa é que mudanças em cargos-chave do governo atrapalhem tomadas de decisões
Sonia Filgueiras
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta o calendário eleitoral como uma das limitações a
um crescimento maior da economia no ano que vem. De acordo como relatório sobre as perspectivas
econômicas para 2014, divulgado ontem, o calendário ―concede pouca liberdade para correções de
rotas mais ousadas‖. Para o próximo ano, a CNI prevê expansão de 2,1% do Produto Interno Bruto (
PIB), inferior à estimada para 2013, de 2,4%.
A avaliação é que a troca de comando em postos- chave do governo, típica das campanhas eleitorais,
dificultará a tomada de decisões de mais impacto, uma vez que freqüentemente os novos ministros e
gestores têm pouco conhecimento, espaço político ou liberdade para agir. Os riscos de deterioração
associados às mudanças na política monetária norte-americana e à desaceleração dos investimentos são
outros dois fatores citados pela Confederação como possíveis entraves a uma expansão mais vigorosa
http://www.cdes.gov.br/
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no próximo ano.
Para o presidente da CNI, Robson Andrade, uma das principais ―correções de rota‖ necessárias é o
reforço do papel do investimento como ferramenta para alavancar a competitividade brasileira. ―O
Brasil tem uma indústria diversificada, muito mais do que em outros países. Poderíamos estar
crescendo de 4% a 5%, mas o país precisa de reformas estruturais que mudem o ambiente de negócios
e melhorem sua competitividade‖, declarou Andrade.
De acordo com as projeções, depois de subir 7,1% em 2013, a Formação Bruta de Capital Fixo (que
mede o investimento) deverá variar 5% em 2014. Os avanços no programa de concessões na área de
infraestrutura, embora positivos no médio prazo, deverão ter ―impactos efetivos moderados‖ no
próximo ano, segundo estudo da entidade.
Os investimentos deverão crescer menos em 2014, por causa do aumento dos juros — a CNI prevê
juros nominais médios de 10,48% ao ano — e do baixo nível de confiança dos empresários, projeta a
Confederação. ―Os setores voltados para o mercado interno são os que se mostram mais confiantes,
aqueles que competem externamente têm mais dificuldades‖, disse Andrade. Para o ano que vem, por
conta de uma taxa de câmbio mais favorável — de R$ 2,45 no fim de 2014 e de R$ 2,35 na média do
ano —, a Confederação espera uma melhora no saldo da balança comercial, que passaria de US$ 700
milhões neste ano para US$ 9 bilhões, volume ainda distante dos US$ 19,4 bilhões de 2012.
A previsão é de que o PIB industrial tenha crescimento ―modesto‖, de 2% em 2014, pouco acima do
1,4% previsto para 2013. O risco externo vem da reversão da política monetária expansionista dos
Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, na última quartafeira. ―É preciso que fiquemos atentos a possíveis oscilações no mercado. Há uma tendência a um
ambiente internacional menos favorável‖, declarou o gerente de Política Econômica da CNI, Flávio
Castelo Branco.
Na avaliação da Confederação, a mudança deverá reduzir a disponibilidade de recursos para
financiamento do déficit externo, com a consequente elevação dos juros internacionais. A CNI ressalta
que a mudança vem em um contexto de déficit externo elevado no Brasil. A entidade prevê uma
redução de 13% no déficit em transações correntes, que deverá cair para 3,3% do PIB, equivalentes a
US$ 72,2 bilhões (contra o negativo de US$ 81,3 bilhões previsto para 2013).
―Ainda assim, será um valor elevado, considerando a possibilidade de redução da liquidez‖, diz o
relatório. Castelo Branco também citou a inflação entre os ―alertas‖. A CNI prevê um Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6% ao fim de 2014, acima da previsão de 5,7% para este
ano.
O fim do controle dos preços administrados, o dólar mais alto e a inércia dos preços dos serviços
puxarão a inflação para cima. A previsão é que o superávit primário consolidado fique em 1,4% do PIB
(R$ 71 bilhões), abaixo da previsão para 2013, de 1,9% (R$ 91 bilhões). O aumento dos gastos deverá
vir dos estados e municípios, pressionados pelos custos com pessoal.
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http://www.cdes.gov.br/
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19.12.2013 – Folha de S.Paulo - Robson Braga de Andrade: O modelo brasileiro
Artigo do conselheiro Robson Braga de Andrade
Ao longo das últimas décadas, alguns países fascinaram os analistas com modelos específicos de
desenvolvimento. Alemanha, Japão, China, as nações escandinavas e os tigres asiáticos, entre outros,
encontraram caminhos para crescer e trazer bem-estar para os cidadãos.
Alternando momentos de alta e de baixa, como numa roda-gigante, o Brasil ainda procura estabelecer
uma forma própria de fazer a economia se expandir, com ganhos permanentes para a população.
Devemos ter clareza do que queremos e de como chegar lá, desenhando um modelo próprio que
incorpore boas práticas estrangeiras e deixe florescer o nosso jeito singular de resolver problemas.
Precisamos de planejamento de longo prazo, viabilizado por uma ação estratégica e pragmática. A
elaboração das políticas públicas tem que ser orientada para o crescimento econômico e estar afinada
não só com a realidade, mas também com nossa visão de futuro.
O desenvolvimento é geralmente identificado como um processo de expansão da renda per capita,
ligado a modificações estruturais de uma sociedade que resultam em duradoura qualidade de vida.
Ele pressupõe bons índices em educação, saúde e segurança, assim como amadurecimento institucional
e equilíbrio ambiental. Também requer acesso amplo à cultura e implantação de uma infraestrutura
adequada. Não se limita ao crescimento econômico sustentado, mas sem ele, dificilmente prospera.
Parece um sonho ainda distante para nós, brasileiros. Mas igualmente o era para outros povos, que,
trabalhando com foco, resolução e coesão social, conseguiram mudar o jogo em poucas gerações. Os
sul-coreanos são o exemplo mais recente.
Temos vantagens. É verdade que o tamanho do país e da população impõe desafios maiores, mas
também permite soluções abundantes. A nossa disponibilidade de recursos naturais é incomparável.
Além disso, o brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo.
Diferentemente do que ocorre com outros países, temos uma economia diversificada o suficiente para
não precisarmos nos concentrar em poucos setores. Podemos atuar, de forma bem-sucedida, em várias
frentes. Da mesma maneira, não necessitamos optar entre o mercado externo e o interno.
Em tempos de concorrência acirrada, nações fechadas ao comércio ficam para trás. Não há
desenvolvimento isolado que perdure. Todas as experiências nesse sentido tiveram fôlego curto. Nossa
indústria e setor secundário mostram capacidade de atender tanto a demanda doméstica como a
exterior.
Temos maturidade para afastar o falso dilema que opõe atuação estatal e privada. Devemos andar
juntos, em parceria. O Estado tem um papel importante no estímulo à atividade econômica, por meio
de políticas de fomento, na construção da infraestrutura e na inovação tecnológica.
Governos atentos são fundamentais para a criação de um bom ambiente de negócios, no qual nossos
produtos possam se tornar plenamente competitivos. A administração pública deve constantemente
http://www.cdes.gov.br/
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adotar medidas que estimulem investimentos, redução de custos da produção, desburocratização e
produtividade do trabalho.
Enfim, podemos adaptar às nossas necessidades, sem precisar de nenhuma revolução no pensamento,
características encontradas em diversos países, como o pragmatismo chinês, a resiliência japonesa, a
obsessão pela educação dos sul-coreanos, a facilidade para fazer negócios dos norte-americanos e a
força industrial alemã.
Tudo isso deve ser temperado com a nossa criatividade e boa disposição para a vida, formando o
verdadeiro modelo brasileiro de desenvolvimento. É só uma questão de planejar, concretizar e persistir.
ROBSON BRAGA DE ANDRADE, 64, é empresário e presidente da Confederação Nacional da
Indústria
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19.12.2013 – Agência Brasil - Vale busca parceiros para área de fertilizantes e
Moçambique
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira
Como foco em minério de ferro, companhia confirma aumento na capacidade de transporte em Carajás,
no Pará
Gabriela Murno
Como parte do seu plano de desinvestimentos, a mineradora Vale deve fechar nos próximos meses a
venda de participações de seus negócios de fertilizantes e na área de logística de sua mina de carvão
em Moçambique, na África. Segundo o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, a companhia está
negociando parcerias para sua área de fertilizantes, mas ainda não decidiu se venderá parte da Vale
Fertilizantes (antiga empresa, hoje divisão da mineradora) ou fará joint ventures para projetos, como o
de Carnalita, em Sergipe, ou o de Kronau, no Canadá.
Estima-se que o projeto de Carnalita tenha capacidade de produzir 2,2 milhões de toneladas de
fertilizantes por ano, já Kronau está entre 3 milhões e 5 milhões de toneladas/ ano. Indagado sobre
possíveis parceiros,Ferreira disse apenas: ―estamos namorando ainda‖. Já a venda de metade de sua
fatia no Corredor Nacala deve ocorrer mais rápido, ainda no primeiro semestre de 2014, afirmou
Ferreira. A ferrovia de 900 km vai ligar a mina de Carvão de Moatize ao porto de Nacala,em
Moçambique.
―Estamos em tratativas concretas com um parceiro no Corredor, braço logístico do setor de carvão.
Teremos um sócio‖, disse. A Vale detém 70% do empreendimento, os outros 30% pertencem ao
governo do país e investidores menores. No entanto, a companhia responde sozinha pelos
investimentos de US$ 4,4 bilhões.
Como capacidade para cerca de 22 milhões de toneladas anuais, a ferrovia, que será um corredor aberto
e transportará outros produtos, como alimentos e combustíveis, poderá ser expandida nos próximos
anos. Ferreira disse também que a empresa deve anunciar em breve a venda da última fatia na Valor
Logística Integrada.
http://www.cdes.gov.br/
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Este ano, já foram vendidas parcelas para a Mitsui e para o FI-FGTS, da Caixa Econômica Federal.
Paralelamente, mantendo a estratégia da Vale de focar no minério de ferro, seu principal mercado,
Ferreira confirmou que a capacidade de transporte da Estrada de Ferro de Carajás, no Pará, vai atingir
128 milhões de toneladas anuais em 2014. Este ano, a capacidade de transporte foi de 110 milhões de
toneladas.
Segundo ele, a capacidade será aumentada gradativamente devendo chegar a 150 milhões de toneladas,
em 2015, e 230 milhões de toneladas, em2017. A empresa já obteve a licença de operação para a usina
de um de seus projetos de expansão, o Adicional 40, que acrescentará 40 milhões de toneladas por ano
à produção de minério de ferro em Carajás.
Recentemente, a Vale disse que a expansão da produção ainda esbarrava na capacidade de transporte.
Segundo Ferreira, a Vale pode ainda reabrir sua unidade de pelotização de minério, pois o mercado
voltou a aquecer, principalmente por conta dos Estados Unidos, que apresentam sinais de retomada. O
primeiro passo, afirmou ele, foi a assinatura de contrato de fornecimento de minério pela Samarco,
subsidiária da Vale, à americana Nucor.
Mineradora avalia expansão de Itaguaí
A Vale estuda ampliar a capacidade de seus terminais do Porto de Itaguaí, na região metropolitana do
Rio de Janeiro, afirmou o diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da Companhia, José Carlos
Martins. ―Estamos analisando a expansão de Itaguaí, mas isso vai depender também da disponibilidade
de minério‖, disse. Segundo ele, o investimento exige cautela, pois o porto é uma concessão.
―Para expandir ali temos que saber se vamos renovar concessão ou não. Podemos quase dobrar a
capacidade, passando de 30 milhões de toneladas por ano para 50 milhões de toneladas por ano‖,
ressaltou, acrescentando que este pode até ser um argumento para antecipar a renovação.
Martins destacou ainda que a Vale compra de terceiros 9 milhões de toneladas de minério de ferro por
ano e que a companhia não tem intenção de aumentar esse volume. ―Ao contrário, se conseguirmos
produzir nas minas próprias, podemos abrir mão", declarou. Ainda de acordo como executivo, a
empresa tem feito constantes investimentos em outro porto, o de Guaíba, também no Rio.
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19.12.2013 – Agência Brasil - Burocracia e custos trabalhistas representam principais
entraves para crescimento da economia
Menção ao conselheiro Robson Andrade
Brasília – A burocracia e os custos trabalhistas representam os principais entraves para o crescimento
do Brasil no médio e no longo prazo, disse hoje (19) o presidente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Robson Andrade. Ao comentar as projeções da entidade para a economia no próximo
ano, ele destacou a burocracia e os custos trabalhistas como fatores que desestimulam os investimentos
e prejudicam a competitividade dos produtos brasileiros.
Segundo o presidente da CNI, a indústria poderia crescer de 4% a 5% ao ano caso os problemas
estruturais da economia brasileira sejam resolvidos. Segundo a edição anual do Informe Conjuntural,
divulgada hoje pela entidade, a indústria crescerá 1,4% em 2013 e 4% no próximo ano.
http://www.cdes.gov.br/
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―O Brasil é um país com a indústria diversificada, muito mais do que em outros países. Poderíamos
estar crescendo entre 4% e 5%, mas o país precisa de reformas estruturais que mudem o ambiente de
negócios e melhorem a competitividade do país‖, declarou Andrade.
Para o presidente da CNI, a burocracia atualmente representa o principal obstáculo para os
investimentos dos empresários. ―A burocracia mata qualquer atividade econômica. Dificulta qualquer
empreendimento e desestimula os investimentos. Até na vida pessoal, nos penaliza enormemente. O
país avançaria muito apenas com a diminuição da burocracia‖, explicou.
Em relação aos custos trabalhistas, Andrade pediu a simplificação da legislação trabalhistas, que,
conforme ele, prejudicam tanto patrões como empregados. ―A Justiça trabalhista deixou de ser o fiel da
balança entre capital e trabalho e passou formular legislações, desestimulando os acordos entre
empregados e patrões. Isso, na prática, enfraquece os sindicatos, tanto patronais como profissionais‖,
criticou.
Para Andrade, a redução dos encargos trabalhistas melhoraria a situação dos empregados, à medida que
permitiria aos empresários pagar salários maiores. O aumento da renda, disse, ajudaria a elevar o
consumo e aquecer a economia. ―No Brasil, o trabalhador custa muito para as empresas e ganha pouco.
Gostaria que fosse o contrário‖, destacou.
O presidente da CNI também reclamou da carga tributária. ―Precisamos desonerar os investimentos. O
Brasil é um dos poucos países que tributa o investimento―, disse. Ele, no entanto, reconheceu ser difícil
para o governo retirar impostos em ano eleitoral. ―Todos falamos na redução da carga tributária, mas é
complicado para o governo, com custo elevado, despesa elevada e necessidade de fazer superávit e
investir, reduzir tributos‖, ressaltou.
Outra dificuldade apontada pelo presidente da CNI são os gargalos na infraestrutura, que
comprometem o transporte e a logística. Ele, no entanto, demonstrou otimismo com o programa de
concessões de rodovias, ferrovias e portos à iniciativa privada. Segundo Andrade, caso os leilões sejam
bem-sucedidos, os investimentos poderão crescer, no próximo ano, mais que os 5% divulgados pela
entidade. Até o PIB do próximo ano, avaliou, poderá ser maior que a projeção inicial de 2,1%.
―O país demorou para entrar na rota das concessões, mas as regulamentações estão pacificadas e os
projetos foram aprovados pelos órgãos de controle. Já houve negociação em torno das taxas de retorno.
Agora, as condições acertadas permitem fazer que os leilões possam ocorrer de forma mais forte e
rápida, acelerando os investimentos nessa área‖, concluiu Andrade.
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18.12.2013 - Folha de S. Paulo – Firmeza
Artigo do conselheiro Delfin Netto
A imensa crise social e econômica que há seis anos o mundo está vivendo e que mantém
desempregados ou semiempregados mais de 40 milhões de cidadãos que viviam honestamente do seu
trabalho foi resultado de uma conjunção diabólica: 1) o autoengano de um certo segmento do setor
financeiro que afirmava ter descoberto a pedra filosofal que lhe permitia calcular o risco embutido no
futuro, com 2) o mais absoluto laxismo de bancos centrais que acreditaram nisso.
http://www.cdes.gov.br/
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Ela não tem nada a ver com o papel fundamental do "mercado financeiro", que é essencial para o
desenvolvimento econômico porque coordena, por meio da taxa de juros real, a poupança de milhões
de cidadãos com as necessidades de financiamento de milhares de empreendedores. Estes expandem a
sua atividade para suprir a demanda presente dos mesmos cidadãos cuja poupança lhes será devolvida
no futuro, acrescida dos juros.
É evidente que essa taxa de juro real revela uma relação de confiança entre o presente e o futuro, o que
sugere que ela tem uma cointegração com a produtividade física do capital e está longe de ser um
fenômeno puramente mo- netário. Na teoria isso dá "pano para manga".
Em condições normais de pressão e temperatura, é através da taxa básica de juro nominal, descontada
da "expectativa" de inflação futura da sociedade, que os bancos centrais controlam a taxa de juro real e,
consequentemente o nível de atividade e do emprego.
O problema é que, desde a crise, a pressão e a temperatura não voltaram à normalidade. Para tentar
retornar a ela, os bancos centrais mudaram sua forma de fazer política monetária e os governos
mudaram sua política fiscal, o que hoje revela um resultado paradoxal: uma taxa de inflação declinante
e uma imensa acumulação de dívida pública, com resultados muito lentos em matéria de crescimento e
de emprego.
Como a taxa de desemprego se aproxima dos 6,5%, que é o objetivo do Fed (banco central dos EUA),
em algum momento ele vai reduzir suas facilidades monetárias que têm um custo fiscal ameaçador.
Isso terá consequências sobre toda a economia mundial por dois motivos. Primeiro, porque esse é um
problema sobre cuja solução ninguém (nem o Fed) tem experiência e, segundo, porque o Fed tem sido
muito desajeitado em sua comunicação com o "mercado", de onde se conclui que tudo pode acontecer,
inclusive nada!
É exatamente por isso que o Brasil tem que se preparar para tudo: uma "marolinha" ou um "tsunami".
A condição necessária para isso é continuar a dar claros sinais de que buscaremos recuperar com
firmeza a credibilidade da política fiscal, que hoje ameaça o nosso "rating" soberano.
Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici), é economista e exdeputado federal. Professor catedrático na Universidade de São Paulo. Escreve às quartas-feiras na
versão impressa da Página A2.
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18.12.2013 - Agência Estado - Vale reduzirá fatia em projeto de Moçambique
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira
Mariana Durão e Mônica Ciarelli
A Vale deverá anunciar até o fim do primeiro semestre de 2014 a venda de metade da fatia de 70% no
corredor logístico de Nacala, em Moçambique. "Estamos em tratativas concretas em relação ao
parceiro para o corredor Nacala", disse o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, ao comentar os
planos de desinvestimento da companhia.
http://www.cdes.gov.br/
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Nacala é a infraestrutura logística da operação moçambicana de carvão da Vale e engloba um corredor
ferroviário de 912 quilômetros e porto para escoar a produção da mina de Moatize. Além da Vale, o
governo de Moçambique e investidores privados locais são sócios com outros 30%.
Além de reduzir seu investimento no projeto - orçado em US$ 4,4 bilhões - ao encontrar um sócio para
Nacala, a Vale atende a um pleito do governo local de abrir o corredor para o escoamento de outros
produtos, como alimentos. Segundo Ferreira, é um "desinvestimento especial" que levará justiça social
àquele país.
De acordo com o diretor de Logística da Vale, Humberto Freitas, a ferrovia de Nacala terá capacidade
para transportar 22 milhões de toneladas/ano, dos quais 18 milhões da Vale. Com a possibilidade de
ampliações dos pátios de cruzamento, essa capacidade pode chegar a 50 milhões de toneladas anuais
no futuro.
Sócio
A Vale está em busca de um sócio para desenvolver seus projetos na área de fertilizantes. De acordo
com Ferreira, a companhia não tinha um plano B ao projeto Rio Colorado, na Argentina, do qual
desistiu este ano após enfrentar problemas com o governo local. Agora, a empresa está construindo
alternativas, disse o executivo.
Segundo Ferreira, a Vale está "pegando um atalho" para fazer uma associação em nível de holding ou
de projetos. A companhia poderá fazer joint ventures em projetos específicos como Carnalita, em
Sergipe, ou Kronau, no Canadá. A outra opção é ter um parceiro que entre na holding de fertilizantes, a
antiga Vale Fertilizantes. Nesse caso, Ferreira afirmou que não quer um investidor apenas financeiro,
mas operacional e que possa agregar novos ativos ao portfólio da Vale.
"Hoje o negócio de fertilizantes da Vale tem um sotaque muito brasileiro", disse, sem revelar detalhes
sobre os potenciais interessados. De acordo com o executivo, a meta é ultrapassar a capacidade de
produção de 4 milhões de toneladas/ano que viria do projeto Rio Colorado. Apenas em Carnalita a
capacidade de produção inicial é estimada em 2,2 milhões de toneladas. A expectativa de Ferreira é
que os estudos e a definição sobre esse projeto estejam concluídos até o primeiro trimestre de 2014,
independentemente do anúncio do sócio.
Já em Kronau, a Vale está em fase de estudos que aponta para uma possibilidade de produção de 4
milhões de toneladas anuais. Ferreira afirmou que a decisão sobre o sócio para fertilizantes deverá ser
posterior à relativa ao sócio para carvão e ao corredor Nacala, em Moçambique, onde já há uma
decisão madura.
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17.12.2013 – Brasil Econômico – economia de pernas mancas não precisa de muletas
mas de audição
Artigo do conselheiro Antoninho Trevisan
"Credibilidade é o fator essencial para o reaquecimento dos financiamentos ao consumo, a elevação a
patamares mais expressivos dos investimentos produtivos internacionais e a continuidade do
enfrentamento exitoso da duradoura crise mundial"
http://www.cdes.gov.br/
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Economia de pernas mancas não precisa de muletas, mas de audição! A crescente falta de sinergia
entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda não contribui para a reafirmação da
confiança dos investidores. Se, de um lado, soa desconfortável para o Brasil a declaração de Guido
Mantega de que ―nossa economia cresce de pernas mancas‖, também é verdade ser necessário que o
governo preste mais atenção nas sinalizações do mercado e próprios especialistas dos organismos
federais ligados à área econômica. Não será com as muletas de soluções paliativas que se corrigirão as
deficiências. A principal ferramenta que o governo tem para enfrentar os desafios é o ouvido.
Portanto, não é prudente seguir ignorando o recente e grave alerta do corpo técnico do Tesouro
Nacional quanto à condução da economia e da política fiscal. Claramente, esses profissionais de
carreira referiram-se às manobras contábeis para fechar o balanço do governo, fator que suscita
desconfianças. Em consequência, crescem as dificuldades para a rolagem dos títulos públicos. Por isso,
o Tesouro paga juros cada vez maiores pelos papéis que coloca no mercado financeiro, onerando o
serviço da dívida.
Credibilidade é o fator essencial para o reaquecimento dos financiamentos ao consumo, a elevação a
patamares mais expressivos dos investimentos produtivos internacionais e a continuidade do
enfrentamento exitoso da duradoura crise mundial. Não basta, como tem agido o Palácio do Planalto, o
discurso relativo à preocupação fiscal, aos investimentos públicos em infraestrutura e às previsões
otimistas, que nem sempre se concretizam.
Aliás, não é positivo para a imagem do Brasil o inusitado fato de que aqui até o passado é imprevisível,
como ocorreu com a recente revisão do crescimento do PIB de 2012, que passou de 0,9% para 1%.
Mais grave, ainda, é o erro na conta da revisão, que levou a presidente da República e declarar em uma
entrevista à imprensa internacional que a expansão havia sido de 1,5%. Fica uma imagem de
desentrosamento e baixa confiança nas estatísticas oficiais.
São necessárias ações práticas e consistentes, estas sim perceptíveis no ambiente interno e no exterior e
capazes de produzir reação positiva nos capitais sem pátria da economia globalizada. Recriar um
ambiente favorável aos negócios não depende, é verdade, apenas do Poder Executivo. É crucial que se
concretize, por exemplo, o pacto antigasto firmado pela presidente Dilma Rousseff, e por iniciativa
dela, com a base aliada do governo no Congresso Nacional. O êxito quanto ao propósito do acordo, de
evitar a aprovação de projetos que aumentem as despesas, depende basicamente de uma atitude
positiva e consciente dos parlamentares e dos partidos.
O Brasil está num momento muito delicado. Ainda são sólidos alguns fundamentos econômicos, como
o aumento da renda e dos salários, o baixo desemprego, a ampliação significativa do mercado
consumidor e o bom desempenho do agronegócio e do comércio. Porém, há claros sintomas de
enfraquecimento macroeconômico, como a perda de competitividade da indústria e a pífia performance
da balança comercial. Ainda há tempo, condições e credibilidade remanescente para uma forte
retomada do crescimento do PIB. Porém, é necessário ouvir, dialogar e adotar medidas em sintonia
com as reais necessidades nacionais. Sem essa atitude, corremos o risco de continuar capengando.
*Antoninho Marmo Trevisan é o presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho
Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social da Presidência da República).
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16.12.2013 – O Globo – Inovação para Ensino Médio
Artigo da conselheira Viviane Senna
Muitas escolas públicas hoje têm acesso à internet, mas o que se estuda nelas continua organizado da
mesma forma mecânica e analógica do passado
Otípico aluno do Ensino Médio brasileiro estuda da mesma forma que seus avós o faziam quando era
preciso pedir à telefonista para fazer um interurbano. Muitas escolas públicas hoje têm acesso à
internet, mas o que se estuda nelas continua organizado da mesma forma mecânica e analógica do
passado. Não admira que este aluno, com celular no bolso e hiperconectado, veja certa inutilidade em
ir às aulas. A maioria dos jovens ouvidos na pesquisa Cebrap/Fundação Victor Civita reclama que os
conteúdos ―ensinados‖ não fazem sentido na vida. É compreensível que isso, além do baixo preparo
com que chegam do Ensino Fundamental, resulte no fato de só metade dos brasileiros de 15 a 17 anos
estarem no Ensino Médio.
Uma boa dose de ousadia é necessária para enfrentarmos esse enorme desafio. Einstein disse que não
podemos resolver nossos maiores problemas com o mesmo nível de pensamento com o qual os
criamos. Encontramos essa corajosa disposição na rede estadual do Rio de Janeiro, que nos convidou a
construir a quatro mãos uma proposta de modelo inovador para o Ensino Médio, sintonizado com as
demandas do século XXI.
Neste novo modelo foram integradas as múltiplas competências a serem desenvolvidas, tanto as
cognitivas quanto as socioemocionais, de modo que a escola possa capacitar o jovem para a
matemática e a língua, e também para ter autonomia e iniciativa, trabalhar em equipe e se relacionar
num mundo de diversidade, de problemas e oportunidades globais. As disciplinas foram
desencaixotadas e integradas num currículo por áreas de conhecimento. A água pode ser estudada
articulando-se os modos de pensar e os modelos explicativos da química, da biologia, ambiente,
economia, geografia etc. Mais do que o conteúdo de cada disciplina, desenvolvem-se competências
como a resolução de problemas e o pensamento crítico.
Essas mudanças só são possíveis porque os educadores da Secretaria estadual de Educação estão
pensando num nível mais amplo. A rede vem adotando um modelo de gestão por resultados, com
metas, avaliação externa e incentivos para os profissionais. Para apoiar as escolas, foi criado um
comitê gestor e há um notável suporte à qualificação das equipes. A inovação pedagógica vem nesse
contexto, começando com a definição de currículo mínimo para todas as disciplinas e avançando hoje,
em parceria com o Instituto Ayrton Senna, na proposta de currículo integrado e desenvolvimento de
múltiplas competências. É um esforço que une governo, sociedade e empresas, representadas aqui pela
parceria com a P&G e a Citi Foundation, num novo paradigma ético de corresponsabilidade pela
educação e pelo futuro das novas gerações.
Inovação implica erros e acertos, mas o balanço da secretaria é positivo. Em apenas dois anos, de 2009
a 2011, suas escolas saltaram de 26º para 15º lugar no ranking do Ideb no Ensino Médio. Essa melhora
se deve tanto à proficiência em português e matemática como ao aumento da taxa de aprovação. E a
aprovação maior se deve mais à redução no abandono do que na reprovação, o que sinaliza um
interesse maior dos alunos pela escola. Num colégio que está implementando nossa proposta
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inovadora, já há mais de 300 alunos inscritos para as 120 vagas em 2014 — e 80 deles vêm de escolas
particulares. Ou seja, os jovens estão gostando dessa ousadia.
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16.12.2013 - Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios – Sônia Hess, da
Dudalina, opina do cardápio do refeitório às estampas das camisas
Entrevista à conselheira Sônia Hess
Com esse estilo, ela quer levar a companhia ao primeiro bilhão em vendas até 2016
Pouco antes das 6h da manhã de uma segunda-feira de setembro, uma neblina espessa cobre
Blumenau, no Vale do Itajaí catarinense. Sônia Regina Hess de Souza, 56 anos, deixa o Hotel
Himmelblau, no centro da cidade, em um Ford Fusion preto. Em 20 minutos, o carro, conduzido pelo
motorista Pedro, chega à sede da fabricante de camisas Dudalina, no alto de uma colina às margens da
BR-470. O amplo salão branco com janelas que dão vista para a paisagem verde está vazio e escuro
quando Sônia entra — a presidente é a primeira a chegar. Em sua mesa, no fundo da sala, ela aproveita
o silêncio para responder aos e-mails.
A jornada de Sônia pode começar em Blumenau às 7 horas, de segunda a quarta-feira, ou em São
Paulo, a partir das 8 horas. Geralmente, não se estende além das 19h30. ―Durmo pouco, hoje acordei às
5 horas. Não vejo por que ficar rolando na cama‖, afirma. Parte da segunda geração de
empreendedores da Dudalina, Sônia é herdeira de Rodolfo Francisco de Souza Filho (o seu Duda) e de
Adelina Clara Hess de Souza, o casal que fundou a empresa em 1957.
Sexta filha em uma família com 16 irmãos — cinco mulheres e onze homens —, habituou-se a ajudar a
mãe a vender na loja e a cuidar dos menores. ―Costumo dizer que nasci dando lucro.‖ Esse senso
prático e foco no trabalho fez com que Sônia dispensasse um apartamento só para ela em Blumenau.
Há 30 anos ela se hospeda no mesmo hotel. Diz que não há sentido em comprar um imóvel apenas para
passar alguns dias da semana.
Na capital paulista, a catarinense mantém o apartamento com o marido, o empresário João Miranda,
que também divide a rotina entre duas cidades (sua empresa de construção civil fica em Campinas).
Nos fins de semana, o casal aproveita os imóveis que tem no Guarujá, no litoral paulista, e em Campos
do Jordão. A regra é ter a casa cheia, com as três enteadas de Sônia (a quem chama de filhas), os
genros e os netos. As idas e vindas entre o Aeroporto de Congonhas e Navegantes são em voos
comerciais. ―A empresa não tem tamanho para jato particular‖, diz.
Sempre vestida com camisas da Dudalina, Sônia se transformou numa espécie de garota-propaganda
da marca. O figurino pode ser, por exemplo, uma calça preta, camisa estampada e sandálias de
plataforma média. Brincos discretos e um cordão de ouro com um pingente em formato de flor-de-lis,
o símbolo da empresa, arrematam a produção. Sônia mede 1,80 m de altura e, por isso, prefere saltos
mais baixos. Costuma mandar fazer alguns modelos de sapato, porque acha difícil encontrar o que
gosta com o número 40.
Desfile de resultados
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São 8h30, e o Auditório Seu Duda, na sede da empresa, está pronto para receber o desfile da oitava
coleção de camisas da Dudalina Feminina. Representantes de vendas de 23 estados vão conhecer as
roupas desenhadas para o verão. Antes de ver as modelos desfilarem por uma passarela que imita o
calçadão de Copacabana, a equipe escuta o que Sônia tem a dizer. ―A nossa meta, em dois anos, é
dobrar de tamanho. O que estamos querendo é construir a melhor empresa de confecção do Brasil. Mas
é a qualquer preço?‖ O grupo responde que não. A presidente reforça o respeito pelas pessoas, um dos
valores da companhia, e a busca pelos resultados. ―No primeiro semestre pagamos três salários de
distribuição de lucro para os funcionários. Nenhuma empresa do nosso segmento está fazendo isso.‖
De fato, enquanto o setor de confecções atravessa dificuldades — segundo a Associação Brasileira da
Indústria Têxtil (Abit), 2011 fechou com um saldo negativo de 11.729 vagas — a Dudalina cresce. Em
dois anos, a empresa contratou cerca de mil funcionários e, em agosto, fechou a compra de uma quinta
fábrica em Santa Catarina, que será usada para expandir a produção da linha feminina — há uma sexta
planta em Terra Boa (PR). A previsão é encerrar 2012 com um faturamento de R$ 380 milhões,
crescimento de cerca de 40% em relação ao ano passado e, até 2016, atingir o primeiro R$ 1 bilhão.
A entrada no segmento feminino, em 2010, e o início da operação no varejo — serão 75 lojas em 2012
— são os motivos mais visíveis para o crescimento da Dudalina. Por trás dessa estratégia está o estilo
arrojado de Sônia, com metas ousadas e cobrança firme. ―Não me sinto uma acionista, mas uma
executiva contratada com a missão de entregar metas e resultados.‖
Formada em Administração de Empresas pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), Sônia diz
que a Dudalina foi sua principal escola. Foi lá que ela construiu quase toda a sua carreira. Só saiu no
fim da década de 1970, quando passou uma temporada em Barcelona, na empresa Unyl, e recebeu
treinamento para se tornar instrutora de uma nova tecnologia de costura. Na volta, ficou seis anos
trabalhando para a companhia como chefe das instrutoras em empresas de confecção em Minas Gerais.
Em 1983, resolveu morar em São Paulo. Foi quando os irmãos a convidaram para voltar à Dudalina,
montar um escritório na capital paulista e abrir o mercado no estado.
Sônia assumiu a presidência em 2003, no lugar do segundo irmão a passar pelo cargo, Armando César.
A empresa chegou a ter sete dos 16 filhos na operação. Hoje, os únicos são Sônia e Rui Leopoldo Hess
de Souza, 52 anos, diretor de varejo da empresa. ―Ela é dura na cobrança de resultados, tem uma
grande capacidade de transmitir o que quer e influenciar as pessoas para buscar os objetivos‖, diz o
irmão mais novo. Para ele, Sônia é uma versão aprimorada da mãe, Adelina. Além do jeito prático e
decidido, tem a habilidade de agregar as pessoas — é boa cozinheira e está sempre promovendo festas
em sua casa.
A presidente não rejeita o rótulo de linha-dura. ―Se fizemos um planejamento e estabelecemos metas, o
resultado tem de aparecer. Eu não gosto de bengalas, que é como eu chamo quando a pessoa chega e
vai apresentando uma desculpa. Traga o problema e também uma solução‖, diz. Desde 2010, a
Dudalina adota um modelo de gestão compartilhada. Todas as segundas-feiras, os quatro diretores
fazem uma reunião em que apresentam os resultados das suas áreas — e também os problemas.
Arroz, feijão e ovo
Sônia sempre almoça no refeitório quando dá expediente em Blumenau — e encontra tempo para
trocar receitas com os cozinheiros. Um dos exemplos é a ―espuma de sapo‖, um creme branco para
acompanhar o sagu, que entrou para o cardápio. No escritório de São Paulo, a cozinheira também
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segue receitas caseiras ensinadas pela presidente. A tradicional é picadinho de carne, arroz, feijão, ovo,
couve e farofa. Foi esse o menu que Sônia escolheu para servir a 370 pessoas no Buffet França, em São
Paulo, quando recebeu o prêmio de Personalidade de Vendas da Associação dos Dirigentes de Vendas
e Marketing do Brasil (ADVB), em agosto. ―Nunca tinham feito feijão lá‖, diz.
Do cardápio ao tecido usado nas coleções está o dedo de Sônia. ―Eu costumo dizer que,
democraticamente, tudo tem de passar pela aprovação dela‖, diz Edinho Vasques, diretor de marketing
da Dudalina. Sônia não aceita tão bem o rótulo de centralizadora, mas admite que se alguma decisão
precisa ser tomada, passa por ela. ―Algumas pessoas são indecisas. Eu não sofro para tomar a decisão,
sei o que eu quero. Às vezes, eu erro, e é preciso agilidade para corrigir a rota.‖
O passe de Vasques foi comprado por Sônia em 2006, depois que o diretor colocou a Colcci em
evidência no cenário da moda brasileira — foi ele quem contratou Gisele Bündchen para os desfiles da
marca. Seu trabalho fez parte da transformação pela qual a Dudalina passou. ―Quando vim trabalhar
aqui, a Sônia disse que gostaria que eu quebrasse paradigmas. Quebramos as paredes também‖, diz.
Antes de sua chegada, havia salas separadas para cada uma das áreas. Hoje, há amplos salões sem
divisórias. Nem a presidente tem uma sala.
Ilton Tarnovski, diretor comercial, diz que essa mudança acelerou os resultados. ―É uma estrutura com
poucos níveis hierárquicos e pouco burocratizada. Trabalhamos sem gabinetes para não depender de email ou relatório‖, diz. O executivo fez carreira na companhia — há 28 anos trabalha na Dudalina. Sua
mesa fica do lado esquerdo da de Sônia, a uma distância de poucos passos. A proximidade não é por
acaso: Tarnovski está sendo treinado para ser o sucessor da presidente.
A mesa de Sônia, em Blumenau, é rodeada de símbolos. Uma parede, à sua direita, é recoberta com
fotos — do pai, da mãe, dos irmãos, do marido e das filhas. Também há registros dos prêmios que
acumulou ao longo dos nove anos na presidência. Às suas costas, em um quadro com uma foto antiga,
seu Duda e dona Adelina a observam. Sônia também guarda duas imagens de Nossa Senhora
Aparecida e um rosário. Dois iPhones (um de Blumenau e outro de São Paulo) e um iPad são as
ferramentas indispensáveis de trabalho. Em um dos smartphones ela mostra fotos dos netos — são dois
gêmeos — a quem chama de ―os meus gordos‖. Há, também, uma imagem ao lado da presidente
Dilma Rousseff.
Na primeira semana de setembro, a principal preocupação de Sônia era a estreia da primeira unidade da
marca em Milão. O próximo passo será estruturar um plano de expansão da rede no Hemisfério Norte
— a presidente visitou um possível ponto de venda em Verona. A viagem da Dudalina para fora do
Brasil ainda não tem um plano definido de abertura de unidades em 2013. Mas a expectativa é de que
até 30 lojas sejam inauguradas no exterior.
Gianni Asnagghi, um italiano que é fornecedor da Dudalina (há anos provê gravatas e outros
acessórios masculinos para a marca) será o parceiro na Itália. ―A princípio, ele não queria levar a
marca para lá. Mandei várias camisas para que ele desse à mulher e às filhas, e as pessoas começaram a
perguntar de onde eram os modelos‖, diz. Foi assim que Sônia conseguiu convencer Asnagghi a
colocar a linha feminina em uma das capitais mundiais da moda. ―Eu sou insistente‖, diz.
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16.12.2013 – O Povo – A mulher do Magazine
Entrevista à conselheira Luiza Trajano
Aos 11 anos, Luiza Helena começou a vender na loja dos tios. Era para ser apenas uma experiência de
férias. Mas deu tão certo que chegou ao comando da empresa, o Magazine Luiza
de sua presidente, Luiza Helena Trajano. Por mais que a empresária faça questão de ressaltar que sua
empresa é profissional, não dá para dissociar criatura e criadora. Herdado o comando – por
competência e não por laços sanguíneos como deixa claro – ela multiplicou as lojas e os resultados:
744 lojas físicas, lucro de US$ 25 milhões no último trimestre, melhor resultado desde o lançamento de
ações na Bolsa de Valores, em 2011.
A Cristaleira, como era chamada a pequena loja de Franca (SP), foi fundada pelos tios, Luiza Trajano
Donato e Pelegrino José Donato, na década de 1950. Foram eles que lhe deram a oportunidade de
começar a vender. A primeira vez, conta Luiza, foi aos 11 anos. Durante as férias escolares, a deixaram
experimentar. Em troca, ganharia comissão para comprar presentes. Deu certo. Naquele mês de
dezembro e nos próximos, quando Luiza voltava ao balcão. Mais de 50 anos depois, aos 61 de idade,
ela ainda vende. ―Todo mundo vende alguma coisa na vida‖, diz.
Eleita a terceira executiva mais poderosa do País pela revista norte-americana Forbes, ela foi
convidada para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas. Não topou, diz que não era o momento.
―Continuo trabalhando pelas micro e pequenas empresas fora do Governo. Porque estou na operação e
isso ajuda você conhecer as dificuldades‖.
Mas ocupa o Conselho do Comitê Organizador das Olimpíadas 2016, o Conselho da Cidade, da
Prefeitura de São Paulo, e o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Federal.
Sobre sua relação com a presidente Dilma Rousseff, ela diz ser uma admiradora. ―Ela é muito séria e
muito trabalhadora. Sempre que eu posso, estou ela‖.
Apesar do currículo pomposo, Luiza é uma mulher simples. Com o sotaque do interior, é assertiva nas
afirmações. Principalmente ao falar da economia do País. ―O pessoal não está endividado. E nem o
Governo deu tanto incentivo para o consumo‖.
Sobre sucessão, diz que os netos entrarão na empresa por vontade própria. Assim como não se
esforçou para levar os filhos – apenas um deles trabalha no Magazine Luiza. Para ela, tem um quê de
vocação no varejo, o que não significa abrir mão do esforço. ―Eu faço o necessário, depois, o possível.
Realmente é um desafio, mas não é nada impossível‖, diz sobre gerir uma rede tão grande.
A rotina de trabalho é de 10 horas por dia na empresa e algumas outras em casa, no tablet. Ainda
assim, ela diz que tem tempo para tudo. ―Eu assisto novela, leio jornal. Tenho uma vida normal‖,
contou ao O POVO numa entrevista concedida por telefone no último dia 25.
O POVO – A senhora entrou no varejo ainda menina. Como foi esse começo?
Luiza Helena Trajano – Nós começamos em Franca (SP). A empresa foi fundada pelos meus tios, em
1957. E eu, desde muito pequena, ficava na loja, olhando. Quando eu tinha 11 anos minha mãe falou:
―enquanto você está presente, vai vender e vai ganhar uma comissão‖. Eu fiz isso por todo o mês de
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dezembro e me saí muito bem. A partir daí, voltei em todas as férias. Eu ia lá para vender e ganhar
comissão para dar presentes. Com 18 anos eu entrei em definitivo. Passei por todos os setores. Sempre
procurando investir em cada setor. Eu gostava muito.
OP – A senhora até hoje se define como vendedora...
Luiza – É, eu adoro vender (risos). E assim: na vida, todo mundo vende alguma coisa.
OP – O que é um bom vendedor?
Luiza - É aquele que sabe entender as necessidades do cliente. É fazer a venda certa para a pessoa
certa.
OP – É um desafio gerir uma rede tão grande? São mais de 700 lojas próprias...
Luiza - Nada é mais do que eu posso fazer. As coisas vão acontecendo. Eu faço o necessário, depois o
possível. Realmente é um desafio, mas não é nada impossível. Você precisa ter uma equipe alinhada,
comprometida. A toda hora você tem problemas diferentes do que quando era menor. Mas o
importante é você saber lidar com o estresse e ter a cabeça de solução e não de problemas. Minha
cabeça é muito mais voltada para dar solução do que uma cabeça de problemas. Eu treinei isso.
OP – A sua família está na empresa. Como é a relação entre profissionais e familiares?
Luiza - Nem toda a família. A empresa é bem profissional, entrou na bolsa. Mas não quer dizer que eu
sou contra empresa de família. Nosso CEO (chief executive officer) não é da família. É muito
importante uma empresa de família ser profissional. As pessoas não assumem cargos porque são filhos
ou sobrinhos. Eu não assumi por causa disso. Eu assumi porque era competente para ser uma
superintendente do varejo. Nosso CEO é um profissional como 90% dos nossos diretores. Mas a
família pode trabalhar, desde que seja profissional também.
OP – A senhora tem três filhos. Um deles está dentro da rede. Existe algum tipo de conflito entre ele e
o CEO por exemplo?
Luiza - Não, não. Pelo contrário. Ele já trabalhou fora, tem competência, não só ele como meu
sobrinho que também trabalha na empresa. Os dois são da família e obedecem ao CEO.
OP – Voltando a essa experiência de vendas. Como o Magazine Luiza enfrenta a concorrência das
redes regionais, que têm mais proximidade e identidade local?
Luiza - Nós temos muito respeito pelas redes locais e empresas pequenas. Quando você tem respeito,
você aprende com eles. A gente procura pensar globalmente e agir localmente. Então, nosso gerente
tem verba para trabalhar o social, a Rede do Bem (programa de responsabilidade social da empresa), as
emissoras de rádio da cidade. Cada loja para nós, cada cidade é uma coisa importante. Não é só uma a
mais.
OP – As aquisições colaboram com esse ―agir localmente‖? No Nordeste, por exemplo, vocês
compraram as Lojas Maia.
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Luiza - Nós já fizemos 13 aquisições. E a gente procura pensar, até nas propagandas, tudo localmente.
A gente tem um rito de cantar, toda segunda-feira, o hino nacional. E no Rio Grande do Sul, por
exemplo, a gente canta o hino do Rio Grande (do Sul). Para eles, é muito importante.
OP – Existe uma crítica sobre o crescimento da economia brasileira, baseada em crédito e consumo
interno. A senhora é uma defensora desse modelo.
Luiza - Eu queria até deixar isso bem claro. Existe uma crítica de pessoas que não estão entendendo
bem. No Brasil, só 54% das pessoas têm máquina de lavar automática. No Nordeste, só 25%. Você
precisa construir 23 milhões de (unidades do) Minha Casa, Minha Vida para ter o nível de igualdade
social adequado aos Países em desenvolvimento. Como é que, em um País, as pessoas não têm o
direito de ter casa própria, ter sua televisão, ter os móveis dentro? Então o Brasil tem um consumo
ainda muito grande. Na economia, o pessoal não está endividado. E nem o Governo deu tanto incentivo
para o consumo. Ele tirou uma máquina de lavar com IPI que era de 20% que era feito só para item e
jogou para 10%. E na época, máquina só era vendida para rico.
OP – A senhora foi cotada para ministra da Micro e Pequena Empresa. A senhora aceitaria o cargo?
Luiza - Olha, eu realmente fui cotada para ir. Mas eu não podia ir e não fui. Mas continuo trabalhando
pelas micro e pequenas empresas fora do Governo. Porque estou na operação e isso ajuda você
conhecer as dificuldades. Eu tenho muito contato com o pequeno empreendedor.
OP – Como é essa ajuda, Dona Luiza?
Luiza - Ajuda mesmo de ver os projetos, de lutar para não termos mortes súbitas de empresas.
Inclusive com o diálogo com as autoridades, por meio do IDV, que é o Instituto de Desenvolvimento
do Varejo.
OP – Qual é a sua relação com a presidente Dilma?
Luiza - Uma relação de admiração. Ela é muito séria e muito trabalhadora. Sempre que eu posso, estou
ela. Sempre que sou convocada, estou com ela. Mas não é uma relação de todo dia.
OP – A senhora também faz parte do conselho do (Fernando) Haddad na Prefeitura de São Paulo...
Luiza - Faço do Conselho do Governo Federal, também do Conselho das Olimpíadas 2016. Na
prefeitura (de São Paulo), eu comecei agora e ainda não fui a nenhuma reunião. Eu sempre fui uma
brasileira apaixonada pelo Brasil. Não pelo partido, mas para ajudar o Brasil.
OP – A senhora nunca pensou em se filiar a algum partido?
Luiza - Não. Porque eu sou muito do Brasil como um todo, então eu tenho tentado ajudar cada dia
mais.
OP – Nem disputar um cargo eletivo?
Luiza - Não, não.
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OP – O Magazine Luiza foi uma espécie de precursor das lojas virtuais. Os produtos eram
apresentados em fitas cassetes.
Luiza - Em 1991, a gente fundou uma loja virtual nas cidades pequenas que não tinham produtos de
bolso. Quando o e-commerce chegou, a Magazine Luiza já estava fazendo multimídia. Já tinha mais de
18 mil imagens gravadas. Essa loja é um case em Harvard (universidade norte-americana). Na época
era TV e vídeo, logo em seguida a gente mudou para multimídia. E que é multimídia até hoje. Depois
da internet a gente simplesmente adaptou as imagens.
OP – Ninguém chamou a senhora de doida na época, vendendo por fita cassete?
Luiza - (Risos) Muita gente falava. A gente colocava: Magazine Luiza traz para sua cidade a loja do
ano 2000.
OP - A senhora levou muitos funcionários de Franca para São Paulo. Isso é de praxe na abertura de
novas unidades?
Luiza - A gente fez uma mudança para um escritório estratégico e, há três anos, a gente trouxe 300
famílias pra cá. Foi um trabalho de nove meses de trabalho psicológico, emocional, financeiro. Nossa
sede continua em Franca, com o serviço integrado lá. Mas a gente tem um escritório de negócios onde
está toda a parte estratégica. Foi para facilidade de mobilização. De receber e de ir. Porque são cinco
horas de Franca a São Paulo. Então é muito difícil para os líderes virem e voltar, e aqui você atende
cinco fornecedores no mesmo dia.
OP – Existe algum intercâmbio quando uma nova unidade é aberta?
Luiza - Tem um plano de carreira. Quando é aberta uma unidade, o gerente, o gestor, o vendedor
especial vem de outra unidade. O resto é cotado na própria Cidade.
OP – A senhora tem perfil no Twitter e no Instagram. Quem faz as postagens?
Luiza - Nada vai ao ar sem antes passar por mim. Eu dou os temas e, muitas vezes, as pessoas redigem,
mas tudo sou eu quem dou briefing e leio. Nada é feito sem mim. E você tem que aprender lidar (com
redes sociais). Aprender a receber críticas. Se você não estiver lá, de todo jeito alguém vai te criticar
por lá, não é? Hoje é um meio que você não tem jeito de falar: não quero estar nele.
OP – A senhora é uma pessoa de religiosa, de fé. Como isso influencia nos negócios?
Luiza - O que nós somos é espiritualistas. A gente acredita numa força natural, espiritual e a empresa
assume isso. Eu acho que isso, em um momento de estresse, acalma.
OP – A senhora tem uma ligação com o Ceará. Seus filhos são netos de cearense. A sua filha, que é
chef de cozinha, faz pratos da culinária cearense...
Luiza - O meu marido, que já faleceu infelizmente, ele era filho de cearense. E minha filha hoje é
famosa na culinária, lançou o segundo livro e ganha prêmios. E ela resgata muito o que ela aprendeu
com a avó que é cearense.
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OP – Como é a sua relação com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)? Ela poda muito sua
liberdade - de falar sobre a empresa por exemplo?
Luiza - Não, não é. A relação é de muito respeito e aprendizado. A gente já teve um sócio por sete
anos, que era de um fundo Internacional. Ele tinha só 12% mas a gente tratava como se tivesse 50%.
Então, é uma empresa que sempre aprendeu a dar satisfação.
OP - A senhora espera faturamento de R$ 9 bilhões neste ano. Esse plano de expansão atrapalha os
resultados?
Luiza - A gente comprou duas redes em dois anos, mas empresa já voltou ao normal.
OP – A senhora continua com planos de expansão? Por meio de aquisições ou orgânico...
Luiza - Sim. Principalmente no Nordeste. Aquisições não. Mas de aberturas de lojas. Principalmente aí
no Nordeste. A gente têm aberto muitas lojas e vamos continuar a aumentando aí.
OP – Quando conversamos, em agosto, no Rio de Janeiro na reunião do Integra Brasil com o BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento), a senhora disse que o Ceará estava cotado para receber um
Centro de Distribuição. Esses planos estão mantidos?
Luiza - Lógico! A gente está fazendo um Centro de Distribuição na Bahia, depois vamos botar no
Ceará. Eu já conversei com o Governo do Ceará, mas não oficialmente. Ainda vamos conversar.
OP – A senhora tem quatro netos. A senhora pensa em colocá-los na empresa mais adiante?
Luiza – Eles ainda são muito pequenos. O mais velho tem sete anos. Nem os meus filhos foram criados
para trabalhar na empresa, muito menos meus netos. Eles só foram criados para ser profissionais. Aqui
ou fora daqui. Pode ser uma influência, mas também pode não ser. Minha filha, por exemplo, foi
mexer com cozinha, então depende muito da vocação deles.
OP – A senhora ficou viúva há quatro anos. Como foi essa fase?
Luiza - Na empresa, nada mudou porque meu marido nunca teve negócio aqui dentro. Particularmente,
é uma dor muito grande. É uma perda muito séria. É a perda de um conselheiro. Mas ele não tinha
nenhum vínculo com a empresa. Nós temos um acordo com os acionistas em que os agregados que
entram da família não podem trabalhar na empresa. O meu marido tinha as coisas dele, particulares.
OP – Como é a sua rotina hoje no trabalho?
Luiza - Na empresa, trabalho umas 10 horas (ao dia). Em casa, eu levo um iPad. Eu tenho uma linha
direta com o cliente. Mas assim: eu tenho tempo para tudo. Assisto novela, leio jornal. Eu tenho
amigos, uma vida é normal.
OP – Com o Magazine Luiza tão presente no Brasil, a senhora conhece bem o País?
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Luiza - Bem, não. Eu acho que conhecer bem o Brasil é difícil, mas eu sou bem apaixonada. A
Magazine Luiza canta o Hino Nacional há 10 anos. Tive contato com as cidades onde abrimos
unidades, fomos falar com os funcionários, com os governos. Na época, eu tive muito aí (no Ceará).
Perfil
Nascida em uma família de comerciantes, Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues começou a trabalhar
aos 11 anos na loja fundada por seus tios, o casal Luiza Trajano e Pelegrino José Donato, em 1957 em
Franca, no interior de São Paulo. No começo, Luiza aproveitava o período das férias para vender e
ganhar comissões. As 18 anos entrou definitivamente na empresa, onde passou por todos os setores até
tornar-se superintendente do Magazine Luiza, cargo que já havia sido ocupado por seu pai. Em 1998, o
Magazine Luiza entrou, pela primeira vez, na lista das melhores empresas para se trabalhar no Brasil,
em pesquisa do Instituto Great Place to Work. Em 2002, Luiza ganhou o prêmio Empreendedor do
Ano, concedido pela empresa Ernst & Young. Em 2011, o Magazine Luiza abriu o capital na Bolsa de
Valores e realiza sua 13ª aquisição de redes da sua história. Viúva desde 2009, do também empresário
Erasmo Rodrigues, com quem foi casada por mais de 35 anos, Luiza tem quatro netos é mãe de três
filhos: Frederico, que segue seus passos na empresa, Ana Luiza, chef de cozinha, e Luciana,
publicitária.
LUIZA TRAJANO NO CEARÁ
O Magazine Luiza tem 21 lojas no Ceará, sendo 11 em Fortaleza e as demais no Interior. Nos planos
para o Estado, está um Centro de Distribuição. ―Depois que a gente terminar o de Salvador, vamos
abrir um aí‖. A relação com o Estado também é afetiva. Viúva de Erasmo Fernandes Rodrigues, ela é
nora de uma cearense. Por influência da avó, a filha da empresária, a chef Ana Luiza, cozinha pratos
típicos do Ceará. E Luiza Trajano diz que adora, inclusive buchada.
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16.12.2013 – Isto é Dinheiro – Costurando o futuro
Menção à conselheira Sônia Hess
A grife catarinense Dudalina multiplicou seu faturamento em um período de desafios para o setor têxtil
Por Rodrigo CAETANO
Nos últimos anos, poucos setores da economia brasileira foram tão prejudicados pela concorrência com
os importados quanto a indústria têxtil. A invasão de produtos asiáticos, com preços muito abaixo dos
praticados no mercado local, espalhou preocupação entre os empresários do vestuário. Os temores, no
entanto, começam a ficar para trás por conta de uma visível recuperação dos fabricantes nacionais, que
contou com um conjunto de medidas protecionistas e antidumping adotadas pelo governo federal,
como sobretaxas a calçados e roupas importadas da Ásia. O último levantamento da Associação
Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) mostra que o uso da capacidade instalada ficou acima de 80%
neste ano, pela primeira vez em quase uma década, com um faturamento de quase R$ 50 bilhões e
pouco mais de 1 milhão de empregados.
Por trás dessa atividade em franca recuperação estão empresas como a catarinense Dudalina, a
paranaense Morena Rosa e a paulista Dohler, as três primeiras colocadas no ranking setorial de AS
MELHORES DO MIDDLE MARKET. ―Em 32 anos, conseguimos muita coisa, mas acho que chegou
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a hora de crescer muito mais‖, diz o presidente do Grupo Morena Rosa, Marco Antonio Franzato, que
encomendou uma pesquisa de imagem de sua marca ao Instituto Datafolha. ―A pesquisa constatou que
oito entre dez mulheres das classes A e B conhecem a nossa grife‖, diz Franzato.
O atual momento da indústria de confecções também se consolidará como divisor de águas para a
Dudalina, fabricante de roupas e varejista de moda, com sede na cidade catarinense de Blumenau.
―Estamos muito bem posicionados em um segmento de alto valor e praticamente à prova de crise‖,
afirma Sônia Hess, presidente da companhia e filha dos seus fundadores. ―Enquanto muitas marcas
estavam tentando conquistar a chamada classe C, nos mantivemos fiéis ao nosso público e agora
estamos colhendo os frutos.‖
No ano passado, o faturamento da Dudalina chegou a R$ 349,5 milhões, o que representou um
crescimento de 49% na comparação com o ano anterior. Seu lucro líquido, que bateu na casa dos R$ 87
milhões, aumentou 62%. Nada mal para uma empresa que surgiu quase por conta do acaso. No fim da
década de 1950, o pai de Sônia, conhecido como Duda, comprara uma quantidade exagerada de tecidos
e inspirou dona Adelina, sua mulher, a costurar algumas camisas para vender (leia mais sobre a
empresa na reportagem AQUI).
No fim deste ano, a Dudalina deve chegar à sua primeira centena de lojas. A expansão da marca, a
partir de 2014, deve ocorrer de forma mais cadenciada. Isso porque a empresa pretende continuar
expandindo, mas sem abrir mão da qualidade de seus produtos. Segundo o diretor de operações, Rui
Hess de Souza, irmão de Sônia, a empresa teria condições de abrir um grande número de lojas no
Exterior, mas prefere ser criteriosa na internacionalização. ―Não faltam interessados em investir na
nossa empresa‖, diz o executivo.
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12.12.2013 – Correio Brasiliense - Crédito restrito
Menção ao conselheiro Robson Andrade
As novas taxas e os novos limites de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI)
devem reduzir o total de empréstimos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) em 2014. A previsão é do presidente da instituição, Luciano Coutinho. "Ainda
precisamos rodar os números, mas, com as novas taxas (mais altos) e os limites de crédito, o montante
do PSI no ano que vem será menor que o de 2013", afirmou. "O que eu posso dizer é que, dadas as
novas condições, a demanda por financiamentos deverá ser menor", acrescentou, sem precisar o valor.
As novas taxas passarão a valer a partir de 1º de janeiro de 2014.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que, neste ano, o PSI alcançará R$ 80 bilhões. O
programa existe desde 2009 e foi criado para impulsionar os investimentos produtivos durante a crise
financeira global. No entender do governo, essa linha de crédito ajudou a elevar a taxa de
investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, depois de um tombo em 2012. De
janeiro a outubro, o BNDES liberou R$ 68,2 bilhões pelo PSI.
Desânimo
A taxa anual do crédito do BNDES para a compra de máquinas e bens de capital passará de 3,5% para
4,5% às micro, pequenas e médias empresas. No caso das grandes companhias, os juros anuais serão
de 6%. "Essa alteração favorece as empresas de menor porte, que continuam podendo financiar até
http://www.cdes.gov.br/
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100% de suas compras voltadas para investimentos. Para as de grande porte, o índice máximo de
financiamento foi reduzido de 90% para 80%", disse Coutinho.
Segundo o presidente do BNDES, a taxa dos juros para caminhões, ônibus e outros equipamentos de
transporte subirá de 4% para 6% ao ano. Nesses casos, também o limite do crédito às grandes
companhias será reduzido para 90%. Já as pequenas e médias continuarão podendo financiar 100% da
fatura. "No programa pró-caminhoneiro, a taxa saltará de 4% para 6% anuais, mas o financiamento de
100% do veículo será mantido", completou.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, lamentou o aumento
dos juros, mas demonstrou otimismo. "É claro que a gente gostaria que o PSI ficasse no patamar de
antes. Mas quando a gente vê taxas em torno de 4% e 6% ao ano, elas ainda continuam atraentes para o
investimento, principalmente, considerando hoje uma taxa Selic de 10%", afirmou. Boa parte do
empresariado se mostrou mais pessimista. Diante da onda de desconfiança que ronda a economia,
quanto maiores forem os juros, mais arriscados ficam os negócios. Portanto, os investimentos devem
continuar contidos, para desânimo do governo. (RH)
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11.12.2013 – O Estado de S.Paulo - PIB da indústria deve crescer 2% no ano que vem,
prevê Fiesp
Menção ao conselheiro Paulo Skaf
Desaceleração do consumo das famílias e do investimento em 2014 deve reduzir o ritmo de expansão
da produção
Márcia De Chiara
A indústria de transformação vai piorar em 2014 por causa da perda de vigor do consumo das famílias
e da forte desaceleração do investimento. Com isso, a economia do País deve crescer 2% no ano que
vem, um pouco menos do que o esperado para este ano (2,2%), segundo a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp).
"2013 não foi um ano tão bom quanto ministro da Fazenda desejava, mas não foi tão ruim. Foi um
meio-termo", afirmou ontem o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Em 2013, o Produto Interno Bruto
(PIB) da indústria de transformação cresceu 2,4% e recuperou a perda também de 2,4% acumulada em
2012.
Para 2014, a perspectiva é de um ano mais difícil para a indústria de transformação, previu o diretor do
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. Nas sua contas, o PIB da
indústria de transformação deve crescer 2%. Esse resultado, segundo ele, reflete a perda de vigor do
consumo das famílias, que deve ; aumentar 2,2% em 2014, depois de ter crescido quase 5% ao ano nos
últimos oito anos.
"Existe um esgotamento da política de crescimento baseada no consumo. E chega uma hora que esse
modelo abre o bico", disse Francini, destacando a elevada taxa de juros vigente hoje no País e o
arrefecimento ; de crédito e dos ganhos reais da ] massa salarial. Esses são os pilares da formula usada
pelo governo para impulsionar a economia baseada no consumo.
http://www.cdes.gov.br/
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Balança. Além disso, Francini destacou que a forte demanda de bens de capital, ligada a caminhões,
que puxou a indústria em 2014, não deve se repetir em 2014. Mesmo assim, a Fiesp espera que o PIB
da indústria como um todo tenha uma expansão de 2,s% em 2014,1 ponto a ; mais do que neste ano
(1,5%), puxada pela indústria extrativa.
A boa notícia nas previsões : da Fiesp para 2014 vem do setor externo. A entidade projeta um superávit
comercial de US$ 16 bilhões para o ano que vem, em razão da melhora no câmbio e da expectativa de
maior crescimento da economia mundial. Para este ano, a projeção é de um superávit de US$ 2 bilhões.
De toda forma, a melhora no saldo comercial não virá das exportações da indústria. A balança
comercial de manufaturados deve fechar este ano com déficit de US$ 108 bilhões. Para 2014, a
expectativa é que esse rombo atinja US$112 bilhões.
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11.12.2013 – Agência Estado – Produtividade foi tema recorrente em encontro da CNI
Menção ao conselheiro Robson Andrade
A presidente Dilma Rousseff, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel discursaram no evento.
BRASÍLIA - O Encontro Nacional da Indústria 2013, promovido pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) na manhã desta quarta-feira, teve como um dos temas principais a importância de se
aumentar a produtividade. Além de Robson Andrade, presidente da CNI, abordaram o assunto a
presidente Dilma Rousseff, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
Robson Andrade elogiou as "ações acertadas" do governo federal na área de infraestrutura, citando a
lei dos portos, concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos, além do leilão do campo de Libra.
Andrade afirmou que, com regras estáveis e atraentes, sempre haverá empresas interessadas em
investir. Ele disse ainda que já começou a ser sentida a redução do tempo de entrada de mercadorias
em aeroportos sob gestão da iniciativa privada. "Com adoção de diversas medidas, o governo federal
tem feito esforços pra reduzir custos produtivos, estimular investimentos e modernizar infraestrutura",
disse.
"A indústria brasileira tem força e qualidade para conquistar espaços e vencer no mais acirrado dos
mercados. Para isso, precisamos concorrer em igualdade de condições com produtos de outros países",
afirmou. "O objetivo aqui é o de analisar o cenário do país, definir tendências e posição da indústria
diante das incertezas no panorama internacional."
Para Dilma, o Brasil está se preparando para melhorar as condições de produtividade do trabalho e
considerou essa mudança crucial para o atual momento de incertezas na economia internacional e
também para o momento de recuperação da economia mundial. Ela afirmou ainda que a destinação de
75% dos royalties do petróleo vai acelerar avanços em educação.
http://www.cdes.gov.br/
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Segundo a presidente, crescer e distribuir, no Brasil, requer compromisso com o desenvolvimento do
setor industrial. "Todos esses processos vão requerer que continuemos apoiando o investimento
produtivo." Dilma participou do Encontro Nacional da Indústria.
A presidente considera necessário modernizar o Estado brasileiro. Disse que isso vai requerer um
combate à tradição burocrática que o Brasil adotou desde a era colonial. "Não podemos continuar
criando entraves para medidas que significam melhoria do sistema produtivo do país. Temos
compromisso com a modernização do Estado", afirmou.
Mercadante, por sua vez, afirmou que a demanda da indústria tem de orientar o esforço da pesquisa e
da ciência. "A ciência tem de virar patente, tem de virar inovação, tem de produzir qualidade com
menos custos, aumentando a produtividade", afirmou.
Ele defendeu o ensino técnico, que classificou como "decisivo para que o jovem transforme vontade de
estudar em projeto de qualificação para sua família e para empresas que vão trabalhar", disse. Ele
acrescentou que o governo criará mais 800 mil vagas para ensino técnico, inclusive em parceria com
universidades privadas.
Fernando Pimentel falou ao público presente que o Brasil construiu "um consenso" em torno da
necessidade de aumentar a produtividade nacional. "Existe um consenso na direção de construirmos
uma nação competitiva", afirmou Pimentel, durante o Encontro Nacional da Indústria (Enai), em
Brasília. "É só por esse consenso que o governo consegue realizar o maior programa de concessões
públicas da história do Brasil", emendou o ministro.
Para ele, o Brasil avança quando a sociedade forma "grandes consensos". Como exemplo, ele citou a
redemocratização do País. "Foi assim quando saímos do regime autoritário e construímos uma das mais
sólidas democracias do mundo, porque o povo brasileiro chegou a um consenso".
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11.12.2013 – O Globo - Fiesp prevê expansão menor da atividade industrial em 2014
Menção ao conselheiro Paulo Skaf
Para entidade, modelo que baseia crescimento do PIB no aumento do consumo se esgotou
ROBERTA SCRIVANO
-São Paulo- O esgotamento do modelo de estimulo à economia pelo aumento do consumo das famílias
fará a indústria enfrentar dias ainda mais complicados em 2014. A previsão é da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo(Fiesp), que, diante da perspectiva de uma demanda menor, projeta
para o setor em 2014 um desempenho ainda mais modesto que o deste ano.
Segundo Paulo Francini, diretor de Departamento de Pesquisas e Estudos Econômico da Fiesp, a
indústria de transformação nacional deve crescer em torno de 2% no próximo ano, ante 2,4% em 2013.
E essa perda de fôlego do setor industrial terá reflexos no Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de
bens e serviços produzidos no país), que a entidade estima em 2% para 2014, também menos que os
2,2% previstos para este ano.
http://www.cdes.gov.br/
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— Querer crescer só com a política de consumo, não tem jeito — afirmou Francini, ontem, durante
balanço de fim de ano.
A Fiesp estima que o consumo das famílias deverá expandir-se a uma taxa de 2,2% em 2014, aquém
dos 2,3% deste ano — ambas as taxas bem distantes do pico de 6,9% registrado em 2010.
Apesar do enfraquecimento da demanda interna, o câmbio depreciado, em torno de R$ 2,40, deve
ajudar as exportações. Para a Fiesp, as vendas externas sairão de uma redução de 0,3% neste ano para
urna alta de 8,7% ano que vem. Já o avanço das importações, com o cenário de consumo interno mais
lento, será de 3,1% em 2014, contra 7,5% em 2013.
— É uma nova realidade no dólar, junto com a melhora da economia mundial — explicou Francini.
Apesar das projeções pouco animadoras, o pr&sidente da Fiesp, Paulo Skaf, admitiu que o ano "foi
muito melhor que 2012", quando o PIB cresceu 1% e a indústria encolheu 2,4%.
— Esse ano não foi bom, mas também não foi tão ruim. Não temos nem a empolgação do ministro da
Fazenda (Guido Mantega), nem a percepção do caos que pintam alguns — resumiu.
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11.12.2013 – O Globo - Líderes defendem mais investimento em educação na primeira
infância
Menção ao conselheiro Marcelo Néri
Para especialistas, aportes garantem maior retomo eo futuro
A primeira infância foi o tema de abertura do segundo e último dia do Clinton Global Initiative Latin
America,, evento promovido pela fundação do ex-presidente americano Bill Clinton, no Copacabana
Palace. Intitulado "Desenvolvimento na Primeira Infância: fechando lacunas e abrindo futuros" o
painel debateu melhorias para o setor. O consenso foi que investir nos primeiros anos da criança é o
caminho para iniciar o círculo virtuoso da educação.
Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Néri foi um dos principais
entusiastas da alocação de verbas na primeira infância. Para ele, o período anterior ao ensino formal é a
faixa com o melhor índice de retorno para o investimento público.
— Para cada real investido na primeira infância, receberemos muito mais em troca. Melhorando a
educação desde a base, cria-se um efeito multiplicador para todos os outros níveis de ensino, tanto o
fundamental, quanto o : médio e o"superior — disse Néri.
Jorge Gerdau Johannpeter, do Grupo Gerdau e conselheiro do movimento Todos Pela Educação,
também reivindicou mais atenção governamental para a primeira infância. E pediu que o Brasil
importe iniciativas de sucesso no exterior, a fim de conferir maior eficiência a modelos educacionais
considerados ultrapassados, como o excesso de conteúdo na educação básica.
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11.12.2013 – O Globo - Gerdau: atraso de 20 anos em logística
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau
Empresário vê avanço, mas critica falta de projetos no país para atingir padrão mundial
http://www.cdes.gov.br/
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O presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter; afirmou ontem
que a autorização para a construção de cinco portos no país — anunciada pelo governo na segundafeira — é um avanço, mas que o Brasil ainda levará anos para atingir padrões de logística mundial. As
últimas concessões mostram, segundo ele, que o modelo do governo funciona. Para que se reduza o
atraso de 20 anos na área, no entanto, diz Gerdau, é preciso um estoque maior de projetos.
— Existe uma visão pragmática para ajustar processos, mas só o tempo vai atingir a maturidade dessa
nova estrutura. É um avanço, mas o desafio da logística no país é enorme, vai levar anos para
atingirmos padrões de custos da logística mundial — disse, depois de participar de palestra na Clinton
Global Initiative (CGI) América Latina, evento da Fundação Clinton que se encerrou ontem, no Hotel
Copacabana Palace, no Rio.
BNDES: "GRANDE DEMAIS"
A questão da logística, que exige investimentos pesados e complexa engenharia financeira, é tema que
preocupa não só investidores, como o próprio mercado financeiro. Também presente ao evento, o
presidente do banco de investimentos BTG Pactuai, André Esteves, alertou para o peso que o BNDES
tem hoje na economia brasileira.
— Os bancos de desenvolvimento são muito importantes na região, talvez importantes demais. O
BNDES, por exemplo, é, talvez, grande demais. O BNDES é uma organização fantástica,
relativamente enxuta, muito qualificada, mas acho que não podemos abusar de algo que é tão útil para
a economia brasileira. Se ele ficar grande demais, começa a não contribuir tanto — disse Esteves.
Também presente ao evento, a presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, afirmou que a empresa vem
mantendo conversas com a Secretaria de Aviação Civil (SAC) para colaborar com o desenvolvimento
dos aeroportos regionais. Uma das áreas de atuação é buscar formas de reduzir o custo das aéreas:
— A Boeing pode oferecer consultas em tecnologia, uso eficiente do espaço aéreo, com o uso eficiente
de combustível, que responde por quase 40% do custo das empresas.
A executiva, que já foi embaixadora dos EUA no Brasil, disse que a Boeing prevê se manter com
participação acima de 50% no mercado brasileiro de aeronaves.
DESAFIOS PARA O FUTURO
Desenvolver a qualidade da educação, tecnologia, financiamento ao empreende-dorismo,
competitividade. Esses são alguns dos desafios para o futuro da América Latina lembrados no painel
de encerramento da CGI. Segundo Luis Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), os países precisam se concentrar na melhoria da qualidade de ensino na
primeira infância e e investir na formação de professores.
Angélica Tellez, presidente do grupo Omnilife e Nagelíssima, dedicados a trabalhar com mulheres,
disse que países com melhor educação têm mais futuro. Para ela, elevar o poder econômico das
mulheres contribui para o combate ao analfabetismo:
http://www.cdes.gov.br/
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— As mulheres gastam de 70% a 75% da renda com a família. Gastam para que seus filhos sejam mais
bem educados e isso reduz a taxa de analfabetismo.
Já o para o banqueiro André Esteves, do BTG Pactuai, o desafio da atual geração é transformar a
América Latina em uma região de classe média.
No fim da sessão, o ex-presidente Bill Clinton se desculpou em vídeo por não ter participado "todo o
tempo" do evento e agradeceu a presença dos participantes. O painel final, que seria moderado pelo expresidente, acabou conduzido pelo presidente do BID.
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10.12.2013 – Agência Estado – Balança vai registrar superávit de US$ 16 bilhões em
2014, prevê Fiesp
Menção ao conselheiro Paulo Skaf
Segundo a federação, as exportações devem crescer 8,7% e as importações, 3,1%
A balança comercial brasileira deve passar de um superávit de US$ 2 bilhões em 2013 para US$ 16
bilhões no ano que vem. A estimativa foi apresentada nesta terça-feira (10) pelo diretor do
Departamento de Estudos Econômicos (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), Paulo Francini, ao divulgar o balanço da entidade para o ano.
-Leia também: balança tem déficit de US$ 275 milhões na 1ª semana de dezembro
De acordo com Francini, em 2014, as exportações devem crescer 8,7% e as importações devem
avançar 3,1%. "Esperamos uma inversão do que tem acontecido nos últimos anos", explica. Em 2013,
a estimativa é que as exportações tenham uma queda de 0,3% e as importações fechem o ano com um
incremento de 7,5%.
"Na verdade, teremos uma taxa maior do crescimento de importação e exportação, alicerçado na taxa
de câmbio, mas a demanda projetada deve ser menor", afirmou. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
reforçou ainda que a estimativa para a projeção de alta no superávit da balança leva em conta "uma
nova realidade cambial". "Estamos considerando o dólar na faixa dos R$ 2,40", afirmou.
Paulo Skaf: "Neste ano, vamos ter um crescimento estimado de 2,2% do PIB."Segundo Francini, com
a estimativa de que o consumo das famílias cresça apenas 2,3% em 2014, "essa piora da demanda
interna vai interferir nas importações". "E a taxa de câmbio vai interferir nas exportações", avaliou.
Skaf destacou também que a estimativa é que o PIB brasileiro feche em 2013 com uma expansão de
2,2% e para o ano que vem cresça por volta de 2%. "Isso quando o Banco Mundial estima um
crescimento do PIB mundial para o ano que vem em torno de 3%", afirmou.
Francini acrescentou que o PIB da indústria de transformação deve cair de 2,4% neste ano para 2% em
2014 e também vai estar em linha com o desempenho nacional. Segundo ele, o resumo das estimativas
para 2014 é de um ano mais difícil para a indústria, com o consumo menor das famílias, mas com
resultados melhores na balança comercial brasileira.
Pé no chão
http://www.cdes.gov.br/
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Skaf afirmou que algumas questões políticas atrapalharam a percepção da economia em 2013. "Não foi
tão ruim quanto a percepção de alguns que viram um caos, e nem tão bom quanto o ministro da
Fazenda (Guido Mantega) anuncia toda hora", disse. Segundo Skaf, o correto é ficar no meio termo.
"Temos que ficar com os pés no chão. Nem no pessimismo de alguns, nem no otimismo exagerado de
outros."
Francini destacou que comparando o cenário de 2013 com o do ano anterior houve uma recuperação.
Segundo ele, em 2012, o PIB cresceu 1% e a indústria caiu 2,4%. "Neste ano, vamos ter um
crescimento estimado de 2,2% do PIB, com a indústria de transformação crescendo 2,4%. Comparando
os dois cenários não dá pra dizer que o ano não foi melhor do que 2012."
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10.12.2013 - Agência Estado - Jorge Gerdau nega adesão do grupo ao Refis
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau
O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, afirmou nesta terçafeira, 10, que o grupo não aderiu ao programa de renegociação de dívidas de impostos da Receita
Federal, o Refis. "Não aderimos porque não temos esse tipo de problema", afirmou o executivo.
Questionado sobre a cobrança de R$ 1,3 bilhão pela Receita, Gerdau afirmou, entretanto, que a
empresa calcula dever apenas R$ 100 milhões. O empresário, que também preside Câmara de Políticas
de Gestão da Presidência da República, participou na manhã desta terça de uma conferência sobre
educação durante o Clinton Global Initiative, que acontece pela primeira vez no País, no Rio de
Janeiro.
Gerdau comentou também o programa de concessões do governo federal, que classificou como
"inteligente e promissor".
"Para atender à demanda logística precisamos ter um estoque de projetos de investimento em
infraestrutura para que, em cima deles, possamos ter negociações inteligentes para novas concessões",
afirmou.
Segundo Gerdau, enfrentar os desafios logísticos do País é um trabalho "enorme". "É um modelo que
pode funcionar, mas precisa ter estoque de projetos para atingir rapidamente esta defasagem na
logística e manter o ritmo de investimentos. Não havia uma decisão de bancar a iniciativa privada
nesse processo, então o importante é o encaminhamento. Difícil é a decisão política, e isso foi feito".
Portos
O executivo também comentou a autorização para instalação de cinco novos portos no País, a partir da
nova legislação aprovada no primeiro semestre. "Toda nova legislação traz uma interrupção sobre
processos anteriores que vão sendo ajustados. Há um avanço, mas o cenário portuário do País,
pensando na redução do custo logístico, é um desafio enorme. Vai levar anos para o Brasil atingir
padrões de competitividade mundial", completou.
Gerdau avaliou ainda o trabalho na Câmara de Políticas de Gestão. "Melhoria de gestão é uma tarefa
de anos, é uma mudança cultural. Em empresas privadas, este processo leva até cinco anos. Na gestão
http://www.cdes.gov.br/
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pública pode chegar a dez", afirmou. "Já era esperado essa demora, mas o governo tem que bancar.
Não tem opção. Se o País quer ser competitivo, tem que melhorar a gestão", concluiu.
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10.12.2013 - Portal Terra – Gerdau: Brasil levará anos para atingir padrões mundiais de
logística
Menção ao conselheiro Jorge Gerdau
O Brasil deve levar muitos anos para recuperar o tempo perdido e atingir níveis mundiais de
competitividade, afirmou o presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau, nesta
terça-feira.
Falando a jornalistas em evento no Rio de Janeiro, Gerdau elogiou o programa de concessões de
infraestrutura logística do governo federal, mas acrescentou que as necessidades do sistema de
transporte do Brasil são grandes.
"O desafio da logística é enorme para o país e vamos levar anos para atingir padrões de custo de
logística mundial", disse Gerdau, também membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES), do governo federal.
"O programa (de concessões) mostra que o sistema é inteligente e funciona, mas para que nós
possamos atender a demanda de atraso logístico de mais de 20 anos precisamos ter um estoque de
projetos de forma a fazer boas negociações e novas concessões. Difícil é a decisão política e pelo
menos essa foi tomada", acrescentou.
O governo promoveu com sucesso leilões recentes dos aeroportos Galeão (RJ) e Confins (MG) e de
trechos das rodovias BR-060/153/262. Até o final do ano, mais dois leilões serão realizados, com o
primeiro ocorrendo no próximo dia 17 e envolvendo trecho no Mato Grosso do Sul da BR-163 e o
segundo marcado para 27 de dezembro, e envolvendo a BR-040 (DF-GO-MG).
Refis
Gerdau afirmou que sua empresa, a maior produtora de aços longos das Américas, decidiu não aderir
ao programa de refinanciamento de dívidas fiscais por não concordar com os valores cobrados pelo
governo.
"De qualquer maneira praticamente não temos problemas nessa área fiscal", disse ele. Segundo o
executivo, o passivo fiscal do grupo é de aproximadamente R$ 100 milhões. "Esse é o nosso
entendimento", sem detalhar o valor da dívida fiscal cobrada pelo governo.
O Refis, programa de parcelamento de débitos tributários em atraso, rendeu à Receita Federal R$
20,376 bilhões em novembro em recursos extraordinários, que vão reforçar o caixa e ajudar o governo
a cumprir a meta fiscal deste ano. Empresas que aderiram ao programa incluíram Vale e Fibria, CSN e
BB Seguridade.
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http://www.cdes.gov.br/
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10.12.2013 – Revista Galileu - Inovação de maneira pragmática
Menção ao conselheiro Silvio Meira
"Um livro não é um texto que se escreve, mas uma história que se inventa (...), algo quase vivo, que
toma conta do autor por muito tempo" é uma das coisas que o paraibano Silvio Meira disse em seu
blog, o Dia a Dia, Bit a Bit, sobre o livro Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor
no Brasil, que ele lançou em outubro. Silvio, que é professor titular de engenharia de software da
Universidade Federal de Pernambuco e cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do
Recife (Cesar), dedicou os últimos três anos a construção de material que fala de maneira pragmática
sobre os desafios de empreender e inovar no Brasil.
Silvio é considerado um dos profissionais mais inovadores na área de tecnologia da informação no
Brasil, e o livro, de acordo com ele, é uma construção das experiências que ele vivenciou nos últimos
dois anos - somado a seis meses de sabático, 27 capítulos em rascunho publicados no blog e uma
temporada na Universidade de Harvard, em Boston, nos EUA, como professor e pesquisador
convidado. Além disso, os trabalhos que ele desenvolveu antes, como a fundação em 2000 do Porto
Digital, um polo de desenvolvimento de startups de economia criativa em Recife também acabam
consolidados no livro.
Silvio já foi pesquisador do CNPq por mais de 15 anos, membro do comitê gestor da Internet no Brasil
e consultor da ONU para o desenvolvimento e é um dos pesquisadores brasileiros que mais analisa - e
explica - as transformações que as conexões em redes online estão trazendo para as nossas redes
offline. Nos últimos dois anos, diz ele, o que a gente tem visto no Brasil é a internet virando social e o
fortalecimento das redes sociais não digitais por isso: ―É um erro pensar que ficamos mais distantes
por causa das redes sociais online. Elas alargaram e aprofundaram os relacionamentos das redes sociais
offline‖, conta. E é conectado nessas redes que ele diz que estaremos em 2014, daqui a um ano,
durantes as eleições. ―Quero estar profundamente envolvido com esse processo, e em rede‖, disse ele.
A abordagem iconoclasta de Meira fica clara quando ele analise as motivações e as circunstâncias dos
protestos em junho no Brasil. No blog, Silvio questiona a possibilidade real de usar a internet e as
redes sociais para, como ele diz, ―aumentar a participação popular nos processos de definição e gestão
do país‖, ou seja: se os brasileiros fossem convocados a reescrever as leis do país, daria pra fazer isso
usando as redes sociais?
―Isso foi o mais importante desse processo, a demonstração do poder de rede para articular pessoas,
conectar grupos e mostrar um Brasil que muita gente não conhecia para um Brasil que não conhecia
muita gente‖, avaliou.
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09.12.2013 – Agência Estado – Skaf: PIB aponta para expansão em linha com o
mundial
Menção ao conselheiro Paulo Skaf
SÃO PAULO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,
afirmou que a federação estima que o País deve fechar o ano com um crescimento de 2,2%. "Com esse
http://www.cdes.gov.br/
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resultado do terceiro trimestre a gente acredita que o crescimento deste ano vai ficar equilibrado com o
mundial, que esse ano deve dar também em torno de 2,2%"
Segundo Skaf, para o ano que vem o resultado, no entanto, deve se descolar um pouco. "O mundo no
ano passado cresceu 3% e a gente 1%. Imaginamos crescimento mundial em torno de 3% para o ano
que vem e o Brasil vai ficar em torno dos 2%", afirmou. "Ainda não pegamos o embalo no crescimento
econômico, lamentavelmente."
O presidente da Fiesp comentou ainda sobre a insatisfação e incertezas do mercado em relação às
políticas de preço da Petrobras e a interferência do governo na estatal. "Sempre que você usa o
artificialismo não é bom para a economia e para o mercado", afirmou.
Para Skaf, "não há nenhuma posição que seja artificial que sempre dure." "Você vê a situação do preço
da gasolina, esse congelamento criou problema na Petrobras e também para o setor sucroalcooleiro."
Segundo Skaf, o Brasil tem que buscar ser competitivo com redução de custos, juros isonômicos,
menos burocracia e reformas que simplifiquem a vida das pessoas. "É correto ter competitividade, mas
tem que deixar (vigorar) a realidade do mercado. Não adianta criar artificialmente uma situação que
acaba não dando um bom resultado."
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09.12.2013 - Brasil Econômico - Resultado dos 10 bancos mais lucrativos sobe 4%
Menção ao conselheiro Murilo Portugal
Lucro no terceiro trimestre ficou em R$ 14,9 bilhões, segundo Banco Central; no mesmo período de
2012, era de R$ 14,3 bilhões
O resultado líquido dos dez bancos mais lucrativos do país cresceu 4,2% no terceiro trimestre deste
ano, em relação ao mesmo período do ano passado.Os balancetes consolidados pelo Banco Central
(BC) mostram lucro de R$ 14,9 bilhões, ante R$ 14,3 bilhões um ano antes. O valor corresponde a
88% do lucro total do sistema financeiro (1.609 instituições). Em ativos totais, a alta registrada por
esse mesmo grupo de bancos foi maior: 10,8%. Em depósitos, a alta foi de 2,9%, passando de R$ 1,48
trilhão para R$ 1,52 trilhão. No terceiro trimestre deste ano, HSBC e Citi estão fora da lista dos dez
mais lucrativos.
Considerando o total do sistema, a alta no lucro foi de 10%, passando de R$ 15,3 bilhões para R$ 16,8
bilhões em 12 meses. Em ativos totais, a alta verificada pelo sistema como um todo foi de 12,8%. O
ritmo de crescimento dos depósitos foi menor: 4% (passando de R$ 1,76 trilhão para R$ 1,83 trilhão).
A quantidade de agências aumentou, passando de 21.846 para 22.715 - mas a quantidade de
funcionários diminuiu no período, de 631.367 para 626.299. Dos dez mais lucrativos, apenas dois
mostram aumento no quadro de pessoal (Caixa e BTG). Ou seja, na maioria dos bancos, os
funcionários estão trabalhando mais do que antes.
Crescimento dos ativos maior do que o lucros significa que os bancos tiveram mais dificuldade para
rentabilizar suas operações. No entanto, este ano está melhor do que o anterior para o sistema
financeiro, na opinião de Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
http://www.cdes.gov.br/
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"Este foi um ano melhor do que 2012 para o país, para os nossos clientes e, por consequência, tambémpara o nosso setor", disse em seu discurso no evento de final de ano da entidade, semana passada.
Na ocasião, o executivo também apresentou números de crescimento do setor: a quantidade de pessoas
físicas cadastradas como clientes bancários passou de 87,7 milhões em 2005 para 132,4 milhões até
setembro deste ano. "Só em 2013 agregamos 4,8 milhões de novos clientes", afirmou.
Neste ano, os bancos realizaram em torno de 39,6 milhões de transações, um crescimento estimado de
11% em relação a 2012.
Para o executivo, a alta recente da taxa básica de juros e dos sprea-ds é circunstancial: "Precisamos
continuar reduzindo custos, aumentando a eficiência e expandindo volumes".
Portugal também disse que provavelmente será preciso mudar a composição do crédito ampliando
operações para pessoas jurídicas, para financiar o investimento e oferecer linhas de mais longo prazo.
Segundo o BC, o financiamento da produção, do capital de giro e do investimento das empresas já
representa mais da metade do crédito bancário ao setor privado, equivalendo a 29 pontos percentuais
do PIB.
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09.12.2013 - Carta Capital - Mudança de atitude
Artigo do conselheiro Delfim Netto
O governo altera sua relação com o setor privado e colhe frutos nos leilões de infraestrutura, o que
tende a reduzir o grau de incerteza que inibe os investimentos "O futuro será nosso se percebermos que
não há oposição entre governo e empresários. Ilá uma perspectiva de cooperação. Há, sobretudo,
vontade política do governo de cooperar com todos os empresários e empresárias de pequeno porte,
médio porte e grande porte."
Selecionei esse pequeno trecho da fala da presidenta Dilma Rousseff na abertura, em 18 de novembro,
do Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, em Campinas,
porque ele veio confirmar de forma muito enfática os sinais claros de uma nova postura política de seu
governo que, a meu ver, terá enorme influência na redução das incertezas a inibir a aceleração dos
investimentos privados cm nossa economia.
Ninguém ignora que grande parte das dificuldades que retardaram os investimentos na infraestrutura
neste ano, por exemplo, derivou da falta de flexibilidade nas negociações da autoridade com o setor
privado para acomodar interesses contraditórios. Recentemente, isso começou a mudar quando o
governo entendeu que as concessões de estradas de rodagem, energia e aeroportos não podiam conter
exigências inaceitáveis.
Os resultados logo apareceram, como se verificou nos leilões dos aeroportos do Galeão, no Rio de
Janeiro, e Confins, que atende a região de Belo 1 lorizonte, e nas concorrências para as rodovias no
Centro-Oeste. Nestas, a BR-050 (que liga Minas Gerais a Goiás) atraiu empresas organizadas em oito
consórcios, O leilão do trecho de Mato Grosso da BR-163, que fará a ligação de asfalto de Cuiabá a
Santarém, em território paraense, teve o concurso de sete empreiteiras.
http://www.cdes.gov.br/
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Mesmo o leilão do Campo de Libra terminou muito melhor do que muitos imaginavam, dado o clima
de aparente desconfiança que o cercava até as vésperas. E nesta primeira semana de dezembro, na
quarta-feira 4, a presidenta Dilma voltou a comemorar o sucesso de mais um leilão de concessões
rodoviárias, desta vez de 1,17 mil quilômetros das BR-060,153 e 262 em Goiás, Minas Gerais e
Distrito Federal, vencido pela oferta de menor valor da tarifa de pedágio, equivalente a um dcságio de
52% do valor máximo fixado.
Esses resultados confirmam: houve uma mudança importante da atitude do governo nas suas relações
com o setor privado. As oportunidades de i nvestimento no Brasil são imensas para as empresas
privadas, e o governo se convenceu de que com bons projetos e oportunidades de competição
adequadas é possível transferir os monopól ios públ icos para o setor privado, com benefícios sensíveis
para o estatal e maiores ainda para a sociedade.
Isso é facilitado quando são construídas agências reguladoras como instrumentos do Estado, não da
ação política. Demorou um pouco para entender que não valia a pena impor condições que acabavam
por impossibilitar a realização dos leilões, mas hoje parece ter sido superada essa postura, A
importância desses fatos é já permitir perceber que tem diminuído o mal-estar que em um dado
momento passou a existir nas relações do setor privado e governo.
O esforço para reduzir as incertezas e recapturar a confiança dos cidadãos de que é possível melhorar
os níveis de cresci mento (e certamente os de empregos) é objetivo universal prioritário para 2014.
Com exceção da China, as demais economias importantes do mundo terminam 2013 com crescimento
fraco: os Estados Unidos deverão ter um crescimento de 1,7% do PIB. A equipe econômica de O bania
faz projeções de 2,5% em 2014 e de 3% de crescimento em 2015.0 PI B mundial deve crescer 2,3% em
2013; a fantástica China prevê 7,5% neste ano, mas admite crescer algo como 7% em 2014.
A economia brasileira, quando comparada com as demais emergentes, não está em situação das mais
confortáveis, mas deve terminar 2013 com um PIB a crescer em um ritmo próximo de 2,7%, acima,
portanto, da média mundial. E com perspectiva de continuar crescendo em 2014 e nos anos seguintes.
Para terminar, registre-se o comentário do presidente Xi Jinping sobre o comportamento da segunda
maior economia do mundo, ao falar em um simpósio em 22 de novembro último, divulgado pela
Xinhua, a agência oficial de notícias da China: "Embora a situação como um todo seja boa. o ambiente
de 2014 para o desenvolvimento econômico e social não é otimista".
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08.12.2013 – Tribuna do Norte – ―Não existe pais rico sem indústria forte‖
Entrevista ao conselheiro Robson Braga
A construção de uma indústria brasileira realmente competitiva, na avaliação do presidente da
Confederação Nacional das Indústrias Robson Braga, exige o firme enfrentamento das dificuldades
estruturais, em infraestrutura, sistema tributário mais simples, desoneração dos investimentos e menos
burocracia. ―O Brasil não pode prescindir de sua indústria‖, frisou. O setor responde por 45% da
arrecadação de tributos, 25% da mão de obra ocupada e paga 25% do montante dos salários. Em
entrevista a TRIBUNA DO NORTE, Braga teceu críticas a políticas do governo federal como o
aumento da taxa Selic, que ao passo que controla a inflação, compromete a produção. ―O retorno à
Selic de dois dígitos é um desestímulo aos investimentos‖, frisou o presidente da CNI. Robson Braga é
um dos palestrantes do Seminário Motores do Desenvolvimento do RN ―Desafios e Orpotunidades da
http://www.cdes.gov.br/
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Indústria: 60 anos da Fiern‖, que será realizado dia 16 de dezembro, no Auditório Albano Franco, na
Casa da Indústria/Fiern. O projeto é realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital
Investments, Sistema Fiern, Sistema Fecomércio/RN, com apoio do BNDES e patrocínio do Sebrae e
Prefeitura do Natal. Confira a entrevista.
José Paulo Lacerda
Robson Braga de Andrade é Presidente da Confederação Nacional das Indústrias
Como o senhor avalia o atual cenário da indústria brasileira?
O cenário, infelizmente, não é bom. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre
demonstram que a indústria está estagnada, com crescimento de apenas 0,1% sobre o trimestre
anterior, de 1,9% sobre igual período de 2012 e de 1,25% no acumulado do ano até setembro. São
números muito tímidos, reflexo, em parte, dos efeitos da longa crise econômica internacional e de
fatores internos, como juros elevados, investimentos baixos e queda na competitividade. A pesquisa
da CNI Indicadores Industriais de outubro revelou recuo de 1,2% no faturamento real em relação a
setembro, embora tenha registrado aumento no emprego e nas horas trabalhadas. O desempenho da
indústria, este ano, está melhor do que em 2012, mas tem sido oscilante. Esperamos que o setor
industrial cresça, em 2013, em torno de 1%, o que é pouco.
Quais são as projeções para 2014? A retração deverá se manter ou há possibilidade de retomada de
fôlego?
Esperamos um 2014 um pouco melhor, com um crescimento do setor industrial ao redor de 1,4%. As
concessões à iniciativa privada na área de infraestrutura e os investimentos na ampla cadeia de petróleo
e gás, além da conclusão das obras para a Copa do Mundo, nos animam um pouco. Mas ainda assim
será um desempenho abaixo das nossas potencialidades.
O governo tem dado incentivos como a redução do IPI para alguns produtos e a desoneração da folha.
Na sua avaliação, quais são os resultados dessa política?
Foram duas medidas acertadas, que reduziram custos e aumentaram o consumo num momento crucial
dos efeitos, aqui dentro, da crise econômica internacional. Teríamos uma desaceleração da economia
maior se não fossem as duas iniciativas, de caráter pontual. Precisamos, agora, para retomar o
crescimento sustentado, de medidas de teor mais estrutural, como a melhoria da infraestrutura, que virá
com concessões à iniciativa privada, sistema tributário mais simples, desoneração dos investimentos e
menos burocracia, entre outros pontos.
Na sua avaliação, a alta de juros, com o aumento da taxa Selic, ao passo que controla a inflação,
compromete a produção?
Para tentar evitar que a inflação fuja da meta, o Banco Central tem aumentado a taxa básica de juros, o
que é compreensível. Mas o retorno à Selic de dois dígitos, depois de 20 meses, é um desestímulo aos
investimentos, que são a grande saída para reativar a economia brasileira. A contenção dos gastos
públicos é uma boa alternativa para combater a inflação sem que seja preciso recorrer à elevação dos
juros como único instrumento.
Os números apontam para um cenário de retração do emprego na indústria nacional. Isso deve se
prolongar em 2014?
http://www.cdes.gov.br/
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Parece surpreendente que, numa economia desaquecida, como mostraram a queda de 0,5% do PIB no
terceiro trimestre e os números da indústria que acabamos de mencionar, o emprego continue estável.
Nos Indicadores Industriais de outubro, o emprego cresceu 0,2% sobre setembro. Sua manutenção
numa atividade econômica desacelerada se explica, em especial, porque a demissão é o último recurso
do empresário, pois custa caro demitir e é difícil substituir mão de obra treinada. Não acredito que esse
cenário mude em 2014, isso é, que haja reduções significativas no nível de emprego na indústria, até
porque esperamos um ano melhor.
A carência de mão de obra qualificada na indústria ainda é preocupante? O que tem sido feito e é
necessário para melhorar esses índices?
É preocupante, sim. É um dos maiores problemas citados pelos empresários nas pesquisas da CNI. Mas
vamos dar a volta por cima. O Programa SENAI de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira,
executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que faz parte do Sistema
Indústria, vai provocar uma revolução na educação profissional e nas ações de inovação nas empresas.
Com um empréstimo de R$ 1,5 bilhão do BNDES e R$ 400 milhões em recursos próprios, o SENAI
está implantando 23 Institutos SENAI de Inovação e 43 Institutos SENAI de Tecnologia, voltados para
pesquisa aplicada e serviços tecnológicos de alta complexidade. Os institutos serão instalados em todas
as regiões, de acordo com as respectivas vocações industriais. Vamos reconfigurar o ensino
profissional e formar profissionais de nível superior alinhados às necessidades do setor produtivo. O
objetivo é gerar conhecimento para áreas-chave, como microeletrônica, biomassa, engenharia de
superfície, e tecnologia da comunicação e informação. Os alunos, focados em pesquisa aplicada, serão
estimulados a trabalhar na antecipação de tendências tecnológicas. Nossa meta, que vamos cumprir, é
atingir 4 milhões de matrículas em 2014. Além da educação e da qualificação, o Programa oferecerá
às empresas serviços em cadeia e testes laboratoriais, muitos dos quais feitos hoje no exterior.
A infraestrutura ainda é um dos grandes gargalos para a expansão da indústria no país? O que é
necessário para reverter o quadro?
Sem dúvida. O Brasil está atrasado em infraestrutura comparativamente a países concorrentes.
Investimos apenas 2% do PIB no setor, o que representa um terço do que é aplicado na China e no
Chile, e metade do investido na Índia. Nossa malha ferroviária é pequena e ultrapassada. O Brasil
possui 3,5 quilômetros de ferrovias para cada mil quilômetros quadrados de território, enquanto a
China tem nove quilômetros; a Argentina, 13; e os Estados Unidos, 23. Só 34% das rodovias
administradas pelo setor público estão em estado bom ou ótimo. O Programa de Investimentos em
Logística, que estimula a participação da iniciativa privada em infraestrutura, veio em boa hora. Esse
panorama crítico vai mudar. Os recentes leilões de rodovias e aeroportos foram um sucesso. É
necessário acelerar as concessões também nos portos e nas ferrovias. Temos que nos preparar para a
demanda por transportes, que não para de crescer.
O que falta ao Brasil para sermos desenvolvidos industrialmente?
A construção de uma indústria brasileira realmente competitiva exige o firme enfrentamento das
dificuldades estruturais, além das meramente conjunturais. Sabemos quais são esses entraves: sistema
tributário complexo; legislação trabalhista anacrônica, de altíssimo custo; educação deficiente;
infraestrutura precária; crédito caro e burocracia sufocante, entre outros. A reversão desse quadro passa
pela ampliação da taxa de investimento no país, o que pressupõe o reforço da confiança do
empresariado brasileiro. Além disso, são necessárias ações efetivas para assegurar a redução das
http://www.cdes.gov.br/
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incertezas na gestão macroeconômica, avançar nas reformas capazes de elevar a competitividade e
contribuir para a diminuição dos custos de produção, reduzir as incertezas regulatórias que geram
insegurança jurídica e limitam decisões de investir, e direcionar os gastos governamentais para
investimentos. O Brasil não pode prescindir de sua indústria. Ela é fundamental, pois responde por
45% da arrecadação de tributos, emprega 25% da população e paga 25% do montante dos salários. Não
há país rico sem indústria forte.
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06.12.2013 – O Estado de S.Paulo - Ex-Anfavea será presidente da divisão de defesa da
Embraer
Menção ao conselheiro Jackson Schneider
Jackson Schneider substituirá Luiz Aguiar no comando da EDS em março; área é a que mais f cresce
na empresa
Marina Gazzoni
O presidente da Embraer Defesa e Segurança (EDS), Luiz Aguiar, deixará o comando da companhia
em março de 2014, informou a Embraer, em comunicado. O executivo será substituído pelo atual vicepresidente de Pessoas, Relações Institucionais e Sustentabilidade, da Embraer, Jackson Schneider.
Aguiar entrou na Embraer como presidente do Conselho de Administração em abril de 2004, indicado
pela Previ. Ele se tornou executivo da empresa em 2006, passando pelos cargos de vice-presidente de
Defesa e Governo e vice-presidente financeiro de relações com investidores. Aguiar participou do
processo de criação de EDS, em 2011, e preside a empresa desde então. A renúncia foi motivada por
razões pessoais e ele já prepara a sua saída há cerca de um ano, disseram fontes próximas à empresa.
Schneider ingressou na Embraer cm meados de 2011, depois de uma carreira de quase 20 anos na
Mercedes-Benz e de ocupar a presidência da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea)
entre 2007 c 2010. Ele chega para o comando da empresa com experiência em negociações com
governos, uma habilidade importante na área de defesa, que tem como principais clientes as forças
armadas de diversos países.
A companhia informou, em comunicado, que passará por um período de transição até o fim de
fevereiro.
Além da troca no comando da EDS, a companhia também anunciou que o mandato do atual vicepresidente do Negócio de Aviação Executiva, Ernest Joseph Edwards, será encerrado antecipadamente
em 31 de dezembro. Ele será substituído pelo vice-presidente de operações da Embraer Aviação
Executiva, Marco Pellegrini.
Defesa. A divisão de defesa e segurança é a área da Embraer que mais cresce nos últimos anos. A EDS
superou a marca de US$1 bilhão de faturamento em 2012, quando registrou um crescimento de 24%.
No ano passado, a área representou 17% da receita total da Embraer, atrás ainda das divisões de
aviação comercial e executiva.
http://www.cdes.gov.br/
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A expectativa da empresa é de que a unidade continue a crescer expressivamente nos próximos anos.
Em março, Aguiar disse em encontro com a imprensa que a companhia deveria crescer em média 12%
ao ano até 2020.
No próximo ano, espera-se que a Força Aérea Brasileira (FAB) assine um pedido firme pelo primeiro
avião militar de carga da Embraer, o KC-390. A empresa investiu US$2 bilhões no desenvolvimento
do avião que competirá com o Hercules, da Lockheed Martin.
O cargueiro militar é uma aposta da empresa para um mercado que, segundo estimativas da Embraer,
deve demandar cerca de 700 aeronaves nos próximos dez anos cm transações que podem somar US$
50 bilhões./ com Reuters e Roberto Godoy
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05.12.2013 – Reuters - Aguiar deixará Embraer Defesa e Segurança; Schneider
assumirá—fonte
Menção ao conselheiro Jackson Schneider
Brad Haynes
SÃO PAULO, 5 Dez (Reuters) - O presidente da Embraer Defesa e Segurança, uma unidade da
fabricante brasileira de aviões, deixará a companhia no começo de 2014, após ter reestruturado o
negócio de defesa do grupo e elevado os padrões de governança em meio a uma investigação, disse
uma fonte a par do assunto à Reuters nesta quinta-feira.
Luiz Carlos Aguiar decidiu deixar a Embraer depois de ter trabalhado por 10 anos na companhia. Ele
será substituído por Jackson Schneider, atualmente vice-presidente de Pessoas, Relações
Institucionais e Sustentabilidade da Embraer.
Procurada sobre a mudança na presidência da Embraer Defesa e Segurança, a fabricante de jatos se
recusou a comentar o assunto.
Aguiar assumiu o comando dos negócios de defesa da Embraer no começo de 2011, mais de um ano
após a venda de 92 milhões de dólares para as forças armadas da República Dominicana, um negócio
que é alvo de investigação por autoridades nos Estados Unidos e no Brasil devido à suposta corrupção.
A investigação, iniciada pelo Departamento de Justiça dos EUA e pelo órgão regulador de mercados
norte-americano, a SEC, sob a Lei de Práticas de Corrupção Estrangeiras de 2010, foi ampliada para
envolver outros países e levou a uma investigação interna sobre as práticas de vendas da Embraer.
Promotores brasileiros também começaram uma investigação criminal de executivos envolvidos.
Aguiar não tem sido questionado na investigação, de acordo com a fonte, que falou sob condição de
anonimato.
Schneider, que assumirá o lugar de Aguiar, trabalhou na Mercedes Benz em 2011, após uma carreira
que começou no setor público e antes de se juntar à Embraer. Ele já atuou também como presidente da
associação nacional de montadoras, a Anfavea.
http://www.cdes.gov.br/
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O executivo assumirá a divisão de maior crescimento da Embraer, conforme o governo se prepara para
se tornar um cliente ainda mais relevante da terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo.
No próximo ano, espera-se que a Força Aérea Brasileira (FAB) assine um pedido firme pelo primeiro
avião militar de carga da Embraer, o KC-390, após investir 2 bilhões de dólares no desenvolvimento
do avião que competirá com o Hercules, da Lockheed Martin.
Às 14h, as ações da Embraer operavam em alta na Bovespa de 0,98 por cento, a 17,54 reais.
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05.12.2013 - Brasil Econômico - A premissa essencial da erradicação da miséria
Menção ao conselheiro Antoninho Marmo Trevisan
Lançado recentemente, o Relatório Anual 2013 do Banco Mundial (BIRD), que teve pouco destaque
na mídia brasileira, apresenta como foco um tema da maior importância: a meta de reduzir para 3%, até
2030, o índice de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia. Seu conteúdo alerta para a
necessidade de se promover a melhoria de rendimentos dos 40% mais pobres, enfatizando que nenhum
país saiu da condição de economia de renda média mantendo níveis elevados de desigualdade.
O trabalho salienta, por outro lado, que nas últimas três décadas o quadro mundial melhorou, pois
o percentual de pessoas que vivem em pobreza extrema em 2013 é menos da metade do que era em
1990. Porém, mais de um bilhão de indivíduos ainda está desamparado e a curva da desigualdade e da
exclusão social parece estar recrudescendo em várias nações. Por isso, é necessário vencer muitos
desafios urgentes e complexos para manter o recente impulso de redução da miséria.
A recuperação econômica do mundo permanece frágil em 2013, cinco anos após a eclosão da
crise internacional, observa o relatório do BIRD, salientando que os países desenvolvidos lutam contra
o alto desemprego e a fraca expansão de seus PIBs, enquanto as nações em desenvolvimento estão
crescendo mais lentamente. Nesse cenário, o processo de mitigação da pobreza torna-se mais difícil.
Uma das prioridades apontadas é tornar os Estados mais eficientes e capazes de prestar serviços
públicos de qualidade. Muitos governos, contudo, não conseguem atender às demandas. Em
decorrência disso, cerca de 7% da população não têm acesso a água potável e 20% dos latinoamericanos ainda carecem de serviços de saneamento básico. A insegurança é outro problema grave.
Os custos com segurança e cuidados de saúde chegam a quase 8% do PIB na América Central, 5% no
Brasil e 3,7% na Jamaica.
O trabalho cita o nosso país, assim como os demais, em exemplos pontuais como esse relativo
aos gastos orçamentários. Sabemos, porém, que o Brasil, a despeito do grande movimento de inclusão
socioeconômica dos últimos anos, ainda tem cerca de 16 milhões de pessoas a serem resgatadas da
miséria, segundo dados oficiais. Independentemente das análises e ações de caráter internacional,
somente venceremos esse desafio se cumprirmos com eficácia algumas tarefas primordiais para a
retomada de um ciclo de crescimento econômico mais substantivo.
Em caráter de urgência, é necessário sanar problemas que estão provocando desconfianças e
suscitando o ceticismo dos investidores quanto à economia nacional. Refiro-me aos resultados
negativos da balança comercial e das transações em contas correntes em 2013 e à deterioração do
http://www.cdes.gov.br/
47
balanço fiscal do governo, que vai se tornando indisfarçável. E, por mais redundante que seja, é preciso
insistir na premência das reformas tributária, previdenciária e trabalhista, segurança jurídica e menos
burocracia no ambiente de negócios.
Programas como o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo e outras medidas com as quais o
Estado atende os mais pobres são importantes, porém insuficientes ante as dimensões da miséria. A
premissa essencial para erradicá-la é o crescimento econômico sustentável, que promove a inclusão
social e a distribuição de renda por meio do trabalho.
*Antoninho Marmo Trevisan é o presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho
Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social da Presidência da República).
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04.12.2013 – Agência Estado - Crédito no País cresce acima do PIB, diz Febraban
Menção ao conselheiro Murilo Portugal
Ricardo Leopoldo
SÃO PAULO - O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou
hoje ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que vê "positivamente" a perspectiva de
concessão de crédito pelos bancos em 2014. "Fazemos mensalmente pesquisas de crédito", explicou.
"Em outubro, a expectativa para o ano que vem era de que a carteira total cresça 14,6%. Isso vai
manter um processo que estamos registrando no Brasil e deve completar dez anos em 2014, que é
crescimento do crédito mais rápido do que o PIB", destacou. Para 2013, ele acredita que o ritmo de
incremento da liberação de empréstimos pelas instituições financeiras deve avançar ao redor de 15%.
"Para 2014, o crédito direcionado vai ter um crescimento mais forte, é uma tendência. É esperada uma
expansão de 18,2% para o próximo ano. E para recursos livres deve ocorrer um incremento de 12,1%",
disse Portugal. Para pessoas físicas, é aguardado um avanço de 11,5% e para jurídicas, uma alta de
13,4%. "É um cenário generalizado no qual os vários segmentos do mercado de crédito vão continuar
crescendo mais rápido do que o PIB", afirmou. "E isto vai continuar com o crédito consignado e
pessoal. No caso de veículos, deve ocorrer uma elevação de 11%", apontou.
Consumo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, na terça-feira, 3, que a concessão de crédito pelos
bancos ainda não está normal no País e, se estivesse, ajudaria a aumentar o resultado do consumo das
famílias e do PIB em 2013. Ao ser questionado sobre a avaliação do ministro, o presidente da Febraban
afirmou: "Eu não assisti à entrevista. Não vou comentar nem responder esta pergunta."
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04.12.2013 - Agência Estado - Skaf: PIB aponta para expansão em linha com o mundial
Menção ao conselheiro Paulo Skaf
Carla Araújo
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que a
federação estima que o País deve fechar o ano com um crescimento de 2,2%. "Com esse resultado do
http://www.cdes.gov.br/
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terceiro trimestre a gente acredita que o crescimento deste ano vai ficar equilibrado com o mundial,
que esse ano deve dar também em torno de 2,2%"
Segundo Skaf, para o ano que vem o resultado, no entanto, deve se descolar um pouco. "O mundo no
ano passado cresceu 3% e a gente 1%. Imaginamos crescimento mundial em torno de 3% para o ano
que vem e o Brasil vai ficar em torno dos 2%", afirmou. "Ainda não pegamos o embalo no crescimento
econômico, lamentavelmente."
O presidente da Fiesp comentou ainda sobre a insatisfação e incertezas do mercado em relação às
políticas de preço da Petrobras e a interferência do governo na estatal. "Sempre que você usa o
artificialismo não é bom para a economia e para o mercado", afirmou.
Para Skaf, "não há nenhuma posição que seja artificial que sempre dure." "Você vê a situação do preço
da gasolina, esse congelamento criou problema na Petrobras e também para o setor sucroalcooleiro."
Segundo Skaf, o Brasil tem que buscar ser competitivo com redução de custos, juros isonômicos,
menos burocracia e reformas que simplifiquem a vida das pessoas. "É correto ter competitividade, mas
tem que deixar (vigorar) a realidade do mercado. Não adianta criar artificialmente uma situação que
acaba não dando um bom resultado."
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03.12.2013 – Brasil Econômico - A premissa essencial da erradicação da miséria ::
Artigo do conselheiro Antoninho Marmo Trevisan
Presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do CDES (Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social da Presidência da República)
Lançado recentemente, o Relatório Anual 2013 do Banco Mundial (BIRD), que teve pouco destaque
na mídia brasileira, apresenta como foco um tema da maior importância: a meta de reduzir para 3%, até
2030, o índice de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia. Seu conteúdo alerta para a
necessidade de se promover maior expansão de renda dos 40% mais pobres, enfatizando que nenhum
país saiu da condição de economia de renda média mantendo níveis elevados de desigualdade.
O trabalho salienta, por outro lado, que nas últimas três décadas o quadro mundial melhorou, pois o
percentual de pessoas que vivem em pobreza extrema em 2013 é menos da metade do que era em
1990. Porém, mais de um bilhão de indivíduos ainda estão desamparados e a curva da desigualdade e
da exclusão social parece estar recrudescendo em várias nações. Por isso, é necessário vencer muitos
desafios urgentes e complexos para manter o recente impulso de redução da miséria.
A recuperação econômica do mundo permanece frágil em 2013, cinco anos após a eclosão da crise
internacional, observa o relatório do BIRD, salientando que os países desenvolvidos lutam contra o
alto desemprego e a fraca expansão de seus PIBs, enquanto as nações em desenvolvimento estão
crescendo mais lentamente. Nesse cenário, o processo de mitigação da pobreza torna-se mais difícil.
Uma das prioridades apontadas é tornar os Estados mais eficientes e capazes de prestar serviços
públicos de qualidade. Muitos governos, contudo, não conseguem atender às demandas.
Em decorrência disso, cerca de 7% da população não têm acesso a água potável e 20% dos latinoamericanos ainda são desprovidos de saneamento básico. A insegurança é outro problema grave. Os
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custos com segurança e cuidados de saúde chegam a quase 8%do PIB na América Central, 5% no
Brasil e 3,7% na Jamaica. O trabalho cita pontualmente o nosso país, assim como os demais, em
exemplos pontuais como esse relativo aos gastos orçamentários.
Sabemos, porém, que o Brasil, a despeito do grande movimento de inclusão socioeconômica dos
últimos anos, ainda tem cerca de 16 milhões de pessoas a serem resgatadas da miséria, segundo dados
oficiais. Independentemente das análises e ações de caráter internacional, somente venceremos esse
desafio se cumprirmos com eficácia algumas tarefas primordiais para a retomada de crescimento
econômico mais substantivo.
Em caráter de urgência, é necessário sanar problemas que estão provocando desconfianças e suscitando
o ceticismo dos investidores quanto à economia nacional. Refiro-me aos resultados negativos da
balança comercial e das transações em conta corrente em2013 e à deterioração do balanço fiscal do
governo, que vai se tornando indisfarçável.
E, por mais redundante que seja, é preciso insistir na premência das reformas tributária, previdenciária
e trabalhista, segurança jurídica e menos burocracia no ambiente de negócios. Programas como o Bolsa
Família, o aumento do salário mínimo e outras medidas comas quais o Estado atende aos mais pobres
são importantes, porém insuficientes ante as dimensões da miséria. A premissa essencial para erradicála é o crescimento econômico sustentável, que promove a inclusão social e a distribuição de renda por
meio do trabalho.
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03.12.2013 – Revista Época – Jorge Gerdau: "O Brasil tem de mudar para não ficar
para trás"
Entrevista ao conselheiro Jorge Gerdau Johannpeter
O empresário que fundou o Movimento Brasil Competitivo acha que o país pode dar um salto se
melhorar a eficiência administrativa e cuidar da visão estratégica
PRIVATIZAÇÃO
Em sua trajetória na iniciativa privada, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do
Conselho de Administração da Gerdau, um dos maiores grupos siderúrgicos da América Latina,
destacou-se por sua preocupação constante com a qualidade de gestão e a competitividade do Brasil na
arena global. Desde 2001, quando fundou o Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau passou a
se dedicar de forma intensa, voluntariamente, à melhoria da gestão de diversos Estados e municípios
pelo país. Nos últimos três anos, como presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e
Competitividade (CGDC), ele recebeu a missão de pensar essas questões estrategicamente e sugerir
medidas para melhorar a eficiência do governo federal e o ambiente de negócios. Na semana passada,
Gerdau, aos 76 anos, recebeu ÉPOCA para uma entrevista no escritório de seu grupo em São Paulo.
ÉPOCA – Depois de quase três anos como presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho
e Competitividade (CGDC), qual o seu diagnóstico? Quais são os grandes desafios para o Brasil
melhorar sua posição no cenário global?
Jorge Gerdau – O grande desafio hoje é aumentar a capacidade operacional do governo: atender
melhor o cidadão e criar melhores condições de negócios para o empresariado. A eficiência é
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absolutamente necessária. Ainda trabalhamos com a mistura de funções políticas dentro da
administração profissionalizada. Nos Estados e municípios, a questão da tecnologia de gestão já entrou
no debate há mais de dez anos. Agora, tem de entrar também no governo federal. Como o governo
federal detém 20% do PIB (Produto Interno Bruto), dos 40% que cabem ao setor público como um
todo, o país ficará para trás se não fizer as mudanças necessárias.
>> PIB brasileiro caiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, diz IBGE
ÉPOCA – Até que ponto a presidente Dilma Rousseff está empenhada em levar adiante os projetos e as
sugestões da Câmara de Gestão?
Gerdau – Acredito que o ato da presidenta de criar essa estrutura não deixa de ser um indicativo de
como ela valoriza isso. Tem a ver com sua percepção de que é preciso desenvolver uma cultura de
gestão no governo. Ela é uma gestora por formação, certo?
ÉPOCA – Se o senhor diz isso...
Gerdau – Vou lhe mostrar os problemas que ela atacou e que ninguém nunca havia atacado. Você pode
provocar quem quiser, mas, se não tivermos uma visão mais estratégica, de mexer nas limitações que
existem hoje, não chegaremos lá – e a Dilma tem essa percepção. Agora, ela está amarrada. O cenário
em que ela tem de se mover é absolutamente impeditivo. É muito importante levar isso em conta. Há
um ano, Dilma inteligentemente colocou as concessões como prioridade. É um processo duro, porque
faltam projetos. Construir projetos é difícil. Estabelecer concorrências com esses projetos é uma
trabalheira. Mas esse fenômeno que aconteceu agora com a concessão dos aeroportos é um
rompimento extremamente importante. Alguém poderia esperar que os leilões dos aeroportos fossem
dar o resultado que deram?
>> Arno Augustin: "Não sei o que é contabilidade criativa"
ÉPOCA – O senhor acredita que um governo que tem 39 ministérios e 25 mil cargos de confiança tem
credibilidade para falar em eficiência?
Gerdau – Os países mais maduros conseguiram mexer nesse negócio. Muda o ministro e ele leva só
três ou quatro pessoas consigo, não dezenas ou centenas de funcionários em cargos de confiança. O
Brasil já tem exemplos de meritocracia no setor público: o Banco do Brasil, o BNDES, o Itamaraty, o
Exército, a Embrapa, o Banco Central. O modelo está aí. Por que ele não pode ser replicado? Por que
essas estruturas que funcionam com base na meritocracia não foram invadidas pelas indicações
políticas? Não me conformo com a ideia de que, nos próximos dez ou 20 anos, continuaremos a ter um
crescimento médio de 2,5% ou 3% ao ano, como aconteceu nas últimas décadas. Tem de ser mais. Se
corrigirmos essas coisas, chegaremos a índices maiores de crescimento, de eficiência, de qualidade de
vida.
"Uma empresa privada que funcionasse como o Brasil estaria falida"ÉPOCA – O senhor consegue
imaginar uma empresa privada funcionando assim?
Gerdau – Não. Estaria falida. Essa é a diferença: a empresa privada morre, e o governo não morre. As
lideranças brasileiras em várias áreas têm de analisar esse problema de forma muito clara. No setor
privado, a governança (conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que
regulam a maneira como uma empresa é administrada ou controlada) se aprimorou pela pressão do
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mercado. Um grupo como a Gerdau, com ações negociadas na Bolsa de Nova York, sofre uma pressão
enorme do mercado. Na estrutura do governo, não vemos essa mudança. Mas a competição global
exige isso. Pode 40% do PIB (Produto Interno Bruto) não discutir governança? Não. Não tenho a
solução política para a equação, mas o problema tem de ser posto na mesa.
>> Marco Antonio Villa: "A década petista é a década da falácia"
ÉPOCA – Até que ponto é possível o governo ser mais eficiente com uma visão de curto prazo, que
pensa no benefício imediato, no que dá voto.
Gerdau – É indispensável pensar uma política de longo prazo e estabelecer metas claras, como o
objetivo do PIB, do índice de poupança. O modelo atual, de antecipação de consumo e financiamento,
bateu no teto ou passou do teto. O grande problema do país é a poupança. O Brasil tem de chegar a
uma poupança de 24% a 25% do PIB (hoje está na faixa de 15%). Um estudo do Banco Mundial
mostra que, com uma poupança doméstica abaixo de 20%, o país não cresce mais de 2,5% ao ano. Falo
isso há dez anos: poupança, poupança, poupança – e investimento em infraestrutura. Muito tempo
atrás, fiz uma pergunta: ―Por que a China cresce e o Brasil não?‖. Aí, cheguei a esse círculo virtuoso:
poupança, investimento, desenvolvimento, geração de empregos. Por isso, digo que o debate deve ser
feito dentro de uma visão estratégica que definará aonde queremos chegar.
ÉPOCA – Nos últimos anos, o governo adotou diversas medidas protecionistas para beneficiar a
indústria nacional. Até que ponto o protecionismo afeta a competitividade do país?
Gerdau – O protecionismo não favorece o crescimento, mas evita o desaparecimento da indústria. Não
gosto do conceito de protecionismo, mas, quando macrofatores mundiais afetam as moedas, tenho de
analisar melhor o quadro.
ÉPOCA – Quem pagará essa conta, o consumidor?
Gerdau – É o consumidor, mas você tem de definir o que quer. A manufatura do Brasil já caiu de 32%
para 24% e de 24% para 13% do PIB. Você acha que o Brasil deve abrir mão de sua indústria? Quem
acha que tem de abrir mão? Se você corrigir os problemas de logística e o sistema tributário, a
discussão muda de figura. São duas deficiências que têm de ser corrigidas. A reforma tributária está na
nossa mão e melhoraria enormemente a competitividade do Brasil. O governo começou a atacar a
questão da infraestrutura por meio das concessões.
ÉPOCA – Em 2013, o Brasil crescerá uns 2,5%. Em 2012, cresceu apenas 0,9%. O que acontece? O
que emperra o crescimento?
Gerdau – Como já disse, poupança e investimento. É o governo que não cumpre a parcela dele, não o
setor privado. O setor privado tem uma taxa de poupança e investimento na faixa de 30% do PIB. O
setor governamental, que representa 40% do PIB, não tem poupança e investe pouco.
ÉPOCA – No fim a responsabilidade por esse baixo crescimento é em boa medida do próprio governo.
Gerdau – É do próprio governo, de sua macroestratégia política. O PIB inteiro não é suficiente para
atender à demanda social. Então, é preciso aprender a gerenciar com mais eficiência a escassez.
ÉPOCA – O senhor está otimista com a economia em 2014?
Gerdau – Ficará mais ou menos como está. Em relação ao mundo, não é o pior cenário. Difícil está na
Europa. O Brasil está navegando razoavelmente bem. Mas não é esse o Brasil com que sonhamos.
ÉPOCA – No ano que vem, teremos eleições presidenciais. De que lado o senhor ficará?
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Gerdau – Meu sonho é que se aproveite o debate político não só para conquistar o voto popular, algo
emocional. Gostaria que as lideranças políticas, econômicas e acadêmicas aproveitassem a eleição para
debater propostas de visão estratégica do país. É o momento. Não perdi a esperança. Reclamo, discuto
os defeitos, mas não achei lugar melhor para trabalhar e viver que o Brasil.
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03.12.2013 – Agência Estado - Setor de TI já projeta crescimento menor em 2013
Menção ao conselheiro Antonio Gil
O setor de Tecnologia da Informação (TI) sentiu os efeitos da desaceleração da atividade econômica ao
longo deste ano e já projeta um crescimento menor do que o esperado no início do ano. Inicialmente, a
expectativa era de um aumento do faturamento das empresas entre 12% e 14%, mas agora esse número
pode ficar entre 8% e 10%, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia
da Informação e Comunicação (Brasscom), Antonio Gil.
Segundo ele, o setor costuma se descolar do crescimento da economia, expandindo-se num ritmo
maior. No entanto, as empresas vêm sentindo o efeito da desaceleração. "O setor está vendo a atividade
mais fraca", disse. O PIB recuou 0,5% no terceiro trimestre frente ao segundo e o setor de serviços
avançou 0,1% no mesmo período. Os serviços de TI se relacionam com os mais diversos segmentos e
portes de empresas.
A Totvs, principal empresa brasileira de TI, já havia dado indícios do desaquecimento, há cerca de um
mês, durante a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Segundo o vice-presidente executivo da
companhia, Alexandre Dinkelmann, o cenário econômico segue sem sinais de retomada da atividade.
O executivo da Totvs afirmou que há uma percepção de que os clientes estão alongando o processo de
compra e a decisão de investimentos em softwares para projetos mais complexos. "O processo de
venda tem levado mais tempo para ser concluído", afirmou, acrescentando, porém, que o cenário mais
adverso não atinge os clientes de menor porte, mas está concentrado nos maiores clientes.
Outro fator que trouxe insegurança ao setor se refere às incertezas quanto aos rumos do marco civil da
internet, no ponto da neutralidade de redes, e dos investimentos em data centers. "Essa questão da
espionagem criou um mal estar generalizado, que está deixando o horizonte (para investimento) do
setor mais complexo", afirmou Gil, da Brasscom.
Apesar do cenário mais adverso este ano, Gil destaca que o setor de TI vem avançando em um ritmo
superior ao da média mundial. No ano passado, o segmento cresceu 5,9% em média no mundo, sendo
10,8% no Brasil. "Se crescermos 8% já será uma expansão importante", pontuou.
Gil acrescentou que ao longo deste ano a associação já recebeu mais de 150 grupos de empresas
internacionais dispostas a investir no Brasil. "Ainda há um grande interesse pelo Brasil", disse,
acrescentando que o movimento de listagem de empresas de TI em bolsa fortalece este cenário.
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03.12.1203 – O Estado de S.Paulo - Vale reduz investimentos pelo 39 ano consecutivo
e deve vender mais ativos
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira
Fernanda Guimarães Altamiro Silva Junior
CORRESPONDENTE/ NOVA YORK
A mineradora Vale reduziu pelo terceiro ano consecutivo o seu programa de investimentos e anunciou
para 2014 um orçamento de US$ 14,8 bilhões, queda de 9,2% em relação aos investimentos
programados para 2013, de US$ 16,3 bilhões. O Brasil será destino de 65% a 70% desse total O
presidente da Vale, Murilo Ferreira, minimizou a redução dos aportes e disse que o valor mais baixo
reflete o maior foco da empresa em seus principais negócios, já que a companhia está se concentrando
nas áreas mais rentáveis, promovendo ao longo dos últimos meses a venda de ativos, considerados não
estratégicos, situação que deve continuar no ano que vem.
Diante de um menor portfólio de ativos, a Vale destacou que o seu pico de investimentos ficou para
trás. Em 2011, a mineradora encerrou o ano com aportes de US$ 18 bilhões e esse valor vem caindo
desde então. A intenção da empresa é manter os ativos de maior rentabilidade, desinvestir aqueles fora
do centro do negócio e tentar mitigar riscos buscando parceiros em alguns de seus projetos, como o de
potássio, que a empresa possui no Canadá. Atualmente, o principal projeto da Vale é o Serra Sul, o
S11D, orçado em US$ 20 bilhões e que adicionará 90 milhões de toneladas à capacidade da
companhia.
Conforme sua tradição, a Vale apresentou o seu programa de investimentos em Nova York, em reunião
com analistas. Ferreira e a mesa de executivos da companhia reafirmaram em mais de um momento o
trabalho da empresa em ter disciplina de capital e sinalizaram que a mineradora tem mais espaço para
reduzir seus custos.
Em 2014, a Vale deverá anunciar a venda de mais ativos. O corredor Nacala, de Moatize,
Moçambique, por exemplo, está nessa lista. A mineradora informou ontem que sua intenção é diminuir
a sua atual participação de 70% pela metade, mas que pretende manter o controle. Um dos objetivos é
mitigar os riscos desse projeto e também diminuir sua obrigaI ção em alocaçãa de capital.
Uma nova fatia da companhia de logística VLI e ativos de gera: ção de energia também deverão entrar
na lista de ex-ativos da companhia em breve. Nesteano, a companhia está mantendo o ritmo de seus
desinvestimentos. Entre as principais vendas estão uma fatia da VLI e a participação na produtora de
alumínio em Norsk Hydro.
"Quando eu comecei na Vale em maio de 2011, disse que o foco da empresa era oferecer o me; lhor
retorno para os acionistas. Portanto, não deveríamos ter antos projetos e deveríamos focar em
investimentos de classe mundial, de baixo custo e qualidade diferenciada de minério", destacou o
presidente da Vale.
Produção menor. Mesmo mostrando disciplina na alocação de capital e que o programa de
desinvestimentos continuará, o mercado não ficou satisfeito com a redução da estimativa de produção
de minério de ferro para 2014. A Vale projeta produzir no próximo ano 312 milhões de toneladas do
insumo, ante 326 milhões de toneladas previstas há um ano. Se cumprida essa meta, a volume
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significará um crescimento muito pequeno em relação a 2013, ano em que a produção deverá fechar
em 306 milhões de toneladas.
A equipe de análise do BTG Pactuai, por exemplo, afirmou que estava desapontada com essa previsão.
Com isso, as ações PNA da mineradora encerraram o pregão de ontem com queda de 0,95% e as ON
de 1,78%.
A Vale vem enfrentando problemas de licenciamento para conseguir aumentar a sua produção,
principalmente por conta de questões ambientais envolvendo cavernas com vestígios arqueológicos. A
companhia explicou que já conseguiu as liberações para as cavernas referentes ao projeto Serra Sul,
mas que ainda aguarda as aprovações para o Sistema Norte. A projeção é que essas liberações ocorram
em até dois meses.
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03.12.2013 – O Globo - Vale investirá 9,2% menos em 2014
Menção ao conselheiro Murilo Ferreira
Empresa anuncia US$ 14,8 bilhões, queda pelo terceiro ano seguido
Isabel De Luca
Ao anunciar, ontem, uma redução de 9,2% no volume total de investimentos planejados pela Vale para
2014 —uma queda pelo terceiro ano seguido —, o presidente da empresa, Murilo Ferreira, atribuiu a
decisão a uma mudança de foco que vem sendo adotada pela companhia nos últimos anos. A empresa
planeja investir US$ 14,8 bilhões em 2014. Este ano, devem ser registrados US$ 15,5 bilhões, menos
que os US$ 16,3 bilhões estimados anteriormente.
Em entrevista durante o Vale Day, evento que reuniu investidores na Bolsa de Valores de Nova York,
Ferreira disse que a ideia é buscar "disciplina na alocação de recursos" e centralizar esforços em um
número menor de projetos.
— Quando eu comecei na Vale, em maio de 2011, disse que o foco da empresa era oferecer o melhor
retorno para os acionistas. Portanto, não deveríamos ter tantos projetos e deveríamos focar em
investimentos de classe mundial, de baixo custo e qualidade diferenciada de minério — afirmou
Ferreira. — Quando você foca em projetos de grande volume, é normal que haja redução no volume de
recursos, mas isso significa foco.
REFIS NÃO AFETA CAIXA
De acordo com o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, entre 65% e 70% dos recursos serão
aplicados no Brasil.
— Os desinvestimentos vão continuar em todos os negócios que não são o core business da empresa.
Não pode ser surpresa quando nós vendemos a Caulim, quando vendemos as ações de alumínio da
Norsk Hydro, ou mesmo da VLI, mas não vamos fazer isso a qualquer preço — garantiu Ferreira.
Temos hoje 70% do corredor Nacala (em Moçambique) e pretendemos vender 35% menos uma ação.
A Vale pretende manter o controle operacional no sistema logístico. Também vamos admitir sócio,
porque isso pode trazer benefícios estratégicos.
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Com relação à dívida de R$ 22 bilhões com a Receita Federal, refinanciada por 15 anos após sua
adesão ao Refis — encerrando uma briga na Justiça sobre o pagamento de impostos sobre o lucro de
suas subsidiárias no exterior —, Ferreira disse que todas as parcelas serão pagas com recursos do fluxo
de caixa da empresa.
— Na sexta-feira passada pagamos R$ 5,965 bilhões com recursos do caixa da empresa.
Segundo Siani, o valor a ser pago por ano à Receita é pouco mais de 1% do faturamento da Vale.
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03.12.2013 – Valor Econômico – Vendas no 2º semestre estão surpreendentes, diz
Luiza Trajano
Menção à conselheira Luiza Helena Trajano
SÃO PAULO - Para Luiza Helena Trajano, presidente da rede de varejo Magazine Luiza, o segundo
semestre deste ano foi melhor do que o primeiro semestre e as vendas foram surpreendentes. ―O varejo
está crescendo mais do que o Produto Interno Bruto (PIB). Foi um segundo semestre muito melhor do
que o primeiro‖, afirmou ela, mas sem citar números.
Após participar de uma cerimônia de premiação promovida pela revista ―IstoÉ‖, em São Paulo, a
empresária afirmou que o mês de setembro foi um exemplo de surpresa no desempenho da rede.
―Normalmente, é o setembro-negro, mas nesse ano, setembro foi o melhor mês que já tivemos‖, disse
ela.
Para a empresária, a boa performance do setor neste segundo semestre guarda relação com ―inflação
sob controle e um consumidor que no nosso segmento está menos endividado‖. Além disso, ela citou
que o ―Programa Minha Casa Melhor‖ já deu também ―um ânimo‖.
Em relação a 2014, a perspectiva é positiva principalmente em razão das vendas da linha marrom
(eletroeletrônicos). ―A linha de televisão, por exemplo, deve crescer muito por conta da Copa do
Mundo de 2014‖, destacou.
―A Copa automaticamente movimenta a compra de móveis para residências‖, acrescentou ela, dizendo
acreditar sobretudo no bom desempenho do setor no primeiro semestre do ano que vem. Ela estima que
será melhor do que o primeiro semestre de 2013, mas evitou projeções sobre o segundo semestre de
2014.
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02.12.2013 – Agência Brasil - Ipea propõe nova Lei de Licitações
Menção ao conselheiro Márcio Lopes de Freitas
Agricultura familiar ganha incentivo de R$ 15 milhões do BNDES
Brasília – O associativismo dos pequenos produtores é necessário para o fortalecimento da atividade de
cada um, pois em grupo é mais fácil negociar condições vantajosas para a produção, disse o presidente
da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. O Banco Nacional de
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Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de aprovar R$ 15 milhões para associações e
cooperativas de agricultores familiares, acrescentou.
O BNDES firmou convênio com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na última sextafeira (29), para o fortalecimento da produção rural de base familiar. Mas, só podem se candidatar aos
recursos, não reembolsáveis, associações ou cooperativas de produtores que abastecem o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) ou a Política de
Garantia de Preço Mínimo dos Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).
De acordo com o texto do convênio, a ser publicado no Diário Oficial da União nos próximos dias,
―terão prioridade‖ de acesso aos recursos os agricultores familiares que cultivam com base no sistema
de produção ecológica ou orgânica, mulheres, jovens e povos de comunidades tradicionais, formados
em sua maioria por quilombolas e indígenas.
O edital prevê duas faixas de apoio: uma de R$ 70 mil, destinada a produtores familiares de base
agroecológica, associações e cooperativas formadas exclusivamente por mulheres; e outra, de R$ 50
mil, para os demais interessados. O teto por beneficiário será R$ 2,8 mil e R$ 2 mil, respectivamente.
"Se uma organização que não faz parte do público prioritário apresentar uma proposta que beneficie
dez pessoas, poderá receber no máximo R$ 20 mil, ampliando a abrangência da ação", ressalta a
superintendente de Suporte à Agricultura Familiar da Conab, Kelma Cruz. Segundo ela, os recursos
devem solucionar gargalos operacionais das organizações produtivas, com vistas a expandir as
atividades, aprimorar as condições de trabalho no meio rural e melhorar a renda dos produtores.
Os avanços conquistados a partir do apoio não se restringem ao meio rural. Com a melhora na
infraestutura, as organizações poderão oferecer melhor qualidade dos alimentos destinados ao PAA e
ao PNAE, além de fortalecer a PGPM-Bio, favorecendo, indiretamente, a população em situação de
insegurança alimentar.
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